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Page 1: C ncer do colo do !tero C ncer de mama feminino · mulher (menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gesta o a termo acima dos 30 anos, n!mero de filhos, uso de ... comparadas

Câncer no Brasil | Dados dos Registros de Base Populacional |464

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de 85% dos pacientes morrem nos primeiros cinco anos pós-diagnóstico.

Estudos evidenciam que uma dieta rica em frutas, vegetais,leguminosas, cereais, carnes, leite e ovos oferece substânciasprotetoras contra o câncer de pulmão, considerando em particularos vegetais crucíferos (couve-flor, brócolis, repolho), que sãoricos em isotiocianato, e alimentos com betacaroteno.

No Brasil, para os RCBP analisados, os maiores valores das taxasmédias de incidência anuais, ajustadas por idade por 100 milhomens, foram encontrados em Porto Alegre com 66,6, SãoPaulo com 29,1 e Goiânia com 28,2. Com relação às mulheres,as maiores taxas médias de incidência anuais, ajustadas poridade por 100 mil, foram observadas em Porto Alegre com 23,3,Goiânia com 13,3 e Fortaleza com 11,9. As menores estão nacidade de João Pessoa, em ambos os sexos, com 14,3 por 100 milhomens e 5,4 por 100 mil mulheres.

Câncer de mama femininoO câncer de mama é um importante problema de saúde públicano Brasil e no mundo, pois é o segundo tipo de câncer maisfrequente na população e o mais comum entre as mulheres. NoBrasil, suas taxas de incidência encontram-se em uma faixaintermediária de magnitude em relação ao mundo.

As áreas de maior risco de câncer de mama são: América doNorte, Europa e Austrália. O risco é baixo em regiões menosdesenvolvidas da África subsaariana e no Sul e Leste da Ásia,incluindo Japão, onde o risco de desenvolvê-lo até a idade de 75anos é um terço do encontrado em países ricos.

O câncer de mama está relacionado ao processo de urbanizaçãoda sociedade, evidenciando-se um maior risco de adoecimentoentre mulheres com elevado status socioeconômico. Ele é maiscomum nas mulheres que vivem nas grandes cidades do quenaquelas que vivem em áreas rurais.

A etiologia do câncer de mama é multifatorial e envolve fatoresindividuais, ambientais, reprodutivos, hormonais e genéticos. Aidade é um dos mais importantes fatores de risco, pois enquantoé relativamente raro desenvolvê-lo antes dos 35 anos, as chancesaumentam rapidamente até os 50. Posteriormente, porém, oaumento é mais lento. Outros fatores como padrão de dietaalimentar (dieta altamente calórica, rica em proteínas e gordurade origem animal, carne vermelha e carnes processadas) econsumo de álcool podem elevar o risco de desenvolvê-lo.Exposições ambientais, como à radiação ionizante, mesmo queem baixas doses, principalmente durante a puberdade, aumentamo risco. Os fatores de risco relacionados à vida reprodutiva damulher (menarca precoce, nuliparidade, idade da primeiragestação a termo acima dos 30 anos, número de filhos, uso de

contraceptivos orais, menopausa tardia e terapia de reposiçãohormonal) já estão bem estabelecidos, porém ainda existemcontrovérsias em relação a abortos (induzidos ou não). Aamamentação é considerada um fator de proteção e está associadaa um menor risco de desenvolver esse tipo de câncer. Embora ahereditariedade seja responsável por apenas 10% do total de casosde câncer de mama, mulheres com história familiar dessaneoplasia, especialmente se uma ou mais parentes de primeirograu (mãe, irmãs, filhas) foram acometidas antes dos 50 anos,apresentam maior risco de desenvolver a doença.

No Brasil, para os RCBP analisados, os maiores valores das taxasmédias de incidência anuais, ajustadas por idade por 100 milmulheres, foram encontrados em Porto Alegre (91,8), BeloHorizonte (72,7) e São Paulo (29,1). A menor taxa foi observadana cidade de Cuiabá (49,6).

Câncer do colo do úteroO câncer cervical é o terceiro câncer mais comum entre asmulheres, com uma estimativa de 529 mil novos casos em 2008no mundo. Mais de 85% deles, e mais de 50% do total de óbitos,ocorrem em países em desenvolvimento. As regiões consideradasde alto risco são: África Oriental e África Ocidental (taxaspadronizadas de incidência superiores a 30 por 100 mil), Áfricado Sul (26,8 por 100 mil), Sul da Ásia Central (24,6 por 100mil), América do Sul (taxas padronizadas de incidência de23,9 por 100 mil). Os valores são considerados mais baixos naÁsia Ocidental, América do Norte e Austrália/Nova Zelândia(taxas padronizadas de incidência inferiores a 6 por 100 mil).Em geral, o câncer do colo uterino foi responsável por 275 milmortes em 2008, e cerca de 88% delas ocorreram nos países emdesenvolvimento: 53 mil na África, 31.700 na América Latinae no Caribe e 159.800 na Ásia. Foi estimado, para o Brasil, osurgimento de 18.430 casos novos de câncer do colo uterino em2010, com risco estimado de aproximadamente 18 casos a cada100 mil mulheres.

Sua maior incidência se dá em mulheres entre 45 e 49 anos deidade e estima-se que o rastreamento populacional precoce esistemático e o tratamento de lesões precursoras possam reduzira mortalidade pela doença em até 80%.

O câncer do colo uterino é uma doença cuja evolução é lenta,apresentando fases pré-invasivas. Dessa forma, o período deevolução de uma lesão cervical inicial para a forma invasora éde aproximadamente 20 anos. Esse período relativamente longopermite ações preventivas eficientes que podem alterar o quadroevolutivo da doença.

Sabe-se que, aproximadamente, 100% dos tumores de célulasescamosas cervicais apresentam DNA (ácidodesoxirribonucleico) do papilomavírus humano (HPV)(BOULET et al., 2008). O papel oncogênico de HPV de alto

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risco (tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 66) éreconhecido e, atualmente, a infecção por esses vírus éconsiderada causa necessária para o desenvolvimento do câncercervical. Estudos epidemiológicos mostram que a persistênciada infecção pelo HPV de alto risco pode aumentar as chancesde desenvolver lesões intraepiteliais de baixo e alto grau, sendoque as de alto grau podem progredir para o câncer cervical,quando não diagnosticadas e tratadas, que é o principal fatorde risco para esse câncer. Cofatores como tabagismo, usoprolongado de contraceptivos orais, multiparidade, agentesinfecciosos como a Chlamydia Trachomatis e o vírus daimunodeficiência humana (HIV) têm sido consistentementeassociados ao desenvolvimento desse tipo de câncer.

No Brasil, para os RCBP analisados, os maiores valores das taxasmédias de incidência anuais, ajustadas por idade por 100 milmulheres, foram encontrados em Cuiabá (35,6), Goiânia (32,4)e Aracaju (29,1). A menor taxa foi observada na cidade de Jaú(10,2).

Câncer do endométrioO câncer do corpo do útero é o sexto tipo mais frequente entreas mulheres, com cerca de 287 mil casos novos no mundo em2008. A incidência de câncer do endométrio evidencia-se nafaixa etária acima de 50 anos, tendo uma idade média dediagnóstico aos 61 anos. É rara a incidência em mulheres commenos de 50 anos.

Nos casos desse tipo de câncer, a sobrevida depende do estágioem que se detecta a doença. No inicial, a sobrevida em cincoanos pode alcançar 80% a 90% dos casos. Em estágios maisavançados, a sobrevida baixa significantemente. Nos paísesdesenvolvidos, tem se percebido uma queda na taxa demortalidade, que é atribuída ao fato de a doença ser detectadacada vez mais cedo.

Há diversos fatores que elevam o risco de câncer do corpo doútero, entre eles estão a idade, hereditariedade, metabolismohormonal natural, terapia de reposição hormonal, obesidade ehistória de câncer de mama ou intestino.

A prevenção ou diagnóstico precoce do câncer do endométrioem geral não é uma tarefa fácil. As mulheres podem colaborarao levarem em consideração os fatores de risco e evitando aobesidade.

No Brasil, para os RCBP analisados, as maiores taxas médias deincidência anuais, ajustadas por idade por 100 mil mulheres,foram encontradas em Jaú, Porto Alegre e Goiânia, com 10,1,8,0 e 7,8, respectivamente. A menor taxa foi observada na cidadede Belém, com 2,3 por 100 mil mulheres.

Câncer do ovárioNo mundo, foram estimados mais de 225 mil casos novos decâncer do ovário para o ano de 2008. Sua incidência é comumnos países desenvolvidos, correspondendo à sétima causa maiscomum entre as neoplasias. Observa-se maior incidência nosEUA, Europa e em Israel; e menor no Japão e em países emdesenvolvimento.

O câncer do ovário é o câncer ginecológico mais letal no mundo.A ausência de sinais e sintomas aliada à falta de estratégias derastreamento contribuem para que a doença seja diagnosticadaem estádio avançado na maior parte das pacientes, resultandoassim em baixas taxas de cura.

A taxa de sobrevida em estágio inicial é de 85% a 95% em cincoanos. Entretanto, apenas um terço dos casos é diagnosticado nesseestágio. Entre as mulheres que estão com estágio avançado, ataxa de sobrevida é bem inferior, cerca de 10% a 30%.

História familiar de câncer do ovário, mama, útero e cólon ereto é um importante fator de risco para o desenvolvimento decâncer do ovário. Entretanto, somente 5% a 10% dos casos decâncer do ovário são hereditários. Uma mulher sem históriafamiliar de câncer do ovário tem uma chance em 55 dedesenvolver esse câncer. Esse risco aumenta 10 vezes quandoela apresenta história familiar.

Acredita-se que o uso de alguns contraceptivos orais reduza orisco de desenvolvê-lo, que declina ainda mais com o aumentoda duração do uso. O risco é reduzido em 40%, 53% e 60% como uso de contraceptivos orais por 4, 8 e 12 meses,respectivamente. Acredita-se que esse efeito protetor persistemesmo após o uso descontinuado.

Baixa paridade e menopausa tardia aumentam o risco, enquantoque a gravidez e a lactação parecem conferir um efeito protetor.Multíparas apresentam um risco reduzido em 40% a 60% quandocomparadas às nulíparas. Esse efeito protetor da gravidez pareceser associado com a redução na ovulação associada aos altosníveis de progesterona.

Existem divergências quanto ao papel do tabaco, terapia dereposição hormonal e fatores dietéticos (álcool, carnes, gorduras,leite e derivados) na carcinogênese desse tumor. Estudosrecentes têm relatado que a obesidade é um potencial fator derisco para o câncer do ovário.

Não há evidências científicas que suportem a adoção derastreamento na população em geral. O exame de Papanicolaou,que é amplamente utilizado no rastreamento do câncer do colodo útero, não é indicado para o rastreamento do câncer doovário, visto que detecta somente 10% a 39% de lesões malignas.

No Brasil, para os RCBP analisados, os maiores valores das taxasmédias de incidência anuais, ajustadas por idade por 100 mil