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Título: Coimbra e o Rio Mondego
Autora: Paula Rocha
N.º Estudante: 2011102401
1º Ano de Licenciatura em Sociologia
Trabalho elaborado no âmbito da disciplina de Fontes de Informação Sociológica sob a orientação do docente Doutor Paulo Peixoto.
Imagem da capa retirada de:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=324731
Ano Lectivo 2011/2012
Índice
1.Introdução ...................................................................................................................... 1
2.Desenvolvimento – Estado das Artes ............................................................................ 3
2.1.Coimbra e a sua Localização .................................................................................... 3
2.2.Evolução do Espaço Urbano .................................................................................... 3
2.3.O Mondego .............................................................................................................. 5
2.3.1.A Utilização e o Domínio da Água na Bacia Hidrográfica do Rio Mondego ...... 5
2.3.2.O Mondego na Cidade ...................................................................................... 8
2.3.3.Reestruturação do Espaço Urbano da cidade ................................................... 9
3.Descrição Detalhada da Pesquisa................................................................................ 10
4.Ficha de Leitura ............................................................................................................ 11
5.Avaliação de uma página da Internet ......................................................................... 15
6.Conclusão ..................................................................................................................... 17
7.Referências Bibliográficas............................................................................................ 18
Anexos
Anexo A
Capítulo de um livro de suporte à ficha de Leitura
Anexo
Página da Internet Avaliada
“Sou filho de camponeses (…) e, desde pequeno, de abundante só conheci o sol e a água. (…) Aprendi que poucas coisas há absolutamente necessárias. São essas coisas
que os meus versos amam e exaltam. A terra e a água, a luz e o vento consubstanciaram‐se para dar corpo a todo o amor de que a minha poesia é capaz”.
Eugénio de Andrade
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi‐me proposto no âmbito da disciplina de Fontes de Informação Sociológica pelo Professor Doutor Paulo Peixoto, a partir de uma reflexão inicial que relaciona as cidades e a água.
Foram sugeridos quatro temas:
a) Caracterização diacrónica das modalidades de expansão urbana e de localização de Coimbra em relação ao Rio Mondego. História do crescimento e do desenvolvimento da cidade e do território em relação ao Rio Mondego. Evidenciação das transformações ocorridas no domínio da relação cidade/rio (pesquisa obrigatória no arquivo municipal);
b) O Rio Mondego como sistema morfológico e monumental. Características dos espaços urbanos que mantêm relação directa com o Rio. Levantamento de projectos e planos de desenvolvimento urbano que tenham equacionado o papel do Rio na cidade (projectos urbanos, industriais, monumentais, paisagísticos). Cartas, projectos e imagens históricas que demonstrem a valorização da cidade ou do território a partir do Rio (ou que evidenciem projectos de subvalorização do Rio). (pesquisa obrigatória na câmara municipal);
c) Recenseamento das características morfológicas dos espaços contíguos ao Rio e que com ele interajam, a partir de uma tipologia de categorias significantes: público/privado; centro/periferia; aberto/fechado; permeável/impermeável; cidade/campo; vazio/ocupado; demolição/conservação, etc; Análise do estado actual da relação entre o Rio e a cidade/território, de modo a evidenciar: a morfologia urbana (destacando a relação entre a água e os espaços públicos); a morfologia social (considerando valores e representações relativos à água); tempos e modos de usos do Rio; hierarquia paisagística e monumental; modalidades de relacionamento Rio/margens em escalas diferenciadas; relações entre os elementos naturais e o território rural; presença de equipamentos infra‐estruturais ou industriais; lugares balneares e de lazer; infra‐estruturas e equipamentos ligados à água (pesquisa obrigatória em jornais locais 1990‐outubro 2011).
d) Caracterização de programas actuais ou recentes que tenham sido desenvolvidos tendo em vista a valorização do Rio ou das suas margens, seja no domínio arquitectónico, urbano, patrimonial, paisagístico, de intervenção no espaço público, da ecologia ou da sustentabilidade; Retrato dos instrumentos urbanísticos e de programação cultural (exemplo: planos de pormenor, planos estratégicos, eventos culturais etc), identificando lacunas e instrumentos de programação julgados necessários. Podem ser feitas propostas a partir de exemplos referenciados ou conhecidos. (pesquisa obrigatória em jornais locais 1980‐outubro 2011).
Escolhi o primeiro tema, pois foi o que me despertou mais interesse, na medida em que, estando a viver em Coimbra, e tendo acompanhado o desenvolvimento da cidade, me facilitou a pesquisa e consequente realização deste trabalho.
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Em primeiro lugar, devo referir a dificuldade que encontrei na delimitação do tema, pelo vasto número de informação disponível sobre o rio e a cidade e pela diversidade de vertentes que ambos proporcionam.
Deste modo, dividi o meu trabalho da seguinte forma: o desenvolvimento (Estado das Artes): Coimbra e a sua Localização, Evolução do Espaço Urbano, o Mondego: a Utilização e o Domínio da Água na Bacia Hidrográfica do Rio Mondego, o Mondego na Cidade, e Reestruturação do Espaço Urbano da cidade.
Também deste trabalho consta uma ficha de leitura a partir de um capítulo de um livro de José Amado Mendes, “História do Abastecimento de Água a Coimbra” Vol. I, 1989‐1926, que me permitiu ter uma noção sobre este processo evolutivo para a cidade e que para mim, era um pouco desconhecido.
Comentarei a minha forma detalhada de pesquisa e o modo como ela progrediu e ainda a análise de uma página da Internet. Por fim, concluirei o meu trabalho, com uma breve reflexão sobre a temática em todo ele desenvolvida.
Ainda, incluirei as referências bibliográficas, bem como os anexos que serviram de base à ficha de leitura e à avaliação da página da Internet.
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2. DESENVOLVIMENTO – ESTADO DAS ARTES
2.1. COIMBRA E A SUA LOCALIZAÇÃO
A cidade de Coimbra está implantada num local geograficamente privilegiado, de contacto com o Norte e o Sul do território, numa zona estreita entre a planície inundável e a serra e pelo porto fluvial intermediário entre as povoações. (Pinto, 2001)
Coimbra situa‐se na terminação da linha contínua de serranias (Serra da Estrela, do Açor, da Lousã), assim como elevações menores como “…à beira do Rio Mondego, assenta a vila de Penacova.” (Pinto, 2001)
A partir desta área começam os chamados campos do Mondego “áreas baixas e inundáveis, as mais delas pantanosas, pelo que em tempos antigos as comunicações no estuário se faziam sobretudo através da navegação fluvial. (Pinto, 2001)
Segundo Orlando Ribeiro, a localização da cidade é descrita da seguinte forma:
“Para quem sai de Coimbra pela estrada de Lisboa, o primeiro alto obrigatório é o miradouro do Vale do Inferno, de onde se contempla o mais belo e completo panorama que permite apreciar não só o conjunto da cidade mas ainda as linhas essenciais do seu quadro natural. Pela esquerda, fecha o horizonte o casario branco de Santa Clara, que se divisa entre oliveiras e parece escorregar na encosta. Aos nossos pés espraia‐se o Mondego, num vale já largo entre vertentes cobertas de olival. (…) Do outro lado do rio, desenrola‐se o casario completo da cidade desde a Estação Velha e o bairro industrial até Santo António dos Olivais, desgraciosamente coroado de alto depósito de água. (…) Apenas o arvoredo denso do Jardim Botânico desce, em degraus, por um espaço menos abrupto da vertente. (…) Para leste, corre o Mondego entre colinas cobertas de pinhal; mais longe erguem‐se as serranias que fecham o horizonte de Coimbra: o Buçaco e o Dianteiro…” (Ribeiro, 1987)
2.2. EVOLUÇÃO DO ESPAÇO URBANO
A actual cidade de Coimbra teve o seu primitivo núcleo de povoamento no cimo da colina da Alta. Era passagem quase obrigatória entre o Norte e o Sul. O Rio Mondego, bem como a fertilidade das suas margens, são factores desde sempre favoráveis à cidade.
Não faltam descrições pré‐históricas da ocupação deste território privilegiado, desde a época romana com o “povoado de Aeminium”, às invasões germânicas, que também
influenciaram o desenvolvimento da cidade. A invasão muçulmana de 711 trouxe à cidade marcas “…que os tempos de intranquilidade sempre deixam…”, como nome de Almedina (cidade dentro de muralhas). (Ribeiro, 1987)
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2.3.O MONDEGO
2.3.1. A UTILIZAÇÃO E O DOMÍNIO DA ÁGUA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MONDEGO
“O Mondego não é apenas o mais importante dos rios nascidos em Portugal. É também o mais português por ter sido sentido e cantado por quase todos os grande poetas portugueses. (…) Muitos celebraram as “doces e claras águas” “entre os choupais murmurando”, “os saudosos campos” “o cristalino curso” “os salgueiros a cantar” “as falas mais tristes” do “languido Mondego”.” (Ribeiro, 1987)
O rio Mondego expande‐se por cerca de 240 Km desde a Serra da Estrela até à Figueira da Foz. É o mais longo dos rios portugueses e o de maior bacia hidrográfica entre Coimbra e Figueira da Foz atravessa uma extensa planície designada por Baixo Mondego, que durante séculos causou graves problemas às populações, em virtude das inundações provocadas pela subida do leito e formação de zonas pantanosas.
Contudo, o Baixo Mondego tem sido, desde há muito tempo, protagonizado quer pela fertilidade dos seus campos, quer pela riqueza do seu litoral.
Por todos estes motivos, foi necessária a intervenção humana quer no âmbito da hidráulica fluvial (para domínio do excesso de água, obras de drenagem) mas também para a utilização de água como meio de navegação fluvial.
Esta intervenção foi orientada até ao séc. XVIII, não por conhecimentos científicos ou técnicos, pois ainda não existiam, mas apenas recorrendo ao critério da observação. Só mais tarde se observou o desenvolvimento da hidráulica fluvial.
Durante vários séculos, registaram‐se vários estudos sobre o Mondego, por alguns dos mais célebres mestres‐de‐obras e arquitectos, tendo sido consideravelmente uma preocupação para muitos dos nossos Reis, havendo registos de planos, projectos e análises, nestas épocas.
A frequência das inundações bem como as deficiências de drenagem das zonas baixas, do Mondego, aumentaram e agravaram ao longo dos tempos, com o assoreamento do rio.
Já no séc. XX, foram elaborados projectos para a bacia hidrográfica do Mondego, que através de uma apurada investigação, contribuíram significativamente para o aumento dos conhecimentos técnico‐científicos disponíveis em Portugal, nas áreas de hidrologia, recursos hídricos, hidráulica e geotecnia.
Na segunda metade do séc. XX, a realização dos aproveitamentos hidráulicos no Mondego originaram a elaboração de estudos e projectos inovadores, verificando‐se uma maior relevância para a Aguieira. Esses estudos atingidos pela engenharia
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portuguesa foram extremamente importantes, a nível dos domínios de hidráulica, estruturas e geotecnia.
Após 1970, começam a realizar‐se alguns projectos com o objectivo de melhorar esta problemática. Assim, o aproveitamento da Aguieira veio regular o caudal das águas e ao mesmo tempo diferenciar o novo percurso do rio. Estas alterações foram essenciais para a defesa contra as cheias, bem como para o fornecimento de água para rega do Baixo Mondego.
As características destes projectos, em especial da Aguieira, “executado com uma barragem de três abóbadas de dupla curvatura e grandes vãos e equipado com a primeira central reversível portuguesa, com três grupos de 100 MVA – foram altamente inovadoras…” (Quintel, 2006)
O programa de desenvolvimento da Barragem foi muito complexo, sendo introduzidos sucessivos aperfeiçoamentos de acordo com o conhecimento adquirido das caracteristicas geológicas e geotécnicas da fundação, que consequentemente levaram a dificuldades significativas até ao projecto definitivo. A drenagem e impermeabilização da fundação da barragem, bem como a sua execução exigiram cuidados especiais.
“A Barragem da Aguieira foi executada com dois descarregadores de cheias, cada um dimensionado para 1000 m3/s (atendendo ao amortecimento da cheia na albufeira) e construído sobre um dos dois contrafortes do centro. Cada descarregador compreende um curto trecho em pressão, controlado a jusante por uma comporta de segmento e seguido de um canal fortemente descendente; este canal termina por um deflector que dispersa o jacto de modo a reduzir a erosão provocada pelo seu impacto no leito do rio.” (Sanches, 1996)
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2.3.2.O MONDEGO NA CIDADE
O Rio Mondego era “um fio de água durante o Verão”, mas com o Inverno e as suas chuvas fortes, por várias vezes, invadiu a cidade. Em 1900, uma enorme cheia atingiu os 6m de altura “alagando as casas da baixinha e obrigando as pessoas a utilizarem barcos para se deslocarem”. A 29 de Janeiro de 1948, outra cheia arrasadora transpôs as margens do Mondego. Em Santa Clara, a água atingiu mais de 6m de altura alagando o Portugal dos Pequenitos e a Quinta das Lágrimas. Na margem direita as águas chegaram até ao Largo da Portagem, deixando submersa a Estrada da Beira.
Mas nem só de cheias vive a história do Mondego, a 2 de Agosto de 1935, foi inaugurada a primeira praia artificial do país sobre o seu leito. O sucesso deste espaço foi tal, que para além das esplanadas, bares e restaurantes, já existentes aquando desta inauguração, foi criada uma escola de natação para crianças, ampliaram‐se as zonas de diversão e aumentou‐se o número de barcos de recreio. Os Verões quentes de Coimbra foram mais frescos para os conimbricenses, durante os sete anos que esta praia esteve activa. (Marques, 2004)
Com o progressivo assoreamento do rio, foi‐se dissipando a possibilidade de navegação, sendo apenas possível a existência de barcos de pequeno porte, as características “Barcas Serranas”, que traziam sal e peixe desde a Figueira da Foz, à foz do Dão e traziam pão e vinho entre a Raiva, Penacova e Coimbra.
“Vários eram os sistemas primitivos de transporte a montante de Coimbra, no entanto um tem lugar de primazia – a barca serrana…” (Duarte, 1990)
Também estas serviam de transporte às lavadeiras que se deslocavam semanalmente, ao rio que se “encarregava do tratamento das roupas dos moradores de Coimbra”. (Pinto, 2001)
O nome “Basófias”, atribuído ao rio, provem do seu inconstante leito, por vezes com um caudal bastante abundante e outras vezes mais escasso, ou até sem água. Imagem 2 – Barca Serrana
Em 1978, foi projectada a ponte do Açude, situada no leito do rio Mondego, tendo só entrado em funcionamento apenas em 1981.
Com efeito, com a construção do Açude e da Barragem da Aguieira e de outras obras, o seu caudal ficou regularizado e o rio ficou navegável durante todo o ano desde a Ponte do Açude até próximo da Ponte da Portela e um novo “Basófias” surgiu no rio
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em 1993: um barco de turismo para efectuar passeios no rio, que foi construído em França, especialmente para navegação no Mondego.
Também esta ponte veio criar um espelho de água permanente em frente à cidade, bem como, uma travessia rodoviária urbana no extremo norte da cidade. Permitiu ainda a formação de uma nova zona de lúdica/desportiva, de desportos náuticos, como remo, vela e natação.
2.3.3.REESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE COIMBRA
Mais recentemente, foi efectuado um plano designado “Plano de Pormenor de Parque Verde do Mondego entre a ponte de Santa Clara e a Ponte Europa” que enquadra um conjunto de projectos e obras, inseridos no âmbito do Programa Polis, que expandem os espaços de lazer e de cultura, aproximando o Rio, à cidade que se
desenvolve nas suas margens.
Neste plano, insere‐se a criação de acessos ao rio, de percursos ao longo das margens, construção de novos equipamentos valorizando os elementos naturais da paisagem.
Toda a intervenção que este Plano de pormenor estrutura, “tem como pressuposto a possibilidade de ocorrência de cheias no Rio
Mondego, uma vez que boa parte da área se situa abaixo da cota 21, fixada como cota máxima de cheia.” (Camilo Cortesão & Associados, Arquitectos, Lda, 2006)
Neste plano, está previsto, ao nível da margem direita, “o restauro e beneficiação do Jardim Público, a execução de nova rede de drenagem de águas pluviais, execução ou reabilitação de infra‐estruturas enterradas, execução de rede de rega automática, reabilitação do sistema de iluminação pública, recuperação de pavimentos, reformulação de plantações e sementeiras, recuperação ou substituição do mobiliário urbano e construção dos sectores de ciclovia e de via de eléctrico, incluindo “by‐pass” e paragem”, entre outras. (Camilo Cortesão & Associados, Arquitectos, Lda, 2006)
Imagem 3 – Panorâmica da Cidade e do rio
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3.DESCRIÇÃO DETALHADA DA PESQUISA
Após a escolha do tema e através dos conhecimentos e recursos que tinha ao meu dispor fiz uma recolha da máxima informação possível sobre o Rio Mondego e a cidade de Coimbra. De seguida, tal como tinha aprendido na frequência das aulas da disciplina de Fontes de Informação Sociológica, procurei no catálogo on‐line da Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, utilizando como descritores de pesquisa: “Rio Mondego”, “Coimbra”, “Coimbra e o Rio Mondego”. Assim, encontrei o livro que me permitiu realizar a ficha de leitura: “História do Abastecimento de Água a Coimbra” de José Amado Mendes. Fiquei ainda a saber que este autor foi uma das pessoas que mais se preocupou na pesquisa deste tema tendo por isso publicado o volume II onde actualiza esta temática.
Posteriormente, dirigi‐me à Biblioteca Municipal, onde me apercebi da quantidade de informação que existia sobre este tema tão vasto e extenso.
Decidi então fazer uma selecção pormenorizada, daqueles que mais se aproximavam e relacionavam entre si, para não me dispersar, procurando uns com os aspectos mais teóricos e específicos, outros apenas por mera curiosidade.
Foi‐nos ainda disponibilizado pelo Professor, os relatórios da Câmara Municipal, que me ajudaram na realização do Estado das Artes, inserido na abordagem do Programa Polis.
Com toda a informação recolhida, senti uma grande dificuldade em organizar um fio condutor na execução do Estado das Artes, tentando abordar tudo aquilo que achava mais importante, tendo que sintetizar o mais possível, devido à extensão e proporção que um trabalho deste tema pode atingir.
Efectuei a minha pesquisa também na Internet, onde os resultados sobre a temática foram igualmente muito extensos, escolhendo sites mais científicos e fidedignos para o meu trabalho, como o que serviu de exemplo à avaliação de uma página da Internet. Utilizei ainda o site da cadeira no qual o trabalho se insere, o que me ajudou nas citações, nas referências bibliográficas e na forma como pesquisar. (Peixoto, 2011)
Neste momento, depois de estar mais elucidada sobre a estrutura do trabalho, procedi à realização de um plano condutor organizado, que foi sofrendo alterações à medida que novos aspectos de interesse foram surgindo.
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4.FICHA DE LEITURA
A partir de um capítulo do livro “História do Abastecimento de Água a Coimbra”: Arranque do abastecimento da água a Coimbra (1889‐90) e expansão da respectiva rede. Título da Publicação: História do Abastecimento de Água a Coimbra. Autor da Obra: José Amado Mendes Local onde se encontra: Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Data da publicação: 2007 Local de Edição: Coimbra Editora: Águas de Coimbra Cota: 946.9MEN N.º de Páginas: 80 páginas (Livro) – 10 páginas (capítulo) Assunto: Abastecimento de Água à cidade de Coimbra, Séc.XIX e início Séc.XX Palavras‐Chave: Água / Abastecimento / Canalizações / Coimbra Data de Leitura: Outubro de 2011 SOBRE O AUTOR:
José Amado Mendes nasceu em Coimbra, tendo‐se doutorado em História Moderna e Contemporânea, pela Universidade de Coimbra, e mestre em Ciências da Educação, pela Universidade de Austin (EUA). É professor catedrático (aposentado) da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e colaborador da Universidade Autónoma de Lisboa. Tem‐se dedicado à investigação de diversas temáticas, com destaque para as seguintes: história económica e social, industrialização, história empresarial, ética e cultura de empresa, liderança e cultura organizacional, museologia e património cultural, sobre as quais publicou várias obras. Foi Director do Curso de “Mestrado em Museologia e Património Cultural” e um dos organizadores do I Encontro Nacional sobre o Património Industrial (Coimbra – Guimarães – Lisboa/1986), cujas actas foram publicadas sob a sua coordenação. Foi membro e coordenador de um grupo de trabalho do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX – CEIS 20 e
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Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É membro de várias associações científicas, nacionais e estrangeiras. Além do livro editado sobre a História do Abastecimento de Água a Coimbra, tem demonstrado uma grande dedicação ao estudo deste tema.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO AUTOR NO CAPÍTULO: ‐ O Conimbricense nº. 4192 de 29/10/1887, pág. 3 ‐ Anais do Município de Coimbra 1870 – 1889, p. XLI ‐ A. P. de M. Guedes e A. P. Rodrigues, Inquérito sobre abastecimento de água…, p.36 ‐Evolução Populacional Coimbrã (Armando Carneiro da Silva, Arquivo Coimbrão, vol. XXIII, 1968, p.275 e 281) ‐ Projecto de Esgoto e Saneamento da cidade de Coimbra ‐ (Revista de obras públicas e minas, ano XXIV, t. XXIV, 1895, p.29) ‐A Área Económica de Coimbra…, p.264‐266, José Amado Mendes RESUMO: O livro História do Abastecimento de Água a Coimbra e consequentemente o capítulo analisado, tem como objectivo, transmitir de uma forma muito técnica e fundamentada em dados reais, o processo moroso e atribulado de abastecimento de água a uma cidade, desde o seu inicio, passando pelas burocracias e dificuldades até ao seu completo funcionamento. Representa a importância deste bem essencial desde o mais ínfimo pormenor à vida de uma cidade. ESTRUTURA:
No início do capítulo o autor pretende de uma forma bastante pormenorizada elucidar‐nos como se processou o abastecimento de água à cidade de Coimbra, no século XIX e princípio do século XX.
Segundo o autor “um dos argumentos utilizados aquando da introdução do abastecimento de água ao domicílio a Coimbra, inaugurado em 1889, era o de que as mulheres que iam ao Mondego buscar água, a encontravam conspurcada, devido à actividade das lavadeiras junto aos locais de recolha”.
Sabe‐se que a cidade de Coimbra se debatia nos anos 1860‐1880 com carências desta ordem e que se tornava imperioso tomar medidas que viabilizassem a instalação de um adequado sistema de água.
Inicia‐se então, em Outubro de 1887, a segunda fase no processo que conduz ao abastecimento industrial de água a Coimbra.
Após ter sido publicado um edital no jornal o “Conimbricense”, foram apresentadas as propostas à Câmara Municipal de Coimbra e analisadas de modo a reunirem as condições estipuladas, para se proceder ao inicio das obras.
Os trabalhos começaram pouco tempo depois, ou seja, ainda no primeiro semestre de 1888 e no final daquele ano iniciavam‐se as obras para a instalação de canalizações em diversas ruas da Baixa e da Alta e também bocas de incêndios.
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Em Maio de 1889, Coimbra vê finalmente chegar o tão esperado melhoramento que é o abastecimento de água pelos métodos modernos.
No entanto, há referências que nos informam que o sistema demorou algum tempo até ficar completamente eficaz. Segundo os relatórios e transcrições da época quer da Câmara Municipal, quer de comissões nomeadas para o efeito, haveria um elevado número de deficiências e anomalias que tinham de ser corrigidas, pois para que se alcance um resultado perfeito é necessário passar por uma fase experimental e de rectificação.
Contudo, esta situação tende a não perdurar por muito mais tempo e nas três décadas e meia subsequentes a rede de abastecimento de água a Coimbra foi‐se alargando proporcionalmente ao crescimento da população e ao desenvolvimento da área urbana.
Com uma cidade em crescente evolução, com o aumento da população nalgumas freguesias e com o crescimento demográfico noutras, o autor alerta‐nos para duas questões de facto bastante pertinentes. Uma relacionada com a adesão da população de Coimbra ao abastecimento de um bem tão necessário como é a água e a outra concernente à capacidade de resposta eficaz por parte das entidades competentes (neste caso a Câmara ou os Serviços Municipalizados) a tanta solicitação.
Não podemos responder cabalmente a estas questões, mas atendendo a informações e testemunhos disponíveis, e também pelas alusões que eram feitas nas sessões camarárias, concluímos que a adesão por parte da população de Coimbra era um facto real.
Sendo a água um bem mais do que essencial e partindo da premissa que a generalidade dos habitantes partilha a mesma necessidade no que respeita à qualidade de vida, entende‐se inequivocamente a importância deste capítulo para compreender a evolução que este novo sistema trouxe à população da cidade de Coimbra.
Na sessão da Câmara de 30 de Dezembro de 1889 foi “aprovado um voto de louvor ao director técnico da repartição de águas pela competência e zelo com que tem desempenhado o seu cargo” (Anais do Município de Coimbra, 1890‐1903 p.181)
Face ao exposto até aqui, podemos concluir que o balanço é positivo ,quer pelo elevado número de pedidos de instalação, quer pelo aumento das receitas.
No entanto, havia zonas onde o abastecimento de água só veio a ser feito já no início do século XX, como é o caso da freguesia de Santa Clara, onde apenas em 1904 é autorizado o assentamento de tubos para o referido abastecimento de água. Segue‐se a zona do Calhabé, Bairro de S. José, Alpenduradas, estrada da Beira entre outras.
As canalizações prosseguem nos anos seguintes, de um modo que podemos considerar lento tendo em vista tratar‐se de um bem absolutamente imprescindível e que tanto tempo levou até à sua completa concretização.
Com efeito, convém fazer referência que ao longo deste demorado processo, atendendo aos escassos recursos utilizados quer nos materiais quer nas infra‐estruturas normais para a época, as canalizações tiveram de ser substituídas em grande parte das tubagens.
Entre 1922 e 1926 procedeu‐se a uma profunda remodelação que conduziria à electrificação do sistema elevatório das águas, tendo este processo terminado apenas em 1927.
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Para terminar a análise deste capítulo, podemos concluir, que o abastecimento de água à cidade de Coimbra, embora lento, constitui um marco importante no desenvolvimento e crescimento da cidade, sendo necessário ao estudo deste tema perceber todo o envolvimento processual desde os primórdios até à estabilidade do sistema, bem como do seu aumento em quantidade e também qualidade da água a fornecer aos munícipes.”
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5.AVALIAÇÃO DE UMA PÁGINA DA INTERNET
Nome do sítio: Umic
Tipo de informação: Informativo
Público‐alvo: Vasto
Língua original: Português
Outras línguas: Versão em Inglês
Endereço URL: http://www.umic.pt/
A página da Internet escolhida por mim para avaliar foi a UMIC, Agência para a Sociedade de
Conhecimento, do Ministério da Educação e Ciência. A escolha deste site baseou‐se no facto
de conter muita informação onde esta é credível e fiável.
“A UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP é o organismo público português com a missão de coordenar as políticas para a sociedade da informação e mobilizá‐la através da promoção de actividades de divulgação, qualificação e investigação, promover o desenvolvimento tecnológico e a criação de conhecimento
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por entidades do sistema científico e tecnológico e por empresas, e estimular o desenvolvimento da e‐Ciência.
A UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP, é um instituto público com personalidade jurídica, autonomia administrativa e financeira e património próprio que se rege pelo Decreto‐Lei nº 153/2007, de 27 de Abril, e pelos estatutos aprovados pela Portaria nº 551/2007, de 30 de Abril. Exerce a sua actividade sob a tutela e superintendência do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O seu Conselho Directivo é presidido por Luís Magalhães.” (UMIC)
Em relação à autoria do site é um site identificado, sendo o autor uma instituição pública e
identificando‐se em nome institucional. Na dimensão da estrutura e navegação as
características apresentadas são as seguintes: o endereço URL é intuitivo e curto,
disponibiliza instrumentos de pesquisa e de navegação como o mapa do site, sendo este
concretamente eficaz. A navegação é fácil de interiorizar, as ligações são ainda pertinentes e
estão activas. A variedade de links recomendados complementa positivamente a página,
como por exemplo a B‐On.
A informação apresentada no site tem uma redacção clara e metódica, exacta e objectiva.
Em relação ao grafismo, tem uma aparência atractiva mas sóbria, o formato de leitura é
adequado, o texto é facilmente legível sem esforço visual.
Para a realização do meu trabalho foi importante e útil a pesquisa efectuada neste site e
globalmente considero‐o muito bom.
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6.CONCLUSÃO
Para concluir este trabalho, e em consonância com o tema por mim escolhido, achei pertinente estabelecer uma relação entre a água e o território.
“A gestão sustentável da água, é uma preocupação crescente, e cada vez mais directamente associada à sustentabilidade do desenvolvimento das nações.
O desenvolvimento de um país está intimamente ligado às características do seu espaço geográfico. Não só na perspectiva dos recursos naturais que encerra, mas ainda da população e da forma como esta se distribui no espaço e como organiza as suas actividades socioeconómicas.
A água é um recurso que se distribui de forma desigual no espaço e no tempo. No entanto, este recurso é um pilar fundamental de qualquer estratégia de desenvolvimento, e , por isso mesmo, de forma a garantir a eficácia dessa estratégia, a disponibilidade do recurso água tem de ser bem equacionada, quando se elabora uma estratégia de desenvolvimento para uma dada realidade espacial e para um determinado período de vigência.” (Malcata, 2009: p.335)
Sinto que muito ficou por dizer, não por falta de pesquisa, mas pela quantidade de bibliografia, (alguma restrita ao local onde se encontrava), artigos e páginas de internet relacionadas com o tema, inclusivamente alguns obstáculos que me surgiram, relacionados com o facto de nem sempre ter acesso ao material que precisava.
No entanto, e para terminar não posso deixar de mencionar o quão gratificante foi para mim realizar este trabalho, pelos conhecimentos que adquiri ao pesquisar os temas, mas mais ainda pelos ensinamentos que nos foram transmitidos nas aulas de fontes de informação sociológica, e que nos permitem fazer uma pesquisa correcta, para posteriormente podermos realizar trabalhos idênticos ao longo do nosso curso.
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ReferênciasBibliográficas
Em Livros:
Camilo Cortesão & Associados, Arquitectos, Lda. (2006). Plano de Pormenor do Parque Verde do Mondego Entre a Ponte de Santa Clara e a ponte Europa. Duarte, V. (1990). Baixo Mondego. Região e Património. Malcata, F. X. (Setembro de 2009). Água um desafio sem Espaço nem Tempo. Lisboa: Universidade Católica. Marques, R. (2004). Coimbra através dos Tempos. Mendes, J. A. (2007). História do Abastecimento de Água a Coimbra. Coimbra: Águas de Coimbra. Pinto, P. (2001). Coimbra. Rio de Mouro: EVEREST. Quintel, A. d. (2006). A Utilização e o Domínio da Água na Baci Hidrográfica do Rio Mondego. Problemas e Soluções ao Longo do Tempo. Lisboa: CEHIDRO. Ribeiro, O. (1987). Coimbra e a Região. Lisboa: Editorial Presença. Sanches, R. (1996). O Problema Secular do Mondego e a sua resolução.
Internet:
Peixoto, P. (2011). http://www4.fe.uc.pt/fontes/. Obtido de http://www4.fe.uc.pt/fontes/
UMIC. (s.d.). Obtido de http://www.umic.pt/: http://www.umic.pt/
Imagens em:
Google. (s.d.). www.googlep.pt. Obtido de Google Imagens: http://www.google.com/search?q=rio+mondego&rls=com.microsoft:pt:IE‐SearchBox&oe=UTF‐8&rlz=1I7ACAW_pt‐PTPT434&um=1&ie=UTF‐8&hl=pt‐PT&tbm=isch&source=og&sa=N&tab=wi&ei=thf9TqfJNZTs8QPrufzGAQ&biw=1093&bih=450&sei=uBf9TsGoJoSChQe3wPHFAQ
Anexo A (A partir de um capítulo do livro “História do Abastecimento de Água a Coimbra”: Arranque do abastecimento da água a Coimbra (1889‐90) e expansão da respectiva rede.)