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Clara Mendes

Baixa Idade MdiaXI - XV

Crise do sistema feudal

Origens da crise feudal

Vitria do Reino Germnico sobre os Magiares;

Crescimento demogrfico;

Fome e expulso do excedente populacional;

Desenvolvimento de atividades no agrcolas;

Nobreza despossuda;

Cisma do Oriente (1054);

Cruzadas;

Peste Negra;

Renascimento comercial, urbano e cientfico.

As Cruzadas (XI - XIII)

Entre os anos de 1096 e 1270, os europeus realizaram uma srie de expedies militares (crists), visando retomar a cidade de Jerusalm.

As razes religiosas eram reais, ligadas no apenas intensa religiosidade europia medieval, como tambm aspectos polticos daquele momento.

A cidade santa de Jerusalm era parte do Imprio Islmico desde o sculo VII, e mesmo dominando a regio, no houve limitaes presena crist em Jerusalm.

Entretanto, no sculo X, a expanso dos turcos seldjcidas trouxe alteraes para as relaes com os europeus. Assumindo uma postura muito mais radical, os turcos passaram a proibir as peregrinaes crists a Jerusalm.

Em 1095, o papa Urbano II fez uma exortao aos cristos europeus no Conclio de Clermont, para que organizassem uma expedio militar com vistas a retomar a cidade de Jerusalm.

Cruzada dos Mendigos: Aps a exortao de Urbano II, Pedro, o Emerita, e Gautier Sem-Vintm organizaram uma expedio sem qualquer apoio oficial, partindo para a Palestina. Em 1096, foram massacrados pelos Turcos.

Primeira Cruzada: Ainda no ano de 1096, com a direta organizao da Igreja, realizou-se aquela que ficou conhecida como Cruzada dos Nobres (1096-1099), liderada por grandes senhores francos e normandos. Manifestava um interesse claramente econmico e poltico, estabelecendo na Terra Santa vrios Estados: O Reino de Jerusalm, o Principado de Antioquia e os Condados de Edessa e Trpoli.

Foi tambm nessa Cruzada que surgiram as ordens monstico-militares dos Templrios e dos Hospitalrios, criadas para administrar as vastas riquezas obtidas pela Igreja no Movimento.

Algumas dessas expedies no lograram qualquer resultado efetivo. So elas a Segunda Cruzada (1147-1149), a Quinta Cruzada (1218-1221), a Stima (1250) e a Oitava (1270).

A Cruzada das Crianas (1212) foi organizada com base em um sentimento mstico popular, baseado na crena que apenas as almas sem pecado poderiam entrar em Jerusalm. Com cerca de mil crianas, seus participantes foram capturados pelos piratas sarracenos e vendidos como escravos no norte da frica.

Terceira Cruzada: ou Cruzada dos Reis
(1189-1192), foi organizada aps a tomada de Jerusalm pelo Sulto Saladino e foi chefiada pelos maiores soberanos da Europa: Ricardo I, corao de Leo, da Inglaterra; Felipe II, Augusto, da Frana; e Frederico I, Barba-Ruiva, do Sacro Imprio. Frederico morreu a caminho, Lus voltou para a Frana e Ricardo no conseguiu sucesso militar, podendo apenas negociar uma trgua, que permitia as peregrinaes crists a Jerusalm.

Quarta Cruzada: ou Cruzada Comercial (1202-1204), mostrou o quanto os interesses econmicos sobrepujaram o fervor religioso. Organizada diretamente pelos comerciantes venezianos, ela se voltou contra o Imprio Bizantino. Constantinopla, o principal entreposto comercial da poca, foi tomada e ali fundado o Imprio Latino do Oriente, que durou at 1261. Veneza pde, assim, assumir o controle comercial do mediterrneo oriental.

Sexta Cruzada: (1228-1229) foi organizada pelo imperador Frederico II, que, sem combater, conseguiu a cesso de Jerusalm por dez anos, por meio de acordos diplomticos.

Mesmo com o fracasso de algumas expedies e com a perda posterior de Jerusalm, as Cruzadas tiveram efeitos significativos e decisivos para a vida econmica europia. O afluxo de imensas riquezas obtidas pelos saques ao Oriente alimentou o comrcio crescente na Europa. Mais do que isso, a retomada da navegao europia no Mediterrneo acentuava de modo intenso o comrcio, tendo no Oriente o seu grande mercado. No por acaso, o processo que segue s Cruzadas na Europa conhecido como de intensa reativao comercial.

O Renascimento Comercial e Urbano

Quando retornavam das cruzadas, muito cavaleiros saqueavam cidades no oriente. O material proveniente destes saques (joias, tecidos, temperos, etc) eram comercializados no caminho. Foi neste contexto que surgiram as rotas comerciais e as feiras medievais. A sada dos muulmanos do mar Mediterrneo tambm favoreceu o renascimento comercial.

Enquanto as cidades romanas renasceram, outras se desenvolveram das abadias e dos mosteiros que na poca eram cercados de muralhas. E muitas mais surgiram em torno dos burgus (fortificao), que designava os pontos fortes que dominavam os locais de travessia dos rios, ou as elevaes. Amuralhados, eles serviam de abrigo para as populaes circunvizinhas na ocorrncia de invases.

Movimento Comunal

No sculo XI, as cidades j apresentavam poder e uma grande influncia econmica, assim os burgueses comearam a lutar pela sua autonomia em relao ao feudo, surgindo assim, o movimento comunal.

Primeiramente, os senhores comearam a renunciar seus direitos mediante um pagamento, assim as cidades passavam a ser chamadas de cidades francas, que eram livres do domnio senhorial. Porm, alguns senhores no aceitaram o acordo, e ento os burgueses decidiram iniciar um confronto. As cidades que sofreram com esta revolta foram nomeadas de comunas.

Movimento Comunal

No sculo XI, as cidades j apresentavam poder e uma grande influncia econmica, assim os burgueses comearam a lutar pela sua autonomia em relao ao feudo, surgindo assim, o movimento comunal.

Primeiramente, os senhores comearam a renunciar seus direitos mediante um pagamento, assim as cidades passavam a ser chamadas de cidades francas, que eram livres do domnio senhorial. Porm, alguns senhores no aceitaram o acordo, e ento os burgueses decidiram iniciar um confronto. As cidades que sofreram com esta revolta foram nomeadas de comunas.

Com o aquecimento do comrcio surgiram tambm novas atividades como, por exemplo, os cambistas (trocavam moedas) e os banqueiros (guardavam dinheiro, faziam emprstimos, etc).

No sculo XII, as cidades martimas alems, lideradas por Lbeck, formaram a Liga Hansetica, visando defender os interesses comuns das cidades comerciais da costa do mar do Norte e do Bltico.

Guerra dos cem anos

Em meados do sculo XIV (mais especificamente, no ano de 1337), a Frana e a Inglaterra iniciaram uma srie de conflitos armados. O conflito militar foi causado, principalmente, pela rivalidade entre Filipe de Valois, proclamado rei da Frana depois da morte de Carlos IV (ltimo da dinastia dos capetos) e Eduardo III da Inglaterra. Este ltimo pretendia ter direito coroa francesa por parte de sua me. Disputas territoriais e comerciais tambm influenciaram o conflito.

- Batalha de Crcy - 1346- Batalha de Calais - 1347

- batalha de Poitiers - 1356

- Batalha de Azincourt - 1415

- Batalha de Orlees - 1429

- Batalha de Jargeau - 1429

- Batalha de Patay - 1429

- Batalha de Formigny - 1450

- Batalha de Castillon - 1453

Principais batalhas da Guerra dos Cem Anos

O Sacro Imprio e a Igreja

No decorrer do sculo XI, a Igreja passou por um movimento reformista, liderado pela Ordem de Cluny, que visava aumentar a autoridade papal (monarquia pontificial) e combater a corrupo e o desregramento do clero, especialmente o nicolasmo (casamento dos padres) e a simonia (comrcio dos bens eclesisticos).

A autoridade papal sobre o clero alemo era fraca, em razo da antiga prtica dos soberanos alemes de investir bispos e abades com poderes condais, tornando-os funcionrios imperiais (investidura laica). Quando Gregrio VII, antigo monge de Cluny, tornou-se papa em 1073, buscou afirmar a independncia da Igreja em relao ao poder imperial, tornando inevitvel um confronto com o imperador Henrique IV.

Nesse conflito, chamado Questo ou Quarela das Investiduras, ambos os lados acabaram se enfraquecendo. Ele teve incio com a negativa do imperador Henrique IV em aceitar cardeais e bispos que haviam sido investidos pelo papa para ocupar terras da Igreja dentro dos limites do Imprio.

A conciliao veio com a Concordata de Worns (1122) que criou a dupla investidura, a espiritual, feita pelo papa, e a temporal, pelo imperador.

As transformaes culturais

Alta Idade Mdia (V-X) -Romnico; -Patrstica.

Baixa Idade Mdia (XI XV) -Gtico; -Escolstica.

O monoplio cultural da Igreja foi quebrado pela vitalidade urbana. Nas cidades surgiram as universidades, onde se estudava, alm de Teologia, Artes, Direito e Medicina, refletindo melhor preocupao com o bem estar durante a vida terrena.

O latim, lngua artificial e geral veiculada pela igreja, perdeu espao para as lnguas vulgares, no s nas artes literrias, mas tambm em de carter cientfico.

Refletindo as mudanas, a Igreja durante o sculo XIII propagou o purgatrio, maravilhosamente descrito na Divina Comdia, de Dante Alighieri.

Um dos efeitos da nova vitalidade urbana foi o crescimento do humanismo. Esse resgate de elementos do passado clssico greco-romano foi uma primeira tentativa de superar o teocentrismo medieval e encontrar uma explicao para os vrios fenmenos que nos cercam, baseada no homem e na sua capacidade de realizao.

Resumo do Renascimento

*Antropocentrismo

*Racionalidade

* Dignidade do Ser Humano

* Rigor Cientfico

* Ideal Humanista

* Reutilizao das artes greco-romana

*Individualismo

Exerccios

1.Durante o sculo XI ao XIII, a Europa Ocidental viveu um perodo de relativa paz. Entre os fatores que contriburam para isso, destacam-se:

a) o fim das sucessivas ondas de invases

b) o reconhecimento da pobreza pela igreja catlica

c) o comeo das primeiras expedies

d) o incio das chuvas naquela regio

e) o trabalho dos sacerdotes contra a misria

2. Enfraquecida pela fome, enorme parcela da populao europeia tornou-se vtima de molstia contagiosa durante os anos de 1347 a 1350, uma epidemia que ficou conhecida como:

a) peste bubnicab) peste negra c) epidemia medievald) epidemia da idade mdiae) epidemia bubnica

3. Em 1309, o papa Clemente V transferiu a sede da igreja catlica para a cidade de Avinho na Frana com interesse de:

a) manter boas relaes com o rei da Frana e fugir das perturbaes polticas que agitavam a Itlia.

b) trazer novos conhecimentos polticos e religiosos para o crescimento da igreja catlica.

c) de se unir ao governo francs em defesa de seus interesses econmico e poltico.

d) se esconder da classe pobre que o perseguiu e o ameaava de morte.

e) de trazer novas tecnologias usadas na agricultura e buscar conhecimentos religiosos.

4. (PUC) As hansas, surgidas na Alemanha a partir do sculo XII, tinham por principal objetivo:

a) defender os interesses comerciais das cidades alems;

b) impedir a expanso de doutrinas contrrias ao Catolicismo;

c) combater a influncia poltica do capitalismo comercial;

d) divulgar a cultura monstica nos pases setentrionais;

e) restaurar a economia alem aps a Guerra dos Trinta Anos.

5. (GV) A Guerra dos Cem Anos (1337-1453), entre franceses e ingleses, teve como consequncias principais:

a) a consolidao do poder monrquico na Frana e a expulso quase completa dos ingleses do territrio francs;

b) a consolidao do poder monrquico na Inglaterra e a expulso quase completa dos franceses do territrio ingls;

c) a incorporao de parte do territrio francs pela Inglaterra e o consequente enfraquecimento do poder real na Frana;

d) a incorporao de parte do territrio ingls pela Frana e o consequente enfraquecimento do poder real na Inglaterra;

e) a aliana entre franceses e flamengos e o fim da hegemonia inglesa sobre o comrcio europeu.

6. (Fuvest) Aps ter conseguido tirar da nobreza o poder poltico que ela detinha enquanto ordem, os soberanos a atraram para a corte e lhe atriburam funes polticas e diplomticas."

Essa frase, extrada da obra de Max Weber, Poltica como vocao, refere-se ao processo que, no Ocidente:

a) destruiu a dominao social da nobreza, na passagem da Idade Moderna para a Contempornea;

b) estabeleceu a dominao social da nobreza, na passagem da Antiguidade para a Idade Mdia;

c) fez da nobreza uma ordem privilegiada, na passagem da Alta Idade Mdia para a Baixa Idade Mdia;

d) conservou os privilgios polticos da nobreza, na passagem do Antigo Regime para a Restaurao;

e) permitiu ao Estado dominar politicamente a nobreza, na passagem da Idade Mdia para a Moderna.

7. (FUVEST) A proliferao das universidades medievais, no sculo XIII, responsvel por importantes transformaes culturais, est relacionada:

a) ao Renascimento cultural promovido por Carlos Magno e pelo homens cultos que trouxe para sua Corte;

b) inveno da imprensa, que possibilitou a reproduo dos livros a serem consultados por mestres e alunos;

c) importncia de se difundir o ensino do latim, lngua utilizada pela Igreja para escrever tratados teolgicos, cartas e livros;

d) ao crescimento do comrcio, ao desenvolvimento das cidades e s aspiraes de conhecimentos da burguesia;

e) determinao de eliminar a ignorncia e o analfabetismo da chamada Idade da Trevas.

8. (Fuvest) As feiras na Idade Mdia constituram-se:

a) instrumentos de comrcio local das cidades para o abastecimento cotidiano dos seus habitantes.

b) reas exclusivas de cmbio das diversas moedas europias.

c) locais de comrcio de amplitude continental que dinamizaram a economia da poca.

d) locais fixos de comercializao da produo dos feudos.

e) instituies carolngias para renascimento do comrcio abalado com as invases no Mediterrneo.

9.(Fuvest) A partir do sculo XI, na Europa Ocidental os poderes monrquicos foram lentamente se reconstituindo, e em torno deles surgiram os diversos Estados nacionais. Explique as razes desse processo de centralizao poltica.

R: O motos destas mudanas polticas foi o renascimento comercial, estimulado pela nova classe sociail, a burguesia. O renascimento provocou a decadncia do feudalismo e dos poderes locais e universais.

Gabarito:

1- a

2- b

3- a

4- a

5- a

6- e

7- d

8- c