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 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS DA CIDADE DE BELA VISTA – GO PHYSICAL CHARACTERIZATION OF THE DOMESTIC SOLID RESIDUES OF THE CITY OF BELA VISTA - GO Woldonei Marques Júnior 1  Orientador: Prof. Dr. Antônio Pasqualetto 2  Goiânia, 2005/1 Universidade Católica de Goiás - Departamento de Engenharia - Engenharia Ambiental AV. Universitária, Nº 1440 - Setor Universitário – Fone:(62) 227-1351 CEP: 74605-010 - Goiânia-GO. RESUMO Objetivou-se caracterizar quantitativamente os resíduos sólidos da cidade de Bela Vista de Goiás, observando o potencial gerador de residuos da cidade e o possível aproveitamento em uma Usina de Triagem, criando melhores condições de trabalho e renda aos catadores e aumento da vida util do “lixao”. Os resultados demonstraram o potencial gerador de 3ton de reciclaveis/dia dos 45% da área da cidade coletada, confirmando a viabilidade da implantação de centros de triagem. Palavras chave: Resíduos sólidos urbanos, caracterização física, reciclagem, Bela Vista - GO. ABTRACT It was objectified quantitatively to characterize the solid residues of the city of Bela Vista of Goiás., observing the generating potential of residuos of the municipio and the possible one using to advantage in a Plant of Selection, creating better conditions of work and income to the catadores and increase of the util life of "lixao". The results had demonstrated the genera ting potential of 3ton of reciclaveis/dia of 45% of the area of the collected city, confirming the viability of the implantation of selection centers. Keywords : Urban solid residues, physical ch aracterization, recycling, Bela Vista-GO.  1  Acadêmico de Engenharia Ambiental (woljunio [email protected])  2  Engº Agrôno mo, Dr. Universidade Católica de Goiás (pasqualetto@ucg.br )

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CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS DACIDADE DE BELA VISTA – GO

PHYSICAL CHARACTERIZATION OF THE DOMESTIC SOLID RESIDUES OFTHE CITY OF BELA VISTA - GO

Woldonei Marques Júnior1 Orientador: Prof. Dr. Antônio Pasqualetto2 

Goiânia, 2005/1 

Universidade Católica de Goiás - Departamento de Engenharia - EngenhariaAmbiental AV. Universitária, Nº 1440 - Setor Universitário – Fone:(62) 227-1351

CEP: 74605-010 - Goiânia-GO.

RESUMO

Objetivou-se caracterizar quantitativamente os resíduos sólidos dacidade de Bela Vista de Goiás, observando o potencial gerador de residuos dacidade e o possível aproveitamento em uma Usina de Triagem, criandomelhores condições de trabalho e renda aos catadores e aumento da vida utildo “lixao”. Os resultados demonstraram o potencial gerador de 3ton de

reciclaveis/dia dos 45% da área da cidade coletada, confirmando a viabilidadeda implantação de centros de triagem.

Palavras chave: Resíduos sólidos urbanos, caracterização física, reciclagem,Bela Vista - GO.

ABTRACT

It was objectified quantitatively to characterize the solid residues of thecity of Bela Vista of Goiás., observing the generating potential of residuos of themunicipio and the possible one using to advantage in a Plant of Selection,creating better conditions of work and income to the catadores and increase of

the util life of "lixao". The results had demonstrated the generating potential of3ton of reciclaveis/dia of 45% of the area of the collected city, confirming theviability of the implantation of selection centers.

Keywords : Urban solid residues, physical characterization, recycling, BelaVista-GO. 1 Acadêmico de Engenharia Ambiental ([email protected]

2 Engº Agrônomo, Dr. Universidade Católica de Goiás ([email protected] )

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1 INTRODUÇÃO

A cidade de Bela Vista de Goiás possui uma localização geográficaestratégica, às margens da GO–020, que liga o sul do Estado à Goiânia, comtrajeto obrigatório para diversas cidades turísticas do Estado (Caldas Novas,Três Ranchos), e sua localização privilegiada próximo a capital que facilita o

transporte das mercadorias do Sul/Sudeste para o Norte/Nordeste, vematraindo investimentos industriais e do agronegócio para o município, o quegera, inevitavelmente, uma demanda demográfica crescente e impactosambientais significativos na cidade e no campo.

A cidade tem 109 anos de emancipação e sua economia tem forteinfluência na agricultura familiar cuja base da produção é a hortifrutigranjeira. Omunicípio é um dos maiores produtores leiteiros do Estado, na qual estãoinstalados três estabelecimentos leiteiros, dois postos de recepção eresfriamento e o Laticínio Belo Vista, um dos principais geradores econsumidores de plástico do município.

Os momentos de celebração e festa são traduzidos por manifestaçõespopulares (dança de catira, folclore popular, poesia e literatura) que,anualmente, atraem milhares de visitantes à cidade. Em janeiro, acontecem osfestejos de São Sebastião; em julho, a festa da Padroeira (Nossa Senhora daPiedade) e em julho, a cidade promove a tradicional Exposição Agropecuária eFesta do Peão.

O município de Bela Vista de Goiás, em 2000 tinha 19178 habitantes,em 2002 alcançou 20016 habitantes e segundo o IBGE(2004) vivem cerca de22000 habitantes no município; já na cidade, segundo a SEPLAN (2005)residem aproximadamente 13770 habitantes. A partir de 2004, Bela Vistapassou a integrar á região metropolitana de Goiânia, contando inclusive com

sistema de transporte coletivo integrado à capital. Por ser um cidade muitopróxima de Goiânia (em torno de 45 Km), a cidade já percebe as influências nosetor imobiliário, que vem investindo em loteamentos de chácaras para recreioe/ou lazer, com pouca influência no desenvolvimento econômico, mas comforte demanda social, nas áreas de saúde, educação e transporte. Com ocrescimento da cidade, os resíduos gerados pela população começaram a setornar um dos principais problemas do saneamento urbano, já que estão sendodispostos de maneira inapropriada em um “lixão” acarretando problemas àsaúde pública (proliferação de vetores), geração de maus odores, poluição dosolo e das águas superficiais e subterrâneas.

A média de lixo gerado na cidade é de aproximadamente 8 t/dia emperíodos normais e em festas populares este índice aumenta. A disposiçãodos resíduos sólidos urbanos e feita no “lixão”, situado a 3 Km da cidade deBela Vista. Com o potencial de resíduos gerados pela cidade e o possívelaproveitamento em uma Usina de triagem, criando condições melhores detrabalho e renda aos catadores, e aumento da vida útil do “lixão”, objetivou-secaracterizar e quantificar os resíduos sólidos domésticos da cidade de BelaVista de Goiás.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Resíduos sólidos

Qualquer atividade humana é por natureza geradora de resíduos sólidos.

Estes por sua vez, são a denominações genéricas para determinados tipos delixo produzido pelo ser humano e são representados por materiais que nãopossuem nenhum valor mais para o gerador (AMBIENTEBRASIL,2004).Segundo o Instituto de Pesquisa Tecnológica IPT (2004), os resíduos sólidospodem ser classificados quanto à sua origem e natureza em domiciliar,comercial, serviços de saúde, industrial, radioativo, agrícola, entulhos, deportos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários (Quadro 1).

Quadro 1 – Classificação dos resíduos quanto a natureza e origem

Natureza Origem

Domiciliar Resíduos gerados na vida diária das residências,

constituído por restos de alimentos, jornais erevistas, papel higiênico, garrafas e uma grande

diversidade de outros itens.

Comercial Resíduos gerados em estabelecimentos comerciais

e de serviços, tais como supermercados, bares,

restaurantes, lojas e etc.

Publico Resíduos originados da limpeza pública urbana

(limpeza de praias, de galerias, de feiras livres,

restos de poda de arvores, varrição e etc).

Serviços de saúde Constituem os resíduos sépticos (algodão,

seringas, luvas descartáveis e etc) ou seja, aqueles

que contêm ou potencialmente pode conter germes

patogênicos, oriundos de hospitais, laboratórios,

farmácias postos de saúde e etc.

Fontes especiais lixo industrial, lixo radioativo, lixo de portos,

aeroportos e terminais rodoferroviários, lixo

agrícola.

Fonte: IPT (2004)

De acordo com a lei n° 14248, resíduos sólidos são os resíduos queresultam de atividade humana em sociedade e que se apresentem nos estadossólido, semi-sólido ou líquido não passíveis de tratamento convencional(GOIÁS, 2002). Nesta lei, os resíduos sólidos são classificados de forma maissimplificada em urbanos, industriais, serviços de transporte, serviços de saúdee especiais.

Para a norma NBR 10.004 resíduos sólidos são "resíduos nos estadossólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades da comunidade de origem:urbana, agrícola, radioativa e outros (perigosos e/ou tóxicos). Ficam incluídosnesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bemcomo determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seulançamento na rede pública de esgoto ou corpos d’água, ou exijam para isso

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soluções técnicas e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologiadisponível". Eles podem ser classificados quanto aos riscos potenciais decontaminação do meio ambiente em três categorias (Quadro 2):

Quadro 2 - Classificação dos resíduos quanto aos riscos potenciais decontaminação.

Categorias Características

Resíduos Classe I - Perigosos Possuem como característica a inflamabilidade, a

corrosividade, a reatividade, a toxicidade e a

patogenicidade, podendo apresentar riscos à saúde

pública e contribuir para um aumento de

mortalidade ou incidência de doenças e/ou

apresentar efeitos adversos ao meio ambiente,

quando manuseados ou dispostos de forma

inadequada.

Resíduos Classe II - Não Inertes Resíduos sólidos ou mistura de resíduos sólidos

que não de enquadram na classe I (perigosos) ou

na classe II (inertes). Estes resíduos podem ter

como características: a combustibilidade, a

biodegradabilidade, ou solubilidade em água.Resíduos Classe III - Inerte Resíduos sólidos ou mistura de resíduos sólidos

que submetidos a testes de solubilização não tem

nenhum de seus constituintes solubilizados, em

concentrações superiores aos padrões de

potabilidade de águas, executando-se os padrões:

aspecto, cor, turbidez e sabor.

Fonte:ABNT (2004)

Para Prandini et al (1995) são 241.614 toneladas de resíduos sólidosurbanos produzidos diariamente no Brasil, onde cerca de 90.000 toneladas pordia são de resíduos sólidos domésticos (algo em torno de 32 milhões detoneladas por ano) dispostos, a maioria, a céu aberto). A disposição final e otratamento dos resíduos sólidos urbanos no Brasil, conforme Instituto Brasileirode Geografia e Estatística IBGE (1991), era: 76% em céu aberto (lixão); 13%aterro controlado (lixão controlado); 10% aterro sanitário; 0,9% usina decompostagem; 0,1% usina de incineração. Com a produção excessiva deresíduos sólidos, os aterros existentes na maioria das cidades não conseguirãoatender a esta demanda por muito tempo. O que agrava ainda mais a situaçãoé que não se conseguem encontrar nas cidades outras áreas adequadas paraimplantação de novos aterros (CALDERONI, 2003).

2.2 Reciclagem

A alternativa para diminuir a quantidade de resíduos reside na adoçãode programas de coleta seletiva e reciclagem, que podem garantir a proteçãoambiental e a sustentabilidade econômica dos envolvidos. (CALDERONI,2003a).

Reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado(matéria-prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro tipo deproduto (AMBIENTEBRASIL, 2004). Em São Paulo, por exemplo, a reciclagem

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é praticada há décadas em escala apreciável pelo setor privado, envolvendocatadores, carrinheiros, sucateiros e indústrias. (CALDERONI, 2003a).

De uma forma mais abrangente, o IPT (2001) descreve que reciclagem éo resultado de uma série de atividades através do qual materiais que setornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados, sendo coletados, separados e

processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de bens,feitos anteriormente apenas como matéria-prima virgem.

Para Duston (1993), citado por Calderoni (2003b), reciclagem é umprocesso através do qual qualquer produto ou material que tenha servido paraos propósitos a que se destinava e que tenha sido separada do lixo éreintroduzido no processo produtivo e transformado em um novo produto, sejaigual ou semelhante ao anterior, seja assumindo características diversas dasiniciais.

O crescimento e a consolidação do mercado para produtos recicláveisoferecem a oportunidade de se obter grandes ganhos econômicos, seja para a

sociedade como um todo, seja para cada um dos segmentos envolvidos,sobretudo para a indústria. Contudo, a reciclagem, por maior que seja suaimportância ambiental e econômica, não pode desenvolver-se de modoautomático. (CALDERONI, 2003 b).

O processo de reciclagem envolve a coleta seletiva, triagem,beneficiamento, acondicionamento e armazenamento. A coleta seletivaconsiste na separação, na própria fonte geradora, dos componentes quepodem ser recuperados, mediante acondicionamento distinto para cadacomponente ou grupo de componentes. Na etapa de triagem, o lixo énovamente separado (mais detalhado) para o posterior acondicionamento domesmo (IPT, 2000).

2.3 Gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos  – GIRSU

De acordo com Fonseca et al. (2004) uma das atividades dosaneamento ambiental municipal é a gestão e o gerenciamento integrado deresíduos sólidos urbanos (GIRSU), tendo por objetivo principal propiciar amelhoria ou a manutenção da saúde, isto é, o bem estar físico, social e mentalda comunidade.

O gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos é, em síntese, oenvolvimento de diferentes órgãos da administração pública e da sociedade

civil com o propósito de realizar a limpeza urbana, a coleta, o tratamento e adisposição final do lixo, elevando assim a qualidade de vida da população epromovendo o asseio da cidade, levando em consideração as característicasdas fontes de produção, o volume e os tipos de resíduos para a eles ser dadotratamento diferenciado e disposição final técnica e econômicas dos cidadãos eas peculiaridades demográficas, climáticas e urbanísticas locais. Para tanto, asações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que envolvem aquestão devem se processar de modo articulado, segundo a visão de que

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todas as ações e operações envolvidas encontram-se interligadas,comprometidas entre si (RESOL,2004).

Para a Resol (2004), o gerenciamento integrado focaliza com maisnitidez os objetivos importantes da questão, que é a elevação da urbanidadeem um contexto mais nobre para a vivência da poulação, onde haja

manifestações de afeto à cidade e participação efetiva da comunidade nosistema, sensibilizada a não poluir as ruas, a reduzir o descarte, a reaproveitaros materiais e reciclá-los antes de encaminhá-los ao lixo. Por fim, ogerenciamento integrado revela-se com a atuação de subsistemas específicosque demandam instalações, equipamentos, pessoal e tecnologia, não somentedisponíveis na prefeitura, mas oferecidos pelos demais agentes envolvidos nagestão, entre os quais se enquadram:

a) A própria população, empenhada na separação e acondicionamentodiferenciado dos materiais recicláveis em casa;

b) Os grandes geradores, responsáveis pelos próprio rejeitos;c) Os catadores, organizados em cooperativas, capazes de atender à

coleta de recicláveis oferecidos pela população e comercializá-los juntoàs fontes de beneficiamento;

d) A prefeitura, através de seus agentes, instituições e empresascontratadas, que por meio de acordos, exerce função importante nogerenciamento integrado de todo o sistema.

Já para Luna Filho (2001) o gerenciamento integrado dos serviços decoleta pública e disposição dos resíduos sólidos deve ser desenvolvidosegundo as exigências de controle ambiental na área urbana e da gestãosustentável de recursos ambientais naturais, como mananciais hídricos desuperfície e aqüíferos subterrâneos; e buscar adequar as ações administrativasem saneamento e saúde coletiva, afetadas pela disposição do lixo gerado nomunicípio”, afirma ainda que “uma proposta de gerenciamento integrado paracoleta pública e disposição dos resíduos sólidos urbanos municipais deveestimular o envolvimento da comunidade destinatária dessas ações, nadiscussão de propostas de planejamento e gestão das soluções a seremimplementadas. A disseminação e consolidação da conscientizaçãocomunitária a respeito dos princípios básicos orientadores da gestão edisposição de resíduos sólidos urbanos deve ser buscada, como meta daadministração municipal.

2.4 Caracterização e composição do lixo

Caracterizar os resíduos sólidos urbanos de um município, oudeterminar a composição física dos resíduos produzidos por uma população, étarefa árdua, mas de primordial importância para qualquer projeto na área deresíduos sólidos, podendo os resultados obtidos na caracterização dosresíduos sólidos urbanos de um município serem comparados com os de outrolocal, ou até mesmo servirem como base para comunidades onde ainda não setenha realizado esta caracterização (GOMES, 1997).

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Para Monteiro et al. (2002), os principais fatores que influenciam nascaracterísticas dos Resíduos são os climáticos, demográficos,socioeconômicos e épocas especiais (Quadro 3).

Quadro 3 – Fatores que influenciam as características dos resíduos.

FATORES INFLUÊNCIA1. Climáticos

Chuva - aumento do teor de umidade.

Outono - aumento do teor de folha.

Verão- aumento do teor de embalagens de bebidas (latas, vidros e plásticosrígidos).

2.Épocas especiais

Carnaval- aumento do teor de embalagens de bebidas (latas, vidros e plásticosrígidos).

Natal/ano novo/páscoa

- aumento de embalagens (papel/papelão, plásticos maleáveis e metais)- aumento da matéria orgânica

Dia dos pais/mães aumento de embalagens(papel/papelão, plásticos maleáveis e metais).Férias escolares esvaziamento de áreas da cidade em locais não turísticos;

aumento populacional em locais turísticos.

3. DemográficosPopulação urbana - quanto maior a população urbana, maior a geração per capta.

4.SocioeconômicosNível cultural - quanto maior o nível cultural, maior a incidência de materiais

recicláveis e menor a incidência de matéria orgânica.

Nível educacional- quanto maior o nível educacional, menor a incidência de matéria

orgânica

Poder aquisitivo- quanto maior o poder aquisitivo, maior a incidência de recicláveis emenor a incidência de matéria orgânica.

Poder aquisitivo(mês)

- maior consumo de supérfluo perto do recebimento do salário (fim einício do mês)

Poder aquisitivo(semana)

- maior consumo de supérfluo no fim da semana.

Desenvolvimento

tecnológico

- introdução de materiais cada vez mais leves, reduzindo valor do peso

específico aparente dos resíduos.CampanhasAmbientais

- redução de matéria não biodegradável (plásticos) e aumento de matériareciclável e/ou biodegradável (papel, metais e vidros).

Fonte: Monteiro et al. (2002)

Segundo o Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE,2004), apenas 237 municípios brasileiros operam programas de coletivaseletiva, com concentração maior nas regiões Sudeste e Sul do país. Dacomposição do que é coletado hoje, tendo como referência o peso, a divisão éa seguinte: 35% de papel e papelão; 18% de rejeitos; 16% de vidros; 15% deplásticos; 8% de metais; 4% diversos; 2% de longa vida e 2% de alumínio.

De acordo com Ferreira (1994) a taxa média de geração dos resíduossólidos domiciliares em áreas urbanas é de, aproximadamente, 0,5 kg porpessoa por dia em países subdesenvolvidos; na cidade de São Paulo a médiaé de 1,0 kg/pessoa por dia. Em países desenvolvidos pode chegar a 2,0kg/pessoa por dia; nos Estados Unidos o total gerado é cerca de 1,8 kg porpessoa por dia, segundo Hinrichs (1991).

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60%25%

4%

3%

3%5%

Material Orgânico

Papel/PapelãoMetal

Plástico

Vidro

Outros

 Figura 1 - Caracterização do lixo (índice nacional em %)

Fonte: IPT (2004)

3 METODOLOGIA

A caracterização foi feita com Resíduos Sólidos dos tipos domésticos ecomercial constituindo o chamado “lixo domiciliar” (classe I e II), que segundoMonteiro (2002), citado por Fonseca et al. (2004), ”representa a maior parcelados resíduos sólidos produzidos nas cidades”, com uma contribuição de 65%do lixo municipal (PRANDINI et al.,1995).  As amostragens foram realizadasnos dias 03, 04 e 05 de maio de 2005, devido aos seguintes fatores:

• Inexistência de festas populares (festejos de São Sebastião, festa daPadroeira e Exposição Agropecuária);

• Término do período chuvoso, que vai de outubro à março.

Para realizar a caracterização dos resíduos sólidos do município foifeito contato com o funcionário da prefeitura responsável pela coleta edisposição dos resíduos sólidos urbanos, Sr. João Teles1.

Os setores representativos foram selecionados de acordo com os quesão coletados, os dias e horários de coleta, e pela origem dos resíduos.

Segundo Antônio Pedro Rosa2, a coleta abrange 45% da população de BelaVista de Goiás.

 __________________________________ 1 Secretário de Infra-estrutura da cidade de Bela Vista 

2 Motorista do caminhão responsável pela coleta do lixo

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Quadro 4 - Caracterização dos setores selecionados para a medição física dosresíduos sólidos domiciliares da cidade de Bela Vista – GO.

Setores coletados Fonte

Geradora

Turno de

coleta

Data Horário das

amostragens

São Vicente, Ulisses

Guimarães, São Geraldo,

Santa Cruz, Flamboyant, Las

Vegas, Vila Clotílde

Residencial Matutino 03-05-05 11:00 h

Buritizais, Parque São Jorge,

Lucialia, Oeste, Pérola do sul

Residencial Matutino 04-05-05 11:00 h

Centro  Residencial/ 

Comercial

Vespertino 05-05-05 17:00 h

Como existe apenas um caminhão caçamba (10m3) para a coleta nossetores, são realizadas duas viagens. Assim, os resíduos chegam no lixão às9:00 h e às 11:00 h, proveniente dos bairros periféricos (São Vicente, Ulisses Guimarães, São Geraldo, Santa Cruz, Flamboyant, Las Vegas, Vila Clotílde,,Buritizais, Parque São Jorge, Lucialia, Oeste, Pérola do sul   e entre outros) eàs 15:00 h e 17:00 h, proveniente do centro.

O processo de caracterização dos resíduos foi feito no próprio “lixão”(Figura 2), situado cerca de 3 Km da cidade de Bela Vista. A coleta deamostras de resíduos sólidos urbanos, assim como a medição da quantidadeencaminhada ao “lixão”, foi realizada no meio da semana, pois de acordo comMonteiro et al (2002), esta coleta não deve ser realizada no domingo ousegunda-feira para evitar distorções de sazonalidade.

Figura 2 – Lixão da cidade de Bela Vista de Goiás

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3.1 Preparo da Amostra

No procedimento foram utilizados diversos Equipamentos de ProteçãoIndividual (enxadas, facões, garfos, máscaras descartáveis, luvas, botas deborracha e pás), instrumento de mensuração (balança ARJA AMERICANA S.Pcom capacidade de 150 Kg), lona (5 m x 8 m) e recipientes de coleta (5

tambores de 200 L cada). (Figura 3).

Figura 3 – Alguns equipamentos utilizados na caracterização dos resíduos

Foram coletados cerca de 3 m3 em diversos pontos ( base, laterais e notopo do monte), colocados e espalhados sobre a lona, rompendo as sacolas

plásticas , papelões e outros materiais que servem como acondicionamento deresíduos para obtenção de um lote mais homogêneo. Após essa etapa, dividiu-se a amostra homogeneizada em quatro partes (quarteamento) e selecionoudois quartos opostos, que foram novamente homogeneizados. Com asamostras recolhidas foi feito o mesmo procedimento de quarteamento,selecionando um dos quartos resultantes para servir na caracterização dosresíduos, conforme a figuras 4 e 5.

Figura 4 – Diagrama do Processo de quarteamento de resíduos sólidos

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Fonte: Fonseca et al, 2004)

Figura 5 – Foto do Processo de quarteamento de resíduos sólidos

Com a amostra obtida, utilizou-se cinco tambores de 200 L, previamentepesados, anotando seus pesos. Depois, pesou-se as amostras colocadas nostambores, obtendo-se o peso liquido.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Determinação do peso específico aparente

Com o peso de cada amostra individual,  somou-se os pesos obtidosdeterminando o peso específico aparente expresso em Kg/m³ :

• São Vicente, Las Vegas, etc = 231,6 Kg/ m3 

• Buritizais, Pérola do sul, etc = 207,3 Kg/m3 

• Centro = 209,3 Kg/ m3 

γ = 231,6 + 207,3 + 209,3 kg/m³ γ = 648,2 / 3 (kg/m³ )γ = 216,07 kg/m³

4.2 Cálculo da geração percapta (Kg/hab.dia)

A geração percapita foi obtida através do peso especifico calculadoacima e da população existente no município de Bela Vista (IBGE).

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• Vol caminhões coletores = 1 caminhão com capacidade de 10 m³• 2 viagens/dia• Vol= 20 m³/dia• Y = 216,07 kg/m³• Y = P (kg)/V(m³)

P = Y x V

P = 216,07x 20 = 4321,4 kg/dia

Gperc = Peso kg/dia ___ = 4321,4 = 0,697 kg/hab.diaPop. atendida pela coleta * 0,45 6196,5

Nota-se que a geração percapta de Bela Vista está similar a médiabrasileira, entre 0,5 e 1 Kg por pessoa.dia segundo Ferreira (1994).

4.3 Determinação da composição gravimétrica

Os resíduos foram separados em Matéria orgânica, plástico,

papelão/papel, vidro, metais (ferrosos e não-ferrosos) e outros. Foramclassificados como “outros”, todo o material que não se enquadrou na lista doscomponentes acima citados (roupas, calcados, etc).

Para a determinação da composição gravimétrica, foi realizada aseparação dos materiais e pesou-se cada tipo de resíduo (Figura 6), calculandoas porcentagens individuais.

Material (%) = Peso da fração do material (Kg) x 100

Peso total da amostra (Kg)

Figura 6 – Pesagem dos resíduos

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No quadro 5 estão apresentados os resultados da caracterização físicados Resíduos Sólidos Urbanos de Bela Vista e as porcentagens em peso dasclasses dos diferentes resíduos.

Quadro 5 - Composição Física dos Resíduos Sólidos Urbanos de Bela Vista deGoiás.

Setores Amostras(kg) MatériaOrgânica(%)

Plásticos(%) Papel/ Papelão(%)

Metal(%) Vidro(%) Outros(%)

52,00

29,3046,3038,8

65,20

São Vicente,UlissesGuimarães, SãoGeraldo, SantaCruz,Flamboyant,Las Vegas, VilaClotilde ∑ = 231,6

57,98 17,05 14,98 3,42 2,46 4,1

40,539,836,8

36,553,5

Buritizais,Parque SãoJorge, Lucialia,

Setor Oeste,Pérola do Sul,Laticínio BelaVista

∑ = 207,1

50,02 21,1 18,45 4,73 1,74 3,96

36,642,446,133,650,8

Centro

∑ = 209,5

50,71 18,13 23,57 3,1 1,58 2,91

Média Geral 216,07 52,90 18,76 19 3,75 1,93 3,66

No quadro 5 nota-se que em Bela Vista a quantidade de matériaorgânica está 7,1% abaixo da média nacional que é de 65% (SILVA, 2004).Isso se deve ao fato da quantidade de plástico encontrado (18,76%) sersuperior ao da média nacional, de 3% (MONTEIRO et al., 2002).

No dia 4 de maio de 2005 o percentual de matéria orgânica foi o menorencontrado, já que neste dia houve coleta de resíduos do Laticínio Bela Vista,que é um grande gerador de plástico. No centro a matéria orgânica foi tambémabaixo da média devido à existência de um grande número deestabelecimentos comerciais e poucos restaurantes.

Observou-se uma quantidade maior de matéria orgânica nos setoresSão Vicente, Ulisses Guimarães, São Geraldo, Santa Cruz, Flamboyant, LasVegas, Vila Clotilde, por terem nível sócio-econômico mais baixo e de origemresidencial. Nestes setores, a quantidade de papel/papelão e plásticosencontrados foi menor pelo fato de existir maior número de catadores. Porém,o percentual de plásticos destes setores (17,05%) está acima da médiabrasileira que é de 4 a 7% (IPT, 2000).

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A porcentagem média de papel/papelão e de vidro encontrado foi de 19e 1,93%, respectivamente, ou seja, apesar de serem índices razoáveis estãoabaixo da média nacional. A maior quantidade de papel/papelão foi no setorcentral por ser de origem comercial e com melhor poder aquisitivo que osoutros setores. Já a pequena quantidade de vidro pode ser explicada pelagrande geração de embalagens feitas de plástico e papel/papelão como latas

de óleo, garrafas de refrigerante, caixas de leite e etc.

Com o crescimento da cidade e a existência de indústria (Granja Saito,Avestruz Master e Laticínios Bela Vista), o poder aquisitivo da população deBela Vista aumentou, podendo assim comercializar maior número de produtosrecicláveis. De acordo com Barros (1999), a medida que o nível de renda deuma comunidade cresce, percebe-se um aumento na quantidade de papeis ede plásticos (principais formas de embalagens) transformadas em lixo.

A porcentagem média de metais encontrados foi de 3,75%,aproximadamente a média nacional que é de 4%. Porém, a maioria dos metaisencontrados foi do tipo ferroso, já que os próprios funcionários responsáveis

pela coleta catam os alumínios gerados, que são de alto valor comercial.

Na cidade de Bela Vista de Goiás, a média de “outros” encontrado foi de3,66%, ou seja, 1,34% a menos que a média nacional, que é de 5%(OLIVEIRA, 1997). Neste componente foram considerados roupas em geral,papel higiênico, materiais não identificáveis, resíduos perigosos (classe I).Percebeu-se que nos setores residenciais a quantidade de “outros” foi bemmaior que no setor central, visto que há grande descarte de roupas em geral(camisetas, calcados, roupas intimas e etc) por parte destes setores.

Comparando-se os resultados obtidos na cidade de Bela Vista com ascidades de Vitória e Caldas Novas (Quadro 6), percebe-se que apesar de serconsiderada de pequeno porte, Bela vista tem em percentual, maior geração deresíduos recicláveis que as demais cidades analisadas.

Quadro 6 – Composição física média de Bela vista –GO, Caldas Novas-GO eVitória-ES

Cidades/ MatériaOrgânica

(%)

Plásticos(%)

Papel/Papelão(%)

Vidro(%)

Metal(%)

Outros(%)

BelaVista

52,90 18,76 19,00 1,93 3,75 3,66

CaldasNovas 58,61 12,76 13,36 1,62 2,14 9,97

Vitória 60,40 11,80 19,10 2,70 3,30 2,70

Pode-se notar que a taxa média de resíduos do tipo plástico, vidro emetal gerados em Bela vista possui percentual elevado, verificando aimportância de se implantar uma Usina de Triagem.

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A implantação da Usina de Triagem não é uma prática que melhorará asituação atual do “lixão” a curto prazo, porém não haverá prejuízos para opoder público visto que o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos éobrigatório para garantir a qualidade de vida da população

Além da Usina de Triagem, deve-se desenvolver ações integradas e

políticas específicas para tratar as questões do saneamento ambiental urbanoe em especial o gerenciamento dos resíduos sólidos de Bela Vista. Com isso, onúmero de lixões a “céu aberto” existentes no Estado de Goiás diminuiria commelhoria na saúde e bem-estar da população e equilíbrio permanente do meioambiente.

De acordo com a SEPLAN (2005), de 246 municípios goianos, 184fazem a disposição final em condição de lixão a “céu aberto” a exemplo de BelaVista, representando 74 ,80%, 54 municípios em condição de aterro controlado,representando 21,95% e 8 municípios em condição de aterro sanitáriocontrolado, representando 3,25%.

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5 CONCLUSÃO

O grande potencial gerador de resíduos recicláveis da cidade de BelaVista de Goiás permite a implantação de uma Usina de Triagem, com a criaçãode empregos e melhoria das condições de vida das pessoas envolvidas

(aspectos sociais), aumento da renda dos catadores e da cidade (aspectoseconômicos) e aumento da vida útil do “lixão” (aspecto ambiental).

Apesar de ser considerado uma cidade de pequeno porte, gera-se emtorno de 3 toneladas de recicláveis por dia, que com estímulo econscientização da população podem ser reciclados e ampliados os valores, jáque apenas 45% do município tem coleta de resíduos sólidos.

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