comentário à regra da militia sanctae mariae - 10 de fevereiro de 2016

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Pág 1 de 2 MILITIA SANCTÆ MARIÆ Província de S. Nuno de Santa Maria - 10 de fevereiro de 2016 – Quarta-feira de Cinzas e Memória do sepultamento de Santa Escolástica, virgem, irmã de São Bento Leitura da Regra: CAPÍTULO VII DA PENITÊNCIA 3. É preciso não deixar de fazer em todo o tempo uma certa mortificação, mas a Quaresma é para todos a ocasião de intensificar a oração e a penitência, para que apague nestes dias santos as faltas do ano. Esforçar-se-á por assistir à missa mais frequentemente, se é possível; aplicar-se mais vezes a leitura sagrada, e suprimir algumas das distrações legítimas que ficam bem noutras ocasiões do ano. Espere-se assim a santa Páscoa com alegria de um desejo completamente espiritual 104 . _______ 104 Regra de S. Bento, c. 49 – Vaticano II, Constituição sobre a S. Liturgia, 109, 110. Comentário: Diz-nos a nossa Regra que “a Quaresma é para todos a ocasião de intensificar a oração e a penitência, para que apague nestes dias santos as faltas do ano”, para que se possa viver “a santa Páscoa com alegria de um desejo completamente espiritual”. O Santo Padre, na mensagem para a Quaresma de 2016, que tem como título o versículo de S. Mateus “Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13), ao qual acrescenta As obras de misericórdia no caminho jubilar, aponta-nos claramente um caminho: a misericórdia, que Deus tem para connosco e aquela que nós devemos ter para com o nosso semelhante.

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Comentário à Regra da Militia Sanctae Mariae - 10 de fevereiro de 2016

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Page 1: Comentário à Regra da Militia Sanctae Mariae - 10 de fevereiro de 2016

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MILITIA SANCTÆ MARIÆ Província de S. Nuno de Santa Maria

- 10 de fevereiro de 2016 – Quarta-feira de Cinzas

e Memória do sepultamento de Santa Escolástica, virgem, irmã de São Bento

Leitura da Regra: CAPÍTULO VII DA PENITÊNCIA 3. É preciso não deixar de fazer em todo o tempo uma certa mortificação, mas a Quaresma é para todos a ocasião de intensificar a oração e a penitência, para que apague nestes dias santos as faltas do ano. Esforçar-se-á por assistir à missa mais frequentemente, se é possível; aplicar-se mais vezes a leitura sagrada, e suprimir algumas das distrações legítimas que ficam bem noutras ocasiões do ano. Espere-se assim a santa Páscoa com alegria de um desejo completamente espiritual104. _______ 104 Regra de S. Bento, c. 49 – Vaticano II, Constituição sobre a S. Liturgia, 109, 110. Comentário: Diz-nos a nossa Regra que “a Quaresma é para todos a ocasião de intensificar a oração e a penitência, para que apague nestes dias santos as faltas do ano”, para que se possa viver “a santa Páscoa com alegria de um desejo completamente espiritual”. O Santo Padre, na mensagem para a Quaresma de 2016, que tem como título o versículo de S. Mateus “Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13), ao qual acrescenta As obras de misericórdia no caminho jubilar, aponta-nos claramente um caminho: a misericórdia, que Deus tem para connosco e aquela que nós devemos ter para com o nosso semelhante.

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O papa Francisco diz-nos que “Deus mostra-Se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a derramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos quando a infidelidade quebra o vínculo do Pacto e se requer que a aliança seja ratificada de maneira mais estável na justiça e na verdade”, “um verdadeiro drama de amor no qual Deus desempenha o papel de pai e marido traído, enquanto Israel desempenha o de filho/filha e esposa infiéis”, e que tem como expoente máximo o envio do Seu Filho Jesus Cristo para nos salvar. Neste gesto de misericórdia, “Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada (cf. Misericordiӕ Vultus, 8)”, com a qual pretende “alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo”. Com este gesto de misericórdia, diz-nos o Papa Francisco que Deus quer transformar “o coração do homem e faz[er]-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia”, operando-se como que um “milagre sempre novo”, em que a “misericórdia divina [se] possa irradiar na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual”. O tempo da Quaresma, para todos, mas particularmente para nós, Cavaleiros de Nossa Senhora, o “ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo”, que acolheu em seu coração a “Boa Notícia que Lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, [e que] canta profeticamente, no Magnificat, a misericórdia com que Deus A predestinou”, deve ser tempo de prática mais intensa das boas obras, particularmente das chamadas ‘obras de misericórdia’, sob a forma mais adequada às circunstâncias de cada um para que com coração sincero e penitente sejamos capazes de operar a necessária renovação, cada ano mais profunda, que nos permita cumprir a nossa missão que “consiste em alargar cá em baixo as fronteiras do Reino de Deus” (cf. Regra da MSM, Cap I). Termino lembrando Santa Escolástica, irmã gémea de São Bento, fundadora da Ordem das Beneditinas, cuja memória hoje se assinala, alma cheia de amor a Deus, de quem pouco se conhece, mas que, abrindo-se incondicionalmente à graça de Deus, logrou chegar à honra dos altares. Que à semelhança de Santa Escolástica, sejamos capazes, de ser instrumentos de Deus procurando, tal como S. Gregório Magno diz, “o cume da verdadeira glória, [sempre tendendo] para o reino Celeste” (cf. S. Gregório, Hom. 15, in Evangelio) fieis à promessa do Senhor que nos diz “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Apoc. XI, 10). Que Nossa Senhora nos acompanhe… __ Filipe Amorim, Braga, 10 de fevereiro de 2016, Quarta-feira de Cinzas e dia da Memória de Santa Escolástica, irmã gémea de São Bento