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BERNARDO CARO
SEMPRE
0 repensar de um
percurso
artfstico
Tese apresen tada como exigenc ia
pa rc i a l pa ra obten9ao do
grau
de Doutor na Area de Artes
Plas t i cas
sob
or ien ta9ao
do
Prof .Dr . Joaquim
Bras i l
Fontes
Jun ior .
UNIVERSIDADE
ESTADUAL
DE CAMPINAS
INSTITUTO
DE
ARTES 1985
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COMISS O
JULG DOR
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Dedico es t e t r aba lho todos
que mesmo no
anonimato
me
t ransmit i ram
energ ias necessa
r i a s para movimentar
meus
formoes goivas ,
formas e cores .
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GR DECIMENTOS
todos
que
par t i c ipa ram
d i -
r e ta
ou
indi re tamente nos
pro je tos
que
r e a l i z e nes te 20
anos
de Arte Contempo-
ranea.
Aos colegas
do Departamento
de Artes P la s t i c a s e do In s t i t u t o de Ar-
t e s
da Universidade Estadual de Campinas
que colaboraram na rea l izacao des te t r a -
balho e espec ia lmente a
Berenice
Toledo
e Suely
P i n o t t i
pelo es t imulo,
co labora -
cao e
par t i c ipacao nes ta
e
em todas obras
que
es t iveram
presen tes , quer se ja em
termos de
equ ipe ou
ind iv idua lmente , to r -
nando
poss ive l inumeros pro je tos que mar
caram profundamente o percurso aqui
r e -
gis t rado .
o Marco do Valle , pe la t ~
ca
de
i de i a s
e
i ncen t ive ;
Jeronimo
Nobo-
ru
Ohnama Lucia Eustachio Fonseca Ribei
r o e Ignacio Gongora
Neto pe la
t ecn ica •
professora Egle
atuacao
Paterno
S i lv e i r a pe la va l io sa colaboracao.
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Durante rea l iza9ao des te t raba lho
fo i muito importante
o
acompanhamento
c r i a t i v o express ive
e
c r f t i c o
do
or i en tador
Prof .
Dr
Joaquim Bras i l
Fontes
Jun ior
quem admiro
e
agrade9o
Regis tro em minha t e se
u de
seus
desenhos
que guardei dentre
os
diversos pape is
que se rascunham
as pa lavras
e
os pensamentos
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1NDICE
INTRODU
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6
Espa9os ocupados
com
t raba1ho
no predio
da Biena1
CAP TULO
I I
-
S MPR
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 Ref1exoes
sobre
a obra "SEMPRE" e meca
nismos
acionados para
a t i ng i r
os ob je t i
127
vos
propostos para a
experimenta9ao
e
in te rpre ta9ao das
r espos tas . • . • . • • • . • .
131
2 A arte e a cidade . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6
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INTRODU
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t e r r e spos t a s para todos o s
seus
ques t ionamentos .
0 t r aba lho apresen ta
t r e s
grandes momentos:
al
Meu
posicionamento
peran te a a r t e , ins
t i tui
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No
momento
es tou atuando
com a
temat: tca: Metamorfo
se
g r a f i c a -
Natureza ca l ig ra f i ca , onde t r aba lho p l a s t i c a -
mente
com a ss i na t u r a s .
Esta
s e r i e j a u l
t rapassa
o
numero
de
s e s s e n t a
obras .
Por i l l t imo, es tou dando
i n f c i o
a
novo
t r aba -
lho
de
pesqu:tsa
denominado: A
luz de uma
Hi:mpada de
60
wat t s e : tgual luz
de
60 ve l as acesas .
t
a abordagem de
uma
q u e s t a o
provocada
pe l a
r e f l exao en t re
o mit ico e a
t e c -
nologi .a .
3
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C PITULO
I
TRAJET RIA
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GR VUR
EXPERIMENTAL
0 ca ra te r i nqu ie t a n t e que come90U
a
a f l o r a r
den-
t r o
de
rnim
surge primeiramente
em
1964,
com
apresenta9ao na
I
Exposi9ao Experimental do
Grupo
Vanguarda
de Campinas,
na
Ga l e r i a do
Centro de
Cienc ias Le t ras
e
Artes
em
Campinas,
quando,
aprovei tando
a
l i be rdade de a9ao que
a
a r t e moderna
o f e r e c i a , apresen te i propos tas que denominei
a n t i -g ra vu ra ,
pe lo
f a t o
de c on t r a r i a r
a t r ad i9ao
da
gravura ,no meu
caso
a
x i l og ra vu ra , que
c ons i s t e
na grava9ao
de uma
m atr iz (en ta lhe)
de
made i ra
e
at raves do processo
de
reprodu9ao,
o
a r t i s t a
faz urna
t i ragem de
t an ta s capias que achar
conveniente , ou
se j a , nurnera cada
prova
de
0/1
a t e
o
numero
da ul t ima, como
tambern, pode u t i l i z a r as
provas
exper imentais denominadas
prova de ou do a r t i s t a (P/Al. Completada
a
t i ragem
o
a r t i s t a (gravadorl
i n u t i l i z a
a
mat r i z , para que nao possam
a c on te c e r novas
reprodu9oes .
No caso
da
minha proposta , p r ~
se n t e i
a propr ia
matr iz
(prancha
de
madeira
gravadal f ixada
a
un i ca
reprodu9ao
na
pa r t e
super io r e como a
temat ica e ra
de
uma
ges ta9ao ,
f ixe i urn ovo
como urn
elemento
i n t ru so
e
ques t i onador na t r ad i9ao das a r t e s
gra f i c a s .
Depois
de
pesqui sa r dentro das
t ecn icas da gravura ,
com novos
mate r ia i s
por exemplo: t i j o lo s , pedra ,
l a c r e ,
p p ~
l ao ,
ass im como no desenho com a t ecn ica
do furno,
e t c . , p r ~
l e lamente , out ros
exper imentos foram rea l i zados .
Com
es t a
a t i t u d e ,
prat icamente
me
i n t egrava
ao
5
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Grupo Vanguarda
de Carnpinas
ern
1964, cu j o man i fe s t o
propunha
surg i rnento
de
novos
espac;:os como: propor/rnostrar /dernons
t r a r fa z e r r e f a z e r r e n o v a r :
que
procuro sernpre s egu i r :
Gravura xperimental
Xilogravura
0 50 x 0 90
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ernardo Caro
Edoardo
elgrade
Eneas Dedecca
Franco Sacchi
Franc isco io jon i
Geraldo Jf trgensen
Geraldo
de
Souza
Maria Helena Motta Paes
Mario
ueno
Raul Porto
Thomaz Per ina
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Centro
de
junho
l . Jo rna l
do
de Campinas
MAHIFES'ro' GI .UPO
VA IGUABDA OF;
CMl'l111\S
como
princ pio antes
1noculado peloa medalhOes
uu
conacientea
fuga
p e l a
divulqaQio
escrever noa
MIU"OII e andldmea
ae fo r
pre c i s e
arte para o lack> de fora doe ..uaeua e d u g d e r i u f e e ha du
ccer incia c / et \ la l ea t lq io evolut ivo < a
c1v111aaqio
Wll poema i um poema
Willi tela. # Ulll4 t e l a
c o i a u
n:io neceasariamente Uqadaa
a uma
i ~ i d.etendnacis.
de cujo
eator ;o
de expreaaio surqi raa
aobrepor-se aoa falaoa
e a t e t u
q
tall.lll vocabulir lo emp:restado
a
trataoioe superadoa
aoa e s c d b u q pretendea
que
\>Ill
anOOrinha 1110delada
no bnmae
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KALEIDOSC0PIO
UM ESPA
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zes
e
infrmeras
pe9as ou fragmentos, que eram pro je t ados e
re
produz idos in f in i t amente .
0 t r aba lho pe rmi t i a ao v i s i t a n t e
movimentar
a
pe9a,
a t raves de
rolamentos
de a9o
e
por
meio
de ur v i so r , que da-
va pa ra
o
observador co locar
a
cabe9a
e
acompanhar os obje
t o s em
movimento
no
seu i n t e r i o r .
Considero
o
Kaleidoscopio,
o
pr imeiro passo que
de i
em
d i r e 9a o
ao
Realismo Magico, pois t rans formei ur ins t rumen
to
t r a d i c i o n a l
de
magia
v i sua l ,
num
obje to
popular
de f e i r a ,
devido
a
sua
provoca9ao
v i sua l
externa de
extrema ingenuida
de , c a r a c t e r i s t i c a de
parques
de diversoes
de
cidades do i n -
t e r i o r .
Es ta
proposta obteve
o
Preml.o: Folha
de
Pra ta .
10
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~
•
;
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Saloes de rte
Contemporanea
de Campinas
2
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0 SALAo DE
ARTE CONTEMPORANEA
DE
CAMPINAS
CONSTITUINDO-SE NO LABORAT0RIO
DOS
ARTISTAS BRASILEIROS PARA PROPOSTAS
FUTURAS DE BIENAIS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
J u s t i 9 a
se
fa9a : cada vez
que
o Museu de Arte ou o
Salao de Arte Contemporanea
de Campinas fo r c i t ado
1
nao e s
quecer de mencionar
a
f igura
da
e x t r a o rd ina r i a Se c re t a r i a
de
Educa9ao e Cul tura , da
Pre fe i t u r a
Municipal de
Campinas
1
Pro
fe s sora
J a c y Milan i , que
em
1965,
numa
v isao bas t an t e arroj_§
da, proc u ra
c onc i l i a r
o
progresso a r t i s t i c o
l oca l
(Grupo
Va.
guardal
com
o
parametro
p las t i co
b r a s i l e i r o
de
vanguarda
c r iando
o
Museu
de Arte
Contemporanea para le lamente
1
o
S.§
lao de A r t e
Con
temporanea de Campinas
cuj
as
ins ta la9oes
fa
ram
f i xa da s
no pred io
da
Avenida Saudade
1004.
Com as pr imei ras
edi90es
do saH o real i :zado, anua l
mente
a s propos·tas
de
vanguardas
eram urn
pouco t imid as
po-
rem do SaHi:o
em
d i a n t e
1
sua repercussao nac iona l f a z i a
com
que
a r t i s t a s e c r f t i c o s de a r t e
nac iona is
disputassem
ac i r r adamente
urn "espa9o" para sua a tua9ao digo a tua9ao
a t e em
t e rmos
"performat. icos ' ; embora
a inda
nao
fosse
utili -
zado e s s e termo
no
campo das a r t e s
p la s t i c a s .
Foi nesse "espa:9o
; tns t i tuci .onal
que encont re i o
campo fertil pa r a minhas manifes ta90es juntamente
com
ou
t r o s
a r t i s t a s bras i : l e t ros l
que
hoje
sao nomes de
destaque
nas
a r t e s
plas t . i cas nac.ionai:s.
Em
1969,
apresen te i o Tr ip t i co
I
onde
mtnha
pr o -
13
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Trfptico I 1970
Gravura.
pintura
e escultura
Pr6mio Aquisif;io-
V
Sahlio de Arte
o n t e m p o ~ n e a
de
Campinas
Faces: A 8, C: 1,00x2,50m
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pos ta
c o n s i s t i a
no embasamento da "a r te o b j e t i s t a "
1
no qua l
se negavam
as espec i f i ca9oes t ecn icas como:
p i n t u r a
gravura
e e sc u l t u r a
fazendo
com
que
meu
t raba lho r eun i s se
numa
so
obra
e s s e s t r e s elementos
tecn icos
t ransformando-a no ob
j e t o - a r t e " 1 ou s e j a urn t r aba l ho volumetr ico
e spa c i a l
cu jas
su p e r f i c i e s apresentavam
gravuras
pin turas e elementos e s
c u l t o r i c o s .
A
temat ica
abordada eram
as mulheres
apresen ta
das
com o enfoque
da "nova- f igura9ao" .
m
1970
v o l t e i
a
ap re sen ta r no Salao de Arte
Con
t emporanea
de
Campinas
t r e s pe9as com a mesma f i l o s o f i a
da
" a r t e - o b j e t i s t a "
reunindo
em
t r e s t raba lhos
c o m o pr opos i -
to
de t r ans f o r mar
as t r e s t ecn icas t r a d i c iona i s das
a r t e s
p l a s t i c a s :
pin tura
gravura
e
desenho
num
so "ob j e t o - a r t e " .
Nestes
t r a ba lhos a tema
t i c a
fo r
am
as pernas
1
au
se j
a :
Pernas
que
nos
levam onde queremos
ire
onde nao queremos
ir
mas
somos
obr igados a
i r " .
A c a r a c t e r i s t i c a
da
obra cons i s t i a
nu
rna
c a i xa com
4
metros de comprimento
1
3
de a l t u r a ,
por
12
em
de
l a r g u r a e f icava na a l t u r a dos olhos f ixados em duas
b a r ras de
fe r ro
1
com t raba lhos
p i c to r i c os
e
gra f i c os dos
do i s
l a d o s .
T tu lo
das
obras :
a)
Elas
em
hor i zon ta l
azul
b)
E l as
em
hori .zonta l
verde
c)
Elas
em
hor i zon ta l vermelho
6
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1971 - VII
Salao
de Arte Contemporanea de
Campinas
O
a r t i s t a
- premiado
no salao
- 5
Bernardo
~ r ~
examina
quase quinhentas garra fas . cheia de agua
co l o r i d a e diz: SAODE
Esta
aberto u dos mais
impor tan tes
sa loes de arte do Bras i l ; o VII Sa -
lao de Arte Contemporanea de Campinas. Esse
ar
-
t i ' s t a -
premiado no
sa
lao
-
5
Bernardo
Caro. Sua
obra procura
exa l tar as bebidas alcool icas . mas
com i ronia .
Dai
o
t t u lo :
"Al tar"
para
o seu t ra
ba lho . f e i t o s
com
copos de papel . garrafas con =
t endo l lqu idos azu i s .
vermelhos
e amarelos. Dian
t e do "Al tar" f icam
as
capos e algumas
bebidas
=
u sque
e
l icores .
que
Bernardo
vai o ferecer
aos
v i s i t a n t e s
do Museu de Arte Contemporanea
(Aveni
da da
Saudade.
10041. Colocada logo
na en trada
do Museu. a obra de Bernardo tern alguma l igagao
com o celebre conjunto pop de Andy Warhol. a r-
tist
norte-americana que empilhou
milhares de
garra fas de Coca-Cola
e depois fotografou-as.Mas,
o
t raba lho
de
Caro
bern pessoaZ e consegue i r o -
n i z a r
a bebida e os barzinhos
f e i t o s
para duas
p esso a s . " 2
Neste
Salao ,
alem
do
Alta r
ap r e s en t e i
mais
do
i s
t r a ba lhos ambien ta i s -conce i tua i s : Quem fo i que consis -
t i a de inumeras
gar ra fas co lor idas , como
se fossem p r a t e l e i
ras de urn super-mercado, ou em dispos i9ao de ur a n f i t e a t r o ,
onde a
prop r i a v isao das
gar ra fas
fund ia - se
numa s ln t e se
r e -
·novadora ambien ta l e conce i t ua l , e a t e r c e i r a obra f o i Tso.,-
l ados ,
onde
cons t ru i
ur
ambiente
com
c o r t i na s
de p l a s t i c o
,
contendo em seu i n t e r i o r , urna mesa com dois bancos e
ga r ra
fas
com bebidas , onde o pUbl ico,
grada t ivamente , pode r ia
en -
t r a r
e f echa r a c o r t i na ,
t r anspor t ando-se imediatamente
a ur
espa9o que so
aos do is
pe r t e nc i a , i so l ando-se
daquela
s i -
2. Olney KrUse - J o r na l da
Tarde
- 02/10/71
18
-
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9
tuaqao s a
ao de a r t e
numa
provocaqao i n t enc iona l , que con
t i nha rninha propos ta de
ext rapolaqao
de
espaqos •
so
dos
conceituaf ambiental
-
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0 altar
conceitual ambiental
Prtmio
Aquisic;iio V
Salio
de Arte Contempor;§nea de
Campinas
1971
20
-
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1972 -
VIII Salao de
Arte
Contemporanea
de Campinas
Apresen te i
a obra concei tua l -ambienta l :
Vi t r i n e
Fan tas i a ,
onde
propunha
novamente
out ra
extrapola
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Membros da
Comissao ju lgadora formada
pe los
riti
cos de a r t e : Ivo Zanini , Jose Geraldo Vie i ra , L i se ta
Wolfgang P f i f f e r e Walmyr Ayala .
Levy,
Novamente, procure i
provocar
o
pUblico presen te
pa-
r a
que
o
mesmo se
i n t eg ras se mais na
obra
como j a vinha
fa
zendo
em
t raba lhos a n t e r i o r e s .
Na
inaugura9ao, presen tee i
t r i n t a mo<
-
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B ~ s A L A o
DE RTE
CONTEMPOR NE
E
C MPIN S
NO
NO
O
SESQUICENTEN RIO D INDEPENDENCI
7 3 DE OUTUBRO
DE
972
COMISSAO DE SELE
-
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BIEN IS
E X P E R I ~ N C I S
VIVIDAS
EM BIENAIS
NACIONAIS
E INTERNACIONAIS
DE
S O
PAULO
4
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B N U ~ u ~ ~ ~
bienal de sao paulo
do useu de
rte
Mode rna
95
5
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APRESENT
ACAO
Fundado
o Museu de
Arte
Moderna de Sao Paulo,
tornava-se um imperative um encontro internadonal
peril).
di o de Artes PI:isticas na nossa Capital. A
I
Bienal e
a concretizat;io desse objetivo, e evidencia que
Sao
Paulo
e o Brasil estao a altura de promoverem com e:.tito, de dois
em
dois
anos,
este Festival Internacional
de
Arte. E
feliz
coim:idencia o fato
da
I Bienal, inaugurada neste ano,
permitir que a segunda se realize por ()CaSiilo do quarto
centemirio da f u n d ~ da Cidade.
Desde
o primeiro instante
foi
pressentida a ousadia
d empreendimento, a necessidade de uma vasta oolall9'raf;io,
;is dificttldades que teriam de set vencidas, eOS enos
~
v tiveis de uma primeira experiencia. Mas, na v e r < h l . d ~ t
da.da
a compreens3.o
dos
Poderes PUblkos e Privados. por.
uma grande c o n j u n ~ i i o de e s f o r ~ o s por p rte de tot7oS os j
que
o r g n ~ m
a exposir;io, por uma entusiasta
~ l a b o r a -
\
~ i i o dos
artistas,
intekctuais e jornalistas brasileiros, e des:
governos das n ~ amigas
que
se fizeram · repre entar,
a efetivac;ao
da
I Bienal foi alem: e qualquer expectativa.
Devenios, pois, em primeiro lugar, agradecer muito
•inceramente o trabalho e a dedicada c o l b o r ~ o de todos
i:ique es que, . desde o iuicio, deram
i. ]
Bieual o melhor
de
seus e s f o r ~ o i · e de ~ S u a
bo
vontade. Do t r a l > a l h o ~ C ~ ~ - - ~ ~ ~
todos paderao verificar o resultado. "Assinl, tudo ~ C i m f r i ·
buiu para que, nesta primeira grande m a n i f e s t ~ o artfstica
no Brasil, pudessemos ter uma consci&tcia maior
Cmail
explicita
dos valo1 s artisticos nacionais _em oonfronto
com as
grandes
r e a l l i : a ~ i i e s
artislicas de outros pa ses.
U a l a e x P r e S s ~ O
do
espirito huniano So atitlic seu pollto
-de
plenitude - e para a arte, isto
e
Cia mixima impcrtincia
-
~
enc
-
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34/211
P a ~ a que, no futuro, melho:r se compreenda poqu.,. em
Sao Paulo se
plancjou
uma
exposido
internado:1al de
arte destinada a realizar-se cada dois ;:;,nos, talvez se pre
cise come
-
8/17/2019 CaroBernardo (2).pdf
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problemas, pois foram numeroso e
irduos:
1uase todos,
contudo, devidOs exclusivamente
s u p e . r a ~ a o
ctas p r e v i ~
sOes iniciais.
Transportado na crista da onda sempre crescente, de
trabalho e entusiasmo, o Museu de
Arte
lfoderna nunca
se permitiu a ilusao de cumprir obra deffutiva. A I Bienal
de sao
PaulO planejou-se como uma e.>tperiinda
e.
hoje,
C ainda como simples experiCnda que se oferece ao j ~ 1 i 7 o do
pUblico. 0 que se quer e aprender, a fim
de
tra lsmitir
a litao a quantos,
no
futuro, boa vontade, queiram fa
zer mais e melhor.
Nio i
experiblcia sem
p e r c a l ~ o s
Primeiro, vieram
os
p e r c a l ~ o s materiais. Projetada
para abrigar-se em locais
j
existentes
na
cidade, antes
mcsmo que se definissem perfeitamente as representac;5es
estr31ngeiras e quando apenas chegavam as reservas iniciais
de salas, a txposi(jiio exigiu
i n s t a l a ~ O e s
pr6prias. Depois,
i.oiciada
_a constrllll';iio dum paviihao de nstas dimer.sOes e
que de provisOrio s6 possui as
condif;Oes
de o c u p ~ o
do
s.itio, novas adesOes revelaram,
outra
Jez
a impcriosa
nece sidade de renovarem·se os projetos. Agora
at.endiOas
as solicitaf;Oes apresentadas,. sem
os
confortos do
luxo
mas por certo com a decetlcia d
boa
vontade, se nada
se -mostra demasiadQ grande. Cste fato coustitu. , para o
MU ell
de Arte Moderna, um motivo de
s a t i s f a ~ a o
embora
jti e$boce- futuros problemas. Que se perca a expe
ritncia e, cle
futuro
melhor aimla se agasalhem as expo
s i ~ 5 e s inrernacionais de
arte
em Sao Paulo.
J:lepois, vieram os percai;;os da escolha das obras que,
apresentadas espont
-
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sentar urn panorama da arte moJerna. brasileira, algo quase
impossh·el num conjunto provindo da apresenta\a:J rspon·
tilnea de trabalhos em ntimero limitado, rdio se lhe
negari
o
cad ter
de amostra representativa do que se produz hoje
no Brasil. E bastaria isso
para
dizer Wem aito tanto
do
interesse suscitado pela Bienal, quanta do equilibrio
com
que buscou manter-se, em suas espinhosas
f u n ~ O e s
o nri.
Ao
lado dos artistas que passaram
pe1o
Juri
Se1e-
-
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37/211
que. sabendo niio contar com as vantag-ens e facilidades
gozadas peios Org[os gnvernam,entais
ainda a ~ s i n ; 1o
quiseram
pennitir
Hcassem seus paises sem r e p r e s e n t a ~ d . C \ .
G r a ~ a s i tenacidade e dediCJ.t5.o de organismos
dcs:-;a
espC·
cie, g r a ~ s
ao severo espirito de
s e l e ~ . i i o
dos dep.1rtamentos
governamentais especializados de outros Estados, tem-se
hoje, em Sao Paulo frente
3.s
glOrias consagratlas e aos
joveus va.lores
da
arte
do
ocidenle
emoptn
as
exprcssOes
artisticas da AmCrica que se orientam (sem limitar-se a
etes) pelo prodigioso esfOr
-
8/17/2019 CaroBernardo (2).pdf
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JoS a
arte
moden1a.
Parte
cof}stitutva, embora autOnorna, da. I
Bi,,_nal
do
Museu de
Arte
}...f00crna de Sao Paulo a E x p o s i ~ _ ; : i c I n t e r ~
n::tcional de Arquitetura nao temeu obedecer
A
natureza
experimental do conjunto em que se integra. Desde a ado
~ 5 o
de uma
s o l u ~ o
muito simples
para
a
a p r e s c n t a ~ ~ a ~
dos
projetos, o objetivo dominante
foi
o de medirem-se as
po5' '
sibilidadcs de
r e u n i r ~ s e
periOdicamente, em Slio Paulo, as·
expressC Cs
da arquitetura moderna do mundo inteiro _ Va-
lendo-.se dum processo direto de c o n v o c a ~ , a d i r ~ o ar
tistica da E.I.A. cameguira apresentar
um
conjunto digno
de
a d m i r a ~ i i o
e estudo onde
sO os
fatores de tempo repre
senthram dificuldades insohiveis. 0 fato e terem os
brasileiros acorrido
de
forma
4ualitativa
e quantitativa
mente apreci3.vel, a[lelUs veio coniirmar a pujan.;a da nossa
.arquitetura, que, cada dia,
ma.is
consolida sua p o s i ~ a o ver
da.deiramente singular.
Ainda se efetuarao no decorrer da atividade da. Bienal,
alguns concursos comptementares.
0 Festival Internacionai de Cinerrm, conquanto l i m i ~
tado em sua primeira
r e a l i z a ~ a o aos
filmes sOOrc artes,
desde j3. se
destina
a
atrair
o numeroso pUblico formado
pelos
estlldios
da dnematografia e, tambem, pelos q_ue de
sejam conhecer, em t6da a amplitude, as possibilid:-tdes do
filme aplicado
cls artes. 0
Concurso de Composi
-
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39/211
obra iniciada. Nelas encontradio estimulo os que, p i o n e i ~
ros da I Biena do Museu
de
Arte Moderna
de
S5.u Paulo,
o b r i g a r a m ~ s e por isso mesmo a
e p e t i ~ o
regular do co
metimento, pois n:io
e
de va
grandiloqiiencia 0
nome com
' Ue o batizaram. no desejo de exprimir o melhor
t c
seus
mais generosos ideais
Inaugurada a I Bienal
e
Sao
Paulo, instab.-sf',
por
is so mesmo, o seu
j
ulgamento. Deverao depor todos quan
tos, material ou espiritualmente, concorreram, de qualquer
forma e em qualquer medida, para sua realizai;.io. m
ltltima
inst3nda,
decidid. o pUblico. ,Seja qual
for
t.J resul
tad
-
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O
cc
9 BienaldeS Paulo
9
bienal de sao paulo
67
-
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REGULAMENTO
REGULAMENTO
DA
EXPOSit;AO
DE
ARTES PLASTICAS
CAPiTULO I
DA
DENOMINAc;AO
E
FINALIDADES
Art. 1.
0
-
A X
Bienal
de Sio
Paulo,
exposi;io
internaciona1
organizada
e
dirigida pela
Fundasio
Bienal de
Siio
Paulo,
realizar-se-i de
22
de
setembro
de
1967 a 8
de janeiro
de 1968,
destinando-se a reunir trabalhos
representativos
da arte
modema.
CAP1TULO II
E X P O S I ~ O DE ARTES PLASTICAS
Art. 2.
0
A e s p o s i ~ o
de Artes
Plisticas
compor-se-i
de:
a) representa9io brasileira
b) r e p r e s e n t a ~ o estrangeira
e) salas especiais, brasileiras
e
estrangeiras
I - DA
REPRESENTAt;AO
BRASii.EIRA
Art
3.
0
Para
participar
da representasio brasileira, deverli
o
intereuado:
a) ser brasileiro, ou estrangeiro residente no pais
b i
2 anos
no minimo.
no
memento
da
inscrisiio:
b) apresentar a Bienal, ate o
dia
30 de abril de 1967,
ficha
de
i n s ~ i i o integralmente preencbida (as fichas
de
i n a c r i ~ o
deverio ser solicitadaa
i
Funda jio
Bienal
de
Sio
Paulo
-
C. P. 7832 -
Sio Paulo).
I
No
ato
da
i n s c r i ~ o receberio os interessados papeletas
correspondentes
aos
trabalhos inscritos que. preenchidas
com as
mesmas i n f o r m a ~ O e s constantes
da ficba
de i n s c r i ~ J : i i o
devem ser
anexadas aos
trabalhos ;
as declara iOes
consignadas
nas
papeletas
nio
poderi.o
ser
posteriormente
alteradas;
III
- as inscri.;i5es poderio ser feitas
pelc
correio em carta
registrada.
valendo a data do earimbo;
IV
- o
ntimero
de obras
nio
poderi
exceder de
8 para desenho
e gravura e
de
5 para
as outras t«:nicas
;
V - os
trabalhos
inscritos nio aceitos pela Comissio
de
S e l ~ o .
deverio
ser
retirados impreterlvelmente ate o
dia
15
de
agOsto
de 1967, nio se responsabilizando
a
Bienal e o Museu de Arte
Moderna
do
Rio
de Janeiro pela sua guarda a parti.T dessa data.
As obras
nio retiradas
ate
um
ano apils o encerramento
da
Bienal serio
consideradas
abandonadas, podendo
a Fundat;io
Bienal de
Sio Paulo
delas dispor livremente:
c) fazer
chegar
ate o dia 30 de maio de 1967, a sede
da
Bienal,
os trabalhos
inscritos
em perfeito
estado
de conservat;ao,
convenientementc preparados para
e x p o s i ~ o .
Os inscritos
residentes no Rio
de Janeiro enviario
suas obras,
nas
mesmaa
condisOes, ao
Museu
de Arte
Moderna do
Rio
de
Janeiro
(Av.
Beira
Mar - Aterro -
Rio
de
Janeiro).
d) os inscritos residentes no exterior deverio providenciar o
despacho
de
seus trabalhos de
modo
a que estejam na Bienal
de
Sio Paulo, impreterivelmente,
ate o
dia 30 de
junho de 1967:
e) e n c a r r e g a r ~ s c
das
despesas de embalagem
e
de
transporte
das
obras.
A cargo da Bienal, ficaril e : ~ ~ : c l u s i v a m e n t e a
reembalagem
para
d e v o l u ~ o
f) retirar
os
trabalhos
expostos
ate um ano
ap6s
o
encerramento
da mostta. Se os
expositores desejarem,
a
Bienal
providenciaril. a devolusio,
com frete
a pagar,
dos
trabalhos
pertencentes
aos nio
residentes
em
Sio Paulo.
A
Bienal nio
se
responsabllizaril pelos trabalhos nio procurados no
prazo
assinalado,
nem
pelos
que se
extraviarem em trinsito.
Art.
4.
0
- Os
trabalhos inscritos serio
submetidos
ao
julgamento da Cotnissio
de
S e l e ~ o composta de cinco criticos
de arte:
dois eleitos pelos inscritos que tiveram trabalhos
aceitos
em, pelo menos,
uma das
bienais, anteriores; do s
designados pela
Diretoria
Executiva
da
F u n d a ~ o
Bienal
de
Sio
Paulo
e o
quinto
escolhido
pelos
quatro. No
momenta da
inscrisio,
o
participante com
direito a
voto indicani dois
names
de criticos de arte, em cedula
fomecida
pela
Bienal,
depositandg..a em uma fecbada,
que sera
aberta no dia da
apurajiio
pUblica.
em data
a
ser divulgada pela
imprensa.
§
0
- Nos casos de vaga, renUncia
ou
impedimenta, seci
eonvocado para
a
comissio, sucessivamente,
o
mais
votado;
§ 2.
0
-
Os
inscritos que tiverem obtido premios
regulamentares
em qualquer
Bienal, estio isentos
da apresentasio
de
seus
trabalhos a Comissio
de Sele£i,o,
devendo
entreg:i-Ios a Bienal
ate 10 de julho de 1967.
II - DA REPRESENTA
-
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CAPITULO IV
DOS PRltMIOS
E
DO JURI
DE
PREMIAt;AO
Art. 12.
0
Os prihnios instituidos para a e x p o s i ~ i i o de Artes
Plistieas
siio
os seguintes:
I - OS
pri:mios
Bienal de
sao
Paulo,
no valor de
Cr$
60.000.000,000
(sessenta
milhOes de
cruzeiros),
divididos
em
10 parcelas
iguais,
seriio atribuidos no
conjunto
das
representasOes, de maneira a incluir tOdas as tr cnicas, isto e
pintura., escultura, desenho,
gravura
e outras;
II
-
o pri:mio
Itamarati;
no
valor
de
US$ 10.000
(dez mil
d6Iares),
sera
atribuido, independente de t ~ k n i c a ou
nacionalidade,
a quem obtiver,
no
minima, 7/9
dos
votos do JUri
de
Premiasiio.
0
pretnio Itamarati niio podeci. ser atribuido
"ex-aequo";
o
pti:mio
Prefeitura do Municipio de Siio
Paulo, no
valor
de
Cr$ 5.000.000 (cinco
milhOes de
cruzeiros), a obra
de
pesquisa mais relevante de expositor brasileiro.
Art. 13.
0
- Os premios
de
Aquisigiio,
instituidos
para
participantes brasileiros
pelo Ministr rio
das
RelasOes Exteriores,
passando as
obras
premiadas
a
integrar
o seu patrimOnio, seriio
outorgados por
JUri EspeciaL
§ Unico -
0
JUri
Especial
seri constituido
da
seguinte
maneira:
por um membro brasileiro do JUri
de
Premiasiio. um delegado
da Ses;iio Brasileira da Associasiio
Internacional
de
Criticos
de
Arte
(AICA) e urn
critico
indicado pelo Ministr rio
das RelasOes
Exteriores.
Art. 14.
0
Os premios eventualmente
oferecidos por
instituisOes ou particulates, serio
outorgados
pelo JUri de
Premial$io
ou
pelo JUri
Especial,
quando forem de aquisisa,o.
Art.
15.
0
0 JUri de
Premiasiio
compor-se-4
de
9
criticos
de
arte -
um brasileiro
e
oito estrangeiros-- todos designados
pela Diretoria E:xecutiva da Fundasiio
Bienal
de Siio
Paulo.
0
critico
nacional sera
escolhido entre os
componentes
da
Comissio de
S e l ~ i o ; os estrangciros, dentre os nomes
da
lista
triplice enviada pelos paises
convidados
pela Diretoria E:xecutiva
para
representar a s
ireas geognificas
na
IX Bienal
§ Unico - Do JUri
de
Premia jio nio poderio participar os
comissirios.
Art. 16.
0
0 JUri de Premial$io e o JUri
Especial
deveriio
reunir.-se
sete
dias antes da
abertura da Bienal. dispondo
de
cinco dias para suas
deliberasOes.
Art. 17.
0
Aos
e:.:positores premiados na
Bienal
anterior
nio
poderiio ser atribuidos os prtlmios: Bienal de Siio Paulo e
Prefeitura
do Municipio de
Sio Paulo.
Suas obras podem.
concorrer aos
demais prt:mios.
CAPITULO
V
DA
SEc;AO DE VENDAS
Art.
18.
0
-
A
aquisi ji:o
de
obras expostas
na
IX Bienal
seci.
£eita, exclusivamente. atravr s de sua ~ o de Vendas.
Art.
19.
0
-
A
Bienal
de
Sio
Paulo
reter.i
15°/
0
do
preso marcado
em
eada
obra adquirida.
para atender
a despesas. Listas
de
presos
6 .XII Biena l
Funda
-
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1967 -
IX
BIENAL INTERNACIONAL
DE S O
P ULO
OBJETOS E
GR VUR S
Procurando dar vazao ao
meu e sp i r i t o
de pesquisa
depois d e
e s t r e i a r na o p - a r t o b j e t i v i s t a
com o Kaleidoscopic ,
e , 1966,
vo l to a
provocar novos espac;:os ,
confeccionando
qua tro c a ixa s obje tos ,
que
apresente i
na
IX Biena l In t e rna
c iona l d e
Sao
Paulo ,
pa r t i c i pando des ta
forma do movimento
1
que
ja comec;:ava a ganhar corpo. As caixas
mediam
aproxirnada-
mente 0 , 80
X 0,80 X
0,80 m., r eves t idas
de
espe lhos , algumas
vezes com forma de pr isma, para
e fe i t o s
opt icos e molas que
cont inham i nc r i ve i s
rnovimentos,
vibrac;:oes e
que se r e p r o d u
ziam i n f in i t a me n te quando acionadas
pelo
observador , cr iando
imagens
que
se
moviam numa
dinarnica,
que
chegavam
rnuito
pr o
xirnas d a a r t e
c i ne t i c a . Urn dos
pontos que rnuito me s a t i s f e z
fo i
a
part ic ipac; :ao do
publ ico ,
pois
o
t raba lho possu ia rnui-
to da a r t e
l ud ica e
t i nha
o poder
de abstrac;:ao
do
espec tado r
para
o par t i c ipa r
que, pa r a
rnirn e ra
urn dos r eg i s t ro s
mais
impor tan tes que minha propos ta
cont inha .
As
caixas
externarnente
-
cubos
-
forarn
p i n t adas
com
f a ixas c o l o r i da s , dando urn sen t ido bas t an te pop
ao
t r aba -
lho .
Uma
das ca ixas cont inha , inc lus ive , o rnornento s u r
presa quando
a
mola,
rnesmo presa
nas extremidades , devido
1
ao r i tmo rap ido do rnovimento quando acionada, c a i a fo ra
da
ca ixa
e
se
esparramava
pe lo
chao,
acornpanhada
de
enorme
r u i -
36
-
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do. 0 observador , ques t ionava-se e pensando que t i vesse u ~
brado a obra , cuidadosamente apanhava a mola,
colocava den-
t ro da
ca ixa
e sa i a bas tan te preocupado do
l oca l .
Na
r e a l i -
dade
nada
havia
acontec ido,
embora
out ras
pessoas
que
a
i s
so
presenc ia ram nao
tocavam naquela
mola.
Porem,
tao
logo
chegasse ou t ro publ i co ,
o
fa to se r epe t i a .
Considero
poi s ,
nes ta
provoca9ao ao publ ico , uma das
minhas
ca rac t e r i s t i ca s ,
que t e v e
seu in ic io com o
Kaleidoscopic
e vern me acompanhag
do
a t e
ho je em
determinados
momentos, t r aba lhos e espa9os .
Nesta
mesma
Biena l
apresente i tambem
a
se r i e
de
x i
logravuras : Mulheres X Pro tes tos ,
onde
ja
pra t icamente
in
gresso na pop-a r te ,
sem
mesmo
t e r in ten9oes para
t a l ,
porem
a forma de abordagem em termos de uma
nova
f igura9ao ,
faz
com
que
me aproxime bas t an te do pop.
Obras apresentadas :
XILOGRAVURA:
PESQUISA
6TICA
Mulheres
x
Sarava
Premio
Aquisi9ao
I tamara ty
Mulheres X Dest ino
Mulheres
X Ritua l
Mulheres X
Sexo
Mulheres X Fim
Caixa, espelhos , molas
CAIXA A Movimento ve r t i ca l
CAIXA E
Movimento
esp i ra l
CAIXA S
Movimento i .ncl inado
CAIXA U
Movimento c i r cu la r
37
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8
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9
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X bienal
de
sao
p ulo
969
4
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1969 - X
Bienal In te rnac iona l
de Sao Paulo
Propus m
t r aba lho
ambiental in t i tu lado :
VARAL
que
c o n s i s t i a
m enorme vara l de roupas
de
dois lances , me-
dindo aproximadamente
20 metros cada cuja dispos i9ao t e r i a
que f i c a r na
passagem
do publ ico , para que
o
mesmo t anto na
ida qua n to na vo l t a ,
t ive sse
que a t ravessa r pelo meio
das
roupas t entando dessa forma
provocar as sensa9oes
que se n t i
mos ao
a t r avessa r urn va ra l
de
roupas
molhadas
que
tocam o
nosso
corpo .
No mesmo
memento
a proposta t entava
recuperar ,
num
espa9o a r t e a
beleza
p la s t i c a dos vara i s de roup as , com
suas fo rmas ,
cores
e
dimensoes
envol tas no
sen t ido
ex i s t en -
c i a , p e lo fa to do nosso relacionamento com
as
mesmas.
0
t raba lho
nao
fo i
acei to
por
razoes
obvias , pois
nao a t e n d i a os in te r e sse s do c i r cu i to .
Apresente i a obra
m Campinas m duas
opor tunidades
e pos te r io rmente desenvolv i a temat ica na t ecn ica de g r v u r ~
/
~
t J ~ L o ~
1; .
41
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1970
-
Pre-Biena l Nacional
de
Sao Paulo
Apresente i uma se r i e de x i log ravura s de pernas: pe_::::
nas que
nos
levam onde queremos
r
e
tambem
onde nao
quere
-
mos
r
e somos obr igados a i r .
Ti tu los das xi logravuras : l l
Vamos
com e l a s
2
Depende
de las
3)
Amor
com e l a s
4 Elas
em des f i l e
5) Caminhar
com e l a s
6) Sempre
com e l a s
7 Parado
com
e l a s
8) Se n t i r com e l a s
Dimensao:
0,92
x 0,62
m.
Elas em
d e s f i l e
43
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XI
bienal
intern cion l
de sao paulo
87
5
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1971
-
XI Biena l I n t e r nac i ona l de Sao Paulo
P a r t i c i p e i
da S a l a Espec ia l de Gravura Bras i le . i ra
onde a p r e s e n t e i
uma
s e r i e
de
gravuras denominadas: Mulheres
X Ga r ra fa s , onde
e l a s sao produtos das pesquisas , que ja v i
nha
r e a l i z a ndo
com
t r a b a l h o s ambientais-concei tuai .s com g a r
r a fa s , apresen tadas no Sa lao de Arte Contemporanea de
Campi-
nas .
46
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brasil plastica
7
pre bien l de
s o
p ulo
do sesquicentenario
d
independenci
7
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55/211
Regulamento
Cap. I - OA llF.NO:\TINA(MI F,
OI JRTIVO
Sob o pntrodnio do Governo do
Eslado
de Siio Paulo, Seete·
tnria de
Cultura, B ~ p o r t l '
e Turismo, supervisii.o da Comlssiio
Exe
~ u t i v a C ~ . > n t r n do S e , ; q u i e ~ n h · n l i r i o da Independincia do Bruil,
d i r e ~ i i o e o r i a n i z a ~ i i o da
F u n d a ~ i o
Bienal de
Silo Paulo,
11e>rA
realizada
de
25
de agosto a 30 de set..?mbro, no P.e;vilhio Armando
de Arruda Pert>ira, a .. l-1ostm cl n t e
para a
F u n d a ~ i o
Bhmal
de Sio Paulo,
Parque Ibinpuera,
Sio Paulo
- Braa\1, responqbi·
lb:ando- e pelo rete e tran8pt>rte, ~
t • x p o ~ l o ~ ate
" dia
Jfi ole
novembro
dt'
1 '172
niio se respnnsabiH:r.ando R RinRl pPia sun gunrdn dl.'pois de t>xpi
rndo esse pra:r.o.
Cnp.
tV - l'IA .AS El'II'F.CL\11'1
Art. 4.
0
-
Serio
npresenladas na E x p o ~ i o ; i i o B r a ~ i l -
Phlstlca
70:, as seguintes salas especial :
a - Arte Conee'itual
b) - Art o < Ternologia
c)
-
Sa a
-
8/17/2019 CaroBernardo (2).pdf
56/211
Cap.
V - JURIS
DE
SELF.i
na
pJ.ma
aceita\ii'
das
c tiusu as e c o n d i ~ O e s deste ltegu amt'nto.
Art. 10.o - As i n a t a l a ~ O e s eapedais
eorrerio
por
conta do
artists
partieipante'.
Art.. 11.
0
- Emlmn tonumdo ""' cautelas necessiriu, a Bil nal
niic ae responsabllisa per e v e n t u a l ~
-
8/17/2019 CaroBernardo (2).pdf
57/211
1972
- BRASIL-PLASTICA
1972 ( P R ~ - B I E N A L )
Quando saiu de
Campinas com seu cavalo
de dois
m e t ~ o s de oi ten ta de
a l t u ~ a . B e ~ n a r d o C a ~ o
es t a -
va com medo
de
um
in imigo
natural: a garoa
que
costuma
cair
todas as noi t es .
de
Jundia{
ate
Sao
Paulo. Mas
no
dia 10 de julho de 19?2
-
o dia da
viagem - o enorme e pesado cavalo des l i zou
pela
c a ~ r o c e r i a do caminhao da P ~ e f e i t u r a . Pesando
300
qui los
de
m a d e i ~ a .
papelao.
massa
de
gesso.
cao l in e
cola
de madeira. o cavalo
necess i tou
de
o i t o homens
para
s u b i ~ -
d u ~ o
e
r{gido
-
no
cami
nhao.
Era preciso p ~ o t e g e ~ a
f ragi l idade
do
mate
r i a l
e
Bernardo
Caro
envolveu
toda
sua
o b ~ a
em
p la s t i co
~ o s a . v e ~ d e e
amarelo. Na estrada. alem
do medo
da
garoa. uma s u ~ p ~ e s a
m i s t u ~ a d a
com ale
gr ia :
todos os automoveis ~ e d u z i a m sua v e l o c i d a ~
de (100/120
q u i l o m e t ~ o s )
p a ~ a v e ~ e
e n t e n d e ~
aqui lo :
um
cavalo
meio fantas t ico . meio s u ~ ~ e a
-
Zis ta .
ja sem
os
plas t i cos coloridos que o
vento
t inha
d e s t ~ u - i d o .
Quando passou p o ~ Jundia{; o u t ~ a
a l e g ~ i a .
o u t ~ a
s u ~ p ~ e s a :
nao
havia mais
garoa
naquele dia 10
de
ju lho de
1972. E o cavalo chegou
a
Bienal
impo
-
nen te . d u ~ o . ~ { g i d o . E seco.
- Nao e o
cavalo
de
T ~ o i a .
mas
o
cavalinho
de
nossa in fancia . f e i to de
papelao
e massa: um
brinquedo es ta t i co
que
movimentava
a nossa imagi
naqao. Os b ~ i n q u e d o s
atua i s
sao s u p e ~ - d i n a m i z a =
dos. cheios de movimentos mecanicos. luzes e
som
A crianqa p ~ e c i s a d e s t ~ u i r um b ~ i n q u e d o p a ~ a t e ~
um m-inimo
de p ~ a z e ~
e c ~ i a t i v i d a d e .
t p ~ o t e s t o
aberto e d e c l a ~ a d o c o n t ~ a a
mecanizaqao
lud ica
0 imenso
cavalo de
B e ~ n a r d o C a ~ o . alem
de pesado
e
g ~ a n d e
custou C ~
1 8oo.oo
e
levou pouco
mais
de duas h o ~ a s p a ~ a s e ~ t ~ a n s p o ~ t a d o
de Campinas'
a Sao Paulo. Ace i to
pelo
j u ~ i
de
seleqao e quase
f o i premiado
Co t ex to exp l i ca t i ve
do
autor
fo i
c o n s i d e ~ a d o
d e s n e c e s s a ~ i o
pelo
j u r i de p ~ e m i a -
qaol
o cavalo
de B e ~ n a ~ d o tem
uma funqao extra:
Quero dar a cada adul to
que
v i s i t a r a P ~ e - I r i e
nal deste ano. a o p o ~ t u n i d a d e de v i v e ~ momentos '
de
fantas ia .
vol tando a sua
in fancia .
Eu mesmo
nao
consigo m a t a ~
0
menino que ~ e s i s t e
la
d e n t ~ o
de
mim.
JJ t en te i mas nao deu cer t o .
0
cavalo de B e ~ n a ~ d o nao
e a unica o b ~ a
polemica
que
mais
uma
vez .
a
Bienal de Sao
Paulo vai
apre
s e n t a ~ .
A
tradiqao de
polemica e
de
escandalo
nao pode
seP
s e p a ~ a d a
ao
que
p a ~ e c e .
nem
da
a ~ t e
5
-
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51
contempor6nea nem das Biena is l .
8
8 Olney Krtl se
J o r na l da Tarde 25 /08 /72
-
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0
Cavalinho de Pau fo i cont inu idade
de minhas
p r ~
pos tas den t r o do conce i tua l i smo, onde fa9o ur
pro t e s to
abe r
to c o n t r a
a
mecaniza9ao
dos brinquedos
a t ua i s , obra
que tern
ur
c a r a t e r ludico no
pr imeiro conta to .
Porem, urna ana l i se
mais pro funda , podera s e n t i r
uma
grande conota9ao p o l i t i c a
con t i da
e denunciadora
no per iodo
de grande repressao .
Este t r aba lho
que
fo i censurado
pe la
i n s t i t u i9ao ,
devido
a
repressao
p o l i t i c a
que estavamos vivendo, como
tam
bern
por va r i a s c i r c uns t a nc i a s
que
o
cercavam,
to rnou-se para
mim, daque le momento
em
dian te ,
o
simbolo de
lu ta , desaf io
e
de coragem para serem nor teados
em
meus fu tu ros
t raba lhos .
Si tua9oes i n t e r e s sa n t e s que envolveram
a
obra :
ll
Depois de
i n s t a l a da no 39 piso
da Bienal
e
an tes
de
p a s
sa r pe l o
cr ivo
da comissao de se le9ao
e premia9ao, recebi ur
te le fonema do Guimar (montador
das
Bienais l dizendo
que
d e v ~
r i a
r urgente
Biena l , pois
havia acontec ido ur
problema
com
minha
obra .
Segui
para
l a
e entrando ,
comecei
a ver
pequenos
f locos de l a de carne i ro
se
movimentando
por
toda Biena l . En
contrando o
Guimar,
fu i
informado
que
in fe l i zmen te ur cachor
ro , sem saber por onde,
e n t r a r a
no rec in to e havia es t ra9a -
lhado todos cava l inhos .
Trouxe-os
para casa
e
os
r e f o r m e i r ~
colocando-os
no l ugar .
2) Depois
de aprovado pe l o j u r i ,
desc i a
obra
pe la
rampa,
do
39
p a r a
o 29 piso , e
novamente
fu i chamado pa ra r e s t a u r a r os
cava l inhos ,
pois
o
cachor ro havia re tornado; porem,
de s t a
vez
um
buraco
no
v id ro
fo ra
loca l izado
na
rampa
ex te rna ,
que
52
-
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dava
a c e s s o
pa r a
o
39
p i s o
(MAC)
.
3) e p o ~ s de
aprovado pe lo j u r i
de
se le9ao
e
premia9ao,
no
domingo s egu i n t e f u i
Biena l
pa ra f aze r
uma
l impeza na obra ,
po is
urn
t a n t o
preocupado
com
o
cachorro ;
l a
encont re i
a
c r i -
t i c a de a r t e Dra. L i ze t a Levy,
que f i z e r a
pa r t e do j u r i ,
e a
mesma
me in formou que poder: ia
comemorar, poi s o j u r i
havia
dado
o
p r i m e i r o prem:io
pa ra
minha
obra .
S a t i s f e i
t o ,
f i que i
aguardando
a
publ ica9ao dos premiados na imprensa
e
depois
de uma
sernana,
na re la9ao cons t a t e i surpreso ,
que
meu nome
nao
cons t ava
e n t r e
O S
pr imeiros
1
COinO
tambem
nao
es tava
nas
r e f e r e n c i a s e spe c i a i s .
Soube depois , que
minha
obra
t i nha sofr: ido
censu-
ra , p r ~ n c i p a l r n e n t e pe lo t ex to por m:tm af ixado no pa i ne l l a -
t e r a l , que c o n s i s t i a
no
segu in te manifes to :
O
C V LINHO
D E
P
U"
"Nao
e
o "cava
o de Troia . t
o cava Zinho
de
nos
sa i n fanc ia , de
papelao
e
massa; brinquedo es ta=
t i c o ,
que
movimenta a
imaginaqao.
Os
bri ·nquedos
a - tuais s io super-dinamizados,
fazem tudo,
des
t roem
a c r ia t i v idade . o
pro tes to
contra a meca
ni 'zaqao
Zudica.
Dando a cri 'anqa
um
pedaqo de pau,
e l a o t rans formara em cavalos , -trens, soldados,
e- tc . , com cores e formas
f ru tos
de sua fan tas ia .
Dando ao adu l to a oportunidade de
vi 'ver mementos
de
f an t a s i a ,
e le vo l ta ra
a
ser
cri 'anqa
em
qua l
quer i 'dade:
0
CAVALO DE NOSSA INDEPENDf NCIA
B. Caro 72
E s t a Ult ima f r a se fo i
a
que causou i . r r i t a9ao , po is
e s t a
Pre-Bi .enal t i nha como t . l ' tulo: BRASIL-PLJ\STICA 72 ou
se j a ,
e r a
a
Biena l
Nacional
comernorativa
do
Se.squicentenar io
53
-
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da Independenc ia .
De f a to i s so provocou grande polemica, e no dia da
inauguraqao,
fa l tando 20
minutos
para
a
so len idade , tao logo
fu i
l oca l i zado
pelos responsaveis
da
Bienal ,
fu i
press iona
do
p a r a r e t i r a r
o t ex to ,
mas, levado dian te
do t raba lho ,
f .
quei
i r r e d u t i v e l e
depois
de muitos aconselhamentos
por
par te
do
pessoa l da
Bienal ,
para nao
so f re r
consequencias
piores , poi s
e r a
urn a r t i s t a que
nao
per tenc ia ao
c i r c u i t o
nao f a z i a
0 jogo
da i n s t i t u i9 a o ,
por tan to
nao
t inha
nenhum
re spa ldo ,
concedi
em
r e t i r a r
somente
a
f ra se
f i n a l e
mais
de
nunciadora : to
Cavalo de nossa Independencia .
Imaginem
uma das pessoas que
es tava
presen te , que nao se i 0 nome,
mas
pe lo
seu
procedimento dian te do
pessoal
da Bienal ,
e ra
quem
es tava
li especialmente para que
eu
re t i r a s se
o texto,di.§_
se :
-
S e voce t i vesse colocado da
m vez
de nos sa
Indepen -
dencia , nao
t e r i a
problema nenhum. n
A
preocupa9ao e ra t an ta pe lo que a l i
es tava aconte
cendo, l onge de
publ ico
e de a r t i s t a s , por conseguin te ,
lon
ge de te s temunhas , c o m o
fim de
nada
t ransparece r ,
conforme
me aconselharam. Nao a c e i t e i a t e soura que mandaram
buscar
na S e c r e t a r i a da
Bienal , e
d i s se que meu a to se r i a ra sga r '
a par t e f i n a l do
ca r t az ,
molestando
tremendamente os
respon-
sa ve i s , po i s f i c a r i a
uma
denuncia daquela viola9ao numa obra
a r t i s t i c a .
Depois
de muita discussao, garan t i que f a r i a o
cor te
manualmente e
que pouco ves t ig i a
de ixa r ia
daquele a to
dep lorave l . Assim o f i z , e cometido de ra iva rasgue i em t r e s
peda9os
a
f r a se ,
e
correndo desc i
a
rampa
com os peda9os
na
54
-
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mao,
escondendo-os . Logo
fu i
alcanqado pelos que quer iam a
f ra se ,
a f i rme i
que l a sa b i a
eu onde
a mesma fo ra
pa ra r , poi s
nao t i n h a es tado de e s p i r i t o
para saber
t a l co i sa .
Hoje, tenho
e ssa
prova
que nao
serve
pa ra
nada,
mas
que pa ra mime um monumento , que um d i a v o l t a r i a de o u t r a
forma
p a r a
contes t a r
a i n s t i t u i q a o
que me v io l e n t a ra .
Porem, sab ia que todo contexto da obra era
muito
mais
p o l i t i c o do
que a
prop r i a f r a s e , pois
nada mais
t i nha
f e i t o do
que
uma r e l e i t u r a do quadro de Pedro
America:
O
Gri to
do Ip i ranga ,
e
em cujos
t i t u l o s da obra
j a
se podia '
s e n t i r
a ext rapolaqao p o l i t i c a de f a tos e epocas .
T i tu lo s das
obras :
l )
2)
3)
4
5)
Rompimento
Decisao
Comemorando 16,30 hs .
Comit iva
Tudo ao
chao
A arte conceitUal ambiental
tend
n
cia atuaf das artes '
plcisticas, conquistou os
pr m os
principais da Pre·Bienal e
tem
o m ior n mero de obras
---- -·
.na " : ' l ~ ~ t r l · Pcl:gfn_a 39
Reproduqao f o t og r a f i ca : J o r na l da Tarde . 25-08-1972
55
-
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~ ~ ~ ~ -- ---,
I
/ . ,
£
t
et¥Y ¥fo
\_ c c • ~ = ~ · · . · · l
o't
/JtiS 11
J
I
: m t h p w ~ i H 1 ~
Fra s e
r ecor t ada e rasgada do
manifes to
Caval:t.nho de
l?au
-
72 .
I
56
l •
-
8/17/2019 CaroBernardo (2).pdf
64/211
JORNAL
DO
BRASIL
RIO
DE
JANEIRO 1972
Infelizmente, com o esvazia
mento da pre-bienal
d€
todos os
artistas importantes, mesmo os
cta
nova
geral;3.o; o
panorama.
resultant.e pede uma orientaQ3.o
quase escolar,
em
sua
grande
maioria.
Esta
vasante, dos no- '
·
mes
curricularniente mais cate
gorizados, das pre-bienais, traz
suas
vantagens. Possibilita o
aparecimento de. novaS valores,
que em outras circunstancias se
absteriam de vir a .tona, por ti-
midez ou desinteresse numa de
sigual medigfio de , o r ~ S : s
E
o caso, neste
Sallio
Brasil
Pl3.stica
72.
recem-selecionado
?m Silo Paulo, do aparecimen.to
de
urn
artista de
20
anos,-
cha
mado
Luis GregOrio Novais Cor
reia que, com um conjunto de
15 obras do
mais
autEmtico e
correto hiper-realismo, entusias
mou o jUri e imp6s a
p r e s e n ~ a
de um -novo valor. · Niio
foram
·
poucas as participac;Oes entusi
asmantes neste Salao de.
sao
.
Paulo, que teve· Selecionados pelo
jUri (Walmir Ayala,
Ivo
Zaninl
e
Jose Geraldo Vieira) 106 artlstas.
Citemos, ~ n t r e outros, I sa
Leal
Ferreira, Odila Mestriner,
Bernardo
Cid, Jose Carlos Mou-
,
ra. l\1arcos Concilio, Takashi Fu
kushima n§.o confundir. com o
Fukushima
pai),
Bernardo
Caro,
etc. Este Ultimo C il Ullia t l-
plendida proposta de protesto·
o n t ~
a mecanizagao llidiea,
uma
volta aos bririquedos anti
gos,'
a restaurac;ilp da. infancia
criativa
num temp(}
em
que os
brinquedos eram praticamente ·:
tiva
alhos e bugalhos
1
mas-
Q
sufici,..
ente saldo pl;tra · justifiear o es
f o ~ o . o suor e
as
lagrlmas
dos
·que
lutam,
em- todas.as. esferas,
por
uma
integrac;ao
da arte'
na- , ;
vida,
para
a maio; dignidade do '
ser
humano. tf:
j
WALMIR AYALA ,
•
·
, j
/. ._, .···:./:- \--t;_:\ ),>
artes plasticas ·
Pen ultimo· passo
da
Pre Bienal
avalo
4
Massa de
Bernardo
[Caro ,i-
Jorna l
do
Bras i l
Rio de J ane i ro
1
04/0 8 72
57
-
8/17/2019 CaroBernardo (2).pdf
65/211
Na
mostra
tendencias
as futuras
da Bi.enal
- Exemplos da
arte
ludica e couceitual que caracteriza Brasil, Ph\stica 72 .
1-...
___
:.:;::_
:.:.:.-;._;;.; :;
-- ..._
- - -
- - ~ . . , -
M IS EXPRESSIV e
J
pliem:
0
campo da-- n i a i f e s t ~ ·
entretanto
com OSPiirtic1Pan--
. t-iari-o Witches, assessOr tee- 1cao e dil
frequencia>
popuhit.··· tes da mostra Brasil, Plastica 72.
mea
da Funda ;ilO Bienal, diz : . .
0
URl . . : : , - ~ A l l ~ m
dos
trabalhos ~ l e c i o n a ·
que
a mostra, no conjunto se-: · - - ,,. dos
em
varios Estados, . cerca
ra mais expre:ssiva do ·qtle a ; No. dia 21, reUD.e.se o _ · j ~ r ) ; ~ ~ de' 40
artistas foram convida·--
~ r e · B i e n a l · realiz _ . ,-; .,":;- ::."':'::::
Paula Becker, Yutaka 'l'oyota,
f
nai.s, a fim de que exp:tessem ' Humb erto Spindola, P-aulO Ro·
de modo muito mais atuante a : berto Leal, Gerty Sat:ue, M a ~
arte de nossa epoca. . rio cravo Jose Tarcisio;
Essa reformulacao, que foi
: ;_
Sulamita, ~ ~ ~ ~ ~ e ~ r : ~ t l
sugerlda pela 'mesa-redonda in
ternacional.
de
criticos de ·
arte
realizada
na
vespera
da
Bienal
do
ano passado, v:sa tambem
e s t u . d ~ r novos meios que in
tensiflquem a
c o m u n i e a ~ : a o
com
os d i f e r e n t e ~ publicos, a exem-
PlO
.de _todas as. outras-_,bienaiSt.
e
quatetnais
internaciOiiais
tambem empenhadas em esta: ,
belt::cer
n.ovas
bases
que _ai l-'
•
·· · - - - - ~ - ~ ~ ' ' • - ~ - - - ' · ' " " ' . J
Credi to o Estado de Sao Paulo
20/08/72
58
-
8/17/2019 CaroBernardo (2).pdf
66/211
A Bosch procurava urn tema para
o seu Calendri.rio de 1975. Como,
significativamente, o b i c e n t e n ~ i o
da
cidade de
Campinas
coincidlll,
no
ano
passado,
com
os 20 anos
da
Bosch no Brasil, resolveu-se que
o tema
deveria
ligar-se de alguma
forma a cidade que acolheu a em
presa.
Par
fim,
a decisi'io:
mostrar
a todo o pais (o Calend
-
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67/211
6
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68/211
Bra z i l
Hera ld
Last Tuesday
evening
a
gala
-cocktail party inaugurated
the
Exposition
of
"Ten
Years
of
Contemporary Art"
of
Bernardo Caro
a t
the
Tennis Club.
The show
is
open
to the public for
15
days at the
"Salao:
de Fes ta of the Tennis Club. - 1
On display
are
8
varied works
y
the Campineiro
artist
Bernardo:
Caro and 90works y
students· and
ex-students
of
the artist who have
alii
part icipated
in official ·_·Saleos De Arte." l
One of the patrons
of
the art
show is Edda
Lungershausen,
well-known:
to
ma lY of the
merilbers
of
the foreign community-in c,,m,pi.nas.
and husband J
oachirr{,-
in
Campinas With Robert
Bosch do
lived
in
-Campinas
for
seven
years
and _are
active in m a n y · ~ ~ ; ; ; ; ; . ~ ; r l t ~ i
affairs.
Edda is one of Bernardo'-s students and has her 3.rt- work
display at
the
show.-
Other patrons
of
the s h o w ~ r e · Marilucia Nucci Vacchiano (one of
Dire·ctors
of.
the Tennis Clubl,
Nicole
Van Parys Naday
One
o
nardb
Caro's studentS) and Maria
Luizit Straus
(owner
of
the Gl>le>ri,a\
Girassol).
The art exposition is being sponsored
by
the Cultural Departplent
UW
Tenrus
Club
and
the
Galeria
Girassol.
·
BERNARDO CARO.SCULPTURE . : . . • . .. .
Artist Be-rna
do
Caro-seated
by his sculpture located
at-the
entrance
,
· z _ ~ [ ~ ~ ~ ~ g ; ; : ~ : . : - ~ ~ ~ ; ; ~ ~ ; ~ ~ ~ ~ ~ : : : ~ : ~ . ~ ~ : : ~ : ~ : r : ; J
30 /06 /74
61
-
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_ ;_ :
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· ·
~ t i o
·
· · · • · · · •
•
·
··o.
~
•-.-
·
XII
bienal
internacional
de
sao paulo
1973
6
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1973 - XII Biena l In t e rnac iona l de Sao Paulo
Fiz a
inscric;;ao
da
obra
conce i tua l -ambien ta l deno
minada Menino
de
Papelao .
0 t rabalho
fo i
montado para a fa
se de selec;;ao
no
39 p i s o e , depois de aprovado,
t r a ns f e r i do '
pa ra
o
19 p i so , ocupando toda a rea de f ron te
o i n i c io
da ram
pa que d a acesso ao 29
p i so .
A
propos ta procurava envolver t r e s grandes momentos
a) Crianc;;as X
Caval inhos ,
i n s t a l a do no
pa ine l
f ronte i r ic ; ;o a rampa
e que s e rv i a de parede
pa ra
as
out ras
duas
propos t a s , e cons i s t i a em uma p r a t e l e i r a , onde
cada
lan
ce da
mesrna
cont inha cava l inhos de
pau
(papelao) , em d ive r
sas
f a s e s
de execuc;;ao e u
menino
de
pape lao ,
ou se j a , mode
lado corn o mesmo ma te r i a l dos
caval inhos
e
que ten tava apa
nhar
os cava l inhos
que
es tavam
mais
no a l to ,
pe lo
fa to
de
se
iden t i f i ca re rn
no
mesmo mate r i a l , desprezando inc lus ive aque
l e s
j a pron tos ,
p in tados
e
com
rodas , porque j a haviam s o f r i
do
u
processo
a r t i f i c i a l de
pin tura .
b l
Crianc;;as
X Garrafas ,
cont inha conotac;;ao
corn as
propos tas ambien ta i s -conce i tua i s das ga r ra fa s ,
onde
o menino
de
pape lao
envolvido
pe lo
processo
da
sociedade
de
consurno
r epresen tado pe las
ga r r a f a s , depos i tadas suger indo
uma
p r t ~
l e i r a de super-mercado , l adeada no chao por
gar ra fas
forman
do b a r r e i r a s , ao mesmo
tempo pe r f i l a da s
em
r i g i da d i sc i p l i na
m i l i t a r ;
no cen t ro ga r ra fa s
dispos tas
desordenadamente, qua
se que
arnontoadas
e ou t r a s sugerindo o dese jo
de
l i be rdade .
c l
Crianc;;as
X
Presep io ,
cont inha
urn
sen t ido
on i r i
63
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co,
onde
o menino de
pape lao ,
junto a uma
mesa,
manipulava
ba ta t a s e pa l i t o s de fos foro const ru indo pequenos animaiS,CQ
roo
os
de nossa i n fanc ia . 0 ato
que
executava, mostrava a in -
tenqao
de cons t ru i r
um
presep io
com
aqueles
mate r i a i s . Ja
ha
via
confeccionado
a vaquinha e o burr inho, que
se
reprodu
ziam
de
rnaneira f an ta s t i ca , em
enormes dimensoes
como
que
re
presen tando o
processo
de uma fan tas ia gerada dent ro da ex
t r a o rd i n a r i a
c r i a t iv idade da cr ianqa .
As paredes do
ambiente
foram forradas por
madeiras '
p r e t a s ,
no
sen t ido
ver t i ca l , l adeadas
por
mantas de
algodao
branco (de
farmacia) de um
lado,
e de outro ,
por
mantas de
algodao pardo
(de t apeqa r i a l . 0 chao dos ambientes
fo i
cobeE
to de gesso m po,
alvejando
o s i l enc io do espaqo , levando
o observador a um mundo a l ienado daquele que a i n s t i t u iqao
Bienal
propunha como
manifes taqao.
Devido a grande dimensao
des ta propos ta , fu i
ajudado
na
confecqao
e
montagem
por
pro
f e s so re s
e
alunos
do In s t i t u t o de
Artes
e Comunicaqoes da
P o n t i f l c i a Univers idade Cato l i ca de Campinas, onde e ra pro-
fe ssor r esponsave l das d i sc ip l inas de
Pin tura
e Artes Indus-
t r i a i s .
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Rio
de Janeiro
2
de outubro
de·1973
N o
1.122 Ano 21
67
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111·
BIBlllL
Um dos brln:ileiros mais
d m i ~ foi ema«lo
Caro,
de
Carnpinas.
Suas
cna ;aes
agradenun
pela simplicidade,
eomo a de foto acima,
feita e m : _ ~ - ~ lll llie.
0 CRUZEIRO
AnoXLV-31
deoutubrode
973
8
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bien l
nacional 1974
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1974
OBR
BIENAL N CION L 74
"MULHER TOT.t MI
C
7 4 "
Quando
inscrevemos e s t a
obra ,
sabiamos
que es t ava -
mos con t ra r i ando o I tem dl do a r t i go 89 do Regulamento
des ta
Biena l de
Sao Paulo ,
especi f icando
que as obras deveriam
o c ~
par 0 maximo de
15
(quinze)
metros
l inea res
ou
area
maxima
de
25
(v in t e
e
cinco) metros quadrados,
pois
o
e s p a ~ o
que
nosso
t r a b a l h o
ex ig ia
uma area de 6,0 X 10,0
metros ,
devido '
o
mesmo
s e r
composto
de uma p e ~ a
cen t ra l comprida (Mulher
To
temica) e ba lcoes
l a t e r a i s
(pro to t ipos ) .
E s t a
s i t u a ~ a o e s p a ~ o j a t inha sen t ido
nas obras
Caval inho de Pau e Menino de Papelao , onde o
e s p a ~ o
lim. _
ta
a
atua
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d i r e t a
e
mis te r iosa no
ambiente .
Devido
a a l tu ra da escu l tu
ra c e n t r a l , que se fundia com as
jane las
do
pred io ,
as
quais
aparec iam acima da obra , prejudicando to ta lmente
sua
visao
c r i e i ,
pa ra so luc ionar o problema e dar urn
sen t ido
de monu
menta l idade um pa ine l , tambem
com
t ec ido ,
com
forma t r p e z o ~
d le
que
ul t r apassava a
a l t u r a
dos pa ine i s , serv indo
de
fug
do pa ra a Mulher Totemica ,
eliminando
a
i n t e r f e r e nc i a ja
ne la .
Mas,
segundo o
responsave l da
montagem, o
a r t i s t a
Da-
n i lo Di P re t e , pre jud icava
o visua l t o t a l
(comportadol
do
con jun to da
mostra . I s t o
porque
o
t r aba lho havia
s ido
se l e
-
cionado pe lo j u r i
em
out ro
loca l
da propr i a Biena l ,
onde
nao
e x i s t i a m problemas de
i . n t e r fe renc ias .
Como
a r t i s t a , nao
p o d ~
r i a diminui r
a
a l t u r a do r e f e r ido
pa ine l ,
porque senao e s t a
r i a novamente sofrendo
ou t r a agressao,
muti lando a obra . Man
t i v e f i rme minha posi9ao
e a
obra permaneceu i n t ac t a .
MULHER
TOTf;MICA ,
fo i
uma obra onde de i con t inu ida
de prob lema t ica , na
qua l
publ ico s e r i a pa r t e da propr i a
o
bra ,
p o i s , p o r t e r o s e n t ido
lud ico , es t imulava
to ta lmente
a
pa r t i c ipa 9a o
de
todos .
A
Mulher
Totemica
consis t i .a numa e s c u l tu ra de ma-
d e i r a ,
represen tando
um
to tem feminine,
cu jas
pa r t e s
do
cor
po
eram separadas
uma das out ras e
l igadas
por cabos de a9o
que sa iam
do
i n t e r i o r da cabe9a , passando por todas pa r t e s
'
do corpo
a t raves de ro ldanas , f ixadas
na
grande
base
abaixo
da mulher
e
camufladas por um tab lado de
madeira com 4
me-
t r o s de
comprimento,
r ecober to com
palha
de ca fe , a te chegar
a
o u t r a s ro ldanas den t ro de
uma
ca ixa menor;
com
suas e x t r e -
71
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midades pr e s a s
em
duas a lavancas ,
o pUblico
acionava,
provo
cando movimentos di ve r sos na enorme Mulher Totemica , em to
dos s e n t i d o s .
Latera lmente
apresentamos doi s balcoes
de
madeira
,
sendo que em cada urn, estavam
o i to ca ixas de vidros medindo'
0,25 X
0,35
X 0,40 m. que protegiam protot ipos e que, a c i ~
nados por corde i s ,
movirnentavam-se
como a
propr i a
Mulher
T ~
t emica .
Cada pro to t ipo fo i cri.ado por urn membro
da
Equi
pe
Convlv io , que des ta forma pode par t i c ipa r
de
urn pro je to '
a r t i s t i c o , de forma c r i a t i v a .
Este t r aba lho obteve
o
P R ~ M O
BIENAL
NACIONAL
74
que dava
o
d i r e i t o
automat ico
de par t ic iparmos
da
r e p r e s e n t ~
t;:ao
b r a s i l e i r a na XIII
Biena l
In te rnac iona l de
Sao
Paulo,
em
1975,
juntamente
com ou t ro s
a r t i s t a s ,
conforme o r e g u l a m e n t ~
A r t i s t a s premiados:
Bernardo
Caro e
Equipe
Convlvio - Sao Paulo
(Escu l tu ras
e
Mii l t ip los l
Mario
Cespede e Maria M.Moura - Sao Paulo (Quadro
sensor i a l )
Gess i ron
Franco -
Goias O?inturasl
Ivan
F r e i t a s - Guanabara CArte
cioneticaL
Bea t r i z Lemos
e Paulo
Emil io
Lemos
. .
Minas
Gera is
CAudio-vi
s u a l l
Edison Benlcio da Luz
e Equipe
Etsedron
-
Para/Bahia CArte
Cont inual
Aderson Medeiros
-
Sao Paulo (Esculturas l
Aurisnede
P i re s Stephan -
Sao
Paulo CArte
Ambiental l
recebendo
cada
urn o
va lor
de
Cr$
7.000,00
e
mais:
7
-
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Jose Alves de Olive i ra
-
Piaui
(Escul turas)
Jose Va l e n t i n Rosas - Minas Gerais (Escul turas l
Iaz id Thame
-
Guanabara Ser ig ra f ia s )
no
va lor
de Cr
3,000,00
cada.
J u r i
de
premia9ao: cons t i tu ido
por
cinco c r i t i cos
de a r t e : Lise ta Levy que recebeu o maior nGmero de ind ica
90es
nas f i chas preenchidas pelos
a r t i s t a s
insc r i tos ; Morgan
Motta e Olney KrUse, esco lh idos
pela
Funda9ao Bienal de Sao
Paulo,
Antonio Bento
e
Jose Teixe i ra
Lei te , designados
pe la
ABCA-
Associa9ao
Bras i l e i ra
de
Cri t i cos
de.Ar te .
Cabega en ta lhada da MULHER T O T ~ I C A
73
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PRIOMIO
BIENAL
NACIONAL MULHER
TOTeMICA
7 BERNARDO CARO E EOUIPE CONVI\110
I· Enc:onlro • - •
2-
lntetfertnc:la .
V e k ~ r o
4 Fantuq.
S. ~ i o
6>
M < m ~ e n t o
7- Suttnu.
8-
Monugem •
I·
C o n s t ~
Slo COIUS
EQUIP£ CONV(VIO
~ T ~ : L m c t c • ~
biea
e
W o o ~
£ - - a-co
Z.O
FnuMo J. u
mN.JUNTO DE
PROltmPOS MOLTIPLOS
J••A.dn.an. Dd Ptl.W
8'-W
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ro j e to s que
deram
origem "MULHER
TOT ;:MICA
74
75
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ro je tos que deram
origem
a
MULHER
T O T ~ I C
74
76
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Regulamento
Blenal Nacional - 74
CAP.
1 DA OENOMINA(::AO E
OBJETJVO
Art. 1. - A
Blenal
Naclonal 1974 sera prcmovlda pels
Fundao;:lo
Blenal de Slo Paulo, com o patroclnlo de Prefeltura Munlclpsl de
Slo Paulo, a111amlo sua real zao;; o prevlsta para outubro prOximo.
no Pav lhllo "Ar msndo de Arruda Pereira" no Parque lblrapuara, S4o
Paulo.
Art.
2.
0
- Todos os Estados e Te'rritOrioa brasllelros silo con
v'dados a reall::ar
Moslras de
saua arti$IM
naa
reapect1va1 Capitals.
Aa relerldas Mostras serAo etetuadu. pelos Govemoe localt ou pelos
Entldadas que
as
Autorldadea d ~ ~ S i g n a r o m para tal empraendlmento.
a) As Mostras Esladuals devarlo aer reallzadu. no
mea de
agosto,
a lim de segulrem calendl\rlo Unlco em todo a Brasil.
Art.
3,o
- Dur ante a e x p o s ~ daa referldae Mosttas Estaduela
da Blenal Naclonal 1974,
de
1.o a
31
de agosto prOximo, com data
prevlamenta llxade, um
crltlco
lndlcsdo pelas Autorldadea locais, um
erltlco lndicedo pale F u n d a ~ l l o Blenal da Slo Paulo e urn crl lco In•
dlcado pela ABCA ( A . s e o c l a ~ i l o BrMllelra de Crltlcos de Aria), sele
clcnario os attlstae no local des Mostras Estaduals, qua represents
rio o prOprio Eatado na B enal Naclonal dtt 1974, am outubro a no·
vembro deale ana. no Pavilhllo "Armando de Arruda Pereira''. no
Parque Jbirepuera, em SAo Paulo.
Art. 4.o Os artlstas premlados na Btansl Nac onal de 1974,
lario
parte, autcmat:camente, da r e p r e s e n t a ~ o brasllelre na prOxima
Siena lntemaclonal de 1975, com outrea obras.
a)
0s
artistes brasllelros premlados nas Slenals anterlorea qua
se apresantarlo
"Hors
Concourn", deverio envlar,
no mblmo
cinco
obras, dlretamante a
Fundavilo
B enel de
Slo
Paulo - PavllhAo
Ar·
mando de Arruda Pereira - Parque lb lrapuera,
Slo
Paulo. ate o
dla
30
de setembro. lmpreterlvelmente, com dlrello a uma area de
15 metros Jlneares, au area m&xlma de
25
metros quadrados:
b) Os attlstas braeltelros premlados am B ena s anterlorea que
desejam concorrer aoe pr&mlos da Blenel Neclonal 1974, daverlo
obedecer o regulamento vlgente
de
Btanat Naclonal
1974,
envlando aa
l n s c r ~ O G a at6 o dla
31
da Julho a
as
obtas para salao;lo,
atf 15
de
agosto;
C)
Envier uma
r e l a ~ . i o
dlscrimlnada, mancionando as tltulos dee
obras, dlmens68$,
tknlcas,
Pf89o da venda, e nd cando os qua nao
estlo a venda, para a eomplla'
-
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CAP. Ill - DA SELEYAO E DO JURI
Art.
11." -
Uma comissAo formada par
tro s
c:r tlcos:
al
1
criUCO
lndlcado
pela
Enllclade organlzadon de Mo.tra E
..
tadual:
bl 1 cr Ueo lndlcado
pe_fa
u n d ~ l o BJ.nal de Slo Paulo:
c)
1 l:l'illco lndlcado pe1a ABCA.
Seleclonanl. nas M m ~ t r a a Eataduala as arllstaa que comparacerao a
Slana Nac onal
de
1974 no Pav hao "Armando da Arruda Pereira",
no lblrapuara, em SAo Paulo.
Art. 12-" -
Cada
Estado se reserve o plena dlrelto
de
organ ·
u.r
e apresantar
as
Mostras Estaduala,
da
forma qua julgar mals
convanlente.
Art.
13." - Os organlzadores das Mostras Estaduals deverlo
manter contato
pennanente c:om
a u n d a ~ Slana
de
Slo
PllUIO,
a lfm de que os trabalhoe occrram dantro de p anlf cayao comum
quanta ll flxaylo de data para o Juri de Be eyi o daa obras a do
transporte das mesmas Fundao;:ao Siena
de
sao Paulo para a Sla
na Naclonal de 1974, no Pavllhlo "Armando
de
Arruda Pereira", no
lblrapuera, am
Slo
Paulo.
ArL 1, . .. - 0 Juri
de Pramlao;:lo da Siena Naclonal de 1974
sera consutuldo por cinco membros:
a) 1 crillc:o, lndlcado
n.a fichu
cte lnsctio;:Jo.
peJos artlsta daa
Moab'a
Ealaduata:
bl 2 cfllk:Q, lnd:lcadoa pals
u n d ~
Blenal de Slo PlltAto,
po..
dendo ser,
urn
estrangeiro;
. c) 2 criUcoa, ~ pela ABCA.