cidadela dos sonhos

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Poesias

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1 2 3 Rogrio Snatus CIDADELA DOS SONHOS 4 Copyright 2012 by Rogrio Santos Snatus 5 Dedico este livro minha av, Dona Nilzae todos que amo. 6 7 ...evejotudocomperspectivasnovas:amesaonde escrevosealongaalmdocumprimentodeumamesa, minhacanetaenormedelongaepreciso,paraescrever, me manter longe da mesa para que a ponta da caneta atinja o papel, que mais branco que o papel. Clarice Lispector 8 9 ndice Apresentao11 Prefcio13 Captulo I: Signos do Inverno15 Captulo II: Abismos Absintais25 Captulo III: Mars Vadias 35 O autor45 10 11 Apresentao Este livro uma seleo de poemas que, ao longo de vinte anos, venho produzindo para o mundo. Dividido em trs captulos,elepasseiapelosdevaneios,insightsevos pretensiosamente comandados pela sobriedade. Aquiestumconviteaodevaneio,criao divinatria e uma breve viagem na nau alada da vida. 12 13 Prefcio Deumsimbolismoquasequeexacerbadoospoemasde RogrioSnatusbuscam,maisdoquerazo,falaralma doleitor,maisaindasuaprpria,levandoquelescuja sensibilidadeerepertrioabrangenteremovamosvus necessrios para o desfrute das venturas e sutis prazeres. 14 15 Signos do Inverno 16 17 o maior poema de amor lanar-se pela fenda do fim - desejar jamais sair. 18 borboletas em p/b rodam sobre minha testa vasculham arco-risnas idias bbadas. suas asas quebradas fazem fogo e sara coam ossos ardem nalma. borboletas disfaradas de morte clamam por cores se fedem as flores fodem-sesem remorsos. ah!como queria galopar nas crinas das borboletas comer suas asas parano arco-ris ncta derramar. 19 o poema caa o tempo como cido nas veiaso poema embota a pedra na palma da mo extinta. lavra perptua sem ente. 20 a estrela de taipa aguarda a derradeira vela entre casos e cacos, o barro; entre cortes e acordes um zoom em cmara-lenta; segredos passados da validade Verlaine causa medo como as falsas lamparinas que reclamam da morte. derradeira vadia da noite se esconde na vertigem, sonmbula. Onde o acaso amanhece. 21 pela senda do caminhoestarei adiante das lamparinas e farisno deserto das constelaes. 22 fao poemas para o mundo embalado em Prozac adeus irei de r fazendo rastros de p embalo o bero de Deus. sabe l o quando estarei no lapso... o mundo solua para a poesia ser dita como pus. auto l! bem auto estaremos sepultados junto como p dos livros enquanto a poesiadana. presunosa alma penada. livre o cego sente o mundo como impulso no abismo dos signos do inverno. 23 dos coraes acendo a alma fogos ftuos e fumos perder-se n auscultando a nona a palavra que foge ladra e vadia. 24 25 Abismos Absintais 26 27 quando-em-quando alo vos rasantes e o pndulo dana em cada mergulho 28 avanar preciso impreciso o impulso. esgotar-se. 29 na noite escura a tormenta corre. brisa que passa arrasta o sopro das nuvens lnguidas o olhar da luapasseia sobre as almas que buscam abrigo nos abismos absintais. 30 a fada fode forte encantada fada foda nada 31 embalar o bero e hastear a arte -comeo -castrar-se. debulhar o trigo: o fim. 32 arte exige sangue um ato mudo e secreto coito proibido dos desejos obscuros das luas. confesso o crime se rebaixa feio srdido nu ngreme. 33 Chora a pedrae a vida escorre das veias entupidas de nusea. 34 35 Mars Vadias 36 37 Quantas coisas so tanto sendo encanto sou pranto como quando canto foi espanto. 38 No recndito cu Labirintos Vi o olhar da Lua no infinito Na rosa a face do pirilampo Petrifiquei a palavra morta As fagulhas sacras. No altar as velas da ninha Ascendem ervas sonoras Bach em banto. Ok a! Ok! 39 O fumo da noite Repete a foice Entre mars vadias: Vaga a hora Entre suspiros doces: - e lnguidos arrepios: Vaga a lgrima. 40 A gazela enfeita o pranto Onde a pele noturna No leito movedio amarga Cimbras e saltos mortais. ( pino o escorpio cospe fogo) 41 Oh cus de bronzesobre as pedras esmeraldas e olores lquidos, speros no baile das feras! Nos Jardins das Lmpadas A foice espreita A lmina trmula. Na taberna O sopro E a Naja de asas Sacodem o p do qual nasci. A onde o vento escorre seu perfume? Em volta de si O redemoinho Queima fagulhas at a ltima ptala. 42 Dorme a cinza plida no mar Ao encontro da vaga No leito do espelho. Ao centro: canto e sabre. Farpas ao vento. 43 Sobre plcidas lgrimas Caminhos rasos Sara, sobre a nuvem. Passarinhos, ngua. 44 Poeta que sou minha carne treme e trama

dana derrete queima canta

Pssaro que sou meus cachos voam ao evocar as carcias cheiros e sacrifcios na cama.

45 quando do Cucaso liberto ronda o poema teu corpo jaztoco jazz dobro a alfaia trema o trovo beijo a pele bronzeada da chuva que molha a boca beijada. 46 Dia desses tomei um poema alucingeno,desses que dopam a alma,que doidivanas vagueia pelos mundos e fundos letrgicos, E muito doido curti o som do vento e toquei minha palma no peito em mi menor. Sonambulando entre o sono e o sonho fui s estrelas mijar; Gozei nas estrelas as vontades dos loucos e amantes; Fode as estrelas e as Vias Lcteas. A pedra azul chegou para mim e disse: "vem gostoso, vem me fode e me coma"; Furei a pedra que me espreita caolha dos confins do universo. 47 Quem queria dizer algo em meu corao gritou soando como vento que passa e acalenta as nuvens

ouvi o canto soar pelos cantos do mundo onde a chama tremula dana feito borboleta e asas

sendo s cinza a fnix fez-se brasa feito toque que acende e permanece.

48 Para fazer um leo alado flutuo nos pros da modernidade nos acessos acesos intensos promessas de amores vos iro devorar-me. 49 sobre obtusas em cadeias retas fresta paralelas sucessivas abertas na pele do ornitorrinco; guardo vos sob a plpebra... sonho passando limpo frestas infinitos! 50 in vino veritas para os ladrilhos dos portais do limbo laicos silvos cato em mim mendigos outonais peo pedras fluviais sonos malditos dos grilos caem das lgrimas celestiais cum dolor, in vivere veritas dardos danados abraam suspiros soou tempo asas. 51 vivendo a transcendncia de Vnus e Luaspelos descaminhos voantesdos rinocerontes ad vinhos rasantes. Senda cuspe e larva de Anacreonte. 52 enfim, e amide, fui em todo amor que pude mais inteiro. amor verdadeiro de quem j soube amar! di no ego e na alma mas por amor o amor se acalma deixa de ser dor- mesmo assim o pleno amor cria asas. e nas cumeeiras das casasplanta e beija a flor... s quero amor intenso nem q seja por um momento que seja meu nico amor. 53 Meu amor no tem endereo.Nem nome, nem preo!S percebo depois, na saudade;ou antes, se verdadeiro. minha vontade que sem zlo,faz-me amar de verdade. Amar puro! tudo e mais diante.Se aprendo amar a cada instante,amor serei s-lo - amar raridade! 54 tem uma flr. que na impacincia de ser cheirada grita: quero amor... e na esteira toda inteira, essa estrela se jogou... 55 O poeta ala vo no olharda Musa, compe o poemaque o consome: "Fogo e pele,combusto. Amor e alma que apagaa lgrima." Verso e vontade. 56 abrindo as portas do meu palcio interior para que as teias dos ventos toquem um maracatu doido, uivante. o grito salta camicase pela senda do lar do Elfo; O khabs retorce o sono onde Tefnut e Shu sorriem a primeira lagrima no Cucaso. 57 contar histrias para os sonhos e ninar o sorriso de teus olhos. em cada fagulha a alma arde com os desejos, a carne queima no ar da noite. cospe fogo o olhar que me busca e come. toma a seiva de Amon para devorar a alma do poeta. neste pouso do seu corpo sobre meu templo, do Escondido serei Aspi, Neteru, pgina e morte. 58 saco minha liberdade dos punhos cerrados na lidana lavra da alma com golpes certeiros. 59 vai penugem da tarde roa em meu sopro e corre paraa nau dos loucos vaga pelo oco idlio e zomba dos navegantes com seus lemes certo chegar nas nuvens sob trombetas. 60 Correr, correr, correr... at os cus, bulinar as nuvens depois mergulhar na lama e nos potes de vinho So Jorge caminhar entre pombos sujos e seus vos ambulantes brincar de mgica e Deus sobre o fio da morte-vida pentelhos e cidos dos raios de sol baixar Outro no alto de si. 61 Vou manchar este cu nublado de azul e sol! Sangra o infinito sua ltima chama de amor Cinge dor o derradeiro ato explode nos olhos o grito. 62 T fundido no tiroem meias lavras palavra: martrio- ou quase nada. T lindo n estrada rumo ao quase infinito, em meio ao nada... T sentindo o ecoar ... Penetrar na carne. A idia rasante diante do templo e da budega... Sombria h de passar a alma sem cruzar as pernas. No alto galopo em ventos proscritos da palavra, Deso sobre a piarra para fazer o leito das minhas ternuras. 63 experimento #1 farto de euseremim sa me virei do avesso achei! outro lado doido de meser. 64 e o homem de coragem... vaga e voa entoando mais uma estrofe, destrinchando com o sabre nos corpos dos vos 65 O autor RogrioSnatuslanouseuprimeirolivrocom13anos, PoemasEscolhidos. Hojepossui7livrospublicados,como o livro de poemas CIDADELA DOS SONHOS e Curto e Grosso mole, mas sobe. Comoeconomistatemdoislivrossobrecaptaode recursos,CaptandoRecursos,AlavancandoSonhose EstratgiasAvanadasdeCaptaodeRecursos;edois outros Economia Solidria na Bahia e Desenvolvimentismo e poltica econmica na ditadura e na abertura democrtica. 66