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FREE CLARINETE

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  • INTRODUO AO ESTUDO DE CLARINETE. VENDA PROIBIDA.

    Autor: Marcos Oliveira Todos os direitos esto em processo de registro na Biblioteca Nacional. A venda deste material proibida. Impresso permitida.

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    Introduo ao Estudo de

    Clarinete

    Introduo, O Clarinete, Linha do Tempo, Curiosidades, Histria da Msica, Msica Sacra e Erudita, Introduo Regncia, Fabricantes & Como Comprar, Famlia do Clarinete, A Palheta simples, Respirao Diafragmtica,

    Movimento, A Embocadura, Clarinetista Erudito, Literatura, Vocabulrio Musical, Dicas de conservao, Etiqueta do Msico, Digitao, Incio dos Estudos, Introduo Musicalizao.

    GUIA ELABORADO PARA TODA A FAMLIA CLARINETE

    Acesse o blog oficial: http://aprendaclarinete.blogspot.com

    Faa o download de artigos relacionados no endereo a seguir: http://www.4shared.com/dir/9729942/16fbdca5/Clarinete.html

  • INTRODUO AO ESTUDO DE CLARINETE. VENDA PROIBIDA.

    Autor: Marcos Oliveira Todos os direitos esto em processo de registro na Biblioteca Nacional. A venda deste material proibida. Impresso permitida.

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    AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho inteiramente a Deus, pela sua obra na minha vida e oportunidade de aprendizado da msica! Ao Senhor Deus por tornar tudo isto possvel, me indicando caminhos com a Sua luz, alegrando-me com os novos descobrimentos e por afirmar continuamente a Sua graa em meu corao; e Ele por abrir caminhos para compartilhar com voc leitor, informaes sobre a arte musical seus elementos, histria e o instrumento em foco e o principal propsito: de O louvarmos com todo o nosso ser.

    PRFACIO O clarinete um descendente da charamela, instrumento bastante popular na Europa pelo menos desde a Idade Mdia Sculo 15.

    Por volta de 1690, durante o Barroco, um fabricante de instrumentos que vivia em Nuremberg, na Alemanha, chamado Johann Christoph Denner, charamelista alemo, acrescentou sua charamela uma chave para o polegar da mo esquerda para que assim pudesse tocar, o que lhe trouxe mais possibilidades sonoras. Surgiu assim o clarinete contemporneo. Introduzido nas orquestras em 1750, foi um dos ltimos instrumentos de sopro incorporados na formao orquestral moderna. O som do clarinete fascinou a Mozart. Leia mais no captulo: Linha do Tempo.

    Algo errado? Colabore: Avise caso encontre alguma informao incorreta ou inprecisa, isto evitar prejuzos no aprendizado de iniciantes. Senhore(a)s Clarinetistas: Toda e qualquer colaborao e sugesto para a melhoria deste material ser bem-vinda, incluindo as crticas.

    Convido voc leitor a desfrutar este material com toda a sensibilidade, afim de colher bons frutos junto a seu instrutor-clarinetista. A sua ateno dispensada por chegar aqui j demonstra o seu interesse em se desenvolver neste arte infinita, a msica. Boa leitura!

  • INTRODUO AO ESTUDO DE CLARINETE. VENDA PROIBIDA.

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    INTRODUO............................................................................................................ 4

    O CLARINETE............................................................................................................ 5 O CORPO DO CLARINETE......................................................................................... 6 A GRANDE FAMLIA ............................................................................................. 7 PARTICULARIDADES................................................................................................. 8

    O SOM NO CLARINETE............................................................................................ 10 A PALHETA ............................................................................................................. 11

    A RESPIRAO........................................................................................................ 12 OS PRIMEIROS SONS ............................................................................................... 12 CLARINETISTAS FAMOSOS ..................................................................................... 14

    LINHA DO TEMPO.................................................................................................. 15 EVOLUO DO SISTEMA DE CHAVES..................................................................... 17 O PERODO ROMNTICO ........................................................................................ 19 O CLARINETE NA FRANA...................................................................................... 20

    CURIOSIDADES....................................................................................................... 21

    HISTRIA DA MSICA.......................................................................................... 22

    MSICA SACRA E ERUDITA................................................................................ 38 A MSICA NO BRASIL ............................................................................................. 40 A MSICA ERUDITA NO BRASIL.............................................................................. 41

    INTRODUO REGNCIA ............................................................................... 47 HISTRIA DA REGNCIA ........................................................................................ 47 TCNICA DE REGNCIA - GESTICULAO ............................................................ 49 CONCEPO DA FORMA......................................................................................... 50 POSTURA DO REGENTE A FRENTE DA ORQUESTRA............................................... 50

    MEIOS DE EXPRESSO ............................................................................................51 A REGNCIA NA CCB .............................................................................................52

    FABRICANTES & COMO COMPRAR..................................................................53

    FAMLIA DO CLARINETE.....................................................................................54

    A PALHETA SIMPLES ............................................................................................59

    RESPIRAO DIAFRAGMTICA........................................................................64

    MOVIMENTO............................................................................................................68

    A EMBOCADURA.....................................................................................................74

    EXPRESSO MUSICAL ..........................................................................................80

    LITERATURA ...........................................................................................................84

    VOCABULRIO MUSICAL ....................................................................................85

    DICAS DE CONSERVAO...................................................................................86

    ETIQUETA DO MSICO.........................................................................................88

    DIGITAO...............................................................................................................91

    INCIO DOS ESTUDOS............................................................................................95 APRENDENDO EM 10 LIES .........................................................................95

    INTRODUO A MUSICALIZAO.................................................................106

    NDICE

  • INTRODUO AO ESTUDO DE CLARINETE. VENDA PROIBIDA.

    Autor: Marcos Oliveira Todos os direitos esto em processo de registro na Biblioteca Nacional. A venda deste material proibida. Impresso permitida.

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    INTRODUO

    Voc vai descobrir o clarinete e aprender a tocar e aperfeioar a tcnica!

    O objetivo deste documento de divulgar e esclarecer os tpicos mais importantes do instrumento, facilitando o aprendizado e desenvolvimento dos estudante iniciantes.

    Lembre-se: sempre com o acompanhamento de um instrutor-clarinetista.

    O requisito primordial para a eficcia do seu aprendizado a dedicao cuidadosa para que haja progressos efetivos. A orientao de um professor contribui para fatores vitais.

    A pgina sobre a digitao surpreendente e est completa para ser usada com qualquer tipo de Clarinete, e facilitada para estudantes iniciantes

    Est comprovado que todo instrumento difcil de aprender quando no existe o estudo e a dedicao. Por isto, estude com vontade e determinao, lute por seu objetivo, e como acontecer em qualquer outro instrumento, suas possibilidades de aprendizado e aperfeioamento sero ilimitados, principalmente os benefcios que so resultados positivos na arte musical e na parte espiritual.

    MarcosNotaBanners de Incentivo

    Imprima e use estes banners como material de incentivo no grupo de estudos musicais.

    http://www.4shared.com/file/69886541/eee56f28/Banner_-_Nossa_orquestra_precisa_de_Clarinete_Baixo_-_Sib.html

    Outros downloads em:http://www.4shared.com/dir/9729942/16fbdca5/Clarinete.html

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    O CLARINETE O Clarinete (so apelidos: clarineti ou clarineta) um instrumento de sopro riqussimo da famlia das madeiras. Compreende um tubo cilndrico de madeira (j foram experimentados modelos de metal), que tem a extremidade em forma de campnula e um bocal cnico com uma nica palheta simples e chaves ("botes" metlicos, servem para tapar orifcios onde os dedos no chegam).

    Possui quatro registros: grave, mdio, agudo e superagudo. Os sons so produzidos quando se sopra atravs da palheta, enquanto os dedos do msico abrem e fecham os orifcios ao longo do tubo. Quem toca o clarinete chamado de clarinetista.

    Possui uma chave que, embora denominada chave de oitava, permite dar a 12 das notas fundamentais. um instrumento musical muito verstil, considerado por muitos um instrumento unicamente de Msica Erudita

    O Clarinete alcana a maior tessitura entre todos os instrumentos do naipe: madeiras.

    tradicionalmente feitos de granadilha (substitui o bano por ser uma madeira rara), ou ebonite (compsito de madeiras); sendo as boquilhas geralmente construdas em

    plstiscina. O som produzido devido vibrao da palheta (uma lmina feita de cana), provocada pelo sopro.

    Leia mais informaes no site: http://aprendaclarinete.blogspot.com

    Clarinete Soprano Marca: LeBlanc

    MarcosNotaMTODOS DE ENSINO E OUTROS DOWNLOADS

    Antes de iniciar os estudos, consulte o seu instrutor sobre o mtodo de ensino.Faa tudo com o acompanhamento de um clarinetista.

    >>> Mtodo Rubank (Bsico)

    http://www.4shared.com/file/76127030/3f8955e9/OBOE_-_METODO_-_Rubank_-_Basico__Elementary_.html

    >>> Vrios mtodos

    http://www.4shared.com/file/78385733/5e8118aa/CLARINETE_-_MTODO_-_Da_Capo_-_Joel_Barbosa.htmlhttp://www.4shared.com/file/75670727/c4637a62/CLARINETE_-_MTODO_-_Klose__Francs_.html

    http://www.4shared.com/file/77194947/226ff849/CLARINETE_-_MTODO_-_Leblanc__AVP103__Livro_de_Estudos_-_Volume_1.htmlhttp://www.4shared.com/file/81854190/5fb9d940/CLARINETE_-_MTODO_-_Leblanc__AVP103__Livro_de_Estudos_-_Volume_2.html

    >>> Mtodo BandFolio (Bsico e Intermedirio)

    http://www.4shared.com/file/77419745/5428b6c0/CLARINETE_BAIXO_-_MTODO_-_BandFolio_-_Bsico.htmlhttp://www.4shared.com/file/77419748/2a99ca7d/CLARINETE_BAIXO_-_MTODO_-_BandFolio_-_Intermedirio.html

    >>> Outras referncias (estudos, mtodos, partituras)

    http://www.4shared.com/file/76708135/badb6b7a/CLARINETE_-_MTODO_-_Mtodo_realmente_fcil__The_Really_Easy_Clarinet_Book_.htmlhttp://www.4shared.com/file/77438035/dc5a0287/CLARINETE_-_PARTITURA_-_Mozart_-_12_Duetos_para_Clarinete_Corne_Basseto_-_K487.htmlhttp://www.4shared.com/file/76708711/8b0db153/CLARINETE_-_PARTITURA_-_Solos_Clssicos_para_Clarinete_Soprano_Sib.html

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    O Corpo do Clarinete O corpo do instrumento divide-se em 5 (cinco) partes que encaixam umas nas outras atravs de entalhes revestidos de cortia:

    o corpo superior (acionado pela mo esquerda) e o corpo inferior (acionado pela mo direita): so aonde esto localizados os buracos e chaves onde se toca. O som da nota nasce a medida que se muda os dedos de posio, fazendo com que o ar saia por buracos diferentes.

    o pavilho ou campnula que est fixo na extremidade do corpo inferior, o amplificador do clarinete (o tubo s alarga nesta seo); o barrilete, que prolonga o corpo superior e onde se encontra encaixada, pode ser movido para corrigir a afinao; a boquilha, na qual se fixa a palheta atravs de uma abraadeira de metal.

    Examine com ateno os detalhes do clarinete, monte o instrumento e dedilhe sem emitir notas, crie uma relao ntima com seu instrumento. Esquema de montagem Destaque das partes do Clarinete Soprano:

    SISTEMAS DE CHAVES O sistema de chaves mais comum o Boehm, projetado por Hyacinthe Klos. Outro sistema o Oehler, usado principalmente na Alemanha e ustria. Com relao ao nmero de chaves/registros pode ter 13 chaves (pode ser Sistema Mueller ou Sistema Oehler) 16 ou 17 chaves (sistema Boehm) 21 chaves ou outros menos comuns de 27 e 31 chaves.

    BOQUILHA E ABRAADEIRA BARRILETE

    CORPO SUPERIOR CORPO INFERIOR CAMPNULA

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    A Grande Famlia

    O Clarinete possui uma famlia composta por vrios instrumentos, vamos conhec-los:

    Clarinete Piccolo ou Requinta - Eb (Mib) ou D (R) - 1 oitava mais aguda que o soprano. A Requinta em R antiga e incomum. Clarinete Soprano - o mais comum afinao geralmente em C (D) ou Bb (Sib). Tambm em A (L), Eb (Mib), D (R) e G (Sol). Clarinete basset (raro no Brasil) A (L) clarinete mais alongado ligeiramente diferente. A tessitura maior e o timbre muito rico. Cor de basset ou Corno Basseto (raro no Brasil) - espcie de clarinete em F, tem o corpo ligeiramente diferente (curvo ou angular), usado

    em orquestras europias atualmente (no perodo clssico foi usado por Mozart, e por Richard Strauss em Elektra).

    Clarinete Alto ou Clarone Alto - Em Eb (Mib) - 1 oitava mais grave que o soprano. Clarinete Contra-Alto ou Clarone Contra-Alto - Em Eb (Mib) - 1 oitava mais grave que o Clarinete alto. Clarinete Baixo ou Clarone Baixo - Em Bb (Sib) - 1 oitava mais grave que o soprano. Clarinete Contra-Baixo ou Clarone Contra-Baixo - Em Bb (Sib) - 1 oitava mais grave que o Clarinete Baixo.

    Conhea a famlia completa do clarinete, instrumentos raros e ligaes com instrumentos, no captulo: Famlia do Clarinete.

    Outras informaes:

    Foram criados clarinetes Octocontra-alto (EEEb) e Octocontrabaixo (BBBb) mas no foram fabricados em escala comercial. O mais comum como foi dito acima, o Clarinete Soprano em Bb (Sib), com 16 ou 17 chaves. No comum o clarinete de 18 chaves e em C (D). O Clarinete Soprano em Sib ou L, tambm so chamados de clarinete harmnico ou clarinete de harmonia. Houve um experimento e criado clarinetes soprano em D, Sib e L com corpos curvos e campana com os nomes: Saxonete, Claribel e Clarifone. O Sistema Boehm, recebe este nome pois tem como base o sistema que se tornou padro nas flautas transversais. Adaptado por Hyacinthe Klos.

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    Particularidades

    VISO GERAL O clarinete possui semelhanas com o obo, mas difere no que timbre a sua forma (o obo cnico, e o clarinete cilndrico), no timbre (o obo nasalado e penetrante, enquanto o clarinete mais aveludado do que penetrante, menos rascante e mais encorpada), e na extenso de notas (o obo possui a menor extenso de notas dentre os sopros, enquanto o clarinete, a maior). Essas diferenas se do principalmente pela forma cilndrica do clarinete e do uso de apenas uma palheta, enquanto que o obo, o fagote e o corne ingls se utilizam de uma palheta dupla.

    Alguns clarinetistas compram suas palhetas e fazem ajustes pessoais artesanalmente, afim de corrigir as imperfeies destas para adequ-las a sua prpria anatomia e necessidade de som. A palheta fixada na boquilha por meio da braadeira, que funciona como um prendedor, onde o clarinetista manipula a fora e intensidade com que a palheta est presa na boquilha. De modo geral, a palheta no pode estar demasiadamente frouxa e nem excessivamente apertada!

    Embora o processo descrito acima, sobre o uso da palheta nos clarinetes, tambm seja usado no saxofone, no podemos confundi-lo! O saxofone nasceu do clarinete, e por isso apresenta mecanismos semelhantes, mas a embocadura do clarinete muito mais tensa e trabalhosa do que a embocadura exigida no saxofone.

    Isto muito ntido, ao comparar a execuo de um saxofone e de um clarinete, e inclusive muitos msicos que querem aprender a tocar saxofone tambm optam por aprender primeiramente, ou paralelamente, o clarinete.

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    INSTRUMENTO TRANSPOSITOR O clarinete pertence a um grupo de instrumentos chamados transpositores, onde a nota escrita (na partitura) diferente da nota verdadeira, por causa da afinao do instrumento. Por isto necessria a transposio de notas para que o clarinete toque no tom real da msica. Isso facilitou aos msicos, pois o clarinete possui uma extenso de notas muito grande.

    O instrumento em D, raramente usado atualmente, mas foi muito utilizado na orquestra clssica e pr-romntica (Mozart e Beethoven). H tambm os clarinetes mais agudos, tambm conhecidos como Clarinete Piccolo ou Requinta - em Mi bemol, (utilizado por Richard Strauss e Stravinsky) e os clarinetes mais graves: clarinete contralto - Mi bemol, o clarinete baixo - Si bemol e o clarinete contrabaixo - Si bemol.

    Aparentado com o clarinete soprano o clarinete basset - afinado em L e o cor de basset - afinado em F. As bandas militares do preferncia ao clarinete alto, e as orquestras sinfnicas do preferncia ao cor de basset (leia mais no captulo: Famlia do Clarinete).

    O PRESTGIO DO CLARINETE As possibilidades harmnicas, o grande controle de dinmicas que o instrumento permite, a grande agilidade, a grande extenso de notas, a sua natureza de timbres e o poder sonoro do ao clarinete uma posio de destaque nas orquestras atuais. Alguns dizem que o "violino das madeiras" em razo das virtudes mencionadas acima. No entanto, o clarinete ainda no um instrumento perfeito e algumas notas ainda apresentam srios problemas de afinao, mesmo com todo trabalho iniciado pelo flautista Boehm, que foi adaptado posteriormente para os demais sopros. O sistema Oehler considerado o mais apropriado para o clarinete, j que resolveu a maior parte dos problemas deste instrumento, mas ainda no perfeito pois acarretou uma perda de brilho no timbre natural do clarinete. Enquanto que o sistema Boehm, apesar de manter alguns desses problemas, mantm o brilho particular do instrumento. O controle das imperfeies cabe ao msico, e isto torna o clarinete um instrumento desafiador. Quem se interessa a tocar clarinete, saiba que precisar de muito empenho e dedicao, e se encantar com a beleza do instrumento.

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    O som no Clarinete O timbre do clarinete muito diversificado. Na regio grave o timbre aveludado, cheio e escuro; no registro mdio h uma mudana fantstica e o timbre se torna brilhante e expressivo, e conforme o registro se torna agudo se tornando cada vez mais brilhante e alegre.

    O ponto principal do incio dos estudos a emisso e qualidade do som, e depende essencialmente dos fatores: Fsico, Tcnico e Material.

    O fator fsico engloba todas as caractersticas do aluno, desde a sua estrutura fsica (altura, peso, etc.), at especificidade da sua embocadura (lbios, maxilar). Desta forma, quando um aluno comea a aprendizagem do clarinete, o professor deve ter em conta as suas caractersticas pessoais, e a sua pedagogia deve contemplar uma adaptao ao indivduo, de maneira a que cada um encontre a forma de tocar que o faa sentir melhor (tocar naturalmente).

    No que respeita ao fator tcnico, podemos dividi-lo em dois componentes bsicos: a embocadura e a coluna de ar; assim, atravs da embocadura correta na boquilha que a emisso do som vai resultar ou no. A coluna de ar determina a durao, intensidade e cor do som (timbre); a presso rpida do ar origina um som timbrado e cheio. Logicamente, a interrupo da coluna de ar dar origem interrupo do som.

    Finalmente, o fator material est relacionado com a qualidade e/ou adequao dos materiais utilizados; dever existir compromisso entre as caractersticas fsicas do indivduo e o tipo de instrumento e acessrios usados. No que respeita escolha de boquilha e palhetas (parte primordial para a emisso do som), estas devem seguir uma lgica baseada no tipo de abertura da boquilha: quanto mais aberta for a boquilha mais brandas devero ser as palhetas, e quanto mais fechada mais fortes devero ser.

    Concluso: Estes fatores sempre esto associados, e o aluno deve escolher os materiais e acessrios para o seu desempenho como clarinetista.

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    A palheta A palheta a responsvel pela emisso do som no clarinete, assim como as cordas para um violino. Ao soprarmos a boquilha gerada uma coluna de ar que faz vibrar a palheta, produzindo o som.

    As palhetas so fabricadas com madeira, geralmente cana ou bambu, porm existem palhetas sintticas criadas pela engenharia moderna. Existem numeraes para determinar o nvel de dureza de uma palheta, mas esta numerao no padronizada, varia de fabricante para fabricante. Quanto mais dura a palheta maior o esforo para a emisso da nota, contudo menor o esforo para manter o controle da afinao. Escolha palhetas de bambu sem revestimento, da marca Vandoren ou Rico. Conhea tambm alguns acessrios do clarinete:

    COBRE BOQUILHA E PRESILHA

    PRESILHA DE COURO

    Diagrama da Topografia de Palhetas Marca: Vandoren

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    A respirao A emisso do som a primeira etapa das muitas que compem o estudo do clarinete. Como base terica (e tcnica) para os primeiros sons, o aluno deve compreender o mecanismo da respirao, uma vez que o clarinete exige um grande controle da produo do ar, que leva emisso do som.

    Podemos dividir o processo da respirao em dois momentos: o primeiro o movimento da inspirao - o indivduo aspira o ar atravs da boca (e nariz) e armazena-o nos pulmes (caixa torcica); o segundo a expirao, que se realiza por meio de uma coluna de ar, apoiada pelo msculo do diafragma que ir ser expelida pela boca e com a sua passagem pela palheta (e boquilha) transformar as vibraes em sons com alturas determinadas. Com a experincia, o aluno compreender a relao quantidade de ar / altura do som, que dever estar sempre presente.

    Os primeiros sons COMO COMEAR O emitir do som no clarinete deve estar baseado numa atmosfera de descontrao e relaxe. O aluno no dever estar preocupado com alturas definidas, posies da mo ou outros fatores, mas sim com a coluna de ar e posio da embocadura. Desta forma, os primeiros sons devero ser experimentados na boquilha com a barrilete, ambos separados do instrumento, libertando o aluno de qualquer presso. Atravs de slabas tipo TE ou TA, o aluno deve procurar o som e usar diferentes duraes.

    DEDILHADO Aps atingido o objetivo de emisso do som atravs da boquilha, proposto ao aluno um novo desafio: as alturas definidas. Comeando com a dedilhao da mo esquerda o aluno deve iniciar a aprendizagem do mecanismo superior, uma vez que so notas com posies simples, o que facilita a emisso do som.

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    USO DAS MOS Uma vez consolidada a tcnica referente mo esquerda, o professor deve iniciar o aluno nas dedilhaes da mo direita, seguindo-se a mudana de registro grave, mdio e agudo do clarinete.

    Apesar de parecer bastante simples, de grande importncia que o aluno faa uma correta aprendizagem da tcnica de base, visto ser desta que ir resultar o seu futuro desempenho musical. Assim, a tcnica o que, lado a lado com a qualidade do som e expresso musical distingue o clarinetista.

    SERIEDADE NOS ESTUDOS O aluno deve ganhar hbitos de trabalho srio, quer no estudo individual, quer na performance do trabalho de conjunto. Assim, o professor, como o primeiro elo de ligao do aluno ao seu instrumento, deve promover ambas as vertentes, podendo ser ele o primeiro grupo de cmara do aluno, incentivando-o assim performance de conjunto, promovendo as capacidades de audio, afinao, improvisao e integrao musical.

    REPERTRIO & CONCERTOS Este tipo de trabalho ajuda o aluno a explorar as potencialidades do seu instrumento, atravs de uma conjugao com outros da mesma famlia (qualquer que seja a formao - trio, quarteto, quinteto, etc ), levando-o a partilhar experincias e truques; ser enfim, um emergir no mundo do estudo do clarinete.

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    Clarinetistas famosos Clarinetistas famosos de Msica Erudita

    Anton Stadler - primeiro a tocar o Concerto (K. 622) e o Quinteto (K. 581) de Mozart Alessandro Carbonare (Italiano) Alexander Bader (Alemo) Bla Kvacks (Hngaro) Frederick Thurston (Britnico) Ernesto Cavallini (1807-1874 - Italiano) Gervaise de Peyer Giora Feidman (Argentino) Heinrich Baermann - clarinetista de Weber (Alemo) Jack Brymer (Britnico) Jean-Christian Michel (Francs) Jon Manasse (Norte-americano) Joszf Balogh (Hngaro) Karl Leister (Alemo) Larry Combs (Norte-americano) Manfred Preis (Alemo) Matheus Koutinho (Brasileiro/Francs) Margot Leveret (Norte-americana) Martin Frst (Sueco) Michael Collins (Britnico) Michel Arrignon (Francs) Milenko Stefanovi (Srvio) Paul Meyer (Francs) Peter Geisler (Alemo) Richard Mhlfeld (clarinetista de Brahms) (Alemo) Richard Stoltzman (Norte-americano) Robert Plane (Britnico) Sabine Meyer (Alem) Sharon Kan (Israelense) Christian Edwin Walter (brasileiro) Thea King (Britnica) Walter Seyfarth (Alemo) Wenzel Fuchs (Austraco) Wolfgang Meyer (Alemo)

    Clarinetistas no Brasil e em Portugal Abel Ferreira Jos Botelho Sebastio de Barros Luiz Americano Nivaldo Orsi Paulo Moura Severino Arajo Sergio Burgani Wilfried Berk Renato Matos Alves Ricardo Rodrigues

    Clarinetistas famosos da Msica Popular

    Acker Bilk Artie Shaw Benny Goodman Buddy DeFranco Don Byron Eddie Daniels Edmond Hall Renato Diplomatta Eric Dolphy John Carter Jimmy Giuffre Naylor Azevedo Paulo Moura Paquito D'Rivera Pete Fountain Perry Robinson Theo Jrgensmann Tony Scott Woody Allen

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    LINHA DO TEMPO

    O predecessor do clarinete foi a charamela (vide figura abaixo) que se pode considerar como o primeiro instrumento musical de palheta nica. Apareceu em finais de 1600 e era muito pouco verstil e funcional uma vez que a tua tessitura no chegava sequer a 2 oitavas.

    Johan Christoph (Nuremberga) e o seu filho Jacob so apontados como os inventores da chamada chave de registo que permitiu charamela aumentar significativamente o seu registo tmbrico. Contudo, curiosamente na charamela ( e actual clarinete) a mudana de registo faz-se ao intervalo de 12 ao passo que nos restantes instrumentos de palheta tal transposio ocorre 8. Dessa forma, por exemplo, com todos os orifcios tapados e sem a chave de registo accionada o clarinete emite a nota Mi, ao passo que com a chave activa no emite a oitava superior dessa nota mas sim a nota Si num intervalo de 12.

    Prottipo do Clarinete de J.C. Denner

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    Devido a esta inovao introduzida por J. C. Denner, este ltimo considerado como o inventor do clarinete. O clarinete ainda distinto e nico em termos da configurao do seu corpo. Enquanto os outros instrumentos de sopro apresentam uma configurao cnica (at mesmo a flauta), alargando medida que se avana de uma extremidade para a outra, o corpo do clarinete cilndrico, o que justifica a excepcional mudana de registo j referida e uma unicidade em termos das suas particularidades tmbricas.

    Em finais de 1700 o clarinete sofreu diversas fases evolutivas com a introduo de novas chaves e alteraes ao nvel do dimetro e posies dos orifcios, por exemplo. Em 1812, Iwan Muller (Alemanha) desenvolveu e apresentou um novo design para o clarinete ao Conservatrio de Paris. O novo modelo de clarinete tinha 13 chaves e foi modelo mais avanado desde o trabalho desenvolvido por Denner , cuja popularidade se manteve at finais do sc. XIX.

    Este clarinete ficou conhecido como sistema Mueller de 13 chaves

    Entre 1839 e 1843, Klos e Buffet adaptaram ao clarinete o sistema Bohem (da flauta) de colocao dos dedos. Apesar deste ser o sistema habitualmente utilizado hoje em dia, subsistem ainda outros sistemas, como o caso dos sistema Albert e Oehler (usados sobretudo na Alemanha). Esse conjunto aumentou ainda mais a extenso do clarinete e fixou um dos sistemas de digitao utilizados at hoje.

    Clarinete soprano atual de 17 chaves sistema Boehm.

    O basset horn um tipo de clarinete habitualmente afinado em F..

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    Evoluo do Sistema de Chaves

    A evoluo da charamela para o clarinete, da responsabilidade de Johann Denner, traduziu-se na criao de um instrumento que na poca (ap. 1690) no tinha mais do que 7 buracos e 2 chaves operando num curtssimo registro tmbrico de 12.

    Por volta de 1700, J. Denner colocou as 2 chaves de tal modo que uma delas (chamada chave de registro) possibilitou o aumento da tessitura do clarinete para aproximadamente 3 oitavas.

    Em 1710, Jacob Denner, filho de Johannn, efetuou vrias experincias na colocao das chaves descobrindo posies que permitiam atingir registros mais agudos e uma melhor afinao.

    Por volta de 1740 foi introduzida a terceira chave e em 1778 o clarinete standard tinha j 5 chaves. No obstante, nesta altura o clarinete era sobretudo tocado por obostas que tocavam ambos os instrumentos (obo e clarinete) no havendo a tradio de um instrumentista se dedicar em exclusivo ao clarinete.

    curioso notar que foi para o clarinete de 5 chaves que Mozart escreveu o seu Concerto e Quinteto. extraordinrio imaginar a agilidade e virtuosismo do instrumentista a quem na altura coube a misso de executar tais obras, considerando a complexidade dinmica, tmbrica e cromtica das mesmas, por um lado, e as limitaes tcnicas de um instrumento com apenas 5 chaves.

    O clarinete de 5 chaves manteve-se como standard at princpios do sc. 19, altura em que Ivan Muller introduziu lhe importantes modificaes, de tal ordem que por muitos considerado como o verdadeiro pai do clarinete moderno.

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    Ivan Muller, nascido na Russia, fixou-se por volta de 1809 em Paris, cidade onde se situavam os principais fabricantes de instrumentos em madeira da poca. Comea ento a introduzir alteraes na construo do clarinete, desenvolvendo intrincados mecanismos de chaves, permitindo combinaes tcnicas que de outro modo s seriam possveis com recurso a dedos suplementares...

    Muller apresentou o seu invento (um clarinete com 13 chaves) ao Conservatrio de Msica de Paris em 1815, e foi chumbado redondamente. Tal rejeio no derivou diretamente do sistema apresentado por Muller, mas sim do entendimento que os mestres da poca partilhavam de que este tipo de clarinete, com afinao em Sib, poderia acabar com os outros tipos de clarinete ento existentes (com diferentes afinaes) pondo em causa a variedade tmbrica e recursiva a que tais diferentes clarinetes se prestavam.

    O passo seguinte da evoluo do clarinete foi a adaptao ao clarinete do sistema Bohem. Tal como se referiu anteriormente, a introduo e estandardizao do sistema Bohem decorreu a partir da adaptao do sistema usado na flauta (cuja criao atribuda a Theobald Bohm).

    A ideia bsica deste sistema que a colocao dos orifcios do instrumento feita em funo de critrios acsticos mais do que em critrios de conforto manual (os orifcios dos clarinetes no Bohem eram projectados para facilitar o manuseamento mecnico das mos). Desta forma, o recurso s chaves para abertura e ocluso dos orifcio reveste-se de particular importncia esbatendo assim as dificuldades mecnicas. O clarinete bohem hoje em dia composto por 17 chaves.

    Este sistema foi entretanto aplicado no apenas ao clarinete, mas tambm ao obo e saxofone. Um sistema hbrido ainda utilizado no fagote.

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    O sistema Albert, como j se disse, ainda usado em algumas regies da Europa e Estados Unidos. A principal limitao deste sistema de colocao dos dedos que obriga, em determinadas circunstncias, ao cruzamento de dedos (dificuldade que o sistema Bohem ultrapassou) o que se torna particularmente limitante em passagens mais difceis que exijam destreza de dedos.

    O sistema Oehler (pronuncia-se oiler) por seu turno, tambm requer o cruzamento de dedos e difere bastante do sistema Bohem. A sua principal particularidade reside na utilizao de chaves com rolamentos semelhantes s que se encontram nos saxofones. Este tipo de clarinete apresenta um conjunto de 22 chaves e usado sobretudo na Alemanha.

    O perodo Romntico O Romantismo pode ser considerado como o perodo no qual o clarinete adquiriu a sua identidade e maturidade enquanto instrumento de eleio. Nos perodos anteriores a presena do clarinete no conjunto das obras musicais ento escritas era claramente rudimentar ou inexistente. A charamela (predecessor do clarinete) surgiu por volta dos sc. 16/17 e apenas no perodo Barroco, ainda que de modo insipiente comeam a aparecer obras musicais com incluso do clarinete.

    O Perodo Romntico marca assim o apogeu do clarinete. Os desenvolvimentos e aperfeioamentos mecnicos j referidos, o aumento da tessitura e aparecimento de instrumentistas virtuosos, a par da sua excepcional capacidade de mistura tmbrica com as cordas, metais e outros instrumentos de madeira tornaram o clarinete um alvo preferencial para os compositores da poca, de tal modo que este instrumento adquire, esta altura, um papel de relevo ao nvel de gneros como a msica sinfnica, pera e msica de cmara bem assim como ao nvel da escrita de obras a solo.

    Hoje em dia, ao nvel das bandas filarmnicas, o clarinete assume o papel que, ao nvel da msica sinfnica, normalmente confiado s cordas, particularmente aos violinos.

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    Dos instrumentos tradicionalmente usados nas bandas filarmnicas, o clarinete apresenta-se como um dos que se presta a maiores virtuosismos tcnicos por parte dos seus executantes..

    O clarinete na Frana A Frana foi extremamente importante na histria deste instrumento, nomeadamente no sculo XIX, quando as inovaes tcnicas do clarinetista parisiense Klos se juntaram s novidades do construtor de instrumentos Louis Buffet. Aliado a isso, houve no mesmo perodo uma srie de cursos promovidos pelo Conservatrio de Paris, que ajudaram a consolidar um estilo genuinamente francs de msica para o clarinete. Um bom exemplo deste estilo a Rapsdia para Clarinete em Si bemol e Piano de Debussy, que era um dos membros que examinava os instrumentistas de sopro no Conservatrio de Paris. Podemos assim dizer que o sucesso que o clarinete alcanou na histria da msica devese, em grande parte, ao seu timbre, que comparvel voz humana. Alm disso, tratase de um instrumento de grande extenso e agilidade, que funciona bem em todos os registros.

    A obra de Darius Milhaud, Sonatina op. 100, explora de forma bastante curiosa as possibilidades expressivas do clarinete, com ritmos quebrados e uma certa atmosfera cubista baseada na poli tonalidade. Milhaud integrou um grupo de compositores que entrou para a histria da msica como "O Grupo dos Seis". A importncia deste grupo deve-se ao facto de ter sido a grande ponte para o modernismo francs, pois as suas obras apontam para um caminho bastante original da produo musical francesa.

    Outro membro importante do Grupo dos Seis foi Arthur Honnegger, um suo formado pelo Conservatrio de Paris. Embora se diga que este grupo se colocava de forma oposta esttica impressionista, a influncia de Debussy sobre Honegger foi enorme e realada pelo prprio compositor, que no escondia a sua admirao por Debussy. Para o clarinete, Honegger escreveu uma Sonatina bastante idiomtica composta em trs movimentos. E tambm Francis Poulenc, com a sua Sonata, escrita em 1962, uma ano antes da sua morte, tem em comum com a ltima fase de Debussy a mesma busca da beleza sonora e a explorao das possibilidades tcnicas do instrumento.

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    CURIOSIDADES

    O nome clarinete , na verdade, uma aluso pejorativa da sonoridade dos primeiros instrumentos que era bastante spera e estridente, sendo um diminutivo de clarino, nome dado ao registro agudo do trompete. Se o clarinete daquela poca possusse a sonoridade dos instrumentos atuais ele no teria este nome.

    A primeira obra terica para o clarinete data de 1764. Chamava-se Essai dinstruction lsage de ceux Qui composent pour la clarinette et le cor, escrito por Valentin Roeser.

    O clarinete foi introduzido na orquestra de Mannheim em 1758, graas ao entusiasmo de Carl Stamitz, que se encantou com as possibilidades expressivas do instrumento, demonstradas pelo seu grande amigo e fundador da escola de clarinete na Alemanha, Joseph Beer (1744-1811).

    De Mozart sobre o clarinete, em uma carta enviada ao seu pai, aps uma audio de uma pea para o instrumento: "...se ao menos tivssemos clarinetes...".

    A palheta feita de cana, mas encontramos referncias do perodo clssico que dizem que ela podia ser feita de pinho, abeto e, at mesmo, espinhas de peixe.

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    HISTRIA DA MSICA Histria da Msica o estudo das origens e evoluo da Msica ao longo do tempo.

    Pode dividir-se a Histria da Msica em perodos distintos, cada qual identificado com um estilo que lhe peculiar, com desdobramentos e subdivises, entre tantas culturas como: a msica no ocidente, no oriente, histria da msica no Brasil e assim sucessivamente.

    claro que um estilo musical no surge da noite para o dia, um processo lento e gradual relacionado com a evoluo social e com as mudanas de mentalidade que definem cada poca, cada gerao. Por isso mesmo, difcil determinar rigorosamente a data em que inicia ou termina cada perodo da Histria da Msica. No entanto, o quadro apresenta uma forma de dividir a Histria da Msica Ocidental em oito grandes perodos. So eles:

    PERODOS INTERVALOS DO TEMPO Pr - Histria at ao Nascimento de Cristo

    Msica da Antiguidade do Nascimento de Cristo at 400 D.C.

    Msica Medieval 400 1400

    Msica Renascentista 140 1600

    Msica Barroca 1600 1730

    Msica Clssica 1730 1810

    Romantismo 1810 1910

    Msica do sculo XX a partir de 1900

    At poucas dcadas atrs o termo histria da msica significava meramente a histria da msica erudita europia. Foi apenas gradualmente que o escopo da msica foi estendido para incluir a fundao indispensvel da msica no europia e finalmente da msica pr-histrica.

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    PR-HISTRIA (DOS PRIMRDIOS AO NASCIMENTO DE CRISTO) A msica nasceu com a natureza, ao considerarmos que seus elementos formais, som e ritmo, fazem parte do universo e, particularmente da estrutura humana. O homem pr-histrico descobriu os sons que o cercavam no ambiente e aprendeu a distinguir os timbres caractersticos da cano das ondas se quebrando na praia, da tempestade se aproximando e das vozes dos vrios animais selvagens.

    Podemos imaginar que o homem primitivo comunicou, desde muito cedo, usando sinais sonoros. Muito antes do aparecimento dos primeiros instrumentos, j o homem fazia a sua msica, imitando os sons da Natureza: com gritos, sons corporais, batendo com paus, ramos, pedras, conchas.

    Foi quando o homem comeou a produzir sons intencionalmente que se iniciou a longa caminhada qual chamamos Histria da Msica. Na figura, a Dana de Cogul. Imagem encontrada em Cogul, Espanha. Mostra a dana das mulheres em torno de um homem.

    H vestgios - nas pinturas das cavernas - de que o homem utilizava a msica nas cerimnias e rituais: encorajamento para a caa, evocao das foras da natureza, cultos dos mortos, etc. Primeiro usaria somente a voz e outros sons do corpo; mas, ao longo do tempo, foi construindo instrumentos e com eles acompanhou essas msicas e danas, para as tornar mais ricas e assim agradar mais aos seus deuses.

    ANTIGUIDADE (DO NASCIMENTO DE CRISTO AT 400 D.C.) Msica nas antigas civilizaes - O mistrio continuou a envolver a msica da Antigidade, pela ausncia do prprio elemento sonoro, que se desfez no tempo e, ainda, pela inexistncia de uma notao musical clara e documentao suficiente. No entanto, sabemos que nas antigas civilizaes j havia o cultivo da msica como arte em si mesma, embora ligada religio e poltica. Fazendo estudos nos instrumentos encontrados dessa poca notou-se o aperfeioamento na construo dos instrumentos, com valorizao do timbre.

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    Nas grandes civilizaes antigas - Egito, Grcia, Roma - a msica tinha um papel fundamental em todas as atividades do dia-a-dia.

    Mesopotmia - As primeiras civilizaes surgiram na regio do Oriente Mdio, em especial na Mesopotmia. Desde incio do terceiro milnio antes de Cristo, no Imprio Agrcola da Mesopotmia, situado na regio entre os rios Tigre e Eufrates, viviam respectivamente sumrios, assrios e babilnios. Nas runas das cidades desses povos, foram descobertos harpas de 3 a 20 cordas dos sumrios e ctaras de origem assria. Na Assria e na Babilnia, a msica tinha importante significao social e expressiva atuao no culto religioso. Fortaleceu-se tal concluso, quando C. Saches decifrou um documento musical de Assur, escrito por volta de 800 a.C., em smbolos cuneiformes: era um acompanhamento de harpa, onde se revela uma forma de escrita a duas e trs vozes, com base num sistema pentatnico. O legado da cultura mesopotmica passou aos Persas. Segundo o testemunho de Herdoto, o clebre historiador grego, eles chegaram a abolir a msica do culto, sem deixarem de apreciar os conjuntos vocais e instrumentais, como possvel constatar nos documentos iconogrficos. Percebemos atravs da pintura que eram vrios os instrumentos usados por esses povos, j divididos entre instrumentos de sopro, corda e percusso, entre eles: flautas, tmpanos, gongo e lira. Os mais destacados eram a harpa e a ctara

    No Egito - havia msica tanto no palcio do Fara como a acompanhar o trabalho dos campos. Os msicos eram normalmente mulheres. A msica tinha origem divina e estava muito ligada ao culto dos deuses. A harpa, a lira e o alade eram muito usados. A arte egpcia, com caractersticas muito prprias, revela inspirao e finalidade religiosa. A msica no Egito era praticada em todos os momentos da vida social. O povo tinha seus cantos tradicionais, religiosos - principalmente atravs de transes msticos para a cura de doenas do corpo fsico, do mental, do emocional e do espiritual -, profanos, guerreiros e de trabalho. Os instrumentos de corda, harpa e ctara eram artisticamente elaborados. Os egpcios tinham flautas simples e duplas e instrumento tpicos de percusso,

    como crtalo e sistros e principalmente os tambores.

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    No sculo II a.C., na Alexandria, Ctesbio inventou o rgo hidrulico, que funcionava, em parte, mergulhado na gua. A escala egpcia era diatnica, com tons e semitons, conforme se pode deduzir pelas flautas encontradas. A harpa, como instrumento nacional, foi elaborada nas mais luxuosas e elegantes formas. A arte egpcia, atravs de seus instrumento musicais e papiros com diversas anotaes, atingiu outras civilizaes antigas, como a Cretense, a Grega e a Romana.

    Na Grcia - Atenas - todos os anos se realizava um concurso de canto. As peas de teatro eram acompanhadas por msica. Os gregos cultivavam a msica como arte e como cincia. Era uma das quatro disciplinas fundamentais da educao dos jovens. O rgo uma inveno grega.

    Encontramos a gnese da arte grega na civilizao - cretense, cujos vestgios se revelaram em runas de cidades como Tirinto, Micenas e Cnossos. Ela a glorificao da natureza e da vida, expressando um anseio constante pela perfeio, ritmos e harmonia, o apreo pelos valores espirituais e o culto da beleza ideal. A msica, a poesia e a dana, unidas por um elemento comum - o ritmo, eram praticados de modo integrado (ao lado: Apolo com a kithara).

    Os poemas eram recitados ao som de acompanhamento musical. A msica grega se baseava em oito escalas diatnicas descendentes- os modos gregos - cada um com um significado tico e psicolgico. Os instrumentos nacionais eram a ctara e a lira. O instrumento de sopro mais usado era o Aulos (figura - grego tocando Aulos antecessor histrico do Obo moderno) , de sonoridade sensual, muito usada nas festas dedicadas ao Deus Dionsio, mais tarde chamado de Baco, pelos romanos. A teoria musical grega se fundamentava na tica e na matemtica. Pitgoras estabeleceu propores numricas para cada intervalo musical. A notao musical era alfabtica, mas insuficiente: usavam letras em diversas posies para representar os sons. Os gregos relacionavam intimamente msica, psicologia, moral e educao.

    Egpcio tocando Aulos, de palheta dupla 475 A.C.

    Antecessor do obo

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    No mbito da tica musical, dentre as posturas mais interessantes, destacam-se: - a de Pratinas, rgida e conservadora, extremamente reacionria, condenava o instrumentalismo. - a de Pdaro, mais positiva, expressa uma sincera crena no poder da influncia musical no decorrer do processo educativo. - a de Plato, representante mximo da filosofia musical grega, apoiava-se na afirmao da essncia psicolgica da msica. Segundo esse filsofo, a msica poderia exercer sobre o homem poder malfico ou benfico, por imitar a harmonia das esferas celestes, da alma e das aes. Da, a necessidade

    de se colocar a msica sob a administrao e a vigilncia do Estado, sempre a servio da edificao espiritual humana, voltada para o bem da polis, almejada como cidade justa. - a de Aristteles, que destaca o papel da poesia, da msica e do teatro na purgao das paixes (cartase). Finalizando, para ressaltar a importncia da msica na Grcia, basta citar um trecho da A Repblica, de Plato, que comenta estes versos de Homero, na Odissia: os homens apreciam mais os cnticos mais novos. O referido trecho, traduzido, o seguinte: "... pois de temer que a adoo de um novo gnero musical ponha tudo em perigo. Nunca, com efeito, se a assesta um golpe contra as formas da msica, sem abalar as maiores leis da cidade, como afirma Damon, e eu creio de bom grado." (PLATO. A Repblica, 424b-2, p.203.).

    A notao musical grega foi elaborada apenas no sculo IV a.C., e servia principalmente para auxlio mnemnico privado dos msicos profissionais. Havia dois tipos de notao: a vocal, que utilizava letras do alfabeto grego maisculo, e a instrumental, empregando sinais do alfabeto fencio em posies variveis. Alm disso outros sinais como pontos e traos eram adicionados para significar modificaes.

    Figura: notao musical em papiro (esquerda) e a transcrio do Epitfio de Seikilos (direita).

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    Em Roma - No perodo helenstico, a msica grega desviara-se para a busca e o culto da virtuosidade, o que representou uma decadncia do esprito nacional que a orientara na poca urea. Eram interessantes os diversos instrumentos de sopro utilizados nos exrcitos, com variadas finalidades. A mais curiosa figura conhecida na arte musical romana, antes da era crist, foi o Imperador Nero, compositor e poeta, que se acompanhava lira, tendo at institudo a ''claque'', cujos aplausos interesseiros estimulavam sua inspirao e acalentavam sua vaidade.

    As lutas dos gladiadores eram acompanhadas por trombetas. Os ricos aprendiam msica e realizavam concertos nas suas casas. Na rua, malabaristas e acrobatas representavam acompanhados por flautas e pandeiretas. Grupos de msicos obtinham licenas especiais do Imperador para percorrerem as provncias do Imprio, dando o primeiro exemplo de

    Tourne. Figura: rgo e a bucina ou cornu.

    Instrumental - Graas ao testemunho das artes visuais e a alguns exemplares encontrados, nosso conhecimento sobre os instrumentos romanos antigos bem mais rico do que sobre suas composies. Eram empregados muitos tipos de instrumentos de todos os principais gneros: sopro (bucina, tuba, tbia ou aulos, ascaule = tipo de gaita de foles, flautas e flautas de p), cordas (lira, kithara e alade) e percusso (vrios tipos de sinos, chocalhos, sistros, cmbalos, tmpanos e tambores, usados em todas as ocasies) e rgo (Representado em mosaicos e em fragmentos preservados em museus, o rgo romano parece ser um intermedirio entre a gaita de foles e os rgos como os conhecemos hoje).

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    IDADE MDIA OU MEDIEVAL (400 1400) Msica medieval o termo dado msica tpica do perodo da Idade Mdia durante a Histria da Msica ocidental europia. Esta Era iniciou com a queda do Imprio Romano e terminou aproximadamente no meio do Sculo XV. Determinar o fim da Era medieval e o incio da Renascena pode ser arbitrrio; aqui, para fins do estudo de Msica, vamos considerar o ano de 1401, o incio do Sculo XV (Figura: Dana das ninfas, 1687).

    Melodia gregoriana - A rpida expanso do cristianismo exige um maior rigor do Vaticano, que unifica a prtica litrgica romana no sculo VI. O papa Gregrio I (So Gregrio, o Magno) institucionaliza o canto gregoriano que se torna modelo para a Europa catlica. A notao musical sofre transformaes, e os neumas so substitudos pelo sistema de notao com linhas. A notao musical sofre transformaes, e os neumas so substitudos pelo sistema de notao com linhas.

    O mais conhecido o de Guido d'Arezzo (995-1050). No sculo XI, ele designa as notas musicais como so conhecidas atualmente: ut (mais tarde chamada d), r, mi, f, sol, l, si.

    Cantocho: um tipo de msica muito simples: sem acompanhamento na sua primeira fase, apenas uma melodia, ritmo irregular. As melodias, dificilmente saiam de uma oitava.No utiliza instrumento nenhum. o tipo de msica que servia para cantos da igreja.

    Msica polifnica: Durante este perodo desenvolveram apenas uma altura de voz. Todas as vozes cantavam na mesma linha de voz. Mesmo que as vozes possuam as naturais diferenas de altura entre si. O gnero predominante era o sacro (canto gregoriano) e o secular.

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    Explicao: Os sistemas de notao impulsionam a msica polifnica, j em prtica na poca como a msica enchiriades, descrita em tratado musical do sculo IX, que introduz o canto paralelo em quintas (d-sol), quartas (d-f) e oitavas (d-d). designado organum paralelo e no sculo XII cede espao ao organum polifnico, no qual as vozes no so mais paralelas, mas sim independentes umas das outras.

    O Organum a evoluo do cantocho. Os compositores passaram a ornamentar mais as suas msicas usando mais de uma linha meldica dando origem ao organum:

    Organum Paralelo: Era acrescentado uma linha meldica, a vox organalis (voz organal)duplicava a vox principalis (voz principal, que conservava o cantocho) em intervalos de quartas ou quintas.

    Organum Livre: a vox organalis comeou a se libertar da vox principalis, deixou de copi-la diferenciando-se apenas com quintas ou quartas e passou a abaixar enquanto a voz principal se elevava (movimento contrrio), conservava-se fixa enquanto a voz principal se movia (movimento oblquo), seguia a mesma direo da voz principal mas no exatamente pelo mesmo intervalo (movimento direto). Mas o estilo de nota contra nota (enquanto uma voz canta em semnima a outra tambm em semnima) continuava.

    Organum melismtico: o estilo nota contra nota foi abandoado. Uma melisma quando uma slaba cantada por um grupo de notas, por isso Organum Melismtico.

    Compositores do perodo: Hildegarda de Bingen, Leonin, Protin, Adam de la Halle, Philippe de VitryGuillaume de Machaut, John Dunstable, Guilaume Dufay e Johannes Ockeghem.

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    RENASCENA (1400 1600)

    Msica renascentista se refere msica europia escrita durante a renascena. A definio do incio do perodo renascentista difcil devido falta de mudanas no pensamento musical do sculo XV.

    Neste perodo a arte musical comeou a se descolar para fora das igrejas e alcanou as famlias da aristocracia e classes altas. A msica continuou importante para a igreja. As novas composies possuam agora partes para vozes de tenores e com melodias que exploraram mais a altura e transposio de notas.

    seguro se afirmar que o movimento humanista italiano revelando e divulgando a esttica das antigas Roma e Grcia, contribuiu, num nvel conceitual, para uma revalidao acelerada da msica, mas sua influncia direta sobre a teoria musical, composio e interpretao apenas sugestiva (Figura - exemplo de notao musical do perodo).

    Compositores do perodo: Alexnder Agricola, Josquim des Prez, Thomas Tallis, Jacob Clemens non Papa, Giovanni Pieluigi da Palestrina, Orlando de Lasso, William Byrd, Carlos Gesualdo e Claudio Monteverdi.

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    BARROCO (1600 1730)

    A msica barroca o estilo musical correlacionado com a poca cultural homnima na Europa, que vai desde o surgimento da pera por Claudio Monteverdi no sculo XVII, at morte de Johann Sebastian Bach, em 1750. Foi um perodo "teatral" com projetos de msica, roupas, pintura e arquitetura.

    A polifonia e contraponto da Renascena ainda predominavam mas as melodias com o naipe cordas ganhava importncia. Novas formas instrumentais nasciam (sonatas em solo, concerto grosso, overture, etc) e formas vocais (aria, recitativo, pera, oratrio, cantatas) e outros foram desenvolvidas. (Figura - pera: L'Empio Punito, de: Alessandro Melani).

    Trata-se de uma das pocas musicais de maior extenso, fecunda, revolucionria e importante da msica ocidental, e provavelmente tambm a mais influente. Impacto causado tambm pela melhoria de instrumentos e novas invenes.

    As caractersticas mais importantes so: o uso do baixo contnuo, do contraponto e da harmonia tonal, em oposio aos modos gregorianos at ento vigente. Na realidade, trata-se do aproveitamento de apenas dois modos: o modo jnio (modo maior) e o modo elio (modo menor).

    Compositores do perodo: Claudio Monteverdi, Jean-Baptiste Lully, Johann Pachelbel, Arcangelo Corelli, Henry Purcell, Alessandro Scarlatti, Franois Couperin, Tomaso Albinoni, Antonio Vivaldi, Georg Philipp Telemann, Jean Philippe Rameau, Johann Sebastian Bach, Domenico Scarlatti, Georg Friedrich Handel, Giovanni Battista Sammartini, Giovanni Battista Pergolesi.

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    CLSSICO OU CLASSICISMO (1730 - 1810)

    O centro musical da Europa ficava na ustria. Onde novos estilos musicais eram amplamente ornamentados cuidadosamente.

    Referido como a "Idade das Luzes", o significado de "Classicismo" na msica tem a ver com os ideais gregos de objetividade, conteno emocional, que traduz na forma musical equilibrada com simetria e equilbrio. O uso de instrumentos musicais superou muito a msica vocal. Mais ateno foi dada ao dinamismo, e uso de sons dissonantes (que no se definem) foram corrigidos. Ocorreu entre a segunda metade do sculo XVIII e o incio do sculo XIX.

    Os compositores mais conhecidos do perodo so Franz Joseph Haydn (1732-1809), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), figura 1; e Ludwig van Beethoven (1770-1827), figura 2.

    Compositores do perodo: Giovanni Battista Sammartini, Carl Philipp Emanuel Bach, Johann Christian Bach, Karl Ditters von Dittersdorf (1739 - 1799), Andrea Luchesi, Giovanni Paisiello, Christoph Willibald von Gluck, Franz Joseph Haydn, Michael Haydn, Luigi Boccherini, Carl Stamitz, Wolfgang Amadeus Mozart (figura 1), Domenico Cimarosa, Jos Maurcio Nunes Garcia (Brasil), Ludwig van Beethoven, Carl Maria von Weber, Franz Schubert, Antonio Salieri.

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    ROMANTISMO (1810 - 1910)

    Agora a msica ficou mais expressiva e emocionante com a utilizao de uma vasta gama de dinmica, expandiram-se as harmonias de novos acordes e progresses. Aqui a msica foi mais importante do que em qualquer outro perodo.

    Virtuosidade foi a caracterstica do perodo: certas realidades s poderiam ser captadas atravs da emoo, do sentimento e da intuio. Por essa razo, a msica romntica caracterizada pela maior flexibilidade das formas musicais e procurando focar mais o sentimento transmitido pela msica do que propriamente a esttica, ao contrrio do Classicismo. No entanto, os gneros musicais clssicos, tais como a sinfonia e o concerto, continuaram sendo escritos. A poca do romantismo musical coincide com o romantismo na literatura, filosofia e artes plsticas.

    Importncia do piano: O piano ganhou muita importncia nos assuntos da maioria dos compositores, sendo usado para msicas, improvisos e estudos. No romantismo, estabeleceram-se vrios conceitos de tonalidades para descrever os vocabulrios harmnicos herdados do barroco e do classicismo. Os compositores romnticos tentaram juntar as grandes estruturas harmnicas desenvolvidas por Haydn e aperfeioadas por Mozart e Beethoven com suas prprias inovaes, buscando maior fluidez de movimento, maior contraste, e cobrir as necessidades harmnicas de obras mais extensas.

    Durante o Perodo Romntico, foram feitas analogias entre a Msica e a Poesia ou a estruturas narrativas. Ao mesmo tempo, criou-se uma base mais sistemtica para a composio e interpretao da msica de concerto. Houve tambm um crescente interesse nas melodias e temas, assim como na composio de canes. No esquecendo o grande desenvolvimento da orquestra sinfnica e do virtuosismo, com obras cada vez mais complexas.

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    Compositores do perodo: Beethoven, Franz Schubert, Robert Schumann, Felix Mendelssohn, Niccol Paganini, Edvard Hagerup Grieg, Fryderyk Franciszek Chopin, Stanislaw Moniuszko, Carl Maria von Weber, Johannes Brahms, Hector Berlioz, Antonn Dvok, Jan Sibelius, Bedich Smetana, Franz Liszt, Gustav Mahler, Anton Bruckner, Sergei Rachmaninoff, Richard Wagner, Giuseppe Verdi, Giacomo Puccini, Gaetano Donizetti, Gabriel Faur, Richard Strauss, Camille Saint-Sans, Pyotr Ilyich Tchaikovsky, Modest Mussorgsky, Pietro Mascagni, Gioacchino Rossini.

    MSICA MODERNA OU MSICA DO SCULO 20 (A PARTIR DE 1910) Divide-se em dois momento: Modernismo e Vanguardismo.

    a) MODERNISMO (outra definio: MSICA CLSSICA DO SCULO 20): D-se o nome de Msica Moderna s tendncias musicais que surgiram durante a primeira metade do Sculo XX, aps o Romantismo, as quais possuem carter quase exclusivamente experimental. Entre essas tendncias incluem-se o impressionismo, o expressionismo, o dodecafonismo, o atonalismo , entre outras.

    Assim como o Classicismo e o Barroco valorizavam a esttica e o Romantismo valorizava a expresso de sentimentos, o Modernismo valorizava especialmente a inovao e a criatividade. O desenvolvimento posterior do romantismo, que inclui a msica concreta, a msica aleatria e o minimalismo so geralmente classificados como

    Vanguardismo, ou "ps-modernismo". Este o prximo tpico de msica moderna.

    Os compositores criaram sua prpria "linguagem" musical que nos afeta at os dias de hoje. Estes compositores criaram novos efeitos, em instrumentos e nas harmonias vocais e nas combinaes de escalas e ritmos. Aplicando sensibilidade, leveza e exotismo na msica. Compositores: Igor Stravinsky, Maurice Ravel, Arnold Schoenberg, Claude Debussy, George Gershwin, Heitor Villa-Lobos, Dimitri Shostakovitch, Manuel De Falla.

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    b) VANGUARDISMO (outra definio: MSICA CONTEMPORNEA ou PS-MODERNISMO):

    Msica de vanguarda um termo genrico utilizado para agrupar as tendncias da msica erudita surgidas aps a Segunda Guerra Mundial. Fora desse mbito, refere-se a qualquer obra que utilize tcnicas de expresso inovadoras e radicalmente diferentes do que tradicionalmente feito, assumindo, logo, um carter quase que exclusivamente Experimental.

    Da se entende por que compositores como Wagner e Debussy (figura) podem ser considerados vanguardistas, se levarmos em conta a msica produzida em suas respectivas pocas.

    Mtodos de composio: Serialismo Integral ou Dodecafonismo serial, Atonalismo, Msica Eletrnica, Msica pontilhista, Musique concrte, Composio Moderna, Computorizada, Concretismo, Electro-Acstica, Improvisao Estruturada, Improvisao Livre, Microtonalismo, Minimalista, Mixed Media, Noise, Process-Generated, Radio Works, Sound Art, Sound Collage, Sound Sculpture, Tape Music.

    Estudo de caso: A maioria destas tendncias compartilha uma coisa em comum - uma reao contra o estilo romntico do sculo XIX. Tal fato fez com que certos crticos descrevessem a msica do sculo XX com "anti-romntica".

    Dentre as tendncias e tcnicas de composio mais importantes da msica do sculo XX encontram-se: Impressionismo, Nacionalismo do Sc. XX, Expressionismo, Msica Concreta, Serialismo, Msica Eletrnica, Influncias do Jazz, Neoclassicismo, Msica Aleatria, Atonalidade, etc.

    Podemos citar algumas caractersticas ou marcas de estilo que permitem definir uma pea como sendo do sculo XX. Por exemplo:

    Melodias: So curtas e fragmentadas, angulosas, em lugar das longas sonoridades romnticas. Em algumas peas, a melodia pode ser inexistente.

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    Ritmos: Vigorosos e dinmicos, com amplo emprego dos sincopados; mtricas inusitadas, como compassos de cinco e sete tempos; mudana de mtrica de um compasso para outro, uso de vrios ritmos diferentes ao mesmo tempo.

    Timbres: A maior preocupao com os timbres leva a incluso de sons estranhos, intrigantes e exticos; fortes contrastes, s vezes at explosivos; uso mais enftico da seo de percusso; sons desconhecidos tirados de instrumentos conhecidos; sons inteiramente novos, provenientes de aparelhagens eletrnicas e fitas magnticas.

    Compositores (incio do vanguardismo): Bla Bartk, Gustav Mahler, Richard Strauss, Giacomo Puccini, Claude Debussy, Maurice Ravel, Charles Ives, Edward Elgar, Frederick Delius, Arnold Schoenberg, Jean Sibelius, Elliott Carter, Sergei Rachmaninoff, Sergei Prokofiev, Gabriel Faur, Alberto Ginastera, Gian-Carlo Menotti, Igor Stravinsky, Dmitri Shostakovich, Alban Berg, Manuel de Falla, Peter Maxwell Davies, Ottorino Respighi, John Cage, Benjamin Britten, Anton Webern, Ralph Vaughan Williams, Aaron Copland, Carl Nielsen, Paul Hindemith, Gyrgy Ligeti, Olivier Messiaen, Kurt Weill, Milton Babbitt, Samuel Barber, Luciano Berio, Karlheinz Stockhausen, Heitor Villa-Lobos, Henri Dutilleux Gustav Holst, Carl Orff (foto: autor de Carmina Burana e Catulli Carmina), e Witold Lutosawski.

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    Definies, influncias e tendncias: - Aqui a msica clssica perdeu muito espao para o jazz americano. - A msica contempornea do Sculo 20 se iniciou no cinema e televiso. - O Jazz e o Blues tornaram-se a msica popular no mundo. - Os musicais da Broadway e novos filmes do cinema americano.

    Bossa nova - um derivado do Jazz americano no Brasil Alguns crticos musicais destacam a grande influncia que a cultura do Ps-Guerra combinada ao impressionismo erudito, de Debussy e Ravel, teve na bossa nova, especialmente do jazz. Alm disso, havia um fundamental inconformismo com o formato musical de poca. A palavra bossa apareceu pela primeira vez no Brasil na dcada de 30. A bossa nova um movimento da msica popular brasileira surgido no final da dcada de 1950 e incio da de 1960. Anos depois, a Bossa Nova se tornaria um dos gneros musicais brasileiros mais conhecidos em todo o mundo, associado a Joo Gilberto, Vinicius de Moraes, Antonio Carlos Jobim e Luiz Bonf.

    Fim do Vanguardismo / Mais modernos - Compositores/Artistas: George Gershwin, Louis Armstrong, Duke Ellington, Fats Waller, Cab Calloway, Artie Shaw, Benny Goodman, Nat King Cole, Glenn Miller, Miles Davis, John Coltrane, Lionel Hampton, Teddy Wilson, Dizzy Gillespie, Ella Fitzgerald, William Count Basie, Charlie Parker, The Beatles & Jazz.

    Atualmente em todo o mundo, existem infinitas tendncias musicais ocorrendo simultaneamente.

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    MSICA SACRA E ERUDITA Msica Sacra A palavra de Cristo habite em vs abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cnticos espirituais, cantando ao SENHOR com graa em vosso corao. [Colossenses 3:16]

    A msica sacra, no sentido mais usado, a msica erudita aplicada em cultos religiosos. As principais formas de msica sacra foram escritas no mnimo para quatro vozes, baseadas ainda em modos. A expresso foi usada pela primeira vez na Idade Mdia, quando se decidiu que deveria haver uma teoria musical distinta para a msica das missas e a msica do culto, a sua forma mais antiga foi o canto gregoriano.

    A msica sacra foi desenvolvida em todas as pocas da histria da msica ocidental. Iniciou-se no Renascimento (Arcadelt, Des Prs, Palestrina), passando pelo Barroco (Bach - Magnificat > BWV 243, Haendel > Judas Maccabaeus HWV 63), pelo Classicismo (Mozart > Rquiem em R menor, KV 626, Haydn, Nunes Garcia), pelo Romantismo (Brahms > Ein Deutsches Requiem (Rquiem Alemo) Op. 45, Bruckner, Gounod, Csar Franck, Saint-Sans) e finalmente o Modernismo (Penderecki, Amaral Vieira). Sempre eram peas baseadas em textos religiosos - quase sempre em latim, com salmos cantados.

    Conhea algumas composies sacras dos grandes mestres: o J. S. Bach - Jesus, Alegria dos Homens Coro, da Paixo Segundo Joo o G. F. Handel - A Trombeta Soar As Misericrdias do Senhor Duram Para Sempre Deus, Quem em Tuas Mos, de "Jos e Seus Irmos" o Johann Pachelbel - Canon em R Maior. Tomaso Albinoni - Adgio em Sol Menor, o J. Haydn - Os Cus Proclamam a Glria de Deus Beethoven - Marcha Turca Felix Mendelsshon - Apareceu o Profeta Elias o W. A. Mozart - Adoramos-te K327 Aleluia K47 Exultai, Jubilai (Allegro)

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    Msica Erudita Msica clssica ou msica erudita (do latim, eruditus, "educado" ou "instrudo") ou ainda, msica sria um termo amplo utilizado para se referir msica estudada, em forma, estilo e analisada dentro das tradies seguindo cnones preestabelecidos no decorrer da histria da msica; produzida (ou baseada) nas tradies da msica secular e litrgica ocidental, englobando um perodo amplo que vai, aproximadamente, do sculo IX at a atualidade.

    Figura - Esse manuscrito clebre na forma de corao (foto), foi copiado por volta de 1475 por Jean de Montchenu, protonotrio e conselheiro do arcebisbo de Genebra. Este flio um rond para trs vozes de autoria do msico franco-flamengo Iohannes Regis (c.1430-1485).

    O texto diz: "Se quereis que vosso seja, Pensai que vos amarei, E lealmente vos servirei, Enquanto viva ou seja".

    Existe uma definio de que a msica erudita seria a msica feita durante o perodo de 1750 a 1830, em especial a de Haydn, Mozart e Beethoven. Neste perodo a msica mais mencionada a da Escola Clssica Vienense, refletindo a importncia de Viena como capital musical da Europa nesse perodo.

    O termo "msica clssica" s apareceu no incio do sculo XIX, numa tentativa de se "canonizar" o perodo que vai de Bach at Beethoven como uma era de ouro. Nesse sentido a msica clssica implica a anttese da msica romntica feita em fins do sculo 17 e incio do sculo 19, em que a nfase recaa sobre os sentimentos, as paixes e o extico, em lugar da razo, da conteno e de esteticismo da arte clssica.

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    A msica no Brasil A Colonizao portuguesa A Msica Erudita, ou Clssica, ou de Concerto, no Brasil comea nos primeiros sculos de colonizao portuguesa. Com a chegada de D. Joo VI no Brasil, houve um grande impulso s atividades musicais.

    A corte estava bem servida por msicos do quilate de Jos Maurcio Nunes Garcia (destacou-se como o primeiro grande compositor brasileiro) e Marcos Portugal, quando aqui chega, logo aps a Misso Artstica, o austraco Sigismund von Neukomm (1778 1858). Aluno predileto de Haydn, Neukomm residiu no Brasil entre 1816 a 1821, perodo durante o qual comps 45 obras, e foi professor de msica do prncipe Dom Pedro e do autor do hino nacional, Francisco Manoel da Silva.

    Compositores brasileiros do Sculo 19 atual Mas mesmo com todas as obras feitas por estes compositores, ainda no sculo 19, falar em msica erudita brasileira era motivo de riso. Nessa poca ignorava-se compositores como Alberto Nepomuceno e Braslio Itiber da Cunha, exatamente por causa da excessiva brasilidade de suas composies, e admitia-se Carlos Gomes.

    a partir de Villa-Lobos que o Brasil descobre a msica erudita, e o pas passa a produzir talentos em srie: Lorenzo Fernandez, Francisco Mignone, Radams Gnatalli, Camargo Guarnieri, Guerra-Peixe e Cludio Santoro.

    Atualmente o Brasil ainda no percebeu o devido valor da msica clssica ou erudita ou de concerto, talvez por causa de nossa histria ou de nossa situao poltico-econmica. Os msicos eruditos e os artistas em geral so "uma espcie de Quixotes, que lutam contra os moinhos de ventos".

    Jos Maurcio Nunes Garcia nasceu no Rio de Janeiro a 22/091767, morreu em 18/04/1830. Filho de Apolinrio Nunes Garcia, branco, e Victria Maria da Cruz, filha de escravos. Desde cedo se revelou talentoso para a msica, comps sua primeira obra em 1783, aos 16 anos. Aprendeu msica com Salvador Jos de Almeida Faria, msico mineiro.

    Foi um dos maiores nomes de msica colonial brasileira. Nomeado cantor da Capela Real com 42 anos, e integrou a orquestra da mesma instituio como timbaleiro (1823) e depois, como segundo violoncelo (1825), na corte. Tambm tocava violino, piano e rgo, alm de organizar e dirigir conjuntos musicais. Destacou-se tambm como regente e promotor do ensino organizado de msica no pas.

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    A msica erudita no Brasil A mais remota referncia msica no Brasil encontra-se na carta de Pero Vaz de Caminha, que relata ao rei de Portugal a musicalidade dos nativos. Outras referncias aparecem nas anotaes do padre Manoel da Nbrega que chega ao Brasil com os primeiros jesutas, a partir de 1549, mencionando a msica de catequese realizada, em geral, a partir de melodias gregorianas. Os primeiros registros de partituras so de 1557: melodias indgenas anotadas pela tripulao de Jean de Lery.

    Barroco A msica do perodo barroco no Brasil compreende uma larga faixa de gneros praticados no sculo XVIII. Dentre as escolas de composio destacam-se as do Recife, Bahia e Minas Gerais.

    Bahia A msica renascentista e os antigos organuns medievais servem de modelo produo da poca. A msica instrumental comea a ser registrada no sculo XVI, geralmente por compositores europeus em atividade no pas. Na Bahia, encontram-se referncias ao padre Pedro Fonseca, primeiro organista da S de Salvador, em 1559. A partitura mais remota, de 1759, um Recitativo e ria, de autoria desconhecida.

    Recife H documentos no Recife relativos atuao dos compositores Incio Ribeiro Nia (1688-1773) e Lus lvares Pinto (1719-1789), este descendente de mulatos, cuja obra encontra-se documentada, como seu Te Deum laudamos.

    Minas Gerais Compositores brasileiros que atuavam nas cidades mineiras de Diamantina, Ouro Preto e Tiradentes, no sculo XVIII, em sua maioria mulatos, deixam a produo mais bem documentada da poca. O barroco mineiro se inspira nas peras napolitanas de compositores como Davide Perez e Jommeli e na msica religiosa portuguesa de carter polifnico. Os seus principais compositores esto Jos Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, Marcos Coelho Neto, Incio Parreira Neves e Manoel Dias de Oliveira. (Imagem acima: Partitura de 1805 Museu da Inconfidncia/MG).

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    So Paulo Embora em menor quantidade, so encontradas obras paulistas do sculo XVIII. O compositor Andr da Silva Gomes (Lisboa 1752-S. Paulo 1823) seu principal representante.

    Msica na Corte No final do sculo XVIII, o carioca Jos Maurcio Nunes Garcia domina uma linguagem de composio prpria, com uma riqueza harmnica comparvel aos padres europeus da poca. professor de Francisco Manuel da Silva (1975-1865) - foto, autor do Hino Nacional Brasileiro e primeiro diretor do Conservatrio do Rio de Janeiro. A chegada da misso cultural, trazida por dom Joo VI, em 1816, agita o ambiente musical na Corte. O compositor austraco Sigismund Neukomm (1778-1858) traz a msica de Haydn, de quem o discpulo favorito. A pera napolitana representada pelo compositor da metrpole: Marcos Portugal (1762-1830).

    Jos Maurcio Nunes Garcia (1762-1830) nasce no Rio de Janeiro, filho de mulatos. Inicia cedo os estudos de msica e em 1792 ordena-se padre. Em 1798, torna-se mestre-capela e professor de msica da catedral da S do Rio de Janeiro

    e, em 1808, mestre de msica da Capela Real. Destaca-se como compositor e regente, sendo responsvel pela estria do Rquiem de Mozart, em 1819, e da Criao de Haydn, em 1821. De sua obra so conhecidas cerca de 400 peas, destacando-se sua Abertura em r maior, talvez a primeira grande sinfonia brasileira, a pera Zemira e a Missa de rquiem, de 1816.

    Romantismo O romantismo no Brasil basicamente importado da Frana e inicia-se aps a independncia. Nessa poca, so encenadas diversas peras no Imperial Teatro de So Pedro de Alcntra, destrudo por um incndio em 1851, e substitudo pelo Teatro Provisrio, em 1854. Francisco Manuel da Silva funda, em 1833, a Sociedade Beneficncia Musical, que promove concertos. Em 1834 criada a Sociedade Filarmnica do Rio de Janeiro.

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    pera nacional O fato importante do romantismo brasileiro a criao de uma pera nacional. Os principais representantes so os compositores Antonio Carlos Gomes, e Elias lvares Lobo (1834-1901), auxiliados por libertistas como Machado de Assis e Jos de Alencar. Em 1861, estria Joana de Flandres de Carlos Gomes, com texto em portugus totalmente mutilado pelos cantores italianos que a apresentam.

    O movimento progressivamente perde fora e uma ltima pera apresentada nesse perodo por Henrique Alves de Mesquita.

    (Na foto) Antonio Carlos Gomes (1836-1896) nasce em Campinas, So Paulo, filho de Maneco Gomes, msico e regente da banda local. Em 1859, foge de casa para estudar msica no Rio de Janeiro. matriculado no Conservatrio de Msica do Rio de Janeiro, por ordem do imperador, onde estuda com professores italianos. Em 1860 torna-se preparador de peras na Imperial Academia de Msica e pera Nacional. A partir de 1863 parte para estudos em Milo. Adquire notoriedade na Itlia, onde compe as peras II Guarany, Fosca, Maria Tudor, Lo schiavo, O condor e o oratrio Colombo. Em 1895, volta ao Brasil e torna-se diretor do Conservatrio Musical de Belm do Par.

    Folclorismo Ainda voltados para os padres europeus esto os compositores Glauco Velasquez (1884-1914), seguidor do cromatismo francs, Henrique Oswald (1852-1931), adepto do impressionismo, e Leopoldo Miguez (1850-1902), seguidor do cromatismo de Wagner e Liszt.

    O caminho para o nacionalismo das primeiras dcadas do sculo XX comea a ser aberto por compositores brasileiros com formao erudita europia, principalmente francesa, representados por Baslio Itiber (1846-1913), Luciano Gallet (1893-1931), Alberto Nepomuceno (1864-1920), Francisco Braga (1865-1945) e Alexandre Levy (1864-1892), que se utilizam de temas do folclore brasileiro. A tendncia de nacionalizao da msica erudita brasileira est presente tambm na dana e na cano urbana de Francisca Hewiges Chiquinha Gonzaga (1847-1935) foto, e Ernesto Nazareth (1863-1934), que produz uma msica de harmonia simples e forte aspecto popular.

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    Chiquinha Gonzaga (1847-1935) foto anterior, pianista e compositora desde a infncia. Em 1885, j famosa por suas peas de carter danante, compe uma opereta, A corte na roa, e inicia uma srie de 77 partituras teatrais, como A sertaneja, Juriti, e Maria. Suas composies traduzem, com fidelidade, a ginga, os improvisos e o lirismo das serestas, dos choros e das danas de crioulos.

    Modernismo nacionalista O pleno desenvolvimento do uso de elementos folclricos realizado por Heitor Villa-Lobos(1887-1959), cuja obra determina a esttica nacionalista brasileira at os dias de hoje. Esse movimento no apenas incorpora elementos das melodias populares e das complexas melodias indgenas, como desenvolve sonoridades tpicas, presentes na obra de Villa-Lobos. O canto de pssaros brasileiros, como a araponga, aparece em suas Bachianas 4 e 7; em O trenzinho do caipira reproduz a sonoridade de um trem; no seu Choro 8 busca reproduzir o som de pessoas numa rua. Sua esttica espelha uma tendncia europia, presente nas obras de Bella Bartok, Stravinsky, Manuel de Falla e, por sua vez, serve de modelo para compositores como Francisco Mignone, Lorenzo Fernandez, Radams Gnatalli, Mozart Camargo Guarnieri, entre outros. Mesmo aps a introduo de elementos da esttica dodecafnica no Brasil, diversos compositores figuram em um aparecimento tardio do nacionalismo, como Srgio de Vasconcelos Correia, Oswaldo Lacerda e Mrio Tavares.

    Foto - Heitor Villa-Lobos (1887-1959) nasce no Rio de Janeiro e comea a tocar violoncelo profissionalmente aos 12 anos. influenciado por autores populares como Ernesto Nazar. Viaja pelo pas, se interessa pelo folclore brasileiro e compe obras como Amazonas e Uirapuru. Participa da Semana de Arte Moderna de 1922. Vive na Europa de 1923 a 1930, onde marcado pelo impressionismo. Entre suas principais obras esto suas Bachianas brasileiras e o Choro, onde funde a msica do compositor alemo Bach e o chorinho.

    Alexandre Levy (1864-1892), Aiberto Nepomuceno (1864-1920) e Emesto Nazareth (1863-1934) se haviam antecipado a Heitor VillaLobos, explorando os elementos indgenas, africanos e europeus que originaram a nossa cultura. Contudo, foi

    Villa-Lobos quem fez com que a msica brasileira alcanasse sua expresso mais genuna, divulgando-se internacionalmente.

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    Msica Contempornea No perodo que se estende da dcada de 40 at os dias de hoje, a msica brasileira vive movimentos de nacionalizao e de internacionalizao. A introduo do dodecafonismo po H. J. Koellreuter na Bahia, o movimento Msica Viva, o Manifesto de 1946, o movimento Msica Nova e a msica eletrnica marcam o perodo.

    Msica viva Em 1939, ao nacionalismo identificado com a ditadura Vargas opes-se o Movimento Msica Viva, liderado pelo compositor e professor alemo Hans Joachim Koellreuter, introdutor da msica dodecafnica no Brasil. Entre seus alunos destacam-se os compositores Claudio Santoro (1919-1989), Guerra Peixe (1914-1993), Eunice Catunda (1915-) e Edino Krieger (1928). Embora com tendncia diversa da original, a Escola de Msica da Universidade Federal da Bahia herdeira direta dos Seminrios de Msica de Salvador, dirigidos por Koellreuter. So seus representantes o compositor Ernest Widmer e seus alunos Lindenberg Cardoso, Rufo Herrera, Jamary de Oliveira e recentemente Fernando Cerqueira (1941) e Paulo Lima (1954).

    Manifesto de 1946 Em 1946, Cludio Santoro, Guerra Peixe, Eunice Catunda e Edino Krieger assinam o manifesto de 1946, que tem o objetivo de recuperar o trabalho com a msica popular brasileira, a partir das ferramentas fornecidas por Koellreuter. Guerra Peixe e Santoro

    seguem, posteriormente, um caminho mais pessoal, marcado por elementos da msica regional, e influenciam a msica popular instrumental brasileira. Embora no ligados ao manifesto, diversos compositores aderem ao uso livre de elementos da tradio brasileira., como Kilza Setti, Ronaldo Miranda, Marlos Nobre, Almeida Prado. Atualmente destacam-se Mariza Rezende (1944), Roberto Victrio (1959) e Sergio Rojas (1960).

    Foto - Claudio Franco de S Santoro (1919-1989) nasceu em Manaus. Atuou como violinista at 1938, iniciando-se na composio ao trmino de seus estudos no Conservatrio do Distrito Federal. Em 1940, torna-se aluno de Koellreuter e entra num perodo estritamente dodecafnico. Incorpora elementos da msica folclrica e aproxima-se da composio

    progressista em obras como Impresses de uma usina de ao e Ode a Stalingrado. Em 1947 estuda com Nadia Boulanger em Paris.

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