competÊncias essenciais

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FESPSP - FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Ana Lúcia Monteiro Amanda Rocha Eliane Vitória Érika Silva Irene Theotonio Vanessa Silva COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS Orientadores: Profª. Gabriela Von Ellenrieder Profª. Silvia Mac SÃO PAULO 2011

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Trabalho acadêmico

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Page 1: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

FESPSP - FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA

E POLÍTICA DE SÃO PAULO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Ana Lúcia Monteiro

Amanda Rocha

Eliane Vitória

Érika Silva

Irene Theotonio

Vanessa Silva

COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

Orientadores:

Profª. Gabriela Von Ellenrieder

Profª. Silvia Mac

SÃO PAULO

2011

Page 2: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

FESPSP - FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA

E POLÍTICA DE SÃO PAULO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

O presente trabalho acadêmico tem por objetivo

fazer um levantamento bibliográfico e análise

dos conceitos apresentados com relação à

disciplina de Modelos Organizacionais e Gestão

Estratégica, apresentado às Profªs. Gabriela

Cecília Von Ellenrieder e Silvia F. Mac Dowell

respectivamente, 7º semestre do curso de

Administração da Fundação Escola de

Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP.

SÃO PAULO

2011

Page 3: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................1

1.1. OBJETIVO ................................................................................................................................... 1

1.2. JUSTIFICATIVA........................................................................................................................... 2

1.3. METODOLOGIA .......................................................................................................................... 2

2. CONSOLIDAÇÃO DOS LEVANTAMENTOS DE COMPETÊNCIAS .....................3

2.1. SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS..................................................................... 3

2.2. DEFINIÇÃO.................................................................................................................................. 7

2.3. DIFERENTES ABORDAGENS.................................................................................................... 7

2.4. O QUE TORNA UMA EMPRESA COMPETITIVA?..................................................................... 8

2.5. COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS: CARACTERÍSTICAS E RELEVÂNCIA .................................. 9

2.6. CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS................................................................................ 11

2.7. COMPETÊNCIAS ...................................................................................................................... 13

2.7.1 POR PESSOAS ....................................................................................................................... 13

2.7.2. ORGANIZACIONAL................................................................................................................ 17

2.7.3. ESTRATÉGICAS .................................................................................................................... 20

3. ANÁLISES ............................................................................................................27

2.4. COMPETÊNCIAS VERSUS COMPETITIVIDADE .................................................................... 27

3.1 COMPETÊNCIAS FRENTE ÀS ESTRATÉGIAS........................................................................ 30

3.2 COMPETÊNCIAS FRENTE AOS MODELOS ORGANIZACIONAIS ......................................... 31

CONCLUSÃO ...........................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................37

Page 4: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

1

1. INTRODUÇÃO

Este projeto integrado visa atender às exigências das disciplinas Modelos

Organizacionais e Gestão Estratégica, da Fundação Escola de Sociologia e Política

de São Paulo – FESPSP do curso de Administração da FAD - FACULDADE DE

ADMINISTRAÇÃO.

Nossa pesquisa, voltada para o tema “Competências Essenciais”, aborda como

as empresas podem utilizar suas competências de forma estratégica, alinhando-as

às suas próprias necessidades e às necessidades do mercado, que se mostra cada

vez mais competitivo.

Para uma melhor compreensão do tema, serão abordadas as competências por

pessoas, as competências organizacionais e as competências estratégicas.

Finalmente o modelo de Gestão por Competências será relacionado com a escola

do aprendizado difundida por Mintzberg et. A. (1998) e com as seguintes estruturas

organizacionais: estrutura simples, burocracia mecanizada, burocracia profissional e

forma divisionalizada - mostrando se estas estruturas tendem a aplicar ou não, o

modelo de Gestão por Competências, e ainda: de que forma o modelo de Gestão

por Competências pode contribuir com estas estruturas a fim de torna-las mais

eficientes e competitivas.

Compreender e desenvolver o potencial dos indivíduos dentro de um sistema

organizacional, alinhar os objetivos e as estratégias da organização a estes e outros

recursos, faz com que a organização evolua continuamente garantindo não só a sua

sobrevivência como também a sua evolução no mercado.

1.1. OBJETIVO

A pesquisa tem por objetivo compreender como as organizações podem alocar

seu capital humano de modo a agregar valor não somente para seus produtos e

serviços como também para seus clientes internos e externos, agregando valor para

a organização como um todo.

Page 5: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

2

1.2. JUSTIFICATIVA

Abordar os diferentes conceitos de competências essenciais e como este modelo

de gestão está relacionado com as estratégias das organizações e suas estruturas.

1.3. METODOLOGIA

A coleta de dados foi realizada pelo método de revisão bibliográfica, abordando

algumas das mais importantes obras sobre o tema.

Page 6: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

3

2. CONSOLIDAÇÃO DOS LEVANTAMENTOS DE COMPETÊNCIAS

2.1. SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS

Desde o início dos anos 70 o tema competências tem chamado cada vez mais a

atenção de teóricos especialistas no assunto. Principalmente a partir dos anos 80,

devido ao aumento da competitividade entre as empresas e a disputa entre os

concorrentes, que buscam “abocanhar” uma fatia maior do mercado, conquistando

consequentemente um maior número de consumidores. Deste contexto surgiu,

então, a necessidade de se pensar em novas formas de gestão.

Ao longo das últimas três décadas, as empresas de todos os setores em diversos

países foram impactadas não só pelos efeitos da globalização, como também pelos

avanços tecnológicos, pelo livre acesso a informações e pelo novo perfil dos

consumidores; que estão cada vez mais seletivos e exigentes tanto na qualidade

dos produtos e serviços oferecidos como também na qualidade do serviço pós-

venda. O conjunto de todos esses fatores e outros vários, envolvendo questões

políticas, econômicas, sócio-cultural, exige que as organizações sejam cada vez

mais ágeis nas tomadas de decisões, no desenvolvimento de novas tecnologias,

produtos e serviços, adotando, desta forma, um perfil mais inovador.

Para fazer frente a todos esses desafios é necessário que as empresas repensem

seus modelos organizacionais, transformando-os em modelos mais inovativos e,

portanto, mais flexíveis. Nesse novo modelo as pessoas que compõem a

organização vem ganhando cada vez mais destaque, sendo reconhecidamente

identificadas como um fator diferencial nas empresas. Consequentemente, um novo

perfil profissional é exigido dessas pessoas pelas organizações, surgindo assim a

necessidade de identificar nestes profissionais, características que antigamente não

eram consideradas importantes, tais como: tomada de decisão, criatividade, pró-

atividade, flexibilidade e versatilidade, entre outras.

Para acompanhar as novas necessidades do mercado, tanto as organizações

como os profissionais de diversas áreas buscam constantemente os conhecimentos

técnicos que possibilitam que indivíduo e empresa evoluam paralelamente.

Page 7: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

4

A gestão por competências e todas as questões que envolvem as competências

essenciais das pessoas e das organizações emergem não só para atender esse

novo cenário de necessidades, como também para auxiliar as formulações e

implementações das estratégias da empresa.

As competências essenciais do ponto de vista do Dutra et al. (2001, apud Munhê,

2009) resume–se em um conjunto de conhecimentos (refere-se ao saber), de

habilidades (refere-se ao saber fazer) e de atitudes (refere-se ao saber agir),

necessários para que cada indivíduo desenvolva suas atividades – mas que não são

suficientes para assegurar que a organização tenha um diferencial. Para que de fato

a organização obtenha benefícios, é necessário que o funcionário coloque em

prática essas competências (Le Boterf, 1994 e Zarifian 1996, apud Hipólito, J M,

2002).

As competências necessárias a cada organização são definidas e desenvolvidas

de acordo com o tipo de negócio, objetivos e necessidades de mercado de cada

empresa. Desta forma, cabe a organização criar meios que estimulem os

funcionários a colocar em prática os conhecimentos que possui. Para que ocorra

este processo, é fundamental que a organização tenha de forma clara e definida

quais são as competências essenciais para o negócio em que atua; bem como,

identificar quais as competências individuais que devem ser desenvolvidas e

valorizadas entre seus colaboradores.

Prahalad e Hamel (1990) consideram competências como “um conjunto de

conhecimento, habilidades, tecnologias, sistemas físicos e gerenciais da

organização”. Segundo os autores o papel-chave para adquirir as competências

deve atender três requisitos:

1) oferecer reais benefícios aos consumidores;

2) ser bem difíceis de ser copiados e;

3) promover acessos a diferentes mercados.

Page 8: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

5

2.1.1. FASES DA EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS

Segundo Dutra 2004 (apud Munhê, 2009) a evolução do conceito de competência

passou por quatro fases:

1ª Fase: “O uso do conceito está fundamentado na concepção de McClelland

(1973) e Boyatzis (1982), elaborada a partir da observação das competências

diferenciadoras que conduziram pessoas ao sucesso profissional”

McClelland foi um dos precursores da escola americana de competência, iniciou o

debate sobre competência entre os psicólogos e os administradores nos Estados

Unidos. Nesta fase o conceito de competência serve para avaliar e orientar os

processos de seleção e desenvolvimento das pessoas.

2ª Fase: “Começa a serem criadas escalas de complexidade com diferentes

níveis de entrega da competência, mas ainda nesta etapa as competências não

estavam vinculadas aos objetivos estratégicos das empresas e nem integradas às

diversas práticas de RH, ou seja, não eram integradas às ações de admissão,

promoção, carreira, aumentos salariais, etc”.

3ª Fase: “Nesta fase busca-se alinhar as competências individuais com as

organizacionais. As competências humanas deixam de estar fundamentadas nos

desempenhos de sucesso das pessoas dentro da empresa e passam efetivamente a

derivarem dos objetivos estratégicos e das competências organizacionais”.

Começa a haver também a integração da gestão de pessoas. A ligação do

conceito de competência à complexidade e espaço organizacional permitiu que

fosse utilizado para as questões ligadas à carreira e remuneração.

4ª Fase: “As pessoas se apropriam dos conceitos de competência, complexidade

e espaço ocupacional para o seu próprio desenvolvimento profissional, ou seja, tanto

a organização quanto o próprio indivíduo utilizam-se desta ferramenta para

promover seu desenvolvimento”.

No final da década de 1990, Prahalad (HSM, 1999) aponta oito mudanças como

as principais responsáveis pela evolução do conceito de competências, sendo elas:

Page 9: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

6

• Globalização: gera novas oportunidades para as empresas e produz

assimetrias regionais nos padrões de crescimento;

• Desregulamentação e privatização: os principais setores que passaram por

esse processo foram os de telecomunicações, serviços públicos, companhias

aéreas, serviços financeiros e assistências medicas. Esse processo causou

grandes impactos nas empresas, tais como: 1) muitas empresas que eram

locais tornaram-se regionais, nacionais e internacionais; 2) mudança

substancial na microeconomia; 3) expressivo aumento da taxa de

desemprego.

• Volatilidade: a combinação de volatilidade e sazonalidade criam um novo

conjunto de exigências para a direção das empresas. Está cada vez mais

difícil encontrar empresas de uma única linha de produtos, principalmente

quando este produto está sujeito a uma lata volatilidade. Esse dilema está

forçando as empresas a criar “fábricas flexíveis”, que possam atender

diversas unidades de negócio.

• Convergências: A convergência de várias tecnologias representa uma

importante mudança. Embora a convergência entre informática,

comunicações, produtos eletrônicos e entretenimento sejam os exemplos

mais citados, o conceito de convergência é bem mais abrangente. A questão-

chave é que "heranças intelectuais" muito distintas terão de ser administradas

e integradas com perfeição. Um bom exemplo é o setor de cosméticos que

cada vez mais incorpora as tecnologias farmacêuticas para desenvolver

produtos cada vez mais eficientes e retardando os sinais de envelhecimento.

• Fronteiras tênues entre os setores: Em conseqüência das convergências,

muitas das fronteiras tradicionais entre os setores estão desaparecendo. É

cada vez mais difícil fazer a separação entre empresas industriais e empresas

de bens de consumo. Essas fronteiras difusas indicam que não existem

concorrentes claramente identificáveis e as empresas selecionarão as novas

oportunidades a partir de perspectivas próprias.

• Prevalência de padrões: Enquanto os mercados evoluem, novos setores

produzem novos padrões para acompanhar a evolução deles. Entre os vários

Page 10: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

7

fenômenos interessantes criados por essas mudanças podemos ver: 1) A

colaboração entre concorrentes para estabelecer padrões; 2) A concorrência

"interaliança" para o estabelecimento de padrões. Por exemplo, embora

tenham colaborado mutuamente para criar o padrão DVD, a Philips e a Sony.

• Fim da intermediação: a distância entre o produtor e o usuário final esta

diminuindo em quase todos os setores. Novos canais estão surgindo, como

por exemplo, a internet.

• Consciência ecológica: As empresas estão mudando de uma perspectiva

orientada para o mero cumprimento da lei para uma postura impulsionada

pelas oportunidades de negócios que levem em consideração as questões

ambientais.

2.2. DEFINIÇÃO

A palavra competência vem assumindo diversos significados, por se tratar de uma

palavra genérica, não existem uma única definição, dependendo do contexto esse

termo pode ter um significado específico.

Uma das definições mais utilizadas é a do dicionário Aurélio (1999, p.512), que

define competência como: “Qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo

assunto, fazer determinada coisa, aptidão. Dependendo do contexto esse termo

pode ter um significado específico, mas até hoje, não existe um consenso sobre qual

definição é a mais certa”.

2.3. DIFERENTES ABORDAGENS

Ao longo das últimas décadas, vários teóricos especialistas elaboraram conceitos

visando explicar o real significado do termo competência. Abordaremos a seguir, os

principais conceitos.

Para Le Boterf (1994 apud FLEURY, 2001) “a competência é um conjunto

formado pela pessoa, sua formação educacional e por suas experiências

profissionais”.

Page 11: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

8

Porém para Fleury e Fleury (2001), não basta somente a capacitação do

indivíduo; é preciso “o saber agir responsável e reconhecido que implica mobilizar,

integrar, transferir conhecimento (...) recursos e habilidades que agreguem valor

econômico à organização e valor social ao indivíduo”.

Dutra (2001) completa e ao mesmo tempo nos alerta: “competência é a

capacidade da pessoa de agregar valor ao patrimônio de conhecimentos da

organização”. Já que, segundo sua teoria, “as pessoas possuem um determinado

conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, o que não garante que a

organização se beneficiará diretamente. Para compreender melhor o conceito de

competência individual, e importante discutir também o conceito de entrega”.

2.4. O QUE TORNA UMA EMPRESA COMPETITIVA?

Antes de abordarmos os fatores que podem tornar uma organização competitiva,

conceituaremos o termo competitividade.

Competitividade nada mais é que uma característica que qualquer organização

precisa para aproveitar as oportunidades com mais êxito que outras organizações

competidoras, buscando satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes e do

próprio mercado.

É preciso que a organização compreenda as necessidades de seus clientes,

fornecedores e colaboradores, preparando-se constantemente para novos desafios,

para tanto o fator qualidade é primordial, mas antes é preciso associar a qualidade

do produto à qualidade da organização como um todo; procurando melhorar

continuamente seus produtos / serviços; almejando unicamente um resultado: a

satisfação do cliente.

Inovação, estratégia, habilidade e tomada de decisão, são alguns dos fatores

cruciais para uma organização se tornar competitiva.

Organizações competitivas procuram atrair mais e novos clientes através de

processo de melhoria contínua, tanto de seus produtos e serviços (através de

investimentos em pesquisa e tecnologia), como também de seus processos internos

Page 12: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

9

(investindo em treinamento e capacitação de pessoal, programas de incentivos;

avaliação de cargos e salários, entre outros).

2.5. COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS: CARACTERÍSTICAS E RELEVÂNCIA

“Uma competência essencial é um conjunto de habilidades e tecnologias que

permite a uma empresa oferecer um determinado benefício aos clientes. Na Sony,

esse benefício é o “tamanho de bolso” de seus produtos e a competência essencial

é a miniaturização. Na Federal Express, o benefício é a entrega rápida e a

competência essencial, em nível bastante macro, é a gestão logística (Prahalad e

Hamel, 1995)”.

Para que um conhecimento seja considerado uma competência essencial, este

deve estar associado a um processo sistemático de aprendizagem, que envolve

descoberta, inovação e capacitação de recursos humanos.

Zarifiam (1999) diferencia as seguintes competências em uma organização:

• Sobre processos: conhecer o processo de trabalho;

• Técnicas: conhecer especificamente o trabalho a ser realizado;

• Sobre a organização: Saber organizar os fluxos de trabalho.

• De Serviço: aliar à competência técnicas a pergunta “que impacto esse

produto ou serviço terá sobre o consumidor final?”.

Segundo Maria Tereza Fleury, 2001 (apud PRAHALAD E HAMEL, 1994): “As

competências essenciais têm as seguintes características:

• Abrangência corporativa: Competências essenciais fornecem a sustentação a

vários produtos ou negócios dentro de uma corporação. Não são propriedade

de uma área ou individuo isoladamente;

Page 13: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

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• Estabilidade no tempo. Produtos são a expressão momentânea das

competências essenciais de uma corporação. Competências são mais

estáveis e evoluem mais lentamente do que os produtos;

• Aprendizagem ao fazer. Competências são ganhas e aperfeiçoadas por meio

de trabalho operacional e do esforço gerencial no dia-a-dia. Quanto mais se

investe e desenvolve em uma competência, maior sua distinção em relação

aos competidores;

• Lócus competitivo. A competição de produto-mercado é meramente a

expressão superficial de uma competição mais profunda em termos de

competências. A competição atual se dá em torno de competências e não de

produtos ou serviços”.

2.5.1. AS COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS DO SÉCULO XXI

Trechos do livro “Know-how” do empresário Ram Charan, divulgado no site da

Época Negócios, confirma as competências sinalizadas pelos autores acima e traz

uma nova ótica da gestão mais voltada para a competência do líder do futuro,

visando um maior foco no compartilhamento das informações, união de lideres e

subordinados e as metas de ter formuladas ações preventivas. A página da web de

Julho de 2007 da Editora Globo S.A. destaca oito competências essenciais das

organizações do século XXI, entre elas: competência para posicionar a empresa;

competência para identificar mudanças externas; competência para “reunir os

gatos”; competência para avaliar pessoas; competência para moldar equipes;

competência para estabelecer objetivos; competência para fixar as prioridades e

competência para enfrentar forças externas.

A competência para posicionar a empresa ocorre quando há mudanças

tecnológicas, estas precisam ser adotadas, oportunidades de crescimento ou

reposicionamento.

Page 14: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

11

Competência para captar as mudanças externas é ter a visão de para onde o

mundo caminha e qual é a sua direção, situações permitem fazer um julgamento

realista para a colocação da empresa.

Dar autonomia para os funcionários, permitir que estes tomem decisões, reuniões

para compartilhar idéias (brainstorming) é a competência para “reunir os gatos”.

A competência para avaliar pessoas, uma das funções de um líder é ter know how

para avaliar as pessoas, a capacidade para formar outros lideres.

Controlar o ego e moldar um novo líder é mais um desafio, pois isto envolve o

comportamento das pessoas e assegurar que tudo funcione plenamente é a

competência para moldar equipes.

Competência para estabelecer objetivos, toda organização tem uma razão de ser

e para que esta seja mantida é necessário que haja metas e recompensas que

caminhem junto com as ações e as decisões.

A competência para fixar as prioridades: o planejamento, a alocação de recursos,

definições das prioridades devem ser disseminadas para o alcance dos objetivos.

A matéria finaliza alertando que as organizações do futuro devem ter um plano B,

para prever e reagir a possíveis turbulências esta é a competência para enfrentar

forças externas.

2.6. CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS

As competências podem ser classificadas por: competências organizacionais,

funcionais por pessoas; alguns autores as classificam ainda por novas

categorizações.

Segundo Ruas (2001), as competências são classificadas em três categorias

essenciais: as competências, organizacionais, as funcionais, e as individuais. Essa

se torna mais abrangente já que o autor categoriza as competências em

estratégicas, funcionais e pessoais.

Page 15: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

12

“Competência é a colocação de recursos em ação em uma situação prática. Não

somente aqueles recursos que possuímos ou adquirimos, mas aquele que sabemos

como colocar em ação” (RUAS, 2001).

Fleury e Fleury (2001) desenvolveram um modelo parecido com o do Zarifian

(1999), onde as competências das pessoas podem ser classificadas em três

categorias:

• Competências de negócios: relacionadas à compreensão do negocio em si;

• Competências técnico-profissionais: ligadas a operações, ocupações e/ou

atividades.

• Competências sociais: necessárias para interagir com as pessoas, com o

trabalho em equipe.

Já a autora Pierry (2006) também aborda a competência individual, classificando-

as da seguinte forma:

• Técnicas: quantidade de informação que o individuo consegue observar /

administrar;

• Emocionais e/ou afetivas: como o individuo se adapta às mudanças

surgidas na organização;

• Racionais ou intelectuais: características da personalidade que se mesclam

às competências anteriores;

• Fundamentais: compreende as competências básicas que o indivíduo deve

possuir para realizar uma determinada tarefa.

• Acessórias: aquelas que podem complementar o desempenho do

trabalhador em suas atividades.

Prahalad e Hamel (1995) classificam as competências essenciais como a alma da

empresa, e que precisam ser parte integrante do processo administrativo como um

Page 16: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

13

todo. Diz que para ser alavancada uma competência essencial em diversos

negócios e novos mercados é necessário redistribuir internamente essa

competência de uma visão ou unidade de negócio para outra. Algumas empresas

costumam fazer melhor do que as outras, e, portanto conseguem usar de forma

mais eficaz as suas competências.

Competência é, portanto o resultado entre o aprimoramento do indivíduo e

colaboração deste para o desenvolvimento da organização em que atua. Desta

forma, a classificação das competências está relacionada com a maneira de como

as habilidades individuais e organizacionais são melhor aproveitadas dentro de uma

organização.

2.7. COMPETÊNCIAS

2.7.1 POR PESSOAS

Desde os primórdios um dos maiores desafios é saber gerir pessoas com suas

habilidades e conhecimentos, em prol de envolver como um todo a organização para

proporcionar maior rapidez e precisão nos processos, uma vez que toda estrutura

organizacional está firmada no conhecimento humano, quanto maior for a

qualificação (aprendizagem continua e auto-desenvolvimento maior será a

possibilidade de um diagnóstico capaz de investigar as reais necessidades

apresentadas no contexto de trabalho, bem como aquelas necessárias para atingir

os desafios estratégicos da organização), maior competitividade o empreendimento

garantirá.

Parry (1996 apud FLEURY, 2001) define competência como sendo “um conjunto

de conhecimentos, habilidades e atitudes que afetam maior parte do trabalho de

uma pessoa, e que se relacionam com o desempenho no trabalho; a competência

pode ser mensurada, quando comparada com padrões estabelecidos e desenvolvida

por meio do treinamento”. Dutra (2001) assim com Parry menciona o CHA mais

deixa claro que para compreender melhor o conceito de competência individual é

importante discutir o conceito de “entrega”, pois o CHA não garante que a

organização se beneficiará diretamente.

Page 17: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

14

Outro conceito de Dutra (2001) sobre competências é a capacidade da pessoa de

agregar valor ao patrimônio de conhecimentos da organização.

Segundo Zarifian (2001), a competência é a capacidade que a pessoa tem de

tomar iniciativas, superar as expectativas, compreender e controlar as situações no

ambiente de trabalho, sendo assim reconhecido.

A gestão de pessoas por competências consiste em planejar, captar, desenvolver

e avaliar, nos diferentes níveis da organização (individual, grupal e organizacional),

as competências necessárias à consecução dos objetivos institucionais.

Para Le Boterf (1994 apud FLEURY 2001) competência é como o

entrecruzamento de três eixos, formados pela pessoa (sua biografia, socialização),

por sua formação educacional e por sua experiência profissional. Competência é o

conjunto de aprendizagens sociais e comunicacionais nutridas a montante pela

aprendizagem e pela formação e a jusante pelo sistema de avaliações. Brandão e

Guimarães (2004) afirmam que competência é o “conjunto de conhecimentos,

habilidades e experiências que credenciam um profissional a exercer determinadas

funções” assim como Le Boterf Brandão e Guimarães vêem a experiência

profissional como fator importante para a definição do conceito de competências.

Segundo Lê Boterf (1994 apud FLEURY 2001) competência é um saber agir

responsável, como tal reconhecido pelos outros. Implica saber como mobilizar,

integrar e transferir os conhecimentos, recursos e habilidades num contexto

profissional determinado. Para Fleury a noção de competência também aparece

associada a verbos e expressões assim como Le Boterf, em seu conceito esses

verbos e expressões têm que agregar valor econômico à organização e valor social

ao indivíduo“.

“Saber agir responsável e reconhecido que implica mobilizar, integrar, transferir

conhecimento, recursos, habilidades que agreguem valor econômico à organização

e valor social ao indivíduo”. (FLEURY, 2001).

As competências podem ser classificadas em:

• Humanas (ou individuais), quando constituírem atributos de indivíduos;

Page 18: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

15

• Organizacionais (ou institucionais), quando representarem propriedades da

organização como um todo ou de suas unidades produtivas.

As competências humanas ou individuais serão classificadas como:

• Fundamentais: aquelas que descrevem comportamentos desejados de todos

os servidores;

• Gerenciais: que descrevem comportamentos desejados de todos os

servidores que exercem funções gerenciais e;

• Específicas: aquelas que descrevem comportamentos esperados apenas de

grupos específicos de servidores, em razão da área ou unidade em que eles

atuam.

Saber trabalhar com pessoas diferentes, estar aberto a mudanças, investir na

educação e capacitação para que estes possam enfrentar melhor as atividades do

dia-a-dia é o cenário atual caracterizada pela busca de novos significados e

definições que sintonize os interesses dos clientes, funcionários e da organização.

Competências do individuo, segundo Maria Rita Gramigna (2002), são repertórios

de comportamentos que algumas pessoas e/ou organizações dominam, o que as faz

destacar de outras em contextos específicos.

Segundo diversos autores, para adquirir papel-chave as competências devem

atender a três requisitos: oferecer reais benefícios aos consumidores, ser difíceis de

imitar, prover acesso a diferentes mercados.

A competência, portanto, não se limita a uma quantidade de conhecimentos

adquiridos pelo individuo, mas refere-se à capacidade da pessoa de assumir

iniciativa, ir além das expectativas, dominar novas situações no ambiente de

trabalho, ser responsável e reconhecido por suas atitudes. Todos têm a capacidade

de desenvolver competências por meio de treinamento, de prática, de erros, da

reflexão e da repetição.

Page 19: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

16

Segundo Maria Tereza Leme Fleury (2002, apud, MCCLELLAND, 1990): “A

competência é caracterizada pela pessoa casualmente relacionada com uma

performance superior na realização de uma tarefa ou em determinada situação”.

Marisa Eboli (2002, apud PHAHALAD E HAMEL, 1995): “resume competência em

três fatores básicos:

• “Conhecimentos: Saber fazer, compreensão de conceitos e técnicas;

• Habilidades: O poder fazer, aptidão e capacidade associadas à experiência e

aprimoramento progressivo;

• Atitudes: O querer fazer, a ação e postura diante dos fatos e pessoas.

“Uma competência essencial é um conjunto de habilidades e tecnologias que

permite a uma empresa oferecer um determinado benefício aos clientes. Na

Sony, esse benefício é o ”tamanho de bolso” de seus produtos e a

competência essencial é a miniaturização.” Na Federal Express, o benefício é

a entrega rápida e a competência essencial, em nível bastante macro, é a

gestão logística”.

Esse autor vai além de Parry (1996) e Dutra (2001) ele também usa o conceito do

CHA, porém descreve o que significa conhecimentos, habilidades e atitudes.

Para Aguinaldo A. Neri (1999): “Os quadros de competências funcionais vão

proporcionar à área de recursos humanos o desenvolvimento de uma linguagem de

desempenho. A linguagem de desempenho agrega fatores como estratégia

empresarial, resultados esperados e qualidade percebida pelo cliente, que antes não

existiam de maneira clara e compartilhada”.

Zarifian (2001), “competência é a inteligência prática de situações que se apóia

nos conhecimentos adquiridos e os transforma com tanto mais força quanto maior

for a complexidade das situações”.

Fleury (2002, apud LAWLER, 1994): “As organizações deverão competir não

apenas por meio de produtos, mas de competências, buscando atrair e propiciar o

desenvolvimento de pessoas com combinações de capacidades complexas, para

atender às suas core competences. Na escola das relações humanas, cita que deve

Page 20: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

17

haver um alinhamento entre o comportamento humano e às estratégias da

organização, estes devem aprender a lidar com constantes turbulências e

mudanças, é através das pessoas que são geradas”.

2.7.2. ORGANIZACIONAL

Consideram-se competências organizacionais aquelas diferenciam as

organizações de seus concorrentes, constituindo-se em razão para sua

sobrevivência.

Deste modo às organizações precisam se preparar continuamente para encarar o

mercado que se encontra cada vez mais competitivo; através de melhoria contínua

de seus produtos/serviços e processos.

Somente identificar as competências essenciais de uma organização não a torna

competitiva; é preciso ser explicitá-las, divulgando-as para todos os colaboradores e

demais envolvidos, conscientizado-os de sua importância tanto para o

desenvolvimento em particular como para o desenvolvimento da organização como

um todo.

A competência organizacional relaciona valores individuais da organização,

características primordiais dos indivíduos, recebidos pela sua herança genética ou

desenvolvidos pelo conhecimento e convivência social e competências requeridas e

comuns a todos os empregados da organização.

O tema competências organizacionais vem ganhando destaque na literatura e na

prática da administração (Prahalad e Hamel,1990).

Mas um aspecto não tão enfatizado é a origem da segunda discussão sobre

competências: a visão da empresa baseada em recursos (VBR), proposta por

Penrose (1959), que trata do conceito no nível organizacional; referindo-se à

competência como um conjunto de conhecimentos, habilidades, tecnologias,

sistemas e gerenciamento inerentes de uma organização. Segundo esta visão, uma

organização pode ser entendida como conjunto de recursos empregados de maneira

produtiva para gerar riqueza.

Page 21: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

18

Ainda segundo Prahalad e Hamel (1994), o conceito desenvolvido de

competência essencial tem características de competição pelas capacidades e não

somente pelos produtos e serviços, os autores defendem que “quando as

capacidades são únicas e difíceis de serem imitadas pelos concorrentes, estas

transforma-se em um elemento chave dentro da organização, pois geram um valor

distinto percebido pelos clientes”.

De acordo com Fleury e Fleury (2000), competências organizacionais, ou

essenciais, é um portfólio de recursos físico, financeiro, intangível, organizacional e

recursos humanos. E diz que é esse portfólio que cria as grandes vantagens

competitivas dentro da empresa.

Já Dutra (2001) defende a idéia de “agregar valor econômico”, ao sugerir que

conhecimentos, habilidades e atitudes do indivíduo devem ser “entregues” à

organização, ou seja, caracterizar uma real contribuição à organização.

Isso faz com que a Organização privilegie somente as pessoas e não o que elas

têm para agregar na organização. As pessoas precisam ter o perfil da organização,

que podem desenvolver de um modo direto ou indireto nas estratégias, dando a

contribuição individual de cada um para o desenvolvimento da empresa. O autor se

foca nos resultados que uma pessoa pode gerar para a organização de acordo com

os seus objetivos.

Já Brandão (1999) diz que competência profissional é a aquela relacionada a

indivíduos ou equipes de trabalho, integrando aspectos técnicos, cognitivos, sociais

e afetivos relacionados ao trabalho.

O mapeamento das competências essenciais e individuais tornou-se vital para

garantir a sobrevivência das organizações, esses dados permitem o reconhecimento

de seu potencial humano e de seus demais recursos; a partir disto é possível

combiná-los da melhor forma possível, a fim de transformá-los em valores

agregados.

Já Rua (2001), defende que “é a partir das competências essenciais ou

competências organização, que se definem as competências funcionais, isso é, as

competências das áreas e dos cargos. E é a partir delas, que vêm as competências

Page 22: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

19

das pessoas ou competências individuais”. Segundo este autor o que diferenciam a

empresa perante seus clientes e concorrentes, é a competências essenciais, é essa

que constituem a razão de sua sobrevivência.

Rua ainda sugere que as competências essenciais, funcionais e individuais

comecem a ser tratadas de formas estratégicas, para que possam gerar novas

competências; formando um ciclo que contribua na geração novas vantagens para

as organizações.

Cada indivíduo tem seus recursos que poderão ser usados para desenvolvimento

da organização. Para a organização é um fator que pode ajudar a desenvolver a

organização quando ocorre uma mobilização das pessoas em busca dos mesmos

valores.

O autor coloca que competência não são somente aqueles recursos que

possuímos ou o que adquirimos e sim aqueles que sabemos colocar em pratica. Diz

que a competência é a inteligência prática para situações que apóiam sobre os

conhecimentos adquiridos e os transformam um tanto mais forte, quanto mais

aumenta a complexidade das situações.

Cazzola, Lipparini e Pistarelli (2000) apontam que os processos e interações que

constituem as competências organizacionais são constituídos pela articulação e

combinação, no tempo, de processos tangíveis e intangíveis e são muito específicos

ao contexto, características e cultura de cada empresa. Por isso, dificilmente o

conhecimento e a experiência desenvolvidos na construção de uma competência

organizacional podem ser transferidos de uma empresa para outra sem uma

adaptação consistente. Comparando com Nonaka e Takeuchi (1997) que afirmam

que o sucesso de uma empresa se deve justamente ao seu grau de competência, ou

seja, a capacidade e especialização na criação do conhecimento organizacional,

onde este deve ser compreendido como uma habilidade de gerar e difundir um novo

conhecimento, bem como os já existentes, por toda a organização e incorporá-los a

produtos, serviços e sistemas. Pode mostrar uma definição importante de

competências essenciais. Já para Vasconcelos e Cyrino (2000) a abordagem

dinâmica dos recursos, por sua vez, enfoca o fluxo de competências geradas por

processos e rotinas organizacionais. Para os autores, essa abordagem atribui às

Page 23: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

20

rotinas organizacionais a capacidade de desenvolver e regenerar continuamente as

competências, tornando a estratégia organizacional uma questão de interação entre

as oportunidades do mercado e as competências desenvolvidas pela empresa.

Para esses autores a definição da competência essencial de uma organização

está ligada junto com a estratégia de negocio onde a empresa adota, além dos

levantamentos dos recursos que a empresa dispõe.

2.7.3. ESTRATÉGICAS

O termo estratégia é comumente definido como um plano para o futuro, um curso

de ação. Para Mintzberg et. al, 2000; “... estratégia é um padrão, isto é, consistência

em comportamento ao longo do tempo”.

De acordo com Zaccarelli (2002), estratégia é como pensar nas decisões sob

ações interativas, onde os oponentes têm reações imprevisíveis e não há

envolvimento puro da lógica.

Prahalad e Hamel (apud Fischer, 2002) foram os primeiros a demonstrar um

maior grau de preocupação na gestão de pessoas em nível de competências

essenciais para garantir a vantagem competitiva como grande diferencial entre as

organizações.

De acordo com os autores, as pessoas ocupam um importante papel como

agentes do processo de mudança estratégica atribuindo “o combustível para o

futuro”, na energia emocional e intelectual de cada funcionário.

De acordo com Prahalad e Hamel, as competências dos indivíduos acabam

impactando na formulação da “intenção estratégica”, pois, ao desenvolver e

estimular as competências humanas necessárias para que as competências

organizacionais da empresa tornem-se viáveis, o principal ativo da organização

passa a ser as pessoas que a compõem, mas essas pessoas passam a ser

estratégicas somente nas situações em que o ser humano “é visto e tratado como

uma fonte de vantagem competitiva” (Fischer 2002, apud Kochan e Dyer, 1992).

Page 24: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

21

A competência estratégica diz respeito ao modo como a organização pode alocar

seus recursos de tal forma que o melhor “arranjo” traga benefícios para a

organização como um todo. Nesta combinação, todos os recursos da organização

(tangíveis e intangíveis) funcionariam de forma sincronizada e visando um único

objetivo: criar valor para a própria organização.

De acordo com os autores Leite e Porsse (2005), o conceito de competência está

relacionado à capacidade que uma organização tem para sustentar alocações

coordenadas de recursos com o fim de auxiliar a empresa a alcançar os seus

objetivos.

Vista a importância do elemento humano como diferencial competitivo, as teorias

de administração foram repensadas, e a partir desta nova reflexão surgiram alguns

modelos de gestão baseados em competências. Ao conceituar o tema de

competências sob a visão estratégica, os autores utilizam questões relacionadas

principalmente à aprendizagem organizacional coletiva, modelo de gestão e

competitividade.

Atualmente o mercado sofre constantes mudanças e as organizações precisam

estar preparadas para poderem enfrentar sua realidade; FLEURY e OLIVEIRA JR.

(2002) afirmam que o primeiro passo é disseminar o desenvolvimento das pessoas,

já que são elas que sustentarão as ações estratégicas da empresa. Desta forma a

estratégia depende de conhecimento e este último depende das capacidades.

Segundo a abordagem de Prahalad e Hamel (apud Mintzberg et. al, 2000) “a

administração estratégica deve ser considerada um processo coletivo e deve possuir

como conceitos fundamentais: competência essencial, intenção estratégica e

alavancagem”.

No que se refere à competência essencial, verifica-se que uma empresa alcança

a adequação estratégica por meio do uso eficaz de seus ativos intangíveis, tais

como o know-how tecnológico ou a lealdade de seus clientes (GOMES, GOVEIA E

AMORIN - 2004).

Os conhecimentos e o know-how só assumem status de competências quando

são compartilhados pelos membros integrantes da organização e quando são

colocados à disposição da mesma.

Page 25: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

22

Esta entrega de conhecimentos deve se dar de tal forma que o conhecimento

permaneça à disposição da organização mesmo depois que o indivíduo que a

partilhou não faça mais parte do quadro de funcionários da organização.

Está linha de raciocínio, também é defendida por Nonaka e Takeuchi (1997) que

afirmam que a essência da competência estratégica está na capacidade de adquirir,

criar, acumular e explorar o conhecimento. É fundamental que o conhecimento

gerado transponha a barreira do conhecimento tácito e passe para o ambiente do

conhecimento explícito.

Fleury e Fleury (2001) desenvolveram o modelo de gestão por competências com

o objetivo de relacionar as concepções estratégicas organizacionais e individuais de

maneira formar a visão sistêmica do conceito de competências, sugerindo para isto,

alguns passos para a formulação de conceito de gestão:

• Definição da orientação estratégica da organização;

• Identificação das competências essenciais da organização;

• Alinhamento das competências individuais com as competências

essenciais da organização.

De acordo com a autora Maria T L Fleury (2002), competências estratégicas é a

capacidade de combinar, misturar e integrar recursos em produtos e serviços, desta

forma, a organização define sua estratégia e as competências necessárias para

implementá-las, num processo de aprendizagem permanente. Esse processo é um

circulo virtuoso, onde não existe ordem de precedência.

Fleury e Fleury, 2003 e 2004 (apud PAULA, RAFAEL G, 2009) “reafirmam que a

participação e a posição de cada empresa é função de suas competências, onde o

que caracteriza a nova economia é a eficiência coletiva e que a competitividade

estará cada vez mais atrelada a esta eficiência. Os autores apresentam a

competência estratégica de uma organização como um ciclo sistêmico, onde as

competências passam por um processo de reformulação e refinamento, neste

processo são identificados novos pontos a serem analisados”.

Page 26: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

23

Quadro 1: O ciclo de estratégia: competência

(Fonte: Fleury e Fleury, 2003, p.133)

Segundo a professora Marisa Eboli (2002), “para se obter sucesso na integração

do desenvolvimento de talentos (competências individuais) e as estratégias de

negócio (competências estratégicas), é importante que haja um projeto de educação

corporativa que contemple a identificação, formação e a mobilização das

competências no sentido de agregar valor ao negócio”.

Uma pesquisa realizada em 2001 por Andre Fischer e Lindolfo Albuquerque entre

professores, consultores, diretores de RH e formadores de opinião em geral,

constatou que “é absolutamente necessário que as empresas desenvolvam seus

talentos e suas competências para aumentar sua competitividade e obter melhores

resultados nos negócios, mas para que isso aconteça é necessário a existência de

ações integradas e conectadas em todas as esferas” (EBOLI, 2002).

Quadro 2: Educação Corporativa: conectividade para competitividade

(Fonte: Eboli, 2002. P. 189)

Page 27: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

24

No modelo apresentado por Munk e Munk (2008, apud PAULA, RAFAEL G,

2009), primeiramente a organização identifica seus recursos, a falta ou o excesso

destes. Em seguida, ela trabalha no preenchimento de lacunas, se houver, e depois

na articulação, a fim de constituir ou identificar competências. Com base nas

competências identificadas, estuda-se a melhor estratégia a ser utilizada. Na

execução da estratégia, a aprendizagem ocorre por meio de erros, acertos,

carências e sobras, no que se refere a recursos e competências. Consequentemente

desencadeia-se um processo de mudança para adquirir, aprimorar ou corrigir os

recursos e as competências.

De acordo com o autor Luiz Fernando da Silva Pinto (2007), a pronta resposta

estratégica é considerada um atributo da competência estratégica, pois ela é o

equilíbrio e a capacidade de um comandante conduzir-se em ações críticas de

perigo ou de alto risco, pois um chefe dotado de pronta resposta consegue controlar

o medo com efetividade, ou seja, dentro deste contexto o atributo de pronta

resposta, exprime a capacidade de se conviver com situações adversas

inesperadas, de alto risco ou de perigo iminente.

A presença de espírito empreendedor é um dos atributos considerado crucial no

processo estratégico da organização, pois através desse atributo ocorre a

sustentação e melhoria de empreendimentos que busca continuamente captar

oportunidades e neutralizar as ameaças. O executivo dotado do atributo de espírito

empreendedor possivelmente terá as seguintes qualificações:

• Poder de persuasão;

• Capacidade de liderança nas crises,

• Capacidade para a competente gestão econômica;

• Autoridade moral;

• Relações construtivas com sócios e acionistas;

• Boa capacidade administrativa;

• Capacidade de distinguir prioridades.

Page 28: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

25

Para se colocar em prática as competências estratégicas, é importante que a

organização já tenha estabelecido o conjunto de competências essenciais de nível

organizacional e individual que necessita. Diversos fatores como: tipo de negócio,

tamanho da organização, mercado, entre outros; influenciam no conjunto de

competências mais adequado para cada organização.

Moacir M. O. Júnior (2001) procura definir critérios para assimilação de

competências estratégicas e aponta caminhos para sua construção; o autor faz

análise de alguns aspectos do conceito de competências essenciais e de seu papel

para a competitividade da empresa; atribuindo ao conhecimento da empresa o seu

ativo mais relevante estrategicamente. Sua proposta é que as empresas devem

possuir diferentes tipos de conhecimentos para proporcionar a base para uma

vantagem competitiva; sendo que para cada categoria identificada, a empresa deve

possuir propostas de ações para sua administração estratégica. Sua conclusão é

que o conhecimento coletivo e tácito são as bases das competências essenciais da

empresa e essas competências devem atender de forma superior às características

dos ativos estratégicos.

De acordo com Fischer (2002), a busca e a internalização das competências

essenciais definirão as empresas que estarão competindo pela arena de

oportunidades do futuro.

Os autores Hunger, J David e Wheelen, Thoms L (2002), fazem uma correlação

sobre competências essenciais com força-chave e capacidade essencial, e aborda o

tema no sentido de utilizá-la para obter vantagem competitiva e se posicionar no

mercado. Também denominam como “competência única”, as competências que

são superiores às da concorrência.

As competências estratégicas envolvem questões sobre flexibilidade estratégica

(capacidade de mudar de uma estratégia dominante para outra); para que isso

ocorra é necessário um compromisso em longo prazo com o desenvolvimento,

também é necessário que a organização adquira habilidade para criar, transferir

conhecimento e modificar seu comportamento para refletir novos conhecimentos e

idéias. Nesse contexto, as pessoas em todos os níveis e não apenas a alta

administração; precisam estar envolvidas na gestão estratégica da organização:

Page 29: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

26

analisando profunda e sistematicamente o ambiente para encontrar informações

cruciais, propondo mudanças nas estratégias, promovendo programas de incentivo a

mudanças ambientais, promovendo o trabalho em equipe a fim de melhorar

continuamente os métodos, os procedimentos e as técnicas praticados pela

organização.

De acordo com Luzio (2005), é importante que os gestores e suas equipes

aprendam a pensar e a compreender os movimentos da organização, da

concorrência, do consumidor e dos parceiros, para poderem opinar sobre as

escolhas estratégicas da empresa. Ao compreender a necessidades da estratégia

da própria organização, o indivíduo curiosamente se conscientiza de suas próprias

necessidades e prioridades de crescimento “o hábito de pensar a estratégia da

empresa desenvolve nas pessoas a habilidade de pensar a sua própria estratégia”.

(...) “A visão estratégica cria novas bases de relacionamento nas equipes, ao

revelar, clara e indiscutivelmente, que o compartilhamento natural do conhecimento

e das melhores práticas (aprendizado) é o caminho mais rápido e seguro para

capacitar as empresas a prosperar em um futuro que não pode ser previsto”.

“A agregação de valor das pessoas é, portanto, sua contribuição efetiva ao

patrimônio de conhecimentos da organização, permitindo-lhe manter suas vantagens

competitivas no tempo” (DUTRA, 2007).

Page 30: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

27

3. ANÁLISES

2.4. COMPETÊNCIAS VERSUS COMPETITIVIDADE

A globalização e a aceleração nos processos industriais fizeram com que os

modelos de gestão até então utilizados; com base nos modelos fordista e taylorista

baseados em processos e linha de produção, fortemente padronizados; fossem

repensados e reestruturados.

Entender a complexidade de uma organização e como esta se inter-relaciona com

outras, de que forma umas oferecem seus recursos (insumos e tecnológicos), se

completando e evoluindo mutuamente, garante com que esta se mantenha operante

e competitiva.

Neste capítulo discutiremos a relação entre as competências necessárias às

organizações e de que forma estas contribuem para a empresa garantindo sua

competitividade no mercado.

Baseados nos conceitos propostos por Treacy e Wiersema (1995) e por Porter

(1996), as competências estratégicas podem ser utilizadas de três formas para obter

vantagem competitiva (FLEURY, 2000:45 apud DUTRA, 2007).

• Excelência operacional

• Inovação em produtos

• Orientação para clientes

Devemos observar que este modelo aborda somente as competências da

organização não levando em conta o mercado e suas turbulências; tornando-o

“incompleto” para os dias atuais.

Já a abordagem clássica das Vantagens Competitivas de Porter, prioriza a análise

dos mercados, a competição e a relação entre eles. Neste aspecto, a estrutura

estratégica básica resume-se em cinco forças competitivas:

Page 31: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

28

1- Rivalidade entre os concorrentes,

2- Poder de negociação dos clientes,

3- Poder de negociação dos fornecedores,

4- Ameaça de entrada de novos concorrentes e

5- Ameaça de produtos substitutos.

Esta abordagem, porém foi repensada pelo próprio Porter em 1985 (apud

FLEURY, FLEURY, 2003), onde o mesmo reconheceu que as atividades da

empresa também compunham a base de vantagens competitivas da empresa.

Ainda, segundo Michael Porter, 1996 (apud FLEURY, FLEURY, 2003) “as escolhas

de posicionamento determinam não somente quais atividades a empresa

desempenhará e como essas atividades serão configuradas, mas também como

estas atividades estarão relacionadas entre si (...) ao incorporar questões ligadas à

organização interna da empresa, a abordagem do posicionamento mantém e reforça

a perspectiva de dentro para fora”.

A análise do posicionamento estratégico gerou outras críticas, inclusive

acadêmicas sendo que dentre estas encontram-se por exemplo as de D’Aveni

(1995) e Day & Reibnstein (1998), da Wharton Business School defendendo que

“estratégia é crescentemente dinâmica e complexa (...) não é mais possível esperar

pelo competidor para agir ou reagir” (apud FLEURY, FLEURY, 2003).

Desta forma, as organizações tendem a projetar seus objetivos, traçar suas

estratégias e agir antes mesmo de o mercado indicar suas eventuais mudanças de

tendências. As organizações que aguardam a ação dos concorrentes para então

tomarem suas “providências” correm grande risco de se tornarem obsoletas.

Após tantas críticas uma nova alternativa está sendo construída a partir da “visão

da empresa baseada em recursos”, esta nova abordagem defendida por Prahalad e

Hamel, 1990; Kroug e Rosss, 1995 (apud FLEURY, FLEURY, 2003); considera que

toda empresa possui um portfólio de recursos: físicos, financeiros, intangíveis

Page 32: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

29

(marca, imagem), organizacionais (cultura organizacional, sistemas administrativos)

e recursos humanos e que é a partir deste portfólio que a empresa pode criar

vantagens competitivas.

Na visão baseada em recursos as organizações são vistas como um conjunto de

recursos e capacidades que não podem ser livremente compradas e vendidas no

mercado (Wernergelt, 1984; apud ALVES, TIERGARTEN, 2008). Segundo esta

visão, cabe as organizações identificar, captar, aprimorar e reter estas capacidades

já que somente a própria organização tem condições de identifica-las e desenvolvê-

las, de modo que estas agreguem valor para a organização como um todo.

Para Pires e Marcondes 2004, (apud ALVES, TIERGARTEN, 2008) “o

conhecimento pode conduzir a níveis superiores no desenvolvimento e produção de

bens e serviços, elevando a empresa a um patamar de desempenho superior em

comparação às empresas concorrentes”.

Investindo em seus recursos (tangíveis e intangíveis) desenvolvendo-os

continuamente; as organizações agregam valor aos seus produtos e/ou serviços;

tonando-os mais atrativos para o mercado; mas, além disto, é preciso que as

organizações invistam também no desenvolvimento e aprimoramento de seus

processos internos; e somente a partir deste ciclo que a organização transforma sua

estratégia em fator competitivo.

Para Grant apud Paiva, Fensterseifer e Roth 2000 (apud ALVES, TIERGARTEN,

2008), as empresas não só estão buscando conhecimento, mas também

trabalhando na aplicação do mesmo (...) a capacidade de aprender é um dos

principais aspectos a ser desenvolvido por empresas em ambientes competitivos

mais dinâmicos.

Neste contexto é necessário que as organizações desenvolvam suas estratégias

sustentadas no conhecimento compartilhado entre todos os indivíduos da

organização. Este conhecimento deve ainda ser internacionalizado, fazendo parte da

própria cultura da organização, devendo esta última identificar e reconhecer suas

competências como um diferencial competitivo; traduzindo desta forma sua própria

identidade para os produtos e serviços que comercializa, transformando-os em bens

valorosos para os clientes que os adquirem.

Page 33: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

30

3.1 COMPETÊNCIAS FRENTE ÀS ESTRATÉGIAS

Na visão do planejamento estratégico, o conceito de core competences (ou

competências essenciais) foi amplamente abordado por Mintzberg et. Al. (1998) na

escola do aprendizado, que tinha premissas:

• Considerar a realidade turbulenta, e sendo assim, não pode ser controlada;

• O agir e reagir, e adaptação a mudanças, promovem o aprendizado;

• A escola considera a importância do processo deliberado, mas este não deve

ser o único;

• A concepção da estratégia como padrão;

• É preciso conhecer e estudar as estratégias, as situações críticas passadas e

a forma como a organização pode vir a utilizar tais experiências;

• A competitividade está antes, em como a organização articula seus recursos

(como ela apreende, aprende e responde).

Nesta escola o modelo de gestão por competência se identifica integralmente.

Nela é questionado como um plano estratégico pode ser traçado e utilizado sem

considerar antes as turbulências do mercado.

Nesta abordagem fica evidente que somente organizações preparadas tem

subsídios para competir com seus concorrentes; e que para que uma organização

desenvolva seu potencial, é preciso antes que ela identifique suas necessidades e o

que já possui de recursos; para somente depois desta fase, investir em novos

conhecimentos que lhe agreguem valor como um todo.

Page 34: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

31

3.2 COMPETÊNCIAS FRENTE AOS MODELOS ORGANIZACIONAIS

Apesar de o modelo de gestão por competências ser bem aceito, algumas

estruturas organizacionais, pela suas características; ainda não comportam /

aceitam estes modelos de gestão.

Neste capítulo abordaremos os cinco modelos de estruturas organizacionais

abordados por Mintzberg (1995), sendo eles: estrutura simples, burocracia

mecanizada, burocracia profissional, forma divisionalizada e achocracia; associando

como estas se relacionam (ou não) com o modelo de gestão por competências.

Estrutura simples: modelo normalmente encontrado na formação das micro-

empresas, de perfil empreendedor, onde o principal executivo é, em alguns casos, o

único responsável por elaborar as estratégias da empresa, bem como pelas

tomadas de decisão.

Principais características: pequena ou nenhuma infra-estrutura, poucos acessos

de apoio, visão de trabalho reduzida, diferenciação mínima entre suas unidades e

pequena hierarquia administrativa. Nestas estruturas o grau de formalização tende a

ser baixo, trabalha-se com mínimo uso de planejamento e treinamento de pessoal.

Por se tratar de empresa orgânica, de processos e atividades não definidos entre

os colaboradores, o modelo de gestão por competência não existe neste tipo de

estrutura. A falta de investimento em treinamento, não permite que o indivíduo se

desenvolva profissionalmente dentro da organização; levando este a duas situações:

buscar capacitação por conta própria, ou permanecer estagnado, sem evoluir

individualmente ou profissionalmente e, portanto, sem ter muito a contribuir para a

organização em que atua.

Burocracia mecanizada (estrutura básica): caracterizada por procedimentos

altamente padronizados, tarefas operacionais rotinizadas, ploriferação de normas,

regulamentos e comunicação através da organização (alta formalização).

Page 35: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

32

Tem seu núcleo operacional racionalizado, com atividades repetitivas, requerindo

pouca habilidade e treinamento, a confiança para agrupar tarefas está na base

operacional.

Neste modelo trata com distinção a administração de linhas e assessoria; e as

tomadas de decisão são fortemente centralizadas.

Nesta estrutura, o modelo de gestão por competências não é aplicado; já que o

trabalho é rotinizado e as atividades dispensam treinamento e habilidades. Cabendo

à alta cúpula a formulação das estratégias e a tomadas de decisões; fica

subentendido que somente estes indivíduos são capacitados e treinados para driblar

os desafios da organização.

O resultado desta estrutura é que caso as tendências do mercado exijam um

produto mais específico, a organização (por ser fortemente padronizada) talvez não

consiga suprir alguns requisitos de inovação; tornando-se, em muitos casos,

obsoletos.

Burocracia profissional: esta estrutura apóia-se na padronização das habilidades

e em seus parâmetros associados para moldar tanto o treinamento quanto a

doutrinação de seu pessoal. Esta configuração admite especialistas altamente

treinados – os profissionais – para seu núcleo operacional.

Desta forma, “o profissional atua relativamente independente de seus colegas,

mas perto dos clientes aos quais serve”, tendo como responsabilidades:

• Identificar as necessidades do cliente (fazer diagnóstico);

• Aplicar ou executar o programa de reparo.

O modelo de gestão por competências já aparece neste tipo de estrutura

organizacional, o treinamento e capacitação do indivíduo, oferecem recursos para

que o profissional tenha contato direto com o cliente identificando suas

necessidades; suprindo-as, na medida do possível ou encaminhando-as para outro

profissional dentro da organização que possa resolvê-las.

Page 36: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

33

É possível identificar nesta estrutura, um grau de autonomia entre os

colaboradores, sendo seus processos mais flexíveis, permitindo a facilitação do

profissional nas tomadas de decisão.

Forma divisionalizada: semelhante à burocracia profissional, a forma

divisionalizada é formada por unidades denominadas “divisões”, tendo esta um

escritório central que representa o centro da administração.

A forma divisionalizada não constitui uma estrutura completa desde a cúpula

estratégica até o núcleo operacional, tratando-se de uma estrutura sobreposta a

outra. A comunicação entre estas divisões é fortemente padronizada. E mais: a cada

uma destas divisões é dada autonomia quase que total para suas tomadas de

decisões, cabendo ao escritório central monitorar os resultados sobre as decisões

tomadas.

Neste modelo de estrutura, é dado poder às divisões para que estas operem seus

próprios negócios, controlando suas próprias operações e determinando suas

estratégias para o mercado sob suas responsabilidades.

O modelo de gestão por competências é fortemente identificado neste tipo de

estrutura; já que para que cada divisão opera “livremente” dentro da organização,

prestando ao mesmo tempo; conta de suas estratégias e tomadas de decisão

através de indicadores e demonstrativos de resultados analisados pelo escritório

central.

Sua autonomia se faz perante as capacidades de cada divisão e dos indivíduos

que a compõe, devendo estes últimos estar capacitados e treinados para lidar com

identificação de necessidades e tomadas de decisão.

Adhocracia: expressão de autoria de Alvin Tofler corresponde ao oposto de

burocracia. Enquanto a burocracia dá ênfase à rigidez de rotinas; a adhocracia dá

prioriza a simplificação dos processos, adaptando a organização a cada situação em

particular. Seu objetivo é a buscar novas oportunidades, resolver problemas e obter

resultados através do incentivo à criatividade individual, promovendo desta forma a

renovação organizacional.

Page 37: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

34

Esta estrutura é a mais complexa em comparação as descritas anteriormente.

Caracterizada fortemente orgânica, com pouca formalização de comportamento,

grande especialização do trabalho horizontal baseado em treinamento formal, com

tendência a agrupar os especialistas em unidades funcionais com finalidades de

administração interna e ao mesmo tempo se realinhando em pequenas equipes de

projetos para efetivação de seu trabalho. De perfil puramente inovador, promove a

combinações de seus gerentes de linha e gerentes operacionais, dando-lhes poder e

autonomia, visto que estes são profissionais de grande conhecimento e habilidades

grandemente desenvolvidos em programas de treinamento.

Na Adhocracia, os diferentes especialistas devem juntar seus conhecimentos com

objetivo único de desenvolvimento de inovação e tecnologia. Nesta estrutura o

processo de formulação de estratégia não é bem localizado, seja na cúpula

estratégica ou em qualquer outra localização.

O modelo de gestão de competência é identificado muito fortemente na

Adhocracia do que nas estruturas apresentadas até então; o interesse na

criatividade individual, a preocupação com treinamento e capacitação de pessoal, a

autonomia nas relações dos colaboradores com os clientes internos e externos, com

objetivo de identificar e solucionar problemas; faz desta estrutura a mais inovativa de

todas as outras estudadas anteriormente.

Para a estrutura adhocrácica, é nítido que é somente através da flexibilização dos

processos e autonomia de seus colaboradores que uma organização pode evoluir de

maneira geral e completa, atendendo prontamente as necessidades do mercado em

que se insere.

Page 38: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

35

CONCLUSÃO

O advento da globalização a partir dos anos e seus efeitos sobre as

organizações, como aumento da concorrência e maior exigência do mercado

consumidor, fez com que as organizações repensassem seus conceitos de gestão.

O modelo de Gestão por Competências ganha destaque e status de fator

competitivo e estratégico. Neste contexto as organizações passam a identificar suas

competências essenciais e desenvolve-las com o objetivo de estas agreguem valor

para a organização como um todo.

Pensar em competências essenciais fez com que teóricos e formadores de

opiniões a associarem as competências da organização com as competências

individuais de cada elemento que a compõe. Desta forma, é imprescindível que as

organizações que buscam evolução, invistam em seus colaboradores, oferecendo-

lhes treinamento e capacitação profissional. Devendo este investimento retornar

para a organização em forma de conhecimento disseminado e melhoria de seus

produtos / serviços e processos em geral.

Para que uma competência seja considerada estratégica, é preciso que esta seja

“entregue” a organização, de tal forma que este conhecimento permaneça na

organização mesmo depois do desligamento definitivo do colaborador.

A competência pode (e deve) ser utilizada como um diferencial competitivo para

as organizações que as detém; traduzindo-as em benefícios agregados aos seus

produtos e serviços, sendo estes perceptíveis à seus consumidores.

É importante salientar que apesar das vantagens oferecidas pelo modelo de

gestão por competências, alguns modelos de estruturas organizacionais

(caracterizadas por alta centralização nas tomadas de decisão e forte padronização

de processos) ainda não permitem que este seja empregado em sua totalidade, visto

que nestas estruturas a tomada de decisão e o planejamento estratégico cabem

somente à alta cúpula.

Page 39: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

36

Para finalizar, foi relacionado o modelo de gestão por competências com a escola

do desing de planejamento estratégico, constatando-se também que para esta

escola, o modelo de gestão por competências encontra pouco ou nenhum espaço.

Num contexto cada vez mais competitivo, é imprescindível que as organizações

precisam se inovar constantemente para manterem-se ativas no mercado. Para

promover esta inovação é preciso que tais organizações mantenham seus

processos alinhados com a necessidade do mercado, dando ênfase à qualidade final

de seus produtos e serviços.

Para prover este ciclo de melhoria na qualidade é preciso que estas mesmas

organizações invistam em treinamento e desenvolvimento, capacitação e

desenvolvimento de pessoal. E para fechar este mesmo ciclo é preciso que o

conhecimento adquirido retorne para a organização e passe a fazer parte desta

como a própria cultura da organização, traduzida no valor agregado de seus

produtos, serviços e processos.

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