bandagem elástica funcional no tratamento fisioterapêutico...

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1 Bandagem elástica funcional no tratamento fisioterapêutico de entorse de tornozelo por inversão grau I Glauber da Silva Taveira 1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia Faculdade FAIPE RESUMO Introdução: A entorse é um movimento violento, com estiramento ou ruptura de ligamentos de uma articulação. O uso da bandagem como tratamento fisioterapêutico intensificou-se mais precisamente nos últimos 20 anos, as bandagens funcionais são um instrumento terapêutico muito utilizado pelos Fisioterapeutas de todo o mundo, devido aos seus benefícios no auxilio de técnicas de reabilitação em lesões articulares, ligamentares, musculares e posturais. Objetivo: o estudo buscou verificar a utilização da bandagem elástica funcional como técnica de reabilitação fisioterapêutica e detectar os principais benefícios da utilização da bandagem elástica funcional. Método: A pesquisa foi caracterizada como Revisão de literatura, foram revisados artigos encontrados em bases de dados de sites científicos como, Scielo, Bireme, sites de universidades e revistas especializadas entre os anos de 1993 a 2013. Resultados: Através do estudo foi observado a aplicação da técnica da bandagem elástica funcional para reabilitação em lesões articulares, ligamentares, musculares e posturais. Percebeu-se a contribuição da bandagem elástica funcional na reabilitação da entorse de tornozelo através da melhora da circulação e redução do edema local, bem como, estimulação sensorial oferecendo estabilidade e propriocepção durante a execução dos movi- mentos e além de proporcionar alívio da dor. Conclusão: O desenvolvimento de técnicas que busquem a recuperação da funcionalidade motora é primordial para a promoção de maior independência e qualidade de vida dos pacientes. A bandagem elástica funcional é sem dúvida uma alternativa importante para a reabilitação da entorse de tornozelo com inúmeros benefícios relevantes para o processo de reabilitação. Palavras Chave: Articulação do tornozelo, Entorse de Tornozelo, Bandagem Funcional. 1. Introdução Tornozelo A entorse é um movimento violento, com estiramento ou ruptura de ligamentos de uma articulação. A entorse de tornozelo é uma das lesões musculoesqueléticas mais frequentemente encontradas na população ativa, que geralmente envolve lesão dos ligamentos laterais (RODRIGUES e DIEFENTHAELER, 2008). 1 Pós-Graduando em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia - Fisioterapeuta, especialista em Fisioterapia Neurofuncional. ² Orientadora - Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior e Mestranda em Bioética e Direito em Saúde.

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1

Bandagem elástica funcional no tratamento fisioterapêutico de entorse de

tornozelo por inversão grau I

Glauber da Silva Taveira 1

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-graduação em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia – Faculdade FAIPE

RESUMO

Introdução: A entorse é um movimento violento, com estiramento ou ruptura de ligamentos

de uma articulação. O uso da bandagem como tratamento fisioterapêutico intensificou-se

mais precisamente nos últimos 20 anos, as bandagens funcionais são um instrumento

terapêutico muito utilizado pelos Fisioterapeutas de todo o mundo, devido aos seus benefícios

no auxilio de técnicas de reabilitação em lesões articulares, ligamentares, musculares e

posturais. Objetivo: o estudo buscou verificar a utilização da bandagem elástica funcional

como técnica de reabilitação fisioterapêutica e detectar os principais benefícios da utilização

da bandagem elástica funcional. Método: A pesquisa foi caracterizada como Revisão de

literatura, foram revisados artigos encontrados em bases de dados de sites científicos como,

Scielo, Bireme, sites de universidades e revistas especializadas entre os anos de 1993 a 2013.

Resultados: Através do estudo foi observado a aplicação da técnica da bandagem elástica

funcional para reabilitação em lesões articulares, ligamentares, musculares e posturais.

Percebeu-se a contribuição da bandagem elástica funcional na reabilitação da entorse de

tornozelo através da melhora da circulação e redução do edema local, bem como,

estimulação sensorial oferecendo estabilidade e propriocepção durante a execução dos movi-

mentos e além de proporcionar alívio da dor. Conclusão: O desenvolvimento de técnicas que

busquem a recuperação da funcionalidade motora é primordial para a promoção de maior

independência e qualidade de vida dos pacientes. A bandagem elástica funcional é sem

dúvida uma alternativa importante para a reabilitação da entorse de tornozelo com inúmeros

benefícios relevantes para o processo de reabilitação.

Palavras Chave: Articulação do tornozelo, Entorse de Tornozelo, Bandagem Funcional.

1. Introdução

Tornozelo

A entorse é um movimento violento, com estiramento ou ruptura de ligamentos de uma

articulação. A entorse de tornozelo é uma das lesões musculoesqueléticas mais

frequentemente encontradas na população ativa, que geralmente envolve lesão dos ligamentos

laterais (RODRIGUES e DIEFENTHAELER, 2008).

1 Pós-Graduando em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia - Fisioterapeuta, especialista em Fisioterapia

Neurofuncional. ² Orientadora - Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior e Mestranda em Bioética e Direito em Saúde.

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Segundo Gould (1993), a adequada habilidade do pé é essencial para a atividade normal

da marcha. Durante a fase de apoio da marcha, o pé deve agir como um adaptador frouxo, um

braço rígido, um sistema absorvedor de choque e como mecanismo de absorção da rotação do

membro inferior. Uma lesão por trauma ou por excesso de uso pode impedir, ou retardar,

quaisquer destas funções de ocorrer em uma sincronia normal e, assim, levar ao aparecimento

de sintomas no pé ou no membro inferior.

Para Joseph e Katheleen (1999), o pé e o tornozelo são estruturas anatômicas muito

complexas que consistem de 26 ossos irregularmente moldados, 30 articulações sinoviais,

mais de 100 ligamentos e 30 músculos agindo no segmento. Todas essas articulações

precisam interagir harmoniosamente e combinadas entre si para obter um movimento

cadenciado. A maior parte do movimento do pé ocorre em três articulações sinoviais: a

talocrural, a subtalar e a mediotársica.

Andrews (2000), comenta que a perna, o tornozelo e o pé são constituídos por 26 ossos, que

tem como finalidade impulsionar o corpo. O pé possui três componentes: retropé, mediopé e

antepé. O retropé e o mediopé são constituídos pelos ossos do tarso. O retropé contém a

articulação subtalar, com o talo apoiado sobre a parte superior do calcâneo. O mediopé se

constitui pelo navicular e cubóide, quando articulados com o talo e o calcâneo para formar a

articulação tarsica transversa. Os três ossos cuneiformes estão localizados dentro do mediopé.

Cinco ossos társios e 14 falangianos perfazem a estrutura do antepé. O formato da articulação,

a orientação do seu eixo, os ligamentos de apoio e os sutis movimentos acessórios ao nível da

superfície articular são determinantes no comportamento biomecânico normal.

A articulação do tornozelo ou talocrural apresenta-se entre a tíbia e a fíbula de um lado

e a tróclea do tálus de outro, constituindo-se num exemplo de articulação gínglimo sinovial. O

maléolo medial é o local de inserção do ligamento deltóide com sua forma de leque, composto

pelas camadas superficial e profunda. Esse ligamento tem como principal função impedir o

valgismo do tornozelo (Beirão e Marques 2007).

Os principais ligamentos de reforço da articulação do tornozelo dispõem-se lateralmente,

formando um conjunto lateral e outro medial (Moreira e Antunes, 2008), conforme figura 1.

Fonte: http://novo.clinicaecirurgiadope.com.br/artigos/21

Figura 1 – Complexo ligamentar.

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Os músculos responsáveis pelos movimentos do tornozelo possuem sua origem na região

inferior entre o joelho e articulação do tornozelo. A mobilidade da articulação do tornozelo

depende da eficiência da contração do músculo tríceps sural (Timi et al., 2009).

Amplitude de movimento articular

Flexão plantar (20 – 40º)

a) Músculos ativados: sóleo, gastrocnêmio, tibial posterior, flexor longo dos dedos, flexor

longo do hálux e plantares. b) Tecidos Alongados: tibial anterior, extensor longo dos dedos,

cápsula e ligamentos da região anterior do joelho (Paiva et al., 2013).

Dorsiflexão (0 – 20º)

a) Músculos ativados: tibial anterior e extensor longo dos dedos. b) Tecidos Alongados: sóleo,

gastrocnêmio, tibial posterior, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux e tendão aquileu

(Paiva et al., 2013).

Iversão/adução (20 – 35º)

a) Músculos ativados: tibial anterior e tibial posterior. b) Tecidos Alongados: fibular longo,

breve e profundo e ligamento da região lateral (talofibular anterior, calcaneofibular,

talofibular posterior) (Paiva et al., 2013).

Eversão/abdução (5 – 15º)

a) Músculos ativados: fibular anterior, breve e profundo. b) Tecidos Alongados: tibial

anterior, posterior e ligamento colateral medial (deltoide) do tornozelo (Paiva et al., 2013).

Entorse por inversão

O termo entorse de tornozelo é definido como uma lesão ligamentar traumática sofrida por

esta articulação (Belangero et al., 2010).

Para Baroni et al. (2010), entorse de tornozelo é uma lesão musculoesquelética aguda de alta

incidência na população mundial.

Estimativas mostram que a entorse de tornozelo ocorre em uma pessoa a cada 10.000 por dia.

Sendo a lesão mais comum no meio esportivo, representando 10 a 15 por cento das lesões

envolvidas no mesmo e responsável por 7 a 10 por cento dos atendimentos de emergência.

Cerca de 10 a 30 por cento dos indivíduos que sofrem entorse de tornozelo, desenvolvem

instabilidade crônica (CONCEIÇÃO; SILVA, 2007).

A entorse de tornozelo pode comprometer a mobilidade articular, função motora, desempenho

muscular e amplitude do movimento associado a inflamação localizada (KISNER; COLBY,

2009).

Segundo Rodrigues e Diefenthaeler (2008), o maléolo lateral se estende mais distalmente que

o maléolo medial, formando uma “barreira anatômica” para o deslizamento lateral do talus;

dificultando o movimento de eversão.

De acordo com Beynnon et al. (2006), a cápsula articular e os ligamentos são mais fortes na

face medial do tornozelo, devido a isso, as entorses por inversão envolvendo o estiramento ou

a ruptura dos ligamentos laterais ocorrem com maior incidência que as entorses por eversão

que envolvem os ligamentos mediais.

Este fenômeno ocorre quando o complexo do pé se encontra em flexão plantar, invertido e

aduzido (Barreto et al., 2010) , conforme figura 2.

“Como resultado de uma entorse em inversão ocorre uma série de alterações na

posição e estado normal da estrutura óssea e ligamentar do tornozelo e pé: 1 - o

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calcâneo se abaixa; se anterioriza e traz sua face inferior para dentro; báscula para

fora realizando uma rotação externa - calcâneo varo; 2 - o cubóide segue o

movimento do calcâneo e o transmite ao navicular que se move para o interior em

rotação interna e o cubóide, em rotação externa; 3 - a fíbula desliza para baixo e em

anterior sob a tensão do ligamento calcaneofibular e roda externamente, abrindo a

pinça bimaleolar; 4 - o tálus favorecido pelas posições acima desliza para frente e

para medial, o que aumenta a diástase tibiofibular e estira ao máximo o

calcaneofibular – tálus ântero-medial; 5 - o tálus e a fíbula em anterioridade levam a

tíbia em anterioridade e favorecem a uma compressão articular da tibiotársica e

subtalar” (Bonfim et al., 2008).

Fonte: http://novo.clinicaecirurgiadope.com.br/artigos/21

Figura 2 - Mecanismo de lesão.

Entorse por inversão grau I

A classificação da entorse de tornozelo é baseada no exame clínico da área afetada e divide a

lesão em três tipos: grau I- estiramento ligamentar; grau II-lesão ligamentar parcial e grau III-

lesão ligamentar total (RODRIGUES e WAISBERG, 2009), como ilustrado nas figuras 3, 4 e

5.

Nas entorses leves produz-se um alongamento ou uma ruptura fibrilar com dor, edema e, em

certas ocasiões, equimose e impotência funcional; não obstante e a articulação é estável

Andrews (2000).

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Figura 3

Figura 4

Figura 5

Fonte: http://novo.clinicaecirurgiadope.com.br/artigos/21

Figura 3, 4 e 5 - Classificação das Entorses por Inversão.

Rodrigues e Diefenthaeler (2008), definem entorse de tornozelo grau I como sendo uma lesão

leve com edema, equimose mínima e discreta perda de função, onde o tornozelo é estável com

teste de gaveta anterior e inclinação lateral do talo negativa.

Whitman et al. (2005) afirma que as lesões de grau I são leves com edema e equimose

mínima e discreta perda de função, o tornozelo é estável com provas de gaveta anterior e

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inclinação lateral do talo negativas. Nesses casos, há lesão parcial dos ligamentos, mas não

chegando a causar insuficiência.

Bandagem elástica funcional

A Bandagem Neuromuscular se diferencia das demais devido a sua propriedade elástica e

micropóros. Apresenta diferentes tipos de técnicas de aplicação, entre elas estão: técnica de

ativação muscular através da regulação do tônus e a técnica de correção articular que irá

realizar um alinhamento articular permitindo assim um eixo de movimento mais funcional.

Portanto sua utilização tem o intuito de aumentar o recrutamento muscular e aumentar a

estabilidade articular, o que teoricamente dificultaria o mecanismo de lesão (SIJMONSMA,

2007). O uso da bandagem como tratamento fisioterapêutico se intensificou mais

precisamente nos últimos 20 anos, quando Jenny McConnel começou a aplicar as

técnicas de bandagem, e a partir de então, vários estudos foram surgindo e a

quantidade de evidências comprovando os benefícios da técnica foram crescendo,

assim como outras técnicas de bandagem foram desenvolvidas, abrangendo também

o campo da fisioterapia desportiva, como é o caso da Kinesio taping (CRUZ;

MEJIA, 2012).

Segundo Santos (2008), as bandagens funcionais são um instrumento terapêutico muito

utilizado pelos Fisioterapeutas de todo o mundo, devido aos seus benefícios no auxilio de

técnicas de reabilitação em lesões articulares, ligamentares, musculares, posturais entre outras

das atividades dentro da amplitude articular normal.

Conforme mencionado por Santos et al. (2010), a bandagem elástica funcional foi

desenvolvida a partir de um material especial permeável ao ar, resistente a água e pode ser

utilizada por vários dias. Por ser elástica, após a aplicação promove uma tração constante na

pele.

Algumas recomendações são descritas por Santos et al. (2010), a aplicação deve ser realizada

com a pele limpa e seca, em técnicas corretivas deve ser aplicada com toda a elasticidade, em

algumas técnicas de aplicação ela pode ser cortada em várias partes.

Duarte e Fornasari (2004), definem bandagem funcional como uma técnica em que se tem por

objetivo modificar a mecânica dos segmentos alterados não rígidos, proporcionando repouso

às estruturas lesionadas, otimizando a funcionalidade dos segmentos, recuperando assim, a

função debilitada sem anular outras mecânicas naturais vinculadas aos segmentos tratados

com as bandagens.

Outra definição é feita por Brum et al. (2012), que explicam que a bandagem funcional

constitui na aplicação de uma fita que adere à pele, empregada a uma articulação, e o

principal objetivo da bandagem é dar proteção mecânica para os tecidos, sem impedir a

funcionalidade da articulação. Santos et al. (2010), afirmam que constitui uma técnica onde

uma bandagem elástica é aplicada sobre a pele, resultando em um mecanismo de

pressão/força.

Morini (2011), explica que quando se aplica a bandagem na pele, com certo estiramento

(excerto no primeiro dia), principalmente os mecanorreceptores são responsáveis para levar a

informação tátil, por via aferente, até o córtex sensorial primário.

Conforme descrito no trabalho realizado por Oliveira et al. (2013), acredita-se que esta técnica

promova melhora da circulação e redução do edema local, bem como, estimulação sensorial

oferecendo estabilidade e propriocepção durante a execução de movimentos. Além de

proporcionar alívio da dor, através da estimulação das vias sensoriais do sistema nervoso

central aumentando o feedback aferente e reduzindo a pressão direta nos nociceptores

subcutâneos.

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Meurer et al. (2010), relatam que em virtude da alta incidência de entorses de tornozelo,

foram desenvolvidas estratégias preventivas, sendo a bandagem elástica funcional de

tornozelo amplamente utilizada como uma das técnicas para prevenir as recidivas de entorse.

Os mecanismos propostos para o uso da bandagem elástica funcional incluem

corrigir a função muscular fortalecendo os músculos debilitados, melhorar a

circulação sanguínea e linfática, diminuir a dor por supressão neurológica e

reposicionamento de articulações subluxadas aliviando a tensão dos músculos

anormais, ajudando a devolver a função muscular e da fáscia. Outro mecanismo

pouco conhecido da bandagem elástica funcional é que a sua aplicação causa um

aumento da propriocepção por aumentar a excitação dos mecanorreceptores

cutâneos (Santos et al., 2010).

Dessa forma, o objetivo deste estudo foi verificar a utilização da bandagem elástica funcional

como técnica de reabilitação fisioterapêutica e detectar os principais benefícios da utilização

da bandagem elástica funcional.

2. Métodos

A pesquisa foi caracterizada como Revisão de literatura, o estudo visou verificar a utilização

da bandagem elástica funcional como técnica de reabilitação fisioterapêutica e detectar os

principais benefícios da utilização da bandagem elástica funcional na entorse de tornozelo por

inversão grau I. O período estabelecido para a busca dos estudos foi de Julho de 2014 a

dezembro de 2014. Os unitermos utilizados para busca de material bibliográfico foram:

Articulação do tornozelo, Entorse de Tornozelo, Bandagem Elástica Funcional.

Foi excluído o material bibliográfico que não continham conteúdos relevantes para pesquisa

como os que relatavam tratamentos medicamentosos ou cirúrgicos. Foram inclusas as

referências que relatavam a utilização da bandagem elástica funcional e seus benefícios no

tratamento da entorse lateral de tornozelo grau I.

Foram encontrados 49 artigos, destes foram selecionados 35 para elaboração do estudo,

Foram revisados artigos encontrados em bases de dados de sites científicos como, Scielo,

Bireme, sites de universidades, revistas especializadas e livros datados entre os anos de 1993

a 2013.

3. Resultados e discussão

A entorse de grau I é definida pelos autores Moreira e Antunes (2008), Castro e Janeira

(2008), Henning (2009), Sato e Pacheco (2005), como uma lesão mais leve, com acentuação

da dor após intervalo de repouso.

Segundo Moreira et al. (2010), tradicionalmente, a avaliação é baseada em medidas da

estrutura e/ou função acometida, por exemplo, na amplitude do movimento articular ou na

força muscular. Para a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (2008), o objetivo

do tratamento da lesão ligamentar do tornozelo é o retorno às atividades diárias

(esporte/trabalho), com remissão da dor, inchaço e inexistência de instabilidade articular.

O tratamento para entorse de tornozelo grau I apresenta três etapas: a) Primeira fase

- Duração de uma a duas semanas, com o objetivo de diminuir a hemorragia, a dor,

controlar o edema e evitar o aumento da lesão; b) Segunda fase – visa à recuperação

funcional da musculatura. Essa fase encerra-se quando a mobilidade for

restabelecida e o indivíduo já não sentir dor; c) Na última fase ocorrerá o preparo

para o retorno às atividades anteriores, sendo composta por exercícios de força,

agilidade, amplitude e propriocepção (BEIRÃO; MARQUES, 2007).

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Alguns pacientes permanecem com dor ou instabilidade após seis meses do tratamento da

lesão ligamentar aguda. As possíveis lesões associadas geralmente são por ordem decrescente

de frequência: instabilidade crônica, lesão osteocondral, impacto com processo inflamatório

tíbio-fibular distal e impacto anterior com exostose (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA, 2008). Dentre as diversas ferramentas utilizadas pela

fisioterapia, Silva et al. (2013), destacam que a bandagem funcional é uma técnica que pode

ser aplicada para apoio e proteção aos tecidos moles, sem limitar suas funções e aumentando à

estabilidade articular, constituem uma ferramenta terapêutica muito utilizada pelos

fisioterapeutas de todo o mundo, devido aos seus benefícios no auxílio de técnicas de

reabilitação em lesões articulares, ligamentares, musculares e posturais.

Durante a revisão do material bibliográfico foram identificados diversos benefícios obtidos

através da utilização da bandagem elástica funcional, dentre eles a melhora da propriocepção;

ganho de força; aumento da amplitude de movimento; aumento da resistência à fadiga;

redução na perimetria; redução de aderências; estimulação da regeneração vascular;

manutenção do equilíbrio entre os componentes do tecido conjuntivo e disposição de

colágeno.

Conforme descrito no trabalho realizado por Oliveira et al. (2013), acredita-se que esta

técnica promova melhora da circulação e redução do edema local, bem como, estimulação

sensorial oferecendo estabilidade e propriocepção durante a execução dos movimentos. Além

de proporcionar alívio da dor, através da estimulação das vias sensoriais do sistema nervoso

central aumentando o feedback aferente e reduzindo a pressão direta nos nociceptores

subcutâneos. Santos et al. (2010), corroboram com Oliveira et al. (2013) e acrescentam que os

mecanismos propostos para o uso da bandagem elástica funcional incluem corrigir a função

muscular fortalecendo os músculos debilitados, melhorar a circulação sanguínea e linfática,

diminuir a dor por supressão neurológica e reposicionamento de articulações subluxadas

aliviando a tensão dos músculos anormais, ajudando a devolver a função muscular e da fáscia.

Outro mecanismo pouco conhecido da bandagem elástica funcional é que a sua aplicação

causa um aumento da propriocepção por aumentar a excitação dos mecanorreceptores

cutâneos. Silveira et al. (2007), comentam que a mobilização dos tecidos é de fundamental

importância no movimento, tanto para os processos de reparo normal como para a

manutenção de saúde do tecido. O movimento fornece direção à deposição de colágeno,

mantém o equilíbrio entre os componentes do tecido conjuntivo, estimula a regeneração

vascular normal e reduz a formação excessiva de ligações cruzadas e aderências.

Um dos mecanismos propostos por Santos et al. (2010), é a diminuição da tensão muscular

em estruturas que já possuem algum comprometimento ou que estão em constante estresse.

De acordo com Martinez et al. (2006), a fadiga muscular é um fenômeno comum nas

atividades esportivas e diárias, resultando numa piora da performance motora. Ela é

considerada um dos fatores causadores de lesões musculoesqueléticas, como por exemplo, a

entorse lateral de tornozelo.

No estudo realizado por Suda et al. (2008), comentam que o aumento do tempo de reação dos

músculos fibulares e a fraqueza dos mesmos têm sido considerados como causas relevantes de

instabilidade, já que atuam ativamente quando há o contato do pé com o solo durante as

habilidades de locomoção. Alterações no tempo de reação do músculo tibial anterior em

situações em que um mecanismo inversor e gerado no complexo articular do tornozelo-pé

também já foram descritas. Dentre os efeitos da bandagem de tornozelo segundo Meurer et al.

(2010), estão a entrada proprioceptiva ao sistema nervoso central, a atividade dos fibulares e a

contenção do movimento excessivo do tornozelo aliados à limitação da inversão, são muito

importantes durante a reabilitação e na prevenção da entorse.

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De acordo com a literatura revisada, a utilização da bandagem elástica funcional pode ser uma

importante ferramenta no processo de reabilitação do paciente com entorse de tornozelo,

também podendo ser utilizada de maneira preventiva. Meurer et al. (2010), relatam que em

virtude da alta incidência de entorses de tornozelo, foram desenvolvidas estratégias

preventivas, sendo a bandagem elástica funcional de tornozelo amplamente utilizada como

uma das técnicas para prevenir as recidivas de entorse.

Oliveira et al. (2013), relatam ainda que a bandagem elástica pode também ter efeitos

psicológicos. Após o uso da bandagem funcional os relatos são de maior segurança, conforto

e facilidade na execução dos movimentos.

4. Conclusão

A articulação do tornozelo é frequentemente exposta a constante estresse, diariamente esta

articulação está sujeita a estiramentos e tensões, ou seja, é uma das articulações do corpo que

mais sofre com lesões, alguns autores consideram a entorse de tornozelo como um problema

de saúde pública. Isso ocorre porque o tornozelo suporta o peso corporal e ser mantem

integralmente por músculos e ligamentos. As estimativas mostradas na literatura evidenciam

que a entorse de tornozelo ocorre diariamente e acomete diversas pessoas no mundo.

O tratamento adequado e a utilização de métodos que possam prevenir a entorse de tornozelo

representa um ponto significativo na prevenção das complicações decorrentes deste

fenômeno.

Apesar das lesões de grau I serem leves, podem provocar edema, equimose mínima e discreta

perda de função, há lesão parcial dos ligamentos, não chegando a causar insuficiência, no

entanto a funcionalidade dessa articulação ficará comprometida temporariamente. Esse tipo de

lesão provoca dor no paciente e causa insegurança, as técnicas fisioterapia nesse tipo de

entorse são extremamente importantes, pois devolverão o paciente as suas atividades diárias.

A reabilitação do paciente com entorse de tornozelo grau I pode otimizada com a utilização da

bandagem elástica funcional.

A bandagem elástica funcional permitirá a diminuição da sobrecarga da região lesionada

favorecendo a evolução do processo da reabilitação melhorando a circulação sanguínea e

permitindo ao paciente um retorno de suas atividades diárias diminuindo a sobrecarga

muscular. Proporciona ainda estabilidade articular dando suporte funcional sem limitar o

movimento, a utilização das bandagens elásticas produzem efeitos por meio de mecanismos

neurofisiológicos e biomecânicos. Sendo assim, recomenda-se que novos estudos sejam

realizados com o objetivo de mostrar os benefícios alcançados através da técnica e métodos

de aplicações nas intervenções fisioterapêuticas, contribuindo desta forma para o aumento da

aplicabilidade da técnica e elaboração de protocolos apropriados para cada estágio dos

tratamentos.

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