brinquedoteca: para quem serve? a quem inclui? · para as crianças -, o local que estará sendo...

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592 BRINQUEDOTECA: PARA QUEM SERVE? A QUEM INCLUI? Beatriz Galdino Rocha (UFRJ- FE) [email protected] Jeniffer Caroline Rodrigues Fuly (UFRJ-FE) [email protected] Maria Vitoria Campos Mamede Maia (orientadora, UFRJ-FE-PPGE) [email protected] Eixo Temático: Formação de professores e processos de inclusão/exclusão em educação Categoria: Comunicação Oral Quando pensamos em Brinquedoteca, na maioria das vezes, tendemos a imaginar uma sala repleta de brinquedos espalhados por todos os lados, muitas crianças brincando num colorido que as envolve, despertando sua imaginação e proporcionando a aprendizagem. Além de crianças, muitas crianças brincando num colorido que envolve, desperta a imaginação e proporciona aprendizagem. Mas o que em geral temos visto são salas igualmente coloridas, porém seus brinquedos e recursos seguem impecavelmente arrumados e conservados sem nenhum sinal aparente de criança, sendo apresentado aos pais e visitantes das escolas de educação infantil. Queremos aqui refletir sobre a verdadeira função da brinquedoteca e se possível averiguar a contradição existente entre a sua função teórica e inicial e o modo no qual é realmente utilizada no cotidiano escolar, de modo que possamos entender de quais formas a brinquedoteca pode ajudar no processo de inclusão na escola e auxiliar no processo de aprendizagem de qualquer criança. Nossa pesquisa partiu dos estudos do Grupo de Pesquisa do qual fazemos parte, Criar e Brincar: o lúdico no processo de ensino-aprendizagem, onde estudamos jogos, brincadeiras, brinquedos e o espaço que propicia a aprendizagem, qual seja, o espaço lúdico-criativo. Foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica, visando aprofundar o tema do lúdico no espaço escolar e se este espaço, no caso das brinquedotecas, é utilizado a favor de uma aprendizagem significativa e inclusiva. Por isso nos perguntamos a quem serve a brinquedoteca no espaço escolar?

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BRINQUEDOTECA: PARA QUEM SERVE? A QUEM INCLUI?

Beatriz Galdino Rocha (UFRJ- FE) [email protected]

Jeniffer Caroline Rodrigues Fuly (UFRJ-FE) [email protected]

Maria Vitoria Campos Mamede Maia (orientadora, UFRJ-FE-PPGE) [email protected]

Eixo Temático: Formação de professores e processos de inclusão/exclusão em educação Categoria: Comunicação Oral

Quando pensamos em Brinquedoteca, na maioria das vezes, tendemos a imaginar uma sala

repleta de brinquedos espalhados por todos os lados, muitas crianças brincando num

colorido que as envolve, despertando sua imaginação e proporcionando a aprendizagem.

Além de crianças, muitas crianças brincando num colorido que envolve, desperta a

imaginação e proporciona aprendizagem. Mas o que em geral temos visto são salas

igualmente coloridas, porém seus brinquedos e recursos seguem impecavelmente

arrumados e conservados sem nenhum sinal aparente de criança, sendo apresentado aos

pais e visitantes das escolas de educação infantil. Queremos aqui refletir sobre a verdadeira

função da brinquedoteca e se possível averiguar a contradição existente entre a sua função

teórica e inicial e o modo no qual é realmente utilizada no cotidiano escolar, de modo que

possamos entender de quais formas a brinquedoteca pode ajudar no processo de inclusão

na escola e auxiliar no processo de aprendizagem de qualquer criança.

Nossa pesquisa partiu dos estudos do Grupo de Pesquisa do qual fazemos parte, Criar e

Brincar: o lúdico no processo de ensino-aprendizagem, onde estudamos jogos,

brincadeiras, brinquedos e o espaço que propicia a aprendizagem, qual seja, o espaço

lúdico-criativo. Foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica, visando aprofundar o tema

do lúdico no espaço escolar e se este espaço, no caso das brinquedotecas, é utilizado a

favor de uma aprendizagem significativa e inclusiva. Por isso nos perguntamos a quem

serve a brinquedoteca no espaço escolar?

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O que é Brinquedoteca?

A brinquedoteca surgiu com a ideia de empréstimo de brinquedos, onde seria possível a

exploração desses materiais pelas crianças que não os tinham. Isso se deu por conta de uma

crise econômica que se estabeleceu nos Estados Unidos em 1934, e o dono de uma loja de

brinquedos estava sendo roubado constantemente por alunos de uma escola próxima de seu

estabelecimento. Ao reclamar com o diretor de uma escola próxima sobre o

comportamento dos alunos, ele teve a ideia inicial do que mais tarde, após algumas

modificações conceituais e práticas, seria nomeada de brinquedoteca. (OLIVEIRA, 2005).

Esse espaço deve ser atraente, aconchegante, confortável, alegre, divertido, agradável e os

brinquedos devem estar sempre ao alcance das crianças, portanto o mobiliário deve ser

adaptado ao tamanho delas, as crianças podem usufruir desse ambiente o tempo que

quiserem. Um espaço com essas características oferece estímulos e se torna mediador de

aprendizagens (em um nível mais amplo, não se referindo apenas à aprendizagens de

conteúdos escolares). Além disso, o brincar livre proporciona e favorece o

desenvolvimento psicomotor, afetivo, social, cognitivo e desenvolve a autonomia,

autoconfiança, criatividade e cooperação. (MALUF, 2003).

Para a formação desses ambientes, é necessário considerar alguns aspectos: público alvo -

visto que a brinquedoteca pode ser montada para qualquer idade, porém é mais comum

para as crianças -, o local que estará sendo montada (escola, hospital, universidades,

condomínios residenciais) e a partir disso devem ser traçados os objetivos que se pretende

atingir. Mesmo considerando todos esses requisitos, a brinquedoteca deve ser um espaço

estruturado para estimular a criança a brincar, possibilitando o contato dela com diversos

tipos de materiais e que possui regras bem definidas que devem ser estabelecidas e

compartilhadas por todos. (OLIVEIRA, 2003).

Há a possibilidade de esse espaço ser dividido em cantos, por exemplo: canto da leitura,

faz de conta, pintura, teatro/fantoches, entre outros. Esses cantos podem ser estruturados de

modo temático, organizado e decorado de forma que esses mini espaços estejam bem

demarcados, de forma que as crianças possam transitar e explorar esses espaços. Porém, há

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uma questão bastante interessante, a brinquedoteca não precisa necessariamente de

brinquedos, ela pode ser um espaço que estimule o brincar sem materiais disponíveis,

porém é essencial que os outros estímulos estejam presentes no ambiente. (SILVA &

SILVA, 2008).

A brinquedoteca deverá ter um profissional capacitado e especializado para exercer tal

função. O espaço não deve ficar à mercê dos professores e essa se constitui uma grande

questão das brinquedotecas existentes, principalmente nas escolas, não existe um

profissional para estar nesse ambiente, com isso muitas vezes a sala existe, mas não é

utilizada por ninguém, fica vazia e se torna apenas para os pais que visitam a escola, ou

está sendo usado como depósito de material didático, o que da mesma forma não está

cumprindo com seu papel, existindo, portanto, uma pseudo brinquedoteca. E no caso de

serem utilizadas pelos professores, os objetivos se modificam, voltam-se apenas para a

aprendizagem de conteúdos. (OLIVEIRA, 2003).

A brinquedoteca e a aprendizagem

Uma criança ao pegar um brinquedo desconhecido, seja qual for sua idade, mesmo que não

tenha instruções descobrirá o modo como funciona, ou criará um mecanismo para que tal

brinquedo venha a funcionar. Quando finalmente consegue encontrar uma solução

satisfatória a criança dirá que aprendeu. E de fato aconteceu aprendizagem e caso seja

solicitado que esta criança repita o processo ela repetirá, pois não esquecerá.

A brinquedoteca tem como um dos seus objetivos auxiliar a criança alimentando sua

inteligência e sua criatividade. Segundo Vygotsky (1993) na interação as crianças criam e

transformam. O espaço do brincar proporcionado pela brinquedoteca funciona como um

espaço de interação onde são encontrados estímulos de aprendizagem e oportunidade de

aprender por meio da vivência, conforme as experiências que cada um conquista naquele

espaço.

Um problema bastante grave que põe em risco a brinquedoteca nas escolas é a não

aceitação, por parte de alguns professores e da gestão, do brincar livre (o que a

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brinquedoteca propõe). Acredita-se que o brincar, na escola, sem um fim pedagógico, ou

seja, para apresentação e/ou fixação de conteúdos não é válido, considera-se uma perda de

tempo, logo quando o lúdico está presente na sala de aula, sempre envolve algum conteúdo

a ser abordado, mesmo que se trate da Educação Infantil.

Acreditamos que só haverá uma mudança na visão e na utilização da brinquedoteca pelas

escolas, quando houver uma mudança nas concepções sobre o brincar. Não estamos aqui

desconsiderando o jogo com fins educativos, mas temos que considerar a importância da

livre brincadeira, inclusive na sala de aula. Segundo Mendonça (2003),

Brincando a criança representa o mundo externo, interioriza e constrói o próprio pensamento. Brincando a criança relaciona-se com os outros promovendo desenvolvimento e construção do conhecimento. Brincando a criança constrói laços afetivos, incorpora valores, fortalece a autoestima e a autonomia. Brincando a criança expressa sua cultura e utiliza-se a cultura para brincar. Brincando cria, inventa, constrói, transforma, experimenta... descobre, e participa do mundo. ( p. 46)

Brinquedos como forma de inclusão

Desde muito cedo a brincadeira está presente no processo de aprendizagem da criança.

Como ter as primeiras ideias do esquema corporal, se não brincando com as próprias partes

do corpo? E como se constitui a imagem de si mesmo, se não for brincando em frente ao

espelho? Estes aprendizados básicos iniciais são conquistados de forma natural e

involuntária por meio de um ato natural da criança: o brincar. “... a brincadeira que é algo

universal e que é própria da saúde: o brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde...”

(WINNICOTT, 1975, p.63).

A brincadeira de fato é a forma como a criança interage e constrói conhecimento sobre si e

o mundo. Espaços que proporcionam o brincar podem e devem estar abertos à inclusão. O

ato de brincar entre crianças é um momento em que todos podem ser englobados. Porém

esses ambientes devem considerar, como já foi supracitado, o público alvo e devem ser

adaptados de acordo com a demanda.

Quando chega à escola, a criança procura por ambientes que estão presentes em seu

cotidiano ou fizeram parte de sua vivência até então, como o parquinho, o pátio e o que

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mais lhe parecer familiar. Neste sentido a brinquedoteca aparece como um dos espaços

facilitadores na adaptação daquela criança, visto que lá encontrará um ambiente igual ou

similar ao que é de seu conhecimento.

Sendo assim a brinquedoteca auxilia no processo de inclusão dessa criança na escola,

sendo o espaço onde ela se reconhece naquele lugar até que aos poucos ela se aproprie do

restante espaço escolar (sala de aula, cantina, quadra, etc) e então a brinquedoteca

continuará tendo sua função lúdica. O espaço reconhecido como o espaço do brincar que

muita das vezes é descaracterizado pela necessidade de ordem do adulto.

O que acontece, de um modo geral, é que as brinquedotecas funcionam bem no período de

adaptação escolar e depois vão sendo gradativamente substituídas por atividades em sala

de aula envolvendo papel e lápis. Até chegar ao ponto em que o tempo reservado para

atividades na brinquedoteca fica muito reduzido e as atividades são quase sempre

conduzidas à uma finalidade didática.

Com isso o brincar por brincar se perde, o espaço ideal e infinito da brinquedoteca fica

limitado e aos poucos perde-se a identificação pré existente por aquele lugar.

A brincadeira quebra barreiras, mostra as potencialidades, as visões de mundo e o que a

criança pensa de sua realidade. O desenvolvimento se dá por meio de interações, no

momento que brincam, essas interações se intensificam, principalmente na brincadeira de

faz de conta, onde a imaginação, a vivência, o mundo dos adultos é colocado em questão.

A brincadeira que leva à aprendizagem

Para montar uma brinquedoteca ao contrário do que se pensa, não é necessário haver

centenas de brinquedos dos mais modernos e avançados, mas que ambiente seja bastante

alegre, com uma atmosfera que proporcione o brincar e que esse seja o objetivo principal.

Há casos em que este tipo de trabalho é desenvolvido com crianças que possuam algum

tipo lesão cerebral, seja Paralisia Cerebral, Traumatismo Crânio-Encefálico, com diferentes

motivos para estarem naquele ambiente, porém a filosofia do projeto é o brincar, de forma

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livre, sem objetivo pedagógico, proporcionando o desenvolvimento psicomotor, cognitivo,

social. Porém, as crianças obtém melhoras na escola (como consequência).

As brincadeiras e a interação (de modo colaborativo) entre as crianças e estagiários

desenvolvem as funções executivas, tais como planejamento, memória, atenção,

permitindo a criação de estratégias e a flexibilização.

Enfim, a brinquedoteca resgata o brincar, sendo uma atividade de lazer que contribui para o desenvolvimento integral da criança em sua aprendizagem, criatividade, socialização e em todas as circunstâncias de sua vida, tanto na escola quando no lar e na comunidade. (MALUF, 2003, p.67)

Nesse momento retornamos à pergunta que nos levou a fazer todo esse percurso de

entender a quem serve e a quem inclui uma brinquedoteca.

Santos (2003) afirma que a inclusão

não é a proposta de um estado ao qual se quer chegar. Também não se resume na simples inserção de pessoas deficientes no mundo do qual têm sido geralmente privados. Inclusão é um processo que reitera princípios democráticos de participação social plena. Neste sentido, a inclusão não se resume a uma ou algumas áreas da vida humana, como, por exemplo, saúde, lazer ou educação. Ela é uma luta, um movimento que tem por essência estar presente em todas as áreas da vida humana, inclusive a educacional. Inclusão refere-se, portanto, a todos os esforços no sentido de garantia da participação máxima de qualquer cidadão em qualquer arena da sociedade em que viva, à qual ele tem direito, e sobre a qual ele tem deveres. (p. 81)

Por defendermos no grupo Criar e Brincar – LUPEA e nas nossas pesquisas sobre o lúdico

como metodologia inclusiva um olhar que converge com Santos, principalmente quando

esta autora nos diz que a “inclusão refere-se a todos os esforços no sentido de garantia da

participação máxima de qualquer cidadão em qualquer arena da sociedade em que viva, à

qual ele tem direito, e sobre a qual ele tem deveres” que , depois de pesquisarmos a função

de uma brinquedoteca no dia-a-dia do cenário escolar, percebemos que se ela for bem

utilizada, esta será um espaço lúdico-inclusivo tanto de crianças que possam aprender

brincando e fazendo como de crianças que possuam alguma barreira na aprendizagem.

A Brinquedoteca serve àquele que a usa, tanto ao professor quanto ao aluno que nela está

inserido. Não é um mero local de depósito de brinquedos coloridos ou de recreação em dia

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de chuva. É um espaço de intimidade para a criança, posto ser o lúdico e o espaço criativo

que ele gera propiciador desse aconchego, já que na escola e neste lugar a criança encontra

um referencial afetivo. Não precisa uma briquedoteca, como anteriormente falamos, ser

entupida de brinquedos. Basta ela ter materiais lúdicos, os possíveis de se ter dentro da

realidade social daquela escola e das políticas públicas de criação de brinquedotecas nas

escolas. Se o professor que nela estiver com sua turma souber a importância do brincar

para qualquer ser humano e principalmente para uma criança, ele saberá incluir e intervir

sem interferir no processo de aprendizagem, utilizando os recursos colocados à disposição

dele e de sua turma para poder fazer com que os diferentes ritmos de aprendizagem possam

ser, nesse momento, não um empecilho, mas sim um fator de diversidade e de

aprendizagem.

Defendemos que uma brinquedoteca não deve servir para a escola ficar mais bonita, estar

dentro de uma política correta, mas trancada e sem acesso porque as crianças podem

quebrar os brinquedos. Já vimos e ouvimos relatos no Grupo de Pesquisa Criar e Brincar-

LUPEA de parquinhos novos recebidos na escola por verba municipal ser um enfeite na

escola. Lá, lindo, ele brilhava e lindo ficava trancado. Se fosse utilizado, o que os pais

veriam quando fossem visitar aquela escola? Brinquedos usados? Destruídos?

Se incluir, e defendemos essa idéia, é dar sentido de cidadania a todos, saber lidar com o

material, não quebrar de propósito, se responsabilizar pelo cuidado e pela preservação do

que lá se encontra, uma brinquedoteca deve ser sempre utilizada para que esses valores

possam ser aprendidos pela criança. Se como numa vitrine ficarem todos os brinquedos ou

se o professor não souber o que fazer com eles porque não consegue entender como utilizar

o espaço lúdico para o processo saudável de ensino- aprendizagem das crianças, não

teremos função para esse espaço. Este não servirá a ninguém!

Terminamos nosso artigo na poesia de Manoel de Barros (2003) porque brincar é incluir

em seu mundo intimidade, confiança, cuidado e imaginação, não importa de quem, se

professor ou alunos, mas sabemos que certamente em prol de uma educação prazerosa e

significativa, que jamais será esquecida

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Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que a cidade. A gente só descobre isso depois de grande. A gente descobre que o tamanho das coisas há que ser medido pela intimidade que temos com as coisas. Há de ser como acontece com o amor. Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo. Justo pelo motivo da intimidade.

“Achadouros, XIV”, Manoel de Barros, 2003, p.54

Referências Bibliográficas:

BARROS, Manoel. Memórias inventadas: a infância. Planeta, São Paulo – SP, 2003. CORSINO, Patrícia. Introdução. In CORSINO, Patrícia. Educação Infantil Cotidiano e políticas. Campinas: Autores Associados, 2009a. LIMA, L.R.F; DELMÔNICO, R.L. Estudo sobre a importância da brinquedoteca no ambiente escolar como espaço mediador de aprendizagens, sob o ponto de vista dos professores da rede municipal de ensino de Cornélio Procópio – PR, 2010. Disponível em: http://www.partes.com.br/educacao/brinquedoteca.asp MALUF, A.C.M. Brinquedoteca: Espaço estruturado para brincar. In: Brincar Prazer e Aprendizado, 4º edição, Ed. Vozes, p. 62-67, 2003. MENDONÇA, E.M.P. Um brincar especial: a brinquedoteca e a inclusão escolar. Revista de Educação, PUC-Campinas, Campinas, nº 14, 2003, p. 35-47. OLIVEIRA, de V.B. A brinquedoteca em expansão mundial: um breve relato atual. Revista da Associação de Psicopedagogia, nº 69, v. 22, 2005, p. 296-271. SANTOS, Mônica. In: Revista Movimento – Revista da Faculdade de Educação da UFF – no. 7, Maio de 2003 – pp. 78-91. SILVA, N.R.G., SILVA, T.D.U. A brinquedoteca enquanto espaço de formação docente e discente: o brincar e o jogar em discussão. Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente, v XI, nº 12, p. 263-286, 2008.

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http://brinquedoteca.net.br/?page_id=1728–acesso em 12/04/2013. WANDERLIND, F., MARTINS, G.D.F., HANSEN, J., MACARINI, S.M., VIEIRA, M.L. Diferenças de gênero no brincar de crianças pré-escolares e escolares na brinquedoteca. Paidéia, 2006.

WINNICOTT, D. W. O brincar & a realidade. Trad. J. O. A. Abreu e V. Nobre. Rio de Janeiro: Imago, 1995.

http://revistaescola.abril.com.br/swf/animacoes/exibi-animacao.shtml?infobrinq.swf acesso em 12/04/2013