“bairrada por terras do marquês” gastronomia e vinho em · pdf file06...

13
06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER A CULTURA, os produtos típi- cos e os néctares da região, estiveram presen- tes no evento membros de entidades públicas e privadas locais, autarcas, representantes da Confraria de Enófilos da Bairrada e amantes da gastronomia e do vinho. Reunidos no salão de festas, tiveram a oportunidade de degustar, antes do jantar, alguns produtos típicos da re- gião, nomeadamente broa de milho, mel, quei- jos, puntillitas, pastéis de bacalhau e enchidos, com especial destaque para a morcela de arroz. A acompanhar, uma selecção de vinhos bran- cos Bairrada de oito produtores: Angelus Bran- co 2007 (Aliança), Blaudus 2007 (Artwine), En- tre II Santos 2008 (Campolargo), Primavera Bair- rada 2008 (Caves Primavera), Prestígio Bi- cal+Maria Gomes 2007 (Caves São Domin- gos), Bical 2008 (Quinta do Encontro), Maria Gomes 2007 (Luís Pato) e Sauvignon Blanc/Bi- cal 2007 (Quinta do Ortigão). “Bairrada por terras do Marquês”, iniciativa da Associação da Rota da Bairrada e do município de Pombal, reuniu num jantar eno-gastronómico no restaurante Manjar do Marquês, no dia 7 de Março, perto de duas centenas de amantes da comida e vinho locais. O evento pretendeu divulgar a cultura e os produtos típicos da região, aliando-os aos vinhos e espumantes de dez produtores associados à Rota da Bairrada. REPORTAGEM PATRICK NEVES Numa breve conversa sobre vinho realizada antes do jantar, o presidente da câmara mu- nicipal do Pombal, Narciso Mota, lembrou o “contributo dos diferentes municípios da região na promoção da Rota da Bairrada”, que ambiciona “estar na linha da frente da oferta enoturística em Portugal”. Agradeceu a cooperação, entre outras entidades, das as- sociações industriais e comerciais locais que “são fundamentais no combate à crise e no reforço da identidade nacional, nomeada- mente através da divulgação dos nossos cos- tumes, cultura e raízes”. Jorge Sampaio, vereador da autarquia de Anadia e membro da direcção da Associação da Rota da Bairrada, existente há 2 anos, jus- tificou a realização do evento como fazendo parte do plano de acções para 2009. “O ano de 2008 foi dedicado a dar a conhecer a região às pessoas da Bairrada, enquanto

Upload: dodat

Post on 05-Mar-2018

223 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

06 MAR./ABR. NECTAR

Reportagens

“Bairrada por terras do Marquês”

GASTRONOMIA E VINHO EM POMBALPARA DEFENDER A CULTURA, os produtos típi-cos e os néctares da região, estiveram presen-tes no evento membros de entidades públicase privadas locais, autarcas, representantes daConfraria de Enófilos da Bairrada e amantesda gastronomia e do vinho. Reunidos no salãode festas, tiveram a oportunidade de degustar,antes do jantar, alguns produtos típicos da re-gião, nomeadamente broa de milho, mel, quei-jos, puntillitas, pastéis de bacalhau e enchidos,com especial destaque para a morcela de arroz.A acompanhar, uma selecção de vinhos bran-cos Bairrada de oito produtores: Angelus Bran-co 2007 (Aliança), Blaudus 2007 (Artwine), En-tre II Santos 2008 (Campolargo), Primavera Bair-rada 2008 (Caves Primavera), Prestígio Bi-cal+Maria Gomes 2007 (Caves São Domin-gos), Bical 2008 (Quinta do Encontro), MariaGomes 2007 (Luís Pato) e Sauvignon Blanc/Bi-cal 2007 (Quinta do Ortigão).

“Bairrada por terras do

Marquês”,iniciativa da

Associação da Rotada Bairrada e do

município dePombal, reuniu

num jantar eno-gastronómico

no restauranteManjar do Marquês,

no dia 7 de Março,perto de duas

centenas deamantes da comida

e vinho locais. O evento pretendeudivulgar a cultura eos produtos típicos

da região, aliando-os aos

vinhos eespumantes de dez

produtoresassociados à Rota

da Bairrada.

R E P O R T A G E MP A T R I C K N E V E S

Numa breve conversa sobre vinho realizadaantes do jantar, o presidente da câmara mu-nicipal do Pombal, Narciso Mota, lembrou o“contributo dos diferentes municípios daregião na promoção da Rota da Bairrada”,que ambiciona “estar na linha da frente daoferta enoturística em Portugal”. Agradeceua cooperação, entre outras entidades, das as-sociações industriais e comerciais locais que“são fundamentais no combate à crise e noreforço da identidade nacional, nomeada-mente através da divulgação dos nossos cos-tumes, cultura e raízes”.

Jorge Sampaio, vereador da autarquia deAnadia e membro da direcção da Associaçãoda Rota da Bairrada, existente há 2 anos, jus-tificou a realização do evento como fazendoparte do plano de acções para 2009. “O anode 2008 foi dedicado a dar a conhecer aregião às pessoas da Bairrada, enquanto

Page 2: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

nome • Reportagem

NECTAR MAR./ABR. 07

que em 2009 pretende-se percorrer Por-tugal, levando a Bairrada a todos os pontosdo país, inclusivamente às praias, casinos eprincipais hotéis das capitais de distrito”.

As relações entre o Marquês de Pombal e a Bairrada

Fernando Castro, representante da Con-fraria dos Enófilos da Bairrada, recordou os 30anos de existência da Rota da Bairrada, apesarda tradição vitivinícola na região ser “secular”e das “relações do Marquês de Pombal coma Bairrada não terem sido as melhores”. Talcomo explicou Fernando Castro “no séculoXVIII, com a assinatura do Tratado deMethuen com a Inglaterra, o Marquês dePombal ordenou o arranque das vinhas daregião com o objectivo de preservar a quali-dade da produção no Douro”. Porém, na opi-nião do confrade, “se fosse hoje, o Marquêsnão tomaria esta atitude, dada a qualidadedos actuais vinhos da Bairrada, que possuemcaracterísticas completamente diferentesdas de então”.

Ementa típica do PombalRojões com Migas de Nabiças e Morcela de

Arroz acompanhados de Arroz de feijão e to-mate, constituíram o prato principal, apresen-tado com os vinhos tintos Angelus 2005(Aliança), Quinta de Baixo 2004 (Artwine), OsCorvos da Vinha da Costa 2006 (Campolar-go), Casa do Canto Bairrada 1999 (Casa doCanto), Primavera Special Selection 2005(Caves Primavera), Bairrada São DomingosReserva 2006 (Caves São Domingos), Merlot--Baga 2006 (Quinta do Encontro), Luís PatoBaga 2005 (Luís Pato) e Baga/Touriga Nacional2007 (Quinta do Ortigão).

Seguiram-se as queijadas e o Leite cremequeimado, servido com a selecção de espu-mantes brutos Aliança Reserva Bairrada 2006,Blaudus 2006, Campolargo 2006, PrimaveraBaga, São Domingos Elpídio, Baga 2007 deLuís Pato, Quinta do Encontro 2006 e Ortigão2006.

Para fechar, ao som da música tradicionaldos Trovadores do Valdar, foram disponibiliza-dos digestivos e aguardente velha CondeD'Águeda, Velhíssima e Aliança Velha. •

Em 2009 pretende-se percorrerPortugal, levando a Bairrada a todos os pontos do país, inclusivamente às praias, casinos e principais hotéis das capitais de distrito.

Jorge Sampaio dirige-se aos presentes enaltecendo as qualidades da Bairrada

Page 3: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

08 MAR./ABR. NECTAR

Reportagem • nome

A PENÚLTIMA SESSÃO DAS CONVERSAS à voltado vinho debruçou-se, tal como é hábito, naharmonização do vinho com a comida. VirgílioLoureiro escolheu o tema dos princípios bási-cos de harmonia entre queijos e vinhos, apre-sentando regras e factores em jogo nestacombinação. Classificou os tipos de queijo exis-tente no mundo segundo a sua forma, textu-ra e sabor e, para o discutir e comprovar, su-geriu a uma plateia de cerca de cem convida-dos a degustação de quatro vinhos portugue-ses e cinco queijos, preparados pelos chefs

Tertúlias do Paço - Conversas à volta do vinho

REGRAS PARA HARMONIZAR QUEIJOS E VINHOS

O ditado português“pão com olhos,queijo sem olhos

e vinho de arregalaros olhos”

guiou a sessão das Tertúlias do Paço -Conversas à volta

do vinho, realizadano dia 15 de Março,

no Pátio da Galé,em Lisboa. VirgílioLoureiro, professor

do InstitutoSuperior

de Agronomia, foi convidado paraapresentar, discutir

e comprovar asregras de harmonia

do vinho comqueijos.

R E P O R T A G E MP A T R I C K N E V E S

Cláudio e Vasco Lello, do Hotel Pestana Pala-ce, que no fim ensinaram como bem cortar eapresentá-los.

“A harmonia é a conciliação dos contrários”

Virgílio Loureiro começou por dizer que “amáxima queijo sem olhos é válida apenasaté aos Pirenéus, uma vez que existem lo-cais, por exemplo em França, onde o queijocom olhos, gerados pelo gás de microrganis-mos no leite cru, não é defeito mas feitio”.

Page 4: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

Tertú l ias do Paço • Reportagem

NECTAR MAR./ABR. 09

Depois, lembrando Jean Cocteau, salientouque “a harmonia é a conciliação dos con-trários e nunca o esmagar das diferenças”,pelo que harmonizar vinho com queijo atinge-se com sensações complementares, ou atravésde contrastes. Nesta combinação, apresentouos factores em jogo existentes - peso, acidez eaçúcar (do vinho e da comida), sal (da comida)e taninos (do vinho) - dando depois a provaralguns queijos para perceber as diferenças.

Tipos de queijo e combinação com vinhoSegundo Virgílio Loureiro a acidez do vinho

tem de ser superior à do queijo, senão corre-seo risco do vinho parecer doce ou se tornarchato (sem acidez). Assim, para queijos comoo chèvre ou o quark, o ideal será acompanharcom vinho verde. Quanto ao sal, quase inexis-tente nos vinhos, referiu servir para enalteceros sabores, pelo que um queijo salgado nãodeverá ser acompanhado por um vinho muitosaboroso senão torna-se amargo. E porquenão existem queijos que incluam açúcar na suacomposição, quando a comida é doce o vinhoainda o deverá ser mais.

Diferenciando os queijos leves e menos sa-borosos (como o fresco, o mozarella e o fun-dido) dos mais pesados e de sabor intenso (como

A acidez do vinho tem de ser superior à do queijo, senão corre-se o risco do vinho parecer doceou se tornar chato (sem acidez).>

Claúdio e Vasco Lello mostraram

que muitos queijos devem ser partidos à mão,

sem recorrer a faca

Page 5: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

10 MAR./ABR. NECTAR

os azuis e curados, como por exemplo o par-mesão), Virgílio Loureiro explicou também aimportância do peso e da gordura nesta re-lação. Classificou ainda os queijos consoanteo tipo de crosta e pasta - que pode ser fresca(petit suisse e queijo fresco), mole (camem-bert, roquefort, chèvre e queijo de castelobranco), prensada (flamengo e cheddar) oudura (parmesão, emmental, queijos de SãoJorge e queijo da Serra), podendo ainda pos-suir bolores na crosta (como o camembert, obrie e o chèvre), bolores na pasta (como o ro-quefort, o gorgonzolla e stilton) ou ser de

crosta lavada (como os de castelo branco,Serpa ou da serra).

Referindo-se ao momento do consumo eclassificando os vinhos em fortificados, efer-vescentes e tranquilos, Virgílio Loureiro apon-tou as opções adequadas de acompanhamen-to ao queijo, consoante seja à refeição (comoaperitivo e sobremesa) ou como petisco, emtapas.

Para tal, e porque se deve começar as re-feições a partir do sabor mais ácido, serviu chè-vre sobre tostas com o Quinta do Ermízio Ver-de DOC 2007, sugerindo-o com pêra rocha la-minada caso seja servido sem vinho. Segui-ram-se o queijo de castelo branco, aconselha-do com meia banana grelhada, o queijo deSão Jorge, que sem vinho deve ser provido demaçã reineta mas foi apresentado com o Mor-gado Santa Catherina Reserva 2007, o queijoflamengo (sugerido com ervas aromáticaspara compensar a ligeireza do sabor) e o ro-quefort, um dos melhores queijos do mundo,considerado uma força da natureza, que foirefrescado com talos de aipo mas instigado aacompanhar com Porto Vintage ou, no dia-a--dia, com LBV. Caso se opte por apresentaruma tábua de queijos, a solução passa por umchampanhe, ou em alternativa, um espuman-te bruto. •

>

Page 6: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

12 MAR./ABR. NECTAR

Reportagem • Confrar ia Gast ronómica do Mar

A CONFRARIA GASTRONÓMICA DO MAR reuniu-sena Casa de Sam Thiago, em Matosinhos, parao seu tradicional jantar de lampreia. O evento,que reuniu perto de 150 convivas, segue umajá longa vocação no propósito desta confrariamatosinhense e que passa, segundo João Mon-teiro, Mestre Timoneiro da mesma, por “pre-servar os valores gastronómicos de Mato-sinhos”, não apenas nos produtos do mar, co-

Confraria Gastronómica do Mar

MATOSINHOS COM JANTAR DE LAMPREIAConcelho ligado ao mar, Matosinhos conta com o maior número de restaurantes do país. Um peso sócio-económicovital, cuja divulgação a Confraria Gastronómica do Mar quer incentivar. Nada melhor que um jantar de lampreia para ofazer, sobretudo se acompanhado dos vinhos verdes de Felgueiras.R E P O R T A G E M M A R C B A R R O S

mo o peixe e os mariscos, mas também “naprópria cultura e experiência da restauraçãolocal”, onde se conta, naturalmente, a lam-preia.

Aquele responsável não se esqueceu de su-blinhar o peso significativo que a restauraçãode Matosinhos possui “a nível nacional, querpela sua qualidade, quer pelo número derestaurantes que reúne”, o qual é mesmo o

O Mestre Timoneiro da Confraria, João Monteiro, referiu o objectivo de divulgação da restauração de Matosinhos

Page 7: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

NECTAR MAR./ABR. 13

maior do país. Daqui ressalta a sua importân-cia em termos económicos e sociais.

Desta forma, a missão da Confraria Gastro-nómica do Mar visa a “difusão de uma ima-gem de marca do concelho e da sua econo-mia tradicionalmente ligada ao mar”. Nessesentido, a lampreia, mesmo sendo um animalde rio (apesar de existirem espécies marinhasque se reproduzem em água doce), tem umlugar especial no âmbito desta confraria, ondesurge “porque é muito bem confeccionadanos restaurantes de Matosinhos”, resumiuJoão Monteiro.

E que nós atestamos como verdadeiro, da-da a ocasião de provar novamente a magní-fica lampreia à bordalesa preparada por Ma-nuel Pinheiro, do restaurante matosinhenseGaveto, onde a calda onde é guisada resultado seu próprio sangue com vinho verde tintoda casta Vinhão. Este, aliás, é um homemconhecido por promover e divulgar a culturagastronómica, não só local, mas também detoda a região - quem provar Tripas à Modado Porto, saídas destas mãos, não se esqueceda experiência... •

A VOCAÇÃOGASTRONÓMICA DO VINHO VERDENo que toca aos vinhos, e como esta confraria égeminada com a Confrariados Vinhos de Felgueiras,não podiam faltar osverdes daquela região, de grande aptidãogastronómica para estetipo de pratos. Referimo-nosao Quinta da Lixa Branco2008, que resulta do lotedas castas Trajadura eLoureiro, ou o Quinta da Lixa Tinto 2008 Vinhão,este que emparceira naperfeição com este tipo de pratos. João Monteiro sublinhouainda que a sua confrariaconta com cerca de 200membros. Os seus jantaresmensais reúnem perto de150 convivas, o que “criaproblemas logísticos naescolha dos espaços”.Desta feita, o local deconvívio teve lugar na Casade Sam Thiago, localizadaem Custóias. •

Preservar os valoresgastronómicos de Matosinhos,

não apenas nos produtos do mar, como o peixe e os mariscos,

mas também na própria cultura e experiência da restauração local,

onde se conta, naturalmente, a lampreia.

A lampreia foi a estrela da noiteA calda bordalesa onde a lampreia é guisada, com sangue e Vinhão;Manuel Pinheiro, do restaurante matosinhenseGaveto, é um especialista na matéria...

O presidente da CM Matosinhos,Guilherme Pinto, e Fátima Felgueiras, em representação da Confraria dos Vinhos deFelgueiras, ficaram a saber alguns segredos(nem todos...) sobre aconfecção desta iguaria

Confrar ia Gast ronómica do Mar • Reportagem

Page 8: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

14 MAR./ABR. NECTAR

Reportagem • CVR Dão na Moda L i sboa

A PRESENÇA DA CVR DÃO na Moda Lisboa in-sere-se na fase final de celebração do cen-tenário da região demarcada dos vinhos doDão, reflectindo a nova estratégia de marke-ting e comunicação da CVR que mudou a ima-

CVR Dão na Moda Lisboa Estoril

COCKTAILS À BASE DE VINHOSob o lema “elegante maturidade”, a Comissão Vitivinícola Regional do Dão foi um dos patrocinadores da ModaLisboa Estoril, na cidadela de Cascais, apresentando no espaço VIP Lounge um wine bar dedicado aos seus vinhos. A iniciativa insere-se na nova estratégia de marketing e comunicação da CVR que define como público-alvo a faixaetária dos 25 aos 35 anos e aposta na realização de acções de forte cariz mediático.

R E P O R T A G E M P A T R I C K N E V E S

gem institucional, o site na internet e definiuum novo público-alvo, apostando na realiza-ção de acções de forte cariz mediático. Tal co-mo em Outubro durante a apresentação dascolecções Primavera/Verão, a presença deu-seatravés da abertura de um wine bar na zonaVIP Lounge, que teve como principal atracçãococktails feitos à base de vinho, por barmansconvidados, que utilizaram para o efeitonéctares oriundos das castas típicas da regiãoEncruzado e Touriga Nacional.

Cocktail feito à base de vinho No segundo dia do evento, a Nectar teve

oportunidade de junto de um dos barmans deserviço perceber como se faz um cocktail à >

A CVR Dão, vestida de cor carmim, registou no Heartcore mais de 7000 provas entre brancos, tintos e cocktails à base de Nelus

Lidija Kolovrat usou e reciclou peles e vinis para elaborar

hábeis acessórios

Page 9: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

CVR Dão na Moda L i sboa • Reportagem

NECTAR MAR./ABR. 15

Page 10: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

16 MAR./ABR. NECTAR

Reportagem • nome

base de vinho do Dão. Utilizando uma refe-rência da casta Encruzado, que é uma das re-comendadas na região, começa-se por mace-rar com um almofariz pedaços de ananás,uvas brancas e manjericão, soltando-se depoisde filtrados os aromas da fruta para dentro deum copo. Segue-se a adição do vinho, ao qualdepois de bem mexido se junta gelo picado,para refrescar, bem como mais 6 cl. de vinho.

Dão presente em congresso internacionale no Viseu Gourmet

Presente na iniciativa, o presidente da CVRDão, Valdemar Freitas, salientou que “esta es-

tratégia de marketing marca o início de umnovo ciclo do Dão, incluindo acções quevisam promover e dar mais notoriedade aosvinhos da região, junto de um público-alvojovem, urbano, cosmopolita e moderno, quese assume cada vez mais como consumidorou potencial consumidor”. Tal como revelou“os cocktails à base de vinho do Dão já ha-viam sido apresentados pela primeira veznum evento em Viseu mas foram trazidospara a Moda Lisboa visto tratar-se duma ini-ciativa onde estão jovens que frequentamos bares nocturnos e procuram cocktails ino-vadores. O objectivo final é aumentar o con-sumo de vinho e aproximá-lo das geraçõesmais novas”.

Quanto a acções futuras, Valdemar Freitasavançou a realização do Congresso Interna-cional dos Vinhos do Dão, entre os próximosdias 3,4 e 5 de Junho, bem como a acção Vi-seu Gourmet, com data ainda por definir en-tre os meses de Abril e Maio. •

Esta estratégia de mar-keting marca o início de um novo ciclo do Dão, incluindoacções que visam promover e darmais notoriedade aos vinhos daregião, junto de um público-alvojovem, urbano, cosmopolita e moderno, que se assume cada vezmais como consumidor ou potencialconsumidor.

>

O responsável pela autarquia de Cascais, António D'OreyCapucho, passou pelo wine bar no segundo dia de desfiles

Page 11: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

18 MAR./ABR. NECTAR

Reportagem • nome

SUSANNA TOCCA, austríaca casada com umportuguês, apaixonada por vinhos DOC nacio-nais e detentora dum enorme know how naárea do turismo, acumula com a direcção doclube DOC funções na empresa DOC DMC,que representa em Portugal a marca italianade máquinas dispensadoras de vinho Enoma-tic e promove eventos enoturísticos bem co-mo a distribuição na área da grande Lisboa depequenos produtores de quinta .

Para festejar o primeiro aniversário do clube,realizou-se no passado dia 12 de Março umcocktail animado pelo Casino do Vinho e al-guns vinhos DOC portugueses, seguido de um

Clube DOC festeja primeiro ano de vida

ELOGIO AOS PRODUTORES E SERVIÇO AOS CONSUMIDORES

É ainda um bebéde 1 ano mas podevir a crescer muito

o clube DOC,projecto

desenvolvido pelaaustríaca Susanna

Tocca no seio daempresa DOC DMC,

que escolheu oprimeiro andar do

restaurante Eleven,em Lisboa, paraabrir portas. Um

espaço que secoloca ao lado dos

produtores e àmercê dos

consumidores devinho e que

pretende ser umareferência napromoção de

serviços e eventosligados aos vinhosDOC portugueses.

R E P O R T A G E MP A T R I C K N E V E S S

Os convidados foram surpreendidos com um sorteio onde ganharam vinhos. A Nectar teve sorte e recebeu uma garrafa de vinho do Porto do Benfica!

Page 12: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

jantar da responsabilidade do chef JoachimKoerper que preparou, no Eleven, um menuharmonizado com os vinhos Quinta de Linha-res Espadeiro Rosé 2007 (DOC Vinho Verde),Sedinhas Reserva Branco 2007 (DOC Douro),Barão de Nelas Reserva Tinto 2004 (DOC Dão)e Porto DR LBV 2000.

Elogio à cultura e aos vinhos portugueses

Fazendo um elogio à cultura e aos vinhosportugueses, o clube DOC exprime a vontadede aproveitar o potencial enoturístico das dife-rentes regiões, promovendo o que de melhorse faz por cá a nível de vinhos. Em declaraçõesà Nectar, Susanna Tocca justificou a criação doclube na sequência da apresentação dasmáquinas Enomatic em diversas feiras ligadasao vinho, suscitando a curiosidade dos produ-tores, e devido à colaboração que mantémcom a sucursal portuguesa da Aims, que orga-niza eventos e congressos turísticos a nível in-ternacional.

Vivendo há cerca de 15 anos em Portugal eciente das jóias turísticas nacionais, o objecti-vo de Susanna Roca é “divulgar os principaisfocos de interesse existentes, nomeadamen-te as rotas vínicas, os monumentos ou oshotéis, principalmente para individuais mastambém para pequenos grupos”. “Inicial-mente começámos por vender alguns vi-nhos, desenvolvendo itinerários, e aprovei- >

Page 13: “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM · PDF file06 MAR./ABR. NECTAR Reportagens “Bairrada por terras do Marquês” GASTRONOMIA E VINHO EM POMBAL PARA DEFENDER

20 MAR./ABR. NECTAR

Reportagem • Clube DOC nome • Reportagem

tando as sinergias com outra empresa quedetenho ligada à restauração lisboeta”, con-ta. “Os produtores interessaram-se em fazerprovas e promover os seus vinhos na capitale assim nasceu o clube DOC, cujos programaspodem ser consultados em www.doc-dmc.com.Mensalmente, promovemos um jantar queé lançado na newsletter que os membros re-cebem, incentivamos provas em sítios espe-ciais para individuais ou grupos (de 6 ou 20pessoas), mas, o nosso target principal sãopessoas que pretendam passar um dia dife-rente, saboreando depois um jantar imagi-nativo, em 2/3 restaurantes que aconselha-mos e em 4/5 quintas que seleccionamos. Oprograma especial consiste em descobrir ca-da região vínica portuguesa individual-mente, percorrendo-a em viatura própria oualugada. Sintra-Colares, Terras do Sado, Alen-tejo e Douro são para já as rotas disponíveis,

sobretudo direccionadas a visitantes italia-nos, americanos, espanhóis e alemães”.

A tentação do vinho a copoNa festa de aniversário, para além de cana-

pés, vinhos DOC portugueses e casino do vi-nho (ideia que Susanna Tocca trouxe de Ma-drid), o Enomatic na sua versão Basic (Enoline4) chamou a atenção dos experimentadoresdo vinho a copo. Mantendo as característicase qualidades do vinho após abertura da gar-rafa, independentemente do passar do tem-po, a máquina permite provar 4 vinhos atravésda simples pressão de um botão, com ou semactivação do wine card. O enosystem permiteuma instalação feita à medida, podendo re-frigerar a uma ou duas temperaturas diferen-tes e permitindo controlo de qualidade, quan-tidade, limpeza fácil, software para espaçoscomerciais, entre outras vantagens. •

> Produtores e consumidores fundiram-se no cocktail,trocando impressões e discutindo pontos de vista

Alguns dos sócios jogaram o Casino do Vinho, incluindorepresentantes da hotelaria nacional