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BENÇÃO DOS ANIMAIS REALIZADA PELA DRA. REGINA – MEIER – RJ EM 04-10-09

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Page 1: BENÇÃO DOS ANIMAIS REALIZADA PELA DRA. REGINA – MEIER – RJ … · 2012. 6. 19. · REGINA – MEIER – RJ EM 04-10-09 . QUESTIONAMENTO DO BIÓLOGO JOÃO SALVADOR SOBRE O DIA

BENÇÃO DOS ANIMAIS

REALIZADA PELA DRA. REGINA – MEIER – RJ EM 04-10-09

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QUESTIONAMENTO DO BIÓLOGO JOÃO SALVADOR SOBRE O DIA DOS ANIMAIS

Dia dos Animais

Comemorar o quê? JOÃO O. SALVADOR

O maior descaso da espécie humana é contracenar com seu próprio descaso, o de impor em sua plenária

ideológica o preconceito que o caracteriza sempre como arrogante, teimoso, impostor, de abomináveis atos covardes, dos deboches em defesa de sua superioridade, que o distancia, cada vez mais, do propósito universal, da linha traçada pelo próprio dogma criacionista, de que todas as criaturas são divinas.

Sua argumentação insana, de que nem todos merecem viver para satisfazê-lo com suas vísceras ou tecidos, é a que origina os numerosos vícios de sua nutrição, que o faz correr o risco da perda completa da sensatez, da amaciante roupagem racional, de sua função inteligente em favor do bem-estar universal.

Parece certa morbidez ainda insistir na questão do sofrimento dos animais que vivem em função dos seres humanos, diante da sabedoria árabe, de que a maldade é vizinha da ignorância. Ora, com tanto avanço tecnológico, no viés das informações em tempo real, o homem ainda evolui de forma confusa, nos pós das drogas, da fumaça dos baseados, do etilismo, das guerras étnicas, enfim, da luta insaciável pelo poder. Derruba e constroi muros, sem atinar que não é somente nas fábulas que os animais sonham, pensam, se alfabetizam e falam certos dialetos. Somente os mais sensíveis, os de grande evolução espiritual, acreditam na verdade científica, de que os animais mais próximos ao homem também são cada vez mais próximos na sua estrutura anatômica e na a bioquímica de seu sistema nervoso.

Já basta a ignorância dos procedimentos de médicos ingleses do século 20, que em pequenas cirurgias nas crianças com menos de seis anos, não usavam anestesia, sob a alegação de que a imaturidade do sistema nervoso seria incapaz de conduzir adequadamente os estímulos dolorosos. Foi dessa forma que René Descartes fez o homem o senhor e proprietário da natureza, para o qual, o animal não passava de um ser autômato, uma máquina animada, que o seu ranger de dentes era similar à falta de lubrificação de uma engrenagem.

Em janeiro de 1889, em Turim, o grande filósofo alemão Friedrich Nietzsche abraçou e beijou, aos prantos, um pobre cavalo brutalmente espancado pelo dono, se interpondo entre o animal e seu cruel condutor. Sua atitude lhe rendeu o rótulo de louco, internado como doente mental e até hoje seu gesto causa reflexão se houve loucura ou uma profunda lucidez.

Raramente se dá destaque ao lado sofrido da existência desses seres sencientes, principalmente quando há grandes interesses econômicos na jogada. Qualquer categoria animal levará uma vida miserável e ameaçadora, quanto mais industrializada for nossa sociedade.

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As faculdades de medicina, veterinária e institutos de pesquisas, realizam experiências terrivelmente dolorosas

com animais vivos, submetidos à prática bárbara, sádica e ultrapassada, a vivissecção, com o pretexto de salvar, curar e aliviar o sofrimento dos seres humanos e animais, diante de tantas alternativas.

Na verdade, desde a aurora dos tempos o ser humano amou e odiou o animal; fantasiou-o, invejou, rejeitou, humilhou e o exaltou. Depois de identificar-se com ele, tentou colocá-lo sob seu domínio, pela domesticação ou escravidão, tornando-o como sua coisa, seu joguete, sua propriedade, mercadoria.

Não pretendo sensibilizar a parte desumana a ter compaixão, nem comparar o sofrimento de outras espécies do meio selvagem, o das zebras, antílopes e guinus, abatidos por leões, tigres ou hienas, mas com a existência da dissociação neural, do envolvimento de neurotransmissores que aliviam a dor; nem tampouco, discutir a similitude metabólica e fisiológica entre uma criança, um velho e um animal, imperceptível ao especista.

Pois então, comemorar o quê nesta Semana dos Animais? Claro, apesar de existirem tímidas razões para se crer numa grande mudança de conscientização, vamos sim, comemorar a persistência, a perseverança dos protetores anônimos e voluntários, de pouco calibre, mas de boa mira de sensatez; comemorar o maior envolvimento de artistas consagrados, das ONGs sérias e prestativas; festejar a participação de políticos honestos, de juízes, promotores e advogados competentes na luta pela causa animal, sempre na esperança de transformar o cidadão em um ser ético, digno, de respeito, a começar pelo respeito aos animais.

JOÃO O. SALVADOR é biólogo do Cena

(Centro de Energia Nuclear na Agricultura) - USP

[email protected]

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DEPOIMENTO QUE ME ENCANTOU