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Comparação Antropológica entre Mandíbulas das Populações Uruguaia e Brasileira Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas CARLOS SASSI Piracicaba-SP 2009

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Comparação Antropológica entre Mandíbulas das Populações

Uruguaia e Brasileira

Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas

CARLOS SASSI

Piracicaba-SP2009

SUMÁRIO

• 1 INTRODUÇÃO • 2 REVISÃO DA LITERATURA• 3 PROPOSIÇÃO• 4 MATERIAL E MÉTODO • 5 RESULTADOS ESPERADOS• 6 REFERÊNCIAS

1- INTRODUÇÃO

• As mandíbulas achadas em diferentesregiões do mundo apresentam diferençasmorfológicas consideráveis, sendo conseqüência provável de uma série de fatores que podem ter exercido sua ação de maneira paulatina ao longo de milhões de anos de evolução da espécie humana.

1- INTRODUÇÃO

• Estudos morfométricos comparativos realizados em diversas populações mundiais, têm demonstrado diferenças notórias na forma e no tamanho mandibulares. Essas variações podem ser devidas à ação de numerosos fatores desencadeantes de respostas de adaptação, de influência primordial nesse processo biológico dinâmico, tais como: miscigenação, mutações,condições geográficas e ambientais e modificações estruturais e biomecânicas do sistema estomatognático, conseqüências da mudanças de consistência e natureza da dieta.

1- INTRODUÇÃO

Nessa linha de raciocínio é lógico esperaruma situação semelhante a respeito das populações uruguaia e brasileira.

2- REVISÃO DA LITERATURA

• Kaifu (1997) afirmou que as modificaçõesmorfológicas mandibulares verificadas em japoneses eram devidas à interação de fatores diversos, como: miscigenação, diminuição apreciável do esforço mastigatório como conseqüência das mudanças drásticas na dieta, localização geográfica e condições climáticas.

2- REVISÃO DA LITERATURA

• Lieberman et al. (2004) sugeriram a influência de elementos genéticos, ambientais e nutricionais (caracterizados pela mudança na composição e consistência dos alimentos) no processo de crescimento e desenvolvimento facial, evidenciada pelas diferenças notórias de tamanho, forma e até da própria estrutura dos ossos da região.

2- REVISÃO DA LITERATURA

• Hidalgo et al. (2005) concluíram que a América Latina e o Caribe apresentam uma realidade demográfica particular, caracterizada por um cenário étnico, cultural e social complexo. A exceção de alguns grupos isolados de ameríndios (índios americanos), a maioria das populações sofreu um processo intenso de mestiçagem.

2- REVISÃO DA LITERATURA

• Ferreira (1998), Rosana (2002), Torres (2002) asseveraram que as características morfológicasencontradas nas mandíbulas de brasileiros podiam ser conseqüência das diferentes raças e etnias que constituem a população atual desse país.

2- REVISÃO DA LITERATURA

• Sans et al. (2005) frisaram que o Uruguaifoi tradicionalmente considerado como o único país sul-americano cuja populaçãodescendeu exclusivamente de imigrantes europeus, no entanto, as recentesinvestigações revelaram a contribuição genética inegável dos componentes indígenas e africanos na conformação da "identidade uruguaia“.

3- PROPOSIÇÃO

• verificar as características morfológicas da população uruguaia por meio de medidas mandibulares;

• aplicar essas medidas morfológicas mandibulares à antropologia forense para auxiliar na identificação racial.

4- MATERIAL E MÉTODO• O projeto foi submetido ao CEP/FOP/UNICAMP e foi

aprovado.

• Foram utilizadas duzentas (200) mandíbulas humanas,das quais não havia dados relativos ao gênero, com idade estimada entre 20 e 80 anos:

• cem (100) uruguaias, pertencentes ao acervo do Museu de Anatomia da Facultad de Odontología de la Universidadde la República (FO/UDELAR) -Montevidéu, Uruguai e

• cem (100) brasileiras do Departamento de Morfologia da FOP/UNICAMP - SP, Brasil.

4- MATERIAL E MÉTODO• Foram selecionadas só aquelas com molares irrompidos e

excluídas as que apresentavam anomalias ou seqüelas de processos patológicos.

• Foram feitas medidas antropométricas por meio de um paquímetro digital (marca Digimess, 300 mm) e um mandibulômetro de Hambruch modificado por Sassi, de acordo com a metodologia padronizada por Humphrey et al., baseada em treze (13) parâmetros morfométricos que incluem altura, largo e comprimento da mandíbula.

• As medições foram realizadas em cada uma das mandíbulas uruguaias, por um único operador, Carlos Sassi, em três (3) ocasiões diferentes, com um intervalo não menor a duas semanasentre elas.

• Os dados coletados se encontram em fase de análise estatística (teste qui-quadrado).

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1. Profundidade da incisura2. Grossura do corpo da mandíbula 3. Longitude do côndilo 4. Distância entre os processos coronoides e condilar da mandíbula 5. Altura do corpo da mandíbula6. Largura mandibular

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7. Altura da sínfise da mandíbula8. Largura da rama da mandíbula9. Altura da incisura da mandíbula10. Distância bilingular11. Altura da rama da mandíbula12. Diâmetro o largura bicoronoidea13. Longitude da mandíbula

4- MATERIAL E MÉTODO

Paquímetro digital (marca Digimess, 300 mm)

4- MATERIAL E MÉTODO

Mandibulômetro de Hambruch modificado por Sassi

4- MATERIAL E MÉTODO

3. Longitude do côndilo 7. Altura da sínfise da mandíbula

4- MATERIAL E MÉTODO

5- RESULTADOS ESPERADOS

• Obter dados que permitam realizar uma comparação antropológica entremandíbulas de uruguaios e brasileiros.

• Encontrar diferenças morfológicas entremandíbulas de uruguaios e brasileiros que possam auxiliar na investigação forense.

6- REFERÊNCIAS• Anderson, J.Y. Mandibular Morphology in human populations: a examination of a primary muscle attachment and

architectonic models for development of the ramus. Am. J. Phys.Anthropol, 26(supl):64,1998.• Bogin, B. & Rios, L. Rapid morphological change in living humans; implications for modern human origins. Comp.

Biochem. Physio!. A. Moll. Integr. Physiol, 136(1):71-84, 2003.• Ferreira, R. F. The construction of the afro-descendant identity: contributions of brazilian psychology. Interacoes

Estud. Pesq. Pisicol, 3(5):93-108, 1998.• Hidalgo, P., Bengochea,M., Abilleira, D., Cabrera, A. , Alvarez, I Genetic Admixture Estimate in the Uruguayan

Population Based on the Loci LDLR, GYPA, HBGG, GC and D7S8• Int J Hum Genet, 5(3): 217-222 (2005)• Humphrey, L. T.; Dean, M. C & Stringer, C. B. Morphological variation in great ape and modern human mandibles.

J. Anal, 195(Pt4):49l-513, 1999.• Hunt, N. Muscle function and the control of facial form, Clinical Oral Science. (Ed. Harris, M. & Edgard, M. &

Meghji, S.). Oxford-Wrigth, 1998.• Hylander, W. L. Stress and strain in the mandibular symphysis of primates: a test of competing hypotheses. Am.

J. Phys., Anthropol, 64(1):1-46, 1984.• Hylander, W. L. The adaptive significance of Eskimo craniofacial morphology, Orofacial Growth and Development.

(Ed. Dahlberg A.A. Graber TM). Paris, Mouton. 1977.• Hylander, W. L. The functional significance of primate mandibular form. J. Morphol, 160(2):223-40,1979.

Kaifu, Y. Changes in mandibular morphology from the Yomon to modern periods in eastern Japan. Am. J. Phys. Anthropol, 104(2): 227-43, 1997.

• Lieberman, D. E.; Krovitz, G. E.; Yates, F. W.; Devlin, M. & St Claire, M. Effects of foods processing on mastigatory strain and craniofacial growth, in a retrognathic face. et al. Hum. Evol, 46(6):655-77, 2004.

• Rosana, H. Racial inequalities in Brazil: a synthesis of social indicators and challenges for public policies. Rep. Public. Health., 18(Supl): 57-65, 2002.

• Sans,M., Salzano, M., Chakraborty, R Historical Genetics in Uruguay: Estimates of Biological Origins and TheirProblems Human Biology, 69(2):161-170, 1997.

• Sans,M Admixture Studies in Latin America: From the 20th to the 21st Century Human Biology, 72: 155-177, 2000.

• Sans,M et all Population structure and admixture in Cerro Largo, Uruguay, based on blood markers and mitochondrial DNA polymorphisms

• Torres, C. People of African descent in the Region of the Americas and health equity. Pan. Am. J. Public. Health., 11(5):47l-9,2002.

• Wood, B. A. & Li, Y. & Willoughby, C. Intraspecific variation and sexual dimorphism in cranial and dental variablesamong higher primates and their bearing on the hominid fossil record. J. Anal, 774:185-205, 1991.

Muito Obrigado