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  • Belm, PAJunho, 2002

    26

    ISSN 1517-211X

    Autores

    Maria do Socorro Padilha deOliveira

    Eng. Agrn., Pesquisadorada Embrapa Amaznia

    Oriental, Caixa Postal 48,Belm, PA,

    CEP 66 017-970

    Jos Edmar Urano deCarvalho

    Eng. Agrn., Pesquisador daEmbrapa Amaznia Oriental,Caixa Postal 48, Belm, PA,

    CEP 66 017-970

    Walnice Maria Oliveira doNascimento

    Eng. Agrn., Pesquisador daEmbrapa Amaznia Oriental,Caixa Postal 48, Belm, PA,

    CEP 66 017-970

    Carlos Hans MllerEng. Agrn., Pesquisador daEmbrapa Amaznia Oriental,Caixa Postal 48, Belm, PA,

    CEP 66 017-970.

    Cultivo do Aaizeiro para Produo de Frutos

    Introduo

    O aaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), tambm conhecido por aa, aa-do-par, aa-do-baixo-amazonas, aa-de-touceira, aa-de-planta, aa-da-vrzea, juara, juara-de-touceira e aa-verdadeiro, pode ser considerado como a espcie mais importante dognero Euterpe, dentre as dez registradas no Brasil e as sete que ocorrem na Amaznia.Botanicamente, classifica-se como pertencente diviso Magnoliophyta(= Angiospermae), classe Liliopsida Principes), famlia Arecaeae (= Palmae) estandoinserido no gnero Euterpe.

    uma palmeira elegante, que produz touceira com at 25 estipes, cujos perfilhos apre-sentam diferentes estdios de desenvolvimento. Sua inflorescncia infrafoliar, sendoenvolvida por duas brcteas conhecidas por espatas que, ao abrirem, expem o cachoconstitudo por um rquis e um nmero varivel de rquilas, onde esto inseridas milharesde flores masculinas e femininas. Seus frutos so drupas globosas ou levementedepressas, que apresentam resduos florais aderidos de colorao violcea ou verde,quando maduros.

    Apesar de ter uso integral, seus frutos destacam-se como a parte mais importanteeconomicamente, sendo utilizados pela populao amaznica, desde a poca pr-colombi-ana, para a obteno da bebida denominada de aa. Por apresentar caules mltiplos, oaaizeiro tambm passou a ser utilizado na indstria de processamento de palmito, que,desde a dcada de 70, responde por grande parte da produo nacional, em substituioao palmiteiro (E. edulis Mart.), espcie de caule solitrio e sob risco de extino, enquan-to a bebida obtida de seus frutos era comercializada apenas no Estado do Par e emalguns Estados da Amaznia.

    O reconhecimento como fruteira de expresso econmica fato recente, porm jultrapassou as fronteiras da Amaznia, sendo comercializado nas grandes capitais brasilei-ras, nas mais diferentes formas (sorvetes, picols, alimento energtico, acompanhado deoutras frutas e cereais, bebida energtica, gelias, etc.). Em virtude da expanso comerci-al dessa bebida, muitos produtores brasileiros vm mostrando interesse no seu cultivo emescala comercial, especialmente os das Regies Norte e Nordeste.

    No Par, o cultivo racional do aaizeiro para a produo de frutos vem sendo realizado,desde meados de 1995, atravs de sementes de procedncia desconhecida e com poucainformao tcnica.

    Este trabalho contm abordagens tcnicas para o cultivo do aaizeiro, para produo eprocessamento de frutos.

    Clima

    Por ser espcie nativa da Amaznia, o aaizeiro pode ser plantado em tipos climticosocorrentes na regio (Afi, Ami e Awi, segundo classificao de Kppen). Esses tiposclimticos caracterizam-se por serem quentes e midos, com pequenas amplitudestrmicas, geralmente com temperaturas mdias e mdias das mnimas e das mximasanuais em torno de 26 C, 22 C e 31,5 C, respectivamente, e com umidade relativado ar variando entre 71% e 91%.

  • 2 Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    O total de chuvas e, principalmente, sua distribuio nosmeses do ano constituem-se nos fatores diferenciaisentre os trs tipos climticos. No tipo Afi, em que seconcentram as grandes populaes nativas de aaizeiro ea maioria das reas plantadas com a espcie, caracteriza-se por total anual de chuvas superior a 2.000 mm e porsua distribuio mais uniforme, e nos meses de menorprecipitao, o total mensal sempre superior a 60 mm.No tipo Ami, embora apresentando total anual de chuvassemelhante ao do Afi, a distribuio menos uniforme,com perodos de 2 a 3 meses de estiagem. No tipo Awi,o total de chuvas inferior a 2.000 mm, com perodo deestiagem que abrange 5 a 6 meses do ano. recomen-dvel o uso de irrigao em cultivos de aaizeiro a seremrealizados nas reas cujos tipos climticos sejam Ami eAwi.

    No Estado do Par, o cultivo do aaizeiro vem sendorealizado em vrios municpios, abrangendo todos ostipos climticos e sob a orientao de pesquisas nosMunicpios de Tom-Au, Castanhal, Santa Izabel eAltamira.

    O aaizeiro tambm vem sendo plantado em outrosestados da Amaznia e em outros estados brasileiros,especialmente no Nordeste e Centro-Oeste. No litoralpaulista, vem sendo cultivado experimentalmente desde1980, para produo de palmito e estando sujeito stemperaturas mdias anuais mais baixas, em torno de 21C, consideradas, provavelmente, prxima ao limitemnimo de exigncia trmica para a cultura.

    Solo

    O aaizeiro encontrado, naturalmente, em solos devrzea, igap e terra firme, sendo predominante em solosde vrzea baixa.

    O sistema radicular do tipo fasciculado, relativamentedenso, com razes emergindo do estipe da planta adultaat a altura de 40 cm acima da superfcie do solo,apresentando, nessa situao, colorao avermelhada eaproximadamente 1 cm de dimetro. As razes soprovidas de lenticelas e aernquimas, prolongando-se,superficialmente, por at cerca de 3,0 a 3,5 m da basedo estipe, em indivduos com 3 anos de idade, podendo,em plantas com mais de 10 anos, atingir 5 a 6 m deextenso.

    Suas razes apresentam adaptaes morfolgicas eanatmicas (presena de lenticelas e de aernquimas)que surgem no estipe, um pouco acima da superfcie dosolo. Alm disso, a espcie dispe de estratgias fisiol-gicas que permitem manter as sementes viveis e asplntulas vivas, mesmo na ausncia total de oxignio,

    por at 20 e 16 dias, respectivamente, de tal forma que,como o suprimento de oxignio adequado, as semen-tes germinam e as plntulas retomam seu crescimento.

    Em funo de estratgias adaptativas, a abertura dosestmatos do aaizeiro depende mais da radiao solardo que do dficit de presso de vapor, e inundaestemporrias no afetam a absoro de gua pelas razes.

    Dessa forma, o aaizeiro pode ser cultivado tanto emsolos ricos em matria orgnica (eutrficos) como empobres (distrficos). No primeiro caso, tem-se osGleissolos, predominantes em reas de vrzea. Essessolos so fortemente cidos, argilo-siltosos poucoprofundos e com boa fertilidade natural, em decorrnciada deposio de detritos contidos em suspenso nasguas das mars. No segundo caso, o Latossolo Amarelotextura mdia, que se caracteriza como solo profundo,frivel, poroso e pela elevada acidez e baixa fertilidadenatural. Mesmo assim, os solos de terra firme sopreferveis, pois oferecem mais facilidades para omanejo, colheita dos cachos e transporte dos frutos.

    Experimentos instalados em Latossolo Amarelos texturamdia a pesada tm demonstrado bons resultados.

    Tipos de aaizeiro

    Ainda no existem cultivares de aaizeiro para seremrecomendadas em cultivos de escala comercial, sejamelas oriundas de populaes melhoradas, prognies ouclones, mas h vrias pesquisas sendo avaliadas emreas de produtores, a fim de atender a este objetivo.

    Atualmente, o que se tem disponvel so tipos ouvariedades que ocorrem naturalmente, sendo denomina-das de: aa-branco, aa-roxo ou comum, aa-au, aa-chumbinho, aa-espada, aa-tinga e aa-sangue-de-boi.Essas variedades, na maioria das vezes, se diferenciampela colorao dos frutos, quando maduros, pelo nmerode perfilhos na touceira, pelo tamanho e peso doscachos e de frutos, pela ramificao do cacho ou pelacolorao e consistncia da bebida, mas ainda necessi-tam ser caracterizadas e avaliadas morfolgica e agrono-micamente. As principais caractersticas diferenciaisdesses tipos so mencionadas abaixo:

    Aa-roxo ou comum: tipo predominante na maioria daspopulaes nativas da Amaznia. Diferencia-se dosdemais pela colorao violcea a roxa dos frutos, quandomaduros, podendo perfilhar ou no (Fig.1);

  • 3Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    Fig. 1. Cachos de aaizeiro dos tipos: a) branco, b) espada e c)

    roxo.

    Aa-branco: tipo pouco comum nas populaes amaz-nicas, apresenta colorao verde opaca dos frutos, emdecorrncia da camada esbranquiada que os envolve,quando maduros, podendo perfilhar ou no (Fig.1);

    Aa-au: tipo de ocorrncia rara em populaes nativas,tem-se registro de sua ocorrncia apenas no Municpiode Igarap-Miri, PA. Seus frutos tm colorao roxa ediferenciam-se do comum por apresentar perfilhamentoreduzido (3 a 5 estipes/planta), estipes mais grossos,cachos grandes e pesados, atingindo at 15 kg e commaior nmero de frutos por rquilas. Vale ressaltar que oaa-au registrado no Municpio de Castanhal, apesar depossuir cachos grandes, produz poucos cachos por ano,e tem como agravante a falta de perfilhos, sendo suascaractersticas mais prximas do palmiteiro (Euterpeedulis Mart.), espcie tpica da Mata Atlntica;

    Aa-espada: tipo que ocorre principalmente na Ilha doCombu, Municpio de Acar, PA, diferindo dos demaistipos pelo formato do cacho, que apresenta nas rquilasvrias ramificaes: primrias, secundrias e tercirias(Fig. 1).

    Aa-sangue-de-boi: tipo caracterstico de algumaspopulaes nativas do Baixo Amazonas, mais precisa-mente do Municpio de Santarm, PA, e no Estado doMaranho. Caracteriza-se pela colorao avermelhadados frutos maduros, semelhantes ao sangue de boi,polpa com consistncia bem menos pastosa que os tiposde ocorrncia mais generalizada. A polpa dos frutosdesse tipo tem pouca aceitao, tanto por sua consistn-cia fina como pelo sabor que bastante diferente dostipos com frutos de cor roxa.

    Aa-tinga: o mesmo tipo do branco ou verde. Tinga uma denominao indgena (tupi-guarani) que significadesprovido de cor.

    Aa-chumbinho: tipo ocorrente em algumas populaes daparte Norte da Ilha do Maraj e do Estado do Amap, cujaprincipal caracterstica apresentar frutos pequenos (menosde 1g), podendo ser roxo ou branco.

    Como o maior volume de aa comercializado est concen-trado na bebida obtida do tipo roxo ou comum, em virtudede apresentar colorao extica e alto teor da antocianina,alm de ser abundante na regio, recomendado que seobtenha sementes desse tipo. interessante saber aprocedncia das sementes e que seja verificada as caracte-rsticas das plantas das quais foram colhidos os cachos.

    Ao adquirir sementes para o plantio, para produo defrutos, deve ser dada preferncia s oriundas de plantas deaparncia saudvel, com perfilhamento (3 a 5 plantas portouceira), e estipes tendo cicatrizes foliares ou entrenscurtos, cachos grandes e com bastante frutos, sendo estesde colorao violcea, pequenos (pesando menos que1,5 g) e com a parte comestvel bem espessa.

    Propagao

    Formas de propagaoO processo mais comum de propagao do aaizeiro atravs de sementes, embora a propagao assexuadapossa ser tambm utilizada, atravs da retirada debrotaes que surgem de forma espontnea na regiologo abaixo do coleto da planta (Fig. 2). A quantidadedessas brotaes depende do gentipo e do ambiente.Inicialmente, surgem na base do estipe principal e,posteriormente, nas dos estipes secundrios. Contudo,algumas plantas, independentemente do ambiente, noexibem a capacidade de emitir brotaes, apresentandoestipe solitrio.

    O processo de propagao assexuada, atravs daretirada de brotaes, por demandar bastante mo-de-obra, tem uso limitado, sendo presentemente usadoapenas quando se deseja uma quantidade reduzida demudas de determinado gentipo e em programas demelhoramento gentico.

    Em plantas com 5 anos de idade, mantendo-se quatroestipes por touceira, o nmero mximo de brotaespossveis de serem aproveitadas na formao de mudasno atinge a dez unidades, decrescendo bastante essenmero nos anos subseqentes, pois, medida que seretiram essas brotaes, a planta vai perdendo a capaci-dade de emiti-las. Assim sendo, a taxa de multiplicao muito baixa, quando comparada com a propagao

    Foto:Mariado

    Socorro

    Padilhade

    Oliveira

  • 4 Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    sexuada em que, de uma nica planta, possvel obter-se quantidade superior a seis mil sementes, com germi-nao superior a 90%, quando procedentes de frutosmaduros recm-colhidos.

    Fig. 2. Aaizeiro jovem provido de brotaes ou perfilhos.

    A propagao in vitro tem obtido sucesso apenas coma utilizao de embries zigticos, no se dispondo deprotocolos que possibilitem a obteno de plntulasatravs da cultura de tecidos somticos.

    A semente corresponde ao endocarpo, que contm em seuinterior uma semente com eixo embrionrio diminuto e abun-dante endosperma. O endocarpo aproximadamente esfrico,com comprimento e dimetro mdio de 1,23 cm e 1,45 cm,respectivamente, e representa 73,46% do peso do fruto.

    Em virtude da variao do peso do fruto (0,8 a 2,3 g), onmero de sementes contidas em 1 kg tambm bastante varivel (1.250 a 435 sementes), mas, emmdia, encontram-se 667 sementes/kg. Vale ressaltarque sementes oriundas de frutos recm-colhidos eimediatamente processados apresentam alta porcenta-gem de germinao (acima de 90%).

    Germinao e armazenamento desementes

    As sementes do aaizeiro so classificadas como recalci-trantes, ou seja, no suportam reduo do grau deumidade sem que haja perda na porcentagem de germi-nao. De um modo geral, suas sementes perdem opoder germinativo aps 15 dias do beneficiamento, searmazenadas em condies ambientais.

    Em sementes semeadas aps o beneficiamento, o processogerminativo relativamente rpido, porm desuniforme,iniciando-se a emergncia das plntulas 22 dias aps asemeadura e finalizando-se aos 48 dias, quando as semen-tes so semeadas logo aps a remoo da polpa.

    Em acompanhamento germinativo de sementes recm-colhidas de 25 prognies de aaizeiro desejveis parafrutos, foram constatadas variaes de 17 a 28 dias para oincio da germinao e de 33 a 60 dias para o trmino,alcanando porcentagem de germinao de 79% a 97,3%.

    A reduo do grau de umidade, mesmo para nveis aindaaltos, implica no comprometimento na porcentagem e noretardamento da germinao (Fig. 3).

    Fig. 3. Curso da germinao de sementes

    de aazeiro com graus de umidade de

    39,4% e 19,7%.Fonte: Carvalho, J.E.U de. dados no publicados.

    Quando o grau de umidade reduzido para valor emtorno de 14%, as sementes perdem completamente acapacidade de germinao.

    Alm da sensibilidade ao dessecamento, as sementestambm no suportam baixas temperaturas, havendocomprometimento da viabilidade quando mantidas emambientes com temperaturas iguais ou inferiores a 15C.

    Em decorrncia desses fatos, a conservao do podergerminativo das sementes no pode ser efetuada pelosprocessos convencionais de armazenamento, que tmcomo pr- requisitos bsicos a secagem e oarmazenamento em temperaturas baixas.

    Para curtos perodos de armazenamento, em condiesde ambiente natural da Amaznia, ou quando se desejatransportar as sementes para locais distantes, doissistemas podem ser usados.

    Foto:Mariado

    Socorro

    Padilhade

    Oliveira

  • 5Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    No primeiro, as sementes limpas so arrumadas emcamadas ou misturadas em substrato mido, que podeser serragem ou vermiculita. Areia ou apenas terrio noso recomendados como substrato, por apresentaremmaior densidade. Nesse sistema, as sementes sodispostas em camadas alternadas com o substratomido, ou simplesmente misturadas com este e acondici-onadas em caixas de madeira, isopor ou em sacos deplstico. Na Embrapa Amaznia Oriental, tem-se adotadoa proporo volumtrica de uma parte de sementes parauma parte de substrato.

    No segundo sistema, as sementes so embaladas emsacos de plstico com capacidade para 4 kg de semen-tes, havendo necessidade de tratamento com fungicida(Benomyl a 0,1%, durante 10 minutos) e deenxugamento superficial das sementes, de tal forma queo grau de umidade seja reduzido at 35%.

    Em ambos os casos, o perodo de armazenamento nodeve ultrapassar a 20 dias, pois muitas sementespodero completar a germinao dentro da embalagem, oque dificulta a retirada das mesmas e condiciona oaparecimento de plntulas anormais. O armazenamentoem sacos de plstico, por perodo um pouco maior, possvel, desde que as sementes sejam mantidas emambiente com temperatura de 20C. Nessa situao,apresentam 58% de germinao aps 45 dias dearmazenamento.

    Produo de mudasAs sementes podem ser semeadas diretamente no solo,em sementeiras ou em sacos de polietileno. Na EmbrapaAmaznia Oriental, tm sido utilizados como substratopara sementeiras areia e p de serragem, misturados naproporo volumtrica de 1:1, enquanto, para os sacosde plstico, utiliza-se a mistura de 60% de solo, 20% deesterco e 20% de p de serragem ou proporovolumtrica de 3:1:1. Esses dois ltimos componentesdevem estar curtidos.

    Em qualquer processo, para se obter melhores resultadosna germinao, as sementes devem ser obtidas de frutosrecm-despolpados, tendo-se o cuidado de retirar osresduos da polpa atravs da lavagem das sementes,para evitar a fermentao e proliferao de fungos e, emseguida, seme-las.

    Se forem utilizadas sementeiras, a semeadura deve serfeita em linhas espaadas em 5 e 2 cm entre sementes,com 2 cm de profundidade. Aps a germinao, asplntulas devem ser repicadas antes ou na abertura doprimeiro par de folhas (Fig.4). Apenas as mudas vigoro-sas devem ser repicadas para sacos de polietileno.

    Fig. 4. Plntulas de aaizeiro em sementei-

    ra no ponto de repicagem.

    Quando a semeadura for realizada diretamente nos sacosde polietileno, deve-se colocar duas a trs sementes namesma profundidade e, se todas germinarem, deixar amais vigorosa no saco e eliminar ou repicar as demaispara outros sacos.

    O perodo compreendido entre a semeadura at a mudaem condies de plantio de 6 a 8 meses, e dependedos tratos culturais realizados na fase de viveiro (aduba-o, irrigao, monda, controle de insetos e microrganis-mos). Durante a fase de formao, as mudas devem sermantidas em viveiro com 50% de sombra, sendopreferencialmente, submetidas adubao nitrogenada(uria, Kywoa ou Ouro-verde), aplicada quinzenalmentena dosagem de 1g/l (Fig. 5).

    Fig. 5. Mudas de aaizeiro em viveiros: a) rstico e b) telado

    sombrite com 50% de sombra.

    a

    b

    Foto:Mariado

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    Oliveira

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    Padilhade

    Oliveira

  • 6 Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    A Comisso Estadual de Sementes e Mudas do Parestabeleceu as seguintes normas e padres para mudasfiscalizadas de aaizeiro, obtidas por sementes:

    Apresentar altura uniforme, aspecto vigoroso, cor efolhagem harmnicas;

    Possuir, no mnimo, cinco folhas fisiologicamenteativas (maduras), pecolos longos e as folhas mais velhascom fololos separados. O coleto deve apresentar aespessura da base maior que a da extremidade dasmudas;

    Ter de 4 a 8 meses de idade, a partir da emergnciadas plntulas;

    Apresentar altura de 40 a 60 cm, medidos a partir docolo da planta;

    Apresentar sistema radicular bem desenvolvido e tersuas extremidades aparadas quando ultrapassar o torro;

    Isentas de pragas e molstias (Regulamento da DefesaSanitria Vegetal).

    A comercializao das mudas somente ser permitidaem torres, acondicionadas em sacos de plsticosanfonados e perfurados ou equivalentes, com, nomnimo, 15 cm de largura e 25 cm de altura. Na EmbrapaAmaznia Oriental, empregam-se sacos de 17 cm delargura x 27 cm de altura x 0,10 cm de espessura.

    Na fase final do viveiro, que corresponde a cerca de 2meses antes do plantio, o sombreamento deve serreduzido, deixando as mudas submetidas de 70% a 80%de luminosidade, adaptao importante para evitarqueima das folhas quando forem levadas ao localdefinitivo para plantio.

    Plantio

    Escolha e preparo da reaNa implantao da cultura do aaizeiro, devem-se utilizar,preferencialmente, reas anteriormente ocupadas comculturas anuais ou semiperenes. Alternativamente, pode-se implantar tambm em reas com vegetao secundriade pequeno porte. reas com vegetao primria devemser evitadas, em conseqncia dos danos ambientais e domaior custo com a derrubada da vegetao.

    No caso da utilizao de reas anteriormente ocupadascom culturas anuais, o preparo do terreno consistebasicamente na roagem da vegetao, arao egradagem. No Estado do Par, vem sendo comum aimplantao do aaizeiro em reas de cultivos decaden-

    tes de pimenteira-do-reino, maracujazeiro, mamoeiro,abacateiro, entre outras fruteiras. Nesses casos, opreparo da rea consiste, basicamente, na roagem daslinhas e abertura das covas, onde sero plantados osaaizeiros, com posterior remoo dos tutores e dasreferidas culturas.

    Dimenso e adubao da covaO plantio em reas no-irrigadas deve ser efetuado noincio do perodo mais chuvoso, em covas com dimen-ses de 40 cm x 40 cm x 40 cm, previamente adubadas(pelo menos 30 dias antes do plantio) com 10 a 15 litrosde esterco bovino ou 2 a 3 litros de esterco de galinha e200 g de superfosfato triplo, cobrindo-as, em seguida,at o momento do plantio. Durante o plantio, distribuir asmudas prximas s covas, reabrir as mesmas, retirar asmudas dos sacos de plstico, atravs de corte nosmesmos, e plant-las no centro das covas, cobrindo otorro at a regio do coleto. Mudas mal plantadas (como coleto exposto) traro problemas mais tarde aoprodutor, tais como: tombamento com facilidade, pontode penetrao de insetos e microrganismos, etc.

    Recomenda-se, aps o plantio, o uso de cobertura mortaem volta da muda, principalmente em plantios fora depoca. Esse procedimento visa minimizar os efeitos depossveis veranicos que possam ocasionar dficit hdricoacentuado e a morte das mudas recm-plantadas. Almdisso, a cobertura morta serve tambm para controlar,parcialmente, o mato (plantas daninhas) em volta da muda.

    Em reas irrigadas, o plantio pode ser efetuado emqualquer poca do ano, adotando-se os mesmos procedi-mentos indicados para o plantio em reas no-irrigadas,em termos de tamanho da cova e adubao.

    EspaamentoAinda no h resultados experimentais conclusivos sobreindicaes de espaamento para o cultivo do aaizeiro, paraproduo de frutos. As informaes existentes so baseadasem observaes de natureza prtica, em que os mais utiliza-dos so: 5 m x 5 m e 4 m x 4 m, mas outros espaamentostambm vm sendo empregados pela pesquisa como: 5 m x3 m; 5 m x 4 m; 6 m x 4 m e 6 m x 6 m.

    O espaamento de 5 m x 5 m, com o manejo de trs equatro estipes/planta, tem sido o mais usado,correspondendo a densidades de 1.200 plantas/ha e1.600 plantas/ha, respectivamente, e pode ser recomen-dado para cultivos comerciais.

    A implantao da cultura em espaamentos maisadensados, como 4 m x 4 m e 5 m x 3 m, implica embaixas produtividades, em decorrncia da competio porgua e por nutrientes, que se estabelece entre as plantas.

  • 7Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    Espaamentos mais amplos, como 5 m x 5 m, tm avantagem de facilitar sobremaneira a colheita at 10anos aps o plantio. Nessa situao, as plantas noesto submetidas competio por luz, o que reduzbastante o crescimento em altura e favorece o cresci-mento em dimetro, reduzindo os riscos de tombamentode plantas pela ao de ventos fortes. Nesseespaamento, os primeiros cachos surgem em alturainferior a 1,5 m, bem como os tratos culturais, especial-mente as capinas, podem ser efetuadas mecanicamente.

    Entretanto, espaamentos mais abertos favorecem ocrescimento de plantas daninhas, em particular nosprimeiros 3 anos aps o plantio, quando o sombreamentoda superfcie do solo pelos aaizeiros ainda reduzido.

    Em sistemas agroflorestais ou em consrcios com outrasespcies perenes, os espaamentos recomendados so bemmaiores, sendo os mais indicados 14 m x 7 m e 10 m x 10 m.

    Um dos consrcios mais interessantes dos pontos devista biolgico e econmico envolve o cupuauzeirocomo cultura principal e o aaizeiro como cultura secun-dria (Fig.6). Nesse caso, o aaizeiro, que necessita deluz solar, deve ser usado como sombreamento definitivodo cupuauzeiro, espcie que suporta at 20% desombra, sem afetar a produo. No consrcio docupuauzeiro com o aaizeiro, a primeira espcie deveser plantada no espaamento de 5 m x 5 m, e a Segun-da, no espaamento de 10 m x 10 m.

    Fig. 6. Consrcio de aaizeiro x cupuauzeiro.

    Tratos Culturais

    Nutrio e adubaoOs estudos sobre nutrio e adubao do aaizeiro so aindaincipientes, no se dispondo de resultados consistentes quepermitam avaliar o estado nutricional das plantas com precisoe, principalmente, estabelecer recomendaes de adubao.

    Resultados obtidos em experimentos evidenciam que osmacronutrientes interferem na produo de matria seca,em plantas jovens de aaizeiro, na seguinte ordem: K > Mg> P > N > Ca > S. Em funo disso, a determinao dosteores desses nutrientes, nas folhas e razes de plantas come sem sintomas de deficincia, forneceram indicaopreliminar para avaliao do estado nutricional do aaizeiro.

    Com relao adubao, os seguintes procedimentos tm sidoindicados para solos de baixa fertilidade natural na Amaznia,no se podendo, no entanto, afirmar qual o mais eficiente:

    Aplicar, no primeiro e segundo anos, 10 a 15 litros deesterco de curral/touceira/ano, ou 2 a 3 litros de esterco degalinha/touceira/ano, e 100 g da mistura, em partes iguais,de sulfato de amnio, superfosfato triplo e cloreto depotssio/touceira/ano. O adubo mineral deve ser aplicadoem duas parcelas de 50 g/planta, a primeira no incio e asegunda no fim do perodo chuvoso. A partir do terceiroano, utilizar a mesma quantidade de adubo orgnico, etambm 620 g da mistura/touceira/ano que deve conter150 g de sulfato de amnio, 220 g de superfosfato triplo e250 g de cloreto de potssio, dividido, tambm, em duasparcelas iguais, ou seja, 310 g/touceira no incio e 310 g/touceira no fim do perodo chuvoso.

    Nos dois primeiros anos aps o plantio, aplicar 100 gde sulfato de amnio, 100 g de superfosfato triplo e100 g de cloreto de potssio por planta, parcelados duasvezes. A partir do terceiro ano, duplicar a quantidade deadubo, dividida, tambm, em duas aplicaes. Alm daadubao mineral, aplicar em intervalos de 2 anos, 5litros de esterco de curral.

    No primeiro ano, efetuar duas aplicaes de 300 g deNPK, formulao 10-28-20, no quinto e nono mesesaps o plantio, respectivamente. A partir do segundoano, efetuar trs aplicaes de 300 g do mesmo adubo,no incio, meio e fim do perodo chuvoso.

    Controle de plantas daninhasNo primeiro ano aps o plantio, o crescimento da planta bastante lento, situao esta que, aliada aoespaamento aberto, favorece o crescimento de plantasdaninhas. O controle de plantas daninhas pode serrealizado atravs de capinas e de produtos qumicos(herbicidas). Na Embrapa Amaznia Oriental, o controlede plantas daninhas est sendo feito atravs de controleintegrado, associando o controle mecnico (capinas ouroagens e coroamento) x controle qumico (herbicidas) xcontrole cultural (cobertura morta ou viva).

    Nos trs primeiros anos aps a implantao do pomar,so necessrias trs a quatro roagens por ano e amesma quantidade de coroamento feitas em volta das

    Foto:Mariado

    Socorro

    Padilhade

    Oliveira

  • 8 Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    touceiras. Esta ltima operao pode ser efetuada comherbicidas base de glifosato ou paraquat. O glifosatotem a vantagem de no provocar danos na planta deaaizeiro, nas dosagens indicadas no rtulo do produtopara o controle de plantas daninhas. Convm ressaltar,porm, que esses produtos ainda no esto registradospara uso na cultura do aaizeiro.

    Recomenda-se colocar, nos coroamentos, coberturamorta (serragem curtida, engao de dend ou outromaterial disponvel na propriedade, com exceo decapim seco, pois ocasionar o aparecimento de novasplantas daninhas e dificultar o controle do mato) ou viva(de preferncia leguminosas).

    Manejo de perfilhosO nmero excessivo de perfilhos ou filhos em umatouceira (brotaes que surgem na planta) reduz ocrescimento da planta-me, como tambm ocasionareduo na produo de frutos, pois uma parte conside-rvel de fotoassimilados mobilizada para a formao dosistema radicular dos perfilhos. Assim sendo, faz-senecessrio efetuar o desbaste dos mesmos, de tal formaque cada touceira apresente, no mximo, cinco plantas.

    Outro aspecto que deve ser considerado no manejo dastouceiras est relacionado altura dos estipes. Quandoum estipe atinge altura que dificulte, sobremaneira, acolheita dos frutos, conveniente elimin-lo e deixar umnovo perfilho crescer para substituir o que foi derrubado.

    IrrigaoNa Amaznia, o uso de irrigao em cultivos de aaizeirovem sendo feito de forma emprica, pois no existemestudos especficos sobre sua necessidade hdrica. Nessaregio, normalmente, a irrigao vem sendo empregadadurante o perodo de estiagem, na forma de irrigaosuplementar, em cultivos estabelecidos em solos de terrafirme e submetidos aos tipos climticos Ami e Awi.

    Em experimento instalado no final do perodo chuvoso,no Municpio de Castanhal, registrou-se a perda de 95%das mudas, aps 6 meses de plantio, mostrando anecessidade de irrigao. Em algumas situaes, comonos anos de ocorrncia do fenmeno El Nio (perodocaracterizado por estiagem prolongada) tambmnecessria, mesmo em locais com tipo climtico Afi,particularmente se o pomar estiver instalado em soloscom teor de argila inferior a 30%.

    No Estado do Par, essa prtica vem sendo realizada porprodutores japoneses do Municpio de Tom-Au,empregando a inundao em valetas ou a microasperso.

    No Estado do Cear, onde a cultura foi recentementeintroduzida, est sendo utilizado o sistema de irrigaopor microasperso. Tambm, a irrigao vem sendorealizada em plantios dessa fruteira no Estado deRondnia.

    Nos ecossistemas de vrzea inundvel do EsturioAmaznico, as plantas no demonstram sintomas dedficit hdrico, pois, nesse ambiente, mesmo durante aestao seca, quando em muitas ocasies a camadasuperficial do solo seca bastante e apresenta rachaduras,provocando a quebra de razes finas, a planta apresentastatus de gua adequado, em decorrncia de tersuprimento hdrico garantido atravs da absoro degua pela poro mais profunda do sistema radicular.

    No obstante ser uma planta tpica de hbitat mido, oaaizeiro comporta-se como planta tolerante a curtoperodo de estiagem, principalmente em solos de texturapesada. Plantas jovens, mesmo submetidas a estressepor falta de gua, durante 2 meses, mantm-se vivas eretornam suas atividades fisiolgicas 14 dias aps areidratao.

    Como na maioria das palmeiras, o primeiro sintomavisvel do dficit de gua na planta manifesta-se peloretardamento no ritmo de abertura das folhas. Assim, emplantas com estresse por falta dgua comum encon-trar no pice duas ou mais folhas no completamenteabertas e em forma de flecha. Esse fenmeno, emmuitos casos, tambm est associado deficincia deboro, pois a absoro desse nutriente fica limitada peladeficincia de gua no solo.

    Manejo de inflorescnciasNo Estado do Par, apesar do aaizeiro produzir o anotodo, o maior volume de comercializao de frutos ocorreno segundo semestre do ano, coincidindo com o perodomenos chuvoso e o preo dos frutos alcanam menoresvalores. Assim, a possibilidade de manejar asinflorescncias de modo a direcionar a produo defrutos para o perodo chuvoso (no primeiro semestre)pode ser uma tcnica interessante por garantir aoprodutor frutos na entressafra e portanto, melhor preona venda. Contudo, ainda no h informaes consisten-tes que comprovem a viabilidade dessa tcnica.

    Dessa forma, se o interesse for para realizar plantios deaaizeiro com produo de frutos na entressafra, oagricultor deve adquirir sementes de locais onde asplantas tenham produo na entressafra, ou seja, demunicpios que tenham tradio de produzir frutos forada poca. Como o mercado paraense abastecido naentressafra por frutos procedentes, principalmente dosEstados do Amap, do Maranho e de alguns municpios

  • 9Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    paraenses (Muan e So Sebastio da Boa Vista), podese sugerir que as sementes utilizadas sejam adquiridasdesses locais.

    Pragas e mtodos de controleDiversos insetos atacam o aaizeiro, dentre eles: pul-ges, besouros (colepteros), gafanhotos, moscasbrancas e mariposas. Mas, poucos so os que exigemmedidas efetivas de controle. A maior parte dos insetosque causam danos ao aaizeiro tambm praga deoutras palmeiras ou at mesmo de outras espciesfrutferas ou madeireiras. Ressalte-se ainda que noexiste nenhum produto registrado no Ministrio daAgricultura, Pecuria e do Abastecimento do Brasil quepossa ser utilizado para o controle de pragas dessacultura.

    As pragas que tm sido relatadas com mais freqnciaem experimentos conduzidos pela Embrapa AmazniaOriental so:

    Bicudos (Rhynchophorus palmarum e Dynamisborassi, Coleoptera: Curculionidae): so besouros bemsemelhantes que atacam o estipe, principalmente aregio da coroa foliar. Ocorrem em outras palmeirascultivadas na Amaznia como no coqueiro (Cocosnucifera) e no dendezeiro (Elaeis guineensis), ondetambm causam srios danos, alm de serem considera-dos como vetores do nematdeo Bursaphelencuscocophilus, causador da doena conhecida como anelvermelho. Seu ataque tem sido registrado em plantasadultas e, quase sempre levam a morte. Ocorremprincipalmente no perodo mais chuvoso. Avaliao feitaem aaizeiros da Coleo de Germoplasma da EmbrapaAmaznia Oriental, registrou-se aumento significativo noataque desses colepteros (3,1% para 10,7%).

    Os adultos dessas espcies apresentam semelhanas eso besouros de hbitos diurnos, de cor negra, comcerca de 5 cm de comprimento, cabeas pequenas ealongadas para frente, terminando em forma de rostro.As larvas so podas e de cor branca. A larva no ltimoinstar mede 75 mm de comprimento por 25 mm delargura. O ataque das larvas detectado pela presenade exudao mucosa na parte superior do estipe, queexala cheiro caracterstico de fermentao. As recomen-daes para o controle dessa praga podem ser baseadasnos mtodos de controle indicados para as culturas dodendezeiro e do coqueiro, respectivamente, conformediscriminadas a seguir:

    a) Controle preventivo: deve ser feito durante a colheita,pincelando a parte em que o cacho for cortado, com umasoluo de piche mais nematicida;

    b) Controle comportamental: usar iscas atrativas eferomnios. Toletes de cana-de-acar podem serusados como iscas em armadilhas tipo alapo. A adiode feromnios s iscas constitui-se, presentemente, nomtodo mais eficiente de controle;

    Broca das mudas (Xylosandrus compactus, Coleoptera:Scolytidae): conhecido como broca-das-mudas, uminseto originrio da sia, polfago e bastante conhecidocomo praga do cafeeiro (Coffea arabica) e de numerososarbustos. A fmea mede entre 1,5 mm e 1,8 mm decomprimento e apresenta colorao negra-brilhante. Omacho de colorao marrom e um pouco menor do quefmea. Foi registrado em mudas de aaizeiro de umprodutor de Santa Izabel do PA e na Embrapa. NaAmaznia Brasileira, tem sido encontrado atacandodiversas espcies frutferas e madeireiras.

    Coleobroca 1: besouro pequeno no identificado queataca a parte inferior do estipe at 1,5 m de altura,fazendo perfuraes pequenas por onde escorre a seivaque depois seca, mas no causam a morte da planta.Seu ataque ocorre no perodo mais chuvoso. Na Coleode Germoplasma de aa, registrou-se um alto ndice deataque, mas sem ocorrncia de morte.

    Coleobroca 2 (Fovelous sp. Coleptera:Curculionidade): outro besouro no identificado queataca inflorescncias ainda fechadas, faz galerias nasrquilas e destri as flores, danificando completamenteas inflorescncias. Tambm foi registrado em aaizeirosda Coleo de Germoplasma (Fig. 7).

    Fig. 7. Rquilas de aaizeiro com ataque inicial da coleobroca 2.

    Foto:Mariado

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    Padilhade

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  • 10 Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    Broca dos frutos (Cocotrypes sp, Coleoptera): osendocarpos que caem no solo so atacados por umbesouro que, dependendo da intensidade do dano,causam perda de viabilidade das sementes.

    Pulgo (Cerataphis latanie, Homoptera: Aphididae): um inseto preto, minsculo, sugador, que ataca asfolhas em desenvolvimento e bainhas foliares,inflorescncias e frutos em diferentes estdios dedesenvolvimento, formando colnia semelhantes aescamas. Por sugar a seiva, atrai formigas e favorece oaparecimento de uma pelcula preta (fungo nopatognico denominado de fumagina). Atacam plantasem qualquer estdio de desenvolvimento (mudas, plantasjovens e adultas), mas seus danos so maiores emplantas jovens, podendo causar a morte da planta.Atacam em qualquer poca do ano, preferencialmente,no perodo mais chuvoso. Em aaizeiros da Coleo deGermoplasma da Embrapa Amaznia Oriental, registrou-se ocorrncia considervel desse inseto, porm poucovarivel entre os anos (31,3%; 20,4%; 20,6% e33,6%).

    Nas plantas, atacam principalmente os lanamentosfoliares (flechas) e folhas novas, causandoamarelecimento e secamento e, conseqentemente,retardam o desenvolvimento das plantas.

    Nas inflorescncias, ocasionam queda precoce das flores,dando origem a cachos secos e, quando o ataque ocorre nafase de desenvolvimento da espata (boneca), ocasiona seusecamento (Fig. 8 a). Logo, causa prejuzos produo.

    Nas infrutescncias (cachos com frutos), causam danosprincipalmente quando os frutos ainda esto pequenos(Fig. 8 b), levando queda precoce dos mesmos, dandoorigem a cachos secos e prejuzos a produo.

    O controle do pulgo preto pode ser efetuado compulverizaes de leo mineral na concentrao de 1%,misturado com inseticida fosforado na concentrao de0,1% do produto comercial.

    No existem medidas de controle efetivamente testadaspara o combate dessa praga em mudas de aaizeiro. Noentanto, a aplicao de inseticidas de contato, com altopoder residual pode se constituir em alternativa decontrole. Nesse caso, deve-se considerar o hbitocrepuscular dos adultos e pulverizar as mudas aoentardecer, a fim de combater os insetos durante o vo.

    Cochonilha escama-farinha: insetos sugadores,brancos e minsculos, que atacam a parte inferior dasfolhas, principalmente de mudas e plantas jovens,sugando a seiva e retardando seu crescimento.

    Fig. 8a e b. Ataque de pulgo preto em aaizeiro: a) inflorescncia

    e b) cacho com frutos pequenos.

    Gafanhotos: o mais comum tem sido o tucuro(Tropicaris collaris, Acrididae), cujas ninfas de ltimosestdios e adultos so vorazes e devoram as folhasnovas de mudas e plantas jovens, deixando apenas arquis foliar e as nervuras dos fololos.

    Doenas e mtodos de controleAlgumas doenas vm sendo registradas, principalmente,em mudas enviveiradas de aaizeiro, causadas porfungos, como o caso da antracnose (Colletotrichumgloeosporoides), do carvo (Curvularia sp.) e dahelmintosporiose (Drechslera sp.). A primeira doena amais freqente, com perdas de at 70% de mudas, masa ocorrncia dessas doenas est muito relacionada coma condio de manejo.

    b

    a

    Foto:Mariado

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  • 11Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    Para o controle da antracnose, deve-se manter as mudase plantas jovens com a adubao em dia e afastadaspara permitir uma boa ventilao, especialmente noviveiro, devendo ficar espaadas uma das outras em pelomenos 10 cm. Caso este procedimento no resolva,fazer pulverizaes com os seguintes fungicidas: Ziram,Captam ou Thiram a 0,2% do produto comercial, emintervalos quinzenais. No entanto, tais produtos aindano esto registrados no Ministrio da Agricultura,Pecuria e do Abastecimento para uso no aaizeiro.Fungicidas a base de cobre no devem ser recomenda-dos, pois podem causar fitotoxidez.

    Nas demais, recomenda-se bom manejo: mudas aduba-das, bem arejadas, evitando excesso de umidade.

    Um distrbio, provavelmente de origem fisiolgica, que temsido constatado em plantas da Coleo de Germoplasma deAaizeiro a rachadura do estipe. Esse distrbio caracteri-za-se por uma ou mais fendas longitudinais no caule, comcomprimento em torno de 0,70 m. Essas rachadurasrepresentam porta de entrada para fungos saprofticos eocasiona o apodrecimento e o tombamento do estipe.

    Sintomas freqentes, de encurtamento e enrugamentode folhas e fololos, observados em plantas jovens eadultas esto relacionados com deficincia nutricional,principalmente de boro, e devem ser corrigidos com aaplicao de adubo a base de boro (brax) na dosagemrecomendada no rtulo do produto (Fig 9).

    Ciclo ProdutivoO aaizeiro uma espcie perene que, na Regio Amaz-nica, inicia a florao a partir do quarto ano de plantio.Se bem manejado, pode iniciar a florao por volta de2,5 anos do plantio, podendo o primeiro cacho sercolhido entre 3,1 e 3,5 anos. Depois que inicia seu cicloreprodutivo, flora e frutifica por quase o ano todo, mas,os perodos de maior florao e frutificao concentram-se na poca mais chuvosa (janeiro a maio) e menoschuvosa (setembro a dezembro), respectivamente.

    Atravs de dados experimentais obtidos em aaizeirosnas condies de Belm, PA, verifica-se que o apareci-mento da espata est diretamente relacionado com aqueda da folha e, aproximadamente 59 dias aps seuaparecimento, ela abre e inicia a florao, apresentando,nesta ocasio, colorao amarela-queimada. Em umainflorescncia, existem milhares de flores, porm mais dametade masculina e contm, geralmente, 1.242 a10.557 flores femininas que atraem inmeros insetos,muitos dos quais necessrios para sua polinizao. Otempo mdio da florao em inflorescncia de 26 dias,sendo comum obter-se inflorescncias secas, em decor-rncia da queda de flores fecundadas ou no.

    Fig. 9. Plantas jovens de aaizeiro com 2 anos: a) normal e

    b) com sintomas de deficincia de boro.

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  • 12 Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    Escaladores habilidosos so capazes de passar de umestipe para outro de uma mesma touceira, sem descer aosolo, colhendo de trs a cinco cachos em uma nicaescalada, desde que o peso total no ultrapasse 15 kg.Normalmente, um escalador experiente capaz de colhercerca de 150 kg a 200 kg de frutos, que corresponde,aproximadamente a 50 a 60 cachos, em uma jornada de6 horas de trabalho.

    Com a intensificao e racionalizao do cultivo doaaizeiro, a operacionalizao da colheita precisa sersubstancialmente melhorada, tendo em vista que, emmuitas reas onde a cultura est sendo implantada, hcarncia de pessoal habilitado em escalar palmeiras, almdo sistema tradicional ser bastante oneroso e com baixorendimento de mo-de-obra.

    Um equipamento que vem sendo testado com relativosucesso, na Embrapa Amaznia Oriental, para a colheita decachos de pupunheira (Bactris gasipaes) pode ser utilizadotambm na colheita do aaizeiro. Esse equipamentoconsiste de uma vara de alumnio, com 6 m de comprimen-to, que contm uma lmina para o corte, um recipientepara a recepo do cacho e uma roldana que permite adescida e a subida do recipiente, em uma das extremida-des. Outro equipamento, denominado de curica, vemsendo utilizado na colheita de cachos do aaizeiro.

    Aps a colheita, os frutos so removidos manualmentedas rquilas. Em seguida, so retiradas as impurezas(restos florais, de rquilas, etc.) e acondicionados,preferencialmente, em cestos confeccionados com fibrasvegetais (Fig. 10). Esses cestos oferecem boa ventila-o, o que favorece a conservao dos frutos comcapacidade varivel comportando, normalmente, de 15kg ou 30 kg de frutos.

    Caixas de plstico com aberturas laterais, como asusadas na colheita de acerola e de outras frutas tropicaistambm se prestam para essa finalidade, tendo a vanta-gem de ocuparem menor espao e de serem facilmentetransportadas. Esse tipo de embalagem, no entanto, pouco usada na Amaznia, em virtude da maior facilida-de de aquisio e do baixo preo dos cestos.

    Como os frutos so bastante perecveis, a bebida obtidafermenta com facilidade. Esta condio favorecida pelatemperatura elevada prevalecentes nas reas de produ-o e de comercializao. Portanto, o ideal que sejamprocessados no prazo mximo de 23 horas aps acolheita. Deve-se evitar a exposio dos frutos ao solpara que no ocorra perda excessiva de gua, o quepoder acarretar dificuldades no processo dedespolpamento, baixo rendimento da bebida e coloraofora do padro.

    Da fecundao das flores at a maturao completa dosfrutos, demanda, em mdia, 175 dias ou 6 meses. Osfrutos, quando maduros, apresentam colorao violceae so opacos, em decorrncia de estarem envolvidos poruma camada esbranquiada. O nmero de frutos porcacho varia de 722 at 1.811, tendo, em mdia, 1.192frutos. Em alguns cachos recm-fecundados, podeocorrer a queda parcial ou total de frutos (aborto), dandoorigem a cachos com pouco ou nenhum fruto.

    Colheita e Ps-colheitaA colheita dos cachos do aaizeiro deve ser efetuada,aproximadamente, 180 dias aps a fecundao dasflores, ocasio em que os frutos apresentam coloraoroxa-escura ou verde-escura, dependendo do tipo, sendocobertos por uma pelcula esbranquiada, dando umaspecto opaco aos frutos.

    A colheita ainda efetuada pelo mtodo tradicionalempregado no extrativismo, ou seja, atravs de escala-das feitas no estipe por homens, mulheres e, muitasvezes, por crianas com auxlio de peconhas e facas bemafiadas. Ao alcanarem os cachos, fazem cortes nainsero do estipe, trazendo-os at o solo. Esta operao efetuada sempre no incio da manh. Em plantas altase com estipes finos, constitui-se em operao onerosa,difcil de ser realizada e perigosa, podendo colocar emrisco a vida do operrio.

    Durante a colheita, deve-se tomar cuidado para que nohaja desprendimento de grande quantidade de frutos dasrquilas, evitando movimentos no cacho aps a colheita e,principalmente, durante a descida da planta. Em plantasno incio da produo, a colheita mais facilitada.

    Cuidados especiais tambm devem ser dispensados aosfrutos, durante a colheita (as mos e os utensliosutilizados devem estar bem lavados), evitando que elesentrem em contato com o solo para minimizar a contami-nao por microrganismos, principalmente em solos devrzea.

    A preferncia da colheita pela manh visa evitar que oscachos sejam desbolados nos horrios mais quentes echuvosos do dia, pois nesses horrios h maior possibili-dade de fermentao dos frutos, alm de dificultaremtambm a escalada nas palmeiras, em virtude dos estipesficarem quentes e escorregadios. Outro ponto favorvel que logo aps o raiar do dia os ventos so brandos.

    Outro fator determinante colheita no incio da manh estrelacionado ao tempo gasto com a embalagem dos frutos etransporte, pois os frutos colhidos devem chegar aosgrandes centros consumidores, principalmente em Belm,PA, nas primeiras horas do dia seguinte ao da colheita.

  • 13Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    Fig. 10. Cestos utilizados na comercializao de frutos do

    aaizeiro.

    No existem estudos sobre a conservao dos frutos emambientes refrigerados, mas, a exemplo de outras frutastropicais, a vida ps-colheita poderia ser prolongada emambiente com temperatura em torno de 10 C. Convmressaltar que em alguns casos, especialmente quando otransporte dos frutos feito em longa distncia, devendoser embalados em sacos de polipropileno, com capacida-de para 50 kg ou 60 kg, recobertos com gelo ou trans-portados em cmaras frigorficas, sendo conservado porperodo superior a 48 horas.

    Cuidados especiais tambm devem ser dispensados naps-colheita (desde a operao de desbolamento,embalagem, transporte, locais de venda e at oprocessamento dos frutos), mantendo as mos semprelimpas, usando luvas, utilizando embalagens limpas elavadas, higiene durante o transporte e no local de vendaminimizam a contaminao por microrganismos e a aodas enzimas e garantem melhor qualidade aos frutos e abebida obtida, especialmente se os cuidados foremredobrados durante o processamento.

    ProdutividadeOs dados sobre produtividade de frutos do aaizeiro soainda inconsistentes. Este fato deve-se ao pouco conhe-cimento de prticas culturais e de manejo mais eficientespara a cultura. Acrescente-se ainda a no existncia decultivares definidas. Assim sendo, os dados disponveisso obtidos de estimativas de aaizais naturais ou depomares estabelecidos com sementes de procednciasdesconhecidas.

    O aaizeiro inicia seu ciclo de produo de frutos 4 anosaps o plantio, podendo eventualmente, algumasplantas, entrarem em fase de produo aos 3 anos deidade.

    Dentro de uma touceira, a planta-me a primeira aentrar em produo, sendo esta, nos dois primeirosanos, insignificante, crescendo consideravelmente apartir do sexto ano aps o plantio. Em pomar implantadoem Latossolo Amarelo textura leve, no espaamento de6 m x 6 m, manejado com trs plantas por touceira, comadubao orgnica e mineral, observou incrementossignificativos na produo at o dcimo primeiro ano,quando a produo atingiu 42,2 kg de frutos/touceira/ano, decrescendo nos anos subseqentes.

    Na Coleo de Germoplasma de Aaizeiro da EmbrapaAmaznia Oriental, tambm implantada em LatossoloAmarelo textura mdia, no espaamento de 5 m x 3 m,sem desbaste de estipes, a produo, 10 anos aps oplantio, foi altamente varivel de 0,1 kg a 50,9 kg defrutos/touceira/ano, evidenciando a influncia dogentipo e da procedncia.

    Em aaizais nativos, manejados para a produo defrutos, com densidade de 1.500 plantas/ha e cerca de53% delas, em fase de produo, foi registrada produti-vidade de at 9.000 kg de frutos/ha. Entretanto, paraaaizais no manejados, a produtividade foi de apenas4.500 kg de frutos/ha, em decorrncia da baixa densida-de de plantas.

    Mercado e Comercializao

    MercadoO principal mercado do aa ainda a Regio Norte,especialmente o Estado do Par, onde o consumoultrapassa a barreira de 180.000t por ano, mas seacredita que os dados estatsticos so contraditrios. OPar se constitui no maior produtor e maior consumidor,respondendo por cerca de 93% da produo nacional.Na cidade de Belm, PA, estima-se em 360.000 litros oconsumo dirio dessa bebida. Nesse principal mercado, omaior volume da bebida aa comercializado imediata-mente aps o seu processamento, sem resfriamento oucongelamento.

    A partir de meados da dcada de 1990, a polpa congela-da de aa comeou a ser comercializada em outrasregies do Brasil, mas no h estimativas da quantidadeconsumida. H relatos de consumo de 200t/ms somen-te na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Convm ressaltar suacomercializao em outras grandes cidades, principal-mente nas grandes capitais das regies Nordeste,Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

    Os produtos oriundos do aa tm sido apresentados emfeiras internacionais na Europa e na Amrica do Norte,despertando o interesse do pblico, em geral. Amostrasda polpa e de seus derivados tm sido remetidas para

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  • 14 Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    outros pases, especialmente para a ustria, Alemanha,Estados Unidos e Japo. A primeira remessa de exporta-o foi feita pela empresa Muan Alimentos LTDA,sendo enviada aos Estados Unidos e Europa, mas no hrelatos de outras exportaes.

    A utilizao do fruto como fonte de corante natural paraa indstria de alimentos outro aspecto que tem recebi-do ateno, haja vista a tendncia mundial de proibiode muitos corantes sintticos, particularmente os queapresentam efeitos cancergenos. Os corantes extradosdo aa tm sido utilizados, experimentalmente, nopreparo de bombons tipo hard candies e de gelatina,com excelentes resultados.

    Com relao ao segmento de bebidas isotnicas, oproduto com sabor artificial de aa j pode ser encontra-do nas prateleiras das grandes redes de supermercadosque atuam no Brasil, sendo um bom indicativo deaceitao do aa pelo pblico.

    Uma prova da expanso do mercado de aa o investi-mento no plantio em escala comercial que vem sendofeito por empresrios e produtores de outras regiesbrasileiras, principalmente, dos Estados da Bahia, Cear,Pernambuco, Rio de Janeiro, Gois, So Paulo e MatoGrosso do Sul. H tambm registros de grandes plantiosde aaizeiro nos Estados de Rondnia e Acre.

    ComercializaoO fruto do aaizeiro no consumido in natura, poisapresenta escasso rendimento de parte comestvel e saborrelativamente inspido, quando comparado com a maioriadas frutas tropicais. Alm disso, o consumo direto dosfrutos deixa nos lbios, dentes e gengivas manchas decolorao arroxeada, sendo bem acentuadas e de aspectodesagradvel, embora facilmente removveis.

    Seus frutos so utilizados na obteno da bebidadenominada de aa, um refresco de consistnciapastosa, obtido por extrao mecnica (em mquinasdespolpadoras) ou manual. Essa bebida obtida com aadio de gua durante o processamento dos frutos, oque facilita, sobremaneira, as operaes dedespolpamento e filtrao.

    Dependendo da quantidade de gua utilizada no processo deextrao, a bebida classificada, segundo as normas doMinistrio da Agricultura, Pecuria e do Abastecimento como:

    a) Aa grosso ou especial, quando apresenta teor deslidos totais superior a 14%;

    b) Aa mdio ou regular, quando apresenta teor deslidos totais entre 11% e 14%;

    c) Aa fino ou popular, o produto com teor de slidostotais entre 8% e 11%.

    Quando o despolpamento efetuado sem a adio degua, obtm-se a polpa integral de aa, que deve conter,no mnimo, 40% de slidos totais. Essa forma deobteno do produto tem sido usada apenas experimen-talmente e visa ao atendimento de mercados distantesdos centros de produo. No entanto, nenhuma dasdespolpadoras disponveis no mercado processa comeficincia o fruto sem adio de gua.

    Alm da forma tradicional de consumo, a polpa de aatambm usada na produo industrial ou artesanal desorvetes, picols e na fabricao de gelias.

    Nos ltimos anos, diversas outras formas de apresenta-o do produto tm surgido no mercado, tais como: oaa pasteurizado, o aa com xarope de guaran, o aaem p, o doce de leite com aa, a gelia e o licor deaa. O primeiro embalado em latas contendo 1.000 mlde polpa j aucarada ou em potes de vidro contendo580 ml ou 325 ml; o segundo, embalado em potes devidro tambm contendo 580 ml ou 325 ml de aa,misturado com xarope de guaran. Esses produtosapresentam validade de 3 anos, mesmo quando manti-dos temperatura ambiente. J o aa em p, no qual seadiciona maltodextrina durante o processo de obteno,tem prazo de validade de apenas 2 meses e apresenta-do em potes de plstico, contendo 100 g. Esse produto indicado para o preparo de sorvetes, pudins, tortas,bolos, biscoitos e doces. O doce de leite com aa, agelia e o licor so comercializados em embalagens devidro, contendo 465 g, 215 g e 750 ml do produto,respectivamente. O doce e a gelia apresentam prazos devalidade de 1 ano, enquanto o do licor indeterminado.

    Coonvm ressaltar tambm que so grandes as perspec-tivas de utilizao dos frutos na indstria de corantesnaturais, de bebidas isotnicas e de refrigerantes. Naculinria domstica, tambm apresenta multiplicidade deusos, podendo ser utilizada no preparo de bolos, tortas,cremes, pudins, docinhos e mouses.

    Nas regies Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Nordeste doBrasil, o padro de consumo completamente diferenteda Amaznia. No Par, o aa consumido, principal-mente, como refeio principal, bebido puro ou mistura-do com farinha de mandioca e/ou tapioca, com ou semadio de acar. Na cidade do Rio de Janeiro, porexemplo, o aa consumido, com maior freqncia,misturado com xarope de guaran, misturado ou nocom outras frutas como: banana, laranja, morango, acerola,mamo, abacaxi, manga, maracuj, abacate e kiwi.

  • 15Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

    Composio e Valor Nutricional do FrutoO fruto do aaizeiro uma drupa globosa ou levementedepressa, com dimetro variando entre 1 e 2 cm epesando, em mdia, 1,5 g e, quando maduro, pode serroxo ou verde, dependendo do tipo. O mesocarpopolposo apresenta cerca de 1 mm de espessura, envol-vendo um endocarpo volumoso e duro que acompanha,aproximadamente, a forma do fruto e contm, em seuinterior, uma semente com embrio diminuto eendosperma abundante e ruminado. No entanto, podemser encontrados frutos com mais de um embrio.

    A parte comestvel do aa, constituda pelo epicarpo emesocarpo, representam, em mdia, 26,54% do peso dofruto. No entanto, h variaes acentuadas, principalmenteem funo da planta matriz. A maior parte do fruto compos-ta pelo caroo ou endocarpo (Tabela 1), o qual contm emseu interior, com freqncia, uma semente com eixo embrio-nrio diminuto e tecido de reserva rico em lipdios.

    Tabela 1. Participao relativa do endocarpo e da partecomestvel (epicarpo + mesocarpo) na composio dofruto de dez plantas-matrizes da coleo de germoplasmade aaizeiro da Embrapa Amaznia Oriental.

    Com relao composio qumica da poro comestvele da polpa industrializada, os resultados disponveis sodiscrepantes. Tal fato explicado, em parte, pela altavariabilidade gentica da espcie. Outro aspecto quedeve ser considerado que alguns autores incluem partedas fibras alimentares dentro dos acares totais. Como,durante o processamento da polpa, parte das fibras ficaretida na peneira, permitindo a passagem dos lipdios, comum encontrar dados em que o teor de lipdios napolpa industrializada maior que na parte comestvel dofruto. O contrrio ocorre com os acares totais.

    A parte comestvel do fruto apresenta valor calrico de262 kcal/100g, enquanto, na polpa industrializada,dependendo principalmente da quantidade de guaadicionada durante o processamento, o valor energtico menor, com 80 kcal/100g. O valor energtico dabebida aa determinado, em grande parte, pelos

    lipdios, haja vista que as quantidades de protenas e,principalmente, de acares totais so baixas (Tabela 2).

    Alm do valor energtico, a polpa de aa um alimentorelativamente rico em minerais, especialmente empotssio, clcio, fsforo, magnsio e ferro (Tabela 2) eem vitaminas E e B1.

    Tabela 2. Componentes qumicos encontrados em umlitro de polpa de aa com 12,5% de matria seca.

    Coeficientes TcnicosNa Tabela 3, encontram-se os coeficientes tcnicos paraa implantao e manuteno de 1 hectare de aaizeiro,at o quinto ano de plantio, em terra firme, noespaamento de 5 m x 5 m.

    Tabela 3. Estimativas do custo de implantao e manu-teno de 1 hectare de aaizeiro em terra firme paraproduo de frutos no Estado do Par, at o quinto anode plantio (R$ 1,00).

    Matriz ProcednciaEpicarpo + mesocarpo

    (%)Endocarpo

    (%)311-5 St. Antnio do Tau-PA 28,34 71,66416-1 Chaves-PA 21,69 78,31417-8 Chaves-PA 30,75 69,25419-3 Chaves-PA 28,08 71,92424-8 Chaves-PA 30,48 69,52430-5 Chaves-PA 28,37 71,63464-7 Breves-PA 24,51 75,49477-9 Breves-PA 17,49 82,51468-8 Breves-PA 29,36 70,64547-3 Oiapoque-AP 26,37 73,63Mdia 26.54 73,46

    Fonte: Carvalho, J.E.U. de ; Oliveira, M. do S. P. de (dados no publicados).

    Procedncia1Componente

    Par MaranhoLipdios totais (g) 62,4 40,7Protenas (g) 14,5 19,8Acares totais (g) 3,8 4,8Fibras totais (g) 32,1 43,8Clcio (mg) 417,5 596,3Fsforo (mg) 210,0 322,5Magnsio (mg) 161,3 157,5Sdio (mg) 123,8 235,0Potssio (mg) 915,0 1000,0Cobre (mg) 1,8 2,8Ferro (mg) 3,7 6,4Zinco (mg) 1,9 3,7Mangans (mg) 10,8 10,2

    1. Frutos oriundos de acessos conservados na Coleo de Germoplasma de Aaizeiroda Embrapa Amaznia Oriental, em Belm, PA.

    Fonte: Caroline (1999) citado por Rogez (2000).

    Atividades Unid. Quant.Custo unitrio

    (R$)Custo total

    (R$)Preparo de rea (1 ano)

    Roagem H/D 6 10,00 60,00Coivara H/D 3 10,00 30,00Piqueteamento H/D 1 10,00 10,00Coveamento H/D 6 10,00 60,00Adubao e preparo de covas H/D 3 10,00 30,00Plantio H/D 2 10,00 20,00Tratos culturais (1 ao 5 ano)

    Roagem manual H/D 50 10,00 500,00Coroamento H/D 50 10,00 500,00Cobertura morta H/D 50 10,00 500,00Adubao H/D 10 10,00 100,00Colheita e embalagem (4 e 5 anos)

    Colheita dos cachos H/D 40 10,00 400,00Debulha dos cachos H/D 20 10,00 200,00Embalagem dos frutos para venda H/D 20 10,00 200,00Insumos (1 ao 5 ano)

    Aquisio de mudas Unid. 440 1,00 440,00Adubos (sacos de 50kg) Saco 21 30,00 630,00Esterco de gado curtido M3 10 150,00 1500,00Herbicidas L 50 25,00 1250,00Gastos eventuais (10%) 643,00TOTAL 7.073,00

    H/D: homem/diaFonte: Nogueira et al. (1995); Siqueira et al. (1998); Rocha Neto et al. (1999) adaptada pelo autor e informaes de produtor.

  • 16 Cultivo do Aaizeiro para Produo de Fruto

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    Comit depublicaes

    Expediente

    CircularTcnica, 26

    Exemplares desta edio podem ser adquiridos na:Embrapa Amaznia OrientalEndereo: Trav. Enas Pinheiro s/n, Caixa Postal48CEP 66 065-100, Belm, PA.Fone: (91) 299-4500Fax: (91) 276-9845E-mail: [email protected] edio1a impresso (2002): Tiragem: 300 exemplares

    Presidente: Leopoldo Brito TeixeiraSecretria-Executiva: Maria de Nazar Magalhes SantosMembros: Antnio Pedro da Silva Souza Filho, ExpeditoUbirajara Peixoto Galvo, Joo Tom de Farias Neto,Joaquim Ivanir Gomes e Jos Loureno Brito Jnior

    Supervisor editorial: Guilherme Leopoldo da Costa FernandesReviso de texto: Maria de Nazar Magalhes dos SantosNormalizao bibliogrfica: Clia Maria Lopes PereiraEditorao eletrnica: Euclides Pereira dos Santos Filho

    MINISTRIO DAAGRICULTURA,PECURIA E ABASTECIMENTO

    CGPE 3079

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