Capítulo IV – A LEITURA DO HORÓSCOPO

Introdução

Quando o estudante de Astrologia já aprendeu a levantar um horóscopo

corretamente, por meio do estudo do nosso Livro Astrologia Científica

Simplificada ou de outra obra confiável, a próxima e mais importante parte é

ler sua mensagem. Astrologia significa “Lógica das Estrelas” e nós devemos

aconselhar, seriamente, o estudante a não depender muito das autoridades no

assunto, mas tentar compreender a natureza básica de cada Astro1, a influência

dos Signos, das Casas e dos Aspectos; depois, por um processo de raciocínio,

combiná-los e, então desenvolver sua própria intuição, a qual lhe servirá

muito mais útil do que a habilidade de repetir, como um papagaio, o que

outros já disseram.

Devemos, também, alertar o jovem astrólogo para não se preocupar muito

com as descrições da aparência física indicadas no horóscopo. É tolice

desperdiçar horas estudando uma parte do assunto que tem um valor limitado.

Nós damos descrições dos diferentes tipos físicos, mas o fazemos com o

propósito de ajudar o estudante a determinar, à primeira vista, o provável

Signo e Astro do Ascendente de uma pessoa que não sabe a hora de seu

nascimento. Existem pessoas, por exemplo, com um rosto que muito se

assemelha ao de um carneiro. Se tal pessoa tivesse dúvida quanto à hora de

seu nascimento, imediatamente contaríamos com Áries e tentaríamos ver,

experimentalmente, como esse Signo ascendendo se combinaria com as outras

características daquela pessoa; se assim fizéssemos, veríamos que nossa

suposição, provavelmente, estaria correta. Dessa forma, os outros Signos e

Astros posicionados nos Signos também apresentariam características

distintas, de valiosa ajuda ao estudante na direção mencionada acima.

1 N.T.: Sol, Lua e Planetas.

O estudante deveria, também, se esforçar para cultivar uma perfeita confiança

na ciência da Astrologia. Não existe nada empírico na leitura do caráter e na

diagnose. A esse respeito, isso é tão simples como o ABC. As previsões

podem falhar, porque ao Astrólogo é impossível determinar a força de

vontade da pessoa para quem ele está fazendo as previsões, mas as tendências

latentes são sempre prognosticadas com exatidão. Os autores descobriram

que, quando não conhecem pessoalmente os indivíduos cujas características

leem, suas delineações são muito mais profundas e mais exatas do que quando

as conhecem, porque assim as impressões pessoais e outras influências estão

ausentes, de forma que o místico pergaminho celestial pode ser lido mais

facilmente.

Há três fatores que nos trazem a mensagem mística das estrelas: as Casas, os

Signos e os Astros.

Cada Casa representa um departamento da vida; os Signos são divisões dos

céus, os quais, por suas posições em relação às Casas, indicam nosso

temperamento básico e nossa atitude perante a vida, e os Astros são os

mensageiros de Deus, os quais, por seus movimentos pelas Casas e pelos

Signos, nos proporcionam oportunidades para o crescimento da alma, o qual

precisamos para nosso desenvolvimento individual. Portanto, é necessário,

para aquele que deseja aprender a ler um horóscopo, conhecer profundamente

esses três fatores, tanto separadamente quanto em suas várias combinações.

As informações que vem a seguir podem ajudar a transmitir esse

conhecimento.

As Casas

As Casas são chamadas “Casas Mundanas” para diferenciá-las das “Casas

Celestiais”, isto é, os doze Signos do Zodíaco; mas geralmente são chamadas

apenas de “Casas”.

É o ângulo do raio astral que determina seu efeito em nossas vidas; Astros que

estão a Leste afetam nossa saúde e a habilidade do corpo em lutar contra as

doenças física; Astros ao Sul, próximos do zênite, são fatores benéficos ou

adversos a respeito da nossa posição social. Se um Astro está se pondo a

Oeste, no momento de nosso nascimento, seus raios nos atingem de maneira

tal que nos atraem para certo tipo de parceiro de matrimônio, ao passo que os

Astros sob a Terra, ao Norte, exercem efeito sobre nossas condições na última

parte da vida. Como ilustração, vamos supor que alguém nasça ao raiar de um

dia em que Sol e Júpiter estejam em Conjunção. Esses, portanto, o atingem

pelo ângulo oriental e lhe dão uma esplêndida vitalidade. Outra pessoa nascida

no mesmo dia, ao meio-dia, quando Júpiter e Sol estão no zênite, pode ter um

corpo muito débil, fraco, se outros Astros a Leste estiverem em posição

adversa, mas os raios do Sol e de Júpiter, incidindo desde o Sul sobre sua

Carta Natal, certamente vão chamar a atenção em sua esfera social, fazendo-a

receptora de distinções e favores públicos. Outra pessoa, nascida no mesmo

dia, quando o Sol e Júpiter se pondo a Oeste, pode ser um pária se os Astros a

Leste e ao Sul assim o decretarem, mas os raios benéficos do Sol e de Júpiter,

provenientes do ângulo ocidental, farão que seja amada por seu companheiro e

tenha êxito nas parcerias e sociedades. Tais fatos já foram comprovados pela

observação e tabulação. Portanto, se diz que as doze divisões do círculo de

observação, conforme são vistas a partir do local do nascimento,

verdadeiramente regem ou governam os vários departamentos da vida, em

virtude do que as pessoas nascidas no mesmo dia podem ter as mais diversas

experiências.

As Casas podem ser agrupadas de várias maneiras, de acordo com a influência

que exercem em nossas vidas; há Casas “angulares”, “sucedentes” e

“cadentes”, assim como Casas pessoais, espirituais, materiais, sociais e

místicas.

Das angulares, a 1ª Casa governa nosso “eu” pessoal, e sua oposta, a 7ª Casa,

rege aquele que está mais próximo de nós e que nos é mais querido, isto é, o

companheiro de matrimônio. A 4ª Casa determina as condições em nosso lar,

e seu ângulo oposto, a 10ª Casa, mostra nossa posição social, na comunidade

em que vivemos. Assim, os ângulos mostram coletivamente a esfera de nossas

atividades na vida.

Das Casas sucedentes, a 2ª mostra nossa posição financeira em relação àquilo

que adquirimos com nossos próprios esforços, e a Casa sucedente oposta, a 8ª,

mostra aquilo que recebemos de outros, como legados, etc. As outras Casas

sucedentes, a 5ª e 11ª, mostram como devem ser gastos nossos ganhos, pois a

5ª Casa indica os filhos de nosso corpo, que têm o direito legítimo em

compartilhar da nossa renda, e a 11ª Casa mostra os filhos do nosso cérebro,

nossas esperanças, nossos desejos e nossas aspirações, que também

consomem nossos recursos.

Dos dois pares de Casas cadentes, a 6ª é a Casa do serviço voluntário, o qual

executamos como nossa parte no trabalho do mundo por uma quota

equivalente de bens do mundo, e a 12ª Casa mostra como podemos ser

forçados a trabalhar sem remuneração, sob restrição ou prisão, se não o

fizermos de boa vontade. A 6ª Casa mostra também o estado da nossa saúde e

a 12ª se necessitamos de tratamento hospitalar.

O outro par de Casas cadentes, a 3ª e a 9ª, mostram se a nossa vida e o nosso

trabalho podem nos confinar a um só lugar ou se exigem viagens e mudanças

de residência. A tal respeito, a 3ª Casa mostra viagens curtas, e a 9ª Casa,

viagens longas.

As Casas pessoais compreendem a 1ª, a 5ª e a 9ª. A 1ª Casa rege a saúde e a

habilidade do corpo em lutar contra as doenças e as peculiaridades do Corpo

físico. Os Astros e Signos nesta Casa impelem sobre ela sua marca para

formar ou desfigurar, conforme a natureza de seu destino gerado por si

mesmo. A 5ª Casa mostra a qualidade da natureza amorosa da nossa alma e a

linha da sua expressão, se ela segue a linha de menor resistência; e a 9ª Casa

mostra o quanto podemos captar do espírito em nosso atual estado de

limitação.

A trindade das Casas materiais consiste da 2ª, 6ª e 10ª e mostra as posses

mundanas do ser humano, seus meios de obtê-las e o prazer que estas lhe

trazem. A riqueza ou pobreza é mostrada pela 2ª Casa; a saúde, sem a qual

não se pode tirar proveito das posses mundanas, é mostrada pela 6ª Casa; e o

prestígio público, que é a principal fonte da gratificação para o ser humano

comum, é mostrado pela l0ª Casa.

As Casas sociais são a 3ª, a 7ª e a 11ª e nelas é mostrada a natureza de nossas

relações com os vários tipos de almas que encontramos na vida. Irmãos e

irmãs, a quem estamos unidos pelos laços do sangue, são mostrados pela 3ª

Casa; o (a) companheiro (a) do nosso coração, com quem nosso sangue se

mistura de outra maneira, é mostrado (a) pela 7ª Casa; e os amigos, mais

preciosos que pérolas para quem tenha conquistado sua amizade, são

designados pela 11ª Casa.

A quarta e última trindade de Casas é composta da 4ª, 8ª e 12ª. Nelas estão

ocultos os mistérios da vida pré-natal do espírito, e as experiências post-

mortem que se seguem imediatamente após o terminus vitae2. No plano

material, a 4ª Casa significa nossa condição na última parte da vida, a 12ª

mostra a tristeza que nos marca com a inutilidade das coisas materiais, e a 8ª

indica a natureza de nossa saída do cenário do mundo.

Uma ilustração pode ajudar o estudante a compreender como os céus

influenciam nossa vida através das doze Casas. Suponhamos que estamos

2 N.T.: Na Fraternidade Rosacruz isso ocorre quando o Cordão Prateado se rompe nos pontos que

parecem dois números seis. É a morte nesse Mundo Físico.

dirigindo um carro por uma estrada que acompanha o litoral, mas afastada

desse cerca de uns dois quilômetros. Uma brisa sopra do oceano e, ao passar

pela zona que nos separa do mar, ela nos traz, em suas asas invisíveis,

mensagens daquela terra, as quais evocam prazer ou aversão, dependendo de

sua natureza. Em certo lugar, um aroma de feno recém-cortado nos enche de

alegria; talvez o cheiro enjoativo do jasmim, em outro trecho de nosso

passeio, possa nos causar náuseas; e, mais tarde, podemos nos sentir realmente

mal com o cheiro forte que vem da água estagnada do pântano. Mas, então,

entramos em uma floresta, e logo o gratificante bálsamo dos pinheiros nos faz

recobrar a saúde e o bom humor.

Em nossa jornada do berço ao túmulo levamos conosco as doze Casas na

atmosfera áurica que nos cerca, como o ar envolve a terra que flutua. Cada

Casa espelha parte da vida; cada uma contém algumas de nossas lições; cada

uma representa o modo como cumprimos ou negligenciamos as tarefas da

vida inerentes a um determinado setor. No momento apropriado da vida,

colhemos de cada Casa o que semeamos em vidas passadas, isto é, salvo se

nos prevenimos dessa colheita a tempo. Está a nossa 11ª Casa afligida, os

amigos nos traem e nos abandonam; deixam-nos magoados, ou nos causam

náuseas, como o cheiro do jasmim e a água estagnada do pântano?

Examinemos, então, o horóscopo, pois ele revela o que está escondido em

nossa atmosfera áurica. Os amigos nos sentem, e nós a eles, através do décimo

primeiro ângulo, pelo que algo malcheiroso deve estar ali. Pode ser que

estejamos querendo mais ser favorecidos por eles do que favorecê-los. Vamos

parar de ser como o enjoativo e debilitante jasmim, e procuremos manifestar a

firme fortaleza do revigorante pinheiro; então, nós encontraremos amigos se

aglomerando à nossa volta, admirando nossa força. Nem todos possuem

naturezas tão fortes, mas podemos igualmente atrair por meio da bondade, que

é tão reconfortante aos corações magoados quanto o perfume do feno novo o é

aos nossos sentidos e, desse modo, podemos nos livrar das aflições a Casa dos

Amigos.

Depois dessas explanações supracitadas, pode-se dizer que as Casas

influenciam os assuntos da vida como segue:

1ª Casa – Rege o corpo físico em sua saúde e a habilidade do corpo em lutar

contra as doenças e aparência; determina as condições do lar da

infância, enquanto a pessoa está sob o controle dos pais.

2ª Casa – Rege o dinheiro, as fortunas financeiras; mostra o que a pessoa

adquire por esforço próprio e, até certo ponto, o uso que fará dele.

3ª Casa – Rege os irmãos e as irmãs; os vizinhos; a Mente instintiva; os

escritos; as pequenas viagens e os meios de transportes dessas

viagens.

4ª Casa – Um dos pais (pai ou mãe) que exerce a menor influência na vida da

pessoa; as condições na última parte da vida; casas, terrenos, minas;

tudo o que pertence à terra.

5ª Casa – O amor, o namoro e a libertinagem; a atração lícita e ilícita, e a

relação sexual entre os namorados ou noivos antes do casamento;

os filhos; as instituições educacionais; os livros e jornais; os

esportes e as diversões; as ações de empresas e as especulações na

compra/venda delas.

6ª Casa – A saúde; o serviço a ser prestado pela pessoa, e também a condição

e fidelidade daqueles que a servem.

7ª Casa – O (a) companheiro (a) de matrimônio; o público em geral; os

concorrentes; os sócios; os adversários em litígios; os rivais.

8ª Casa – A morte; as heranças; as finanças do (a) companheiro (a) de

matrimônio; as habilidades ocultas ou faculdades latentes, mas

quase prontas a se manifestarem.

9ª Casa – A religião; as experiências e aspirações espirituais; os sonhos e as

visões; as viagens longas e as leis.

10ª Casa – Um dos pais (pai ou mãe) que exerce a maior influência na vida da

pessoa; a honra e a posição social do indivíduo; seu (sua)

empregador (a) ou seu (sua) juiz (a) e o governo.

11ª Casa – Os amigos, companheiros e simpatizantes; as esperanças, os

desejos e as aspirações, geralmente de natureza material; os

enteados.

12ª Casa – Os confinamentos em hospitais ou prisões; os inimigos secretos e

as conspirações; a tristeza e autodestruição.

Os Signos do Zodíaco

Em cada um dos dois lados da trajetória do Sol3, há um número de estrelas

fixas que estão agrupadas de tal maneira que podem ser consideradas como

formando doze constelações, e, como possuem certas influências

características, os sábios da antiguidade lhes deram os nomes dos animais que

expressam traços semelhantes. Essas constelações são chamadas de Zodíaco

natural, e para todos os fins práticos pode-se dizer que ocupam posições

permanentes em relação a outras estrelas fixas do firmamento. Esse círculo é

dividido em doze seções, começando no primeiro grau de Áries, ocupado pelo

Sol no Equinócio de Março.

3 N.T.: Conhecido, astronomicamente, como Eclíptica.

Devido à Precessão do Equinócio, o Sol não cruza o Equador no mesmo ponto

a cada ano, mas se descobriu que os primeiros 30 graus desde o ponto onde o

Sol cruza o Equador no Equinócio tem efeito idêntico ao atribuído à

constelação de Áries; os trinta graus seguintes irradiam uma influência

Taurina, e assim por diante, com as outras dez seções de trinta graus cada. Por

conseguinte, as doze seções, medidas a partir do Equinócio de Março, são

usadas exclusivamente em Astrologia e chamadas Signos do Zodíaco, para

diferenciá-las das constelações (Para uma completa elucidação do assunto

veja no Livro Astrologia Científica Simplificada4, sob o tópico “Zodíaco

Intelectual”.).

Esses doze Signos do Zodíaco são divididos diversamente, de acordo com seu

efeito sobre a humanidade, em Signos: Cardeais, Fixos e Comuns; e também

em Signos de: Fogo, Terra, Ar e Água. Tentaremos elucidar suas influências

nos próximos tópicos.

Os Signos Cardeais – Palavra-Chave: “Atividade”

Os Signos Cardeais são Áries, Câncer, Libra e Capricórnio. Esses Signos são

chamados Cardeais porque quando o Sol os cruza, ele está em um dos quatro

ângulos dos céus, em um ponto de inflexão onde é forçado a tomar outra

direção. Em Áries, ele se encontra o mais longe que pode ir a Leste; Câncer é

o ponto tropical do Norte de onde ele envia o raio perpendicular no Solstício

de Junho e, consequentemente, o maior calor (para o Hemisfério Norte). Libra

é o extremo ponto Ocidental de seu trajeto, onde ele sai do Hemisfério Norte;

e no Natal ele está em Capricórnio, o ponto mais distante ao Sul, onde seu

raio horizontal deixa os povos do Hemisfério Norte nas garras geladas do

inverno. O efeito dos ângulos – da 1ª, 4ª, 7ª e 10ª Casas – é semelhante ao dos

Signos Cardeais, porque essas Casas estão nos pontos: Leste, Norte, Oeste e

Sul do Horóscopo. A natureza e o efeito dos Signos Cardeais e dos ângulos

4 N.T.: de Max Heindel, Fraternidade Rosacruz.

podem ser resumidos nas palavras “Ação” e “Iniciativa” (embora cada um

atue de modo diferente dos demais), portanto, os Astros posicionados nos

Signos Cardeais e nos ângulos dão sabor à vida, de acordo com a natureza de

cada Astro, Signo e ângulo.

“Zodíaco” significa um círculo de animais. Os símbolos de três dos Signos

Cardeais são animalescos: Áries, o carneiro; Câncer, o caranguejo; e

Capricórnio, o bode. O quarto, Libra – a balança –, representa o ideal pelo

qual esta classe deve se esforçar. Ninguém precisa mais de equilíbrio do que

aqueles sob a influência impulsiva do raio cardeal; portanto, a Balança foi

posta nos céus para dirigir suas aspirações.

Os Signos Fixos – Palavra-chave: “Estabilidade”

Os Signos Fixos são: Touro, Leão, Escorpião e Aquário. Três símbolos dos

Signos Fixos são também animalescos, violentos e rancorosos: Touro, o touro;

Leão, o leão; e Escorpião, o escorpião. A figura humana de Aquário, o

portador de água, nos mostra o ideal pelo qual esta classe deve se empenhar.

Em vez de lutarem contra, perseguirem ou envenenarem os outros na luta pela

existência, eles devem aprender a serem humanos, a serem amigos de todos

em vez de inimigos.

A influência dos Signos Fixos ativa a natureza do desejo, imprimindo

resistência e persistência à ação.

Quando os Signos Fixos estão nos ângulos (lª, 4ª, 7ª e 10ª Casas) exercem uma

força quase irresistível, impelindo o indivíduo a seguir certa linha. Ele pode

ser vagaroso e lento, mas por certo será persistente em tudo o que se proponha

a fazer, e seja qual for o talento que possa ter em determinado âmbito será

explorado ao máximo. Revezes que desencorajariam uma pessoa de Signos

Cardeais não desanimam o ser humano com Signos Fixos nos ângulos. Ele

não conhece derrota; portanto, geralmente acaba alcançando sua meta e

obtendo sucesso pela Concentração num único ponto e Persistência em seguir

o caminho escolhido. Por outro lado, tais pessoas são conservadoras ao

extremo. Podem ver e desejar melhoramentos em várias linhas, mas são

extremamente vagarosas para adotarem medidas que as possam levar ao fim

almejado; elas nunca fazem isso, a não ser que estejam completamente

convencidas de que determinado método corresponderá às necessidades. Em

outras palavras, pessoas com Signos Fixos nos ângulos “observam bem antes

de dar um passo”; olham durante muito tempo e com muito, muito cuidado,

mas, por outro lado, uma vez que são atraídas para determinada causa, a ela

são fiéis até a morte, e desta causa não se pode encontrar advogados mais

ardentes; seu zelo é quase fanático. De modo geral, pode-se dizer que as

pessoas de Signos Fixos nos ângulos, são as pessoas mais confiáveis do

mundo, tanto para o bem quanto para o mal.

Os Signos Comuns – Palavra-chave: “Flexibilidade”

Gêmeos, Sagitário, Virgem e Peixes são chamados Signos Comuns, sendo sua

natureza intrínseca expressa melhor pela palavra-chave Flexibilidade.

As forças que atuam através dos Signos Cardeais incidem sobre o Corpo

Denso e o incitam à ação.

O poder dos Signos Comuns é mental e espiritual, conferindo propósito à ação

e incentivo à nobreza de vida.

Portanto, pessoas influenciadas pelas forças estelares focadas, principalmente,

através dos Signos Cardeais são os trabalhadores do mundo – não operários,

mas executivos, aqueles que alcançam as coisas laborialmente, e que trazem à

existência concreta, pequenos ou grandes projetos valiosos ao trabalho do

mundo. Os Signos Comuns são duplos; dois deles são humanos: Gêmeos, os

gêmeos e Virgem, a virgem; o terceiro, Sagitário, o centauro, é parcialmente

humano; e somente o quarto símbolo Peixes, os peixes, é tirado do reino

inferior. Nenhum, contudo, é violento, mas são símbolos intensamente morais,

intelectuais e espirituais.

Instáveis como juncos, balançam daqui para ali; nada os atrai

permanentemente, e o que mais desejam é a mudança. Por melhor colocados

que estejam, raramente podem resistir à tentação de começar algo em outra

cidade, e, quanto mais longe, melhor. Portanto, o adágio antigo: “pedra que

muito rola não cria limo” se aplica particularmente a essa classe, pois seus

hábitos errantes normalmente os deixam pobres. Gastam tão (ou mais)

depressa quanto ganham. Assim, essas pessoas vagam pelo mar da vida,

impelidos pelas correntes das circunstâncias. Condições externas as dominam,

já que lhes faltam forças para afirmarem sua própria individualidade.

O que foi dito acima é verdadeiro para a grande maioria daqueles que estão

sob o governo e influência de Signos Comuns; eles respondem à fase inferior

simplesmente porque o lado superior é demasiado elevado para todos, exceto

para uns poucos, em nosso atual estágio de desenvolvimento. Os bem-

sucedidos no mundo, porque são estimulados pelas influências Cardeais e

Fixas, os chamam de indolentes e de imprestáveis, mas fossem os primeiros

privados da energia cardeal ou fixa que os estimula à ação, e postos sob a

influência de um raio comum, logo perceberiam sua falta de força, e

aprenderiam, desse modo, a ter compaixão daqueles que precisam viver assim

a vida inteira. Qual seria, então, a lição que essas pessoas precisam aprender?

Efeito Comparativo dos Signos Cardeais, Fixos e Comuns nos Ângulos

Enquanto a natureza dos Signos Cardeais é tal que seus raios incitam nossas

forças latentes à ação, e promovendo mudanças, a qualidade mais proeminente

dos Signos Fixos é Estabilidade; mas o estudante deve tomar cuidado para não

confundir estabilidade com inércia. A ação induzida pelos raios dos Signos

Cardeais pode ser alterada para outros canais com uma considerável

facilidade. Tudo o que eles querem é se expressar; a direção na qual se

expressam é uma consideração secundária. O mesmo não se dá com os Signos

Fixos: quando seus raios impelem à ação em determinada direção é quase

impossível deter a força ou mudá-la. Por outro lado, se eles negam a

expressão em certas linhas, a obstrução é quase intransponível.

Às pessoas da classe Fixa falta habilidade para comercializar seus inventos,

uma tarefa para a qual a classe Cardeal é eminentemente capacitada. Portanto,

essas duas classes trabalham lado a lado, e assim transformaram o deserto do

mundo em uma condição de relativo conforto, sendo seus esforços em direção

ao progresso continuamente atingindo seus objetivos, e, com o tempo, o

deserto florescerá como uma rosa.

Como o sucesso material depende da habilidade em lidar com as condições

materiais, a classe Cardeal é particularmente afortunada, pois ela é o principal

fator executivo no trabalho do mundo, em razão do que colhe uma

recompensa imediata. A classe Fixa não é tão notória ante o público; labuta

em laboratórios e trabalha em experiências para completar os processos e

aperfeiçoar os modelos que, mais tarde, são usados nas fabricações. Portanto,

essa classe é, também, um fator poderoso na vida, e participa do sucesso

material e financeiro da classe Cardeal.

A classe Comum é um nítido contraste. As forças concentradas através dos

Signos Comuns são mentais; por conseguinte, as pessoas regidas por elas são

avessas à atividade física extenuante que é o forte da classe Cardeal; eles só

trabalham sob os chicotes da necessidade. São, também, incapazes do lento,

mas seguro esforço, desenvolvido pela classe Fixa e são facilmente

desencorajados pelos obstáculos. Então, trata-se, pois, de pessoas que mais

apoiam do que estimulam. Trabalhadores que trabalham em atividades

extenuantes e contínuas são recrutados pelas classes inventivas e executivas

entre as pessoas regidas por Signos Comuns. Há uma esfera, porém, onde as

pessoas regidas pelos Signos Comuns brilham, de acordo com sua capacidade

de pensar. Sendo avessas ao trabalho, criaram um terreno vantajoso onde

podem colher os benefícios do trabalho duro dos outros, de suas faculdades

inventivas e capacidades executivas. Para fazer isso eles se tornam

promotores, aqueles que aproximam os inventores dos fabricantes; agentes

que são mediadores entre compradores e vendedores, vendedores ambulantes,

expositores e todos os outros tipos de intermediários que atuam entre o

produtor e o consumidor e que vive de comissões; também os agentes

literários, que dedicam seus talentos à ficção sem nenhum propósito,

pertencem à classe movida pelas fases inferiores da força dos Signos Comuns.

A classe Cardeal é ativa; a Comum agitada; a classe Fixa é inflexível; a

Comum é flexível.

As Quatro Triplicidades

O efeito das “Triplicidades” é maior no Signo do Ascendente, e quando a

maioria dos Astros está agrupada em um deles.

Um Signo de Fogo (Áries, Leão ou Sagitário) no Ascendente proporciona

muita vitalidade, mas também torna a pessoa propensa a febres e desordens

inflamatórias; e quando a maioria dos Astros se encontra em Signos de Fogo,

é muito difícil para a pessoa “manter a cabeça fria” fisicamente ou

mentalmente.

Um Signo de Água (Câncer, Escorpião ou Peixes) no Ascendente proporciona

muito menos resistência e predispõe a problemas digestivos, urinários e

catarrais. Se uma pessoa tem muitos Astros em Signos de Água, seu problema

é gerar energia suficiente para se manter aquecida, pois esse ajuntamento

proporciona disposição negligente e indiferente, exceto quando Escorpião está

ascendendo ou quando muitos Astros se encontram nele.

Os Signos de Ar (Gêmeos, Libra e Aquário) no Ascendente geram um

temperamento nervoso e tornam a pessoa sujeita a distúrbios dos pulmões,

coração e rins. Muitos Astros nesses Signos proporcionam inclinação literária

e artística.

Os Signos de Terra (Touro, Virgem e Capricórnio) no Ascendente

proporcionam uma boa vitalidade, mas um medo secreto de doenças restringe

os processos vitais no corpo, e envenena essas pessoas de tal modo que elas se

tornam vítimas de doenças crônicas com mais frequência do que pessoas de

outras classes de Signos. A garganta, o estômago e os intestinos são

especialmente ameaçados; frequentemente sofrem de reumatismo e gota.

Quando o indivíduo tem muitos Astros em Signos de Terra, a aquisição de

riqueza material é favorecida.

O Sol, a Lua e o Ascendente

Dissemos em nosso parágrafo inicial que existem Três Grandes Fatores que

nos transmitem, de modo geral, a “Mensagem Mística das Estrelas”, a saber:

as “Casas” os “Signos” e os “Astros”. Há também três fatores que

desempenham um papel especialmente importante no horóscopo individual,

ou seja: o Sol, a Lua e o Ascendente, os quais se pode dizer que representam:

o espírito, a alma e o corpo.

Vistos de modo apropriado, o Sol, a Lua e o Ascendente não são, realmente,

três princípios horoscópicos separados, mas representam duas partes

compostas, as quais, quando unidas, constituem o ser humano. O “Signo em

ascensão” e a “primeira Casa”, juntos, formam o caminho para as influências

fecundantes da Lua, que ali se cristalizam e formam a matriz etérica que

modela as partículas físicas de um novo veículo, a partir do corpo materno;

daí a máxima astrológica de que o Ascendente (ou seu oposto) ao nascimento

é o lugar da Lua na concepção. Esse corpo composto é a parte do ser humano

que nasce e morre, depois de um período de existência relativamente

evanescente.

A outra parte do ser humano composto, a parte imortal, a que consiste do Ego

e dos seus veículos mais sutis, é representada no horóscopo pelo Sol e pela

Lua. A influência específica desses luminares será descrita depois de termos

estudado o Signo Ascendente.

O Signo Ascendente

Conforme foi ensinado no Livro “Astrologia Científica Simplificada”, o

ângulo do raio astral é o que determina em que departamento da vida ele será

mais proeminentemente ativo; e se descobriu, por meio da observação, que o

Signo em ascensão ou Ascendente no horizonte oriental quando a criança

nasce é o principal fator determinante para a saúde e a habilidade do corpo em

lutar contra as doenças e forma básica do corpo físico. Investigações ulteriores

mostraram que a razão para esse fato é que no momento da concepção,

quando o Átomo-semente é implantado no óvulo, a Lua, agente Cósmico da

fecundação, projeta seu raio fertilizante através do Signo e do grau (ou seu

oposto) que, mais tarde, no momento do nascimento, estará ascendendo. Por

esta razão, o Signo e o grau em ascensão continuam a ser o caminho de

ingresso das forças vitais que constroem o corpo da criança até a ruptura do

cordão umbilical, e a natureza do Signo em ascensão é, assim, indelevelmente

estampada e retida no novo veículo por toda a vida.

Nesse sentido note que a concepção não coincide, necessariamente, com a

união física dos pais. Às vezes, passam-se duas ou mais semanas até a

chegada do momento auspicioso esperado pelos Senhores do Destino5 ou por

seus agentes. Nessa ocasião, as condições cósmicas são tais que eles podem

formar um corpo que facilitará a expressão do Ego que busca a reencarnação e

5 N.T.: Também chamados de Anjos do Destino ou Anjos Relatores.

o ajude a cumprir o seu destino gerado por si próprio. Os estudantes devem

lembrar, também, que o momento do parto não é o momento do nascimento,

do ponto de vista astrológico. A inalação de ar na primeira respiração

completa, geralmente acompanhada por um choro, é o momento em que o Ego

que renasce recebe seu “batismo estelar”. Isso o deixa suscetível para sempre

à influência da configuração astral particular, existente naquele instante e,

consequentemente, os Astros afetam cada indivíduo diferentemente de todos

os outros, pelo que nem mesmo os horóscopos de gêmeos são iguais. Também

é fortemente enfatizado que, de acordo com esses esclarecimentos, não temos

certo “destino” porque nascemos em certa hora, mas nascemos em uma hora

particular porque temos um certo “destino”, gerado pelo próprio indivíduo,

para cumprir. Esta é uma distinção muito importante, pois substitui o capricho

divino pela lei divina, eliminando o elemento “sorte” e inspirando o ser

humano a dominar seu “destino” pelo trabalho com a Lei. Se nós temos feito o

nosso horóscopo atual pelas nossas ações passadas na vida anterior,

logicamente, estamos agora nos preparando para a encarnação futura e

podendo fazer dela o que escolhermos. Se nos esforçamos agora para

fortalecer nosso corpo, para vencer nossos defeitos, para cultivar novas

virtudes, o Sol da nossa próxima vida se levantará sob condições muito mais

auspiciosas do que aquelas sob as quais vivemos agora, e, assim, poderemos

verdadeiramente reger nossas estrelas e comandar nosso destino.

Quando os três últimos graus de um Signo estão ascendendo, ou quando os

primeiros três graus ascendem no momento do nascimento, diz que a pessoa

nasceu “na cúspide” entre dois Signos, e, então, as naturezas básicas dos

Signos envolvidos são mescladas no corpo dela. Assim, uma pessoa nascida

quando os três últimos graus de Áries ou os primeiros graus de Touro

estivessem ascendendo, não seria puramente Áries nem puramente Touro, mas

sim uma mistura das qualidades de ambos os Signos.

A natureza do Signo Ascendente é também modificada pela presença dos

Astros. O Sol e Marte aumentam a vitalidade se bem-aspectados, mas se

afligidos predispõem a pessoa à febre e aos distúrbios inflamatórios; também

favorecem uma rápida recuperação, e tornam a natureza alerta e cheia de

energia. Um Júpiter bem-aspectado no Ascendente também aumenta a

vitalidade, mas predispõe à corpulência; se o Astro está afligido, a circulação

sanguínea se torna lenta, e assim causa a tendência para distúrbios no sangue.

As observações acima, relativas a Júpiter, aplicam-se a Vênus em menor grau.

Saturno no Ascendente diminui a vitalidade e favorece as doenças crônicas no

fim da vida, mas ao mesmo tempo dá grande tenacidade para manutenção da

vida, de modo que, mesmo orando para se libertar, não consegue morrer.

Mercúrio, Lua, Urano e Netuno fazem o corpo mais tenso e nervoso que a

média, o que é especialmente útil aos pioneiros nas artes da música, da

literatura, do pensamento superior, da ciência e da eletrônica.

Astros colocados na 12ª Casa são considerados como estando no Ascendente

se posicionados dentro de seis graus deste; todos os Astros na 1ª Casa

também, independentemente de quanto estejam afastados do grau do

Ascendente; mas se um Signo estiver interceptado na 1ª Casa, os Astros ali

presentes não terão uma influência tão forte na vida como a do Signo que

estiver ocupando a cúspide.