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Brenda Starr e os comics norte- americanos nas décadas de 1940 e 1950 Natania A. Silva Nogueira Universidade Salgado de Oliveira [email protected]

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Page 1: Brenda starr

Brenda Starr e os comics norte-americanos nas décadas de 1940 e 1950

Natania A. Silva NogueiraUniversidade Salgado de Oliveira

[email protected]

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Dale Messick e sua Brenda Brenda Starr

• Dale Messick é uma das cartunistas norte-americanas mais importantes do século XX.

• Ela mostrou que as mulheres podiam fazer quadrinhos de aventura e ter sucesso dentro desse gênero.

• Sua criação de maior sucesso foi Brenda Starr, Repórter.

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• Brenda Starr, heroína e aventureira é apresentada ao público, em 1940.

• Brenda é uma audaciosa jornalista que trabalha para o jornal The Flash.

• Ela busca mais espaço dentro da sua atividade profissional.

• Brenda representa, de certa forma, a mulher que deseja oportunidade para mostrar seu potencial uma sociedade que não lhe oferece abertura.

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Brenda Starr. Charton Comics, nº 15, 1955.Brenda Starr. Charton Comics, nº 15, 1955.Brenda Starr. Charton Comics, nº 15, 1955.

Brenda Starr. Charton Comics, nº 15, 1955.Brenda Starr Comics. Four Star

Comics, n. 13, 1947

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• A personagem foi inspirada fisicamente na atriz Rita Hayworth, seu nome numa famosa debutante, Brenda Frazier e seu sobrenome foi escolhido porque era o repórter estrela em The Flash.

• A ideia era criar uma tira com uma personagem feminina, cuja carreira como repórter permitia-lhe ter grandes aventuras.

• Os quadrinhos de Brenda Starr eram a mistura de romance, aventura e uma boa dose de humor, que acabou agradando a homens e mulheres.

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Rita Hayworth Brenda Frazier

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Brenda Starr e a independência feminina

• Brenda Starr fez parte do esfoço de guerra, junto ao grande panteão de personagens masculinos, que vez ou outra deram lugar a algumas heroínas e super-heroínas como a Mulher Maravilha.

• Seu sucesso foi, em parte, um produto da força de trabalho feminina que se destacou durante a Segunda Guerra Mundial.

• Ela era uma girl power, que inspirava outras mulheres a experimentar uma vida diferente daquela vivida por suas mães e avós.

• Seu público era eclético: das donas de casa de classe média a rapazes e moças que liam as tiras no jornal.

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Brenda Starr Comics. Superior Comics, nº 10, 1949, p. 12.

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• Brenda foi uma inspiração para as jovens que desejam romper com os tabus machistas da sociedade.

• Mas ela é, também, uma mulher inspirada em outras mulheres.

• Brenda não tem vergonha de ser sensual, de vestir-se bem, gosta de estar sempre bonita e tem uma vida amorosa agitada.

• É uma heroína, mas também é uma mulher do seu tempo. Ela é uma Glamor Girl, como tantas outras personagens femininas que surgiram na década de 1940 e que fizeram muito sucesso na década de 1950.

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• Essa face Glamor Girl de Brenda Starr é explorada de diversas formas. Uma delas é por meio das paper dolls, as bonecas de papel de personagens dos quadrinhos.

• Uma verdadeira manobra de propaganda, as bonecas de papel eram um chamariz para as leitoras .

• Havia, portanto, interesse na formação de um mercado de consumo feminino para as publicações.

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Brenda Starr paper doll. Disponível em http://marlendy.wordpress.com/2011/03/14/brenda-starr-paper-doll/, acesso em 13/05/2013.

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• A personagem recebeu críticas das feministas, pelos seus desmaios, pelo seu apego à moda e sua vaidade feminina.

• Também foi criticada pelos jornalistas, uma vez que não representava o trabalho jornalístico como ele realmente era.

• Sua autora ignorava as críticas: manteve as superficialidades de Brenda, que não lhe impediam de ser determinada e independente; manteve sua versão criativa do trabalho de repórter.

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"Eu costumava receber cartas mulheres repórteres dizendo que

suas vidas estavam longe de ser tão emocionante como Brenda. Eu

respondia-lhes que se eu fizesse a vida de Brenda como a delas,

ninguém iria lê-la".

Woman in Comics Wiki: Dalia Messick. Disponível em:http://womenincomics.wikia.com/wiki/Dale_Messick#cite_ref-3, acesso em

03/04/2013.

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Os amores de Brenda

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• Brenda é uma mulher liberada e sempre às voltas com romances, geralmente passageiros.

• Ao contrário do que se ensinava às meninas, Brenda ia a festas com os amigos, paquerava e beijava os homens que lhe agradavam.

• Nas histórias de Brenda a atração física da personagem pelos homens e deles por ela é explícito.

• Numa festa de ano novo, em férias em uma praia, no escritório ou durante uma investigação, ela pode se render a uma carícia ou a um beijo.

• Brenda quer uma carreira, mas não rejeita a possibilidade de viver um grande amor.

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• A heroína teve muitos pretendentes, mas ela os recusava, pois nutria uma grande paixão pelo químico Basil St. John.

• Antes de anunciar sua aposentadoria, Messick realizou, finalmente, o casamento de Basil com Brenda.

• Eles tiveram uma filha, Starr Twinkle St. John. • Mas Brenda não era feita para o casamento e

acabou de divorciando. Se Brenda não foi feliz no casamento, sua criadora teve o mesmo destino, divorciou-se duas vezes.

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Brenda Starr e as representações femininas nos quadrinhos da década de 1940

• A década de 1940 apresentou diversas representações da mulher nos quadrinhos.

• Aquelas que, como Brenda Starr, são independentes e pró-ativas representam a mulher que se une ao esforço de guerra.

• Aquelas que levantam a bandeira da família, do dever para com filhos e marido, representa o ideal feminino desejado pela sociedade liberal burguesa.

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• A liberação feminina é tolerada quando necessária, seu retorno ao lar é desejado e esperado.

• Brenda Starr é a mulher que se libera durante o período da guerra mas que se recusa a retornar ao lar.

• Se ela não representa uma regra, representa a ideia de continuidade, de ruptura com o passado, mostrando que os avanços conquistados pelas mulheres, na vida e nos quadrinhos, não podem ser simplesmente apagados da história.

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Referências

• FALUDI, Susan. Backlash. O contra-ataque na guerra não declarada contra as mulheres. Trad. Mário Fondelli. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.

• GOIDA. Enciclopédia dos quadrinhos. – Porto Alegre: L&PM, 1990.

• REBLIN, Iuri Andréas. A superaventura: da narratividade e sua expressividade à sua potencialidade teológica. – São Leopoldo: EST/PPG, 2012.

• ROBBINS, Trina. Paper Dolls from the comics. Forestvolli: Eclipse Books, 1987.

• ----------------------. The Great Women Cartoonists. New York: Watson-Guptill Publications, 2002.

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Quadrinhos

• Brenda Starr Comics. Four Star Comics, n. 13, 1947.• Brenda Starr Comics. Superior Comics, nº 03, 1948.• Brenda Starr Comics. Superior Comics, nº 09, 1949.• Brenda Starr Comics. Superior Comics, nº 10, 1949.• Brenda Starr. Charton Comics, nº 13, 1955.• Brenda Starr. Charton Comics, nº 14, 1955.• Brenda Starr. Charton Comics, nº 15, 1955.

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Links• CHAMBLISS, Julian. Comic Milestone: The Brenda Starr Byline Has Ended (2010).

Disponível em: http://nuffsaidrollinshistory.blogspot.com.br/2010/12/comic-milestone-brenda-starr-byline-has.html, acesso em 02/04/2013.

• HOWELL, Daedalus. Brenda Starr's Dale Messick is a firecracker (1998). Disponível em http://www.metroactive.com/papers/sonoma/02.19.98/comics-9807.html, acesso em 02/04/2013.

• JOHNSON, Judy M. History of Paper Dolls (1999). Disponível em http://www.opdag.com/History.html, acesso em 07/02/2013.

• LEGER, Jackie. Dale Messick: A Comic Strip Life (2000). Disponível em: http://www.awn.com/mag/issue5.04/5.04pages/legermessick.php3, acesso em 02/04/2013.

• SEVERO, Richard. Dale Messick, 98, Creator of 'Brenda Starr' Strip, Dies (2005). Disponível em http://www.nytimes.com/2005/04/08/arts/design/08messick.html?_r=0, acesso em 09/05/2013.

• SULLIVAN, Patricia . Cartoonist Dale Messick Dies: Creator of 'Brenda Starr' Strip (2005). Disponível em http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/articles/A35837-2005Apr7.html?nav=E8, acesso em 02/04/2013.