classicismo 2. revisado

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Classicismo em Classicismo em Portugal Portugal

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Page 1: Classicismo 2. revisado

Classicismo Classicismo em Portugalem Portugal

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Contexto Histórico Desenvolvimento do

comércio; Reforma Protestante; Desenvolvimento

científico-tecnológico

Navegações Imprensa Antropocentrismo Nas artes valorização

dos clássicos

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Renascimento / Artes

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CLASSICISMOCLASSICISMO

CONTEXTO HISTÓRICOCONTEXTO HISTÓRICO

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CONTEXTO HISTÓRICO Classicismo é o nome que se dá a

manifestação literária compreendida no contexto histórico do RENASCIMENTO.

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Fatores que geraram o Fatores que geraram o Renascimento:Renascimento: A urbanização gera condições de A urbanização gera condições de

uma nova cultura, a ascensão uma nova cultura, a ascensão comercial da burguesia comercial da burguesia propiciava apoio financeiro no propiciava apoio financeiro no desenvolvimento da nova cultura.desenvolvimento da nova cultura.

A retomada dos estudos das A retomada dos estudos das obras greco-romanas foi de obras greco-romanas foi de grande importância.grande importância.

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grande avanço científico que proporcionou as grandes navegações;

a nova concepção do homem e o questionamento de algumas práticas da Igreja Católica. Nesse período houve um notável florescimento das artes, que substituíram o primitivismo medieval pela noção de perspectiva, pela multiplicação das cores e pelo maior equilíbrio com que as formas humanas passaram a ser retratadas.

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visão antropocêntricavisão antropocêntrica ,na ,na verdade, não surgiu pela verdade, não surgiu pela primeira vez no primeira vez no Renascimento, pois os Renascimento, pois os antigos gregos já tinham antigos gregos já tinham construído uma sociedade construído uma sociedade baseada nela. Daí o nome baseada nela. Daí o nome Renascimento - uma Renascimento - uma associação ao ressurgimento associação ao ressurgimento de alguns valores que haviam de alguns valores que haviam caracterizado a cultura caracterizado a cultura greco-romana clássicagreco-romana clássica

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Características: Imitação dos autores clássicos Imitação dos autores clássicos

gregos e romanos da antiguidadegregos e romanos da antiguidade:: Homero, Virgílio, Ovídio, etc.Homero, Virgílio, Ovídio, etc.

Uso da mitologiaUso da mitologia:: Os deuses e as Os deuses e as musas, inspiradoras dos clássicos musas, inspiradoras dos clássicos gregos e latinos aparecem gregos e latinos aparecem também nos clássicos também nos clássicos renascentistas: Os Lusíadas:renascentistas: Os Lusíadas:(Vênus) = a deusa do amor; (Vênus) = a deusa do amor; Marte( o deus da guerra), Marte( o deus da guerra), protegem os portugueses em suas protegem os portugueses em suas conquistas marítimas.conquistas marítimas.

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Predomínio da razão sobre os Predomínio da razão sobre os sentimentossentimentos:: A linguagem clássica não é A linguagem clássica não é subjetiva nem impregnada de subjetiva nem impregnada de sentimentalismos , porque procura ecoar, sentimentalismos , porque procura ecoar, através da razão, todas os dados através da razão, todas os dados fornecidos pela natureza e, desta forma fornecidos pela natureza e, desta forma expressou verdades universais.expressou verdades universais.

IdealismoIdealismo:: O classicismo aborda o homem O classicismo aborda o homem ideal, liberto de suas necessidades diárias, ideal, liberto de suas necessidades diárias, comuns. Os personagens centrais das comuns. Os personagens centrais das epopéias(grandes poemas sobre grandes epopéias(grandes poemas sobre grandes feitos e heróicos) nos são apresentados como feitos e heróicos) nos são apresentados como seres superiores, verdadeiros semi-deuses, seres superiores, verdadeiros semi-deuses, sem defeitos. sem defeitos.

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Amor PlatônicoAmor Platônico:: Os poetas Os poetas clássicos revivem a ideia de clássicos revivem a ideia de Platão de que o amor deve ser Platão de que o amor deve ser sublime, elevado, espiritual, sublime, elevado, espiritual, puro, não-físico.puro, não-físico.

Busca da universalidade e Busca da universalidade e impessoalidadeimpessoalidade:: A obra clássica A obra clássica torna-se a expressão de verdades torna-se a expressão de verdades universais, eternas e despreza o universais, eternas e despreza o particular, o individual,particular, o individual,aquilo que é relativo.aquilo que é relativo.

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Os valores do Renascimento 1-O tempo pertence ao homem e este 1-O tempo pertence ao homem e este

deve usá-lo em benefício próprio.deve usá-lo em benefício próprio.2-razão e a fé são 2-razão e a fé são importantes.Valoriza-se a experiência importantes.Valoriza-se a experiência e a observação.e a observação.3-á valorização da originalidade e do 3-á valorização da originalidade e do talento de um artista, do que é marca talento de um artista, do que é marca pessoal do indivíduo (individualismo).pessoal do indivíduo (individualismo).4-O homem está no centro das 4-O homem está no centro das atenções(antropocentrismo).atenções(antropocentrismo).5-O corpo é fonte de prazer e de 5-O corpo é fonte de prazer e de beleza.beleza.

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A Literatura

Imitação dos clássicos → temas, estrutura,...

Mitologia sentido estético Formalismo Medida Nova Predomínio da Razão / Universalismo Amor platônico

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Luís Vaz de Camões (1525 – 1580)

“E assim acabarei a vida, e verão todos que fui tão afeiçoado à minha pátria, que não somente me contentei de morrer nela, mas de morrer com ela”.

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A Épica Camoniana

Os Lusíadas (1572) segue os modelos de Horácio e de Virgílio;

Título: significa “Lusitanos”, ou seja, são os próprios lusos, em sua alma como em sua ação. (Luso=luz)

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Considerações Gerais Tema: Camões cantará as conquistas de

Portugal, as glórias dos navegadores, os reis do passado; em outras palavras, a glória do povo português .

Ação: HistóricaHistórica: Viagem de Vasco da Gama. MitológicaMitológica: Disputa entre os deuses.

A narrativa não segue ordem linear, cronológica.

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Estrutura Dez Cantos; 1102 Estrofes de oito versos; 8816 Versos decassílabos; Rimas ABABABCC; Cinco partes: Proposição

Invocação Dedicatória Narração Epílogo

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Partes ProposiçãoProposição (canto I) (canto I)

As armas e os barões assinaladosQue, da ocidental praia lusitana,

Por mares nunca de antes navegadosPassaram ainda além da Taprobana,

Em perigos e guerras esforçados,Mais do que prometia a força humana,

E entre gente remota edificaramNovo reino, que tanto sublimaram.

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Partes Invocação (canto I) pede inspiração

às Tágides (musas do Tejo). Dedicatória (canto I) dedica o poema

ao Rei D. Sebastião. Narração (cantos I ao X) narra a

viagem de Vasco da Gama ao Oriente. Epílogo (canto X) parte final, poeta

se mostra desiludido com sua pátria, já antevendo a decadência de Portugal.

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Viagem de Vasco da Gama

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Episódios Importantes Canto I Narração in media res; Canal de Moçambique; Concílio dos deuses

Baco X Vênus Armadilha de Baco (falso piloto); Meditação sobre a condição humana.

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Canto I – “Meditação Moral”

“No mar tanta tormenta e tanto dano,Tantas vezes a morte apercebida!

Na terra tanta guerra, tanto engano,Tanta necessidade aborrecida!

Onde pode acolher-se um fraco humano,Onde terá segura a curta vida,

Que não se arme, e se indigne o Céu serenoContra um bicho da terra tão pequeno?”

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Canto II Júpiter consola Vênus, Júpiter prenuncia o sucesso

da expedição lusa; Sonho de Vasco da Gama.

Formosa filha minha, não temaisPerigo algum nos vossos lusitanos,

Nem que ninguém comigo possa mais Que esses chorosos olhos soberanos;Que eu vos prometo, filha, que vejais

Esqueceram-se gregos e romanos,Pelos ilustres feitos que esta genteHá de fazer nas partes do Oriente.”

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Canto III Em Melinde; Invocação à

Calíope; Narração de Vasco

da Gama; Início da História de

Portugal; Episódio de Inês de

Castro.

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Trecho Lírico“Tu só, puro amor, com força crua,

Que dos corações humanos tanto obriga,Deste causa à molesta morte sua,

Como se for a pérfida inimiga,Se dizem, fero amor, que a seta tuaNem com lágrimas tristes se mitiga,

É porque queres, áspero e tirano,Tuas aras banhar em sangue humano”

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Canto IV Continua a História de Portugal; Sonho de Dom Manuel; Narra o dia da partida da frota; Episódio do Velho do Restelo.

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Velho do Restelo“- Ó glória de mandar, ó vã cobiça

Desta vaidade a quem chamamos Fama!Ó fraudulento gosto, que se atiça

Com uma aura popular que honra se chama!Que castigo tamanho e que justiça

Fazes no peito vão que muito te ama!Que mortes, que perigos, que tormentas.

Que crueldades neles experimentas!”

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Canto V Narra a viagem pela

Costa Africana; Episódio de Fernão

Veloso; Episódio do Gigante

Adamastor; Voz de Camões

Crítica aos que não valorizam a poesia.

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A lírica camoniana

Influência da tradição popular portuguesa → redondilhas, cantigas,...

Influência da Antigüidade Clássica; Sonetos → Medida Nova Platonismo amoroso; Visão idealizada da mulher; Análise do contraditório; Desconcerto do mundo;

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Amor PlatônicoAlma minha gentil, que te partiste

Tão cedo desta vida descontente, Repousa lá no Céu eternamente

E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento Etéreo, onde subiste, Memória desta vida se consente,

Não te esqueças daquele amor ardente Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te Alguma cousa a dor que me ficou

Da mágoa sem remédio de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou, Que tão cedo de cá me leve a ver-te, Quão cedo de meus olhos te levou.

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InconstânciaMudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança;

Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem (se algum houve) as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,

Que já coberto foi de neve fria, E enfim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto,

Que não se muda já como soía.

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Análise do contraditórioTanto de meu estado me acho incerto, Que em vivo ardor tremendo estou de frio;

Sem causa, juntamente choro e rio, O mundo todo abarco, e nada aperto.

É tudo quanto sinto um desconcerto: Da alma um fogo me sai, da vista um rio;

Agora espero, agora desconfio; Agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao Céu voando; Num'hora acho mil anos, e é de jeito

Que em mil anos não posso achar um'hora. Se me pergunta alguém porque assi ando,

Respondo que não sei, porém suspeito Que só porque vos vi, minha Senhora.