avaliaÇÃo da qualidade de vida dos clientes renais crÔnicos em tratamento hemodialitico

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO CURSO DE ENFERMAGEM MÔNICA BIANCHI SUSIN AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO CAÇADOR 2008

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Page 1: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

UNIVERSIDADE DO CONTESTADO CURSO DE ENFERMAGEM

MÔNICA BIANCHI SUSIN

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

CAÇADOR 2008

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2

MÔNICA BIANCHI SUSIN

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para a obtenção de titulo de Enfermeiro, da Universidade do Contestado – UnC Caçador, sob orientação da professora Marlise Bones

CAÇADOR 2008

Page 3: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

MÔNICA BIANCHI SUSIN

Este Trabalho de Conclusão de Curso, foi submetido ao processo de avaliação pela Banca Examinadora para a obtenção do Título de Enfermeiro

Bacharel em Enfermagem

E aprovada na sua versão final em _____________, atendendo às normas da legislação vigente da Universidade do Contestado e Coordenação do Curso de Enfermagem

_____________________________________________ Dayane Carla Borille

Coordenadora do curso de graduação em Enfermagem

BANCA EXAMINADORA:

_________________________

Presidente da Banca: Marlise Bones Especialista em Administração Hospitalar

_________________________

Membro da Banca: Dayane Carla Borille Mestre em Enfermagem

_________________________

Membro da Banca: Maria Aparecida Tavaxres Especialista em UTI

Page 4: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

4

DEDICATÓRIA

Lembram-se daquelas cartas que começavam,

dizendo: “Escrevo estas mal traçadas linhas”? Pois é,

escrevi e ofereço estas mal traçadas linhas contidas neste

trabalho, não a uma ou a poucas pessoas, mas a todas

aquelas que, mesmo por um simples gesto, contribuíram

para que eu chegasse até aqui, transformando meu sonho

em realidade. De forma particular, no entanto, não posso

deixar de dedicar a meus pais, ao meu namorado, aos

amigos e professores que estiveram ao meu lado nesta

conquista.

Page 5: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

5

AGRADECIMENTOS

A Deus primeiramente, por ter me dado a oportunidade de estar no mundo, e

por ele tornar possível a concretização deste momento;

Secretaria Municipal de Saúde e a Rede Hospitalar Santos Anjos- Hospital

Maicé e Jonas Ramos, por terem oportunizado campo de estagio, do qual

foram de fundamental importância para o meu aprendizado e conhecimento

adquirido;

Aos professores do curso de Enfermagem, que me ensinaram com prazer e

dedicação, parte do que sei, e o que é mais importante me ensinaram a

aprender sozinha.

A professora Marlise Bones que mesmo a distância não economizou esforços

para que este trabalho alcança-se seu objetivo;

A todos os clientes que colaboraram com boa vontade, sem os mesmos este

trabalho não poderia ter sido realizado;

A minha família e aos meus pais, que foram imprescindíveis na realização do

meu sonho, por tudo o que fizeram por mim, pelo incentivo, compreensão, por

terem acreditado no meu potencial ;

Ao meu namorado, por estar ao meu lado nos momentos em que mais precisei,

pela paciência, pela dedicação, e pelo apoio por tudo o que e faz por mim;

Aos meus amigos e colegas de classe que ao longo desta caminhada de 4

anos , compartilharam dos mesmos objetivos , e juntos estamos vencendo

mais uma etapa de nossas vidas, minha eterna gratidão.

Page 6: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

6

“Determinação, coragem e auto confiança são fatores

decisivos para o sucesso. Se estamos possuídos por uma

inabalável determinação conseguiremos superá-los.

Independentemente das circunstâncias, devemos ser

sempre humildes, recatados e despidos de orgulho.”

(Dalai Lama)

Page 7: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

7

RESUMO

Este é um estudo do tipo transversal descritivo, e com abordagem quantitativa e qualitativa. O principal objetivo desta pesquisa foi avaliar através do questionário WHOQOL - 100 e entrevista semi estruturada, a qualidade de vida dos clientes renais crônicos que residem no município de Caçador-SC e se locomovem até o município de Videira-SC para realizarem o tratamento Hemodialítico. Como específicos identificar o perfil sócio-demográfico; as atividades cotidianas que comprometem a qualidade de vida, como exercícios físicos, tarefas diárias. A coleta de dados foi realizada nos meses de setembro e outubro de 2008, participaram da pesquisa 86% ou 19 clientes, sendo 22 no total . Não há significância de diferença entre o perfil relacionado ao sexo, sendo 47% masculino e 53% feminino, o tempo médio de tratamento tem sua maior porcentagem com 43% de um a três anos .Pode-se considerar que a qualidade de vida é um termo amplo, onde seu significado abrange sentimentos positivos ou negativos, lazer, educação, condições de trabalho, portanto não tem o simples significados de presença ou ausência de saúde .Os clientes renais crônicos do município de Caçador tem sim, alterações na sua qualidade de vida, mas essas alterações estão muito ligadas a maneira que cada cliente vê sua vida e se empenha para realizar o tratamento. Palavras chaves: Qualidade de vida, Insuficiência Renal Crônica, Hemodiálise

Page 8: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

8

ABSTRACT

This is a king descriptive transversal study, and with quantitative and qualitative abordage. The principal objective from this research was access via the questionnaire WHOQOL-100 and from a interview semi-structured, the quality of live from the renal chronic patients of Caçador in haemodialitic treatment in Videira- SC. identify the profile socio-demographic the daily activities what they engage the quality of life such as physical exercise, dairy tasks. The collection of data was realized on the months of September and October, 2008 participate in this research 86% of client. There is no significance of differences among the profile related the sex being 47% masculine and 53% female, the medium time of treatment has your greater percentage with 43% from one to three years. Can consider that the quality life is an ample term, where yours significance include positive or negative feelings leisure, education, working conditions, consequently don’t have the simple significance of presence ar absence of health. The renal chronic patients of Caçador have, alterations in their quality of live, but those alteration is a good deal connected with way the each client see your life and engage to realize the treatment. Key Words: Quality of Life, Renal Chronic Insufficiency, Haemodialis.

Page 9: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

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LISTA DE ABREVIATURAS

ADH- Hormônios Antidiuréticos

CAPD- Diálise Peritonial Ambulatorial Continua

CCPD- Diálise Peritoneal Cíclica Continua

HD- Hemodiálise

IRA- Insuficiência Renal Aguda

IRC- Insuficiência Renal Crônica

QV- Qualidade de Vida

SUS- Sistema Único de Saúde

WHOQOL- World Health Organization Quality of Life

Page 10: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 e 02: Idade Masculina e Feminina .................................... 40

Figura 03: Perfil dos Sexos................................................................. 41

Figura 04: Estado Civíl........................................................................ 41

Figura 05: Escolaridade...................................................................... 42

Figura 06: 0cupação........................................................................... 43

Figura 07: Tempo de Tratamento....................................................... 43

Figura 08: Problemas Relacionados................................................... 44

Figura 09: Dor e Desconforto.............................................................. 54

Figura 10: Energia e Fadiga................................................................ 55

Figura 11: Sono e Repouso................................................................ 56

Figura 12: Sentimentos Positivos........................................................ 57

Figura 13: Pensar, Aprender, Memória E Concentração .................... 58

Figura 14: Auto- Estima ..................................................................... 59

Figura 15: Imagem Corporal E Aparência .......................................... 61

Figura 16: Sentimentos Negativos ..................................................... 62

Figura 17: Mobilidade ......................................................................... 63

Figura 18: Atividade Da Vida Cotidiana ............................................. 65

Figura 19: Dependência De Medicação Ou De Tratamentos ............. 66

Figura 20: Capacidade De Trabalho .................................................. 67

Figura 21: Relações Pessoais ........................................................... 69

Figura 22: Suporte (Apoio) Social ...................................................... 70

Figura 23: Atividade Sexual ............................................................... 71

Figura 24: Segurança Física E Proteção ........................................... 72

Figura 25: Ambiente No Lar ............................................................... 73

Figura 26: Recursos Financeiros ....................................................... 74

Figura 27: Cuidados De Saúde E Sociais .......................................... 75

Figura 28: Oportunidades de adquirir informações............................ 76

Figura 29: Participação Em, E Oportunidades ................................... 77

Figura 30: Ambiente Físico( Poluição/Ruído/Transito/Clima) ............. 78

Figura 31: Transporte ......................................................................... 79

Figura 32: Espiritualidade/ Religiosidade/ Crenças Pessoais ............ 81

Figura 33: Avaliação Global De Qualidade De Vida........................... 82

Page 11: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 16

2.1 SISTEMA URINÁRIO .............................................................................. 16

2.1.1 Anatomia Renal ................................................................................ 16

2.1.2 Fisiologia Renal ................................................................................ 18

2.1.2.1 A formação da urina .................................................................. 18

2.1.2.2 Excreção de produtos residuais ................................................. 19

2.1.2.3 Regulação da excreção de eletrólitos ........................................ 19

2.1.2.4 Regulação da excreção ácida ................................................... 19

2.1.2.5 Regulação da excreção de água ............................................... 20

2.1.2.6 Auto- regulação da pressão arterial ........................................... 20

2.1.2.7 Clearance renal ........................................................................ 21

2.1.2.8 Regulação da produção de Eritrócitos ....................................... 21

2.1.2.9 Síntese de Vitamina ................................................................... 21

2.1.2.10 Secreção de Prostaglandinas .................................................. 21

2.2 INSUFICIÊNCIA RENAL ......................................................................... 22

2.3 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) .................................................. 22

2.3.1 Manifestações Clínicas ................................................................... 23

2.3.2 Tratamento ....................................................................................... 23

2.4 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA ........................................................ 23

2.4.1 Fatores de Risco .............................................................................. 24

2.4.2 Incidência e Prevalência da IRC ...................................................... 24

2.4.3 Aspectos Estruturais ........................................................................ 24

2.4.4 Fisiopatologia ................................................................................... 24

2.4.5 Manifestações Clínicas .................................................................... 26

2.4.6 Complicações ................................................................................... 27

2.4.7 Tratamento ....................................................................................... 27

2. 5 DIÁLISE ................................................................................................. 28

2.5.1 Diálise Peritonial............................................................................... 29

2.5.2 Transplante Renal ............................................................................ 29

2.5.3 Hemodiálise ..................................................................................... 29

Page 12: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

12

2.5.3.1 Princípios básicos da hemodiálise ............................................. 30

2.5.3.2 Dialisador ................................................................................... 31

2.5.3.3 Vias de acesso á circulação do paciente ................................... 32

2.5.3.4 Intercorrências ........................................................................... 33

2.5.3.5 Complicações ............................................................................ 33

2.6 QUALIDADE DE VIDA ............................................................................ 33

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 37

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS .................................... 39

4.1 PERFIL DEMOGRAFICO ........................................................................ 39

4.2 ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA .................................................... 44

4.3.1 Domínio I – Domínio Físico .............................................................. 53

4.3.1.1 Faceta 1 : dor e desconforto ...................................................... 53

4.3.1.2 Faceta 2 : energia e fadiga ........................................................ 54

4.3.1.3 Faceta 3 : sono e repouso ......................................................... 55

4.3.2 Domínio II – Domínio Psicológico..................................................... 56

4.3.2.1 Faceta 4 : sentimentos positivos ............................................... 57

4.3.2.2 Faceta 5: pensar,aprender, memória e concentração ............... 58

4.3.2.3 Faceta 6 : auto-estima ............................................................... 58

4.3.2.4 Faceta 7: imagem corporal e aparência .................................... 60

4.3.2.5 Faceta 8 : sentimentos negativos .............................................. 61

4.3.3 Domínio III – Nível de Dependência ................................................. 62

4.3.3.1 Faceta 9 : mobilidade ................................................................ 62

4.3.3.2 Faceta 10: atividade da vida cotidiana ....................................... 63

4.3.3.3 Faceta 11:dependência de medicação ou de tratamentos ....... 65

4.3.3.4 Faceta 12: capacidade de trabalho ............................................ 66

4.3.4 Domínio IV - Relações sociais ......................................................... 67

4.3.4.1 Faceta 13: relações pessoais .................................................... 68

4.3.4.2 Faceta 14 : suporte( apoio) social .............................................. 69

4.3.4.3 Faceta 15: atividade sexual ....................................................... 70

4.3.5 Domínio V – Ambiente ..................................................................... 71

4.3.5.1 Faceta 16 : segurança física e proteção .................................... 72

4.3.5.2 Faceta 17: ambiente no lar ........................................................ 73

4.3.5.3 Faceta 18: recursos financeiros ................................................. 73

Page 13: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

13

4.3.5.4 Faceta 19: cuidados de saúde e sociais: ................................... 75

4.3.5.5 Faceta 20: oportunidade de adquirir novas ............................... 75

4.3.5.6 Faceta 21: participação em, e oportunidades ........................... 76

4.3.5.7 Faceta 22: ambiente físico (poluição/ruído/transito/clima) ......... 78

4.3.5.8 Faceta 23: transporte ................................................................. 79

4.3.6 Domínio VI - Aspectos espirituais/religião/crença pessoais ............. 79

4.3.6.1 Faceta 24: espiritualidade/religião/crenças pessoais ................. 80

4.3.7 Faceta geral: avaliação global de qualidade de vida. ....................... 81

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 83

REFERÊNCIAS................................................................................................

APÊNDICES......................................................................................................

ANEXOS..........................................................................................................

Page 14: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

14

1 INTRODUÇÃO

A qualidade de vida está ligada ao desenvolvimento humano, não

significando apenas que o indivíduo ou o grupo social tenha seu bem-estar

físico, psicológico, emocional e mental, mas que esteja bem consigo mesmo,

com a vida, com as pessoas que o cercam, como a família, amigos, emprego

ou outras circunstâncias da vida, para que se tenha qualidade de vida, deve-

se ter hábitos saudáveis, cuidar bem do corpo, ter tempo para lazer e vários

outras atividades que façam o indivíduo sentir-se bem, que tragam boas

conseqüências, como, usar o humor pra lidar com situações de stress, definir

objetivos de vida, sentir que tem controle sobre a própria vida. Mas muitos

aspectos influenciam a qualidade de vida, e estão ligados aos aspectos

biológicos, psicológicos e sociais. Um deste aspecto biológico está relacionado

ao doente renal crônico que sofre alterações da vida diária em virtude da

necessidade de realizar o tratamento, onde vive dependente da equipe de

saúde, da máquina e do suporte informal para ter o cuidado necessário

(MARTINS; CESARINO, 2005).

A Insuficiência renal crônica é uma deterioração progressiva e

irreversível da função renal, onde o organismo não consegue mais manter os

equilíbrios metabólicos e hidroeletrolíticos. As causas mais freqüentes incluem

a Diabetes Mellitos, hipertensão, glomerulonefrite crônica, pielonefrite,

obstrução do trata urinário, lesões hereditárias, distúrbios vasculares,

infecções, entre outras. Os pacientes permanecem quase que sem sintomas e

quando aparecem, apresenta hipertensão, insuficiência cardíaca, edema

pulmonar, prurido intenso, pericardite, além dos GI como anorexia, náuseas,

vômitos e soluços. Com a evolução do quadro a diálise ou o transplante renal

tornam-se necessários para a sobrevida do cliente (BRUNNER; SUDARTH,

2006).

Dentre os tratamentos para a insuficiência renal crônica o mais utilizado

é a hemodiálise que é um meio artificial de filtrar o sangue, realizando as

principais funções do rim. O processo é lento e deve ser realizado normalmente

três vezes por semana, durando em média 4 horas, onde o sangue do cliente

flui através de tubos feitos de membranas de diálise permeáveis, a medida que

o sangue flui, os resíduos se difundem do sangue a solução de diálise ou

Page 15: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

15

dialisado que circunda a membrana, os componentes que são fornecidos na

solução podem difundir-se do dialisado ao sangue. O dialisado deve ser

substituído regularmente para manter os gradientes de concentração

favoráveis entre a solução e o sangue. Após passar pelo tubo e remover as

impurezas, o sangue retorna para o corpo (TORTORA, 2001).

A insuficiência renal crônica é a última conseqüência de uma série de

doenças que comprometem os rins, provocando sua atrofia total e irreversível.

A hemodiálise é um tratamento que pode manter a vida por anos, após a perda

da função renal. Contudo, estes procedimentos podem criar sérios problemas

físicos, sociais e psicológicos podendo alterar a sua qualidade de vida então,

pergunta-se: Os pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico de

Caçador têm alterações na sua qualidade de vida?

A pesquisadora através deste estudo busca avaliar e analisar os dados

colhidos e pesquisados, para que se crie estratégias onde o enfermeiro e a

equipe de saúde ajudem a proporcionar melhorias constantes nos cuidados

aos pacientes renais crônicos, atentando para a qualidade de vida.

Tendo em vista que os pacientes renais crônicos deslocam-se até o

município vizinho (videira) para realizarem a hemodiálise, e que até o momento

nenhuma pesquisa deste gênero foi realizada no município de Caçador, fez

com que despertasse o interesse pelo assunto e com isso adquirir um maior

conhecimento do dia-a-dia dos pacientes renais crônicos que participam do

tratamento hemodialítico.

O objetivo geral deste trabalho é avaliar de forma qualitativa e

quantitativa a qualidade de vida dos pacientes renais crônicos de Caçador em

tratamento hemodialítico na cidade de Videira.

Dentre os objetivos específicos estão: Identificar o perfil sócio-

demográfico dos pacientes renais crônicos em tratamento hemodialìtico de

Caçador; Identificar as atividades cotidianas tais como: exercícios físicos,

tarefas domésticas, lazer, relacionadas a hemodiálise, que comprometem a

qualidade de vida; Elaborar folder educativo orientando quanto aos cuidados

relacionados a doença renal crônica, hemodiálise e qualidade de vida.

Page 16: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A homeostase é o estado relativamente constante do meio interno do

corpo. Para manter as substâncias como a água, sódio, potássio, cálcio,

cloreto, sulfato, hidrogênio devem permanecer constantes, assim como

concentrações de uma grande variedade de nutrientes e produtos celulares. Ao

metabolizar os nutrientes há um desarranjo no balanço do meio interno do

corpo entre o oxigênio e a glicose, produzindo impurezas tóxicas, os dióxido

de carbono e a uréia, esses nutrientes podem ser incorporadas ao meio interno

através da ingestão, e devem ser removidas pelo organismo através da

excreção. Deste modo a homeostase será mantida (SPENCE, 1991).

Segundo Tortora (2001) vários órgãos contribuem para a manutenção da

homeostase, eliminando os resíduos do corpo: a pele, os pulmões, o trato

gastrointestinal, e os rins.

2.1 SISTEMA URINÁRIO

O sistema urinário tem como principal função, auxiliar na homeostase,

controlando a composição e o volume do sangue, removendo e restaurando

quantidade de água e solutos (TORTORA, 2001).

Segundo Arone; Philippi (2005) o trato urinário normalmente é formado

por dois rins que produzem a urina, dois ureteres que transportam a urina para

a bexiga que armazena a urina temporariamente e uma uretra que transporta a

urina para o meio externo.

2.1.1 Anatomia Renal

Os rins são órgãos pares de cor castanhos- avermelhadas e estão

localizados na porção posterior do abdome e suas extremidades superiores

estão localizadas na altura dos arcos costais mais inferiores,10ª a 12ª costelas

torácicas. Devido a presença do fígado, o rim direito é ligeiramente inferior em

relação ao rim esquerdo. Os rins se movimentam para baixo e para cima de

acordo com a respiração da pessoa.

Page 17: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

17

Cada rim tem a forma de um grande grão de feijão e as seguintes

dimensões em um adulto, 10 a 12 cm de comprimento, 5 – 7,5 cm de largura,

2,5 cm de espessura, pesam de aproximadamente 120 - 180 gramas. Os rins

estão envolvidos por uma fina membrana, a chamada cápsula renal

(TORTORA, 2001).

O parênquima renal e a pelve renal são duas regiões distintas do rim. O

parênquima é dividido em córtex que contem os glomérulos os túbulos distais

e proximais e os ductos coletores corticais e seus capilares,e a medula que se

assemelha a pirâmides cônicas. As pirâmides tem sua base voltada a

superfície côncava do rim e o ápice para o hilo, ou pelve . as pirâmides tornam-

se cálices menores que drenam os cálices maiores que se abrem diretamente

para dentro da pelve renal (BRUNNER; SUDDARTH , 2006)

No hilo renal entram e saem estruturas como, a artéria renal, a veia

renal, o ureter, os nervos renais e os vasos linfáticos renais. O sangue chega

aos rins através das artérias renais. As artérias renais originam-se na artéria

aorta abdominal. Após circular pelos rins, o sangue retorna à veia cava

abdominal através das veias renais. Os rins recebem cerca de 1,2 litros de

sangue por minuto, ou seja, cerca de um quarto do sangue bombeado pelo

coração. Podemos dizer que os rins filtram todo o sangue de uma pessoa cerca

de 12 vezes por hora.

As unidades funcionais do rim são os néfrons que são capazes de

formar a urina, que consiste em um glomérulo contendo suas arteríolas

aferentes e eferentes, cápsula de Bowman, alça de Henle, túbulo distal e

ductos coletores. Os néfrons são divididos em corticais encontrados no córtex

do rim e os justamedulares adjacentes a medula (BRUNNER; SUDDARTH,

2006).

O glomérulo filtra grande quantidade de líquidos do sangue e é formado

por uma rede de capilares que se ramificam e se anastomosam, comparada a

outras redes capilares, apresenta elevada pressão hidrostática cerca de 60

mmHg. O liquido filtrado dos capilares glomerulares fui para o interior da

cápsula de Bowman e depois para o túbulo proximal, em seguida o liquido flui

para a alça de Henle. A mácula densa é um seguimento da alça de Henle que

desempenha importante papel no controle da função dos néfrons. Depois da

Page 18: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

18

mácula densa o liquido penetra no túbulo distal, seguem o túbulo conector e

túbulo coletor cortical, que leva ao ducto cortical que se agrupam e constituem

o ducto coletor medular que deságuam na pelve renal (GUYTON; HALL,1998).

2.1.2 Fisiologia Renal

Segundo Brunner; Suddarth (2006, p. 1039) fala sobre as principais

Funções do Rim:

Formação da urina;

Excreção de produtos residuais;

Regulação de eletrólitos;

Regulação do equilíbrio ácido- básico;

Controle do equilíbrio hídrico;

Controle pressão arterial;

Clearance renal;

Regulação da produção de eritrócitos;

Síntese de vitamina D na forma ativa;

Secreção de prostaglandinas.

2.1.2.1 A formação da urina

Segundo Brunner; Suddarth (2006) a urina é formada nos néfrons

através de três etapas: filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção

tubular. As substâncias filtradas pelos glomérulos, reabsorvidas pelos túbulos e

excretada na urina incluem, sódio, cloreto, bicarbonato, potássio, glicose,

uréia, creatinina e àcido úrico sendo que algumas destas substâncias são

reabsorvidas para dentro do sangue.

A filtração glomerular ocorre na medida em que o sangue flui para dentro

do glomérulo oriundo de uma arteríola aferente, o liquido filtrado entra então

nos túbulos renais. em condições normais 20% do sangue que passa através

dos glomérulos é filtrado para dentro dos néfrons, o filtrado constituem em

água , eletrólitos e pequenas moléculas. A filtração eficiente depende do fluxo

sanguíneo adequado para manter uma pressão consistente através do

glomérulo (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

A segunda e terceira etapa da formação da urina são chamadas de

reabsorção tubular e secreção tubular. Dos 180 L de filtrado que os rins

Page 19: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

19

produzem diariamente, 99% são reabsorvidos para dentro da corrente

sanguínea , resultando em 1.000 a 1.500 ml de urina por dia (BRUNNER;

SUDDARTH, 2006).

Com o resultado da filtração, reabsorção e secreção, os túbulos renais

mantêm a composição, volume e pH do plasma sanguíneo em limites estreitos,

através dos efeitos no plasma, os túbulos renais também regulam a

composição, volume e pH dos líquidos teciduais (SPENCE, 1991).

2.1.2.2 Excreção de produtos residuais

Como o principal órgão do corpo o rim funciona eliminando os produtos

metabólicos residuais do corpo, principalmente a uréia da qual 25 a 30g são

produzidos e excretados diariamente, ainda a creatinina, fosfatos e sulfatos,

todos devem ser excretados através da urina do contrario se acumulara nos

tecidos (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

2.1.2.3 Regulação da excreção de eletrólitos

O volume de eletrólito excretado por dia é igual ao ingerido. Mais de

99% da água e sódio são filtrados nos glomérulos e reabsorvidos no sangue

quando a urina deixa o corpo. A regulação do volume de sódio excretado

depende de um hormônio sintetizado e liberado pelo córtex, a Aldosterona. O

potássio é o íon intracelular mais abundante com 98% localizado a nível

intracelular. Os rins para manter o equilíbrio normal do potássio são

responsáveis por excretar mais de 90% da ingesta diária (BRUNNER;

SUDDARTH, 2006).

2.1.2.4 Regulação da excreção ácida

O catabolismo das proteínas resulta na produção de compostos ácidos,

em especial os ácidos sulfúricos e fosfóricos. Diferente do dióxido de carbono,

os ácidos sulfúricos e fosfóricos não são voláteis e não podem ser eliminados

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20

pelos pulmões, e como o acumulo desses ácidos no sangue diminuiria o seu

pH tornando o sangue mais acido e inibiria a função celular, eles são

excretados pela urina. O rim excreta até seu pH urinário alcançar 4,5

(BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

2.1.2.5 Regulação da excreção de água

Com a ingesta hídrica é elevada é excretado grande volume de urina

diluída, de modo contrário quando a uma baixa ingesta hídrica, é excretado um

pequeno volume de urina mais concentrada, o nível da hormônio antidiuréticos

(ADH) ou vasopressina determina a excreção renal de urina concentra ou

diluída (GUYTON; HALL, 1998).

Quando o excesso de soluto é concentrado nos líquidos corporais acima

do normal, a hipófise posterior secreta mais ADH, que aumenta a

permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores á água, permitindo a

reabsorção de grandes quantidades de água e diminui o volume da urina.

Quando surge excesso de água no corpo, e a osmolaridade no líquido

extracelular encontra-se reduzida, a secreção de ADH pela hipófise diminui,

resultando na grande quantidade de urina diluída (GUYTON; HALL, 1998).

2.1.2.6 Auto- regulação da pressão arterial

Os vasos retos monitoram a pressão arterial quando o sangue começa

sua passagem pelo rim, esses quando detecta uma diminuição na pressão

arterial, as células justaglomerulares próximas a arteríola aferente, túbulo distal

e arteríola eferente secretam o hormônio renina. A renina converte o

angiotensinogênio em angiotensina I, que converte em angiotensina II, o mais

poderoso vasoconstritor conhecido (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

Page 21: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

21

2.1.2.7 Clearance renal

Clearance renal é a capacidade dos rins para depurar solutos a partir do

plasma e depende de vários fatores, da rapidez com que a substância é filtrada

através do glomérulo, da quantidade de substância que é reabsorvida nos

túbulos e da quantidade secretada. O clearance de creatinina é uma excelente

medida da função renal, a medida que diminui a função renal, diminui o

também o clearance da creatinina (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

2.1.2.8 Regulação da produção de Eritrócitos

Quando diminui a pressão de oxigênio no fluxo do sanguíneo renal, eles

liberam eritropoietina, esta estimula a medula óssea a produzir eritrócitos,

aumentando a quantidade disponível de hemoglobina para o transporte

oxigênio (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

2.1.2.9 Síntese de Vitamina

Os rins são responsáveis pela conversão final da vitamina D inativa em

sua forma ativa, ela é necessária para manter o equilíbrio normal de cálcio no

organismo (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

2.1.2.10 Secreção de Prostaglandinas

As prostaglandinas e a prostaciclina,, apresentam um efeito

vasodilatador e são importantes na manutenção do fluxo sanguíneo renal

(BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

Page 22: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

22

2.2 INSUFICIÊNCIA RENAL

Brunner; Suddarth (2006) descreve a insuficiência renal como uma

doença sistêmica, sendo uma via comum de muitas doenças renais . Ela

acontece quando os rins não conseguem realizar as funções reguladoras e

remover os resíduos metabólicos do corpo. Em conseqüência da excreção

renal prejudicada as substancias eliminadas na urina acumulam nos líquidos

corporais levando a uma ruptura das funções endócrinas e metabólicas, bem

como distúrbios acido básicos, eletrolíticos e hídricos.

Segundo Tortora (2001) Insuficiência renal é uma diminuição ou

cessação da filtração glomerular. Existe a insuficiência renal aguda onde os

rins cessam abruptamente de funcionar, totalmente ou em partes, e a

insuficiência renal crônica onde ocorre o declínio progressivo e freqüentemente

irreversível da filtração glomerular.

2.3 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA)

A insuficiência renal aguda caracteriza-se cessação súbita das funções

homeostática renais por seu desenvolvimento abrupto, curso auto limitado, por

ser geralmente reversível (BEVILACQUA, et al. 1998).

Segundo Brunner; Suddarth (2006) três categorias causam a IRA, a pré-

renal, a intra-renal e a pós-renal.

A condição pré-renal acontece quando o fluxo sanguíneo está

prejudicado levando é hipoperfusão do rim. Os achados mais comuns são os

estados de depleção do volume, o desempenho cárdico prejudicado e

vasodilatação.

As causas da IRA intra-renal são resultados de lesões parenquimatosas

para os túbulos renais ou glomérulos Infecções, queimaduras, lesões por

esmagamentos, agentes nefrotóxicos levam á necrose tubular aguda e á

cessação da função renal. Medicamentos antiinflamatórios não esteróides

podem pré dispor o cliente esses medicamentos interferem no mecanismo

auto-regulador normais do rim e mais tarde podem causar hipoperfusão e

isquemia.

Page 23: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

23

A IRA pós-renais são resultados de obstruções em algum ponto distal ao

rim.

2.3.1 Manifestações Clínicas

Náuseas, vômitos, diarréia, podem ser apresentadas frequentemente

pelo cliente fazendo-o parecer criticamente doente e letárgico.devido a

desidratação a pele e a mucosa ficam secas, o hálito pode ter odor de urina. Ao

atingir o sistema nervoso central apresenta sonolência, cefaléia, contratura

muscular e convolações (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

2.3.2 Tratamento

O rim possui uma significativa capacidade de recuperar-se da agressão.

Os objetivos do tratamento são restaurar o equilíbrio químico normal e prevenir

complicações, de forma que possa ocorrer o reparo do tecido renal e o

restabelecimento da função renal. Qualquer possível causa deve ser

identificada, tratada e eliminada.

2.4 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA

Segundo Brunner; Suddarth (2006) Insuficiência renal crônica (IRC) é a

perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais. Diversas são as

doenças que levam à insuficiência renal crônica, as três mais comuns são, a

hipertensão arterial, a diabetes e a glomerulonefrite, outras causas são: rins

policísticos, a pielonefrite, doenças congênitas, obstrução do trato urinário,

medicamentos, agentes tóxicos.

A IRC é definida como o estado de deterioração permanente de néfrons

funcionantes, sendo a via final de uma variedade de afecções renais e se

constitui em importante causa de morbi-mortalidade (BEVILACQUA, et.al,

1998).

Page 24: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

24

2.4.1 Fatores de Risco

Os fatores de risco foram estudados mais intensivamente a partir da

década de 1980, apontando os principais fatores de risco entre eles a

glomerulonefrite, hipertensão, diabetes mellitus, obesidade, síndrome nefrótica,

alta ingestão de proteínas, fumo, síndrome metabólica e fatores genéticos.

(RODRIGUES, 2005)

2.4.2 Incidência e Prevalência da IRC

O artigo de Rodrigues (2005) diz que a no mundo cerca de 1 milhão e

200 mil pessoas sob tratamento dialítico. No Brasil eram aproximadamente

54.500 pacientes dos quais 48.874 em hemodiálise e 5.649 em diálise

peritonial.a incidência vem crescendo á media de 10%, sendo 100% casos

novos por milhões de habitantes/ano. O Sistema único de Saúde é responsável

por 94% do tratamento dialítico.

2.4.3 Aspectos Estruturais

Em geral o rim diminui de volume, principalmente á custa de uma

diminuição da camada cortical. A diminuição do numero de glomérulos e

túbulos e uma área de extensão intersticial são observados na microscopia

óptica. Os néfrons ainda funcionantes tem grande diversidade de aspectos

estruturais. Os glomérulos de aparência normal podem possuir túbulos

atróficos. Um mesmo túbulo pode apresentar desenvolvimento focal, ocorrendo

uma atrofia em um seguimento e hipertrofia em outro (BEVILACQUA, et.al,

1998).

2.4.4 Fisiopatologia

Segundo Arone; Philippi (2005) na IRC ocorre uma lesão nos néfrons, e

quanto mais néfrons tiverem lesados maior a sobrecarga dos néfrons intactos e

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a carga de escórias acumuladas de sangue. O nível de uréia no sangue sobe

rapidamente e com isso há uma maior dificuldade em eliminar a quantidade de

água e sal ingerida diariamente, fazendo que aumente a pressão arterial, a fim

de forçar a filtração, e se não houver resultado o edema e a anasarca podem

aparecer.

Apesar das lesões estruturais, os néfrons dos rins doente continua

sendo capaz de regular a homeostase de uma maneira organizada, isso ocorre

porque os néfrons sobreviventes aumentam sua capacidade de filtração

glomerular e o transporte tubular, minimizando os efeitos das desnutrições

renal sobre o funcionamento do organismo.

Quando ocorre uma redução crítica no número dos néfrons

funcionantes, é que os poucos néfrons remanescente, mesmo

hiperfuncionantes, não conseguem mais sustentar a função renal e o paciente

desenvolve a síndrome da uremia. A síndrome da uremia é o resultado da

complexa alteração bioquímica do meio interno do rim, devido á falência

combinada das funções, endócrinas, metabólicas e excretoras do mesmo

(BEVILACQUA, et.al, 1998).

Segundo Brunner; Suddarth (2006) existem três estágios da IRC.

Reserva renal diminuída, o paciente não apresenta sintomas porque os

néfrons remanescentes realizam as funções normais do rim, ocorre perda de

40 a 75% da função do néfrons;

Insuficiência renal , o rim perde capacidade de concentrar urina e a

anemia se desenvolve, ocorre com perda de 75 a 90% da função do néfron.

Doença renal em estagio terminal ocorre quando menos de 10% dos

néfrons esta funcionando, agravando as funções excretoras, reguladoras e

hormonais do corpo, sendo indicada a diálise neste estágio

Já Bevilacqua et.al,(1998), além da reserva renal diminuída, e doença

renal terminal ele acrescenta que a insuficiência renal pode ser leve,

moderada e grave.

Insuficiência renal leve, o cliente é assintomático, mas apresenta

diminuição de 50% da massa renal, a filtração glomerular é capaz de

comprovar o déficit funcional;

Page 26: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

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Insuficiência renal moderada, o cliente já apresenta alterações de

diversos parâmetros da função renal, nesta etapa as diversas adaptações

funcionais da IRC estão atuando para manter a homeostase do organismo.

Insuficiência renal grave, o cliente começa apresentar as manifestações

da síndrome urêmica e a filtração glomerular situa-se entre 10 a 20ml/min.

Qualquer fator instabilizador pode levar ao desequilíbrio e resultar na síndrome

urêmica.

2.4.5 Manifestações Clínicas

Como quase todo organismo é afetado pela uremia da IRC, os pacientes

apresentam inúmeros sinais e sintomas, e sua gravidades dependem do grau

de comprometimento renal.

Sinais e sintomas segundo Brunner; Suddarth (2006, p. 1404),

Neurológicos: fraqueza, fadiga, confusão, capacidade de se concentrar, desorientação, tremores, convulsões, asterixe, inquietação das pernas; queimação nas solas dos pés, alterações de comportamento. Tegumentares: coloração cutânea cinza-acobreado, pele seca e descamativa, prurido, equimose, púrpura, unhas finas e quebradiças, cabelos finos e ásperos; Cardiovasculares: hipertensão, edema depressível, edema periorbitário, átrio pericárdico, veias cervicais ingurgitadas, pericardite, derrame pericárdico, tamponamento pericárdico, hipercalemia, hiperlipidemia; Pulmonares: estertores, escarro espesso e viscoso, reflexo da tosse deprimido,dor pleurítica, falta de ar, taquipnéia, respirações do tipo Kussmaul,pneumonia urêmica,pulmão urêmico. Gastrintestinais: hálito de amônia, sabor metálico, ulcerações e sangramento bucais, anorexia, náuseas, vômitos, soluços, constipação ou diarréia, sangramento a partir do trato gastrintestinal; Hematológicos: anemias, trombocitopenia; Reprodutivos: amenorréia, atrofia testicular, infertilidade, libido diminuída; Musculoesqueléticos: cãibras musculares, perda da força muscular, osteodistrofia renal, dor óssea, fraturas ósseas, pé em gota.

Page 27: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

27

2.4.6 Complicações

As complicações dependem de como são controladas as manifestações

clinicas e da terapêutica aplicada, a sobrevida depende da causa, de idade , de

problemas associados e de infecções recorrentes ou não.

Segundo Brunner; Suddarth (2006, p.1405) as complicações incluem:

Hipercalemia decorrente da excreção diminuída, acidose metabólica, cabotalismo e ingesta excessiva (dieta, medicamentos, líquidos)

Pericardite, derrame pericárdico e tamponamento pericárdico devido á retenção de produtos residuais urêmicos e diálise inadequada

Hipertensão decorrente da retenção de sódio e água e funcionamento deficiente do sistema resina-angiotensina-aldosterona;

Anemia devido a produção diminuída de eritropoietina, espectro de vida diminuído de eritrocitos, sangramento no trato gastrointestinal a partir de toxinas irritativas e perdas sanguínea durante a hemodiálise.

Doença óssea e calcificações metastática devido á retenção de fósforo, baixos níveis séricos de cálcio, metabolismo anormal de vitamina D e níveis de alumínio elevados.

Segundo Arone; Philippi (2005, p 40) os principais exames para o

diagnóstico são;

Radiografias e Urografia excretora; Pielografia retrógrada; Cistografia e Cistouretrografia; Angiografia renal e Tomografia renal;

Ecografia renal ou mapeamento ultra-sônico; Cistoscopia e Biopsia renal; Exame de urina: urina de rotina; glicosúria; cetonúria; volume; diurese 24 horas; provas de diluição e concentração de urina; prova de depuração da creatinina; urocultura; Exame de sangue: creatinina; uréia; acido úrico.

2.4.7 Tratamento

Segundo Brunner; Suddarth (2006) pode ser farmacológico, nutricional,

medicamentoso.

Farmacológicos: antiácidos; agentes Anti-hipertensivos e

cardiovasculares; anticonvulsivantes; Eritropoietina.

Nutricional: inclui a regulação da ingesta hídrica para compensar as

perdas hídricas, protéica, e de sódio para compensar a perda de sódio e

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algumas restrições de potássio, ao mesmo tempo teve ocorrer a ingesta

calórica e de vitaminas.

Entre outros estão a hemodiálise, diálise peritonial ambulatorial continua

(CAPD) e o transplante renal.

2. 5 DIÁLISE

No artigo de Rodrigues (2005) traz um pouco da história das diálises. O

princípio dos métodos dialíticos foi iniciado pelo escocês Thomas Graham

(1805-1869) ao verificar a passagem de cristalóides da urina para o banho

aquoso, através de um pergaminho, dando o nome deste fenômeno de diálise.

No ano de 1913 John J.Abel, Rowntree e Turner da Baltimore (EUA), criaram

um sistema de diálise e testaram em animas. Seus trabalhos demonstraram

que quantidades substanciais de nitrogênio não protéico podiam ser depuradas

do sangue.

Segundo Arone; Philippi (2005) o termo diálise refere-se à técnica de

separação de substancias, é usada para remover líquidos e produtos residuais

urêmicos do corpo quando os rins não conseguem fazer.

Rodrigues (2005, p. 139) descreve a que a diálise permite a remoção de

substancias tóxicas e de fluidos, a fim de manter o equilíbrio ácido-base,

eletrolítico e volemico.

Diálise consiste na depuração sanguínea através de membranas

semipermeáveis naturais (peritônio) ou extracorpóreas (filtros de

hemodiálise/hemofiltração) aplicada á substituição da função renal.

Os métodos de terapia compreendem: hemodiálise que utiliza circulação

extracorpórea, e a diálise peritonial, que utiliza o peritônio.

As duas são indicadas na insuficiência renal aguda e na insuficiência

renal crônica pra evitar a deterioração metabólica do organismo e manter a

vida do paciente ate a normalização da função renal ou ate o transplante renal.

Page 29: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

29

2.5.1 Diálise Peritonial

Os objetivos da diálise peritoneal são remover as substancias tóxicas e

resíduos metabólicos e restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico normal.ela

pode ser realizada com o emprego de diferentes condutas, a diálise peritonial

ambulatorial continua (CAPD) E diálise peritoneal cíclica continua (CCPD),

(BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

O peritônio é uma membrana serosa que cobre os órgãos abdominais e

reveste a parede abdominal serve como membrana semipermeável. A diálise

peritoneal utiliza esta membrana, para filtrar o sangue. Uma solução

semelhante ao plasma através de um cateter introduzido na parede abdominal,

essa solução permanece na cavidade por um período ate realizar as trocas,

cada vez que a solução entra em contato com o peritônio ele passa todos os

tóxicos, realizando a filtração e retirando do organismo (BRUNNER;

SUDDARTH, 2006).

Este procedimento pode ser realizado pelo próprio paciente, fazendo

três trocas diárias de quatro horas de duração por semana.

2.5.2 Transplante Renal

O transplante renal tornou-se um tratamento de escolha para a maioria

dos pacientes, por uma serie de razões, entre elas o desejo de evitar á diálise,

melhorar seu sentimento de bem estar e levar uma vida normal.

O transplante envolva transplantar um rim de um doador vivo ou cadáver

humano. O transplante por doadores vivos que possuem parentesco com os

clientes compatíveis são bem mais sucedidos do que os doadores cadáveres

(BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

2.5.3 Hemodiálise

A hemodiálise é uma abordagem de tratamento da IRC onde os rins

prejudicados são incapazes de excretar as impurezas e regular o pH e

Page 30: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

30

concentração de eletrólitos e água no plasma , o sangue que será filtrado por

meios artificiais denominado hemodiálise (TORTORA, 2001).

A primeira hemodiálise foi realizada em 1926 pelo físico germânico

Georg Hass em Gieszen na Alemanha em pacientes com IRC, mas ocorrem

muitos óbitos apesar do procedimento estar correto. Hass repetiu em 1928 sua

hemodiálise usando heparina com anticoagulante. A primeira hemodiálise para

o tratamento da IRC eficiente foi realizada por Dutchman Willen Kolff, em

Kampen na Holanda em 1945. No inicio da década de 1960 surgiu um aparelho

que substituiria a funções renais com acentuada qualidade que recebeu o

nome de rim artificial (RODRIGUES, 2005).

Os pacientes em hemodiálise devem realizar o tratamento três vezes por

semana durante 3 a 4 horas. Os objetivos consistem em extrair as substancias

nitrogenadas tóxicas do sangue e remover o excesso de água.

Para pacientes com insuficiência renal crônica, a hemodiálise evita a

morte, embora ela não cure a doença renal e não compense quanto a

perda das atividades endócrinas ou metabólicas dos rins.Os

pacientes que recebem hemodiálise devem submeter-se ao

tratamento durante o resto de suas vidas, ou até que se submetam a

um transplante renal bem sucedido (BRUNNER; SUDDARTH, 2006,

p.1360).

2.5.3.1 Princípios básicos da hemodiálise

Os princípios no qual se baseiam a hemodiálise segundo Brunner;

Suddarth (2006) são:

Difusão: solutos urêmicos e potássio, difundem-se do sangue do para a

solução de diálise, obedecendo a um gradiente de concentração.

Ultrafiltração: uma pressão hidrostática maior no compartimento do

sangue e menor no compartimento do dialisato, favorece a passagem de

líquido do sangue para o dialisato, permitindo a retirada de volume do paciente.

Convecção: a diferença de pressão entre o compartimento do sangue e

dialisato, favorece a saída de líquidos do sangue, arrastando consigo solutos

Page 31: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

31

de baixo peso molecular. Esse arraste de solutos é conhecido como

convecção.

Adsorção: é a impregnação de substâncias nas paredes da membrana

semipermeável.

O sistema tampão: é mantido com o uso de um dialisado constituido de

bicarbonato ou acetato. A anticoagulação deve ser feita para evitar a

coagulação do sangue no circuito de diálise. Pode-se usar heparina não

fracionada ou de baixo peso molecular, com infusão em bolus ou mesmo de

maneira contínua. A diálise sem heparina deve ser usada sempre em pacientes

com alto risco para sangramento. Para isso utiliza-se alto fluxo de sangue e

lavagem do circuito com soro fisiológico a cada 30 minutos. Os fatores que

favorecem a coagulação do sistema são: baixo fluxo de sangue, hematócrito

alto, catéter endovenoso, alta taxa de ultrafiltração e transfusões

intradialíticas.O paciente não recebe anticoagulação quando a pressão arterial

estiver com a diastólica acima de 110mmHg, exemplo: 190x120mmHg; uma

vez que tal situação aumento risco para a ocorrência de um acidente vascular

encefálico de origem hemorrágica.

2.5.3.2 Dialisador

Segundo Arone; Philippi (2005) o filtro é constituído por dois

compartimentos: um por onde circula o sangue e outro por onde passa o

dialisato, demarcadas com vermelho(arterial), corresponde a entrada do

sangue nos capilares, e com azul(venosa), corresponde á saida do sangue dos

capilares para o paciente. Esses compartimentos são separados por uma

membrana semipermeável e o fluxo de sangue e dialisato são contrários,

permitindo maximizar a diferença de concentração dos solutos em toda a

extensão do filtro.

As membranas são compostas por diferentes substâncias: celulose,

celulose modificada (celulose acrescida de acetato) e substâncias sintéticas

(polissulfona). Existem diferentes tipos de filtros, cada um com características

próprias como por exemplo, clearance de uréia e maior ou menor área de

superfície. Assim, podemos escolher um determinado filtro de acordo com as

Page 32: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

32

condições clínicas e necessidades de cada paciente. A escolha do dialisador é

dada pelo peso do paciente, pela tolerância à retirada de volume e pela dose

de diálise necessária.

Atualmente os dialisadores passam por uma prática segura de

reprocessamento, o qual limpa, analisa performance e esteriliza o mesmo. Os

dialisadores são reutilizados sempre pelo mesmo paciente. Afim de evitar

riscos de contaminação, doentes com sorologia HIV+, não são enquadrados na

prática de reutilização do dialisador.

2.5.3.3 Vias de acesso a circulação do paciente

Segundo Brunner; Suddarth (2006) a fistula é o acesso permanente e é

realizado por meio cirúrgico, ao anastomosar uma artéria e uma veia, as

agulhas inseridas no vaso com finalidade de obter o fluxo sanguíneo para

passar pelo dialisador. O segmento arterial é usado para o fluxo arterial, e os

seguimentos venosos para reinfusão do sangue dialisado. Leva de 4 a 6

semanas para amadurecer , isso da tempo para a cicatrização e para que o

seguimento da fistula se dilate e acomode agulhas de grosso calibre. O

paciente deve realizar exercícios para aumentar o tamanho do vaso, como

exemplo apertar uma bola de borracha para a fistula de antebraço.

Segundo Arone; Philippi (2005) o cateter venoso percutâneo permite

acesso venoso temporário de 2 a 4 semanas, dando tempo para a fistula

amadurecer, temos no mercado dois cateteres o de duplo lúmen e o de lúmen

único, diferenciando-se apenas na divisão interna, podem ser colocados na

veia subclávia, na femoral ou na jugular. No cateter venoso de lúmen único há

necessidade de um aparelho ciclador para retirada e retorna do sangue pela

mesma via o que aumenta o risco de coagulação. No cateter duplo lúmen não

há necessidade do ciclador, mas aumenta o risco de trombose e de estenose

tardia da veia.

Page 33: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

33

2.5.3.4 Intercorrências

Podem ser de ordem técnica e metabólica. As intercorrências técnicas

estão relacionadas aos equipamentos e matérias e seu manuseio: embolia

gordurosa; hemólise; intoxicação pelo formol; hemorragia; coagulação do

sangue; calafrios e tremores. As intercorrências metabólicas: hipotensão;

câimbras.

2.5.3.5 Complicações

A hemodialise prolonga a vida do paciente mas não altera a evolução

natural da doençar renal subjacente, nem substitui a função renal, deixando o

cliente sucetivel a inumeros problemas e complicações.

Uma das causas importantes de morte é a doença cardivascular

aterosclerótica. . Doenças que incapacitam o cliente como insuficiencia

cardiaca,cardiopatias coronarianas, acidente vascular cerebral,e insuficiencia

vascular periferica. O bem estar fisico e emocional dinimuido,falta de energia e

de estimulos, perda de interesse atribui-se a fadiga e a anemia, embora o uso

de eritropoietina tenha mostrado um efeito significante sobre os valores do

hematocrito. A coagulaçao aumentada pelo dialisador pode ser evitado com o

ajuste de heparina. As ulceras gastricas ocorrem pelo estresse fisiologico da

doença cronica e dos medicamentos. O metabolismo conturbado do calcio

leva a osteo distrofia renal, que produz dor e fraturas (BRUNNER;

SUDDARTH, 2006).

2.6 QUALIDADE DE VIDA

Fleck et.al, (1999) , fala que a expressão qualidade de vida começou a

ser valorizada após a declaração de Lyndon Johnson na epoca presidente dos

Estados Unidos da América, em 1964, ao afirmar que “ os objetivos não podem

ser medidos atraves dos bancos, eles podem ser medidos atraves da qualidade

de vida que proporcionam as pessoas”.

Page 34: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

34

Em seu artigo Fleck et.al, (1999) descreve a importância dos interesses

por conceitos de padrão e qualidade de vida , inicialmente esses conceitos

foram compartilhado por politicos, filosofos e por cientisas sociais. Com a

medicina a partir dos anos, acrescentou-se que qualidade de vida e um

movimentos dentro das ciências humanas e biológicas, a diminuição da

mortalidade ou o aumento da expectativa de vida.

O termo qualidade de vida, como vem sendo aplicado na literatura

médica, não tem um único significado. Condições de saúde, funcionamento

social e qualidade de vida têm sido usados como sinônimos e a própria

definição de qualidade de vida não consta na maioria dos artigos que utilizam

ou propõem instrumentos para sua avaliação (FLECK et.al, 1999).

Fleck et.al, (1999) faz uma citação de Bullinger e cols. O qual faz uma

considerações sobre o termo qualidade de vida incluindo uma variedade

maior de condições do ambiente, que podem mudar a percepção do indivíduo,

seus sentimentos e comportamentos e suas atividades diária

Lentz et al, (2000, p.07) em seu artigo refere que muitos termos

usados na literatura como sinônimos de qualidade de vida, entre eles, bem-

estar,felicidade, boas condições de vida e satisfação na vida.

A qualidade de vida é uma dimensão complexa para ser definida e

sua conceituação, ponderação e valorização vêm sofrendo uma

evolução, que por certo acompanha a dinâmica da humanidade, suas

diferentes culturas, suas prioridades e crenças.

Lentz et al, (2000, p.07) faz ainda uma citação de Romano, sobre

qualidade de vida:

Qualidade de vida é mais que simplesmente a ausência ou presença de saúde, abrangendo também educação, saneamento básico, acesso a serviços de saúde, satisfação e condições de trabalho, além de outros aspectos.

Segundo Goulart e Sampaio (1999) o termo qualidade refere-se a certos

atributos e caracteristicas indicando superioridade sobre determinados

assuntos. O termo vida é definido como uma categoria que inclui , saude,

condições financeiras estaveis relações familiares satisfatorias

Page 35: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

35

Do ponto de vista social , os ecônomistas, sociólogos e políticos sociais

estão preocupados com a riqueza a bem-estar de uma sociedade, mensurando

o número de crimes, violência urbana, desintegração social .Do ponto de vista

da medicina está indicada pelos indices de natalidade, mortalidade, idade

media da população. A psicologia agrega indicadores devido as preocupações

com o estresse, busca de satisfaçao, importância da saude mental (GOULART;

SAMPAIO, 1999).

A organzação mundial de saúde (OMS) definiu qualidade de vida

englobando, saude física, psicológica, nível de independência, relações sociais,

meio ambiente, essa definição fez com que cientistas e outros profissionais se

interessem não apenas em promover bens econômicos, mas sim avaliar o

impacto desses bens sobre as pessoas , e sobre a maneira que levam suas

vidas (GOULART; SAMPAIO, 1999).

Goulart; Sampaio (1999 p. 23) segundo Ballesteros descreve:

[...] embora qualidade de vida seja considerada por diversos

autores como um conceito abstrato, dificil de operacionar,ela euivale

a ¨ bem-estar¨ no dominio social; a ¨status¨de saude, no dominio da

Medicina; a nivel de satisfação, no dominio psicologico. Para ele,

apesar da dificuldadecom a qual deparamos ao definir a expressão,

não é dificil concluir que qualidade de vida não é sinonimo da

qualidade de ambiente, de qualidade de bens materiais, nem de

saude fisica. [...],qualidade de vida diz respeito justamente á maneira

pela qual o individuo interage (com sua individualidade e

subjetividade) com o mundo externo,portanto á maneira como o

sujeito é influenciado e como influencia. Logo, o acesso a uma

¨qualidade¨é determinado por uma relação de equilibrio entre forças

internas e externas.

A constatação de que não havia nenhum instrumento que avaliasse

qualidade de vida dentro de uma perspectiva transcultural motivou a

Organização Mundial da Saúde a desenvolver um instrumento com estas

características (FLECK et.al, 1999)

Citado por Fleck et.al, (1999, p.199) o grupo Whoqol Group10 (1994),da

OMS sob a coordenação de John Orley, definiu qualidade de vida como:

Page 36: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

36

A percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da

cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus

objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

O Instrumento de avaliação de qualidade de vida da OMS (WHOQOL -

100) está atualmente disponível em 20 idiomas diferentes. O desenvolvimento

da versão em português seguiu a metodologia proposta pela Organização

Mundial da Saúde (FLECK et al.1999).

Fleck et.al, (1999, p. 200) o WHOQOL-100 é um instrumento que possui

seis domínios (psicológico, físico, nível de independência, relações sociais,

ambiente e espiritualidade). Cada domínio é constituído por facetas que são

avaliadas por quatro questões. Assim, o Instrumento é composto por 24 facetas

específicas e uma faceta geral que inclui questões de avaliação global de

qualidade de vida.

Domínios e facetas do Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da OMS (WHOQOL). Domínio I - Domínio físico 1. Dor e desconforto 2. Energia e fadiga 3. Sono e repouso Domínio II - Domínio psicológico 4. Sentimentos positivos 5. Pensar, aprender, memória e concentração 6. Auto-estima 7. Imagem corporal e aparência 8. Sentimentos negativos Domínio III - Nível de independência 9. Mobilidade 10. Atividades da vida cotidiana 11. Dependência de medicação ou de tratamentos 12. Capacidade de trabalho Domínio IV - Relações sociais 13. Relações pessoais 14.Suporte (Apoio) social 15. Atividade sexual Domínio V - Ambiente 16. Segurança física e proteção 17. Ambiente no lar 18. Recursos financeiros 19. Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade 20. Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades 21. Participação em, e oportunidades de recreação/lazer 22. Ambiente físico: (poluição/ruído/trânsito/clima) 23. Transporte Domínio VI - Aspectos espirituais/religião/crenças pessoais 24. Espiritualidade/religião/crenças pessoais.

Page 37: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

37

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este é um estudo do tipo transversal descritivo, e com abordagens

quantitativas e qualitativas.

A pesquisa foi realizada do mês de setembro ao mês de outubro de

2008, no município de Caçador, estado de Santa Catarina, após aprovação da

comitê de ética da Universidade do Contestado campus Caçador e da

Secretaria Municipal de Saúde, qual forneceu o nome endereços e telefones

dos vinte e quatro pacientes em tratamento hemodialítico do município,

perfazendo um total de 100 % dos pacientes em tratamento dialítico da cidade

de Caçador onde realizam hemodiálise na cidade de Videira,

Como instrumento de coletas de dados foi utilizado questionário para

aferir a Qualidade de Vida, desenvolvido pela organização Mundial da Saúde

(OMS). Trata-se do WHOQOL (World Health Organization Quality of Life), o

WHOQOL - 100 (composto por 100 questões) , O WHOQOL - 100 é composto

por seis domínios: o físico, o psicológico, o do nível de independência, o das

relações sociais, o do meio ambiente e o dos aspectos religiosos

Outra fonte de coleta de dados foi a entrevista semi estruturada com

roteiro pré elaborado pela pesquisadora e pela orientadora da qual continham

perguntas abertas e fechadas , com a finalidade de caracterizar os sujeitos

quanto ao perfil sócio- demográfico à idade, estado civil, escolaridade,

ocupação e tempo de tratamento de hemodiálise, além de identificar as

atividades cotidianas comprometidas dessas pessoas, quanto a alimentação, e

o transporte até a hemodiálise, já que a mesma não é realizada na cidade de

origem, e o sentimento após o início do tratamento hemodialítico.

Quanto ao procedimento, após o contato prévio por telefone, os

pacientes foram abordados em suas residências, nas quais a pesquisadora

esclareceu sobre a pesquisa e entregou o questionário aos pacientes que

tiverem condições de auto-administrar o instrumento WHOQOL – 100,

estabelecendo um prazo de uma semana para entrega do instrumento.

Quando os clientes tiverem algum déficit cognitivo não tendo condições de

auto-administrar a pesquisadora, aplicara o questionário, juntamente com a

entrevista. No dia do recolhimento do questionário com data marcada

Page 38: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

38

anteriormente a pesquisadora realizou com todos os clientes a entrevista semi

estruturada, a qual foi gravada, transcrita e após analisada . Em relação à

forma de aplicação do questionário, WHOQOL-100 foram aplicados por 6

clientes (32%) , 4 clientes ( 21%) responderam mas com a ajuda de um familiar

e 9 clientes (47%) a entrevistadora aplicou.

Dos 24 pacientes, ou seja, 100 % dos pacientes era o objetivo, mas

somente, 19 participaram da pesquisa, pois, um dos pacientes recusou-se

justificando que ele não ajudaria em nada, pois não segue o tratamento e não

teria muitas informações a dar; o segundo, durante a coleta de dados estava

internado na CTI de Videira conforme relatou a família após contato telefônico,

o mesmo faleceu dias depois; o terceiro cliente da lista fez transplante a mais

ou menos uns 2 meses, automaticamente sendo excluído da pesquisa, o

quarto, porém para surpresa da entrevistadora, pelo fato de não ter pensado

nesta possibilidade, o paciente era portador de insuficiência renal crônica e

possui um distúrbio mental importante, não que era um fator de exclusão mas

não houve interação e coerência nas respostas ao questionário; e o quinto

cliente o endereço fornecido não foi localizado, nem conseguido contato por

telefone, inclusive os colegas orientaram-me a procurar num outro endereço

mas o mesmo havia mudado, tentou-se novo contado telefônico e perguntando

para os colegas de hemodiálise, mas não obteve-se respostas da localização

do mesmo, portanto ficou sem ser encontrado.

Sendo com as duas exclusões, a do transplantado e a do óbito, o

número total de clientes em tratamento no município de Caçador até o mês de

setembro de 2008 são de 22 clientes, portanto a minha amostra foi de 86% ou

seja 19 clientes .

O nome dos clientes foi mantido em total sigilo,identificando-os por

números conforme a ordem das entrevistas. Os termos, questionário e

entrevista serão armazenados por 5 anos e após incinerados.

A QV e as atividades cotidianas foram analisadas e relacionadas, com o

objetivo de compreender a realidade dessas pessoas para intervir

adequadamente.

Page 39: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

39

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

Para facilitar a compreensão da análise e apresentação dos resultados,

este capítulo foi dividido em três partes, sendo a primeira relacionada ao perfil

demográfico dos clientes renais crônicos do município de Caçador, a segunda

parte refere à entrevista semi-estrutura e os depoimentos dos clientes em

tratamento hemodialítico e por fim a análise e representação do questionário

Whoqol-100.

4.1 PERFIL DEMOGRAFICO

O perfil sócio demográfico segundo Pereira et.al, (2006) está

diretamente relacionada à qualidade de vida, pois a mesma pode ser

influenciada pelo sexo, escolaridade, idade, condição econômica e presença de

incapacidades.

Através da coleta de dados obteve-se o perfil demográfico dos clientes

em tratamento hemodialítico através de uma entrevista semi estruturada, que

se traduz da seguinte maneira: quanto a idade dos clientes que fazem

hemodiálise na cidade de Videira –SC: os homens com média 31 a 40 anos

são a minoria com 10% , sendo que a maior variante se encontra entre a idade

de 51 a 60 anos com 45% , e de 61 a 70 anos 45% dos clientes, descritos na

figura 01. As mulheres tem uma maior variante, de 31 a 40 anos são 10%, de

41 a 50 anos 20% uma grande porcentagem com 40% tem idade 51 a 60

anos, 61 a 70 anos 10%, 71 a 80 anos 20%, representado no gráfico 02.

Martins; Cesarino (2005) as doenças crônicas nos últimos tempos vêm

recebendo maior atenção dos profissionais de saúde, desempenhando um

importante papel na morbidade e mortalidade da população mundial, hoje a

doença crônica não atinge somente a população idosa, está atingindo os

jovens em idade produtiva. “No caso do perfil dos clientes de Caçador observa-

se que a população jovem ainda não foi atingida, mas nada impedem como diz

na literatura, que amanhã ou depois, essa população comece a ser atingida.”

Page 40: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

40

FIGURA 01: Idade Masculina

Fonte: (SUSIN, 2008)

FIGURA 02: Idade Feminina

Fonte: (SUSIN, 2008)

Referente ao sexo dos clientes do município de Caçador identificou-se

que 47% dos clientes são do sexo masculino e 53% do sexo feminino , ou

seja 09 dos entrevistados são do sexo masculino e 10 do sexo feminino.

“Portando no município não há diferença significativa quando ao perfil

dos clientes masculinos ou femininos, sendo que há somente uma mulher a

mais do que os homens, como demonstra a figura 03. As mulheres segundo a

Page 41: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

41

literatura são mais acometidas com doenças crônicas e os homem com as

doenças mais agudas.”

FIGURA 03: Perfil dos Sexos Fonte: (SUSIN, 2008)

Pode-se observar que em relação ao estado civil dos clientes renais

crônicos, tem uma maior porcentagem de casados (as) sendo 63% ou 12

clientes, solteiros (as) 5% ou 01 cliente, viúvos (as) 32% ou 06 clientes, sendo

que 0% de separados.

FIGURA 04: Estado Civil Fonte: (SUSIN, 2008)

Page 42: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

42

A escolaridade é um fator importante para o perfil, a maioria com 58%

(11) clientes estudaram numa média dá primeira a quarta série, igualam na

porcentagem com 10,5% dos clientes analfabetos (02) e que estudaram dá

quinta serie a oitava serie (02) o ensino médio 16% (03) dos clientes e apenas

5% (01) com ensino superior e ainda incompleto.

FIGURA 05: Escolaridade Fonte: (SUSIN, 2008)

Referente à ocupação diária dos clientes muitos referem assistir TV com

43%, referem caminhar 21%, ouvir música, passear, e outras atividades

igualaram com 10% das respostas, leitura 6% dos clientes e nenhum referiu

brincar.

Brasil e Schwartz (2005) afirmam que a atividade lúdica facilita o

processo das relações interpessoais, permitindo ao cliente desvelar e

compreender as experiências dolorosas e mais conflituosas com criatividade,

prazer, espontaneidade, isso quer dizer que o aspecto lúdico é inerente ao ser

humano.

“Na pesquisa observa-se que eles não realizam atividades lúdicas, ficam

apenas presos no mundo da superficialidade da TV, e com isso criando

conflitos e experiências dolorosas.”

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43

FIGURA 06: Ocupação

Fonte: (SUSIN, 2008)

Com relação ao tempo médio de tratamento em geral dos clientes entre

homens e mulheres, varia de 0 meses há 7 anos, anteriormente agrupados o

período de tratamento. Considera-se que 26% (05) dos clientes estão em

tratamento de zero mês a um ano. A maioria 43% (08) de um a três anos, 21%

(04) de 3 a 5 anos e a minoria com 10 % (02) de 5 a 7 anos.

FIGURA 07: Tempo de Tratamento Fonte: (SUSIN, 2008)

Os clientes relatam ter vários tipos de problemas, normalmente mais do

que um, sendo os pesquisados obtemos, 29% são diabéticos, 31%

Page 44: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

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hipertensos, 24% são cardíacos, 7% tem depressão e 9% referem outros

problemas.

FIGURA 08: Problemas Relacionados Fonte: (SUSIN, 2008)

4.2 ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA

Análise das perguntas abertas que previamente foi elaborada, a

entrevista procedeu sem intercorrências, onde alguns dos participantes

expuseram mais seus sentimentos enquanto outros foi forma mais reservada.

Ao perguntar aos clientes se realiza algum tipo de exercício físico, ás

respostas foram 74% (14) dos clientes referiram caminhar pouco, caminhar só

em roda de casa porque sentem muita fraqueza e ficam debilitados, dentre

esses 5% (01) diz que faz exercícios de fisioterapia somente para o braço, 21%

(04) dizem não caminhar também pela fraqueza e dor.

“Ao analisar a atividade física dos clientes renais crônicos observa-se

que a doença traz como conseqüência a diminuição da atividade e da

qualidade de vida”, assim como diz Machado et al, (2003) a cronicidade da

doença renal e o tratamento hemodialítico são fatores de estresse e

representam desvantagem porque podem ocasionar problemas como o

isolamento social pode ocasionar parcial impossibilidade de locomoção e

passeios, uma diminuição da atividade física, necessidade de adaptação pela à

Page 45: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

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perda da autonomia, e ainda, um sentimento ambíguo entre medo viver e de

morrer.

... Faço caminhada e pouco, porque cansa demais e me dói as pernas...

(cliente 07)

... Eu só caminho as vezes, fico em roda de casa, que não é pra subir morro,

se eu caminhar me dá muita dor... (cliente 08)

... No braço com uma bolinha que eu tenho que fazer... (cliente 05)

... Pois olha nisto eu to devendo, que eu só ando aqui em roda de casa um

pouco, quase não saio anda... (cliente 10)

... Pra caminhar sinto muita canseira, eu caminho um pouco tem que parar, tem

que sentar, não posso ficar muito tempo de pé... (cliente 11)

... Não, eu caminhava antes, mas agora chego até ali em cima, é horrível, me

dá falta de ar, dói as pernas, parece que os nervos vai encolhendo as pernas...

(cliente 17)

Quando indagados sobre quais as tarefas diárias que realizam, 58%

(11) dos clientes fazem o serviço de casa ou outras pequenas coisas como

ocupação , relatam que não podem erguer peso e que sofrem de certa forma

com isso, 21% (04) dos clientes não fazem absolutamente nada sem darem

maiores respostas e outros 21% (04) dizem que alguém faz por eles e que é

orientação .

Carreira; Marcon (2003) diz que o trabalho representa uma espécie de

vínculo do indivíduo à comunidade, e constitui em uma das formas mais ativas

para o individuo conviver melhor no meio familiar, sem o trabalho o individuo

perde o equilíbrio, e se desagrega.

Conforme Higa et.al, (2008) as complicações da doença renal

provenientes do tratamento hemodialítico afetam as habilidades funcionais do

paciente, limitando suas atividades diárias e as alterações não são captadas

nas avaliações clínicas e biológicas convencionais.

“Portanto entender como as limitações interferem a vida diária dos

clientes é um dos fatores que permite avaliar a qualidade de vida, pode-se

dizer que também nas tarefas diárias a qualidade de vida dos clientes de

Caçador esta prejudicada.”

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... Trabalhar modo de dizer, trabalhar não é pra mim trabalhar mais, é ordem

médica, mas eu tenho esse barzinho que é meu único ganha pão... (cliente 02)

... Limpo a casa normal, faço pão, lavo a roupa, peso, não ergo, fazer pão é um

exercício que ta fazendo no próprio braço, lavo a roupa só não pode torcer a

roupa... (cliente 06)

... Às vezes faço algum canteirinho pra mulher... (cliente 07)

... Se me deixo eu faço tudo, mas minha filha não deixa... (cliente 12)

... Não tem nada pra fazer... Que nem algum serviçinho porque a médica falo

que no máximo que você pode erguer com essa mão e menos de um quilo...

(cliente 13)

... A menina faz tudo pra mim ela lava a louça limpa a casa, não é pra mim

erguer peso né ....( cliente 14)

... Não faço nada, nada, nada... (cliente 19)

A maioria das pessoas que estão fora do tratamento e não tem

conhecimento do mesmo acredita que os cientes em hemodiálise devem sofre

muito, pois bem, com a simples pergunta, o que mudou após o inicio de

tratamento, dos 19 clientes 69% (13) dos clientes estão felizes com o

tratamento, pois referem que antes estavam piores, tinham muito cansaço, não

podiam caminhar e que se não existisse a hemodiálise não estariam vivos, e

assim por diante, por outro lado 31% (06) dos clientes dizem que mudou para

pior pois tem que fazer dieta, que a saúde não melhorou ou está quase igual.

“Na minha concepção cada cliente respondeu conforme a aceitação da

doença e do tratamento, aceitando, vivem bem, não aceitando começam a

reagir de forma diferente e não ajudam no tratamento.”

Existem os dois lados do tratamento e os sentimentos dependem muito

do que o tratamento representa a cada um. Higa et.al, (2003) coloca

exatamente isso que qualidade de vida de clientes em hemodiálise está

representada pelo tratamento, que lhes possibilita o bem-estar físico e o

prolongamento da vida, mas há também a existência de vários sentimentos

relacionados à irreversibilidade da doença renal e a obrigação de se submeter

ao tratamento.

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... Agora ta boa, graças e Deus, mas no começo era fogo na roupa, porque

subia o potássio, até os médicos sabem que eu mudei bastavam olhar eu

estourava,era um estopim puro, agora graças a Deus to vendo a vida

diferente... Então mudou para melhor... (cliente 02)

... E nem sei te responder, acho que não mudou nada, eu sentia dor mas

trabalhava, mas daí quando descobriram não adiantou mais... (cliente 06)

... A saúde ta quase igual que nem, como era... (cliente 08)

... Tive que mudar a alimentação, estudo, teve que tomar medicação bem mais

do que eu tomava... Daí entrei em diálise eu fui enfraquecendo, eu enfraqueci

de um jeito que eu não tenho mais força para nada... (cliente 11)

... Mudou pro bem, mudo que a gente vive bem agora, não tenho mais aquele

cansaço, eu era inchada, não sou mais... (cliente 12)

... Eu me senti melhor porque eu vivia inchada, muito inchada, depois que

comecei a fazer a hemodiálise desinchou tudo... Se não fosse a hemodiálise já

tinha morrido... (cliente 17)

O que mais incomoda? Esta pergunta permitiu muitas respostas

diferentes, dependendo de cada cliente e do momento e das situações em que

estão vivendo. 58% (11) dos clientes responderem que algo lhe incomoda,

tratamento, viagem, sono, memória fraca, e 42% (08) dos clientes dizem que

nada lhe incomoda.

Dyniewicz (2004) refere às repercussões da doença crônica na

qualidade de vida, mostrando o quanto esta condição se torna uma fonte de

tensão e incomodo à medida que impõe desafios e obrigações ao cliente, como

fazer dieta, tomar medicações, e o fato da possibilidade de enfrentar

desarmonias fisiológicas e restrições indesejáveis.

... Pra dizer não me incomoda nada, não têm quem me incomode... (cliente 01)

...O cateter me incomoda bastante... O problema da bexiga que eu não consigo

urinar... (cliente 03)

...Até que vivo bem sossegado, bem conformado, procuro levar uma vida

normal... (cliente 04)

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... É o sono... Jeito que me foge a memória eu posso pegar uma coisa ali e

largar no lugar ali, daqui apouco já me esqueço e não sei aonde é que tá

mais... (cliente 07)

... Não enxergar... (cliente 09)

... É o transporte dá gente ir e voltar vai se arriscando no transito... (cliente 10)

... Seria a parte da diálise. Ficar sentado, a gente não pode fazer nada, não

pode nem mexer com o braço... (Cliente11)

... Incomoda que a gente quer ter a vida de antes e não pode (cliente 18)

Qual sua maior dificuldade? Pergunta que abrange o sentimento do

momento, de como cada um vê a si e ao mundo. Apenas 16% (03) dos

clientes disseram que não tem dificuldades, os 84% (16) citaram cada um

conforme sua vida, algumas coisas como, caminhar, o barulho dos carros, o

tratamento, foram repetidas.

Higa et.al (2003) diz que cada cliente tem diferentes significados para

hemodiálise, cada um tem dificuldade em lidar com alguma coisa,

principalmente dificuldade em lidar com as restrições que afetam e influenciam

a sua qualidade de vida, e articulam expectativas diversificadas em relação ao

futuro.

... Dificuldade financeira, fui um cara que trabalhei, batalhei e agora não poder

(cliente 02)

...Que eu tenho hoje é mais com as vistas porque eu fiquei muito curta de

vista... (cliente11)

... O tratamento do rim, senão tava tudo bom, dói lateja... (cliente12)

... É que gostaria de caminhar bastante, tomar água a vontade... (cliente17)

... Dificuldade é falta de fazer aquilo que eu gosto fazer comida... Hoje foi meu

primeiro banho sozinho ... (cliente 18)

Quando perguntados em relação às restrições dietéticas, as respostas

foram praticamente às mesmas com todos os pacientes. As restrições como

não tomar água, não comer sal, gordura, comer pouco, todos sabem das

restrições, e sabem que se ganham muito peso quem sofre no final são eles

pelo desgaste do tratamento, e apenas um pela resposta e pela credibilidade

Page 49: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

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segue a risca as restrições os restantes dizem comer de tudo, comem pouco,

mas comem de tudo às vezes tomam um pouco a mais de água.

Dyniewicz et.al (2004) aput Riella dentre as sinais e sintomas

gastrointestinais da IRC encontram-se a anorexia, náusea, vômito, soluços,

constipação ou diarréia, podendo ocorrer sangramentos em qualquer nível do

trato gastrointestinal. O fluxo salivar fica diminuído, aumentando a sede, o

cliente apresenta gosto metálico na boca, odor amônico na respiração, perda

do olfato e paladar. Essas manifestações clínicas interferem na qualidade da

alimentação.

Pedroso (2008) fala que entre 30% e 50% dos clientes renais crônicos

não aderem ao tratamento de hemodiálise, o que deve estar associado as

pequenas e grandes complicações médicas, e também há uma diminuição da

sobrevivência, conforme demonstram estudos, os quais estimam que, 60% a

80% dos clientes morrem, devido à ingestão de líquido em excesso e ao

consumo de alimentos incompatíveis com sua dieta .

... A comida não é tanto como o liquido porque daí você pega muito peso, daí

a maquina não consegue tirar, se ganha peso a gente sofre porque dá câimbra,

dor, fica fraco... (cliente 05)

... Por ter tem, mas eu como normalmente, o médico disse que não é pra

comer gordura, não é pra comer isso, não é pra comer aquilo, eu como normal

água é bem pouco... (cliente 06)

... A alimentação foi cortada tudo, gordura, sal, a gente come um pouco, senão

a gente vai comer o quê, eu como normal, arroz, feijão, macarrão, tudo!...

Liquido é quase zero eu faço o possível pra tomar o mínimo... (cliente 11)

... Misturança de macarrão, massa arroz, não é pra misturar, nada muito doce,

gorduroso... O liquido tem que tomar bem pouco, eu quase morro tomando

água... (cliente 17)

... A alimentação eu to 100% respeitando, a dieta é aquilo de sempre, coisas

gordurosas não pode comer, variedade de coisas, feijão não pode comer,

proteína até pode, mas como pouco, verdura legumes, frutas massas, tem as

partes que você pode comer ou não, também respeitando a quantidade de

liquido, quase zero base de 800 ml por dia.... (cliente 18)

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50

Como é ir pra outra cidade realizar o tratamento? As respostas para esta

pergunta surpreenderam minha concepção, pois, acreditava que todos iriam

responder que era ruim, mas 21% (04) clientes disseram que era ruim, 5%

(01) respondeu que ainda não se acostumou com a idéia, 21% (04) dizem que

é bom porque o carro leva e trás e 53% (10) clientes responderam que é bom

ir, o problema é a volta, não tanto pela viagem mas pelo fato de eles sentirem-

se fracos.

... É bem difícil, a gente que não é acostumado a sair, mas fazer o que né...

(cliente 03)

... É bom porque pra mim não incomoda, o carro pega aqui daí leva, e traz de

volta... (cliente 05)

... É ruim pra gente voltar, não pra ir, que daí pra ir você vai bem, mas pra vim

você vem fraco, daí a viagem te judia... (cliente 06)

... É difícil nossa volta porque se vem bem caidinho... (cliente 08)

... É bom a gente tem 2 motoristas bom, o atendimento também é bom, só a

viagem fica ruim, porque quando a gente vai, a gente vai bem levanta de

manhã disposto, mas a volta a gente vem um bagaço... (cliente 11)

... Ruim é pra vim, é cansaço, você sai da maquina vem amuado... (cliente 13)

... É dizer bom não é, mas compensa... É bom porque o ônibus leva, os

motoristas são bons... (cliente 16)

... Não é muito bom não, porque a gente tem medo de tudo nesta vida

principalmente transito... (cliente 18)

Quando indagados sobre, o cuidado com a sua saúde, todos sem

exceção responderam que cuidam da saúde, quando interrogados como, as

respostas foram um pouco diferente, a maioria, 79% (15) clientes cuidam de

alimentação, do liquido, e tomam o remédio, 5% (01) cliente diz que cuida da

alimentação do liquido mas é fumante e sabe que tem que parar mas não

consegue, 11% (02) cuidam da saúde por que tem que cuidar, e 5% (01) refere

cuidar fazendo caminhadas, quando tem forças.

Mendonça (2000) discrimina dois tipos básicos de cuidado, o cuidado

que servem para manter e sustentar a vida, ou seja, o cuidado de

Page 51: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

51

manutenção da vida entre eles os cuidados com alimentação, higiene,

conforto e os cuidados de reparação que visam curar a doença e que

engloba a administração de medicamentos fisioterapias e curativos.

Como refere Mendonça, “a pesquisa mostra que cada cliente de uma

maneira especial, cuida de sua saúde, tanto na manutenção da vida quanto na

reparação da doença.”

... Cuido! Caminho, não vou dizer que caminho direto, todo dia, porque tem

dias que a gente ta de folga que a gente faz hemodiálise, outro a gente tem

que trabalhar...(cliente 02)

... Cuido na gordura, há eu me cuido no sal, na alimentação, liquido também...

Problema é que eu fumo, não consigo largar do cigarro... (cliente 04)

... Cuido na alimentação, tomar liquido é que eu não posso tomar, tomo tudo os

remédios que mandam, tem um monte de remédio que não pode faltar...

(cliente 05)

... Eu me cuido, não faço o serviço, faço bem pouquinho, comida, tratamento,

remédio (cliente14)

... A minha saúde eu cuido bem, se eu sei que aquela comida não é muito boa

pra mim eu não como... (cliente 19)

Quando perguntados o que é qualidade de vida? As respostas foram

interessantes: para 5% (01) cliente qualidade de vida é ela fazer o transplante

renal,os outros 95% (18) clientes responderam de forma variadas, desde

alimentação, conforto, com ter saúde e poder passear . “Pode se dizer que os

clientes relacionam muito a sua qualidade de vida com a sua saúde, e cada

um de uma maneira especial define a sua própria qualidade de vida.”

Goulart e Sampaio (1999) aput Ballesteros, refere que a qualidade de

vida é considerada por diversos autores como um conceito abstrato, mas para

ele, qualidade de vida equivale a bem-estar, a status de saúde, a nível de

satisfação, não sendo portanto difícil concluir que qualidade de vida é igual a

qualidade de ambiente, qualidade de bens materiais, qualidade de saúde

física. Qualidade de vida diz respeito justamente á maneira pela qual o

individuo interage com o mundo externo.

Page 52: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

52

... Qualidade de vida é a minha saúde, em vista ate ta boa durmo bem, levanto

cedo, não tenho preguiça de levantar, saio caminhar... (cliente 01)

... Qualidade de vida é a pessoa tem que fazer tudo o que quer... (cliente 02)

... Qualidade de vida pra nós eu imagino que seja o conforto em casa, sobre a

alimentação... (cliente 03)

... Viver bem, se alimentar bem, ter uma vida normal, viver bem com a família,

acho que ai é a qualidade de vida que a gente tem... (cliente 04)

...se melhorasse, pudesse tomar água, porque outra coisa, não sou rica, não

sou bem de vida... (cliente 05)

... É viver o hoje porque amanhã não sei se vou viver... (cliente 06)

... O que passa pela minha cabeça é fazer o transplante e que siga o rumo pra

frente... (cliente 07)

... É a gente viver bem, com todo mundo, viver bem em casa, com a família,

tendo sempre dinheiro para comprar o que a gente quer... (cliente 08)

... É meio frágil porque a gente ta doente, mas a vida é boa, quanto tem saúde,

enxerga bem, sai de casa, vai à cidade... (cliente 09)

... Alimentação a ginástica, o que não eu faço, o importante é manter a cabeça

boa, o resto tudo vai... (cliente 10)

... Qualidade de vida pra melhorar pra mim no caso, eu ia me sentir 100% se

não precisasse tomar tanto remédio... (cliente 11)

... Poder ter uma saúde bem boa, que se pode se divertir pode sair que a

agente pode nem sair... (cliente 12)

... É eu me alimentar bem, ter uma boa saúde, mas que nem agora não é

qualidade de vida... (cliente 13)

... É se cuidar, cuidar do tratamento do remédio. (cliente 14)

... Não se te dizer... (cliente 15)

... Porque eu entendo mais serve a alimentação, o passeio, daí alimentação ta

ruim, quase não posso me alimentar, caminhar quase não caminho, passear

quase não passeio... A gente tando vivendo tá bom... (cliente 16)

... É a gente ter saúde, a gente vive mais doente do que bem... (cliente 17)

... A gente procurar viver daquilo dentro do que o padrão, que é respeitando

tudo, respeitando o próximo, uns aos outros, cuidar da saúde da alimentação....

(cliente 18)

Page 53: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

53

... É essa vida que eu tenho ai ta ótimo, eu não tenho que escolher nada...

(cliente 19)

4.3 QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO O QUESTIONÁRIO WHOQOL-100

O primeiro domínio a ser analisado é o domínio físico com suas três

facetas, dor e desconforto físico; energia e fadiga e sono e repouso.

4.3.1 Domínio I – Domínio Físico

4.3.1.1 Faceta 1 : dor e desconforto

As perguntas deste domínio tiveram os seguintes resultados, dos 19

clientes, 1% assinalou nada e nunca, isso quer dizer, nada é difícil para esses

1% lidar com a dor e desconforto, isso não os preocupa, não os impede de

fazer o que precisam e nunca sentem dor; 19 % muito pouco e raramente,

significando que muito pouco é difícil para eles lidar com a dor e o desconforto,

muito pouco ficam preocupados com a dor e o desconforto ,e muito pouco os

impede de fazer o que precisam e raramente sentem dor; 28% mais ou menos

e ás vezes, portanto mais ou menos se preocupam e sentem dificuldade para

lidar com a dor e o desconforto, impedindo mais ou menos de realizarem o que

precisam e ás vezes sentem dor; já 39 % assinalaram bastante e

repetidamente , bastante se preocupam e sentem dificuldade de lidar com a dor

e o desconforto e isso ao impede bastante de fazer o que precisam e

repetidamente sentem dor; 13 % extremamente e sempre extremamente se

preocupam e tem dificuldade de lidar com a dor e desconforto, e impedindo ao

extremo de realizarem o que precisam, e repetidamente sentem dor.

Pessini (2002) define a dor como uma perturbação, sensação no corpo.

A palavra "dor" origina-se do latim dolore. Os dicionários definem dor como

impressão desagradável ou penosa, decorrente de alguma lesão ou contusão,

ou de um estado anormal do organismo ou de uma parte dele.

Page 54: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

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“Se dor e desconforto é um indicio que a qualidade de vida está alterada,

os clientes do município de Caçador na sua grande maioria têm alteração na

sua qualidade de vida.“

FIGURA O9: Dor e Desconforto Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.1.2 Faceta 2 : energia e fadiga

Após cruzar os dados desta faceta, constatou-se que 7% dizem não

ficar nada cansados, nada o cansaço os incomoda, tem completamente

energia para o dia-a-dia, e estão muito satisfeitos com essa energia; 17% ficam

muito pouco cansados e muito pouco o cansaço os incomoda, tem muita

energia no seu dia-a-dia, estão muito satisfeitos com essa energia; 33%

sentem mais ou menos cansaço e isso mais ou menos os incomoda, tem

média energia para o dia e estão nem satisfeito e nem insatisfeito com a

energia que tem; a grande maioria 41% dizem sentir bastante cansaço e isso

lhes incomoda bastante, tem muita pouca energia para o dia e estão

insatisfeitos com a energia que tem; 2% sente o extremamente cansaço e

extremamente isso os incomoda, não tem nada de energia no seu dia a dia e

estão muito insatisfeito com essa energia.

Page 55: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

55

Queiroz (2004) afirma que a fadiga é um sintoma que reduz a

capacidade de realizar as atividades vida diária e dura muito tempo

prejudicando seriamente a qualidade de vida.

“Sem energia, conseqüentemente vem à fadiga e em decorrência de

ambos a qualidade de vida dos clientes renais crônicos de Caçador está

prejudicada.”

FIGURA 10: Energia e Fadiga Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.1.3 Faceta 3 : sono e repouso

Analisando as respostas deste domínio observou-se que, 14% não tem

nada de dificuldade e nada os incomoda, estão muito satisfeito com o sono e

avaliam o seu sono como muito bom; a maioria 37% tem muito pouco

dificuldade com o sono, tem muito pouco problemas com o sono, estão

satisfeitos com seu sono e repouso e avaliam como bom ; 16% dizem mais ou

menos ter dificuldade e se preocupar com o sono e o repouso, estão nem

satisfeito,nem insatisfeito com o seu sono e avaliam como nem bom, nem ruim

como o sono e o repouso; 24% tem bastante dificuldade para dormir e isso lhes

incomoda, estão insatisfeito com o sono e o avaliam como ruim, 9% tem

extremamente dificuldade para dormir e se sentem extremamente

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56

incomodados, estão muito insatisfeitos com seu sono e o avaliam como muito

ruim.

Arcanjo (2006) diz que repouso é uma redução do trabalho do corpo que

faz com que a pessoa sinta-se melhor, rejuvenescida e pronta para realizar as

atividades diárias. O autor define o sono como um estado de repouso que

ocorre em períodos contínuos e que reconstitui as energias e a sensação de

bem-estar de uma pessoa. Sem o repouso e o sono, a capacidade de se

concentrar, fazer julgamentos e participar de atividades diárias diminui.

Geib (2003) fala que as modificações no padrão do sono e do repouso

alteram o balanço homeostático, com conseqüência atinge a função

psicológica, sistema imunológico, desempenho, resposta comportamental,

humor e habilidade de adaptação.

FIGURA 11: Sono e Repouso Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.2 Domínio II – Domínio Psicológico

Este domínio possui 5 facetas, sentimentos positivos; pensar, aprender,

memória e concentração; auto-estima; imagem corporal e aparência;

sentimentos negativos.

Page 57: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

57

4.3.2.1 Faceta 4 : sentimentos positivos

Relacionado aos sentimentos positivos os clientes demonstraram que,

2% nada aproveitam a vida, nada são otimistas com o futuro, não

experimentam nada de sentimentos positivos e nunca se sentem contentes;

16% aproveitam a vida muito pouco, são muito pouco otimista com o futuro,

muito pouco experimentam sentimentos positivos em sua vida, e raramente se

sentem contente; 32% mais ou menos aproveitam a vida, se sentem otimista

com o futuro e experimentam sentimentos positivos e ás vezes se sentem

contente; 45% aproveitam a vida, são otimistas com a futuro e experimentam

sentimentos positivos bastante e repetidamente se sentem contente; 5%

extremamente aproveitam a vida , são otimistas com o futuro, experimentam

sentimentos positivos e sempre se sentem contente.

Machado et al, (2003) refere que o enfrentamento da doença é

influenciado pelas percepções da qualidade de vida de cada ser, as positivas

estão mais relacionadas a estratégias racionais, como traçar uma meta ou

conhecer mais sobre a doença. Pode se dizer que 50% dos clientes do

município de Caçador tem sentimentos muito positivos estão sempre contentes

e levam uma vida mais harmoniosa.

FIGURA 12: Sentimentos Positivos Fonte: ( SUSIN, 2008)

Page 58: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

58

4.3.2.2 Faceta 5: pensar,aprender, memória e concentração

Em se tratando de memória, concentração, pensar e aprender

constatamos que, apenas 1% nada consegue se concentrar, está muito

insatisfeito com suas capacidades de aprender novas coisas, tomar decisões e

avaliam com muito ruim suas memórias; 22% muito pouco conseguem se

concentrar, estão insatisfeitos com suas capacidades de aprender e tomar

decisões e avaliam que sua memória esta ruim; 25% dizem mais ou menos

conseguem se concentrar, estão nem satisfeito nem insatisfeitos com suas

capacidades e a memória não esta nem ruim nem boa; a maioria 49%

conseguem se concentrar bastante, estão satisfeitos com suas capacidades de

obter novas informações e tomar decisões, e avaliam a memória como boa e

3% dizem conseguir se concentra extremamente, dizem estar muito satisfeitos

com suas capacidades e a memória está muito boa.

FIGURA 13: Pensar, Aprender, Memória e Concentração Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.2.3 Faceta 6 : auto-estima

Ao analisarmos as perguntas sobre auto-estima tivemos os seguintes

dados: 1% nada se valoriza e confia em si mesmo e estão muito insatisfeitos

Page 59: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

59

consigo mesmo e com suas capacidades; 11% muito pouco se valorizam e

confiam em si e estão insatisfeitos consigo e com suas capacidades; 18% mais

ou menos se valoriza e confiam em si e estão nem satisfeitos nem insatisfeitos

com sigo mesmo e com suas capacidades; a maioria 55% se valoriza e confia

em si mesmo bastante e estão satisfeitos consigo e com suas capacidades;

15% extremamente se valoriza e confia em si e estão muito satisfeitos consigo

mesmo e com suas capacidades.

Branden (1992) diz que auto-estima é a chave para o fracasso ou para

sucesso, é a soma da autoconfiança com o auto-respeito. Ela reflete o

julgamento implícito da nossa capacidade de lidar com os desafios da vida e o

direito de ser feliz. Uma auto-estima positiva é muito importante para uma vida

satisfatória, ter uma auto-estima baixa é sentir-se inadequado à vida, e errado

como pessoa, uma auto-estima média é flutuar entre sentir-se adequado ou

inadequado, certo ou errado como pessoa e manifestar essa inconsistência no

comportamento agindo com sabedoria, ou como tolo.

“ A auto-estima de 70% têm dos clientes entrevistados é elevada, estão

satisfeitos consigo mesmo, confiam em si e se valorizam, portanto, tem uma

vida satisfatória.”

FIGURA 14: Auto- Estima Fonte: (SUSIN, 2008)

Page 60: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

60

4.3.2.4 Faceta 7: imagem corporal e aparência

No que diz respeito a imagem corporal e aparência , as respostas

foram 38% nada os inibe ou faz não se sentir bem com a aparência, são

completamente capazes de aceitar a aparência física e estão muito satisfeito

com aparência de seu corpo; 38% muito pouco os inibe e não faz se sentir bem

com a aparência, são muito capazes de aceitar sua aparência e estão

satisfeitos com o seu corpo; 15 % mais ou menos se sentem inibidos pela

aparência e mais ou menos tem alguma coisa em sua aparência que faz não

se sentir bem e são médio capazes de aceitar a aparência e estão nem

satisfeitos nem insatisfeitos com seu corpo; apenas 9% ficam bastante inibidos

pela aparência e bastante tem alguma coisa em sua aparência que faz eles

não se sentirem bem e estão insatisfeitos com seu corpo e ninguém (0% ) fica

extremamente inibido, ou alguma coisa no extremo não os faz se sentir bem ou

não são capazes de aceitar sua aparência ou ainda estão muito insatisfeito

com ela.

Almeida et al, (2002) segundo Cash, afirma que a imagem corporal

refere-se à experiência psicológica de alguém sobre a aparência e o

funcionamento do seu corpo. Os estudos sobre imagem corporal apontam para

prejuízos relacionados à insatisfação, depreciação, distorção e preocupação

com a auto-imagem, todos eles sendo fortemente influenciados por fatores

sócio-culturais.

Fereira et al, (2002) diz que a imagem corporal é um composto de

representações sobre o tamanho e a aparência do corpo e de respostas

emocionais associadas ao grau de satisfação.

“Sobre a imagem corporal e a aparência, neste os clientes renais do

município não está influenciado por fatores sócios culturais ou com doença

crônica, pois, 76% muito pouco ou nada a aparência os inibe e são

completamente capazes de se aceitar.”

Page 61: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

61

FIGURA 15: Imagem Corporal e Aparência Fonte: ( SUSIN, 2008 )

4.3.2.5 Faceta 8 : sentimentos negativos

Verificou-se que nos sentimentos negativos, 25% nada ficam

preocupados, nada de sentimento negativos interferem no dia-a-dia e esses,

nada os incomoda, e nunca tem sentimentos negativos no dia; 18% muito

pouco se sentem preocupados e muito pouco os sentimentos negativos

interferem no seu dia, muito pouco os incomoda esses sentimentos e

raramente sentem sentimentos negativos; 22% mais ou menos se sentem

preocupados e tem mais ou menos sentimentos de tristeza que interferem no

dia e isso mais ou menos os incomoda, e sentem ás vezes sentimentos

negativos; a maior porcentagem 32% sentem se bastante preocupados, tem

bastante sentimentos negativo e se incomodam bastante com isso, e

repetidamente sentem sentimentos como mau humor, desespero; 3%

extremamente se sentem preocupados e extremamente os sentimentos de

tristeza interferem no dia a dia e isso extremamente os incomoda e sempre

tem sentimentos negativos.

Apenas 35% dos clientes, tem sentimentos negativos que interferem

no dia a dia. Higa et.al, (2008) em seu artigo descreve que para os clientes

organizarem-se mentalmente e fisicamente , ao adquirirem, absorverem e se

Page 62: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

62

adaptarem às novas informações, indicações e prescrições sobre o tratamento,

entram em estado de alerta e tensão, o que de fato desencadeia ansiedade,

devido à constante exposição a situações estressoras como a hemodiálise ,

dietas, e a permanência freqüente em ambiente hospitalar.

FIGURA 16: Sentimentos Negativos Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.3 Domínio III – Nível de Dependência

Esse domínio e composto por 4 facetas: Mobilidade, Atividades da vida

cotidiana, Dependência de medicação ou de tratamentos, Capacidade de

trabalho

4.3.3.1 Faceta 9 : mobilidade

Observa-se com os dados da pesquisa que: 9% dos clientes é muito

bom a capacidade de locomoção, nada de dificuldade lhe incomoda, nada de

dificuldade afeta sua vida e estão muito satisfeito com a sua capacidade de

locomoção; 30% é boa a capacidade de se locomover , muito pouco alguma

dificuldade lhe incomoda e afeta o dia a dia ,estão satisfeito com suas

capacidades; 24% nem boa nem ruim é a capacidade de locomoção, mais ou

menos alguma dificuldade lhe incomoda ou afeta a vida diária ,estão nem

Page 63: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

63

satisfeito nem insatisfeito com suas capacidades de locomoção; 33% é ruim a

capacidade de locomoção, bastante a dificuldade de locomoção lhe incomoda

e afeta a vida diária , estão insatisfeito com a capacidade de locomover-se; 4%

é muito ruim suas capacidades de locomoção , extremamente alguma

dificuldade incomoda e afeta a vida diária e estão muito insatisfeito com a sua

capacidade de locomoção.

Carreira (2003) a pessoa que vivencia um desequilíbrio em seu estado

de saúde, como a IRC, vê-se constantemente em perigo de perder sua

integridade tanto física como psíquica, ou seu lugar na família e na sociedade,

em decorrência das alterações em suas funções orgânicas.

FIGURA 17: Mobilidade Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.3.2 Faceta 10: atividade da vida cotidiana

Em relação às atividades cotidianas observou-se que 16% nada tem

dificuldade ou se sentem incomodados por alguma dificuldade de exercer as

tarefas diárias, estão muito satisfeito com suas capacidades de desempenhar

as atividades e são capazes completamente de desempenhá-las; 29% muito

pouco tem dificuldade de exerce as atividades do dia e se sentem muito pouco

incomodados com isso, estão satisfeito com suas capacidades e são muito

capazes de desempenhar as atividades diárias; 18% mais ou menos tem

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64

dificuldade de exercer as atividades do dia e se sentem mais ou menos

incomodados com isso, estão nem satisfeito nem insatisfeito com a capacidade

de desempenhar as atividades do dia e médio são suas capacidades de

desempenhar as atividades diárias; 29% tem bastante dificuldade e isso os

incomoda para exercer as atividades diárias, estão insatisfeito com suas

capacidades e muito pouco conseguem desempenhá-las; 8% extremamente

tem dificuldade e se incomodam com isso, estão muito insatisfeito com suas

capacidades de desempenhar as atividades diárias e nada capazes de

desempenar essas atividades.

“Nesta pesquisa pode-se observar que a maioria dos clientes de uma

forma ou de outra tem alterações na sua vida cotidiana uns mais, outros menos

dependendo de como cada um vê o mundo .”

Higa et.al, (2008) diz que as complicações da doença renal

provenientes do tratamento hemodialítico afetam as habilidades funcionais do

paciente, limitando suas atividades diárias e as alterações não são captadas

nas avaliações clínicas e biológicas convencionais. Entender como as

limitações interferem a vida diária dos clientes tem se tornado o grande

objetivo das avaliações da qualidade de vida relacionadas à saúde.

Machado et al, (2003) diz em seu artigo que alguns pacientes apesar da

dependência da maquina e do tratamento realizam suas atividades diárias

normalmente, enquanto outros sofrem com o sentimento de pior qualidade de

vida e autopiedade.

Page 65: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

65

FIGURA 18: Atividade da Vida Cotidiana Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.3.3 Faceta 11: dependência de medicação ou de tratamentos

No que diz respeito a dependência de medicações e tratamento as

respostas foram 0% nada ninguém vive sem tratamento ou medicação ou

dependem de medicação; 5% muito pouco precisam de medicação ou

tratamento médico para levar a vida diária e muito pouco a qualidade de vida

depende de ajuda médica ou de medicação e são muito pouco dependente de

medicação; 12% mais ou menos precisam de medicação e tratamento para

levar sua vida no dia a dia e médio a qualidade de vida depende do

medicamento e de ajuda médica e médio são as suas dependência por

medicação; a grande maioria 61% precisam bastante do tratamento médico

e da medicação para levar um vida diária e muito a qualidade de vida depende

do tratamento e da medicação e muito dependem de medicação; 21%

extremamente precisam de tratamento medico e de medicação para levar

uma vida diária e completamente sua qualidade de vida depende do tratamento

médico e da medicação, e completamente dependem da medicação.

Machado et al, (2003) a literatura mostra que o tratamento da IRC

através da hemodiálise prolonga a vida do doente, alivia o sofrimento da

síndrome urêmica e até previne incapacidades.

Page 66: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

66

Segundo Dyniewicz et.al, (2004) a IRC impõe aos clientes uma série de

modificações de atividades e novas perspectivas de vida, criando um modo de

viver diferente que inclui a dependência ao tratamento ambulatorial e auxílio

constante de outras pessoas. É necessário estabelecer junto a equipe de

saúde relações de confiança e compreensão,caso contrário, a falta de adesão

ao tratamento será mais um complicador na qualidade de vida.

FIGURA 19: Dependência de medicação ou de tratamentos Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.3.4 Faceta 12: capacidade de trabalho

Nos dados da pesquisa observa-se que 16% nada são capazes ou se

sentem de trabalhar, estão muito insatisfeito com a capacidade de trabalho e

avaliam como muito ruim a capacidade de trabalho; 28% são muito pouco

capazes de trabalhar e se sentem muito pouco capazes de fazer suas tarefas ,

estão insatisfeito e avaliam como ruim a sua capacidade de trabalho; 25%

médio soa capazes de trabalhar e se sentem médio capazes de fazer as suas

tarefas,estão nem satisfeito nem insatisfeito e avaliam como nem boa nem

ruim a capacidade de trabalho; 31% são muito capazes de trabalhar e se

sentem capazes, estão satisfeito e avaliam como bom a capacidade de

trabalhar; ninguém 0% assinalou que são completamente, capazes de

Page 67: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

67

trabalhar ou se sentem capazes , ninguém está muito satisfeito ou avaliam

como muito bom a capacidade de trabalho.

A pesquisa condiz com o artigo de Machado et al, (2003), que fala sobre

os estudos norte-americanos dos quais demonstram a importância de

acompanhamento e suporte terapêutico ao doente, rede social de apoio.

Coloca que a situação dos clientes no Brasil é muito diferente da norte

americana, pois as condições sociais e econômicas do Brasil não favorecem os

clientes, visto que, os clientes não podem mais trabalhar no decorrer do

tratamento. Nossos clientes, todos, não trabalham mais fora em decorrência da

doença, os que referem conseguir trabalhar nada mais é do que realizar as

atividades do lar.

FIGURA 20: Capacidade de Trabalho Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.4 Domínio IV - Relações sociais

Este domínio compreende 3 facetas, Relações pessoais,.Suporte

(Apoio) social e Atividade sexual.

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68

4.3.4.1 Faceta 13: relações pessoais

Em análise das respostas referente a relações pessoais identificou-se

que 22% dos clientes nada se sentem sozinhos em sua vida, estão muito

satisfeito com suas relações pessoais e com a sua capacidade de apoiar os

outros e se sente muito feliz com sua relação com as pessoas de sua família;

37% muito pouco se sentem sozinhos em sua vida, estão satisfeito com a

capacidade de dar apoio aos outros, se sentem feliz com relação a sua família;

18% mais ou menos se sentem sozinho em sua vida, estão nem satisfeito nem

insatisfeito com suas relações pessoais, e com sua capacidade de dar apoio

aos outros,se sentem nem feliz nem infeliz com relação as pessoas de sua

família; 8% se sentem bastante sozinhos em sua vida, estão insatisfeito com

sua relações pessoais e com a capacidade de dar apoio aos outros e se

sentem infelizes com as pessoas de sua família; 3% extremamente se sentem

sozinhos , estão muito insatisfeito com sua relações pessoais e com sua

capacidade da dar apoio aos outros e se sentem muito infeliz com sua família.

Higa et.al, (2008) uma série de fatores marcam a vida do indivíduo com

IRC em tratamento Hemodialítico , a partir do diagnóstico, sendo comuns as

manifestações psíquicas desencadeando alterações na interação social e não

somente pelo paciente mas da família que o acompanha.

Dyniewicz et al, (2004) aput Silva descrevem que a avaliação de uma

pessoa em relação à sua qualidade de vida está muito relacionada ao apoio

que recebe da família, e que este fato a faz sentir melhor. Consideram que a

doença, também é da família e, quando os familiares estão presentes, dando

apoio constante, a dor do doente renal crônico é compartilhada e diminuída.

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69

FIGURA 21: Relações Pessoais Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.4.2 Faceta 14 : suporte( apoio) social

Em se tratando de suporte social contatou-se que 0% ninguém

respondeu que não consegue nada de apoio e estão muito insatisfeito; 12%

recebem muito pouco apoio que necessita,pode contar muito pouco com os

amigos e estão muito insatisfeito com o apoio que recebe da família e dos

amigos; 9% médio conseguem o apoio dos outros e médio podem contar com

os amigos quando precisam deles e estão nem satisfeito nem insatisfeito com

o apoio que recebe da família e dos amigos;a maioria com 57% conseguem

muito o apoio que necessita, podem contar muito com o apoio que recebe dos

amigos e estão satisfeito com o apoio dos amigos e da família; 22%

completamente consegue o apoio dos outros, completamente pode contar com

os amigos quando precisam deles, estão muito satisfeito com o apoio que

recebe da família e dos amigos.

Em se tratando de relações sociais Higa et.al, (2008) refere que o cliente

com IRC, é praticamente obrigado a conviver diariamente com uma doença

incurável e uma forma de tratamento dolorosa, de longa duração e que junto

com evolução da doença e suas complicações provoca ainda maiores

limitações e alterações de grande impacto, que repercutem tanto na sua

própria qualidade de vida quanto na do grupo familiar dificultando

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70

conseqüentemente na interação paciente – sociedade – família. “Nesta

pesquisa constatou-se que mesmo com a gravidade dos fatos os clientes na

sua maioria conseguem interagir, com a sociedade e com a família, claro que

sempre levando em consideração as suas limitações.”

Machado et al, (2003 p. 28) diz que “apoio social pode prevenir ou servir

e ser utilizado como defesa emocional das conseqüências negativas durante o

declínio da função física ao longo do processo de adoecer”.

FIGURA 22: Suporte (Apoio) Social Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.4.3 Faceta 15: atividade sexual

A atividade sexual quando questionada, deixaram os clientes inibidos,

dos 19 clientes 8 (42%) não responderam a pergunta e 11 clientes (58%)

responderam desses obteve-se 18% nada se sentem incomodados por

alguma dificuldade na vida sexual, estão muito satisfeito com a vida sexual e

com as necessidades sexuais e avaliam como muito boa a vida sexual; 16%

muito pouco se sentem incomodados por alguma dificuldade na vida sexual ,

estão satisfeito com a vida e com as necessidades sexuais, e avaliam com boa

a vida sexual; 30% mais ou menos se sentem incomodados por alguma

dificuldade sexual , estão nem satisfeito nem insatisfeito com a vida e com as

necessidades sexuais e avaliam como nem boa nem ruim sua vida sexual; 34%

referem bastante se sentir incomodados e estarem insatisfeito com sua vida e

Page 71: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

71

suas necessidades sexuais e avaliam como ruim sua vida sexual; somente 2%

extremamente se sentem incomodados por alguma dificuldade na vida sexual,

estão muito insatisfeito com a vida e com as necessidades sexuais, avaliam

como muito ruim a vida sexual.

Dyniewicz et al, (2004) aput Riella refere que os problemas endócrinos

desencadeados pela IRC, podem causar hiperparatireoidismo, amenorréia ou

hipomenorréia, na mulher ainda pode causar decréscimo da fertilidade e

deficiência estrogênica; e nos homens nota-se atrofia testicular, redução da

espermatogênese, diminuição na síntese de testosterona, ocorrendo também

diminuição da luz vascular, fibrose e esclerose do epidídimo, levando a um

irreversível dano reprodutivo. Tanto na mulher como no homem, há disfunção

sexual e diminuição da libido.

FIGURA 23: Atividade Sexual Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.5 Domínio V – Ambiente

Esse domínio contem 8 facetas: Segurança física e proteção, Ambiente

no lar, Recursos financeiros, Cuidados de saúde e sociais : disponibilidade e

Qualidade, Oportunidades de adquirir novas informações e Habilidades,

Participação em, e oportunidades de recreação, Lazer, Ambiente físico:

(poluição /ruído/ trânsito/ clima), Transporte.

Page 72: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

72

4.3.5.1 Faceta 16 : segurança física e proteção

Em se tratando de segurança física 7% dos clientes dizem nada se

sentirem seguros, em sua vida diária ,nada vivem num ambiente seguro e

estão muito insatisfeito com sua segurança física; 16% muito pouco se

sentem seguros e vivem num ambiente seguro e estão insatisfeito com sua

segurança física; 11% mais ou menos se sentem seguros e vivem em um

ambiente seguro e estão nem satisfeito nem insatisfeito com sua segurança

física; a grande maioria 63% se sentem bastante seguro em sua vida diária e

vivem bastante num ambiente seguro estão satisfeito com a segurança física

de onde vivem; 3% se sentem extremamente seguros, vivem extremamente

num ambiente seguro e estão muito satisfeito com sua segurança física.

Herculano (1998) diz que moradia é habitar um lugar saudável, de

clima ameno, limpo, dotado de água, luz , saneamento e energia, mais

sossegado, seguro, com locais de convívio, de educação, cultura e esportes

onde haja beleza natural, espaço de lazer e contato com a natureza não-

degradada.

FIGURA 24: Segurança Física e Proteção Fonte: ( SUSIN, 2008)

Page 73: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

73

4.3.5.2 Faceta 17: ambiente no lar

Referente ao ambiente do lar, os clientes demonstraram em 1% que

nada é confortável e gostam do lugar onde mora ,o lar nada corresponde as

suas necessidades e estão muito insatisfeito com as condições do local que

moram; 3% é muito pouco confortável e gostam do local onde mora, muito

pouco o lar correspondem as necessidades e estão insatisfeito com as

condições do local onde moram; 20% mais ou menos é confortável e gostam

do local onde moram e médio as características do lar correspondem as

necessidades e estão nem satisfeito nem insatisfeito com o local onde moram;

a maioria 60% diz ser bastante confortável o local onde moram e gostam

bastante as características do lar correspondem muito as suas necessidades e

estão satisfeitos com as condições do local onde mora; 16% é extremamente

confortável e gostam do local onde moram, o lar corresponde completamente

as suas necessidades e estão muito satisfeito com as condições do local onde

moram.

FIGURA 25: Ambiente no Lar Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.5.3 Faceta 18: recursos financeiros

Quanto aos recursos financeiros 11% os clientes responderam que

nada tem de dificuldades e se preocupam com dinheiro, estão muito satisfeito

Page 74: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

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com a sua situação financeira, e referem ter completamente dinheiro suficiente

para satisfazer as necessidades; 18% muito pouca dificuldade financeira e

muito pouco se preocupam com dinheiro, estão satisfeito com sua situação

financeira e referem ter muito dinheiro suficientes para satisfazer suas

necessidades; 30% mais ou menos tem dificuldades e se preocupam com

dinheiro, estão nem satisfeito nem insatisfeito coma sua situações financeiras

e ter médio de dinheiro para satisfazer as necessidades ; 29% referem ter

bastante dificuldade e preocupações com dinheiro , estão insatisfeito com a

sua situação financeira e tem muito pouco dinheiro para satisfazer as

necessidades; 12% extremamente tem dificuldade e se preocupam com

dinheiro, estão muito insatisfeito com sua situação financeira e praticamente

não tem nada de dinheiro suficiente para satisfazer o que precisam.

Segundo Pereira et.al, (2006) aput Jakobsson, a situação financeira está

entre os fatores socioeconômicos mais importantes na vida diária e na

qualidade de vida. Uma boa situação socioeconômica está associada a

melhor qualidade de vida, e os problemas financeiros como conseqüência

reduzem o bem-estar .

A pesquisa realizada, condiz com a fala de Pereira (2006), pois a

maioria liga a situação financeira com o fato de não conseguirem realizar o que

precisam, causando assim um desconforto.

FIGURA 26: Recursos Financeiros Fonte: ( SUSIN, 2008)

Page 75: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

75

4.3.5.4 Faceta 19: cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade

Constatou-se em respeito aos cuidados de saúde e sociais, que 5%

nada têm facilmente acesso a bons cuidados médicos, estão muito insatisfeitos

com os serviços de saúde e assistência social e avaliam como muito ruim a

qualidade destes serviços; 5% muito pouco tem acesso a bons cuidados

medico, estão insatisfeito com os serviços de saúde e de assistência social e

avaliam como ruim a qualidade dos serviços; 26% mais ou menos tem acesso

a cuidados médicos, estão nem satisfeito nem insatisfeito com os serviços de

saúde e assistência social e avaliam como nem ruim nem boa a qualidade dos

serviços; 60% tem bastante acesso a bons cuidados médicos, estão satisfeito

com os serviços com os serviços de saúde e assistência social e avaliam como

boa a qualidade destes serviços; 4% dizem ter extremamente acesso a bons

cuidados médicos, estão muito satisfeito com os serviços de saúde e de

assistência social e avaliam como muito boa a qualidade destes serviços.

FIGURA 27: Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.5.5 Faceta 20: oportunidade de adquirir novas informações e habilidades

Verificou-se que 4% não tem nada de informações que precisam no

deu dia e não nada de oportunidade de adquirir essas informações e estão

Page 76: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

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muito insatisfeito com a oportunidade de aprender novas habilidades e de obter

novas informações; 16% muito pouco disponível estão as informações que

precisam no seu dia e muito pouco tem oportunidade de adquirir essas

informações, estão insatisfeito com a oportunidade de adquirir novas

habilidades e obter novas informações; 26% tem médio informações

disponível e tem média oportunidade de adquirir as informações que considera

necessárias, estão nem satisfeito nem insatisfeito com as oportunidades de

aprender novas habilidades e de obter novas informações; a maioria 54% diz

que as informações que precisam no seu dia estão muito disponível assim

como a oportunidade de adquirir as informações que necessita dizem estar

satisfeito com as oportunidades; 0% ninguém esta completamente e muito

satisfeito com as oportunidades disponíveis ou adquiridas no dia.

FIGURA 28: Oportunidade de adquirir novas informações e habilidades Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.5.6 Faceta 21: participação em, e oportunidades de recreação/ lazer

Em relação à participação e oportunidades de recreação e lazer

observou se que, 13% nada aproveitam seu tempo livre, nada tem

oportunidade de lazer, nada são capazes de relaxar e estão muito insatisfeitos

com a maneira que usam o tempo livre; 16% muito pouco aproveitam o tempo,

tem oportunidade de lazer, e são capazes de relaxar, estão insatisfeito com a

Page 77: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

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maneira de usar o tempo livre; 19% médio aproveita o tempo livre, tem

oportunidade de lazer, e são mais ou menos capazes de relaxar estão nem

satisfeito nem insatisfeito com a maneira que usam o tempo livre; a maioria

51%, aproveitam muito seu tempo livre , tem bastante oportunidade de lazer ,

são bastante capazes de relaxar, estão satisfeito com a maneira de usarem o

tempo livre; 1%, aproveita completamente o tempo livre, extremamente tem

oportunidade de lazer, é extremamente capaz de relaxar e estão muito

satisfeito com a maneira de usar o tempo livre;

Terra (2007) fala de fatores que podem interferir na QV e a falta de

oportunidade de aproveitar a vida é explicada pelo fato de o tratamento

hemodialítico ser responsável por um cotidiano monótono e restrito, e as

atividades desses clientes serem limitadas após o início do tratamento,

favorecendo o sedentarismo e a deficiência funcional.

Martins; Cesarino (2005) confirmam que os pacientes ficam

impossibilitados de realizar passeios e viagens prolongadas em razão do

tratamento, por terem que se submeter 3 vezes por semana quatro horas

diárias.

FIGURA 29: Participação em, e oportunidades de recreação/ lazer Fonte: ( SUSIN, 2008)

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4.3.5.7 Faceta 22: ambiente físico (poluição/ruído/transito/clima)

Ao analisarmos as respostas referentes ao ambiente físico tivemos como

resultado que: 15% dos clientes nada é saudável o ambiente onde vive, diz

estarem muito insatisfeitos com o barulho, poluição e com o clima do lugar

onde vivem; 13% referem ser muito pouco saudável o ambiente onde vivem e

estarem insatisfeito com o ambiente físico e com o lugar onde vivem; 25% mais

ou menos é saudável o lugar onde vivem, estão nem satisfeito nem insatisfeito

com o ambiente físico e com o clima onde vivem; a maior porcentagem 46%

dos cliente, diz ser bastante saudável o ambiente onda vivem e estarem

satisfeitos com o ambiente físico, poluição, barulho e com o clima do lugar

onde vivem e 1% diz que extremamente é saudável o lugar onde vivem e

estarem muito satisfeito com o ambiente físico e com o clima do lugar onde

vivem.

Herculano (1998) fala que a qualidade de vida pode ser definida

como a soma das condições econômicas, ambientais, científico-culturais e

políticas, que assegure água e ar limpos, higidez ambiental, alimentos

saudáveis e a preservação de ecossistemas naturais.

FIGURA 30: Ambiente físico( poluição/ruído/transito/clima) Fonte: ( SUSIN, 2008)

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4.3.5.8 Faceta 23: transporte

No que se refere ao transporte, 37% dos clientes não tem nada de

problemas com transportes e isso nada dificultam sua vida, os meios de

transportes estão completamente adequados e os clientes estão muito

satisfeito com o seu transporte; 29% muito pouco tem problemas e dificuldades

com o transporte, tem muito adequados o transporte e estão satisfeito; 18%

mais ou menos, tem problemas e dificuldades, médio são os mios de transporte

que tem e estão nem satisfeito nem insatisfeito com os meios de transportes;

13% referem ter bastante problemas e dificuldades com o transporte e ter

muito pouco meios de transporte, muito insatisfeito estão com isso; 3%

extremamente problemas e dificuldades com o transporte, nada de meios

adequados e estão muito insatisfeito.

FIGURA 31: Transporte Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.6 Domínio VI - Aspectos espirituais/religião/crença pessoais

Composto somente pela faceta Espiritualidade/religião/crenças pessoais

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4.3.6.1 Faceta 24: espiritualidade/religião/crenças pessoais

Em relação à espiritualidade revelou-se que, 0% ninguém assinalou que

as crenças pessoais não dão nada de sentido a sua existência; 4% as crenças,

muito pouco dão sentido a vida, muito pouco dão forças e ajudam a enfrentar

as dificuldades e ainda muito pouco a sua vida tem sentido; 7% mais ou menos

as crenças pessoais dão sentido a vida ,dão forcas e ajudam a enfrentar as

dificuldades e mais ou menos acham que sua vida tem sentido; para grande

maioria, 68%, as crenças pessoais dão bastante sentido a sua vida, dão forças

e ajudam a enfrentar as dificuldade, e que suas vidas tem bastante sentido;

21% extremamente as crenças dão sentido a vida, dão forças e ajudam a

enfrentar as dificuldades.

Fleck et al. (2003) diz que para muitas pessoas, a religião, as crenças

pessoais e as crenças espirituais são uma fonte de conforto, bem-estar,

segurança. A espiritualidade refere-se a respeito do significado da vida e da

razão de viver, a religião é definida como a crença na existência de um poder

sobrenatural, criador e controlador do universo, a religiosidade é a extensão na

qual um indivíduo acredita, seguem e praticam uma religião. Crenças pessoais

podem ser quaisquer crenças ou valores que um indivíduo sustenta, e que

formam a base de seu estilo de vida e de seu comportamento.

“Nesta pesquisa as crenças pessoais em 68% dos clientes dão sentido

a vida , são fonte de conforto e bem estar conforme a literatura apresenta.”

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FIGURA 32: Espiritualidade/ religiosidade/ crenças pessoais Fonte: ( SUSIN, 2008)

4.3.7 Faceta geral: avaliação global de qualidade de vida.

Em relação à avaliação da qualidade de vida pode-se constatar que, 3%

muito insatisfeito com sua qualidade de vida, com sua vida e com sua saúde e

avaliam como muito ruim sua qualidade de vida; 16% estão insatisfeitos com

sua qualidade de vida,com a vida e com a saúde, avaliam como ruim a sua

qualidade de vida; 26% estão nem satisfeito nem insatisfeito com sua

qualidade de vida, com sua vida e com sua saúde,avaliam como nem boa nem

ruim a sua qualidade de vida; 54% estão satisfeitos com a qualidade de vida

que tem, com a saúde e com a vida, avaliam a qualidade de vida com boa; 1%

estão muito satisfeitos com sua qualidade de vida com sua saúde e com sua

vida, avaliam a qualidade de vida como muito boa.

Constata- se então que para a maioria dos clientes na suas avaliações

eles dizem ter qualidade de vida, estarem satisfeitos com a sua vida e com a

sua saúde. Lentz et al, (2000) apud Romano, qualidade de vida é mais que

simplesmente a ausência ou presença de saúde, abrangendo também

educação, saneamento básico, acesso a serviços de saúde, satisfação e

condições de trabalho, além de outros aspectos, portanto depende de como

cada cliente vê o mundo, as pessoas, o ambiente e interage com eles.

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FIGURA 33: avaliação global de qualidade de vida. Fonte: ( SUSIN, 2008)

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foram dias de conversas, entrevistas, histórias de vida e de superação,

histórias de quem acredita que a vida vale a pena, e outras de quem não tem

tanta certeza assim. Criaram-se muitos momentos de lazer e emoção, para

ambas as partes, entrevistadora e entrevistados, em muitas ocasiões os

clientes não tinham com quem conversar, com quem contar os seus problemas

ou até mesmo alguém diferente do circulo social que lhes desse atenção, e por

a entrevistadora proporcionar essa atenção e conversa, os laços de amizade

foram surgindo e criando diversas situações de alegrias, tristezas, desabafos.

Este estudo buscou conhecer o perfil demográfico dos clientes em

tratamento hemodialítico do município de Caçador e avaliar a qualidade de

vida através dos pensamentos e sentimentos expressados.

O perfil demográfico conhecido mostra a relação e os fatores que

interferem na qualidade de vida dos clientes de Caçador principalmente na

área do lazer, da alfabetização, e das doenças associadas com a IRC e a

idade. A escolaridade obteve-se que os analfabetos são 10,5% e a maioria

estudou entre a 1ª e a 4ª serie, demonstrando que o índice de estudo completo

com formação do ensino médio ou superior e extremamente baixa, dificultando

o próprio entendimento da doença, e sucessivamente interferindo na qualidade

do cuidado. Observa-se referente à ocupação que eles não tem muitas

atividades de lazer, pois 43% para se ocuparem assistem televisão

praticamente a todo o tempo. Todos alem da IRC referem ter outros problemas

de saúde, sendo diabéticos, hipertensos e problemas cardíacos a idade

prevalece com grande significância entre os idosos.

Já ao tempo de tratamento, estado civil, e o sexo observa-se que não

há significâncias. Os clientes em hemodiálise estão com o tempo de tratamento

entre 1 a 5 anos mas se concentram entre 1 a 3 anos.. A pesquisa apontou que

não há diferença entre o numero de homens e mulheres em tratamento,

Observou-se que 63% em sua maior porcentagem referente ao estado civil são

casados, e apenas 5% são solteiros, os casados automaticamente tem o apoio

da família que é de extrema importância para a recuperação.

Quanto ao questionário semi estruturado, as respostas variaram

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conforme cada cliente, pois cada um vive e se relaciona com a IRC e com o

tratamento de formas diferente e isso está diretamente ligada a qualidade de

vida. Se o cliente tem respostas positivas automaticamente, será para ele mais

fácil lidar com a doença, caso do contrario o desafio será maior e como

conseqüência uma péssima qualidade de vida.

Notou-se nas respostas que os clientes têm alteração na atividade

física, relatando cansaço e desconfortos, ambos são causados pelo desgaste

do tratamento. O incomodo e as dificuldades que a maioria referiu também esta

relacionada ao tratamento, as restrições e as privações. Sobre a alimentação

todos estão conscientes sobre os cuidados, mas não seguem. A entrevistadora

não imaginava que as atividades físicas e as restrições são tão comprometidas,

e dificultam tanto a vida dos clientes a ponto de prejudicar as suas relações

sócias.

Acredita-se que o índice mais significativo das perguntas abertas

abortou a viagem e pela surpresa da entrevistadora a viagem em si não é ruim,

o que os incomoda é a volta da cidade de Videira, pois sentem-se fracos,

cansados e debilitados pelo desgaste da maquina, do tratamento, pois afinal ir

para lá é uma forma de manter a vida deles, mas acaba interferindo na

qualidade de vida.

Quanto ao que mudou com o tratamento , como cuida de sua saúde, a

grande maioria referiu que o tratamento é a forma de os manterem vivos, e

procuram seguir as prescrições médicas e de enfermagem para viverem

melhor. Nesta perguntas a entrevistadora teve varias lições de vida, lições de

coragem, enfrentamento das dificuldades, como exemplo o quanto o

tratamento é importante para manter a vida deles, diferente do que a maioria

de nós pensamos, acredita-se que o tratamento é insuportável e que se prefere

deixar de viver do que passar por isso, está é a opinião de muitos, que não

conhecem a realidade e a determinação dos clientes crônicos.

O que é qualidade de vida foi a pergunta onde pode-se realmente

constatar que qualidade de vida depende muito de como cada cliente esta

inserido no ambiente em que vive e de como eles se relacionam com o mundo,

pois as respostas foram as mais diversificadas e interessante abrangendo,

saúde, bem estar, alimentação, lazer, relacionamento social, bem como a

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85

literatura descreve.

A qualidade de vida diferente do que a entrevistadora pensava não

está somente ligada a saúde ou doença, e sim a tudo o que gira em torno de

nós , acrescenta-se neste conceito criado após a pesquisa, o bem estar com a

vida, com o mundo, com as pessoas que nos rodeiam, ter saúde, ser amada,

ser feliz, e ter boas esperanças para com o futuro, de acordo com o conceito

da OMS.

Em se tratando de qualidade de vida pode –se confirmar as respostas

acima e ainda identificar quais são as maiores interferência na qualidade de

vida dos clientes crônicos, através do questionário WHOQOL-1OO, validado

para o português e fiel na credibilidade das respostas.

Os resultados apontaram aspectos positivos quanto no domínio

psicológico; nas relações sociais , no ambiente, nos aspectos religiosos, e na

percepção geral sobre qualidade de vida.

Nos aspectos psicológicos observa-se que os clientes tem sentimentos

positivos com a vida, com a capacidade de pensar , a auto estima está

elevada, não tem receios com a imagem corporal. Eles dão valor a vida que

tem, e conseguem encarar com otimismo as dificuldades , a pesquisadora

acreditava que os clientes crônicos seriam depressivos na sua maior

porcentagem, mas foi satisfatório saber que eles estão na sua maioria de bem

com a vida e com o tratamento.

Nas relações sócias, observa-se que os clientes estão contentes com

as relações pessoais e sociais, conseguem dos amigos e dos familiares o

apoio para melhor levar a vida.

Apesar de que o convívio social está diminuído pois as condições

físicas interferem um pouco na questão do lazer, mas diferente do que se

pensava eles mantém um contato com o mundo e com as pessoas, e não se

isolam por vergonha ou preconceito da doença.

No ambiente em que vivem apontam segurança e conforto no lar,

vivem num ambiente tranqüilo, estão satisfeitos com os cuidados de saúde e

sócias e com as oportunidades de adquirir novas informações, estão de

satisfeitos com o clima e com o transporte. No município não se houve falar

todos os dias em assaltos ou violências ou assassinatos , ainda Caçador pode

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86

ser considerada uma cidade calma para se viver

Os aspectos religiosos observa-se o índice mais alto de toda a

pesquisa, pois são as crenças, a fé que os ajudam a enfrentar a vida e as

dificuldades durante o caminho. Como a pesquisadora os cliente crêem em

algo especial, em um ser maior, tem esperança e fé que levam para a vida e

em conseqüência para a melhora das condições de saúde doença, sem isso a

coragem e da força não existiria, e a doença se tornaria pior e as dificuldades

seriam muito maiores.

Sobre a avaliação global da qualidade de vida, eles estão satisfeitos

com a sua vida e com a sua saúde, e sua qualidade de vida é boa. Como já foi

dito a qualidade de vida depende de cada um de nós e de cada pensamento

que temos perante a vida e ao mundo

Por outro lado o domínio físico e a dependência são fatores que

extremamente interferem na qualidade de vida dos clientes, a ainda uma

pequena porcentagem que possuem sentimentos negativos, estão insatisfeitos

com as atividades sexuais, e estão um pouco preocupados com a situação

financeira.

Na parte física o que interfere é a dor o desconforto, ter pouca energia

para o dia dificultando nas execuções das tarefas do dia a dia, as respostas

assinaladas condiz com as respondidas abertamente. Nós quando estamos

com alguma dor já ficamos mais quietos, sem fazer muitas coisas, basta então

imaginar os clientes renais o quanto deve ser complicado para eles realizarem

as atividades diárias.

Nas dependências o que está prejudicado e a mobilidade, a dificuldade

de locomoção assim como eles relataram que o tratamento os deixa fracos,

mas o que mais chama a atenção é a dependência pelo tratamento e pelas

medicações o quanto eles tem o conhecimento desta importância, a

capacidade de trabalho está mais ou menos e como relataram depende das

forças diárias.

Conclui-se que a qualidade de vida dos clientes renais crônicos tem

interferência na vida em qualquer lugar, alguns clientes mais outros menos,

dependendo do apoio, do enfrentamento da doença, das condições

econômicas, enfim dependendo dos fatores que podem interferir na qualidade

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de vida e da maneira que como cada um reage com as situações diárias.

Este estudo foi de grande relevância para que se possa avaliar a

qualidade de vida das pessoas não só quem faz hemodiálise, mas para reflexo

da qualidade de vida da população em geral, cada vez estamos mais

stressados, correria do dia a dia, não priorizando a nossa saúde, nos

descuidando da alimentação, lazer, espiritualidade e é em pequenos gestos

que conseguimos melhorar a sobrevida.

Este estudo oferece subsídios para que o enfermeiro e sua equipe de

saúde e até mesmo a comunidade percebam a necessidade de avaliar a

qualidade de vida das pessoas com doença renal crônica, para promover

transformações necessárias e melhorar o comprometimento da qualidade de

vida dos clientes renais crônicos, para que esses possam viver com a doença e

o tratamento em plena harmonia e com os suportes necessários.

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APÊNDICES

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ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA

Qual a seu (a) idade?

0-10 11-20 21-30 31-40 41-50

51-60 61-70 71-80 81-90

Qual seu (a) estado civil?

Solteiro Casado (a) Viúvo (a) Separado (a) Amasiado (a)

Ate que serie estudou?

1ª a 4ª serie 5ª a 8ª serie do

ensino fundamental

1ª a 3ª ano do

ensino médio

Ensino

superior

O que costuma fazer para se ocupar?

Assistir TV Ouvir musica Brincar Ler Caminhadas

Passear

Quanto tempo já faz o tratamento?

0-1 ano 1 a 3 anos 3 a 5 anos 5 a 7 anos Á mais tempo

Tem algum outro problema de saúde?

Diabetes Hipertensão Problemas

cardíacos

Depressão outros

Realiza que tipos de exercícios físicos?

Quais as tarefas diárias que realiza?

O que mudou após o inicio do tratamento?

Como é ir para outra cidade realizar o tratamento?

Como você faz as refeições, existe muitas restrições dietéticas, quais?

O que mais incomoda?

Qual a sua maior dificuldade?

Você cuida da sua saúde?Como?

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

Viemos por meio deste estudo convida-lo a participar da pesquisa sobre

a Qualidade de vida dos pacientes renais crônicos em tratamento

hemodialitico de Caçador elaborado pela acadêmica de enfermagem da

Universidade do Contestado-Unc, Mônica Bianchi Susin, e-mail

[email protected] telefone para contato 0xx-(49) 35672754 e

orientadora Marlise Bonés, enfermeira especialista, professora, e-mail

[email protected]. Convidar

Realizaremos esta pesquisa voltada para o conhecimento, tendo como

objetivo a Avaliação da qualidade de vida dos pacientes renais crônicos em

tratamento hemodialítico, entrevistar, aplicar questionário e Identificar as

atividades cotidianas que comprometem a qualidade de vida, Identificar o perfil

sócio-demografico dos pacientes renais crônicos de Caçador.

As informações obtidas através do questionário e da entrevista servirão

de base para desenvolvimento e conhecimento da realidade dos pacientes em

tratamento hemodialítico.

O instrumento de coletas de dados será uma entrevista estruturada

WHOQOL – 100 é composto por seis domínios: o físico. o psicológico, o do

nível de independência, o das relações sociais, o do meio ambiente e o dos

aspectos religiosos e entrevista semi estruturada com perguntas abertas e

fechadas, com a finalidade de caracterizar os sujeitos quanto à idade, estado

civil, escolaridade, ocupação e tempo de tratamento de hemodiálise alem de

identificar as atividades cotidianas comprometidas dessas pessoas, restrições

dietéticas, transporte e o sentimento após o início do tratamento hemodialítico,

pois o questionário WHOQOL – 100 não permite identificar essas atividades.

Levaremos em consideração:

O direito da não identificação e privacidade do paciente será mantido

em caráter sigilo;

O direito de acesso aos resultados da pesquisa será priorizado;

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O direito de desistir a qualquer momento, deixando da participar do

estudo, sem qualquer prejuízo a continuidade do tratamento de seu

cuidado na instituição;

O direito de o paciente estar isento de despesas;

O direito de esclarecimento permanente;

A minha assinatura neste termo de consentimento ,dará

autorização da pesquisa, ao comitê de Ética da UnC, e a organização

governamental de saúde de utilizarem os dados obtidos quando se fizer

necessário, incluindo a divulgação dos mesmos, sempre preservando

minha privacidade.

Declaro que obtive todas as informações necessárias e concordo

de livre e espontânea vontade em participar deste estudo, assinando

abaixo em duas vias de igual teor (conteúdo) e forma.

Nome e assinatura do sujeito da pesquisa:

________________________________________________________

Nome e assinatura dos responsáveis pela pesquisa:

Professora orientadora: Marlise Bonés

________________________________________________________

Acadêmica: Mônica Bianchi Susin

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TERMO DE CONSENTIMENTO

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CAÇADOR

Viemos por meio deste, solicitar autorização para a pesquisa do trabalho

de conclusão de curso, tendo como tema a Avaliação da Qualidade de vida dos

pacientes renais crônicos em tratamento hemodialitico de Caçador, e solicitar a

Secretaria municipal de saúde que conceda o nome e endereços dos clientes

que estão em tratamento para que se possa começar a pesquisa, elaborada

pela acadêmica de enfermagem da Universidade do Contestado-Unc, Mônica

Bianchi Susin, e-mail [email protected] telefone para contato 0xx-

(49) 35672754 e orientadora Marlise Bonés, enfermeira especialista,

professora, e-mail [email protected].

Realizaremos esta pesquisa voltada para o conhecimento, tendo como

objetivo a Avaliação da qualidade de vida dos pacientes renais crônicos em

tratamento hemodialítico, entrevistar, aplicar questionário e Identificar as

atividades cotidianas que comprometem a qualidade de vida, Identificar o perfil

sócio-demografico dos pacientes renais crônicos de Caçador.

As informações obtidas através do questionário e da entrevista servirão

de base para desenvolvimento e conhecimento da realidade dos pacientes em

tratamento hemodialítico.

Levaremos em consideração:O direito da não identificação e

privacidade do paciente será mantido em caráter sigilo;O direito de acesso aos

resultados da pesquisa será priorizado;O direito de desistir a qualquer

momento, deixando da participar do estudo, sem qualquer prejuízo a

continuidade do tratamento de seu cuidado na instituição;O direito de o

paciente estar isento de despesas;O direito de esclarecimento permanente;

Secretaria municipal de saúde

_________________________________________________________

Acadêmica: Mônica Bianchi Susin

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Folder

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ANEXOS