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Habilidades sociais educativas parentais: programa de intervenção para familiares de educandos com Transtorno Global do Desenvolvimento - TGD CARTILHA INFORMATIVA – OUTUBRO/2011 ANDRÉA LILIAN ANDRADE CASTRO

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Prezados Pais,

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Habilidades sociais educativas parentais: programa de interveno para familiares de educandos com Transtorno Global do Desenvolvimento - TGD

CARTILHA INFORMATIVA OUTUBRO/2011ANDRA LILIAN ANDRADE CASTRO

EULINA PASSOS GAMA NETASUMRIO

1.Carta aos pais................................................................................................................................................................................................................................32.Apresentao.................................................................................................................................................................................................................................43.Consideraes importantes para compreenso do material....................................................................................................................................................5

3.1 Transtorno Global do Desenvolvimento.........................................................................................................................................................................5

3.2 Lembretes importantes....................................................................................................................................................................................................5

3.3 Prticas educativas..........................................................................................................................................................................................................7

3.4 Comportamentos indesejveis X desejvel.....................................................................................................................................................................8

3.5 Quando o comportamento agressivo?..........................................................................................................................................................................8

3.6 Entendendo as birras.......................................................................................................................................................................................................9

3.7 Possveis desencadeadores da raiva..............................................................................................................................................................................10

4.Fatores que podem manter comportamentos inadequados....................................................................................................................................................124.1Bater ou no? Eis a questo...........................................................................................................................................................................................14

4.2 Bater..............................................................................................................................................................................................................................154.3 Como podemos ajudar?................................................................................................................................................................................................164.4 Lembretes sobre limites................................................................................................................................................................................................174.5 Dar limites no ...........................................................................................................................................................................................................184.6 Dar limites ..................................................................................................................................................................................................................184.7 Os pais devem...............................................................................................................................................................................................................194.8 Importante!....................................................................................................................................................................................................................204.9 Eventos que devem ser evitados a qualquer custo.........................................................................................................................................................215.Cuidado - No dizer, no fazer..................................................................................................................................................................................................226.Tentando acertar Estratgias para fomentar a competncia social....................................................................................................................................247.Consideraes finais....................................................................................................................................................................................................................338.Mensagem....................................................................................................................................................................................................................................349.Referncias...................................................................................................................................................................................................................................3610. Sobre as autoras........................................................................................................................................................................................................................371. CARTA AOS PAIS

Prezados Pais,

No se perde uma criana para o Autismo. Perde-se uma criana porque a que se esperou nunca chegou a existir. Isso no culpa da criana autista que, realmente, existe e no deve ser o nosso fardo. Ns precisamos e merecemos famlias que possam nos ver e nos valorizar por ns mesmos, e no famlias que tm uma viso obscurecida sobre ns por fantasmas de uma criana que nunca viveu. Chore por seus prprios sonhos perdidos se voc precisa. Mas no chore por ns. Estamos vivos. Somos reais. Estamos aqui esperando por voc. Jim Sinclair (autista) No chorem por ns Discurso na Conferncia Internacional de Autismo, Toronto, 1993

Educar uma tarefa complexa e desafiante que demanda dedicao, amor, responsabilidade, mudana de padres de conduta por parte dos pais e atendimento as necessidades do filho. Alm disso, o ato de educar implica em fazer escolhas. A escolha de como faz-lo. Percebe-se que assumir os papis de pai e me constitui um desafio que pode levar a alegrias, realizaes, como tambm, a uma srie de frustraes. Muitos so os questionamentos e dvidas que passam pelas cabeas dos pais, que os fazem sentir inseguros, frustrados e quase sempre carentes de informaes sobre o como educar de forma adequada.

Neste sentido, cuidar dos filhos pode ser encarado como uma atividade que envolve dever, prazer, pacincia, medo e tudo isso depende tanto dos modelos presentes nas relaes familiares, das influncias culturais, econmicas quanto de prticas parentais eficientes.

Pesquisas sobre prticas educativas parentais revelam que os pais ao monitorarem seus filhos de forma positiva, orientando-os, apoiando-os, contribuem significativamente para o desenvolvimento psicolgico saudvel dos mesmos. Entretanto, os pais que so extremantes agressivos ou negligentes so preditores dos surgimentos de problemas no comportamento dos filhos.

Assim, fica evidente, que pais e familiares em geral, so imprescindveis na educao dos filhos, pois so considerados referenciais de aprendizagem e fontes de afeto e reforo.

2. APRESENTAO

Esta cartilha foi elaborada a partir da demanda referente seguinte pesquisa: Habilidades sociais educativas parentais: programa de interveno para familiares de educandos com Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), que objetivou investigar as principais dificuldades enfrentadas pelos pais na educao dos filhos, enfocando os fatores que favorecem ou prejudicam o desenvolvimento social e adaptativo.As dificuldades elencadas neste material dizem respeito s Habilidades Sociais Educativas Parentais de famlias de educandos com Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) que recebem atendimento no Centro de Atendimento Educacional Especializado Pestalozzi da Bahia.

Para realizar esta pesquisa fez-se necessrio investigar os contextos familiares em que os educandos estavam inseridos, bem como os estilos parentais adotados pelos pais na educao dos filhos. Entre as principais dificuldades pontuadas pelas participantes deste estudo esto a inabilidade em lidar com comportamento de birra e agressividade dos filhos, associada dificuldade de estabelecer limites e dizer no. As queixam tambm se intensificam em relao a falta de apoio, orientao e informao no que se diz respeito a melhor forma de monitorar os comportamentos dos filhos. Neste sentido, tais informaes serviram de base para elaborao desta cartilha.

Este material considera a possibilidade de trabalhar com os pais tanto no aspecto preventivo, quanto no aspecto interventivo. As orientaes constantes nesta cartilha podem ser tomadas como sugestivas da importncia do repertrio de habilidades sociais educativas dos pais, visando melhorar a qualidade do relacionamento familiar.

3.CONSIDERAES IMPORTANTES PARA COMPREENSO DO MATERIAL

Definir conceitos que balizam este material fundamental para compreenso do mesmo.

3.1 TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO

Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) um termo utilizado para descrever uma ampla variedade de sintomas que se caracterizam pela presena de um desenvolvimento acentuadamente atpico na interao social e comunicao, assim como pelo repertrio marcadamente restrito de atividades e interesses.

Neste sentido Faction (2005 apud FRAGA, 2009) afirma que os prejuzos nas diversas reas do desenvolvimento das pessoas acometidas por TGD so muitos e diferenciam-se por algumas caractersticas individualizadas, divididas em cinco subtipos: o Transtorno Autista, Rett, Asperger, Desintegrativo da Infncia e o Transtorno Invasivo do Desenvolvimento sem outra especificao.

pertinente pontuar que as descries apresentadas por manuais como o DSM e CID 10 limitam o diagnstico do TGD, ao considerar os sintomas de uma forma generalista, como se esses indivduos fossem membros de um grupo homogneo, desconsiderando sua histria de aprendizagem. (GOULART E ASSIS, 2002).

Cabe destacar que as diferenas individuais so fruto da histria de aprendizagem e das diversas contingncias sociais, econmicas e culturais que constituem os repertrios pessoais e que diferenciam as pessoas. Estas diferenas no so contempladas pela categorizao apresentada pelos manuais DSM e CID 10. (GOULART E ASSIS, 2002),

3.2LEMBRETES IMPORTANTES: (adaptado de Williams & Wright, 2008) Os sintomas caractersticos das pessoas com Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) variam bastante, principalmente nos quadros de autismo. Muitas crianas podem no apresentar todos os sintomas at hoje identificados.

Os sintomas variam de acordo a idade. Algumas crianas podem evitar quase completamente o contato visual, enquanto outras podem ter apenas dificuldades sutis.

No Transtorno Global do Desenvolvimento, os problemas de comportamentos relacionados a inabilidade social implicam no aumento de conflitos destas pessoas, por isso revelam dificuldades na socializao (BORDIN, MARIA & CAEIRO, 1995 apud SILVEIRA, 2007). Algumas vezes os problemas apresentados pelo educando com TGD no um sintoma caracterstico do transtorno em si, e sim da histria de vida daquela criana. A criana e o jovem, muitas vezes, se apresentam no s como o porta-voz de uma dinmica familiar comprometida, mas de todo o funcionamento de seus membros.

Cada caso de Transtorno Global do Desenvolvimento, seja ele qual for, traz uma histria de vida diferenciada, com estilos parentais tambm especficos. Neste sentido, cada famlia e respectivos filhos, devem ser considerando de forma particular, tornando-se evidente a relevncia de estratgias que identifique as variveis do repertrio de cada filho (a) bem como a funo de cada comportamento a partir de uma anlise individualizada, e que no estejam restritos aplicao de procedimentos baseada exclusivamente em formas generalistas.

Em alguns casos, tornam-se comum os pais e familiares atriburem os problemas dos filhos (as) como uma consequncia do Transtorno Global do Desenvolvimento, desconsiderando os aspectos educativos e o manejo como uma das causas da instalao de certos comportamentos. Os problemas de comportamento so multideterminados, imprescindvel que os pais analisem o comportamento de seus filhos, considerando os seguintes itens: Qual comportamento voc considera problema? Onde e quando este comportamento acontece? Este comportamento aparece quando acontece algo agradvel ou desagradvel? Voc percebe sinais de compreenso por parte de seu filho acerca do que est acontecendo no contexto? Como as pessoas que esto ao redor e voc reagem e o que fazem quando seu filho emite tal comportamento? O que acontece em seguida? 3.3 PRTICAS EDUCATIVAS Prticas educativas parentais referem-se s estratgias utilizadas pelos pais com o objetivo de promover a socializao de seus filhos.

Segundo Gomide (2003) as prticas educativas que podem levar ao desenvolvimento de comportamentos anti-sociais so chamadas de prticas educativas negativas, sendo seis as mais encontradas na literatura: negligncia, abuso fsico e psicolgico, disciplina relaxada, punio inconsistente e monitoria estressante. Quanto s prticas educativas positivas, que colaboram para o adequado desenvolvimento pr-social da criana, destacam-se a monitoria positiva e o comportamento moral.

O que nos interessa neste material so as prticas educativas positivas. A monitoria positiva definida como o conjunto de prticas parentais que envolvem ateno, estabelecimento de regras, acompanhamento e superviso das atividades escolares e de lazer e conhecimento dos pais acerca do local onde o filho se encontra e das atividades que so desenvolvidas pelos mesmos.

A outra prtica educativa positiva o comportamento moral, o qual implica, por exemplo, promover condies favorveis ao desenvolvimento das virtudes, tais como empatia, senso de justia, responsabilidade e trabalho. 3.4 COMPORTAMENTOS INDESEJVEL/INADEQUADO X COMPORTAMENTOS ADEQUADOS/DESEJVEL

Comportamentos inadequados so aqueles que impossibilitam a convivncia social, e que podem influenciar seriamente a vida social e emocional. Assim, faz-se necessrio ajudar as crianas a aprenderem comportamentos sociais aceitveis e a evitarem comportamentos que ajam contra suas perspectivas futuras.

Considera-se comportamento adequado, aquele comportamento que contribui para uma boa convivncia, bem aceito no meio que vivemos e na sociedade em geral.3.5 QUANDO O COMPORTAMENTO AGRESSIVO? A AGRESSO ALGO INATO OU ADQUIRIDO?

O comportamento agressivo definido como toda ao que causa ou implica danos ou prejuzos a algum (LISBOA & KOLLER, 2001). As Crianas agressivas expressam suas dificuldades de interao e adaptao atravs de seus comportamentos.

O comportamento agressivo costuma transmitir alguma coisa. s vezes, crianas com Transtorno Global do Desenvolvimento desenvolvem comportamentos pouco desejveis por hbito ou frustrao porque no aprenderam novas aptides que lhes permitem desempenhar tarefas sozinhas ou porque simplesmente no entendem o que se espera delas. Por exemplo, uma criana autista gritando no meio da cozinha talvez esteja transmitindo a mensagem de sede, mas no est comunicando est mensagem consciente aos pais. Os pais tero que adivinhar e, com intuio e tentativas e erros, acabar descobrindo. Neste sentido, parte da problemtica de crianas com Transtorno Global do Desenvolvimento origina-se da frustrao com o fato de o mundo no fazer o que a criana nestas condies deseja. (Williams & Wright, 2008).

H evidncias suficientes de que a agresso uma reao predominante, seno inevitvel, frustrao.

3.6 ENTENDENDO AS BIRRAS

Quando os pedidos das crianas/adolescentes so negados pelos pais, estes apresentam comportamentos inadequados de choro, bater, espernear, grito, jogar-se no cho, comportamentos estes popularmente chamados de birras.

De acordo a Barbirato & Dias (2009) no decorrer das interaes no contexto familiar, a criana percebe que ao chorar, gritar e/ou jogar-se no cho, os pais passam a dar ateno no intuito de evitar os comportamentos inadequados, porm, ao agir desta forma estar incentivando seu filho a emitir tais comportamentos no futuro para alcanar objetivos. Com isto, um novo repertrio de birra est sendo instalado na vida da criana.

As birras, uma vez ou outra, so comuns entre crianas entre o segundo ao terceiro ano, pois qualquer criana nesta idade acredita que o mundo gira a seu redor. Assim cabe informar, que existe uma variao do comportamento de chorar, por isso preciso correr para atender a criana se o choro significa algo errado com ela (fome, sede, dor, mal-estar). Por outro lado, preciso no atend-la, e manter a calma, se o choro for apenas uma forma de chamar a ateno. Ficar atento a estes comportamento um ponto chave para evitar a instalao dos comportamentos inadequados nas crianas (BARBIRATO & DIAS, 2009)

Neste contexto, fica evidente que birras, choros, ataques de raiva e comportamentos agressivos ocorrem por algum motivo, s vezes, bvio. Neste sentido, os pais devem bancar os detetives! Na maioria das vezes, os motivos para as birras pode ser uma combinao dos seguintes fatores: 1. Querer fazer ou ter algo que lhe probem. 2. No quer fazer alguma coisa. 3. Tdio ou frustrao 4. Medo. 5. Provocar uma reao do ambiente e das pessoas nele presentes (WILLIAMS & WRIGHT, 2008). importante que a criana entenda que a birra no meio para conseguir aquilo que quer; se ceder sempre, ela vai usar isso como estratgia e criar um hbito para fazer chantagem sempre que desejar um doce ou brinquedo. Cabe esclarecer que, quando a criana for aprendendo a aceitar que no pode ter tudo imediatamente, as birras vo diminuindo.

3.7 POSSVEIS DESENCADEADORES DA RAIVA FIQUEM ATENTOS

Williams e Wright (2008)

As coisas no acontecem como se esperava;

Exigncias excessivas;

Alterao da rotina;

Barulho;

Excesso de estimulao, por exemplo, luzes ofuscantes, vitrines coloridas, barulho e empurres em supermercados lotados;

Ser impedido de finalizar rituais;

Incerteza/Falta de estrutura/ espera demorada;

Viagens (mudanas sbitas);

Presenciar conflitos.4. FATORES QUE PODEM MANTER COMPORTAMENTOS INADEQUADOS

O que d fora ao comportamentoDesmitificando

Os pais acreditam que, pelo fato de crianas com Transtorno Global do Desenvolvimento no entenderem o que se espera delas, devem ter permisso para fazer o que desejarem.Crianas com TGD, aos poucos, vo desenvolvendo a compreenso de interaes sociais (cada uma em seu tempo).

importante que os pais possibilitem criana discriminar entre comportamentos que eles aprovam e os que desaprovam.

Mesmo se a criana no entender por que certos comportamentos so inaceitveis, ela pode aprender a se comportar adequadamente. Por exemplo, se ela brinca regularmente com as prprias fezes, ensina-se a no faz-lo por razes de segurana e higiene. Ainda que, naquele momento, ela no entenda o por qu.

Os pais acreditam que nenhuma estratgia funciona e, portanto, podem deixar os filhos fazerem o que desejarem.No verdade que nenhuma estratgia funciona. necessrio ser persistente e paciente. A maioria demora mais para funcionar e so cansativas para os pais, mas em longo prazo valem pena.

Educar crianas com Transtorno Global do Desenvolvimento pensar em resultados a mdio e longo prazo.

s vezes alteraes simples podem fazer grandes diferenas. Outras vezes, a situao poder ser muito mais complexa. Talvez seja preciso uma anlise cuidadosa e detalhada do comportamento para entend-lo melhor.

Pais e familiares sentem pena das crianas que apresentam TGD, e assim, do-lhes o que desejam o tempo todo.Dar a qualquer criana o que ela deseja o tempo todo no bom para a mesma, acaba estabelecendo expectativas irracionais (POSSO TUDO). Se as crianas esto acostumadas a ter tudo o que querem o tempo todo, sofrero um grande choque quando forem escola e tero muita dificuldade de interagir.

Falta de consistncia (consistncia significa que pais e mes devem agir da mesma forma com seus filhos.)s vezes ocorre de um dos pais chamarem a ateno do filho e o outro proteg-lo. Quando isso acontecer, ou seja, quando seu companheiro (a) fizer algo que voc no gosta em relao aos filhos, melhor esperar e conversar sobre isto, longe deles, e ento chegarem a um acordo sobre como agir em situaes semelhantes. Caso contrrio, provvel que o filho aprenda o que pode pedir para cada um dos pais, alm de fazer birra ou chorar para conseguir o que quer.

Para isso, preciso que o casal converse, negocie, chegue a um consenso, afinal so pessoas diferentes, que tiveram educao diferente, e provavelmente tm opinies diferentes quanto forma de educar os filhos.

Os pais ficam exaustos ou deprimidos, ou ambos, porque o comportamento de crianas com TGD, em alguns casos, difcil. importante reconhecer e admitir a exausto e/ ou depresso. Uma pausa para cuidados e/ ou tratamentos, apoio, pode ser crucial para permitir uma vida mais saudvel.

Os pais deixam as crianas dar as ordens quando so pequenas, levando-as a crer que sero capazes de agir da mesma maneira quando crescerem. Permitir que as crianas assumam o controle no nada saudvel. O mundo externo no lhes permitir faz-lo e tero muita dificuldade, a menos que receba ajuda para entender como o mundo externo funciona. Isso no precisa ser traumtico se feito gradual e sistematicamente.

Tabela elaborada a partir da referncia de Williams e Wright (2008).4.1 BATER OU NO? EIS A QUESTO.

Filhos expostos violncia por longos perodos, freqentemente comportam-se de forma agressiva e, quando so criados em condies negligentes, tornam-se pouco tolerantes frustrao, com pouca motivao para seguirem normas sociais. (BOLSONI-SILVA E MARTURANO, 2002).

A atitude dos pais de gritar e/ou bater quando o filho emite comportamentos indesejveis (jogar-se no cho, bater, xingar) pode servir de modelo para que crianas/adolescentes continuem a se comportar agressivamente.

Assim, por exemplo, as crianas que vivenciam ambientes agressivos e so tratadas desta forma, ao ingressarem no ambiente escolar, passaro a repetir o padro agressivo aprendido nas prticas parentais. Este padro somado as dificuldades dos professores em lidar com as mesmas, faz com que comportamentos inadequados persistam, prejudicando a aprendizagem e a socializao.

Cabe lembrar, segundo Caballo e Simm (2005) que a maioria dos comportamentos que os pais e a sociedade em geral espera das crianas so aprendidos. Fica evidente que as pessoas no nascem se comportando de forma adequada ou inadequada. importante destacar que mesmo comportamentos como gostar das outras pessoas, no ser egosta, ser responsvel, devem ser ensinados. Portanto, segundo Caballo e Simm (2005), na educao que os pais do para seus filhos, devem ensinar estes comportamentos.

4.2 BATER

No ensina a ter limites; A criana obedece mais no aprende; O uso da fora como forma de intimidao funciona de imediato, porm em longo prazo extremamente ineficaz.

Ao apanhar a criana se sente humilhada e, em vez, de refletir sobre o mau comportamento, vai alimentar sentimentos de raiva e vingana.4.3 COMO PODEMOS AJUDAR? importante saber que todo comportamento ocorre em um dado contexto. Sobretudo, segundo Williams, C., Wright, B (2008), ele ocorre no tempo. Ou seja, algo acontece antes do comportamento e depois do comportamento. Os pais devem ficar alerta, pois o que acontece antes, durante e depois pode influenciar o prprio comportamento e a probabilidade de acontecer novamente. Neste sentido, os pais devem agir como DETETIVES, ficando atentos ao que acontece antes e depois de comportamentos inadequados dos filhos. Assim, fica mais fcil prevenir e controlar certos comportamentos. Uma forma de lidar com comportamentos agressivos a valorizao de atitudes positivas, crianas respondem positivamente quando so disciplinadas por pessoas que as amam e tentam agrad-las.

Toda criana necessita de elogios, sorrisos e abraos dirios. Preste mais ateno em seu filho, nos momentos em que ele no demanda ateno, especialmente se estiver se comportando bem.

necessrio que os pais utilizem estratgias de autocontrole. Ou seja, necessrio aprender a se controlar, no permitindo que seus sentimentos de frustrao levem a emitir respostas de contra-agresso na situao de conflito. Tais estratgias servem para se controlar diante da agressividade dos filhos. Por exemplo: contar at dez, visando encontrar um comportamento alternativo ao comportamento da agresso. Diante de um episodio agressivo permanea calmo (a). Tente no envolver-se com o comportamento do seu filho (a), igualando-se a ele. Quando voc age da mesma forma que seu filho, isso descaracteriza o seu papel de autoridade e de educador. Lembrem-se, a maioria das crianas fora de controle j so muito agressivas. A punio fsica ensina a elas que certo ser agressivo (por exemplo, bater ou machucar outra pessoa), para resolver os problemas.

Explicite o comportamento objetivo especifico (o que voc quer que seu filho faa?): deve-se descrever e esclarecer os comportamentos esperados e explicar a relevncia e importncia na convivncia com outras pessoas. Deve-se, tambm, ajudar a criana a compreender o que se espera dela e por qu.

4.4 LEMBRETES SOBRE LIMITES: ZAGURI, 2001 e CABALLO, & SIMN (2005)

.

Dar limites segundo Zaguri (2001) importante. Segundo a autora no pode haver dvidas quanto a isso. No entanto, antes de comear preciso acreditar que dar limite aos filhos iniciar um processo de compreenso, lembrando que ningum pode respeitar seus semelhantes se no aprender quais so os seus limites - e isso inclui compreender que nem sempre se pode fazer tudo que se deseja na vida.

necessrio que a criana interiorize a idia de que poder fazer muitas, a maioria das coisas que deseja - mas nem tudo e nem sempre. Essa diferena pode parecer sutil, mas fundamental. Entre satisfazer o prprio desejo e pensar no direito do outro, muitos tendem a preferir satisfazer o prprio desejo, ainda que, por vezes, prejudique algum (ZAGURI, 2001). 4.5 DAR LIMITES NO : OLIVEIRA (2000); ZAGURI (2001); CABALLO, & SIMN (2005).

Dar limites NO proibir tudo que acha errado. Lembre-se, a criana precisa ser chamada a ateno quando mal educada com algum, quando agressiva com voc, quando no quer estudar. Seja sensato. No fique chamando a ateno de seu filho toa, pois quando ele realmente tiver que ser chamado ateno por uma falta grave, ele no vai nem lhe ouvir; Deixar de atender as necessidades reais dos filhos. Dar ordens sem explicar o porqu de acordo apenas com o prprio interesse. Isso autoritarismo! Gritar ou bater nos filhos para que eles se comportem;

4.6 DAR LIMITES : OLIVEIRA (2000); ZAGURI (2001); CABALLO, & SIMN (2005). Ensinar que existem outras pessoas no mundo;

Disciplinar, sem jamais recorrer violncia;

No mudar as regras de um dia para o outro;

Mostrar que muitas coisas podem ser feitas e outras no podem ser feitas;

Ensinar a tolerar pequenas frustraes. (a criana tem que aprender que as coisas no acontecem do jeito que elas querem, na hora que querem);

Ensinar seu filho a distinguir o certo do errado;

Ensinar que a cada direito corresponde a um dever;

Dar o exemplo;

Saber discernir entre o que necessidade dos filhos e o que apenas desejo.

4.7 OS PAIS DEVEM: OLIVEIRA (2000); ZAGURI (2001); CABALLO, & SIMN (2005); SILVA, MARTURANO, SILVEIRA (2006).

Dizer SIM sempre que possvel; No sempre que necessrio;

Expressar sentimentos positivos, elogiar (Refere-se a qualquer comentrio positivo em direo a uma pessoa ou a alguma coisa feita por ela). Exemplo: Estou to contente por voc ter completado sua tarefa hoje!. Agradecer. Exemplo: Muito obrigado por ter me ajudado a arrumar os brinquedos hoje. Fico muito feliz quando isso acontece.

Dar e receber feedback positivo ( uma descrio verbal ou escrita sobre o desempenho de uma pessoa). O feedback permite que a pessoa que est sendo ensinada perceba como se comporta e como esse comportamento afeta seu interlocutor. Exemplo: Hoje voc terminou sua tarefa como combinamos. Muito bem! (seguido de gesto de legal ou de sorriso).

Assim como o feedback positivo, os pais tambm devem dar feedback negativo, ou seja, este procedimento consiste em uma descrio verbal ou escrita sobre o desempenho de uma pessoa, porm haver alterao no contedo da descrio. Exemplo: imagine que seu filho quebrou um vaso que voc gosta muito. provvel e natural que voc sinta raiva, tristeza, entre outros sentimentos negativos. No entanto, a forma de express-los pode ocorrer de vrios modos, atravs de brigas, agresses ou dizer que no gostou do que ele fez e o porqu. A primeira coisa a ser considerada, que no da pessoa que se comportou de maneira inadequada que no gostamos, mas sim, da maneira como ela agiu. Deve-se tambm identificar quais os sentimentos negativos que esse comportamento gerou. Quando esses dois aspectos so identificados (o comportamento inadequado e os sentimentos negativos), aumentam as chances de que haja menos descontrole emocional e que se consiga expressar os sentimentos atravs de conversas adequadas e no brigando ou batendo.

S dizer no aos filhos quando houver uma razo concreta;

Dar aos filhos o exemplo respeitando as pessoas e as regras.

4.8IMPORTANTE! (SILVA, MARTURANO, SILVEIRA- 2006). S ignore os comportamentos quando tiver certeza que a criana o faz para chamar ateno, caso contrrio, necessrio atender a criana, considerando suas necessidades. H tambm comportamentos que NO PODEM ser ignorados (agressividade, comportamentos de riscos, dentre outros, pois podem levar a criana a se machucar ou prejudicar outras pessoas).

Alguns comportamentos de menor importncia podem ser ignorados. Claro que s vezes os pais sentem dificuldade de ignorar os comportamentos perturbadores, mas deve-se sempre manter a calma e dizer o que se espera da criana naquele momento.

O comportamento inadequado quando ignorado, tende a se enfraquecer e sumir, caso o objetivo seja chamar a ateno. No entanto, importante dar ateno para bons comportamentos, o que evita que a criana volte a fazer coisas indesejadas. 4.9 EVENTOS QUE DEVEM SER EVITADOS A QUALQUER CUSTO (BARBIRATO & DIAS, 2009).

Discusso constante entre os pais acompanhado de agresso verbal e fsica na presena dos filhos.

Autoritarismo dos pais;

Crticas negativas criana no seu cotidiano.

Agresso fsica e /ou verbal por parte dos pais.

ACREDITE dar limite no provoca trauma psicolgico, voc no pode abrir mo desse elemento fundamental na educao.

5. CUIDADO- PERIGO!!!!! NO DIZER, NO FAZER

A violncia verbal pode ser to devastadora quanto a fsica e as palavras ditas por pais e mes estressados podem impactar mais do que as frases de carinhos. Todos ns temos esses momentos em que perdemos nossa pacincia e dizemos algo para nossos filhos que logo depois nos arrependemos. Nenhuma me perfeita, mas as palavras erradas podem deixar cicatrizes profundas em nossos filhos. Genny HeikkaNO DIZER, NO FAZERCONSEQUNCIAS O que seria melhor dizer- fazer?

Evite chantagens. Se voc ficar comportado, ganha um doce. Ou levo voc ao zoolgico.Este comportamento abre caminhos para que a criana utilize a chantagem para obter aquilo que deseja.

A criana pode ser confortada e sentir que o outro est junto dela, mas no precisa ser subestimada nem super valorizada, mas sim, cuidada.

Cuidado ao dizer: voc insuportvel. A criana pode se tornar mais agressiva.

Seria melhor dizer. Voc passou dos limites. importante neste caso, oferecer modelos de comportamentos adequados.

Cuidado ao dizer: No agento mais voc. Ou: Voc est querendo me matar? A criana se sente rejeitada e culpada.

Seria melhor dizer. Isso que voc est fazendo no certo, ou no gosto de seu comportamento.

Cuidado ao dizer: Vou embora e vou deixar voc a, vai ficar sozinho.Ameaas de abandono so cruis, danosas para uma criana que faz de tudo para obter o amor dos pais e sentir-se amada.

Por que fazer uma ameaa que voc no pode cumprir? Acenando com uma punio que nunca vem. Assim voc perde sua credibilidade.

Seria melhor dizer o que voc espera da criana, ensinando-a como fazer.

Dizer que a criana deve se comportar porque seno Papai do Cu vai ficar zangado ou o bicho-papo vai pegarEsse tipo de ameaa pode causar pesadelos e prejudicar o sono das crianas.

Voc no me obedece; nunca mais vou falar com voc.Diga: Filho, oua o que estou lhe dizendo. Fico chateada (o) quando voc no me atende

Se mexer a o policial vai te prender, ou Se no tomar remdio o mdico vai te dar uma injeo.

Alm de transferir a responsabilidade para outra pessoa, gera na criana um temor que no deveria existir.

Por que voc no faz como seu irmo, que to obediente?Comparaes desse tipo devem sempre ser evitadas. Lembre-se: cada filho de um jeito.

Cuidado com o castigo psicolgico.Castigo psicolgico uma forma de violncia que marca para sempre o sujeito com sofrimento, embora deixe intacto o corpo da vtima. Para a ABRAPIA (Associao Brasileira Pais, Infncia e Adolescncia), violncia psicolgica rejeio, depreciao, discriminao, desrespeito, desqualificao, negligncia, intimidao, perseguio e isolamento da criana), omisso de responsabilidades e punies exageradas.

Esse tipo de violncia causa problemas psicolgicos ligados estima, ansiedade, dificuldades de desenvolvimento da autonomia e de bons relacionamentos posteriores.

Sugestes adaptadas de SILVA, MARTURANO, SILVEIRA (2006); NASCIMENTO (2010); CABALLO & SIMN (2005); OLIVEIRA (2000).6. TENTANDO ACERTAR: O QUE FAZER? COMO FAZ- LO?ESTRATGIAS PARA FOMENTAR A COMPETNCIA SOCIAL

O que fazer?Como faz-lo?

Explique que comportamento espera que a criana realize ou modifique.

Desaprove a conduta, no a criana.

Verbalizar o comportamento desejado.

Proporcionar razes, explicaes para emisso do comportamento.

Valorizar os sentimentos de seu filho diante da situao.

Explique limites, lembre sobre regras, pergunte pela regra a ser obedecida, pergunte pelas conseqncias.

Use faa em vez de no faa.

Seu filho precisa saber o que esperado que ele faa. Exemplos: "Brinque com seu irmo", "olhe os livros enquanto estou ao telefone", ou "ande, no corra". Faa incentivos ao bom comportamento; timo filho seguido de beijo e afagos.

necessrio deixar claro para os filhos que sua desaprovao est relacionada ao seu comportamento e no diretamente a eles. Relembrando, que a primeira coisa a ser considerada, que no da pessoa que se comportou de maneira inadequada que no gostou, mas sim, da maneira como ela agiu.

importante descrever o comportamento que desagradou, dizendo a seu filho o que ele fez ou disse.

Utilize regras.Primeiro importante lembrar que cada fase do desenvolvimento tem suas necessidades, seus deveres e obrigaes. No exija do seu filho comportamentos que ele no est preparado para cumprir ou entender.

As regras devem ser curtas e fceis de serem lembradas. Estabelea uma regra de cada vez.

Quando uma regra for obedecida, valorize com elogios.

Quando uma regra for desobedecida, faa com que, se possvel, o comportamento seja REPETIDO de maneira correta (repita a ordem dada calma e firmemente quantas vezes for necessrio).

Seja persistente. muito comum os pais dizerem tentamos isso e no funcionou.Se seu filho est acostumado a ganhar um biscoito no supermercado quando grita repetidamente, e voc decide no lhe dar mais o biscoito, ento a fria misturada ao conhecimento do que funcionou antes, levar seu filho a continuar gritando. Ele pode passar, tambm, a emitir outros comportamentos mais agressivos.

Talvez, seja apenas depois de vrios episdios que seu filho comeara a aprender que os gritos e o biscoito no esto mais relacionados.

Algumas crianas demoraram muito mais para aprenderem o processo, fato esse que atinge os pais, que acabam ficando exaustos mais rapidamente.

Apresente um comportamento modeloPais e cuidadores devem demonstrar verbalmente ou com aes como se deve realizar o comportamento esperado.

Comparar o comportamento emitido com o esperado.

Falar em um tom de voz agradvel

Seu filho pode receber um castigo e no entender qual a ligao dele com seu erro. Por isso, sempre tem que explicar a diferena entre o certo e o errado, e criar condies para ela saber antecipar os efeitos de seus atos e poder refleti-los depois.

As explicaes elaboradas so mais entendidas pelos seus filhos do que as simples ordens e proibies (a criana atende melhor um pedido do tipo,por favor, abaixo e som, que estou atendendo ao telefone, do que apenas a ordem seca: Desligue isso).

Lide com as birras. importante compreender por que seu filho faz birra ou apresenta comportamentos agressivos antes de tentar mud-los.

Se seu filho est irritado ou fazendo birra e no se sabe a razo, preciso verificar se este comportamento est relacionado a algo que est incomodando-o, como por exemplo: etiquetas, roupas, luzes ofuscantes, barulhos, sons, cores, aromas. Ou seja, busque as razes e a funo do comportamento (por que ele se comporta desta forma, o que ele quer com isso?).

importante lembrar que no eficaz tentar o dilogo nos momentos de birra: seu filho est envolvido nas suas emoes, pouco acessvel ao dilogo quando est em pleno choro. As explicaes podem ser oportunas, mas uma vez superada a crise.

importante no ceder s birras de seu filho, nem porque se sente culpado por no passar muito tempo com ela ou porque se tem portado to bem nos ltimos tempos ou ento porque est com vergonha numa loja. Ao ceder, vai passar a mensagem de que as birras so normais e perfeitamente aceitveis para as crianas obterem aquilo que desejam e, pior, dar asas a um ciclo vicioso que se tornar cada vez mais difcil de controlar e ultrapassar. Ao no conceder o desejo da criana voc estar mostrando-a vrias coisas: que existe um tempo para tudo, ou seja, que ela no pode ter tudo aquilo que pretende, na hora que pretender; existem regras e limites que tm de ser respeitados sempre; tem de aprender a lidar com as suas prprias frustraes.

Evite utilizar a fora fsica com a criana. A birra em si j to violenta e descontrolada que bater na criana vai apenas incentiv-la a usar a agressividade para resolver os problemas.

ATENO: para, alm disso, as birras podem ter subjacentes outros cenrios: cansao, fome, stress, o que significa que o mais importante nesse momento reconquistar a estabilidade.

No ameace com castigos que no vai conseguir cumprir. Se optar por esta estratgia ameaadora, mas sem consequncias reais, a criana no ter problema algum em repetir a birra. Seu filho tem de estar ciente das consequncias que possam advir das suas aes, boas e ms.

Felizmente, a fase das birras passageira. No entanto, se sentir que as birras de seu filho tornaram mais freqentes necessrio recorrer ajuda especializada.

Ao final da birra converse com seu filho sobre aquilo que se passou o que estava certo e o que estava errado, porque que no pode voltar a acontecer, as conseqncias de uma futura birra e as conseqncias do bom comportamento.

Lidando com ataques de raiva Permanecer o mais calmo possvel.

Evitar agarrar a criana ou o jovem.

Distrair a criana, afastando-a da origem da raiva (por exemplo, brincar com jogos que ele tem interesse).

Ouvir msica relaxante.

Levar a criana para um lugar tranqilo.

Apenas caminhar com a criana ou jovem e ouvi-lo calmamente,

Proporcionar outro canal de liberao para a raiva, por exemplo, rasgar papelo.

Em casos extremos, manter a criana ou jovem em segurana. Pouco se pode fazer alm da limitao do perigo e evitar qualquer coisa que agrave a situao. Pode-se retirar outras pessoas do recinto para que ele se acalme sozinho. (casos de excitao extrema).

Quando ela faz algo errado difcil manter a calma e agir como educador quando a criana reclama, critica, resmunga, e faz coisas que j foram diversas vezes avisadas a no fazer!

Conversar pode ajudar, mesmo que voc acredite que ela no esteja entendendo.

Voc poderia ignorar o comportamento inadequado sempre que voc achar que ele est ocorrendo para chamar sua ateno e quando no for perigoso ou prejudicial.

Lembre-se: ignorar significa fazer de conta que o comportamento no aconteceu: no criticar, no fazer cara feia, no rir!

Diante de comportamentos agressivosMesmo sabendo que o filho ainda no consegue dominar suas emoes, no permita que ele bata chute ou agrida os outros de modo nenhum. Diga claramente ao seu filho quando ele est agredindo algum: SEM BATER. Ensine neste momento a fazer carinho.Eles podem ter suas emoes ainda no dominadas, mas so muito capazes de entender os limites que lhes so colocados. Se a criana insistir em machucar os pais deve-se segurar sua mo e dizer bem srios: "Isso no bonito, voc no pode me bater".

Estimular a generalizao: Quando seu filho fizer algo positivo sozinho, voc deve anim-lo a se comportar da mesma forma em outros contextos.

A maioria dos pais no d suporte positivo suficiente, especialmente abraos e toques. No encare o bom comportamento como natural. Observe os comportamentos que voc gosta, ento elogie seu filho. Diga: "Gostei do jeito que..." ou "Eu achei legal....". Ao dizer isso, aproxime-se de seu filho, sorria e d carinho. A afeio e ateno de um dos pais so a recompensa predileta da maioria das crianas.

Passar tempo de qualidade em companhia dos filhos.

Controle as emoes

Transmitir interesse e carinho para a criana, proporcionar oportunidades para brincar junto..v filmes, ouvir msica.

Os especialistas dizem que quando os pais esto muito irritados, castigam mais severamente e so mais propensos a ser verbalmente e/ou fisicamente abusivos com seus filhos.

Existem fases que necessrio agir com mais calma e contar at dez antes de agir. A disciplina basicamente ensinar a criana como deve se comportar. No se pode ensinar com eficincia se voc extremamente emocional. Diante de um mau comportamento, o melhor respirar por um minuto e depois perguntar com calma: o que aconteceu aqui?. Todas as crianas necessitam que seus pais estabeleam regras de conduta para o comportamento aceitvel.

Dar grande quantidade de afeto fsico.

Abraar. Tocar, apertar, fazer ccegas., pegar no colo, beijar ,fazer carinho.Brincar de forma cooperativa, ler.

Proporcionar atividades para que as crianas se envolvam nelas.

Brinque com seu filhoImplica arrumar o ambiente social e fsico da criana com pessoas, objetos, materiais e brinquedos apropriados para sua idade.

Use os interesses de seu filho. Se ele gosta de carros, olhem revistas de carros juntos.

Experimente brincadeiras de fazer ccegas, pega-pega, dentre outras.

Veja um filme com seu filho.

Cante uma msica com seu filho.

Estabelecer regras bsicas claras. Dar instrues claras e com tranqilidade.

Negociar de antemo um conjunto de regras justas, especficas que se apliquem a situaes concretas. Exemplo. Regras quanto assistir televiso, sair s compras, visitar familiares...

frequente ouvir de pais, expresses como comporte-se bem, seja bom, ou no faa isso. As expresses significam diferentes coisas para diferentes pessoas.

Os filhos entendero melhor se der ordens de uma forma mais concreta. Um limite bem especfico diz a uma criana exatamente o que deve ser feito. Fale baixinho na biblioteca; D de comer ao cachorro agora; Segure na minha mo para atravessar a rua. Esta uma forma que pode aumentar substancialmente a relao de cumplicidade com seu filho.

Seu filho talvez no entenda descries vagas de mau comportamento, como "hiperativo", "irresponsvel", ou "malvado". Quanto mais jovem a criana, mais concreta deve ser a regra. Exemplos de regras claras: "No empurre seu irmo" e "no me interrompa enquanto eu falo no telefone".

Lembrem, as regras devem ser apropriadas idade de seu filho. Seu filho no deve ser punido por ter sido desastrado quando estiver aprendendo a andar, assim como no deve ser punido por erros de pronncia ao aprender a falar. Mais ainda, seu filho no deve ser punido por comportamentos que fazem parte do desenvolvimento emocional normal, como chupar um dedo, medo de ser separado dos pais e acidentes durante o treinamento de controle de esfncteres.

Concentre-se em duas ou trs regras inicialmente. Por exemplo: d prioridade a problemas relacionados segurana, como no correr nas ruas, e preveno de danos a outras pessoas. Em seguida priorize os comportamentos que podem danificar propriedades materiais. Depois aborde os comportamentos irritantes que causam desgastes

Tornar a disciplina mais eficaz:Explique o porqu

Quando uma pessoa entende o motivo de uma regra, como uma forma de prevenir situaes perigosas para si mesmas e para outros, se sentir mais animada a obedec-la. Deste modo, quando se aplica um limite, deve-se explicar criana o porqu tem que obedecer. Entendendo a razo para a ordem, ajuda as crianas a desenvolverem valores internos de conduta ou comportamento uma conscincia.

Antes de dar uma longa explicao que pode distrair as crianas, manifeste a razo em poucas palavras. Por exemplo: No morda as pessoas. Isso vai machuc-las; Se voc joga fora os brinquedos das outras crianas, elas se sentiro tristes porque elas ainda vo querer brincar com eles.

- Os pais podem utilizar expresses faciais, gestos e entonaes de voz diferenciadas a comportamentos adequados e inadequados de seu filho. Sejam firmes, em questes realmente importantes, quando existe uma resistncia obedincia, necessitamos aplicar a disciplina com firmeza. Uma disciplina firme diz a seu filho que ela deve parar com tal comportamento e obedecer a suas ordens imediatamente. Por exemplo: Pare! - Os brinquedos no so para atirar. Os limites firmes so mais bem aplicados com uma voz segura, sem gritos, e um srio olhar no rosto.

-Aproxime-se de seu filho, faa contato visual, olhe firme e d uma ordem simples, tipo "no" ou "pare" usando um tom de voz suave, mas reprovador, mostrando qual o comportamento que esperado e enfatizando estar falando srio ao apontar seu dedo, ou balan-lo negativamente. O erro mais comum cometido pelos pais ao usar essa tcnica sorrir ou gritar.-Recompensar seu filho dando elogios sempre que a criana tem um bom comportamento ajuda a desenvolver uma boa auto-estima na criana -Fale com seu filho da maneira que voc deseja que falem com voc. Evite gritos e no use um tom de voz que seja desrespeitoso.

-Interrompa seu filho antes que algum se machuque ou algo se quebre, como, por exemplo, levantar um brinquedo para bater em um colega.

Estruturao do ambiente domstico.

Voc pode mudar o ambiente que cerca seu filho de modo a eliminar situaes ou objetos que possam causar problemas. Alguns exemplos: colocar objetos frgeis fora de alcance, construir uma cerca ou muro, colocar portes, trancar algumas gavetas ou alguns cmodos.

Distraindo seu filho para evitar o mau comportamentoDistrair seu filho de algumas tentaes, atraindo sua ateno para outra coisa, ser especialmente til quando estiver na casa de algum, consultrio mdico, ou em uma loja. Seria difcil usar outras opes de disciplina (colocar de castigo, por exemplo) em tais locais. Voc pode tambm dar algo que o distraia ( um brinquedo, jogo, ou revista que ele goste), enquanto estiver ocupada, como ao receber visitas em casa, fazer uma ligao telefnica, ou precisar alimentar um beb.

Adaptado de Schaefer (1991); Caballo, & Simn (2005); Williams, C., Wright, B (2008); SILVA, MARTURANO, SILVEIRA (2006); SANDERS, M. R., da revista online Bibliomed, Inc (Educando seu filho, 2006).7. CONSIDERAES FINAIS

Sabemos o quanto complexo manejar o comportamento inadequado dos filhos e como difcil em certas situaes seguir a risca certas sugestes contidas aqui neste material. Acontece com todos os pais, natural, muitas vezes, em momentos de estresse resolver as situaes de conflito utilizando certas estratgias que j deram certo.

Afirmamos que as sugestes contidas neste material tratam-se apenas de dicas fundamentadas em pesquisa que podem ajudar a melhorar e ampliar o comportamento de seus filhos seja eles tpicos ou no. Porm, no se trata de um receiturio mgico que resolver todos os problemas de um dia para o outro. necessrio criar uma rotina, persistir, no desistir.

Desejamos a todos os pais, boas tentativas!!

Andra Lilian e Eulina Gama

8. Mensagem Quando eu no estava olhando "Quando voc pensava que eu no estava olhando, eu vi voc pegar o primeiro desenho que fiz e prend-lo na geladeira e, imediatamente, eu tive vontade de fazer outro para voc.

Quando voc pensava que eu no estava olhando, eu vi voc dando comida a um gato de rua e eu aprendi que legal tratar bem os animais.Quando voc pensava que eu no estava olhando, eu vi voc fazer meu bolo favorito e aprendi que as coisas pequenas podem ser as mais especiais na nossa vida.Quando voc pensava que eu no estava olhando, ouvi voc fazendo uma orao e aprendi que existe um Deus com quem eu posso sempre falar e em quem eu posso sempre confiar.Quando voc pensava que eu no estava olhando, eu vi voc fazendo comida e levando para uma amiga que estava doente e aprendi que todos ns temos que ajudar e tomar conta uns dos outros.

Quando voc pensava que eu no estava olhando, eu vi voc dando seu tempo e seu dinheiro para ajudar as pessoas mais necessitadas e aprendi que aqueles que tm alguma coisa devem ajudar quem nada tem.Quando voc pensava que eu no estava olhando, eu senti voc me dando um beijo de boa noite e me senti amado e seguro.Quando voc pensava que eu no estava olhando, eu vi voc tomando conta da nossa casa e de todos ns e aprendi que temos que cuidar com carinho daquilo que temos e das pessoas que gostamos.Quando voc pensava que eu no estava olhando, eu vi como voc cumpria com todas as suas responsabilidades, mesmo quando no estava se sentindo bem, e aprendi que tinha que ser responsvel quando eu crescesse.Quando voc pensava que eu no estava olhando eu vi lgrimas nos seus olhos, e aprendi que, s vezes, acontecem coisas que nos machucam, mas que no tem nenhum problema a gente chorar.Quando voc pensava que eu no estava olhando, eu vi que voc estava preocupada e eu quis fazer o melhor de mim para ser algum melhor.Quando voc pensava que eu no estava olhando eu aprendi a maior parte das lies de vida que eu precisava para ser uma pessoa boa e produtiva quando eu crescesse.Quando voc pensava que eu no estava olhando, eu olhava para voc e queria te dizer:Obrigado por todas as coisas que eu vi e aprendi quando voc pensava que eu no estava olhando! Precisamos estar cientes daqueles olhos e ouvidos observando e escutando tudo que fazemos e falamos. Todos ns influenciamos no somente os mais novos, que nos observam, mas outros tambm. Aqueles ao nosso redor, no trabalho ou na escola, pessoas esto nos observando, at em momentos quando no percebemos.

Mary Rita Schilke Korzan (livro "Stories For The Heart" - Contos Para O Corao)9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICASBARBIRATO, F. DIAS, G. A mente do seu filho. Como estimular as crianas e identificar os distrbios psicolgicos na infncia. Rio de Janeiro. Agir. 2009.

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SOBRE AS AUTORAS:Andra Lilian Andrade Castro: Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em Educao Especial com Perspectiva na Educao Inclusiva e Transtorno Global do Desenvolvimento. Curso de Formao em Atendimento Educacional Especializado (AEE). Contato: [email protected]

Eulina Gama Passos Neta: Pedagoga, Psicopedagoga, Psicloga, Especialista em Planejamento Educacional e Transtorno Global do Desenvolvimento. Curso de Formao em Atendimento Educacional Especializado (AEE). Contato: [email protected]

Salvador-BaOutubro /2011Imagem da capa: Google imagens: Famlia chain de papel protegida nas mos colocadas.pt.dreamstime.com

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