boas praticas postura

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ISSN 0102-3713

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Boas Prticas de Produo na Postura Comercial1 Introduo e ObjetivosA presente publicao destina-se a informar produtores e tcnicos envolvidos na rea de postura comercial sobre os padres e procedimentos em boas prticas de produo (BPP) de ovos para consumo humano. Como um documento normativo, as BPP de ovos comerciais contm recomendaes de boas prticas baseadas em especificaes legislativas, requisitos sanitrios e padres de higiene concernentes s reas de meio-ambiente, manejo, bem-estar, sanidade, nutrio e segurana alimentar. Com os procedimentos e normas indicados no documento de BPP de ovos, assegura-se que a qualidade intrnseca do contedo interno e externo do ovo seja preservada, uma vez que as condies higinico-sanitrias durante sua produo e processamento sejam atendidas.

O ovo um alimento completo, com um balano em nutrientes exclusivo em sua composio nutricional e em suas propriedades de defesa naturais o que preserva seu contedo interno at a chegada mesa do consumidor. Quando submetido a condies Autores inapropriadas, o ovo perde essas propriedades de defesa e consequentemente, sua qualidade nutritiva, colocando em risco a sade Helenice Mazzuco Zootec., Ph.D. do consumidor. (Coordenadora) Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeo de boas prtiAirton Kunz cas e anexos seguem ao final da publicao com objetivo de auxiQum. Ind., DSc liar e facilitar a implantao das BPP nas granjas de postura e Doralice P. de Paiva garantir a rastreabilidade do produto final, ou seja o ovo in Md. Vet., DSc natura. Esta ser a primeira verso do documento que receber revises peridicas, assegurando desse modo que informaes Fatima R. F. Jaenisch atualizadas reflitam a dinmica do setor comercial de postura e Md. Vet., MSc colaborem para que um produto de alta qualidade esteja disponJlio C. P. Palhares vel ao mercado consumidor.Concrdia, SC Dezembro, 2006Zootec., DSc

Paulo G. de AbreuEng. Agrc., DSc

Paulo S. RosaZootec., DSc

Valdir S. de AvilaEng. Agr., DSc

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2 Boas Prticas na aquisio, no transporte e alojamento das pintainhas2.1 Aquisio As aves devem ser adquiridas de incubatrios registrados no Ministrio da Agricultura Pecuria e Abastecimento (MAPA), serem livres das principais doenas, especialmente micoplasmoses, aspergilose e salmoneloses. Serem provenientes de matrizes vacinadas contra enfermidades como a doena de Gumboro, bronquite infecciosa das galinhas, doena de Newcastle e encefalomielite aviria. Todas as aves devem ser vacinadas ainda no incubatrio, contra a doena de Marek. Ao receber as pintainhas na granja, registrar em fichas apropriadas a qualidade das aves adquiridas: as pintainhas devem estar saudveis com olhos brilhantes, umbigo bem cicatrizado, tamanho e cor uniformes, canelas lustrosas sem deformidades, com plumagem seca, macia e sem sujidades aderidas cloaca.

2.3 Alojamento Aquecedores e ventiladores, bebedouros, alarmes e geradores devero ser testados anteriormente chegada das aves para garantir o funcionamento apropriado; no caso dos aquecedores, estes devero ser ligados algumas horas antes da chegada das aves para estabilizar a temperatura, aquecer a cama e reas de piso onde as aves permanecero durante a cria. Bebedouros e comedouros devero ser abastecidos com 1 hora de antecedncia chegada das aves. Manusear as pintainhas com cuidado, orientando-as junto fonte de aquecimento e prximas ao bebedouro e rao. Anotar o peso das aves e quantidade de refugos e destin-los adequadamente. Imediatamente aps o alojamento, retirar todas as caixas de papelo e material de forrao das caixas de transporte e proceder incinerao.

2.2 Transporte O transporte das pintainhas do incubatrio (onde so mantidas em ambiente controlado), at o local do alojamento, deve ser realizado em veculos climatizados com carga e empilhamento adequados, seguindo normas da legislao vigente. Os veculos devem ser limpos e higienizados a cada recarga. Registros sobre a origem do transportador e a distncia a ser percorrida entre o incubatrio e a granja devem ser mantidos na granja pelo produtor. O transporte interestadual das pintainhas deve ser acompanhado de GTA (Guia de Trnsito Animal; Instruo Normativa n. 18, de 18 de julho de 2006).

3 Boas prticas nas fases de cria e recriaO objetivo das prticas de manejo nas fase de cria e recria possibilitar que o lote atinja a maturidade sexual com uniformidade adequada. Estas prticas devem ser utilizadas de maneira a conduzir o lote a uma uniformidade de peso corporal mnima de 80%.

3.1 Instalao dos equipamentosH no mercado grande variedade de equipamentos a serem considerados, principalmente na fase de cria das frangas. Na escolha dos equipamentos necessrio obter a informao tcnica correta do fornecedor para a adequada utilizao, independentemente da fase de criao.

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3.1.1 Cuidados bsicos na instalao de equipamentos no avirio Instalar cortinas de plstico especial tranado, lona ou PVC nas laterais do avirio, pelo lado de fora. Fixar as cortinas na metade da altura da mureta e ultrapassando 30 cm do band, fazendo uma vedao total das correntes de ar. Utilizar sistema de acionamento das cortinas por meio de roda dentada com corrente, e sistema de roldana. Utilizar bebedouros de presso, do tipo pendular ou nipple automtico. Utilizar comedouros de bandejas, tubulares ou automticos. Instalar aquecedores a gs, a lenha ou eltrico. Instalar sistema de ventilao e exausto para permitir o ajuste da ambincia de acordo com a necessidade das aves. Para criao em baterias observar a adequao, disponibilidade e funcionalidade dos comedouros, bebedouros e dos sistemas de aquecimento, ventilao e exausto.

Quando optar-se pelo uso de maravalha, esta no deve ser oriunda de indstrias moveleiras em funo da presena de resduos de produtos qumicos utilizados no tratamento da madeira. Temperatura na rea de alojamento, deve ser ajustada para 32 C. Utilizao de sobrecortinas fixadas na parte interna do avirio sobrepostas tela, quando os avirios forem abertos e localizados em regies frias, particularmente nos primeiros dias de vida. Densidade de alojamento e abertura dos crculos de proteo, conforme a idade e indicaes do manual de manejo da linhagem, otimizando a ocupao da rea disponvel. Adequada quantidade de bebedouros e comedouros em relao ao nmero de aves, efetuando a regulagem da altura conforme a idade. A partir da quinta semana de idade, proceder a pesagem a cada quinze dias de uma amostra representativa do lote objetivando-se o monitoramento do peso corporal para fornecimento diferenciado de rao e obteno da uniformidade adequada. Equipamentos de ventilao, quando a temperatura ultrapassar a faixa de conforto das aves. Manejo das cortinas ou janelas de acordo a temperatura interna necessria para atender o conforto das pintainhas; acionar as cortinas (levantamento ou fechamento) em funo da variao da temperaturas e da ocorrncia de ventos fortes e chuvas intensas. Fornecer o nmero de horas de iluminao (fotoperodo) correspondente idade da pinta conforme indicao do manual da linhagem; quando houver necessidade, utilizar lmpadas para complementar a luz natural; importante observar que a partir da dcima primeira at a dcima sexta semana, as aves no devem ser submetidas a fotoperodos crescentes.

3.1.2 Preparo da rea do pinteiro Independente do sistema de produo, seja cria e recria em piso ou em baterias e anterior ao recebimento das pintainhas, necessria a verificao do/a(s): Funcionalidade, limpeza e desinfeco de caixas dgua, tubulaes, bebedouros e comedouros. Acessos ao avirio: devem possuir pedilvios para desinfeco dos calados. rea de alojamento: a cama (nova, em primeiro uso), deve estar seca e com altura uniforme aproximada de 10 cm e quando utilizadas baterias, estas tambm devero possuir forrao adequada.

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3.2 Boas prticas envolvidas na debicagemPoedeiras comerciais so debicadas para reduzir as injrias e mortalidade causadas pelo canibalismo, um comportamento de extrema gravidade sob o ponto de vista de bem-estar animal. A prtica da debicagem possu vantagens e desvantagens sob a perspectiva do bem-estar animal. Desvantagens da debicagem incluem a percepo de dor de curta a longa durao prxima rea debicada e comprometimento temporrio da habilidade da ave em alimentar-se, uma vez que deve haver uma readaptao nova forma do bico. As vantagens em se adotar a debicagem no bem-estar do lote incluem a reduo no canibalismo e mortalidade, melhor condio do empenamento e menor estresse geral. Devem ser consideradas as seguintes boas prticas na adoo da debicagem do lote: A debicagem deve ser feita apenas por indivduos treinados. Ateno deve ser dada escolha e ajuste de equipamentos (para o corte e cauterizao do bico) e sua manuteno. Utilizar tcnicas de conteno apropriadas para minimizar o estresse das aves. Efetuar a debicagem quando as aves atingirem entre 7 a 10 dias de idade. Dois a trs dias antes e dois a trs dias aps a debicagem fornecer, via gua nos bebedouros, uma soluo de eletrlitos contendo vitaminas particularmente vitamina K, para facilitar a coagulao sangnea na rea cauterizada e aliviar o estresse induzido por essa prtica. Para evitar a desidratao da ave aps a debicagem, monitorar cuidadosamente o consumo de gua at que os bicos estejam cicatrizados. Uma segunda debicagem quando necessria, deve ser realizada entre 10 a 12

semanas de idade das aves porm, quando a primeira debicagem adequadamente efetuada, esse segundo procedimento evitado.

3.3 Boas prticas na destinao de aves mortas Aves mortas, oriundas da mortalidade diria, devero ser trabalhadas em cmaras de compostagem ou colocadas em fossa sptica (Anexo 1) ou incineradas. Em caso de mortalidade elevada por doenas diagnosticadas de alto risco, deve ser realizada a imediata notificao de suspeita ao servio oficial para que determine as providncias a serem tomadas, inclusive o destino das aves mortas, e que assegure total inativao do agente causador da doena, conforme indicaes da Instruo Normativa SDA n. 32, de 13 de maio de 2002. A compostagem permite a produo de um biofertilizante slido, que pode gerar renda adicional atravs da venda do composto e conseqente reduo do custo do Plano de Manejo Ambiental da Propriedade (PMAP), discutido com detalhe no item 9.1. Os cuidados com manejo da compostagem so fundamentais para o bom funcionamento do processo uma vez que este um mtodo aerbio e a ausncia do oxignio (anaerobiose) pode levar a um processo de degradao inadequado e com a emanao de maus odores. A inadequada cobertura das carcaas pode promover a criao de moscas. No que diz respeito caracterstica dos biofertilizantes e compostos (slidos e lquidos) derivados, a Instruo Normativa 23, de 31 de agosto de 2005, do Ministrio da Agricultura, normatiza a obteno e utilizao deste tipo de material para uso agrcola.

So indicados no Anexo 2, as etapas envolvidas na prtica da compostagem.

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3.4 Boas prticas no manejo do esterco e cama de avirio3.4.1 Manejo do esterco As estruturas de alojamento das aves devero ter acessrios para permitir a secagem rpida do esterco contribuindo para controle de moscas que se desenvolvem no esterco molhado. Nas criaes em gaiolas, sem remoo automtica do esterco por esteira, devero ser instaladas grades abaixo das gaiolas com a finalidade de acelerar a secagem do esterco, se a altura destas o permitir. Caso contrrio dever ser mantida rigorosa observao diria do vazamento dos bebedouros, para tratamento desses pontos de esterco molhado com uso de cal, impedindo a postura e desenvolvimento das larvas de moscas. Os beirais devero ter largura mnima de 0,50m impedindo que o esterco seja molhado com a chuva. Em avirios j estabelecidos, a instalao de cortina estreita (0,50m) no limite do beiral, impede que o esterco seja molhado com a gua da chuva. A vegetao da rea entre os galpes dever ser rasteira (considerando os limites de distncia entre galpes de mesma finalidade conforme indicado na Portaria n. 136, de 02 de Junho de 2006, Tabela 3) mantida baixa, permitindo a ventilao e secagem do esterco. Dever ser construdo sistema de drenagem da rea externa para o escoamento das guas pluviais com a construo de valas. Aps a remoo, o esterco dever ser destinado para uma rea coberta, onde ocorrer estabilizao (permitindo-se ventilao e secagem), considerando o potencial de criao de moscas desse tipo de material e o seu poder poluente, o que deve ocorrer anterior ao ensacamento, e posterior uso agronmico. Em criaes com remoo automtica de esterco, o proprietrio tambm dever

providenciar a estabilizao desse resduo antes da sua comercializao/utilizao, considerando as tecnologias disponveis para este fim (por exemplo, compostagem em leito fixo com aerao passiva (natural) ou com aerao mecnica, evitando assim a criao de moscas.

3.4.2 Manejo da cama de avirio A escolha do material para cama definir a necessidade ou no de interferncia durante a permanncia do lote para a manuteno da qualidade da mesma. Quanto menor o tamanho das partculas do material de cama, melhor ser o desempenho dessa cama. As palhadas e capins devero ser picados com o menor tamanho possvel para evitar a formao de grandes reas de empastamento (pela ao do pisoteio e presena de fezes mais abundantes) dificultando a tarefa de quebra. Manter vigilncia sobre a qualidade da cama percorrendo diariamente todo avirio especialmente na linha dos bebedouros para identificar pontos de vazamento. Dependendo do tipo de material utilizado como cama, poder ocorrer um aumento da formao de casces ou placas e estes devero ser quebrados duas vezes por semana, revirando-se a cama naqueles locais. Os casces formados em funo da presena de algum vazamento dos bebedouros devero ser removidos e colocados em compostagem, em estruturas construdas para esse fim ou em leiras cobertas com lona plstica ou palhadas. Com a sada das aves, a cama dever ser removida da instalao e imediatamente trabalhada em compostagem a campo em leiras cobertas, ensacada e transportada para seu destino de uso.

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A reutilizao da cama somente poder ser realizada quando no constatado problemas sanitrios que possam colocar em risco o prximo lote a ser alojado, de acordo com a inspeo do responsvel tcnico pelo estabelecimento ou pelo mdico veterinrio oficial. Boas prticas de manejo para reutilizao da cama so indicadas no Anexo 3.

- Aps a secagem, distribuir a cama e os equipamentos; Proceder a desinfeco do avirio utilizando desinfetantes disponveis no mercado (Tabela 1) dentre os quais: quaternrios de amnio, formaldedo, cloro, glutaraldedo, iodo e cresis; recomendase fazer rodzio trimestral do princpio ativo dos desinfetantes utilizados e; finalizada a desinfeco, manter o avirio fechado, e em vazio sanitrio por no mnimo 10 dias.

3.5 Aspectos sanitrios nas fases de cria-recria Com vistas biosseguridade do plantel, as aves devem ser alojadas e criadas no sistema todas dentro, todas fora ou seja, alojar em um mesmo avirio somente aves de nica procedncia e idade. Diariamente proceder a limpeza de comedouros e bebedouros e, pelo menos duas vezes ao dia, efetuar rotina de inspeo observando as condies ambientais e clnicas do plantel; as aves mortas devem ser imediatamente retiradas do avirio e destinadas a compostagem ou incinerador. imprescindvel proceder limpeza completa e higienizao do avirio e equipamentos aps a retirada do lote, adotando os seguintes procedimentos: - Retirar todos os utenslios utilizados no avirio; - Passar vassoura de fogo (lanachamas) sobre a cama para reduzir o nmero de penas; - Remover a cama do avirio;- Lavar com gua sob presso todos os equipamentos e desinfet-los;

Dois dias antes da data prevista para a chegada das pintainhas, recomenda-se fazer nova desinfeco do galpo e dos equipamentos com o lana-chamas.

- Lavar paredes, teto, vigas e cortinas, com gua sob presso (jato em movimentos de cima para baixo) e deixar secar; - Lavar caixa dgua e tubulaes; - Aparar a grama e limpar caladas externas e os arredores do avirio;

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Tabela 1 - Princpios ativos de desinfetantes, respectivos derivados e principais locais de uso em avicultura1 Desinfetantes Fenis Halognicos Aldedos Agentes Tensoativos lcalis Derivados Cresis Cloro Iodo Formaldedo, Glutaraldedo Compostos de Amnio Quaternrio Hidrxido de Sdio xido de Clcio Local de uso Pisos, paredes, telhados, telas, pedilvios, rodolvios e na presena de matria orgnica Caixas dgua, encanamentos Pisos, paredes, telhados, pedilvios, rodolvios Pisos, paredes, telhados, telas, equipamentos Caixas dgua, encanamentos, pisos, paredes, telhados, telas pedilvios, rodolvios, equipamentos Pisos, paredes, teto Pisos, paredes, teto

3.6 Vacinao nas fases de cria-recriaA vacinao contra as doenas avirias deve ser realizada somente com vacinas registradas e aprovadas pelo MAPA, de acordo com a legislao em vigor, seja como medida de ordem profiltica ou de controle de doena. A definio de um programa de vacinao para o plantel deve ser feita pelo Mdico Veterinrio responsvel pelo plantel, de acordo com a situao epidemiolgica e sanitria de cada regio. Contudo, em situaes especiais, aps avaliao dos rgos oficiais, como o Departamento de Sade Animal (DSA), poder ser estabelecida a obrigatoriedade ou a proibio de programas de vacinao. Segundo a Portaria do MAPA, n. 136, de 02 de junho de 2006, em consulta pblica, a vacinao sistemtica de aves de postura comercial contra a doena de Newcastle obrigatria em todas as unidades da Federao. No entanto, no caso de doenas consideradas exticas ao plantel avcola nacional, no ser permitida a realizao de vacinao sistemtica. Para que a vacinao seja realizada com sucesso necessrio planej-la com natecedncia, observar o prazo de validade das vacinas, manej-las corretamenteAdaptado de Wolfran,(1994)

quanto a via de aplicao, diluio, conservao (mantendo em temperatura de 4C), e protegendo o material da incidncia solar direta. Recomenda-se vacinar em horrios de temperaturas amenas, evitando-se assim, a exposio da ave ao calor excessivo; e finalmente, aves doentes no devem ser vacinadas. Apenas funcionrios rotineiramente treinados especificamente para a vacinao de aves devero ser recrutados para efetuar essa prtica. Para poedeiras comerciais, as principais vacinas disponveis so contra a doena de Marek, varola aviria, doena de Newcastle, Gumboro e bronquite infecciosa. Durante o perodo de cria e recria, so utilizadas amostras vacinais vivas. No entanto, no perodo que antecede o incio de produo deve-se optar por vacinas inativadas. Doenas como encefalomielite, sndrome da queda de postura (EDS) e coriza infecciosa das aves, que comprometem principalmente a produo de ovos, devem ser prevenidas atravs de vacinao utilizando-se vacinas inativadas.

Todo estabelecimento deve manter registros das atividades de trnsito de aves, aes sanitrias, utilizao de vacinas e medicamentos utilizados. Essas informaes

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devem ser armazenadas pelo perodo mnimo de dois anos e estar disposio dos servios oficiais.

4.2 Procedimentos higinico-sanitrios4.2.1 Manejo do esterco para controle de moscas Devem ser seguidas as mesmas prticas citadas na fase de cria-recria (item 3.4).

4 Boas prticas na fase de postura4.1 Alojamento das aves em gaiolasO alojamento das aves comerciais baseados em gaiolas ou baterias foram projetados para oferecer proteo contra predadores, conforto trmico, minimizar a transmisso de patgenos, parasitas internos e externos. O bem-estar de poedeiras alojadas em sistemas de gaiolas uma preocupao demonstrada pelo mercado consumidor e tem refletido as recentes mudanas legislativas que esto ocorrendo em alguns mercados, como o europeu. Legislaes internacionais como as da Unio Europia, do indicativos ao mercado de ovos considerando o bemestar das aves nos diferentes estgios da criao e produo. Exigncias relevantes dizem respeito ao espao por ave conforme o tipo de alojamento (por exemplo, 550 cm2/ ave em sistemas de gaiolas convencionais). No Brasil, ainda no existe legislao especfica quanto ao bem-estar animal considerando o nmero de aves alojadas por gaiola e desse modo, a densidade de alojamento nas gaiolas ainda atende s recomendaes dos manuais das linhagens e indicaes de fabricantes (Anexo 5). Na transferncia das frangas da recria para as instalaes de produo deve ser considerada a distncia a ser percorrida e feita em veculos e caixas de transporte apropriados, adequadamente limpos e higienizados a cada nova recarga; deve ser observada todas as condies para que seja minimizado o estresse das aves durante esse procedimento.

4.2.2 Limpeza da instalao e equipamentos Os avirios devem ser mantidos livres de pssaros, roedores, animais silvestres ou domsticos atravs da instalao de telas (de malha no superior a 2,5 cm) e adoo de programas de controle de pragas. Proceder os cuidados de limpeza diria de bebedouros e comedouros alm da retirada de aves machucadas ou mortas; nessa fase a poeira de telas e lmpadas deve ser removida pelo menos uma vez por semana. Os procedimentos de higienizao do avirio no final do perodo de produo, aps a sada do lote de poedeiras so os mesmos descritos na fase de cria e recria, nesse caso acrescido dos cuidados de limpeza e higienizao das gaiolas. Antes de um novo alojamento, deve ser respeitado um perodo mnimo de 20 dias de vazio sanitrio das instalaes.

4.2.3 Programas de monitoramento sanitrio do plantel em postura Os programas de monitoramento sanitrio do plantel devem ser estabelecidos pelo mdico veterinrio responsvel. A monitoria sanitria deve atender tambm s normas especficas estabelecidas no Regulamento de Defesa Sanitria Animal, e no PNSA (Plano Nacional de Sanidade Avcola).

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O mdico veterinrio oficial o responsvel pela fiscalizao, superviso e acompanhamento das atividades de monitoramento sanitrio. O representante do Servio Oficial dever acompanhar o monitoramento rotineiro da empresa atravs de vistorias e acompanhamento documental. Basicamente, o monitoramento sanitrio dever ser realizado para Salmoneloses Doena de Newcastle, Influenza Aviria. No Anexo 4, constam as recomendaes para o monitoramento sanitrio das aves.

gua. O teor de cloro livre adequado de 0,2 a 0,4 mg/L. Frente a presena de bactrias ou altos nveis de nitrato (superiores a 10 ppm), recomenda-se a realizao de anlises adicionais que possam indicar com maior exatido a sua qualidade, de acordo com as caractersticas organolpticas, fsicoqumicas e microbiolgicas. Alguns itens do padro de qualidade da gua de bebida adotado pelo Brasil, segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA (Resoluo 357), esto apresentados na Tabela 2. Nas gaiolas, as aves devem ter acesso a bebedouros tipo nipple ou calha que recebam manuteno e limpeza regulares; quando no piso, bebedouros pendulares ou infantis devem ser adequadamente higienizados e periodicamente aferidos quanto altura, funcionamento e verificados quanto presena de vazamentos. Os reservatrios e caixas dgua devem estar localizados em reas sombreadas ou protegidos da incidncia solar e inacessveis animais. Do mesmo modo, canos e tubulaes devem estar protegidos (maior parte dimensionada para permanecer no subsolo) evitando o aquecimento da gua e rachaduras ou quebras, que podem ser um foco de contaminao. As caixas de armazenamento de gua (reservatrios, caixas dgua) devem ser limpas e higienizadas com freqncia semestral.

Os exames sorolgicos para Salmonella sp a campo, compreendem testes de aglutinao rpida, que no caso de reao positiva, dever ser complementado com soro aglutinao lenta em tubos; persistindo a positividade na sorologia, deve-se fazer o isolamento bacteriolgico e eliminar as aves reagentes.

5 Boas prticas na alimentao das aves5.1 guaA gua o mais importante nutriente e deve ser fornecida s aves em todas as idades em quantidade e qualidade. A gua da granja deve ser captada em reservatrio central para posterior distribuio; precisa ser abundante, limpa, fresca e isenta de patgenos. Deve ser monitorada para verificao das condies qumicas, fsicas e microbiolgicas, sendo que a periodicidade deste monitoramento ser dada de acordo com o risco ambiental, ou seja, susceptibilidade contaminao. Para alto risco, esta deve ser bimestral e para baixo deve ser anual. Quando a presena de coliformes fecais for detectada dever ser tratada, geralmente com cloro (Cl); o cloro considerado o desinfetante universal para a

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Tabela 2 - Padres brasileiros de qualidade da gua estipulados para a gua de bebida de animais de acordo 2 com a Resoluo CONAMA 357/05 Parmetro Demanda Bioqumica de Oxignio (5 dias a 20 C) Oxignio Dissolvido Turbidez pH Clorofila a Slidos Dissolvidos Totais Cobre dissolvido Ferro dissolvido Fsforo total (ambiente intermedirio, com tempo de residncia entre 2 e 40 dias, e tributrios diretos de ambiente lntico) Fsforo total (ambiente ltico e tributrios de ambientes intermedirios) Nitrato Nitrognio Amoniacal Total0

Valor Mximo 10,0 mg/L No inferior a 4,0 mg/L At 100 UNT 6,0 a 9,0 60 g/L 500 mg/L 0,013 mg/L de Cu 5,0 mg/L de Fe 0,075 mg/L de P 0,15 mg/L P 10 mg/L de N 13,3 mg/L N, para pH 7,5 5,6 mg/L N, para 7,5 < pH 8,0 2,2 mg/L N, para 8,0 < pH 8,5 1,0 mg/L N, para pH > 8,5

Zinco total Coliformes Termotolerantes

5,0 mg/L de Zn No dever ser excedido o limite de 1.000 por 100 ml em 80% ou mais de pelo menos seis amostras coletadas durante o perodo de um ano, com periodicidade bimestral

5.2 RaesAs raes devem ser balanceadas atendendo-se s exigncias nutricionais nas distintas fases (cria-recria, pr-postura, postura, final de postura) e as recomendaes de manejo de arraoamento indicadas conforme manual da linhagem. A produo da rao na propriedade dever seguir as normas de Boas Prticas de Fabricao (BPF) de Rao (como por exemplo, BPF recomendadas pelo Sindicato Nacional da Indstria de Alimenao Animal - SINDIRAES); ou, caso adquirida de terceiros, dever ser obtida de estabelecimentos idneos, preferencialmente certificados para BPF de Rao.

O interior dos silos graneleiros localizados na granja, deve ser limpo e higienizado adequadamente; deve ser vedado para evitar a presena de animais, poeira e entrada de gua da chuva. Veculos de carga e descarga de matrias-primas e raes devem estar em boas condies e devem ser higienizados adequadamente a cada troca de ingrediente/partida. A limpeza dos silos deve ser efetuada entre partidas de raes e ingredientes a serem armazenados.

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Consultar CONAMA (2005) para obter informao dos padres de qualidade na ntegra

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Raes prontas e ingredientes devem possuir rtulos em suas embalagens, identificando o produto, origem, funo, prazo de validade e demais informaes baseadas na segurana de uso do alimento e que atendam a legislao. As raes e demais matrias-primas embaladas em sacarias devem ser armazenadas em local adequado com ventilao e umidade controlados, em estrados distantes do piso e afastados das paredes e do teto, separados e classificados em grupo ou tipo de ingrediente; adicionalmente, a identificao das partidas devem constar nas embalagens de todos os ingredientes e matrias-primas armazenados. Metablitos txicos oriundos do metabolismo de fungos (micotoxinas) podem estar presentes nos gros utilizados no preparo das raes, e por isso, anlises laboratoriais que quantifiquem a presena de micotoxinas devem ser rotineiros no recebimento da matria-prima. Devem ser mantidos na granja, registros de informaes sobre as matrias-primas e aditivos utilizados na formulao das raes identificando: procedncia, nmero do lote/partida, contedo, data de fabricao, estado de conservao, prazo de validade, informaes adicionais e/ou especificaes do fabricante (rtulos/ etiquetas das embalagens), laudos de anlise fsico-qumicas de amostras coletadas de matria-prima ou produto, alm da manuteno de um cadastro de fornecedores e documentos que atestam a qualidade dos ingredientes/produtos adquiridos em conformidade com legislao. Deve ser conhecido o perodo de retirada de frmacos veterinrios, pesticidas e aditivos utilizados nas formulaes seguindo normativas da legislao vigente. Comedouros devem ser mantidos em boas condies e higienizados regularmente.

Manter registros do consumo dirio de rao; qualquer modificao de consumo pode ser indicativo de problemas no lote, seja de manejo incorreto ou doena subclnica; as alteraes na cor, odor e tamanho de gros e partculas e/ou pellets caractersticos da rao devem ser registradas; o acompanhamento da condio corporal das aves, dados de produo e qualidade dos ovos devem ser utilizados para se acompanhar a adequao dieta e ao manejo da alimentao.

5.3 Medidas preventivas para o controle de moscas administrao de larvicidas e inibidores de crescimentoA obteno de ovos com qualidade e segurana para o consumo humano devem incluir um programa elaborado para o controle e combate a pragas, insetos, pssaros e roedores na granja e locais de armazenamento e manipulao dos ovos. Os mtodos de erradicao desses invasores devem ser contnuos e elaborados a partir de recomendaes de boas prticas: Na administrao de larvicidas e inibidores de crescimento de moscas, via rao, dever ser estabelecido uma periodicidade de uso e alternncia de princpio ativo para evitar o aparecimento de resistncia das moscas a esses produtos. Uma recomendao o uso dos produtos somente nos perodos de incio da postura e de pico de temperatura, quando pode ocorrer emisso de esterco mais lquido. Alternativas que no utilizem produtos qumicos, devem ser encorajadas. No caso do incio de postura, o uso de fina camada de cal colocada sobre o solo abaixo das gaiolas impede a criao de larvas no esterco liqefeito. Nos perodos de pico de temperatura, a administrao de gua de bebida resfriada diminui a sua ingesto e a conseqente ocorrncia de esterco liqefeito.

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Dever ser efetuada inspeo visual peridica das reas internas, cantos de paredes e circundantes dos avirios, salas de classificao dos ovos, banheiros e vestirios visando identificar a presena de ratos, pssaros, insetos e outros animais silvestres. Os funcionrios da granja devero estar treinados quanto aos mtodos de aplicao de praguicidas e/ou pesticidas e de proteo pessoal (uso de mscaras, luvas, botas e culos de proteo). Todos os produtos utilizados para erradicao e controle das pragas e invasores devem ser devidamente etiquetados quanto funo, nveis de toxicidade, forma de manipulao e armazenados em local apropriado (salas separadas ou armrios com chaves, especialmente destinados para estoque de produtos/ agentes txicos).

6 Boas prticas na coleta e armazenamento dos ovosA oferta de ovos com qualidade para o consumo humano obtida quando padres mnimos de higiene durante sua manipulao aps a postura so mantidos. Para garantir que tais medidas higinico-sanitrias sejam atendidas, so indicados a seguir, os procedimentos de boas prticas na coleta e armazenamento dos ovos: A coleta dos ovos quando no automatizada, dever ser realizada com freqncia de pelo menos quatro vezes ao dia; com maior freqncia de coleta, evita-se que a poeira e outras sujidades se acumulem na superfcie da casca, colaborando na reduo da contaminao dos ovos. Os funcionrios encarregados da coleta devem ser instrudos para a necessidade da lavagem e desinfeco das mos anterior manipulao dos ovos. Imediatamente aps cada coleta, os ovos devem ser removidos do avirio para a recepo na sala classificadora e armazenados em bandejas e caixas apropriadas e higienizadas. Os ovos devem ser cuidadosamente inspecionados observando-se defeitos na qualidade da casca; aqueles ovos que visivelmente estejam quebrados ou trincados devem ser separados em bandejas distintas daquelas onde ovos com casca ntegra estejam armazenados. Os ovos limpos e selecionados para comercializao devem ser separados com base no peso. As caixas onde os ovos so armazenados para comercializao devero receber rtulo adequado contendo data e origem, seguindo orientao da legislao vigente para armazenamento e comercializao.

5.4 Manejo nutricional para evitar a gerao de resduos no ambiente A eficincia do manejo nutricional determinar a quantidade e a qualidade do esterco e da cama a serem manejados bem como o seu potencial poluente. O correto balanceamento das raes deve ser um primeiro passo na reduo dos potenciais poluentes gerados num sistema de produo. Diversos manejos e estratgias nutricionais esto validados como forma de diminuir o volume e a concentrao de elementos poluentes presentes nos resduos, particularmente nos dejetos. Uma anlise das condies produtivas, econmicas e ambientais do sistema ir determinar a adoo do melhor programa nutricional. Esta iniciativa trar uma srie de vantagens: decrscimo no consumo de ingredientes, menor volume e potencial poluidor dos resduos, reduo no custo de aproveitamento/tratamento de resduos e no custo de produo.

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Anterior sua distribuio, os ovos devem ser armazenados em sala(s) apropriada(s), seguindo padro de construo e higienizao em conformidade com a legislao.

As caixas ou bandejas com ovos devem ser armazenadas/arranjadas em estrados no piso e com distncia mnima (1,20 m das paredes e 0,80 m do piso, conforme Portaria n. 1 de 21 de Fevereiro de 1990) das paredes e forros, evitando-se assim o contato com as mesmas e o risco de contaminao.

mnimas entre o estabelecimento de aves de postura de ovos comerciais e outros estabelecimentos avcolas com objetivos de produo diferentes. Esto apresentadas na Tabela 3, as respectivas distncias entre estabelecimentos, conforme indicado na Portaria do MAPA, n. 136, de 02 de junho de 2006. As instalaes devero ser construdas com materiais que permitam limpeza e desinfeco e providas de telas com malha de medida no superior a 2,5 cm, limitante entrada de pssaros, animais domsticos, silvestres e roedores. Devem possuir cerca de isolamento em volta do galpo ou do ncleo, com um afastamento mnimo de 5 m, dotado de um nico ponto de acesso de veculos e pessoas. Em caso de granjas automatizadas com esteiras de coleta de ovos e de esterco, esta distncia poder ser menor que de granjas onde a coleta seja feita manualmente; essas distncias podem ser alteradas a critrio do Servio Oficial, aps avaliao do risco sanitrio, em funo da adoo de novas tecnologias, na condio de existncia de barreiras naturais (reflorestamento, matas naturais, topografia), artificiais (muros de alvenaria) ou da utilizao de manejo e medidas de biosseguridade diferenciadas, que impeam a introduo e disseminao de agentes de doenas.

7 Boas prticas na sala de classificao de ovosA instalao onde os ovos sero higienizados e classificados deve ser projetada de modo a assegurar condies adequadas do ponto de vista higinico-sanitrio e que so essenciais manuteno da qualidade dos ovos. Recomendaes envolvendo procedimentos de boas prticas na sala de classificao dos ovos so indicados em legislao. Normas vigentes que prevem as operaes higinico-sanitrias e de boas prticas de fabricao para estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos (como instalaes classificadoras de ovos comerciais) incluem: Portaria n. 1 de 21 de Fevereiro de 1990 (ANVISA); Resoluo RDC n. 275, de 21 e Outubro de 2002 (ANVISA); Portaria n. 368, de 04 de Setembro de 1997 (MAPA).

8 Boas prticas da construo e ambincia dos avirios8.1 Localizao do sistema de produo e procedimentos de biosseguridade

Com vistas biosseguridade do sistema de produo, o local deve ser delimitado por cercas de segurana, com um nico acesso para coibir o livre trnsito de pessoas, veculos e animais. Ainda na escolha do local de implantao do sistema, devem ser consideradas as distncias

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Tabela 3 - Distncias mnimas entre um Estabelecimento de Aves de Postura de Ovos Comerciais e outros estabelecimentos Estabelecimentos Ao abatedouro de qualquer finalidade A outro estabelecimento de Aves de Postura de Ovos Comerciais A Granjas de linhas puras, bisavs, avs e qualquer tipo de incubatrio A Granjas de Matrizes Ao estabelecimento de criao de aves comerciais de corte Ao estabelecimento de criao de Avestruzes e outras ratitas Ao estabelecimento de criao de aves ornamentais s fbricas de rao de outra empresa produtora de ovos comerciais s fbricas de rao de empresas de outra natureza Do galpo de postura comercial estrada vicinal da propriedade Do galpo de postura comercial aos limites perifricos da propriedade Entre galpes de Aves de Postura de Ovos Comerciais de mesma finalidade Entre ncleos de Aves de Postura de Ovos Comerciais de cria/recria e ncleos de produo Distncias 3 Km 500 m 5 Km 3 Km 3 Km 3 Km 3 Km 500 m 3 Km 100 m 30 m distncia igual largura do galpo 200 m

8.2 Implantao do avirio e instalaes necessriasA diferena entre a recria e a postura que as gaiolas utilizadas nesta ltima possuem aparador de ovos, porm os galpes so construdos da mesma forma. O dimensionamento ou determinao da largura e comprimento dos avirios feito por meio das dimenses das gaiolas e das larguras dos corredores de circulao. A rea selecionada deve permitir a locao do avirio e de sua possvel expanso, de acordo com as exigncias do projeto e as ambientais (Cdigo Florestal; Legislao Ambiental e Cdigo Sanitrio) em relao s distncias mnimas regulamentares das edificaes, estradas, moradias, divisas, fontes de gua e reas de proteo permanente. O terreno deve permitir a locao dos avirios de forma a maximizar as condies de ventilao natural, reduzir a incidncia da radiao solar, facilitar o fluxo de pessoal, animais e insumos. Deve apresentar bom nvel de isolamento sanitrio por meio de vegetao, ter fcil acesso por estrada cascalhada com

boas condies de trnsito em qualquer poca do ano. Os avirios devem estar situados em locais de topografia plana ou levemente ondulada e construdos com o seu eixo longitudinal orientado no sentido lesteoeste. O local deve possuir abastecimento de gua de boa qualidade (conforme indicado no item 7.1) e fornecimento de energia eltrica.

8.2.1 Uso da eletricidade na propriedade Em um sistema de produo avcola, h grande demanda para energia eltrica uma vez ser indispensvel seu uso durante as fases iniciais, como o aquecimento das pintainhas at o estabelecimento dos programas de luz em estgios posteriores da atividade, anterior maturidade sexual e durante a fase de postura. O uso eficiente deste insumo produtivo, alm de reduzir o custo de produo do plantel, ir conservar os recursos naturais. Informaes sobre o uso eficiente da eletricidade esto dispo-

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nveis na internet atravs www.eletrobras.gov.br/procel

do

link:

8.2.2 Instalaes hidrulicas O sistema hidrulico ser composto por uma caixa/reservatrio central com capacidade para atender a demanda das aves, servio de limpeza e desinfeo. Aps analisada a qualidade da gua, pode ser necessrio o uso de uma bomba dosadora de cloro e um filtro, instalados na entrada do sistema. No uso de bebedouros tipo calha, deve ser providenciado sumidouro (valas de infiltrao), para que o excesso de gua seja recolhido e destinado fossa sptica.

Devem ser instalados hidrmetros a fim de monitorar o consumo na granja e dos animais. Este monitoramento deve ocorrer com uma freqncia mnima a cada 7 dias, podendo tambm ser dirio, o que facilitar a identificao de qualquer alterao no consumo pelos animais ou desperdcio devido a vazamentos. A mo-de-obra que ir manejar a gua nos seus mais diversos usos deve ser capacitada. Implantar um programa de monitoramento quantitativo e qualitativo dos recursos hdricos da propriedade.

8.3 Construo do avirio e ambincia

8.2.3 Boas prticas no uso dos recursos hdricos A utilizao da gua na propriedade deve estar baseada na Poltica Nacional de Recursos Hdricos e na Resoluo n. 357/05 do CONAMA, devendo tambm, ser verificadas as legislaes estaduais sobre o assunto. Outra legislao que regula o uso da gua na propriedade o Cdigo Florestal. H necessidade do levantamento das necessidades hdricas da propriedade e as ofertas originadas das vrias fontes para que no haja problemas de escassez e depreciao quantitativa das fontes. Na localizao da propriedade deve-se considerar os riscos que o local apresenta poluio e contaminao dos recursos hdricos. O sistema de gua deve ser dividido em fonte, sistema de filtrao/desinfeco, de armazenamento, de distribuio para criao, de dessedentao e de tratamento a fim de facilitar a deteco de problemas e o monitoramento da quantidade e qualidade.

As dimenses horizontais do avirio devem atender capacidade de alojamento do lote para uma altura mnima de p direito de 3 m. O comprimento no dever ultrapassar 140 m, evitando-se problemas de terraplanagem, equipamentos e manejo. A largura do avirio deve ser adotada de acordo com as dimenses das gaiolas selecionadas. A estrutura a ser adotada pode ser prmoldada de concreto, metlica ou madeira, ou mista, desde que atenda as exigncias de carga a ser recebida da cobertura. Para climas quentes, que no possuem correntes de ventos provindas do sul, recomenda-se que os oites sejam de tela. Os oites devero ser protegidos do sol nascente e poente por meio de vegetao, beirais ou sombrites.

8.3.1 Piso

A construo do piso de concreto no interior da instalao ficar opcional ao produtor; no entanto, para uma melhor higienizao e desinfeco, recomendase a utilizao de piso concretado.

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8.3.2 Coberturas/Telhados Para melhoria do isolamento trmico do avirio com telha metlica, pode ser utilizado o poliuretano, o poliestireno, manta trmica ou pintura reflexiva. Para minimizar o efeito da carga trmica radiante nas aves, pode-se adotar sistema de asperso sobre a cobertura do avirio com uso de calhas coletoras de gua. Os avirios que apresentam vo livre/ abertura maiores ou iguais a 8 m devero dispor de lanternim ao longo da cumeeira, com tela de arame nas aberturas para evitar a entrada de pssaros e outros animais silvestres.

9. Boas prticas no manejo de resduos e conservao ambientalAs prticas aqui citadas so baseadas em conhecimentos, tecnologias e legislaes vigentes para um sistema de produo comercial de postura. Como estes so dinmicos e evoluem no tempo, o usurio dever constantemente estar atualizando-se para que as atividades desenvolvidas na granja no resultem em impacto ambiental e estejam em desacordo com as legislaes. Assim, aconselha-se a consulta aos rgos ambientais da Federao e dos Estados, bem como s instituies de pesquisa e extenso rural. A informao parte fundamental no processo de viabilizao ambiental num sistema de criao avcola para a produo de ovos. O primeiro passo a ser dado para implementao de um programa de Boas Prticas de Produo o conhecimento da legislao referente ao licenciamento ambiental da atividade. Este tipo de legislao competncia legislativa dos Estados, desta forma, h Estados que ainda no legislaram sobre o assunto. A lei de licenciamento pode ser obtida junto aos rgos ambientais estaduais. Destaca-se que um programa de boas prticas no manejo dos resduos gerados na propriedade no tem como objetivo licenciar a produo, mas sim propiciar uma adequao ambiental ao sistema, em sintonia com os preceitos da sustentabilidade, exigncias dos mercados internos e externos e as aspiraes da sociedade.

8.3.3 Paisagismo circundante Gramar toda a rea delimitada aos avirios (respeitando as distncias mnimas entre galpes de mesma finalidade, Tabela 3), com o objetivo de atenuar o calor que penetra nos mesmos. A espcie escolhida para o gramado dever ser de crescimento rpido que cubra uniformemente o solo e que no permita a propagao de plantas invasoras. O gramado dever ser constantemente aparado, o que vem facilitar a ventilao na rea das gaiolas e do esterco depositado sob as mesmas evitando assim a proliferao de insetos. Plantar rvores caduciflias a 5 m de distncia da instalao (mantendo-as desgalhadas na regio do tronco e preservando a copa superior), nas faixadas norte e oeste do avirio quando construdo em regies frias. Em regies quentes, no necessrio que as rvores sejam caduciflias. Os ventos dominantes locais devero ser observados principalmente no perodo de inverno, devendo-se prever barreiras naturais com mata nativa e reflorestamento.

9.1 Plano de manejo ambiental da propriedadeTodo o programa deve estar inserido em um Plano de Manejo Ambiental da Propriedade (PMAP). Portanto, apesar das BPPs focarem a atividade de postura, as intervenes se daro em toda propriedade uma vez que as prticas adotadas esto inter-relacionadas com os recursos naturais internos e externos a esta. Para a implantao do PMAP devem ser considerados(as):

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Descrio das condies ambientais da propriedade e do seu entorno. Caracterizao, quantitativa e qualitativa dos resduos gerados pela atividade. Avaliao dos impactos ambientais (Resoluo n. 01/86 do CONAMA) que a atividade pode provocar e medidas que sero tomadas para anular estes impactos. Aes que sero tomadas para reduzir a gerao de resduos e seu poder poluente. Tcnica(s) de aproveitamento e sistema(s) de tratamento de resduos que sero utilizados. Programa de monitoramento para o acompanhamento do Plano de Manejo Ambiental, possibilitando a necessidade de eventuais ajustes.

Realizar a trplice lavagem de frascos de inseticidas e outros produtos qumicos sem o descarte da gua no meio ambiente e efetuar perfuraes das embalagens de plstico para inutilizao. Identificar os postos receptores para a coleta destes materiais na regio. Os esgotos devem ser conduzidos para sistemas de tratamento devidamente dimensionados e com a manuteno necessria para que no sejam caracterizados como fontes de poluio/contaminao. Os resduos orgnicos de preparo e desperdcios de alimentos devem ser destinados compostagem em rea prxima utilizao (por exemplo, em horta da propriedade) no devendo ser colocados na compostagem de aves mortas. Os resduos no perecveis (plstico, latas, papel, papelo, vidro) devem ser armazenados para posterior reciclagem. Se no houver coleta seletiva no Municpio, trabalhar junto s autoridades locais para implantar o sistema. Os ovos no comercializveis, imprprios ao consumo humano e geralmente rejeitados em funo de problemas de casca, devem ser descartados aps moagem de maneira higinica e ambientalmente correta, como por exemplo, trabalhando o material em compostagem ou destinando-os fossa sptica.

9.2 Resduos gerados na atividade de postura comercialA atividade de postura comercial gera os seguintes resduos: camas (constitudas de esterco, gua, restos de rao, penas e material de cama), ovos descartados, esterco, restos de rao, penas, poeiras, guas de lavagem, guas excedentes dos bebedouros tipo calha e aves mortas; alm destes h tambm os resduos gerados em vestirios, sanitrios, banheiros, refeitrios e escritrios existentes na propriedade. Recomendaes de boas prticas e destino dos resduos gerados na propriedade incluem:

9.2.2 Manejo de esterco lquido e seco implicaes do tipo de manejo na criao de moscas No manejo de dejetos lquidos em fosso sob as gaiolas, necessrio manter uma lmina dgua sobre o esterco evitandose a proliferao de moscas. No manejo de esterco seco, deve ser obtida a reduo da umidade o mais rpido possvel, com as prticas indicadas no item 3.4.

9.2.1 Coleta e disposio do lixo orgnico, inorgnico e de insumos veterinrios Providenciar recipientes prprios com tampa de segurana para armazenar as embalagens e instrumentos descartveis.

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9.2.3 Sistemas de armazenamento de dejetos Os sistemas utilizados para armazenamento de dejetos devem obedecer alguns cuidados bsicos no que diz respeito a caracterstica de solo, distncia do lenol fretico (consultar a legislao estadual), material a ser utilizado e tempo de reteno hidrulica. No link: http://www.cnpsa.embrapa.br/ sgc/sgc_publicacoes/cot361.pdf; so disponibilizadas informaes que tambm so aplicveis avicultura de postura. As esterqueiras devem ser protegidas com cercas (altura mnima de 1m) para evitar acidentes com animais e seres humanos. A retirada dos dejetos sempre se mostra como uma etapa crtica devido a uma separao slido-lquida (formao de lodo no fundo), portanto este sempre deve ser previamente agitado antes de sua retirada, para evitar acmulo de slidos na esterqueira.

O efluente do biodigestor deve ser encaminhado a um tratamento suplementar ou obedecer ao balano de nutrientes quando aplicado no solo.

9.3.2 Lagoas de tratamento A utilizao de lagoas para a estabilizao de dejetos de aves de postura pode ser uma opo quando se deseja um tratamento um pouco mais avanado. Recomenda-se novamente que o sistema seja provido de uma separao fsica (peneiramento e decantao) prvia para evitar o assoreamento e diminuio da vida til das lagoas utilizando-se as lagoas numa seqncia de tratamento anaerbio, como as lagoas profundas, seguidas de lagoas facultativas. Cuidados construtivos como impermeabilizao, distncia do lenol fretico, compactao do solo, adequao legislao ambiental devem ser observados. O manejo durante a operao do tratamento deve receber especial ateno para que o sistema no reduza sua eficincia ou quando em situaes crticas entre em colapso, aumentando o impacto ambiental. Para que o efluente lquido possa ser lanado nos corpos receptores (rios e lagos) dever obedecer padres de qualidade de acordo com o estabelecido na resoluo CONAMA 357/05, e nas legislaes estaduais referentes ao descarte de efluentes, caso contrrio dever ser utilizado para fertirrigao seguindo as recomendaes agronmicas.

9.3 Sistemas de tratamento do esterco gerado na propriedade 9.3.1 Biodigestores A utilizao de biodigestores para o tratamento de dejetos de aves de postura possibilita a estabilizao parcial do resduo e ainda produzir biogs que pode ser utilizado como uma fonte de calor ou energia eltrica na propriedade rural. Para que o sistema funcione eficientemente, devem ser observados alguns detalhes como: o peneiramento prvio (com a finalidade de separar slidos grosseiros), o dimensionamento em funo da fluidez do dejeto (dejetos slidos ou pastosos no podem ser operados em sistemas contnuos) e, o revolvimento da biomassa (a agitao garante a homogeneidade do tratamento).

9.3.3 Compostagem Para executar a compostagem do esterco, h necessidade de mistur-lo com quantidades mnimas iguais de um resduo vegetal, como por exemplo: maravalha, serragem grossa, sabugo de milho triturado, palhada de qualquer cultura (por exemplo, palhada de milho, de trigo, centeio, soja, etc.), triturada em pedaos de at 3,5 cm.

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A compostagem poder ser executada em construo de alvenaria de tijolos ou concreto ou em leira a campo. A deposio da mistura de esterco com o resduo vegetal pode ser feita em leiras de at 3 m de largura e 1,5 m de altura, em forma de pirmide, ou seja, as camadas superiores sendo menores que as inferiores, com comprimento varivel. H necessidade de se cobrir tudo com uma camada de resduo vegetal seco, impedindo a criao de moscas. Pode-se apressar o processo de compostagem usando aerao mecnica, isto , injetando ar atravs de tubos perfurados, colocados na base da leira. H necessidade de acompanhamento de um tcnico capacitado para execuo correta dessas alternativas.

sos ou de chuvas ocasionais ou com probabilidade de chuvas em seqncia de trs dias. Quando a rea destinada adubao estiver exposta ao recebimento de guas de zonas adjacentes, deve-se proceder anlises do solo aps as estaes chuvosas com a finalidade de identificar possveis mudanas nas suas caractersticas. Os resduos s devero ser aplicados quando os ventos dominantes ocorrerem distantes de reas com concentrao urbana ou de animais e adicionalmente, deve-se evitar este manejo nos finais de semana. Registrar o local e dimenses das reas ocupadas com cada cultivo com seu respectivo manejo; quantidade, freqncia, forma de disposio e tipo de adubo utilizado e cronograma de aplicao de adubos e fertilizantes. Quando se utilizar rea de terceiros para o aproveitamento dos resduos no solo, os mesmos diagnsticos e prticas devem ser considerados. A manipulao de adubos orgnicos pode condicionar riscos a sade humana, desta forma, todos os envolvidos nesta manipulao devem receber treinamento para tal fim, bem como utilizar Equipamentos de Proteo Individual (EPI). Caso o avicultor pretender comercializar seus resduos como fertilizante, dever consultar o Decreto n. 4.954 e a Instruo Normativa n. 15, ambos do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

9.4 Uso dos resduos como fertilizante O aproveitamento dos resduos como adubo orgnico deve estar baseado no princpio do balano de nutrientes (compatibilizao das caractersticas de fertilidade do solo, com as exigncias das culturas e o teor de nutrientes dos resduos). Identificar os tipos de solos existentes na propriedade atravs do seu perfil e anlises de fertilidade. Realizar a anlise dos riscos ambientais do uso dos resduos como adubo, considerando-se o uso anterior e aplicao de adubos nos solos e o impacto do cultivo em reas adjacentes. Quando fertilizantes qumicos forem aplicados no solo, deve-se considerar o aporte de matria orgnica nos clculos das necessidades e freqncias de fertilizao. Devem ser otimizadas as formas de transporte e aplicao de resduos no solo a fim de se evitar as perdas de nutrientes e com isto, a freqncia, quantidade e poca de aplicao devem ser consideradas em conjunto. Os resduos no devem ser aplicados quando existir probabilidade maior do que 50% de chuvas, em perodos chuvo-

9.5 Odores e poeirasAs emisses devem ser evitadas devido aos seus impactos na sade humana e dos animais e na qualidade ambiental. Para isto, as seguintes medidas devem ser tomadas: Manter as instalaes limpas adotando as prticas indicadas no item 4.2.

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Dispor de estruturas construtivas e de ventilao corretamente dimensionadas. Optar pela incorporao dos resduos ao solo. Na implantao dos sistemas de tratamento e armazenamento e na escolha dos manejos dos resduos, deve-se considerar a distribuio dos ventos dominantes no local de modo a evitar a direo dos mesmos, dos pontos de manipulao dos resduos para reas onde ocorram concentraes humanas e animais.

rando a possibilidade de fraturas devido fragilidade ssea das aves em final de produo. As aves devem ser retiradas das gaiolas por ambas as pernas; fornecer suporte em posio que facilite segurar o peito das aves evitando contato com a gaiola durante esse procedimento. Reduzir a intensidade luminosa (condio de penumbra) no avirio no momento da apanha para diminuir o estresse das aves durante o carregamento. A densidade adotada nas caixas de transporte deve levar em considerao o conforto/bem-estar das aves de modo que as mesmas tenham contato com o piso das caixas. As caixas utilizadas devem minimizar os riscos integridade fsica das aves. Durante o embarque das aves, as caixas devem ser cuidadosamente colocadas na carroceria do veculo transportador.

9.6 Boas prticas na depopulao do avirio e no transporte de resduos da produoAo final do perodo de produo de ovos, faz-se necessria a depopulao do avirio para preparo adequado da instalao e alojamento do prximo lote de poedeiras. Procedimentos de manejo anterior a essa prtica so importantes visando a reduo do estresse e sofrimento das aves. O trnsito interestadual de aves de postura de ovos comerciais destinadas ao abate, esterco e cama de avirio deve obedecer normativa especfica do PNSA. O transporte de aves deve ser acompanhado de Guia de Trnsito Animal (GTA), fornecida pelo servio oficial e para o trnsito de cama de avirio, deve ser apresentado o Certificado de Inspeo Sanitria (CIS). Boas prticas recomendadas durante a apanha das aves para depopulao do avirio so indicadas a seguir: recomendado que as aves permaneam em jejum por no mnimo quatro horas anterior ao incio do carregamento. O fornecimento da gua nos bebedouros deve ser suspenso no momento do incio do carregamento. Todos os funcionrios da granja e mode-obra contratada para efetuar a depopulao do avirio devem ser instrudos quanto ao mtodo de apanha conside-

10 Higiene e segurana do trabalhadorTodos os funcionrios de uma granja de postura comercial envolvidos nas atividades em que haja contato direto com as aves e os ovos, devem ser instrudos ou treinados sobre os procedimentos de higiene e segurana necessrios de modo a garantir a biosseguridade do produto (ovo de consumo) e a sade do trabalhador. Prrequisitos bsicos incluem: Uniformes para uso na granja e nas salas de manipulao dos ovos so recomendados bem como o banho, anterior entrada em reas designadas como limpas (rea interna de avirios e de acesso aos mesmos, atravs da qual so feitos transporte de rao, aves e equipamentos higienizados); acessrios como luvas, botas, gorros, culos e mscaras de proteo devem ser lavveis ou descartveis.

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Os funcionrios devem ter boa apresentao, asseio corporal, mos limpas, unhas curtas, os cabelos devem ser protegidos com toucas descartveis nas salas em que h manipulao dos ovos. As instalaes sanitrias e vestirios devem estar localizados em rea isolada da rea de manipulao dos ovos, devem ser independentes (feminino ou masculino) e de uso exclusivo para os funcionrios . Devem ser instalados lavatrios na rea de manipulao dos ovos, com a presena de sabonetes lquidos anti-spticos e toalhas de papel descartveis; as lixeiras devem possuir tampa de acionamento no-manual; avisos sobre procedimentos para lavagem obrigatria das mos antes e aps a manipulao dos ovos e demais requisitos higinicos devem estar afixados em local visvel e de fcil leitura. Equipamentos e acessrios de segurana do funcionrio como tampes de ouvido, mscaras e culos de proteo devem ser utilizados conforme recomendaes do fabricante. Fluxo de entrada e sada de material e o acesso e circulao de pessoas nas granjas e salas de manipulao de ovos devem ser devidamente sinalizados e seguidos por funcionrios e visitantes.

vem trocar de roupa e calados, previamente desinfetados e fornecidos pelo estabelecimento, no porto de acesso granja. recomendado evitar o contato com outros plantis de aves num perodo mnimo de trs dias antes de proceder a visita a um sistema de produo de postura. Acesso de veculos: todos os veculos, antes de entrarem no sistema de produo, devem ser lavados com gua sob presso e desinfetados. Para tanto, no porto de acesso ao sistema deve ser instalado um rodolvio ou arco de desinfeco ou mesmo um reservatrio de desinfeco com bomba de presso motor.

12 Referncias bibliogrficasASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. Resduos slidos: classificao. Rio de Janeiro: ABNT, 1987. NBR 10 004/1987 AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA (Brasil). Portaria n.1 de 21 de fev. 1990. Dirio Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF, 06 mar. 1990. Seo 1, p.4321. AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA (Brasil). Resoluo RDC n.275 de 21 de out 2002. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 23 out. 2003. BELMUDE, J. R. M. Manual de produtos veterinrios. 3. ed. So Paulo: Sindan, 2001. 1 CDROM. BERCHIERI JNIOR, A.; MACARI, M. Doenas das aves. Campinas: FACTA, 2000. 490p.

11 Procedimentos para visitantes e veculosVisitas ao sistema de produo devem ser restringidas. imperativa a colocao de avisos de restrio entrada de pessoas estranhas atividade. Quando necessrio o acesso ao sistema, deve ser feito o registro e tomadas as providncias cabveis de controle. Visitantes e veculos devem cumprir as mesmas instrues de higiene e segurana indicada ao quadro de funcionrios; Acesso de pessoas: todas as pessoas (funcionrios, tcnicos e visitantes) de-

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BRASIL. Ministrio da Agricultura e do Abastecimento. Instruo Normativa n. 44 de 23 de ago. 2001. Dirio Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF, 24 de ago. 2001. Seo 1. p.68. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Instruo Normativa SDA n.32 de 13 de mai. 2002. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 14 mai. 2002. Seo 1. p. 28. BRASIL. Ministrio da Agricultura e do Abastecimento. Instruo Normativa SDA n. 03 de 09 de jan. 2002. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 16 jan. 2002. Seo 1. p.14. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Decreto n. 4.954 de 14 de jan. 2004. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 15 jan. 2004. Seo 1. p.2. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Instruo Normativa n.15 de 22 de dez. 2004. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 24 dez. 2004. Seo 1. p.8. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Instruo Normativa n.23 de 31 de ago. 2005. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 08 set. 2005. Seo 1. p.12. BRASIL. Ministrio do Meio Ambiente. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resoluo n. 357 de 18 de mar. de 2005. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 18 mar. 2005. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Instruo Normativa n.18 de 18 de jul. 2006. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 20 jun. 2006. Seo 1. p.12.

Boas Prticas de Produo na Postura Comercial | 23

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Circular Tcnica, 49

Exemplares desta edio podem ser adquiridos na: Embrapa Sunos e Aves Endereo: Br 153, Km 110, Vila Tamandu, Caixa postal 21, 89700-000, Concrdia, SC Fone: 49 34410400 Fax: 49 34428559 E-mail: [email protected] 1 edio 1 impresso: 2006 Tiragem: 1.000

Comit de Membros: Marisa T. Bertol, Ccero J. Monticelli, Publicaes Gerson N. Scheuermann, Airton Kunz, Valria M.N. Abreu. Suplente: Arlei Coldebella

Presidente: Claudio Bellaver

Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

Revisores Tcnicos

Ccero J. Monticelli, Gerson N. Scheuermann e Paulo A.R. de Brum Coordenao editorial: Tnia M.B. Celant Normalizao bibliogrfica: Irene Z.P. Camera Editorao eletrnica: Vivian Fracasso Fotos da Capa: Paulo G. de Abreu

Expediente

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ANEXOSANEXO 1- Fossa sptica para manejo de resduos da produo uma alternativa de manejo para destinao de aves mortas, ovos descartados e guas residuais. Deve ser localizada em rea afastada das instalaes, devido emisso de maus odores, preferencialmente em rea que atenda s recomendaes quanto ao perfil do solo e distncia de poos, nascentes, rios, residncias e dos limites da propriedade. A perfurao do solo deve ter de 1,0 a 2,0 m de dimetro, com profundidade compatvel proteo do lenol fretico (cerca de 2,5 a 5,0 m). O fundo da fossa deve ser, no mnimo, compactado. A entrada da perfurao deve ser protegida com tampo de concreto ou madeira reforada e a abertura para o lanamento das carcaas deve ser elevada, em forma de uma chamin, com tampa de zinco galvanizado, facilitando seu manejo. Ao redor da chamin proteger com terra, permitindo o acesso com segurana. A rea da fossa deve ser cercada com arame farpado impedindo a aproximao de animais e crianas. Esgotada a capacidade da fossa, o tampo deve ser removido para a nova fossa e as carcaas cobertas com terra formando uma elevao, considerando que, com a decomposio das carcaas, haver diminuio do volume, e formao de uma cavidade. O clculo do tamanho/capacidade deve considerar o tempo mnimo de utilizao de 2 anos.

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ANEXO 2 - Procedimentos para a compostagem de aves mortasPara a prtica da compostagem empregar a seguinte tcnica: 1) colocar uma camada de 15 a 20 cm de material aerador (maravalha nova ou de qualquer palhada existente na propriedade); 2) colocar as carcaas das aves mantendo as mesmas a uma distncia de 15 cm das paredes e da porta da cmara e a uma distncia aproximada de 10 cm uma da outra para passagem de ar, sem amontoar e com a orientao (das pernas das aves) para um mesmo lado; 3) preencher o espao entre carcaas com material aerador; 4) acrescentar gua sobre as carcaas em quantidade correspondente metade do peso delas (por exemplo, para cada 20 kg de carcaa, acrescentar 10 L de gua); 5) a seguir, cobrir com mais uma camada de 15 cm de material aerador; 6) prosseguir seguindo mesma seqncia (carcaa, material aerador, gua e material aerador no topo das camadas para cobrir) at atingir 1,5 m de altura; 7) cobrir com uma ltima camada de 10 cm de material aerador novo; 8) deixar fermentar por dois perodos de 10 dias (aps o fechamento final), tombando e remontando a pilha com acrscimo de gua ao final dos 10 dias e deixando fermentar por mais 10 dias; 9) ensacar o material para reutilizar na montagem da nova cmara ou utilizar como adubo em reflorestamento, jardinagem ou fruteiras de rvores (no usar em hortalias). Se sobrarem ossos, estes devero ser colocados com as carcaas na nova pilha formada, para continuar a decomposio. Uma observao importante: utilizar uma tbua para pisar na pilha, no momento da colocao das carcaas, evitando a compactao da mesma. Alguns problemas que podem ocorrer no manejo da composteira: Falta de aerao causando parada do processo fermentativo, iniciando o processo de putrefao (apodrecimento) e produzindo mau cheiro. Pode ocorrer por excesso de gua, pisoteio dos resduos ou resduos colocados muito prximos (amontoamento). Para solucionar, revirar a camada acrescentando mais material aerador, deixando as peas distantes umas das outras (10 cm). Camada superior molhada por ser muito fina ou por excesso de gua, causando a atrao de moscas. No caso de problemas por excesso de gua, acrescentar mais material aerador, revolvendo para incorporao. No caso da camada ser muito fina, adicionar material aerador.

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ANEXO 3 : Manejo para reutilizao da camaNo perodo de vazio sanitrio, o manejo da cama a ser reutilizada deve ser seguido criteriosamente para evitar riscos para o prximo lote. No dia seguinte sada do lote e constatando-se a ausncia de problemas sanitrios, so recomendadas as seguintes etapas no manejo para reutilizao da cama de avirio: remover ou suspender os equipamentos (comedouros, bebedouros, etc.). queimar as penas com o lana-chamas. revolver a cama e remover os casces formados na cama molhada. triturar as placas de esterco seco usando equipamento mecanizado ou batedor manual. repetir a queima de penas. amontoar a cama em 2 ou 3 leiras ao longo do avirio cobrindo-as com lona plstica, de modo a deixar a rea livre onde ser montado o pinteiro, local onde ser colocada cama nova. manter as leiras cobertas durante 7 a 10 dias. antes da liberao das aves no pinteiro, espalhar a cama com no mnimo 2 dias de antecedncia permitindo a ventilao completa do material.

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ANEXO 4: Monitoramento de Salmoneloses, Doena de Newcastle e Influenza AviriaAs recomendaes para o monitoramento de salmoneloses nas aves incluem: Aves de 01 (um) a 05 (cinco) dias de idade: fazer diagnstico bacteriolgico nas aves mortas (50 aves) e suabes de cama (1 pool dos crculos existentes em cada galpo e caixas de transporte). Aves de postura com 12 semanas de idade fazer o monitoramento sorolgico por Soro Aglutinao Rpida (SAR) de 100 amostras por ncleos. Quando reagente, dever ser complementada com Soroaglutinao Lenta em Tubos ou Microaglutinao. O monitoramento bacteriolgico s 12 semanas de idade pode ser feito com as seguintes amostragens: um pool de 50 suabes cloacais, sendo um para cada duas aves, em um total de 100 aves por ncleo, ou um pool de 100 amostras de dejetos frescos por ncleo ou ainda, um pool de dois suabes de arrasto por galpo do ncleo. Aves em incio de produo, fazer SAR em 100% do plantel nas aves reagentes complementar com Aglutinao Lenta em Tubo ou Microaglutinao. Casos reagentes eliminar as aves. O monitoramento bacteriolgico para salmoneloses consiste em: um pool de 50 suabes cloacais, sendo um para cada duas aves, em um total de 100 aves por ncleo ou um pool de 100 amostras de dejetos frescos por ncleo ou ainda um pool de dois suabes de arrasto por galpo do ncleo. Devero ainda, ser coletados rgos (fgado, bao, ovrio e tonsila cecal) de no mnimo 60 aves amostradas uniformemente entre os avirios do ncleo.

A vigilncia sanitria para doena de Newcastle e Influenza Aviria deve ser realizada por meio de colheitas peridicas de soro sangneo, suabes de traquia e suabe de cloaca das mesmas aves em um nico lote, realizadas em estabelecimentos avcolas por determinao do MAPA.

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ANEXO 5: Alojamento das aves na fase de postura: Uso de gaiolas convencionaisDados tcnicos de gaiolas convencionais de acordo com a fase de criao1Fase Postura Comprimento 2,00 m 2,00 m Recria 1,50 m 1,00 m1

Altura 0,40 m 0,40 m 0,46 m 0,35 m

Profundidade Compartimento 0,45 m 0,60 m 0,75 m 0,60 m 4 x 0,50 m 4 x 0,50 m 2 x 0,75 m 1 x 1,00 m

Capacidade 24 aves, (375 cm /ave) 28 aves, (428,5 cm /ave) 28 aves (1 a 120 dias de 2 idade), 321 cm /ave 28 aves (1 a 120 dias de 2 idade), 321 cm /ave2 2

Compilao de diferentes manuais de revendedores

ROTEIRO DE VERIFICAO DE BOAS PRTICAS DE PRODUO NA POSTURA COMERCIALBOAS PRTICAS NA AQUISIO, NO TRANSPORTE E ALOJAMENTO DAS AVES O incubatrio de origem das pintainhas registrado no MAPA? Todas as aves foram vacinadas ainda no incubatrio contra a doena de Marek? O transporte das pintainhas do incubatrio at o local de alojamento realizado em veculos climatizados e higienizados? Registros so mantidos na propriedade quanto origem do transportador e a distncia a ser percorrida entre o incubatrio e a granja? O transporte interestadual das pintainhas acompanhado do GTA Guia de Trnsito Animal? As pintainhas apresentam-se saudveis e uniformes? Equipamentos foram previamente testados para o recebimento das pintainhas? Bebedouros e comedouros foram abastecidos com 1 h de antecedncia chegada das pintainhas? As caixas de transporte das pintainhas so incineradas imediatamente aps o transporte?* No se aplicaBoas Prticas de Produo na Postura Comercial | 29

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

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BOAS PRTICAS DURANTE A CRIA-RECRIA DAS AVES Cortinas, sistemas de ventilao e exausto, aquecedores, bebedouros e comedouros foram testados e aferidos anterior ao uso conforme recomendao do fabricante? Limpeza e higienizao de caixas dgua, tubulaes, bebedouros e comedouros so realizadas com regularidade? Existem pedilvios para desinfeco anterior entrada dos avirios? O perodo de vazio sanitrio mnimo, anterior ao alojamento de um novo plantel na granja respeitado? Foi verificada a qualidade e origem da cama utilizada na rea do pinteiro anterior ao alojamento das aves? A densidade de alojamento adotada est em conformidade com as recomendaes do manual da linhagem alojada? A temperatura na rea de alojamento das pintainhas foi ajustada para 32 C? A abertura do crculo ou rea de alojamento ocorre em funo da densidade (nmero de aves/m2)? O nmero de bebedouros e comedouros adequado densidade de alojamento adotada? feita a regulagem da altura dos comedouros e bebedouros em funo da idade das aves? Cortinas, ventiladores e demais equipamentos so regulados em funo de alteraes ambientais e conforto das aves? A verificao da necessidade de iluminao artificial, adicional natural (local) est em acordo com a exigncia da linhagem alojada e idade das aves? A debicagem feita por funcionrios treinados nessa prtica? O equipamento de debicagem (debicador) recebe manuteno e regulagem adequadas, anterior ao seu uso? Soluo de eletrlitos e vitaminas so oferecidas s aves antes e aps a debicagem?* No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

Continuao...

BOAS PRTICAS DURANTE A CRIA-RECRIA DAS AVES Uma segunda debicagem no plantel necessria? A propriedade possui estrutura para destinar as aves oriundas da mortalidade diria do lote como incineradores e cmaras de compostagem? So feitos ajustes nas estruturas instaladas de alojamento das aves para evitar a proliferao de moscas na propriedade? feito manejo adequado da cama para evitar a formao de casces? feita reutilizao da cama de avirio sob inspeo tcnica apropriada? As aves alojadas so de mesma procedncia e idade? A inspeo clnica do plantel feita rotineiramente? Aps limpo e desinfetado, o avirio mantido em vazio sanitrio por no mnimo 10 dias? feito rodzio do princpio ativo dos desinfetantes utilizados na limpeza e desinfeco das instalaes? O programa de vacinao indicado para o plantel segue normativas indicadas pelo MAPA? A propriedade mantm registros das atividades de trnsito de ave, aes sanitrias e utilizao de vacinas e medicamentos?* No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

Boas Prticas de Produo na Postura Comercial | 31

32 | Boas Prticas de Produo na Postura Comercial

BOAS PRTICAS DURANTE A FASE DE POSTURA Na transferncia de frangas da rea de recria para o alojamento de postura conhecida a distncia a ser percorrida no transporte das aves? A transferncia das frangas da recria para instalaes de produo feita atravs do uso de caixas e veculos de transporte adequadamente higienizados e em densidade adequada? No manejo do esterco para controle de moscas so seguidas as boas prticas recomendadas? As instalaes so mantidas livres de insetos e animais invasores atravs do uso de telas em janelas e aberturas? mantido um programa de controle de pragas na propriedade? respeitado um perodo mnimo de 20 dias de vazio sanitrio aps sada do lote e limpeza do avirio de postura? So realizadas monitorias para salmoneloses, doena de Newcastle e Influenza aviria? A monitorizao sanitria atende s normas especficas estabelecidas no Regulamento de Defesa Sanitria Animal? O mdico veterinrio oficial acompanha e supervisiona as atividades de monitoramento sanitrio? O representante do Servio Oficial acompanha o monitoramento rotineiro da empresa atravs de vistorias e registro documental?* No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

BOAS PRTICAS NA ALIMENTAO DAS AVES A gua utilizada na granja captada em caixa dgua central para posterior distribuio? Foi realizada avaliao da capacidade de abastecimento da fonte de gua e a demanda diria dos animais? feita a avaliao da qualidade da gua utilizada na granja com a periodicidade recomendada? necessrio tratar a gua? O desinfetante utilizado para tratamento da gua foi o cloro? Bebedouros recebem manuteno e limpeza com freqncia recomendada? Registros de resultados fsico-qumicos de anlise da gua de bebida das aves so mantidos na granja/propriedade? Caixas dgua e reservatrios so higienizados com freqncia adequada? As raes prontas so adquiridas de estabelecimentos que seguem normativas de BPF (Boas Prticas de Fabricao)? No caso das raes serem produzidas na propriedade, todos os procedimentos desde a compra e estocagem das matrias-primas at a mistura dos ingredientes seguem BPF padro?

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

Boas Prticas de Produo na Postura Comercial | 33

Silos graneleiros so vedados adequadamente e recebem limpeza e higienizao rotineiramente? Matrias-primas e raes prontas so monitoradas quanto : procedncia, caractersticas sensoriais (colorao, odor, presena de materiais estranhos, gros ardidos, textura, entre outros)? Laudos laboratoriais de anlises fsico-qumicas das matrias-primas e raes, em conformidade com a origem e natureza dos produtos e legislao, so mantidos na propriedade? Raes e demais matrias-primas so armazenadas em locais com ventilao e umidade adequadas e esto dispostas em estrados distantes do piso e parede?* No se aplica

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Continuao...

BOAS PRTICAS NA ALIMENTAO DAS AVES Raes e demais ingredientes estocados possuem identificao adequada? Caminhes de carga e outros veculos destinados ao transporte de matrias-primas e raes prontas so adequadamente higienizados a cada troca de partida e/ou ingrediente? Comedouros recebem manuteno e limpeza rotineiramente? So considerados os perodos de retirada de aditivos, ingredientes, medicamentos veterinrios utilizados conforme legislao? So adotadas medidas de manejo alternativo (no-qumico) no controle de pragas na propriedade? Os avirios e instalaes designadas para armazenagem de alimentos ou ovos so mantidos livres de insetos, roedores, animais silvestres e domsticos? Produtos txicos utilizados no controle de pragas so estocados em salas com acesso limitado e/ou armrios com chave? Funcionrios so treinados quanto aos procedimentos de proteo pessoal e de aplicao dos agentes txicos recomendados dentro de um programa de controle de pragas na propriedade? So adotadas estratgias e programas nutricionais para a reduo do poder poluente dos estercos?* No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

BOAS PRTICAS NA COLETA E ARMAZENAMENTO DOS OVOS A higiene pessoal dos funcionrios preconizada e estimulada? O funcionrio procede limpeza das mos antes de cada coleta? A coleta dos ovos efetuada com freqncia mnima de 4 vezes ao dia? As bandejas utilizadas para coleta de ovos so higienizadas? Os ovos coletados so inspecionados e pr-selecionados em funo da qualidade da casca? Ovos com casca danificada so armazenados em bandejas separadas dos ovos classificados com casca ntegra?* No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

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CONDIES DA CONSTRUO E AMBINCIA DOS AVIRIOS O sistema delimitado por cercas de segurana, com um nico acesso? As instalaes permitem correta limpeza e desinfeco? As instalaes esto providas de cerca de isolamento em volta do galpo ou do ncleo, com um afastamento mnimo de 5 m? As instalaes so providas de telas com malha de medida no superior a 2,5 cm? A rea designada para construo do(s) avirios(s) e demais edificaes foi selecionada e dimensionada prevendo-se a maximizao de uso da ventilao natural, abastecimento de gua, eletricidade, incidncia solar, fluxo de pessoas, animais e insumos? O terreno possui bom nvel de isolamento sanitrio por meio de vegetao, fcil acesso por estrada cascalhada e boas condies de trnsito em qualquer poca do ano ? Existem hidrmetros para o monitoramento do consumo de gua na granja? efetuada a drenagem das guas pluviais da propriedade? A mo-de-obra responsvel pelo manejo da gua nos seus mais diversos usos capacitada? feito um programa de monitoramento quantitativo e qualitativo dos recursos hdricos da propriedade? A rea ao redor do avirio possui grama que recebe cortes e manuteno rotineiramente? Foram previstas barreiras naturais com mata nativa e reflorestamento para os ventos dominantes ?* No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

BOAS PRTICAS DE MANEJO DE RESDUOS E CONSERVAO AMBIENTAL Existe um Plano de Manejo Ambiental da Propriedade (PMAP)? feita adequada coleta e disposio do lixo orgnico, inorgnico e veterinrio gerados na atividade de postura ? feito o manejo das excretas lquidas e secas conforme as prticas recomendadas? Existem sistemas de armazenamento de dejetos ? So consideradas as distncias do lenol fretico recomendadas em legislao (estadual), material e tempo de reteno hidrulica em funo das caractersticas do solo? So tomadas as medidas para reduo da emisso de poluentes no ar, odores e poeiras gerados na atividade de postura ? Ao optar-se pelo aproveitamento dos resduos da atividade de postura como adubo orgnico, seguido o preceito do balano de nutrientes? A propriedade possui licena ambiental para atividade de postura comercial?* No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

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38 | Boas Prticas de Produo na Postura Comercial

BOAS PRTICAS NA DEPOPULAO DO AVIRIO E NO TRANSPORTE DE RESDUOS DA PRODUO O fornecimento da gua nos bebedouros foi suspenso no momento do incio do carregamento das aves durante depopulao do avirio? Todos os funcionrios da granja e mo-de-obra contratada para efetuar a depopulao do avirio foram instrudos quanto ao mtodo de apanha das aves? A intensidade luminosa no avirio no momento da apanha foi reduzida para evitar-se o estresse das aves? A densidade adotada nas caixas de transporte considera o conforto/bem-estar das aves de modo que estas tenham contato com o piso das caixas? As caixas utilizadas no transporte reduzem os riscos integridade fsica das poedeiras ? As caixas foram colocadas no veculo transportador com cuidado ? O transporte interestadual de aves em final de produo, ovos, esterco e cama de avirio acompanhado do GTA Guia de Trnsito Animal? O transporte de cama aviria acompanhado do CIS Certificado de Inspeo Sanitria?* No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

HIGIENE E SEGURANA DO TRABALHADOR So fornecidos uniformes limpos para uso na granja e salas de manipulao de ovos, bem como demais acessrios para garantia da biosegurana e higiene? Os funcionrios so informados e treinados rotineiramente quanto s medidas de higiene bsicas exigidas na atividade de produo de ovos comerciais? Vestirios e sanitrios esto localizados em rea isolada da rea de manipulao dos ovos? Lavatrios foram instalados na rea de manipulao dos ovos e contam com acessrios de higiene e limpeza para lavagem obrigatria das mos? respeitado o fluxo de entrada e sada de material e acesso de pessoal (funcionrios e visitantes) na sala de manipulao dos ovos? Avisos sobre procedimentos de higienizao das mos bem como do fluxo de pessoas na sala de manipulao dos ovos esto apropriadamente disponibilizados?* No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

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PROCEDIMENTOS PARA VISITANTES E VECULOS Avisos de restrio entrada de pessoas no pertencentes ao quadro de funcionrios esto adequadamente disponibilizados? No ponto de acesso ao sistema de produo, funcionrios, tcnicos e visitantes, procedem ao banho (no acesso as reas limpas), trocam de roupa e calados, desinfetados e fornecidos pelo estabelecimento? So feitos registros de acesso de pessoas na granja? respeitado o perodo mnimo de trs dias sem contato com outros planteis de aves ao proceder uma visita a granja de postura? No ponto de acesso ao sistema de produo existe rodolvio ou arco de desinfeco? Os veculos so desinfetados antes de entrarem no sistema de produo?

SIM

NO

NA*

OBSERVAO