avaliaÇÃo da qualidade de vida dos clientes renais crÔnicos em tratamento hemodialitico
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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO CURSO DE ENFERMAGEM
MÔNICA BIANCHI SUSIN
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO
CAÇADOR 2008
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MÔNICA BIANCHI SUSIN
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para a obtenção de titulo de Enfermeiro, da Universidade do Contestado – UnC Caçador, sob orientação da professora Marlise Bones
CAÇADOR 2008
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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS CLIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALITICO
MÔNICA BIANCHI SUSIN
Este Trabalho de Conclusão de Curso, foi submetido ao processo de avaliação pela Banca Examinadora para a obtenção do Título de Enfermeiro
Bacharel em Enfermagem
E aprovada na sua versão final em _____________, atendendo às normas da legislação vigente da Universidade do Contestado e Coordenação do Curso de Enfermagem
_____________________________________________ Dayane Carla Borille
Coordenadora do curso de graduação em Enfermagem
BANCA EXAMINADORA:
_________________________
Presidente da Banca: Marlise Bones Especialista em Administração Hospitalar
_________________________
Membro da Banca: Dayane Carla Borille Mestre em Enfermagem
_________________________
Membro da Banca: Maria Aparecida Tavaxres Especialista em UTI
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DEDICATÓRIA
Lembram-se daquelas cartas que começavam,
dizendo: “Escrevo estas mal traçadas linhas”? Pois é,
escrevi e ofereço estas mal traçadas linhas contidas neste
trabalho, não a uma ou a poucas pessoas, mas a todas
aquelas que, mesmo por um simples gesto, contribuíram
para que eu chegasse até aqui, transformando meu sonho
em realidade. De forma particular, no entanto, não posso
deixar de dedicar a meus pais, ao meu namorado, aos
amigos e professores que estiveram ao meu lado nesta
conquista.
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AGRADECIMENTOS
A Deus primeiramente, por ter me dado a oportunidade de estar no mundo, e
por ele tornar possível a concretização deste momento;
Secretaria Municipal de Saúde e a Rede Hospitalar Santos Anjos- Hospital
Maicé e Jonas Ramos, por terem oportunizado campo de estagio, do qual
foram de fundamental importância para o meu aprendizado e conhecimento
adquirido;
Aos professores do curso de Enfermagem, que me ensinaram com prazer e
dedicação, parte do que sei, e o que é mais importante me ensinaram a
aprender sozinha.
A professora Marlise Bones que mesmo a distância não economizou esforços
para que este trabalho alcança-se seu objetivo;
A todos os clientes que colaboraram com boa vontade, sem os mesmos este
trabalho não poderia ter sido realizado;
A minha família e aos meus pais, que foram imprescindíveis na realização do
meu sonho, por tudo o que fizeram por mim, pelo incentivo, compreensão, por
terem acreditado no meu potencial ;
Ao meu namorado, por estar ao meu lado nos momentos em que mais precisei,
pela paciência, pela dedicação, e pelo apoio por tudo o que e faz por mim;
Aos meus amigos e colegas de classe que ao longo desta caminhada de 4
anos , compartilharam dos mesmos objetivos , e juntos estamos vencendo
mais uma etapa de nossas vidas, minha eterna gratidão.
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“Determinação, coragem e auto confiança são fatores
decisivos para o sucesso. Se estamos possuídos por uma
inabalável determinação conseguiremos superá-los.
Independentemente das circunstâncias, devemos ser
sempre humildes, recatados e despidos de orgulho.”
(Dalai Lama)
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RESUMO
Este é um estudo do tipo transversal descritivo, e com abordagem quantitativa e qualitativa. O principal objetivo desta pesquisa foi avaliar através do questionário WHOQOL - 100 e entrevista semi estruturada, a qualidade de vida dos clientes renais crônicos que residem no município de Caçador-SC e se locomovem até o município de Videira-SC para realizarem o tratamento Hemodialítico. Como específicos identificar o perfil sócio-demográfico; as atividades cotidianas que comprometem a qualidade de vida, como exercícios físicos, tarefas diárias. A coleta de dados foi realizada nos meses de setembro e outubro de 2008, participaram da pesquisa 86% ou 19 clientes, sendo 22 no total . Não há significância de diferença entre o perfil relacionado ao sexo, sendo 47% masculino e 53% feminino, o tempo médio de tratamento tem sua maior porcentagem com 43% de um a três anos .Pode-se considerar que a qualidade de vida é um termo amplo, onde seu significado abrange sentimentos positivos ou negativos, lazer, educação, condições de trabalho, portanto não tem o simples significados de presença ou ausência de saúde .Os clientes renais crônicos do município de Caçador tem sim, alterações na sua qualidade de vida, mas essas alterações estão muito ligadas a maneira que cada cliente vê sua vida e se empenha para realizar o tratamento. Palavras chaves: Qualidade de vida, Insuficiência Renal Crônica, Hemodiálise
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ABSTRACT
This is a king descriptive transversal study, and with quantitative and qualitative abordage. The principal objective from this research was access via the questionnaire WHOQOL-100 and from a interview semi-structured, the quality of live from the renal chronic patients of Caçador in haemodialitic treatment in Videira- SC. identify the profile socio-demographic the daily activities what they engage the quality of life such as physical exercise, dairy tasks. The collection of data was realized on the months of September and October, 2008 participate in this research 86% of client. There is no significance of differences among the profile related the sex being 47% masculine and 53% female, the medium time of treatment has your greater percentage with 43% from one to three years. Can consider that the quality life is an ample term, where yours significance include positive or negative feelings leisure, education, working conditions, consequently don’t have the simple significance of presence ar absence of health. The renal chronic patients of Caçador have, alterations in their quality of live, but those alteration is a good deal connected with way the each client see your life and engage to realize the treatment. Key Words: Quality of Life, Renal Chronic Insufficiency, Haemodialis.
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LISTA DE ABREVIATURAS
ADH- Hormônios Antidiuréticos
CAPD- Diálise Peritonial Ambulatorial Continua
CCPD- Diálise Peritoneal Cíclica Continua
HD- Hemodiálise
IRA- Insuficiência Renal Aguda
IRC- Insuficiência Renal Crônica
QV- Qualidade de Vida
SUS- Sistema Único de Saúde
WHOQOL- World Health Organization Quality of Life
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01 e 02: Idade Masculina e Feminina .................................... 40
Figura 03: Perfil dos Sexos................................................................. 41
Figura 04: Estado Civíl........................................................................ 41
Figura 05: Escolaridade...................................................................... 42
Figura 06: 0cupação........................................................................... 43
Figura 07: Tempo de Tratamento....................................................... 43
Figura 08: Problemas Relacionados................................................... 44
Figura 09: Dor e Desconforto.............................................................. 54
Figura 10: Energia e Fadiga................................................................ 55
Figura 11: Sono e Repouso................................................................ 56
Figura 12: Sentimentos Positivos........................................................ 57
Figura 13: Pensar, Aprender, Memória E Concentração .................... 58
Figura 14: Auto- Estima ..................................................................... 59
Figura 15: Imagem Corporal E Aparência .......................................... 61
Figura 16: Sentimentos Negativos ..................................................... 62
Figura 17: Mobilidade ......................................................................... 63
Figura 18: Atividade Da Vida Cotidiana ............................................. 65
Figura 19: Dependência De Medicação Ou De Tratamentos ............. 66
Figura 20: Capacidade De Trabalho .................................................. 67
Figura 21: Relações Pessoais ........................................................... 69
Figura 22: Suporte (Apoio) Social ...................................................... 70
Figura 23: Atividade Sexual ............................................................... 71
Figura 24: Segurança Física E Proteção ........................................... 72
Figura 25: Ambiente No Lar ............................................................... 73
Figura 26: Recursos Financeiros ....................................................... 74
Figura 27: Cuidados De Saúde E Sociais .......................................... 75
Figura 28: Oportunidades de adquirir informações............................ 76
Figura 29: Participação Em, E Oportunidades ................................... 77
Figura 30: Ambiente Físico( Poluição/Ruído/Transito/Clima) ............. 78
Figura 31: Transporte ......................................................................... 79
Figura 32: Espiritualidade/ Religiosidade/ Crenças Pessoais ............ 81
Figura 33: Avaliação Global De Qualidade De Vida........................... 82
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 16
2.1 SISTEMA URINÁRIO .............................................................................. 16
2.1.1 Anatomia Renal ................................................................................ 16
2.1.2 Fisiologia Renal ................................................................................ 18
2.1.2.1 A formação da urina .................................................................. 18
2.1.2.2 Excreção de produtos residuais ................................................. 19
2.1.2.3 Regulação da excreção de eletrólitos ........................................ 19
2.1.2.4 Regulação da excreção ácida ................................................... 19
2.1.2.5 Regulação da excreção de água ............................................... 20
2.1.2.6 Auto- regulação da pressão arterial ........................................... 20
2.1.2.7 Clearance renal ........................................................................ 21
2.1.2.8 Regulação da produção de Eritrócitos ....................................... 21
2.1.2.9 Síntese de Vitamina ................................................................... 21
2.1.2.10 Secreção de Prostaglandinas .................................................. 21
2.2 INSUFICIÊNCIA RENAL ......................................................................... 22
2.3 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) .................................................. 22
2.3.1 Manifestações Clínicas ................................................................... 23
2.3.2 Tratamento ....................................................................................... 23
2.4 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA ........................................................ 23
2.4.1 Fatores de Risco .............................................................................. 24
2.4.2 Incidência e Prevalência da IRC ...................................................... 24
2.4.3 Aspectos Estruturais ........................................................................ 24
2.4.4 Fisiopatologia ................................................................................... 24
2.4.5 Manifestações Clínicas .................................................................... 26
2.4.6 Complicações ................................................................................... 27
2.4.7 Tratamento ....................................................................................... 27
2. 5 DIÁLISE ................................................................................................. 28
2.5.1 Diálise Peritonial............................................................................... 29
2.5.2 Transplante Renal ............................................................................ 29
2.5.3 Hemodiálise ..................................................................................... 29
12
2.5.3.1 Princípios básicos da hemodiálise ............................................. 30
2.5.3.2 Dialisador ................................................................................... 31
2.5.3.3 Vias de acesso á circulação do paciente ................................... 32
2.5.3.4 Intercorrências ........................................................................... 33
2.5.3.5 Complicações ............................................................................ 33
2.6 QUALIDADE DE VIDA ............................................................................ 33
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 37
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS .................................... 39
4.1 PERFIL DEMOGRAFICO ........................................................................ 39
4.2 ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA .................................................... 44
4.3.1 Domínio I – Domínio Físico .............................................................. 53
4.3.1.1 Faceta 1 : dor e desconforto ...................................................... 53
4.3.1.2 Faceta 2 : energia e fadiga ........................................................ 54
4.3.1.3 Faceta 3 : sono e repouso ......................................................... 55
4.3.2 Domínio II – Domínio Psicológico..................................................... 56
4.3.2.1 Faceta 4 : sentimentos positivos ............................................... 57
4.3.2.2 Faceta 5: pensar,aprender, memória e concentração ............... 58
4.3.2.3 Faceta 6 : auto-estima ............................................................... 58
4.3.2.4 Faceta 7: imagem corporal e aparência .................................... 60
4.3.2.5 Faceta 8 : sentimentos negativos .............................................. 61
4.3.3 Domínio III – Nível de Dependência ................................................. 62
4.3.3.1 Faceta 9 : mobilidade ................................................................ 62
4.3.3.2 Faceta 10: atividade da vida cotidiana ....................................... 63
4.3.3.3 Faceta 11:dependência de medicação ou de tratamentos ....... 65
4.3.3.4 Faceta 12: capacidade de trabalho ............................................ 66
4.3.4 Domínio IV - Relações sociais ......................................................... 67
4.3.4.1 Faceta 13: relações pessoais .................................................... 68
4.3.4.2 Faceta 14 : suporte( apoio) social .............................................. 69
4.3.4.3 Faceta 15: atividade sexual ....................................................... 70
4.3.5 Domínio V – Ambiente ..................................................................... 71
4.3.5.1 Faceta 16 : segurança física e proteção .................................... 72
4.3.5.2 Faceta 17: ambiente no lar ........................................................ 73
4.3.5.3 Faceta 18: recursos financeiros ................................................. 73
13
4.3.5.4 Faceta 19: cuidados de saúde e sociais: ................................... 75
4.3.5.5 Faceta 20: oportunidade de adquirir novas ............................... 75
4.3.5.6 Faceta 21: participação em, e oportunidades ........................... 76
4.3.5.7 Faceta 22: ambiente físico (poluição/ruído/transito/clima) ......... 78
4.3.5.8 Faceta 23: transporte ................................................................. 79
4.3.6 Domínio VI - Aspectos espirituais/religião/crença pessoais ............. 79
4.3.6.1 Faceta 24: espiritualidade/religião/crenças pessoais ................. 80
4.3.7 Faceta geral: avaliação global de qualidade de vida. ....................... 81
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 83
REFERÊNCIAS................................................................................................
APÊNDICES......................................................................................................
ANEXOS..........................................................................................................
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1 INTRODUÇÃO
A qualidade de vida está ligada ao desenvolvimento humano, não
significando apenas que o indivíduo ou o grupo social tenha seu bem-estar
físico, psicológico, emocional e mental, mas que esteja bem consigo mesmo,
com a vida, com as pessoas que o cercam, como a família, amigos, emprego
ou outras circunstâncias da vida, para que se tenha qualidade de vida, deve-
se ter hábitos saudáveis, cuidar bem do corpo, ter tempo para lazer e vários
outras atividades que façam o indivíduo sentir-se bem, que tragam boas
conseqüências, como, usar o humor pra lidar com situações de stress, definir
objetivos de vida, sentir que tem controle sobre a própria vida. Mas muitos
aspectos influenciam a qualidade de vida, e estão ligados aos aspectos
biológicos, psicológicos e sociais. Um deste aspecto biológico está relacionado
ao doente renal crônico que sofre alterações da vida diária em virtude da
necessidade de realizar o tratamento, onde vive dependente da equipe de
saúde, da máquina e do suporte informal para ter o cuidado necessário
(MARTINS; CESARINO, 2005).
A Insuficiência renal crônica é uma deterioração progressiva e
irreversível da função renal, onde o organismo não consegue mais manter os
equilíbrios metabólicos e hidroeletrolíticos. As causas mais freqüentes incluem
a Diabetes Mellitos, hipertensão, glomerulonefrite crônica, pielonefrite,
obstrução do trata urinário, lesões hereditárias, distúrbios vasculares,
infecções, entre outras. Os pacientes permanecem quase que sem sintomas e
quando aparecem, apresenta hipertensão, insuficiência cardíaca, edema
pulmonar, prurido intenso, pericardite, além dos GI como anorexia, náuseas,
vômitos e soluços. Com a evolução do quadro a diálise ou o transplante renal
tornam-se necessários para a sobrevida do cliente (BRUNNER; SUDARTH,
2006).
Dentre os tratamentos para a insuficiência renal crônica o mais utilizado
é a hemodiálise que é um meio artificial de filtrar o sangue, realizando as
principais funções do rim. O processo é lento e deve ser realizado normalmente
três vezes por semana, durando em média 4 horas, onde o sangue do cliente
flui através de tubos feitos de membranas de diálise permeáveis, a medida que
o sangue flui, os resíduos se difundem do sangue a solução de diálise ou
15
dialisado que circunda a membrana, os componentes que são fornecidos na
solução podem difundir-se do dialisado ao sangue. O dialisado deve ser
substituído regularmente para manter os gradientes de concentração
favoráveis entre a solução e o sangue. Após passar pelo tubo e remover as
impurezas, o sangue retorna para o corpo (TORTORA, 2001).
A insuficiência renal crônica é a última conseqüência de uma série de
doenças que comprometem os rins, provocando sua atrofia total e irreversível.
A hemodiálise é um tratamento que pode manter a vida por anos, após a perda
da função renal. Contudo, estes procedimentos podem criar sérios problemas
físicos, sociais e psicológicos podendo alterar a sua qualidade de vida então,
pergunta-se: Os pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico de
Caçador têm alterações na sua qualidade de vida?
A pesquisadora através deste estudo busca avaliar e analisar os dados
colhidos e pesquisados, para que se crie estratégias onde o enfermeiro e a
equipe de saúde ajudem a proporcionar melhorias constantes nos cuidados
aos pacientes renais crônicos, atentando para a qualidade de vida.
Tendo em vista que os pacientes renais crônicos deslocam-se até o
município vizinho (videira) para realizarem a hemodiálise, e que até o momento
nenhuma pesquisa deste gênero foi realizada no município de Caçador, fez
com que despertasse o interesse pelo assunto e com isso adquirir um maior
conhecimento do dia-a-dia dos pacientes renais crônicos que participam do
tratamento hemodialítico.
O objetivo geral deste trabalho é avaliar de forma qualitativa e
quantitativa a qualidade de vida dos pacientes renais crônicos de Caçador em
tratamento hemodialítico na cidade de Videira.
Dentre os objetivos específicos estão: Identificar o perfil sócio-
demográfico dos pacientes renais crônicos em tratamento hemodialìtico de
Caçador; Identificar as atividades cotidianas tais como: exercícios físicos,
tarefas domésticas, lazer, relacionadas a hemodiálise, que comprometem a
qualidade de vida; Elaborar folder educativo orientando quanto aos cuidados
relacionados a doença renal crônica, hemodiálise e qualidade de vida.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
A homeostase é o estado relativamente constante do meio interno do
corpo. Para manter as substâncias como a água, sódio, potássio, cálcio,
cloreto, sulfato, hidrogênio devem permanecer constantes, assim como
concentrações de uma grande variedade de nutrientes e produtos celulares. Ao
metabolizar os nutrientes há um desarranjo no balanço do meio interno do
corpo entre o oxigênio e a glicose, produzindo impurezas tóxicas, os dióxido
de carbono e a uréia, esses nutrientes podem ser incorporadas ao meio interno
através da ingestão, e devem ser removidas pelo organismo através da
excreção. Deste modo a homeostase será mantida (SPENCE, 1991).
Segundo Tortora (2001) vários órgãos contribuem para a manutenção da
homeostase, eliminando os resíduos do corpo: a pele, os pulmões, o trato
gastrointestinal, e os rins.
2.1 SISTEMA URINÁRIO
O sistema urinário tem como principal função, auxiliar na homeostase,
controlando a composição e o volume do sangue, removendo e restaurando
quantidade de água e solutos (TORTORA, 2001).
Segundo Arone; Philippi (2005) o trato urinário normalmente é formado
por dois rins que produzem a urina, dois ureteres que transportam a urina para
a bexiga que armazena a urina temporariamente e uma uretra que transporta a
urina para o meio externo.
2.1.1 Anatomia Renal
Os rins são órgãos pares de cor castanhos- avermelhadas e estão
localizados na porção posterior do abdome e suas extremidades superiores
estão localizadas na altura dos arcos costais mais inferiores,10ª a 12ª costelas
torácicas. Devido a presença do fígado, o rim direito é ligeiramente inferior em
relação ao rim esquerdo. Os rins se movimentam para baixo e para cima de
acordo com a respiração da pessoa.
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Cada rim tem a forma de um grande grão de feijão e as seguintes
dimensões em um adulto, 10 a 12 cm de comprimento, 5 – 7,5 cm de largura,
2,5 cm de espessura, pesam de aproximadamente 120 - 180 gramas. Os rins
estão envolvidos por uma fina membrana, a chamada cápsula renal
(TORTORA, 2001).
O parênquima renal e a pelve renal são duas regiões distintas do rim. O
parênquima é dividido em córtex que contem os glomérulos os túbulos distais
e proximais e os ductos coletores corticais e seus capilares,e a medula que se
assemelha a pirâmides cônicas. As pirâmides tem sua base voltada a
superfície côncava do rim e o ápice para o hilo, ou pelve . as pirâmides tornam-
se cálices menores que drenam os cálices maiores que se abrem diretamente
para dentro da pelve renal (BRUNNER; SUDDARTH , 2006)
No hilo renal entram e saem estruturas como, a artéria renal, a veia
renal, o ureter, os nervos renais e os vasos linfáticos renais. O sangue chega
aos rins através das artérias renais. As artérias renais originam-se na artéria
aorta abdominal. Após circular pelos rins, o sangue retorna à veia cava
abdominal através das veias renais. Os rins recebem cerca de 1,2 litros de
sangue por minuto, ou seja, cerca de um quarto do sangue bombeado pelo
coração. Podemos dizer que os rins filtram todo o sangue de uma pessoa cerca
de 12 vezes por hora.
As unidades funcionais do rim são os néfrons que são capazes de
formar a urina, que consiste em um glomérulo contendo suas arteríolas
aferentes e eferentes, cápsula de Bowman, alça de Henle, túbulo distal e
ductos coletores. Os néfrons são divididos em corticais encontrados no córtex
do rim e os justamedulares adjacentes a medula (BRUNNER; SUDDARTH,
2006).
O glomérulo filtra grande quantidade de líquidos do sangue e é formado
por uma rede de capilares que se ramificam e se anastomosam, comparada a
outras redes capilares, apresenta elevada pressão hidrostática cerca de 60
mmHg. O liquido filtrado dos capilares glomerulares fui para o interior da
cápsula de Bowman e depois para o túbulo proximal, em seguida o liquido flui
para a alça de Henle. A mácula densa é um seguimento da alça de Henle que
desempenha importante papel no controle da função dos néfrons. Depois da
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mácula densa o liquido penetra no túbulo distal, seguem o túbulo conector e
túbulo coletor cortical, que leva ao ducto cortical que se agrupam e constituem
o ducto coletor medular que deságuam na pelve renal (GUYTON; HALL,1998).
2.1.2 Fisiologia Renal
Segundo Brunner; Suddarth (2006, p. 1039) fala sobre as principais
Funções do Rim:
Formação da urina;
Excreção de produtos residuais;
Regulação de eletrólitos;
Regulação do equilíbrio ácido- básico;
Controle do equilíbrio hídrico;
Controle pressão arterial;
Clearance renal;
Regulação da produção de eritrócitos;
Síntese de vitamina D na forma ativa;
Secreção de prostaglandinas.
2.1.2.1 A formação da urina
Segundo Brunner; Suddarth (2006) a urina é formada nos néfrons
através de três etapas: filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção
tubular. As substâncias filtradas pelos glomérulos, reabsorvidas pelos túbulos e
excretada na urina incluem, sódio, cloreto, bicarbonato, potássio, glicose,
uréia, creatinina e àcido úrico sendo que algumas destas substâncias são
reabsorvidas para dentro do sangue.
A filtração glomerular ocorre na medida em que o sangue flui para dentro
do glomérulo oriundo de uma arteríola aferente, o liquido filtrado entra então
nos túbulos renais. em condições normais 20% do sangue que passa através
dos glomérulos é filtrado para dentro dos néfrons, o filtrado constituem em
água , eletrólitos e pequenas moléculas. A filtração eficiente depende do fluxo
sanguíneo adequado para manter uma pressão consistente através do
glomérulo (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).
A segunda e terceira etapa da formação da urina são chamadas de
reabsorção tubular e secreção tubular. Dos 180 L de filtrado que os rins
19
produzem diariamente, 99% são reabsorvidos para dentro da corrente
sanguínea , resultando em 1.000 a 1.500 ml de urina por dia (BRUNNER;
SUDDARTH, 2006).
Com o resultado da filtração, reabsorção e secreção, os túbulos renais
mantêm a composição, volume e pH do plasma sanguíneo em limites estreitos,
através dos efeitos no plasma, os túbulos renais também regulam a
composição, volume e pH dos líquidos teciduais (SPENCE, 1991).
2.1.2.2 Excreção de produtos residuais
Como o principal órgão do corpo o rim funciona eliminando os produtos
metabólicos residuais do corpo, principalmente a uréia da qual 25 a 30g são
produzidos e excretados diariamente, ainda a creatinina, fosfatos e sulfatos,
todos devem ser excretados através da urina do contrario se acumulara nos
tecidos (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).
2.1.2.3 Regulação da excreção de eletrólitos
O volume de eletrólito excretado por dia é igual ao ingerido. Mais de
99% da água e sódio são filtrados nos glomérulos e reabsorvidos no sangue
quando a urina deixa o corpo. A regulação do volume de sódio excretado
depende de um hormônio sintetizado e liberado pelo córtex, a Aldosterona. O
potássio é o íon intracelular mais abundante com 98% localizado a nível
intracelular. Os rins para manter o equilíbrio normal do potássio são
responsáveis por excretar mais de 90% da ingesta diária (BRUNNER;
SUDDARTH, 2006).
2.1.2.4 Regulação da excreção ácida
O catabolismo das proteínas resulta na produção de compostos ácidos,
em especial os ácidos sulfúricos e fosfóricos. Diferente do dióxido de carbono,
os ácidos sulfúricos e fosfóricos não são voláteis e não podem ser eliminados
20
pelos pulmões, e como o acumulo desses ácidos no sangue diminuiria o seu
pH tornando o sangue mais acido e inibiria a função celular, eles são
excretados pela urina. O rim excreta até seu pH urinário alcançar 4,5
(BRUNNER; SUDDARTH, 2006).
2.1.2.5 Regulação da excreção de água
Com a ingesta hídrica é elevada é excretado grande volume de urina
diluída, de modo contrário quando a uma baixa ingesta hídrica, é excretado um
pequeno volume de urina mais concentrada, o nível da hormônio antidiuréticos
(ADH) ou vasopressina determina a excreção renal de urina concentra ou
diluída (GUYTON; HALL, 1998).
Quando o excesso de soluto é concentrado nos líquidos corporais acima
do normal, a hipófise posterior secreta mais ADH, que aumenta a
permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores á água, permitindo a
reabsorção de grandes quantidades de água e diminui o volume da urina.
Quando surge excesso de água no corpo, e a osmolaridade no líquido
extracelular encontra-se reduzida, a secreção de ADH pela hipófise diminui,
resultando na grande quantidade de urina diluída (GUYTON; HALL, 1998).
2.1.2.6 Auto- regulação da pressão arterial
Os vasos retos monitoram a pressão arterial quando o sangue começa
sua passagem pelo rim, esses quando detecta uma diminuição na pressão
arterial, as células justaglomerulares próximas a arteríola aferente, túbulo distal
e arteríola eferente secretam o hormônio renina. A renina converte o
angiotensinogênio em angiotensina I, que converte em angiotensina II, o mais
poderoso vasoconstritor conhecido (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).
21
2.1.2.7 Clearance renal
Clearance renal é a capacidade dos rins para depurar solutos a partir do
plasma e depende de vários fatores, da rapidez com que a substância é filtrada
através do glomérulo, da quantidade de substância que é reabsorvida nos
túbulos e da quantidade secretada. O clearance de creatinina é uma excelente
medida da função renal, a medida que diminui a função renal, diminui o
também o clearance da creatinina (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).
2.1.2.8 Regulação da produção de Eritrócitos
Quando diminui a pressão de oxigênio no fluxo do sanguíneo renal, eles
liberam eritropoietina, esta estimula a medula óssea a produzir eritrócitos,
aumentando a quantidade disponível de hemoglobina para o transporte
oxigênio (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).
2.1.2.9 Síntese de Vitamina
Os rins são responsáveis pela conversão final da vitamina D inativa em
sua forma ativa, ela é necessária para manter o equilíbrio normal de cálcio no
organismo (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).
2.1.2.10 Secreção de Prostaglandinas
As prostaglandinas e a prostaciclina,, apresentam um efeito
vasodilatador e são importantes na manutenção do fluxo sanguíneo renal
(BRUNNER; SUDDARTH, 2006).
22
2.2 INSUFICIÊNCIA RENAL
Brunner; Suddarth (2006) descreve a insuficiência renal como uma
doença sistêmica, sendo uma via comum de muitas doenças renais . Ela
acontece quando os rins não conseguem realizar as funções reguladoras e
remover os resíduos metabólicos do corpo. Em conseqüência da excreção
renal prejudicada as substancias eliminadas na urina acumulam nos líquidos
corporais levando a uma ruptura das funções endócrinas e metabólicas, bem
como distúrbios acido básicos, eletrolíticos e hídricos.
Segundo Tortora (2001) Insuficiência renal é uma diminuição ou
cessação da filtração glomerular. Existe a insuficiência renal aguda onde os
rins cessam abruptamente de funcionar, totalmente ou em partes, e a
insuficiência renal crônica onde ocorre o declínio progressivo e freqüentemente
irreversível da filtração glomerular.
2.3 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA)
A insuficiência renal aguda caracteriza-se cessação súbita das funções
homeostática renais por seu desenvolvimento abrupto, curso auto limitado, por
ser geralmente reversível (BEVILACQUA, et al. 1998).
Segundo Brunner; Suddarth (2006) três categorias causam a IRA, a pré-
renal, a intra-renal e a pós-renal.
A condição pré-renal acontece quando o fluxo sanguíneo está
prejudicado levando é hipoperfusão do rim. Os achados mais comuns são os
estados de depleção do volume, o desempenho cárdico prejudicado e
vasodilatação.
As causas da IRA intra-renal são resultados de lesões parenquimatosas
para os túbulos renais ou glomérulos Infecções, queimaduras, lesões por
esmagamentos, agentes nefrotóxicos levam á necrose tubular aguda e á
cessação da função renal. Medicamentos antiinflamatórios não esteróides
podem pré dispor o cliente esses medicamentos interferem no mecanismo
auto-regulador normais do rim e mais tarde podem causar hipoperfusão e
isquemia.
23
A IRA pós-renais são resultados de obstruções em algum ponto distal ao
rim.
2.3.1 Manifestações Clínicas
Náuseas, vômitos, diarréia, podem ser apresentadas frequentemente
pelo cliente fazendo-o parecer criticamente doente e letárgico.devido a
desidratação a pele e a mucosa ficam secas, o hálito pode ter odor de urina. Ao
atingir o sistema nervoso central apresenta sonolência, cefaléia, contratura
muscular e convolações (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).
2.3.2 Tratamento
O rim possui uma significativa capacidade de recuperar-se da agressão.
Os objetivos do tratamento são restaurar o equilíbrio químico normal e prevenir
complicações, de forma que possa ocorrer o reparo do tecido renal e o
restabelecimento da função renal. Qualquer possível causa deve ser
identificada, tratada e eliminada.
2.4 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
Segundo Brunner; Suddarth (2006) Insuficiência renal crônica (IRC) é a
perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais. Diversas são as
doenças que levam à insuficiência renal crônica, as três mais comuns são, a
hipertensão arterial, a diabetes e a glomerulonefrite, outras causas são: rins
policísticos, a pielonefrite, doenças congênitas, obstrução do trato urinário,
medicamentos, agentes tóxicos.
A IRC é definida como o estado de deterioração permanente de néfrons
funcionantes, sendo a via final de uma variedade de afecções renais e se
constitui em importante causa de morbi-mortalidade (BEVILACQUA, et.al,
1998).
24
2.4.1 Fatores de Risco
Os fatores de risco foram estudados mais intensivamente a partir da
década de 1980, apontando os principais fatores de risco entre eles a
glomerulonefrite, hipertensão, diabetes mellitus, obesidade, síndrome nefrótica,
alta ingestão de proteínas, fumo, síndrome metabólica e fatores genéticos.
(RODRIGUES, 2005)
2.4.2 Incidência e Prevalência da IRC
O artigo de Rodrigues (2005) diz que a no mundo cerca de 1 milhão e
200 mil pessoas sob tratamento dialítico. No Brasil eram aproximadamente
54.500 pacientes dos quais 48.874 em hemodiálise e 5.649 em diálise
peritonial.a incidência vem crescendo á media de 10%, sendo 100% casos
novos por milhões de habitantes/ano. O Sistema único de Saúde é responsável
por 94% do tratamento dialítico.
2.4.3 Aspectos Estruturais
Em geral o rim diminui de volume, principalmente á custa de uma
diminuição da camada cortical. A diminuição do numero de glomérulos e
túbulos e uma área de extensão intersticial são observados na microscopia
óptica. Os néfrons ainda funcionantes tem grande diversidade de aspectos
estruturais. Os glomérulos de aparência normal podem possuir túbulos
atróficos. Um mesmo túbulo pode apresentar desenvolvimento focal, ocorrendo
uma atrofia em um seguimento e hipertrofia em outro (BEVILACQUA, et.al,
1998).
2.4.4 Fisiopatologia
Segundo Arone; Philippi (2005) na IRC ocorre uma lesão nos néfrons, e
quanto mais néfrons tiverem lesados maior a sobrecarga dos néfrons intactos e
25
a carga de escórias acumuladas de sangue. O nível de uréia no sangue sobe
rapidamente e com isso há uma maior dificuldade em eliminar a quantidade de
água e sal ingerida diariamente, fazendo que aumente a pressão arterial, a fim
de forçar a filtração, e se não houver resultado o edema e a anasarca podem
aparecer.
Apesar das lesões estruturais, os néfrons dos rins doente continua
sendo capaz de regular a homeostase de uma maneira organizada, isso ocorre
porque os néfrons sobreviventes aumentam sua capacidade de filtração
glomerular e o transporte tubular, minimizando os efeitos das desnutrições
renal sobre o funcionamento do organismo.
Quando ocorre uma redução crítica no número dos néfrons
funcionantes, é que os poucos néfrons remanescente, mesmo
hiperfuncionantes, não conseguem mais sustentar a função renal e o paciente
desenvolve a síndrome da uremia. A síndrome da uremia é o resultado da
complexa alteração bioquímica do meio interno do rim, devido á falência
combinada das funções, endócrinas, metabólicas e excretoras do mesmo
(BEVILACQUA, et.al, 1998).
Segundo Brunner; Suddarth (2006) existem três estágios da IRC.
Reserva renal diminuída, o paciente não apresenta sintomas porque os
néfrons remanescentes realizam as funções normais do rim, ocorre perda de
40 a 75% da função do néfrons;
Insuficiência renal , o rim perde capacidade de concentrar urina e a
anemia se desenvolve, ocorre com perda de 75 a 90% da função do néfron.
Doença renal em estagio terminal ocorre quando menos de 10% dos
néfrons esta funcionando, agravando as funções excretoras, reguladoras e
hormonais do corpo, sendo indicada a diálise neste estágio
Já Bevilacqua et.al,(1998), além da reserva renal diminuída, e doença
renal terminal ele acrescenta que a insuficiência renal pode ser leve,
moderada e grave.
Insuficiência renal leve, o cliente é assintomático, mas apresenta
diminuição de 50% da massa renal, a filtração glomerular é capaz de
comprovar o déficit funcional;
26
Insuficiência renal moderada, o cliente já apresenta alterações de
diversos parâmetros da função renal, nesta etapa as diversas adaptações
funcionais da IRC estão atuando para manter a homeostase do organismo.
Insuficiência renal grave, o cliente começa apresentar as manifestações
da síndrome urêmica e a filtração glomerular situa-se entre 10 a 20ml/min.
Qualquer fator instabilizador pode levar ao desequilíbrio e resultar na síndrome
urêmica.
2.4.5 Manifestações Clínicas
Como quase todo organismo é afetado pela uremia da IRC, os pacientes
apresentam inúmeros sinais e sintomas, e sua gravidades dependem do grau
de comprometimento renal.
Sinais e sintomas segundo Brunner; Suddarth (2006, p. 1404),
Neurológicos: fraqueza, fadiga, confusão, capacidade de se concentrar, desorientação, tremores, convulsões, asterixe, inquietação das pernas; queimação nas solas dos pés, alterações de comportamento. Tegumentares: coloração cutânea cinza-acobreado, pele seca e descamativa, prurido, equimose, púrpura, unhas finas e quebradiças, cabelos finos e ásperos; Cardiovasculares: hipertensão, edema depressível, edema periorbitário, átrio pericárdico, veias cervicais ingurgitadas, pericardite, derrame pericárdico, tamponamento pericárdico, hipercalemia, hiperlipidemia; Pulmonares: estertores, escarro espesso e viscoso, reflexo da tosse deprimido,dor pleurítica, falta de ar, taquipnéia, respirações do tipo Kussmaul,pneumonia urêmica,pulmão urêmico. Gastrintestinais: hálito de amônia, sabor metálico, ulcerações e sangramento bucais, anorexia, náuseas, vômitos, soluços, constipação ou diarréia, sangramento a partir do trato gastrintestinal; Hematológicos: anemias, trombocitopenia; Reprodutivos: amenorréia, atrofia testicular, infertilidade, libido diminuída; Musculoesqueléticos: cãibras musculares, perda da força muscular, osteodistrofia renal, dor óssea, fraturas ósseas, pé em gota.
27
2.4.6 Complicações
As complicações dependem de como são controladas as manifestações
clinicas e da terapêutica aplicada, a sobrevida depende da causa, de idade , de
problemas associados e de infecções recorrentes ou não.
Segundo Brunner; Suddarth (2006, p.1405) as complicações incluem:
Hipercalemia decorrente da excreção diminuída, acidose metabólica, cabotalismo e ingesta excessiva (dieta, medicamentos, líquidos)
Pericardite, derrame pericárdico e tamponamento pericárdico devido á retenção de produtos residuais urêmicos e diálise inadequada
Hipertensão decorrente da retenção de sódio e água e funcionamento deficiente do sistema resina-angiotensina-aldosterona;
Anemia devido a produção diminuída de eritropoietina, espectro de vida diminuído de eritrocitos, sangramento no trato gastrointestinal a partir de toxinas irritativas e perdas sanguínea durante a hemodiálise.
Doença óssea e calcificações metastática devido á retenção de fósforo, baixos níveis séricos de cálcio, metabolismo anormal de vitamina D e níveis de alumínio elevados.
Segundo Arone; Philippi (2005, p 40) os principais exames para o
diagnóstico são;
Radiografias e Urografia excretora; Pielografia retrógrada; Cistografia e Cistouretrografia; Angiografia renal e Tomografia renal;
Ecografia renal ou mapeamento ultra-sônico; Cistoscopia e Biopsia renal; Exame de urina: urina de rotina; glicosúria; cetonúria; volume; diurese 24 horas; provas de diluição e concentração de urina; prova de depuração da creatinina; urocultura; Exame de sangue: creatinina; uréia; acido úrico.
2.4.7 Tratamento
Segundo Brunner; Suddarth (2006) pode ser farmacológico, nutricional,
medicamentoso.
Farmacológicos: antiácidos; agentes Anti-hipertensivos e
cardiovasculares; anticonvulsivantes; Eritropoietina.
Nutricional: inclui a regulação da ingesta hídrica para compensar as
perdas hídricas, protéica, e de sódio para compensar a perda de sódio e
28
algumas restrições de potássio, ao mesmo tempo teve ocorrer a ingesta
calórica e de vitaminas.
Entre outros estão a hemodiálise, diálise peritonial ambulatorial continua
(CAPD) e o transplante renal.
2. 5 DIÁLISE
No artigo de Rodrigues (2005) traz um pouco da história das diálises. O
princípio dos métodos dialíticos foi iniciado pelo escocês Thomas Graham
(1805-1869) ao verificar a passagem de cristalóides da urina para o banho
aquoso, através de um pergaminho, dando o nome deste fenômeno de diálise.
No ano de 1913 John J.Abel, Rowntree e Turner da Baltimore (EUA), criaram
um sistema de diálise e testaram em animas. Seus trabalhos demonstraram
que quantidades substanciais de nitrogênio não protéico podiam ser depuradas
do sangue.
Segundo Arone; Philippi (2005) o termo diálise refere-se à técnica de
separação de substancias, é usada para remover líquidos e produtos residuais
urêmicos do corpo quando os rins não conseguem fazer.
Rodrigues (2005, p. 139) descreve a que a diálise permite a remoção de
substancias tóxicas e de fluidos, a fim de manter o equilíbrio ácido-base,
eletrolítico e volemico.
Diálise consiste na depuração sanguínea através de membranas
semipermeáveis naturais (peritônio) ou extracorpóreas (filtros de
hemodiálise/hemofiltração) aplicada á substituição da função renal.
Os métodos de terapia compreendem: hemodiálise que utiliza circulação
extracorpórea, e a diálise peritonial, que utiliza o peritônio.
As duas são indicadas na insuficiência renal aguda e na insuficiência
renal crônica pra evitar a deterioração metabólica do organismo e manter a
vida do paciente ate a normalização da função renal ou ate o transplante renal.
29
2.5.1 Diálise Peritonial
Os objetivos da diálise peritoneal são remover as substancias tóxicas e
resíduos metabólicos e restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico normal.ela
pode ser realizada com o emprego de diferentes condutas, a diálise peritonial
ambulatorial continua (CAPD) E diálise peritoneal cíclica continua (CCPD),
(BRUNNER; SUDDARTH, 2006).
O peritônio é uma membrana serosa que cobre os órgãos abdominais e
reveste a parede abdominal serve como membrana semipermeável. A diálise
peritoneal utiliza esta membrana, para filtrar o sangue. Uma solução
semelhante ao plasma através de um cateter introduzido na parede abdominal,
essa solução permanece na cavidade por um período ate realizar as trocas,
cada vez que a solução entra em contato com o peritônio ele passa todos os
tóxicos, realizando a filtração e retirando do organismo (BRUNNER;
SUDDARTH, 2006).
Este procedimento pode ser realizado pelo próprio paciente, fazendo
três trocas diárias de quatro horas de duração por semana.
2.5.2 Transplante Renal
O transplante renal tornou-se um tratamento de escolha para a maioria
dos pacientes, por uma serie de razões, entre elas o desejo de evitar á diálise,
melhorar seu sentimento de bem estar e levar uma vida normal.
O transplante envolva transplantar um rim de um doador vivo ou cadáver
humano. O transplante por doadores vivos que possuem parentesco com os
clientes compatíveis são bem mais sucedidos do que os doadores cadáveres
(BRUNNER; SUDDARTH, 2006).
2.5.3 Hemodiálise
A hemodiálise é uma abordagem de tratamento da IRC onde os rins
prejudicados são incapazes de excretar as impurezas e regular o pH e
30
concentração de eletrólitos e água no plasma , o sangue que será filtrado por
meios artificiais denominado hemodiálise (TORTORA, 2001).
A primeira hemodiálise foi realizada em 1926 pelo físico germânico
Georg Hass em Gieszen na Alemanha em pacientes com IRC, mas ocorrem
muitos óbitos apesar do procedimento estar correto. Hass repetiu em 1928 sua
hemodiálise usando heparina com anticoagulante. A primeira hemodiálise para
o tratamento da IRC eficiente foi realizada por Dutchman Willen Kolff, em
Kampen na Holanda em 1945. No inicio da década de 1960 surgiu um aparelho
que substituiria a funções renais com acentuada qualidade que recebeu o
nome de rim artificial (RODRIGUES, 2005).
Os pacientes em hemodiálise devem realizar o tratamento três vezes por
semana durante 3 a 4 horas. Os objetivos consistem em extrair as substancias
nitrogenadas tóxicas do sangue e remover o excesso de água.
Para pacientes com insuficiência renal crônica, a hemodiálise evita a
morte, embora ela não cure a doença renal e não compense quanto a
perda das atividades endócrinas ou metabólicas dos rins.Os
pacientes que recebem hemodiálise devem submeter-se ao
tratamento durante o resto de suas vidas, ou até que se submetam a
um transplante renal bem sucedido (BRUNNER; SUDDARTH, 2006,
p.1360).
2.5.3.1 Princípios básicos da hemodiálise
Os princípios no qual se baseiam a hemodiálise segundo Brunner;
Suddarth (2006) são:
Difusão: solutos urêmicos e potássio, difundem-se do sangue do para a
solução de diálise, obedecendo a um gradiente de concentração.
Ultrafiltração: uma pressão hidrostática maior no compartimento do
sangue e menor no compartimento do dialisato, favorece a passagem de
líquido do sangue para o dialisato, permitindo a retirada de volume do paciente.
Convecção: a diferença de pressão entre o compartimento do sangue e
dialisato, favorece a saída de líquidos do sangue, arrastando consigo solutos
31
de baixo peso molecular. Esse arraste de solutos é conhecido como
convecção.
Adsorção: é a impregnação de substâncias nas paredes da membrana
semipermeável.
O sistema tampão: é mantido com o uso de um dialisado constituido de
bicarbonato ou acetato. A anticoagulação deve ser feita para evitar a
coagulação do sangue no circuito de diálise. Pode-se usar heparina não
fracionada ou de baixo peso molecular, com infusão em bolus ou mesmo de
maneira contínua. A diálise sem heparina deve ser usada sempre em pacientes
com alto risco para sangramento. Para isso utiliza-se alto fluxo de sangue e
lavagem do circuito com soro fisiológico a cada 30 minutos. Os fatores que
favorecem a coagulação do sistema são: baixo fluxo de sangue, hematócrito
alto, catéter endovenoso, alta taxa de ultrafiltração e transfusões
intradialíticas.O paciente não recebe anticoagulação quando a pressão arterial
estiver com a diastólica acima de 110mmHg, exemplo: 190x120mmHg; uma
vez que tal situação aumento risco para a ocorrência de um acidente vascular
encefálico de origem hemorrágica.
2.5.3.2 Dialisador
Segundo Arone; Philippi (2005) o filtro é constituído por dois
compartimentos: um por onde circula o sangue e outro por onde passa o
dialisato, demarcadas com vermelho(arterial), corresponde a entrada do
sangue nos capilares, e com azul(venosa), corresponde á saida do sangue dos
capilares para o paciente. Esses compartimentos são separados por uma
membrana semipermeável e o fluxo de sangue e dialisato são contrários,
permitindo maximizar a diferença de concentração dos solutos em toda a
extensão do filtro.
As membranas são compostas por diferentes substâncias: celulose,
celulose modificada (celulose acrescida de acetato) e substâncias sintéticas
(polissulfona). Existem diferentes tipos de filtros, cada um com características
próprias como por exemplo, clearance de uréia e maior ou menor área de
superfície. Assim, podemos escolher um determinado filtro de acordo com as
32
condições clínicas e necessidades de cada paciente. A escolha do dialisador é
dada pelo peso do paciente, pela tolerância à retirada de volume e pela dose
de diálise necessária.
Atualmente os dialisadores passam por uma prática segura de
reprocessamento, o qual limpa, analisa performance e esteriliza o mesmo. Os
dialisadores são reutilizados sempre pelo mesmo paciente. Afim de evitar
riscos de contaminação, doentes com sorologia HIV+, não são enquadrados na
prática de reutilização do dialisador.
2.5.3.3 Vias de acesso a circulação do paciente
Segundo Brunner; Suddarth (2006) a fistula é o acesso permanente e é
realizado por meio cirúrgico, ao anastomosar uma artéria e uma veia, as
agulhas inseridas no vaso com finalidade de obter o fluxo sanguíneo para
passar pelo dialisador. O segmento arterial é usado para o fluxo arterial, e os
seguimentos venosos para reinfusão do sangue dialisado. Leva de 4 a 6
semanas para amadurecer , isso da tempo para a cicatrização e para que o
seguimento da fistula se dilate e acomode agulhas de grosso calibre. O
paciente deve realizar exercícios para aumentar o tamanho do vaso, como
exemplo apertar uma bola de borracha para a fistula de antebraço.
Segundo Arone; Philippi (2005) o cateter venoso percutâneo permite
acesso venoso temporário de 2 a 4 semanas, dando tempo para a fistula
amadurecer, temos no mercado dois cateteres o de duplo lúmen e o de lúmen
único, diferenciando-se apenas na divisão interna, podem ser colocados na
veia subclávia, na femoral ou na jugular. No cateter venoso de lúmen único há
necessidade de um aparelho ciclador para retirada e retorna do sangue pela
mesma via o que aumenta o risco de coagulação. No cateter duplo lúmen não
há necessidade do ciclador, mas aumenta o risco de trombose e de estenose
tardia da veia.
33
2.5.3.4 Intercorrências
Podem ser de ordem técnica e metabólica. As intercorrências técnicas
estão relacionadas aos equipamentos e matérias e seu manuseio: embolia
gordurosa; hemólise; intoxicação pelo formol; hemorragia; coagulação do
sangue; calafrios e tremores. As intercorrências metabólicas: hipotensão;
câimbras.
2.5.3.5 Complicações
A hemodialise prolonga a vida do paciente mas não altera a evolução
natural da doençar renal subjacente, nem substitui a função renal, deixando o
cliente sucetivel a inumeros problemas e complicações.
Uma das causas importantes de morte é a doença cardivascular
aterosclerótica. . Doenças que incapacitam o cliente como insuficiencia
cardiaca,cardiopatias coronarianas, acidente vascular cerebral,e insuficiencia
vascular periferica. O bem estar fisico e emocional dinimuido,falta de energia e
de estimulos, perda de interesse atribui-se a fadiga e a anemia, embora o uso
de eritropoietina tenha mostrado um efeito significante sobre os valores do
hematocrito. A coagulaçao aumentada pelo dialisador pode ser evitado com o
ajuste de heparina. As ulceras gastricas ocorrem pelo estresse fisiologico da
doença cronica e dos medicamentos. O metabolismo conturbado do calcio
leva a osteo distrofia renal, que produz dor e fraturas (BRUNNER;
SUDDARTH, 2006).
2.6 QUALIDADE DE VIDA
Fleck et.al, (1999) , fala que a expressão qualidade de vida começou a
ser valorizada após a declaração de Lyndon Johnson na epoca presidente dos
Estados Unidos da América, em 1964, ao afirmar que “ os objetivos não podem
ser medidos atraves dos bancos, eles podem ser medidos atraves da qualidade
de vida que proporcionam as pessoas”.
34
Em seu artigo Fleck et.al, (1999) descreve a importância dos interesses
por conceitos de padrão e qualidade de vida , inicialmente esses conceitos
foram compartilhado por politicos, filosofos e por cientisas sociais. Com a
medicina a partir dos anos, acrescentou-se que qualidade de vida e um
movimentos dentro das ciências humanas e biológicas, a diminuição da
mortalidade ou o aumento da expectativa de vida.
O termo qualidade de vida, como vem sendo aplicado na literatura
médica, não tem um único significado. Condições de saúde, funcionamento
social e qualidade de vida têm sido usados como sinônimos e a própria
definição de qualidade de vida não consta na maioria dos artigos que utilizam
ou propõem instrumentos para sua avaliação (FLECK et.al, 1999).
Fleck et.al, (1999) faz uma citação de Bullinger e cols. O qual faz uma
considerações sobre o termo qualidade de vida incluindo uma variedade
maior de condições do ambiente, que podem mudar a percepção do indivíduo,
seus sentimentos e comportamentos e suas atividades diária
Lentz et al, (2000, p.07) em seu artigo refere que muitos termos
usados na literatura como sinônimos de qualidade de vida, entre eles, bem-
estar,felicidade, boas condições de vida e satisfação na vida.
A qualidade de vida é uma dimensão complexa para ser definida e
sua conceituação, ponderação e valorização vêm sofrendo uma
evolução, que por certo acompanha a dinâmica da humanidade, suas
diferentes culturas, suas prioridades e crenças.
Lentz et al, (2000, p.07) faz ainda uma citação de Romano, sobre
qualidade de vida:
Qualidade de vida é mais que simplesmente a ausência ou presença de saúde, abrangendo também educação, saneamento básico, acesso a serviços de saúde, satisfação e condições de trabalho, além de outros aspectos.
Segundo Goulart e Sampaio (1999) o termo qualidade refere-se a certos
atributos e caracteristicas indicando superioridade sobre determinados
assuntos. O termo vida é definido como uma categoria que inclui , saude,
condições financeiras estaveis relações familiares satisfatorias
35
Do ponto de vista social , os ecônomistas, sociólogos e políticos sociais
estão preocupados com a riqueza a bem-estar de uma sociedade, mensurando
o número de crimes, violência urbana, desintegração social .Do ponto de vista
da medicina está indicada pelos indices de natalidade, mortalidade, idade
media da população. A psicologia agrega indicadores devido as preocupações
com o estresse, busca de satisfaçao, importância da saude mental (GOULART;
SAMPAIO, 1999).
A organzação mundial de saúde (OMS) definiu qualidade de vida
englobando, saude física, psicológica, nível de independência, relações sociais,
meio ambiente, essa definição fez com que cientistas e outros profissionais se
interessem não apenas em promover bens econômicos, mas sim avaliar o
impacto desses bens sobre as pessoas , e sobre a maneira que levam suas
vidas (GOULART; SAMPAIO, 1999).
Goulart; Sampaio (1999 p. 23) segundo Ballesteros descreve:
[...] embora qualidade de vida seja considerada por diversos
autores como um conceito abstrato, dificil de operacionar,ela euivale
a ¨ bem-estar¨ no dominio social; a ¨status¨de saude, no dominio da
Medicina; a nivel de satisfação, no dominio psicologico. Para ele,
apesar da dificuldadecom a qual deparamos ao definir a expressão,
não é dificil concluir que qualidade de vida não é sinonimo da
qualidade de ambiente, de qualidade de bens materiais, nem de
saude fisica. [...],qualidade de vida diz respeito justamente á maneira
pela qual o individuo interage (com sua individualidade e
subjetividade) com o mundo externo,portanto á maneira como o
sujeito é influenciado e como influencia. Logo, o acesso a uma
¨qualidade¨é determinado por uma relação de equilibrio entre forças
internas e externas.
A constatação de que não havia nenhum instrumento que avaliasse
qualidade de vida dentro de uma perspectiva transcultural motivou a
Organização Mundial da Saúde a desenvolver um instrumento com estas
características (FLECK et.al, 1999)
Citado por Fleck et.al, (1999, p.199) o grupo Whoqol Group10 (1994),da
OMS sob a coordenação de John Orley, definiu qualidade de vida como:
36
A percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus
objetivos, expectativas, padrões e preocupações.
O Instrumento de avaliação de qualidade de vida da OMS (WHOQOL -
100) está atualmente disponível em 20 idiomas diferentes. O desenvolvimento
da versão em português seguiu a metodologia proposta pela Organização
Mundial da Saúde (FLECK et al.1999).
Fleck et.al, (1999, p. 200) o WHOQOL-100 é um instrumento que possui
seis domínios (psicológico, físico, nível de independência, relações sociais,
ambiente e espiritualidade). Cada domínio é constituído por facetas que são
avaliadas por quatro questões. Assim, o Instrumento é composto por 24 facetas
específicas e uma faceta geral que inclui questões de avaliação global de
qualidade de vida.
Domínios e facetas do Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da OMS (WHOQOL). Domínio I - Domínio físico 1. Dor e desconforto 2. Energia e fadiga 3. Sono e repouso Domínio II - Domínio psicológico 4. Sentimentos positivos 5. Pensar, aprender, memória e concentração 6. Auto-estima 7. Imagem corporal e aparência 8. Sentimentos negativos Domínio III - Nível de independência 9. Mobilidade 10. Atividades da vida cotidiana 11. Dependência de medicação ou de tratamentos 12. Capacidade de trabalho Domínio IV - Relações sociais 13. Relações pessoais 14.Suporte (Apoio) social 15. Atividade sexual Domínio V - Ambiente 16. Segurança física e proteção 17. Ambiente no lar 18. Recursos financeiros 19. Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade 20. Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades 21. Participação em, e oportunidades de recreação/lazer 22. Ambiente físico: (poluição/ruído/trânsito/clima) 23. Transporte Domínio VI - Aspectos espirituais/religião/crenças pessoais 24. Espiritualidade/religião/crenças pessoais.
37
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este é um estudo do tipo transversal descritivo, e com abordagens
quantitativas e qualitativas.
A pesquisa foi realizada do mês de setembro ao mês de outubro de
2008, no município de Caçador, estado de Santa Catarina, após aprovação da
comitê de ética da Universidade do Contestado campus Caçador e da
Secretaria Municipal de Saúde, qual forneceu o nome endereços e telefones
dos vinte e quatro pacientes em tratamento hemodialítico do município,
perfazendo um total de 100 % dos pacientes em tratamento dialítico da cidade
de Caçador onde realizam hemodiálise na cidade de Videira,
Como instrumento de coletas de dados foi utilizado questionário para
aferir a Qualidade de Vida, desenvolvido pela organização Mundial da Saúde
(OMS). Trata-se do WHOQOL (World Health Organization Quality of Life), o
WHOQOL - 100 (composto por 100 questões) , O WHOQOL - 100 é composto
por seis domínios: o físico, o psicológico, o do nível de independência, o das
relações sociais, o do meio ambiente e o dos aspectos religiosos
Outra fonte de coleta de dados foi a entrevista semi estruturada com
roteiro pré elaborado pela pesquisadora e pela orientadora da qual continham
perguntas abertas e fechadas , com a finalidade de caracterizar os sujeitos
quanto ao perfil sócio- demográfico à idade, estado civil, escolaridade,
ocupação e tempo de tratamento de hemodiálise, além de identificar as
atividades cotidianas comprometidas dessas pessoas, quanto a alimentação, e
o transporte até a hemodiálise, já que a mesma não é realizada na cidade de
origem, e o sentimento após o início do tratamento hemodialítico.
Quanto ao procedimento, após o contato prévio por telefone, os
pacientes foram abordados em suas residências, nas quais a pesquisadora
esclareceu sobre a pesquisa e entregou o questionário aos pacientes que
tiverem condições de auto-administrar o instrumento WHOQOL – 100,
estabelecendo um prazo de uma semana para entrega do instrumento.
Quando os clientes tiverem algum déficit cognitivo não tendo condições de
auto-administrar a pesquisadora, aplicara o questionário, juntamente com a
entrevista. No dia do recolhimento do questionário com data marcada
38
anteriormente a pesquisadora realizou com todos os clientes a entrevista semi
estruturada, a qual foi gravada, transcrita e após analisada . Em relação à
forma de aplicação do questionário, WHOQOL-100 foram aplicados por 6
clientes (32%) , 4 clientes ( 21%) responderam mas com a ajuda de um familiar
e 9 clientes (47%) a entrevistadora aplicou.
Dos 24 pacientes, ou seja, 100 % dos pacientes era o objetivo, mas
somente, 19 participaram da pesquisa, pois, um dos pacientes recusou-se
justificando que ele não ajudaria em nada, pois não segue o tratamento e não
teria muitas informações a dar; o segundo, durante a coleta de dados estava
internado na CTI de Videira conforme relatou a família após contato telefônico,
o mesmo faleceu dias depois; o terceiro cliente da lista fez transplante a mais
ou menos uns 2 meses, automaticamente sendo excluído da pesquisa, o
quarto, porém para surpresa da entrevistadora, pelo fato de não ter pensado
nesta possibilidade, o paciente era portador de insuficiência renal crônica e
possui um distúrbio mental importante, não que era um fator de exclusão mas
não houve interação e coerência nas respostas ao questionário; e o quinto
cliente o endereço fornecido não foi localizado, nem conseguido contato por
telefone, inclusive os colegas orientaram-me a procurar num outro endereço
mas o mesmo havia mudado, tentou-se novo contado telefônico e perguntando
para os colegas de hemodiálise, mas não obteve-se respostas da localização
do mesmo, portanto ficou sem ser encontrado.
Sendo com as duas exclusões, a do transplantado e a do óbito, o
número total de clientes em tratamento no município de Caçador até o mês de
setembro de 2008 são de 22 clientes, portanto a minha amostra foi de 86% ou
seja 19 clientes .
O nome dos clientes foi mantido em total sigilo,identificando-os por
números conforme a ordem das entrevistas. Os termos, questionário e
entrevista serão armazenados por 5 anos e após incinerados.
A QV e as atividades cotidianas foram analisadas e relacionadas, com o
objetivo de compreender a realidade dessas pessoas para intervir
adequadamente.
39
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS
Para facilitar a compreensão da análise e apresentação dos resultados,
este capítulo foi dividido em três partes, sendo a primeira relacionada ao perfil
demográfico dos clientes renais crônicos do município de Caçador, a segunda
parte refere à entrevista semi-estrutura e os depoimentos dos clientes em
tratamento hemodialítico e por fim a análise e representação do questionário
Whoqol-100.
4.1 PERFIL DEMOGRAFICO
O perfil sócio demográfico segundo Pereira et.al, (2006) está
diretamente relacionada à qualidade de vida, pois a mesma pode ser
influenciada pelo sexo, escolaridade, idade, condição econômica e presença de
incapacidades.
Através da coleta de dados obteve-se o perfil demográfico dos clientes
em tratamento hemodialítico através de uma entrevista semi estruturada, que
se traduz da seguinte maneira: quanto a idade dos clientes que fazem
hemodiálise na cidade de Videira –SC: os homens com média 31 a 40 anos
são a minoria com 10% , sendo que a maior variante se encontra entre a idade
de 51 a 60 anos com 45% , e de 61 a 70 anos 45% dos clientes, descritos na
figura 01. As mulheres tem uma maior variante, de 31 a 40 anos são 10%, de
41 a 50 anos 20% uma grande porcentagem com 40% tem idade 51 a 60
anos, 61 a 70 anos 10%, 71 a 80 anos 20%, representado no gráfico 02.
Martins; Cesarino (2005) as doenças crônicas nos últimos tempos vêm
recebendo maior atenção dos profissionais de saúde, desempenhando um
importante papel na morbidade e mortalidade da população mundial, hoje a
doença crônica não atinge somente a população idosa, está atingindo os
jovens em idade produtiva. “No caso do perfil dos clientes de Caçador observa-
se que a população jovem ainda não foi atingida, mas nada impedem como diz
na literatura, que amanhã ou depois, essa população comece a ser atingida.”
40
FIGURA 01: Idade Masculina
Fonte: (SUSIN, 2008)
FIGURA 02: Idade Feminina
Fonte: (SUSIN, 2008)
Referente ao sexo dos clientes do município de Caçador identificou-se
que 47% dos clientes são do sexo masculino e 53% do sexo feminino , ou
seja 09 dos entrevistados são do sexo masculino e 10 do sexo feminino.
“Portando no município não há diferença significativa quando ao perfil
dos clientes masculinos ou femininos, sendo que há somente uma mulher a
mais do que os homens, como demonstra a figura 03. As mulheres segundo a
41
literatura são mais acometidas com doenças crônicas e os homem com as
doenças mais agudas.”
FIGURA 03: Perfil dos Sexos Fonte: (SUSIN, 2008)
Pode-se observar que em relação ao estado civil dos clientes renais
crônicos, tem uma maior porcentagem de casados (as) sendo 63% ou 12
clientes, solteiros (as) 5% ou 01 cliente, viúvos (as) 32% ou 06 clientes, sendo
que 0% de separados.
FIGURA 04: Estado Civil Fonte: (SUSIN, 2008)
42
A escolaridade é um fator importante para o perfil, a maioria com 58%
(11) clientes estudaram numa média dá primeira a quarta série, igualam na
porcentagem com 10,5% dos clientes analfabetos (02) e que estudaram dá
quinta serie a oitava serie (02) o ensino médio 16% (03) dos clientes e apenas
5% (01) com ensino superior e ainda incompleto.
FIGURA 05: Escolaridade Fonte: (SUSIN, 2008)
Referente à ocupação diária dos clientes muitos referem assistir TV com
43%, referem caminhar 21%, ouvir música, passear, e outras atividades
igualaram com 10% das respostas, leitura 6% dos clientes e nenhum referiu
brincar.
Brasil e Schwartz (2005) afirmam que a atividade lúdica facilita o
processo das relações interpessoais, permitindo ao cliente desvelar e
compreender as experiências dolorosas e mais conflituosas com criatividade,
prazer, espontaneidade, isso quer dizer que o aspecto lúdico é inerente ao ser
humano.
“Na pesquisa observa-se que eles não realizam atividades lúdicas, ficam
apenas presos no mundo da superficialidade da TV, e com isso criando
conflitos e experiências dolorosas.”
43
FIGURA 06: Ocupação
Fonte: (SUSIN, 2008)
Com relação ao tempo médio de tratamento em geral dos clientes entre
homens e mulheres, varia de 0 meses há 7 anos, anteriormente agrupados o
período de tratamento. Considera-se que 26% (05) dos clientes estão em
tratamento de zero mês a um ano. A maioria 43% (08) de um a três anos, 21%
(04) de 3 a 5 anos e a minoria com 10 % (02) de 5 a 7 anos.
FIGURA 07: Tempo de Tratamento Fonte: (SUSIN, 2008)
Os clientes relatam ter vários tipos de problemas, normalmente mais do
que um, sendo os pesquisados obtemos, 29% são diabéticos, 31%
44
hipertensos, 24% são cardíacos, 7% tem depressão e 9% referem outros
problemas.
FIGURA 08: Problemas Relacionados Fonte: (SUSIN, 2008)
4.2 ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA
Análise das perguntas abertas que previamente foi elaborada, a
entrevista procedeu sem intercorrências, onde alguns dos participantes
expuseram mais seus sentimentos enquanto outros foi forma mais reservada.
Ao perguntar aos clientes se realiza algum tipo de exercício físico, ás
respostas foram 74% (14) dos clientes referiram caminhar pouco, caminhar só
em roda de casa porque sentem muita fraqueza e ficam debilitados, dentre
esses 5% (01) diz que faz exercícios de fisioterapia somente para o braço, 21%
(04) dizem não caminhar também pela fraqueza e dor.
“Ao analisar a atividade física dos clientes renais crônicos observa-se
que a doença traz como conseqüência a diminuição da atividade e da
qualidade de vida”, assim como diz Machado et al, (2003) a cronicidade da
doença renal e o tratamento hemodialítico são fatores de estresse e
representam desvantagem porque podem ocasionar problemas como o
isolamento social pode ocasionar parcial impossibilidade de locomoção e
passeios, uma diminuição da atividade física, necessidade de adaptação pela à
45
perda da autonomia, e ainda, um sentimento ambíguo entre medo viver e de
morrer.
... Faço caminhada e pouco, porque cansa demais e me dói as pernas...
(cliente 07)
... Eu só caminho as vezes, fico em roda de casa, que não é pra subir morro,
se eu caminhar me dá muita dor... (cliente 08)
... No braço com uma bolinha que eu tenho que fazer... (cliente 05)
... Pois olha nisto eu to devendo, que eu só ando aqui em roda de casa um
pouco, quase não saio anda... (cliente 10)
... Pra caminhar sinto muita canseira, eu caminho um pouco tem que parar, tem
que sentar, não posso ficar muito tempo de pé... (cliente 11)
... Não, eu caminhava antes, mas agora chego até ali em cima, é horrível, me
dá falta de ar, dói as pernas, parece que os nervos vai encolhendo as pernas...
(cliente 17)
Quando indagados sobre quais as tarefas diárias que realizam, 58%
(11) dos clientes fazem o serviço de casa ou outras pequenas coisas como
ocupação , relatam que não podem erguer peso e que sofrem de certa forma
com isso, 21% (04) dos clientes não fazem absolutamente nada sem darem
maiores respostas e outros 21% (04) dizem que alguém faz por eles e que é
orientação .
Carreira; Marcon (2003) diz que o trabalho representa uma espécie de
vínculo do indivíduo à comunidade, e constitui em uma das formas mais ativas
para o individuo conviver melhor no meio familiar, sem o trabalho o individuo
perde o equilíbrio, e se desagrega.
Conforme Higa et.al, (2008) as complicações da doença renal
provenientes do tratamento hemodialítico afetam as habilidades funcionais do
paciente, limitando suas atividades diárias e as alterações não são captadas
nas avaliações clínicas e biológicas convencionais.
“Portanto entender como as limitações interferem a vida diária dos
clientes é um dos fatores que permite avaliar a qualidade de vida, pode-se
dizer que também nas tarefas diárias a qualidade de vida dos clientes de
Caçador esta prejudicada.”
46
... Trabalhar modo de dizer, trabalhar não é pra mim trabalhar mais, é ordem
médica, mas eu tenho esse barzinho que é meu único ganha pão... (cliente 02)
... Limpo a casa normal, faço pão, lavo a roupa, peso, não ergo, fazer pão é um
exercício que ta fazendo no próprio braço, lavo a roupa só não pode torcer a
roupa... (cliente 06)
... Às vezes faço algum canteirinho pra mulher... (cliente 07)
... Se me deixo eu faço tudo, mas minha filha não deixa... (cliente 12)
... Não tem nada pra fazer... Que nem algum serviçinho porque a médica falo
que no máximo que você pode erguer com essa mão e menos de um quilo...
(cliente 13)
... A menina faz tudo pra mim ela lava a louça limpa a casa, não é pra mim
erguer peso né ....( cliente 14)
... Não faço nada, nada, nada... (cliente 19)
A maioria das pessoas que estão fora do tratamento e não tem
conhecimento do mesmo acredita que os cientes em hemodiálise devem sofre
muito, pois bem, com a simples pergunta, o que mudou após o inicio de
tratamento, dos 19 clientes 69% (13) dos clientes estão felizes com o
tratamento, pois referem que antes estavam piores, tinham muito cansaço, não
podiam caminhar e que se não existisse a hemodiálise não estariam vivos, e
assim por diante, por outro lado 31% (06) dos clientes dizem que mudou para
pior pois tem que fazer dieta, que a saúde não melhorou ou está quase igual.
“Na minha concepção cada cliente respondeu conforme a aceitação da
doença e do tratamento, aceitando, vivem bem, não aceitando começam a
reagir de forma diferente e não ajudam no tratamento.”
Existem os dois lados do tratamento e os sentimentos dependem muito
do que o tratamento representa a cada um. Higa et.al, (2003) coloca
exatamente isso que qualidade de vida de clientes em hemodiálise está
representada pelo tratamento, que lhes possibilita o bem-estar físico e o
prolongamento da vida, mas há também a existência de vários sentimentos
relacionados à irreversibilidade da doença renal e a obrigação de se submeter
ao tratamento.
47
... Agora ta boa, graças e Deus, mas no começo era fogo na roupa, porque
subia o potássio, até os médicos sabem que eu mudei bastavam olhar eu
estourava,era um estopim puro, agora graças a Deus to vendo a vida
diferente... Então mudou para melhor... (cliente 02)
... E nem sei te responder, acho que não mudou nada, eu sentia dor mas
trabalhava, mas daí quando descobriram não adiantou mais... (cliente 06)
... A saúde ta quase igual que nem, como era... (cliente 08)
... Tive que mudar a alimentação, estudo, teve que tomar medicação bem mais
do que eu tomava... Daí entrei em diálise eu fui enfraquecendo, eu enfraqueci
de um jeito que eu não tenho mais força para nada... (cliente 11)
... Mudou pro bem, mudo que a gente vive bem agora, não tenho mais aquele
cansaço, eu era inchada, não sou mais... (cliente 12)
... Eu me senti melhor porque eu vivia inchada, muito inchada, depois que
comecei a fazer a hemodiálise desinchou tudo... Se não fosse a hemodiálise já
tinha morrido... (cliente 17)
O que mais incomoda? Esta pergunta permitiu muitas respostas
diferentes, dependendo de cada cliente e do momento e das situações em que
estão vivendo. 58% (11) dos clientes responderem que algo lhe incomoda,
tratamento, viagem, sono, memória fraca, e 42% (08) dos clientes dizem que
nada lhe incomoda.
Dyniewicz (2004) refere às repercussões da doença crônica na
qualidade de vida, mostrando o quanto esta condição se torna uma fonte de
tensão e incomodo à medida que impõe desafios e obrigações ao cliente, como
fazer dieta, tomar medicações, e o fato da possibilidade de enfrentar
desarmonias fisiológicas e restrições indesejáveis.
... Pra dizer não me incomoda nada, não têm quem me incomode... (cliente 01)
...O cateter me incomoda bastante... O problema da bexiga que eu não consigo
urinar... (cliente 03)
...Até que vivo bem sossegado, bem conformado, procuro levar uma vida
normal... (cliente 04)
48
... É o sono... Jeito que me foge a memória eu posso pegar uma coisa ali e
largar no lugar ali, daqui apouco já me esqueço e não sei aonde é que tá
mais... (cliente 07)
... Não enxergar... (cliente 09)
... É o transporte dá gente ir e voltar vai se arriscando no transito... (cliente 10)
... Seria a parte da diálise. Ficar sentado, a gente não pode fazer nada, não
pode nem mexer com o braço... (Cliente11)
... Incomoda que a gente quer ter a vida de antes e não pode (cliente 18)
Qual sua maior dificuldade? Pergunta que abrange o sentimento do
momento, de como cada um vê a si e ao mundo. Apenas 16% (03) dos
clientes disseram que não tem dificuldades, os 84% (16) citaram cada um
conforme sua vida, algumas coisas como, caminhar, o barulho dos carros, o
tratamento, foram repetidas.
Higa et.al (2003) diz que cada cliente tem diferentes significados para
hemodiálise, cada um tem dificuldade em lidar com alguma coisa,
principalmente dificuldade em lidar com as restrições que afetam e influenciam
a sua qualidade de vida, e articulam expectativas diversificadas em relação ao
futuro.
... Dificuldade financeira, fui um cara que trabalhei, batalhei e agora não poder
(cliente 02)
...Que eu tenho hoje é mais com as vistas porque eu fiquei muito curta de
vista... (cliente11)
... O tratamento do rim, senão tava tudo bom, dói lateja... (cliente12)
... É que gostaria de caminhar bastante, tomar água a vontade... (cliente17)
... Dificuldade é falta de fazer aquilo que eu gosto fazer comida... Hoje foi meu
primeiro banho sozinho ... (cliente 18)
Quando perguntados em relação às restrições dietéticas, as respostas
foram praticamente às mesmas com todos os pacientes. As restrições como
não tomar água, não comer sal, gordura, comer pouco, todos sabem das
restrições, e sabem que se ganham muito peso quem sofre no final são eles
pelo desgaste do tratamento, e apenas um pela resposta e pela credibilidade
49
segue a risca as restrições os restantes dizem comer de tudo, comem pouco,
mas comem de tudo às vezes tomam um pouco a mais de água.
Dyniewicz et.al (2004) aput Riella dentre as sinais e sintomas
gastrointestinais da IRC encontram-se a anorexia, náusea, vômito, soluços,
constipação ou diarréia, podendo ocorrer sangramentos em qualquer nível do
trato gastrointestinal. O fluxo salivar fica diminuído, aumentando a sede, o
cliente apresenta gosto metálico na boca, odor amônico na respiração, perda
do olfato e paladar. Essas manifestações clínicas interferem na qualidade da
alimentação.
Pedroso (2008) fala que entre 30% e 50% dos clientes renais crônicos
não aderem ao tratamento de hemodiálise, o que deve estar associado as
pequenas e grandes complicações médicas, e também há uma diminuição da
sobrevivência, conforme demonstram estudos, os quais estimam que, 60% a
80% dos clientes morrem, devido à ingestão de líquido em excesso e ao
consumo de alimentos incompatíveis com sua dieta .
... A comida não é tanto como o liquido porque daí você pega muito peso, daí
a maquina não consegue tirar, se ganha peso a gente sofre porque dá câimbra,
dor, fica fraco... (cliente 05)
... Por ter tem, mas eu como normalmente, o médico disse que não é pra
comer gordura, não é pra comer isso, não é pra comer aquilo, eu como normal
água é bem pouco... (cliente 06)
... A alimentação foi cortada tudo, gordura, sal, a gente come um pouco, senão
a gente vai comer o quê, eu como normal, arroz, feijão, macarrão, tudo!...
Liquido é quase zero eu faço o possível pra tomar o mínimo... (cliente 11)
... Misturança de macarrão, massa arroz, não é pra misturar, nada muito doce,
gorduroso... O liquido tem que tomar bem pouco, eu quase morro tomando
água... (cliente 17)
... A alimentação eu to 100% respeitando, a dieta é aquilo de sempre, coisas
gordurosas não pode comer, variedade de coisas, feijão não pode comer,
proteína até pode, mas como pouco, verdura legumes, frutas massas, tem as
partes que você pode comer ou não, também respeitando a quantidade de
liquido, quase zero base de 800 ml por dia.... (cliente 18)
50
Como é ir pra outra cidade realizar o tratamento? As respostas para esta
pergunta surpreenderam minha concepção, pois, acreditava que todos iriam
responder que era ruim, mas 21% (04) clientes disseram que era ruim, 5%
(01) respondeu que ainda não se acostumou com a idéia, 21% (04) dizem que
é bom porque o carro leva e trás e 53% (10) clientes responderam que é bom
ir, o problema é a volta, não tanto pela viagem mas pelo fato de eles sentirem-
se fracos.
... É bem difícil, a gente que não é acostumado a sair, mas fazer o que né...
(cliente 03)
... É bom porque pra mim não incomoda, o carro pega aqui daí leva, e traz de
volta... (cliente 05)
... É ruim pra gente voltar, não pra ir, que daí pra ir você vai bem, mas pra vim
você vem fraco, daí a viagem te judia... (cliente 06)
... É difícil nossa volta porque se vem bem caidinho... (cliente 08)
... É bom a gente tem 2 motoristas bom, o atendimento também é bom, só a
viagem fica ruim, porque quando a gente vai, a gente vai bem levanta de
manhã disposto, mas a volta a gente vem um bagaço... (cliente 11)
... Ruim é pra vim, é cansaço, você sai da maquina vem amuado... (cliente 13)
... É dizer bom não é, mas compensa... É bom porque o ônibus leva, os
motoristas são bons... (cliente 16)
... Não é muito bom não, porque a gente tem medo de tudo nesta vida
principalmente transito... (cliente 18)
Quando indagados sobre, o cuidado com a sua saúde, todos sem
exceção responderam que cuidam da saúde, quando interrogados como, as
respostas foram um pouco diferente, a maioria, 79% (15) clientes cuidam de
alimentação, do liquido, e tomam o remédio, 5% (01) cliente diz que cuida da
alimentação do liquido mas é fumante e sabe que tem que parar mas não
consegue, 11% (02) cuidam da saúde por que tem que cuidar, e 5% (01) refere
cuidar fazendo caminhadas, quando tem forças.
Mendonça (2000) discrimina dois tipos básicos de cuidado, o cuidado
que servem para manter e sustentar a vida, ou seja, o cuidado de
51
manutenção da vida entre eles os cuidados com alimentação, higiene,
conforto e os cuidados de reparação que visam curar a doença e que
engloba a administração de medicamentos fisioterapias e curativos.
Como refere Mendonça, “a pesquisa mostra que cada cliente de uma
maneira especial, cuida de sua saúde, tanto na manutenção da vida quanto na
reparação da doença.”
... Cuido! Caminho, não vou dizer que caminho direto, todo dia, porque tem
dias que a gente ta de folga que a gente faz hemodiálise, outro a gente tem
que trabalhar...(cliente 02)
... Cuido na gordura, há eu me cuido no sal, na alimentação, liquido também...
Problema é que eu fumo, não consigo largar do cigarro... (cliente 04)
... Cuido na alimentação, tomar liquido é que eu não posso tomar, tomo tudo os
remédios que mandam, tem um monte de remédio que não pode faltar...
(cliente 05)
... Eu me cuido, não faço o serviço, faço bem pouquinho, comida, tratamento,
remédio (cliente14)
... A minha saúde eu cuido bem, se eu sei que aquela comida não é muito boa
pra mim eu não como... (cliente 19)
Quando perguntados o que é qualidade de vida? As respostas foram
interessantes: para 5% (01) cliente qualidade de vida é ela fazer o transplante
renal,os outros 95% (18) clientes responderam de forma variadas, desde
alimentação, conforto, com ter saúde e poder passear . “Pode se dizer que os
clientes relacionam muito a sua qualidade de vida com a sua saúde, e cada
um de uma maneira especial define a sua própria qualidade de vida.”
Goulart e Sampaio (1999) aput Ballesteros, refere que a qualidade de
vida é considerada por diversos autores como um conceito abstrato, mas para
ele, qualidade de vida equivale a bem-estar, a status de saúde, a nível de
satisfação, não sendo portanto difícil concluir que qualidade de vida é igual a
qualidade de ambiente, qualidade de bens materiais, qualidade de saúde
física. Qualidade de vida diz respeito justamente á maneira pela qual o
individuo interage com o mundo externo.
52
... Qualidade de vida é a minha saúde, em vista ate ta boa durmo bem, levanto
cedo, não tenho preguiça de levantar, saio caminhar... (cliente 01)
... Qualidade de vida é a pessoa tem que fazer tudo o que quer... (cliente 02)
... Qualidade de vida pra nós eu imagino que seja o conforto em casa, sobre a
alimentação... (cliente 03)
... Viver bem, se alimentar bem, ter uma vida normal, viver bem com a família,
acho que ai é a qualidade de vida que a gente tem... (cliente 04)
...se melhorasse, pudesse tomar água, porque outra coisa, não sou rica, não
sou bem de vida... (cliente 05)
... É viver o hoje porque amanhã não sei se vou viver... (cliente 06)
... O que passa pela minha cabeça é fazer o transplante e que siga o rumo pra
frente... (cliente 07)
... É a gente viver bem, com todo mundo, viver bem em casa, com a família,
tendo sempre dinheiro para comprar o que a gente quer... (cliente 08)
... É meio frágil porque a gente ta doente, mas a vida é boa, quanto tem saúde,
enxerga bem, sai de casa, vai à cidade... (cliente 09)
... Alimentação a ginástica, o que não eu faço, o importante é manter a cabeça
boa, o resto tudo vai... (cliente 10)
... Qualidade de vida pra melhorar pra mim no caso, eu ia me sentir 100% se
não precisasse tomar tanto remédio... (cliente 11)
... Poder ter uma saúde bem boa, que se pode se divertir pode sair que a
agente pode nem sair... (cliente 12)
... É eu me alimentar bem, ter uma boa saúde, mas que nem agora não é
qualidade de vida... (cliente 13)
... É se cuidar, cuidar do tratamento do remédio. (cliente 14)
... Não se te dizer... (cliente 15)
... Porque eu entendo mais serve a alimentação, o passeio, daí alimentação ta
ruim, quase não posso me alimentar, caminhar quase não caminho, passear
quase não passeio... A gente tando vivendo tá bom... (cliente 16)
... É a gente ter saúde, a gente vive mais doente do que bem... (cliente 17)
... A gente procurar viver daquilo dentro do que o padrão, que é respeitando
tudo, respeitando o próximo, uns aos outros, cuidar da saúde da alimentação....
(cliente 18)
53
... É essa vida que eu tenho ai ta ótimo, eu não tenho que escolher nada...
(cliente 19)
4.3 QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO O QUESTIONÁRIO WHOQOL-100
O primeiro domínio a ser analisado é o domínio físico com suas três
facetas, dor e desconforto físico; energia e fadiga e sono e repouso.
4.3.1 Domínio I – Domínio Físico
4.3.1.1 Faceta 1 : dor e desconforto
As perguntas deste domínio tiveram os seguintes resultados, dos 19
clientes, 1% assinalou nada e nunca, isso quer dizer, nada é difícil para esses
1% lidar com a dor e desconforto, isso não os preocupa, não os impede de
fazer o que precisam e nunca sentem dor; 19 % muito pouco e raramente,
significando que muito pouco é difícil para eles lidar com a dor e o desconforto,
muito pouco ficam preocupados com a dor e o desconforto ,e muito pouco os
impede de fazer o que precisam e raramente sentem dor; 28% mais ou menos
e ás vezes, portanto mais ou menos se preocupam e sentem dificuldade para
lidar com a dor e o desconforto, impedindo mais ou menos de realizarem o que
precisam e ás vezes sentem dor; já 39 % assinalaram bastante e
repetidamente , bastante se preocupam e sentem dificuldade de lidar com a dor
e o desconforto e isso ao impede bastante de fazer o que precisam e
repetidamente sentem dor; 13 % extremamente e sempre extremamente se
preocupam e tem dificuldade de lidar com a dor e desconforto, e impedindo ao
extremo de realizarem o que precisam, e repetidamente sentem dor.
Pessini (2002) define a dor como uma perturbação, sensação no corpo.
A palavra "dor" origina-se do latim dolore. Os dicionários definem dor como
impressão desagradável ou penosa, decorrente de alguma lesão ou contusão,
ou de um estado anormal do organismo ou de uma parte dele.
54
“Se dor e desconforto é um indicio que a qualidade de vida está alterada,
os clientes do município de Caçador na sua grande maioria têm alteração na
sua qualidade de vida.“
FIGURA O9: Dor e Desconforto Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.1.2 Faceta 2 : energia e fadiga
Após cruzar os dados desta faceta, constatou-se que 7% dizem não
ficar nada cansados, nada o cansaço os incomoda, tem completamente
energia para o dia-a-dia, e estão muito satisfeitos com essa energia; 17% ficam
muito pouco cansados e muito pouco o cansaço os incomoda, tem muita
energia no seu dia-a-dia, estão muito satisfeitos com essa energia; 33%
sentem mais ou menos cansaço e isso mais ou menos os incomoda, tem
média energia para o dia e estão nem satisfeito e nem insatisfeito com a
energia que tem; a grande maioria 41% dizem sentir bastante cansaço e isso
lhes incomoda bastante, tem muita pouca energia para o dia e estão
insatisfeitos com a energia que tem; 2% sente o extremamente cansaço e
extremamente isso os incomoda, não tem nada de energia no seu dia a dia e
estão muito insatisfeito com essa energia.
55
Queiroz (2004) afirma que a fadiga é um sintoma que reduz a
capacidade de realizar as atividades vida diária e dura muito tempo
prejudicando seriamente a qualidade de vida.
“Sem energia, conseqüentemente vem à fadiga e em decorrência de
ambos a qualidade de vida dos clientes renais crônicos de Caçador está
prejudicada.”
FIGURA 10: Energia e Fadiga Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.1.3 Faceta 3 : sono e repouso
Analisando as respostas deste domínio observou-se que, 14% não tem
nada de dificuldade e nada os incomoda, estão muito satisfeito com o sono e
avaliam o seu sono como muito bom; a maioria 37% tem muito pouco
dificuldade com o sono, tem muito pouco problemas com o sono, estão
satisfeitos com seu sono e repouso e avaliam como bom ; 16% dizem mais ou
menos ter dificuldade e se preocupar com o sono e o repouso, estão nem
satisfeito,nem insatisfeito com o seu sono e avaliam como nem bom, nem ruim
como o sono e o repouso; 24% tem bastante dificuldade para dormir e isso lhes
incomoda, estão insatisfeito com o sono e o avaliam como ruim, 9% tem
extremamente dificuldade para dormir e se sentem extremamente
56
incomodados, estão muito insatisfeitos com seu sono e o avaliam como muito
ruim.
Arcanjo (2006) diz que repouso é uma redução do trabalho do corpo que
faz com que a pessoa sinta-se melhor, rejuvenescida e pronta para realizar as
atividades diárias. O autor define o sono como um estado de repouso que
ocorre em períodos contínuos e que reconstitui as energias e a sensação de
bem-estar de uma pessoa. Sem o repouso e o sono, a capacidade de se
concentrar, fazer julgamentos e participar de atividades diárias diminui.
Geib (2003) fala que as modificações no padrão do sono e do repouso
alteram o balanço homeostático, com conseqüência atinge a função
psicológica, sistema imunológico, desempenho, resposta comportamental,
humor e habilidade de adaptação.
FIGURA 11: Sono e Repouso Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.2 Domínio II – Domínio Psicológico
Este domínio possui 5 facetas, sentimentos positivos; pensar, aprender,
memória e concentração; auto-estima; imagem corporal e aparência;
sentimentos negativos.
57
4.3.2.1 Faceta 4 : sentimentos positivos
Relacionado aos sentimentos positivos os clientes demonstraram que,
2% nada aproveitam a vida, nada são otimistas com o futuro, não
experimentam nada de sentimentos positivos e nunca se sentem contentes;
16% aproveitam a vida muito pouco, são muito pouco otimista com o futuro,
muito pouco experimentam sentimentos positivos em sua vida, e raramente se
sentem contente; 32% mais ou menos aproveitam a vida, se sentem otimista
com o futuro e experimentam sentimentos positivos e ás vezes se sentem
contente; 45% aproveitam a vida, são otimistas com a futuro e experimentam
sentimentos positivos bastante e repetidamente se sentem contente; 5%
extremamente aproveitam a vida , são otimistas com o futuro, experimentam
sentimentos positivos e sempre se sentem contente.
Machado et al, (2003) refere que o enfrentamento da doença é
influenciado pelas percepções da qualidade de vida de cada ser, as positivas
estão mais relacionadas a estratégias racionais, como traçar uma meta ou
conhecer mais sobre a doença. Pode se dizer que 50% dos clientes do
município de Caçador tem sentimentos muito positivos estão sempre contentes
e levam uma vida mais harmoniosa.
FIGURA 12: Sentimentos Positivos Fonte: ( SUSIN, 2008)
58
4.3.2.2 Faceta 5: pensar,aprender, memória e concentração
Em se tratando de memória, concentração, pensar e aprender
constatamos que, apenas 1% nada consegue se concentrar, está muito
insatisfeito com suas capacidades de aprender novas coisas, tomar decisões e
avaliam com muito ruim suas memórias; 22% muito pouco conseguem se
concentrar, estão insatisfeitos com suas capacidades de aprender e tomar
decisões e avaliam que sua memória esta ruim; 25% dizem mais ou menos
conseguem se concentrar, estão nem satisfeito nem insatisfeitos com suas
capacidades e a memória não esta nem ruim nem boa; a maioria 49%
conseguem se concentrar bastante, estão satisfeitos com suas capacidades de
obter novas informações e tomar decisões, e avaliam a memória como boa e
3% dizem conseguir se concentra extremamente, dizem estar muito satisfeitos
com suas capacidades e a memória está muito boa.
FIGURA 13: Pensar, Aprender, Memória e Concentração Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.2.3 Faceta 6 : auto-estima
Ao analisarmos as perguntas sobre auto-estima tivemos os seguintes
dados: 1% nada se valoriza e confia em si mesmo e estão muito insatisfeitos
59
consigo mesmo e com suas capacidades; 11% muito pouco se valorizam e
confiam em si e estão insatisfeitos consigo e com suas capacidades; 18% mais
ou menos se valoriza e confiam em si e estão nem satisfeitos nem insatisfeitos
com sigo mesmo e com suas capacidades; a maioria 55% se valoriza e confia
em si mesmo bastante e estão satisfeitos consigo e com suas capacidades;
15% extremamente se valoriza e confia em si e estão muito satisfeitos consigo
mesmo e com suas capacidades.
Branden (1992) diz que auto-estima é a chave para o fracasso ou para
sucesso, é a soma da autoconfiança com o auto-respeito. Ela reflete o
julgamento implícito da nossa capacidade de lidar com os desafios da vida e o
direito de ser feliz. Uma auto-estima positiva é muito importante para uma vida
satisfatória, ter uma auto-estima baixa é sentir-se inadequado à vida, e errado
como pessoa, uma auto-estima média é flutuar entre sentir-se adequado ou
inadequado, certo ou errado como pessoa e manifestar essa inconsistência no
comportamento agindo com sabedoria, ou como tolo.
“ A auto-estima de 70% têm dos clientes entrevistados é elevada, estão
satisfeitos consigo mesmo, confiam em si e se valorizam, portanto, tem uma
vida satisfatória.”
FIGURA 14: Auto- Estima Fonte: (SUSIN, 2008)
60
4.3.2.4 Faceta 7: imagem corporal e aparência
No que diz respeito a imagem corporal e aparência , as respostas
foram 38% nada os inibe ou faz não se sentir bem com a aparência, são
completamente capazes de aceitar a aparência física e estão muito satisfeito
com aparência de seu corpo; 38% muito pouco os inibe e não faz se sentir bem
com a aparência, são muito capazes de aceitar sua aparência e estão
satisfeitos com o seu corpo; 15 % mais ou menos se sentem inibidos pela
aparência e mais ou menos tem alguma coisa em sua aparência que faz não
se sentir bem e são médio capazes de aceitar a aparência e estão nem
satisfeitos nem insatisfeitos com seu corpo; apenas 9% ficam bastante inibidos
pela aparência e bastante tem alguma coisa em sua aparência que faz eles
não se sentirem bem e estão insatisfeitos com seu corpo e ninguém (0% ) fica
extremamente inibido, ou alguma coisa no extremo não os faz se sentir bem ou
não são capazes de aceitar sua aparência ou ainda estão muito insatisfeito
com ela.
Almeida et al, (2002) segundo Cash, afirma que a imagem corporal
refere-se à experiência psicológica de alguém sobre a aparência e o
funcionamento do seu corpo. Os estudos sobre imagem corporal apontam para
prejuízos relacionados à insatisfação, depreciação, distorção e preocupação
com a auto-imagem, todos eles sendo fortemente influenciados por fatores
sócio-culturais.
Fereira et al, (2002) diz que a imagem corporal é um composto de
representações sobre o tamanho e a aparência do corpo e de respostas
emocionais associadas ao grau de satisfação.
“Sobre a imagem corporal e a aparência, neste os clientes renais do
município não está influenciado por fatores sócios culturais ou com doença
crônica, pois, 76% muito pouco ou nada a aparência os inibe e são
completamente capazes de se aceitar.”
61
FIGURA 15: Imagem Corporal e Aparência Fonte: ( SUSIN, 2008 )
4.3.2.5 Faceta 8 : sentimentos negativos
Verificou-se que nos sentimentos negativos, 25% nada ficam
preocupados, nada de sentimento negativos interferem no dia-a-dia e esses,
nada os incomoda, e nunca tem sentimentos negativos no dia; 18% muito
pouco se sentem preocupados e muito pouco os sentimentos negativos
interferem no seu dia, muito pouco os incomoda esses sentimentos e
raramente sentem sentimentos negativos; 22% mais ou menos se sentem
preocupados e tem mais ou menos sentimentos de tristeza que interferem no
dia e isso mais ou menos os incomoda, e sentem ás vezes sentimentos
negativos; a maior porcentagem 32% sentem se bastante preocupados, tem
bastante sentimentos negativo e se incomodam bastante com isso, e
repetidamente sentem sentimentos como mau humor, desespero; 3%
extremamente se sentem preocupados e extremamente os sentimentos de
tristeza interferem no dia a dia e isso extremamente os incomoda e sempre
tem sentimentos negativos.
Apenas 35% dos clientes, tem sentimentos negativos que interferem
no dia a dia. Higa et.al, (2008) em seu artigo descreve que para os clientes
organizarem-se mentalmente e fisicamente , ao adquirirem, absorverem e se
62
adaptarem às novas informações, indicações e prescrições sobre o tratamento,
entram em estado de alerta e tensão, o que de fato desencadeia ansiedade,
devido à constante exposição a situações estressoras como a hemodiálise ,
dietas, e a permanência freqüente em ambiente hospitalar.
FIGURA 16: Sentimentos Negativos Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.3 Domínio III – Nível de Dependência
Esse domínio e composto por 4 facetas: Mobilidade, Atividades da vida
cotidiana, Dependência de medicação ou de tratamentos, Capacidade de
trabalho
4.3.3.1 Faceta 9 : mobilidade
Observa-se com os dados da pesquisa que: 9% dos clientes é muito
bom a capacidade de locomoção, nada de dificuldade lhe incomoda, nada de
dificuldade afeta sua vida e estão muito satisfeito com a sua capacidade de
locomoção; 30% é boa a capacidade de se locomover , muito pouco alguma
dificuldade lhe incomoda e afeta o dia a dia ,estão satisfeito com suas
capacidades; 24% nem boa nem ruim é a capacidade de locomoção, mais ou
menos alguma dificuldade lhe incomoda ou afeta a vida diária ,estão nem
63
satisfeito nem insatisfeito com suas capacidades de locomoção; 33% é ruim a
capacidade de locomoção, bastante a dificuldade de locomoção lhe incomoda
e afeta a vida diária , estão insatisfeito com a capacidade de locomover-se; 4%
é muito ruim suas capacidades de locomoção , extremamente alguma
dificuldade incomoda e afeta a vida diária e estão muito insatisfeito com a sua
capacidade de locomoção.
Carreira (2003) a pessoa que vivencia um desequilíbrio em seu estado
de saúde, como a IRC, vê-se constantemente em perigo de perder sua
integridade tanto física como psíquica, ou seu lugar na família e na sociedade,
em decorrência das alterações em suas funções orgânicas.
FIGURA 17: Mobilidade Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.3.2 Faceta 10: atividade da vida cotidiana
Em relação às atividades cotidianas observou-se que 16% nada tem
dificuldade ou se sentem incomodados por alguma dificuldade de exercer as
tarefas diárias, estão muito satisfeito com suas capacidades de desempenhar
as atividades e são capazes completamente de desempenhá-las; 29% muito
pouco tem dificuldade de exerce as atividades do dia e se sentem muito pouco
incomodados com isso, estão satisfeito com suas capacidades e são muito
capazes de desempenhar as atividades diárias; 18% mais ou menos tem
64
dificuldade de exercer as atividades do dia e se sentem mais ou menos
incomodados com isso, estão nem satisfeito nem insatisfeito com a capacidade
de desempenhar as atividades do dia e médio são suas capacidades de
desempenhar as atividades diárias; 29% tem bastante dificuldade e isso os
incomoda para exercer as atividades diárias, estão insatisfeito com suas
capacidades e muito pouco conseguem desempenhá-las; 8% extremamente
tem dificuldade e se incomodam com isso, estão muito insatisfeito com suas
capacidades de desempenhar as atividades diárias e nada capazes de
desempenar essas atividades.
“Nesta pesquisa pode-se observar que a maioria dos clientes de uma
forma ou de outra tem alterações na sua vida cotidiana uns mais, outros menos
dependendo de como cada um vê o mundo .”
Higa et.al, (2008) diz que as complicações da doença renal
provenientes do tratamento hemodialítico afetam as habilidades funcionais do
paciente, limitando suas atividades diárias e as alterações não são captadas
nas avaliações clínicas e biológicas convencionais. Entender como as
limitações interferem a vida diária dos clientes tem se tornado o grande
objetivo das avaliações da qualidade de vida relacionadas à saúde.
Machado et al, (2003) diz em seu artigo que alguns pacientes apesar da
dependência da maquina e do tratamento realizam suas atividades diárias
normalmente, enquanto outros sofrem com o sentimento de pior qualidade de
vida e autopiedade.
65
FIGURA 18: Atividade da Vida Cotidiana Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.3.3 Faceta 11: dependência de medicação ou de tratamentos
No que diz respeito a dependência de medicações e tratamento as
respostas foram 0% nada ninguém vive sem tratamento ou medicação ou
dependem de medicação; 5% muito pouco precisam de medicação ou
tratamento médico para levar a vida diária e muito pouco a qualidade de vida
depende de ajuda médica ou de medicação e são muito pouco dependente de
medicação; 12% mais ou menos precisam de medicação e tratamento para
levar sua vida no dia a dia e médio a qualidade de vida depende do
medicamento e de ajuda médica e médio são as suas dependência por
medicação; a grande maioria 61% precisam bastante do tratamento médico
e da medicação para levar um vida diária e muito a qualidade de vida depende
do tratamento e da medicação e muito dependem de medicação; 21%
extremamente precisam de tratamento medico e de medicação para levar
uma vida diária e completamente sua qualidade de vida depende do tratamento
médico e da medicação, e completamente dependem da medicação.
Machado et al, (2003) a literatura mostra que o tratamento da IRC
através da hemodiálise prolonga a vida do doente, alivia o sofrimento da
síndrome urêmica e até previne incapacidades.
66
Segundo Dyniewicz et.al, (2004) a IRC impõe aos clientes uma série de
modificações de atividades e novas perspectivas de vida, criando um modo de
viver diferente que inclui a dependência ao tratamento ambulatorial e auxílio
constante de outras pessoas. É necessário estabelecer junto a equipe de
saúde relações de confiança e compreensão,caso contrário, a falta de adesão
ao tratamento será mais um complicador na qualidade de vida.
FIGURA 19: Dependência de medicação ou de tratamentos Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.3.4 Faceta 12: capacidade de trabalho
Nos dados da pesquisa observa-se que 16% nada são capazes ou se
sentem de trabalhar, estão muito insatisfeito com a capacidade de trabalho e
avaliam como muito ruim a capacidade de trabalho; 28% são muito pouco
capazes de trabalhar e se sentem muito pouco capazes de fazer suas tarefas ,
estão insatisfeito e avaliam como ruim a sua capacidade de trabalho; 25%
médio soa capazes de trabalhar e se sentem médio capazes de fazer as suas
tarefas,estão nem satisfeito nem insatisfeito e avaliam como nem boa nem
ruim a capacidade de trabalho; 31% são muito capazes de trabalhar e se
sentem capazes, estão satisfeito e avaliam como bom a capacidade de
trabalhar; ninguém 0% assinalou que são completamente, capazes de
67
trabalhar ou se sentem capazes , ninguém está muito satisfeito ou avaliam
como muito bom a capacidade de trabalho.
A pesquisa condiz com o artigo de Machado et al, (2003), que fala sobre
os estudos norte-americanos dos quais demonstram a importância de
acompanhamento e suporte terapêutico ao doente, rede social de apoio.
Coloca que a situação dos clientes no Brasil é muito diferente da norte
americana, pois as condições sociais e econômicas do Brasil não favorecem os
clientes, visto que, os clientes não podem mais trabalhar no decorrer do
tratamento. Nossos clientes, todos, não trabalham mais fora em decorrência da
doença, os que referem conseguir trabalhar nada mais é do que realizar as
atividades do lar.
FIGURA 20: Capacidade de Trabalho Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.4 Domínio IV - Relações sociais
Este domínio compreende 3 facetas, Relações pessoais,.Suporte
(Apoio) social e Atividade sexual.
68
4.3.4.1 Faceta 13: relações pessoais
Em análise das respostas referente a relações pessoais identificou-se
que 22% dos clientes nada se sentem sozinhos em sua vida, estão muito
satisfeito com suas relações pessoais e com a sua capacidade de apoiar os
outros e se sente muito feliz com sua relação com as pessoas de sua família;
37% muito pouco se sentem sozinhos em sua vida, estão satisfeito com a
capacidade de dar apoio aos outros, se sentem feliz com relação a sua família;
18% mais ou menos se sentem sozinho em sua vida, estão nem satisfeito nem
insatisfeito com suas relações pessoais, e com sua capacidade de dar apoio
aos outros,se sentem nem feliz nem infeliz com relação as pessoas de sua
família; 8% se sentem bastante sozinhos em sua vida, estão insatisfeito com
sua relações pessoais e com a capacidade de dar apoio aos outros e se
sentem infelizes com as pessoas de sua família; 3% extremamente se sentem
sozinhos , estão muito insatisfeito com sua relações pessoais e com sua
capacidade da dar apoio aos outros e se sentem muito infeliz com sua família.
Higa et.al, (2008) uma série de fatores marcam a vida do indivíduo com
IRC em tratamento Hemodialítico , a partir do diagnóstico, sendo comuns as
manifestações psíquicas desencadeando alterações na interação social e não
somente pelo paciente mas da família que o acompanha.
Dyniewicz et al, (2004) aput Silva descrevem que a avaliação de uma
pessoa em relação à sua qualidade de vida está muito relacionada ao apoio
que recebe da família, e que este fato a faz sentir melhor. Consideram que a
doença, também é da família e, quando os familiares estão presentes, dando
apoio constante, a dor do doente renal crônico é compartilhada e diminuída.
69
FIGURA 21: Relações Pessoais Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.4.2 Faceta 14 : suporte( apoio) social
Em se tratando de suporte social contatou-se que 0% ninguém
respondeu que não consegue nada de apoio e estão muito insatisfeito; 12%
recebem muito pouco apoio que necessita,pode contar muito pouco com os
amigos e estão muito insatisfeito com o apoio que recebe da família e dos
amigos; 9% médio conseguem o apoio dos outros e médio podem contar com
os amigos quando precisam deles e estão nem satisfeito nem insatisfeito com
o apoio que recebe da família e dos amigos;a maioria com 57% conseguem
muito o apoio que necessita, podem contar muito com o apoio que recebe dos
amigos e estão satisfeito com o apoio dos amigos e da família; 22%
completamente consegue o apoio dos outros, completamente pode contar com
os amigos quando precisam deles, estão muito satisfeito com o apoio que
recebe da família e dos amigos.
Em se tratando de relações sociais Higa et.al, (2008) refere que o cliente
com IRC, é praticamente obrigado a conviver diariamente com uma doença
incurável e uma forma de tratamento dolorosa, de longa duração e que junto
com evolução da doença e suas complicações provoca ainda maiores
limitações e alterações de grande impacto, que repercutem tanto na sua
própria qualidade de vida quanto na do grupo familiar dificultando
70
conseqüentemente na interação paciente – sociedade – família. “Nesta
pesquisa constatou-se que mesmo com a gravidade dos fatos os clientes na
sua maioria conseguem interagir, com a sociedade e com a família, claro que
sempre levando em consideração as suas limitações.”
Machado et al, (2003 p. 28) diz que “apoio social pode prevenir ou servir
e ser utilizado como defesa emocional das conseqüências negativas durante o
declínio da função física ao longo do processo de adoecer”.
FIGURA 22: Suporte (Apoio) Social Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.4.3 Faceta 15: atividade sexual
A atividade sexual quando questionada, deixaram os clientes inibidos,
dos 19 clientes 8 (42%) não responderam a pergunta e 11 clientes (58%)
responderam desses obteve-se 18% nada se sentem incomodados por
alguma dificuldade na vida sexual, estão muito satisfeito com a vida sexual e
com as necessidades sexuais e avaliam como muito boa a vida sexual; 16%
muito pouco se sentem incomodados por alguma dificuldade na vida sexual ,
estão satisfeito com a vida e com as necessidades sexuais, e avaliam com boa
a vida sexual; 30% mais ou menos se sentem incomodados por alguma
dificuldade sexual , estão nem satisfeito nem insatisfeito com a vida e com as
necessidades sexuais e avaliam como nem boa nem ruim sua vida sexual; 34%
referem bastante se sentir incomodados e estarem insatisfeito com sua vida e
71
suas necessidades sexuais e avaliam como ruim sua vida sexual; somente 2%
extremamente se sentem incomodados por alguma dificuldade na vida sexual,
estão muito insatisfeito com a vida e com as necessidades sexuais, avaliam
como muito ruim a vida sexual.
Dyniewicz et al, (2004) aput Riella refere que os problemas endócrinos
desencadeados pela IRC, podem causar hiperparatireoidismo, amenorréia ou
hipomenorréia, na mulher ainda pode causar decréscimo da fertilidade e
deficiência estrogênica; e nos homens nota-se atrofia testicular, redução da
espermatogênese, diminuição na síntese de testosterona, ocorrendo também
diminuição da luz vascular, fibrose e esclerose do epidídimo, levando a um
irreversível dano reprodutivo. Tanto na mulher como no homem, há disfunção
sexual e diminuição da libido.
FIGURA 23: Atividade Sexual Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.5 Domínio V – Ambiente
Esse domínio contem 8 facetas: Segurança física e proteção, Ambiente
no lar, Recursos financeiros, Cuidados de saúde e sociais : disponibilidade e
Qualidade, Oportunidades de adquirir novas informações e Habilidades,
Participação em, e oportunidades de recreação, Lazer, Ambiente físico:
(poluição /ruído/ trânsito/ clima), Transporte.
72
4.3.5.1 Faceta 16 : segurança física e proteção
Em se tratando de segurança física 7% dos clientes dizem nada se
sentirem seguros, em sua vida diária ,nada vivem num ambiente seguro e
estão muito insatisfeito com sua segurança física; 16% muito pouco se
sentem seguros e vivem num ambiente seguro e estão insatisfeito com sua
segurança física; 11% mais ou menos se sentem seguros e vivem em um
ambiente seguro e estão nem satisfeito nem insatisfeito com sua segurança
física; a grande maioria 63% se sentem bastante seguro em sua vida diária e
vivem bastante num ambiente seguro estão satisfeito com a segurança física
de onde vivem; 3% se sentem extremamente seguros, vivem extremamente
num ambiente seguro e estão muito satisfeito com sua segurança física.
Herculano (1998) diz que moradia é habitar um lugar saudável, de
clima ameno, limpo, dotado de água, luz , saneamento e energia, mais
sossegado, seguro, com locais de convívio, de educação, cultura e esportes
onde haja beleza natural, espaço de lazer e contato com a natureza não-
degradada.
FIGURA 24: Segurança Física e Proteção Fonte: ( SUSIN, 2008)
73
4.3.5.2 Faceta 17: ambiente no lar
Referente ao ambiente do lar, os clientes demonstraram em 1% que
nada é confortável e gostam do lugar onde mora ,o lar nada corresponde as
suas necessidades e estão muito insatisfeito com as condições do local que
moram; 3% é muito pouco confortável e gostam do local onde mora, muito
pouco o lar correspondem as necessidades e estão insatisfeito com as
condições do local onde moram; 20% mais ou menos é confortável e gostam
do local onde moram e médio as características do lar correspondem as
necessidades e estão nem satisfeito nem insatisfeito com o local onde moram;
a maioria 60% diz ser bastante confortável o local onde moram e gostam
bastante as características do lar correspondem muito as suas necessidades e
estão satisfeitos com as condições do local onde mora; 16% é extremamente
confortável e gostam do local onde moram, o lar corresponde completamente
as suas necessidades e estão muito satisfeito com as condições do local onde
moram.
FIGURA 25: Ambiente no Lar Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.5.3 Faceta 18: recursos financeiros
Quanto aos recursos financeiros 11% os clientes responderam que
nada tem de dificuldades e se preocupam com dinheiro, estão muito satisfeito
74
com a sua situação financeira, e referem ter completamente dinheiro suficiente
para satisfazer as necessidades; 18% muito pouca dificuldade financeira e
muito pouco se preocupam com dinheiro, estão satisfeito com sua situação
financeira e referem ter muito dinheiro suficientes para satisfazer suas
necessidades; 30% mais ou menos tem dificuldades e se preocupam com
dinheiro, estão nem satisfeito nem insatisfeito coma sua situações financeiras
e ter médio de dinheiro para satisfazer as necessidades ; 29% referem ter
bastante dificuldade e preocupações com dinheiro , estão insatisfeito com a
sua situação financeira e tem muito pouco dinheiro para satisfazer as
necessidades; 12% extremamente tem dificuldade e se preocupam com
dinheiro, estão muito insatisfeito com sua situação financeira e praticamente
não tem nada de dinheiro suficiente para satisfazer o que precisam.
Segundo Pereira et.al, (2006) aput Jakobsson, a situação financeira está
entre os fatores socioeconômicos mais importantes na vida diária e na
qualidade de vida. Uma boa situação socioeconômica está associada a
melhor qualidade de vida, e os problemas financeiros como conseqüência
reduzem o bem-estar .
A pesquisa realizada, condiz com a fala de Pereira (2006), pois a
maioria liga a situação financeira com o fato de não conseguirem realizar o que
precisam, causando assim um desconforto.
FIGURA 26: Recursos Financeiros Fonte: ( SUSIN, 2008)
75
4.3.5.4 Faceta 19: cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade
Constatou-se em respeito aos cuidados de saúde e sociais, que 5%
nada têm facilmente acesso a bons cuidados médicos, estão muito insatisfeitos
com os serviços de saúde e assistência social e avaliam como muito ruim a
qualidade destes serviços; 5% muito pouco tem acesso a bons cuidados
medico, estão insatisfeito com os serviços de saúde e de assistência social e
avaliam como ruim a qualidade dos serviços; 26% mais ou menos tem acesso
a cuidados médicos, estão nem satisfeito nem insatisfeito com os serviços de
saúde e assistência social e avaliam como nem ruim nem boa a qualidade dos
serviços; 60% tem bastante acesso a bons cuidados médicos, estão satisfeito
com os serviços com os serviços de saúde e assistência social e avaliam como
boa a qualidade destes serviços; 4% dizem ter extremamente acesso a bons
cuidados médicos, estão muito satisfeito com os serviços de saúde e de
assistência social e avaliam como muito boa a qualidade destes serviços.
FIGURA 27: Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.5.5 Faceta 20: oportunidade de adquirir novas informações e habilidades
Verificou-se que 4% não tem nada de informações que precisam no
deu dia e não nada de oportunidade de adquirir essas informações e estão
76
muito insatisfeito com a oportunidade de aprender novas habilidades e de obter
novas informações; 16% muito pouco disponível estão as informações que
precisam no seu dia e muito pouco tem oportunidade de adquirir essas
informações, estão insatisfeito com a oportunidade de adquirir novas
habilidades e obter novas informações; 26% tem médio informações
disponível e tem média oportunidade de adquirir as informações que considera
necessárias, estão nem satisfeito nem insatisfeito com as oportunidades de
aprender novas habilidades e de obter novas informações; a maioria 54% diz
que as informações que precisam no seu dia estão muito disponível assim
como a oportunidade de adquirir as informações que necessita dizem estar
satisfeito com as oportunidades; 0% ninguém esta completamente e muito
satisfeito com as oportunidades disponíveis ou adquiridas no dia.
FIGURA 28: Oportunidade de adquirir novas informações e habilidades Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.5.6 Faceta 21: participação em, e oportunidades de recreação/ lazer
Em relação à participação e oportunidades de recreação e lazer
observou se que, 13% nada aproveitam seu tempo livre, nada tem
oportunidade de lazer, nada são capazes de relaxar e estão muito insatisfeitos
com a maneira que usam o tempo livre; 16% muito pouco aproveitam o tempo,
tem oportunidade de lazer, e são capazes de relaxar, estão insatisfeito com a
77
maneira de usar o tempo livre; 19% médio aproveita o tempo livre, tem
oportunidade de lazer, e são mais ou menos capazes de relaxar estão nem
satisfeito nem insatisfeito com a maneira que usam o tempo livre; a maioria
51%, aproveitam muito seu tempo livre , tem bastante oportunidade de lazer ,
são bastante capazes de relaxar, estão satisfeito com a maneira de usarem o
tempo livre; 1%, aproveita completamente o tempo livre, extremamente tem
oportunidade de lazer, é extremamente capaz de relaxar e estão muito
satisfeito com a maneira de usar o tempo livre;
Terra (2007) fala de fatores que podem interferir na QV e a falta de
oportunidade de aproveitar a vida é explicada pelo fato de o tratamento
hemodialítico ser responsável por um cotidiano monótono e restrito, e as
atividades desses clientes serem limitadas após o início do tratamento,
favorecendo o sedentarismo e a deficiência funcional.
Martins; Cesarino (2005) confirmam que os pacientes ficam
impossibilitados de realizar passeios e viagens prolongadas em razão do
tratamento, por terem que se submeter 3 vezes por semana quatro horas
diárias.
FIGURA 29: Participação em, e oportunidades de recreação/ lazer Fonte: ( SUSIN, 2008)
78
4.3.5.7 Faceta 22: ambiente físico (poluição/ruído/transito/clima)
Ao analisarmos as respostas referentes ao ambiente físico tivemos como
resultado que: 15% dos clientes nada é saudável o ambiente onde vive, diz
estarem muito insatisfeitos com o barulho, poluição e com o clima do lugar
onde vivem; 13% referem ser muito pouco saudável o ambiente onde vivem e
estarem insatisfeito com o ambiente físico e com o lugar onde vivem; 25% mais
ou menos é saudável o lugar onde vivem, estão nem satisfeito nem insatisfeito
com o ambiente físico e com o clima onde vivem; a maior porcentagem 46%
dos cliente, diz ser bastante saudável o ambiente onda vivem e estarem
satisfeitos com o ambiente físico, poluição, barulho e com o clima do lugar
onde vivem e 1% diz que extremamente é saudável o lugar onde vivem e
estarem muito satisfeito com o ambiente físico e com o clima do lugar onde
vivem.
Herculano (1998) fala que a qualidade de vida pode ser definida
como a soma das condições econômicas, ambientais, científico-culturais e
políticas, que assegure água e ar limpos, higidez ambiental, alimentos
saudáveis e a preservação de ecossistemas naturais.
FIGURA 30: Ambiente físico( poluição/ruído/transito/clima) Fonte: ( SUSIN, 2008)
79
4.3.5.8 Faceta 23: transporte
No que se refere ao transporte, 37% dos clientes não tem nada de
problemas com transportes e isso nada dificultam sua vida, os meios de
transportes estão completamente adequados e os clientes estão muito
satisfeito com o seu transporte; 29% muito pouco tem problemas e dificuldades
com o transporte, tem muito adequados o transporte e estão satisfeito; 18%
mais ou menos, tem problemas e dificuldades, médio são os mios de transporte
que tem e estão nem satisfeito nem insatisfeito com os meios de transportes;
13% referem ter bastante problemas e dificuldades com o transporte e ter
muito pouco meios de transporte, muito insatisfeito estão com isso; 3%
extremamente problemas e dificuldades com o transporte, nada de meios
adequados e estão muito insatisfeito.
FIGURA 31: Transporte Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.6 Domínio VI - Aspectos espirituais/religião/crença pessoais
Composto somente pela faceta Espiritualidade/religião/crenças pessoais
80
4.3.6.1 Faceta 24: espiritualidade/religião/crenças pessoais
Em relação à espiritualidade revelou-se que, 0% ninguém assinalou que
as crenças pessoais não dão nada de sentido a sua existência; 4% as crenças,
muito pouco dão sentido a vida, muito pouco dão forças e ajudam a enfrentar
as dificuldades e ainda muito pouco a sua vida tem sentido; 7% mais ou menos
as crenças pessoais dão sentido a vida ,dão forcas e ajudam a enfrentar as
dificuldades e mais ou menos acham que sua vida tem sentido; para grande
maioria, 68%, as crenças pessoais dão bastante sentido a sua vida, dão forças
e ajudam a enfrentar as dificuldade, e que suas vidas tem bastante sentido;
21% extremamente as crenças dão sentido a vida, dão forças e ajudam a
enfrentar as dificuldades.
Fleck et al. (2003) diz que para muitas pessoas, a religião, as crenças
pessoais e as crenças espirituais são uma fonte de conforto, bem-estar,
segurança. A espiritualidade refere-se a respeito do significado da vida e da
razão de viver, a religião é definida como a crença na existência de um poder
sobrenatural, criador e controlador do universo, a religiosidade é a extensão na
qual um indivíduo acredita, seguem e praticam uma religião. Crenças pessoais
podem ser quaisquer crenças ou valores que um indivíduo sustenta, e que
formam a base de seu estilo de vida e de seu comportamento.
“Nesta pesquisa as crenças pessoais em 68% dos clientes dão sentido
a vida , são fonte de conforto e bem estar conforme a literatura apresenta.”
81
FIGURA 32: Espiritualidade/ religiosidade/ crenças pessoais Fonte: ( SUSIN, 2008)
4.3.7 Faceta geral: avaliação global de qualidade de vida.
Em relação à avaliação da qualidade de vida pode-se constatar que, 3%
muito insatisfeito com sua qualidade de vida, com sua vida e com sua saúde e
avaliam como muito ruim sua qualidade de vida; 16% estão insatisfeitos com
sua qualidade de vida,com a vida e com a saúde, avaliam como ruim a sua
qualidade de vida; 26% estão nem satisfeito nem insatisfeito com sua
qualidade de vida, com sua vida e com sua saúde,avaliam como nem boa nem
ruim a sua qualidade de vida; 54% estão satisfeitos com a qualidade de vida
que tem, com a saúde e com a vida, avaliam a qualidade de vida com boa; 1%
estão muito satisfeitos com sua qualidade de vida com sua saúde e com sua
vida, avaliam a qualidade de vida como muito boa.
Constata- se então que para a maioria dos clientes na suas avaliações
eles dizem ter qualidade de vida, estarem satisfeitos com a sua vida e com a
sua saúde. Lentz et al, (2000) apud Romano, qualidade de vida é mais que
simplesmente a ausência ou presença de saúde, abrangendo também
educação, saneamento básico, acesso a serviços de saúde, satisfação e
condições de trabalho, além de outros aspectos, portanto depende de como
cada cliente vê o mundo, as pessoas, o ambiente e interage com eles.
82
FIGURA 33: avaliação global de qualidade de vida. Fonte: ( SUSIN, 2008)
83
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foram dias de conversas, entrevistas, histórias de vida e de superação,
histórias de quem acredita que a vida vale a pena, e outras de quem não tem
tanta certeza assim. Criaram-se muitos momentos de lazer e emoção, para
ambas as partes, entrevistadora e entrevistados, em muitas ocasiões os
clientes não tinham com quem conversar, com quem contar os seus problemas
ou até mesmo alguém diferente do circulo social que lhes desse atenção, e por
a entrevistadora proporcionar essa atenção e conversa, os laços de amizade
foram surgindo e criando diversas situações de alegrias, tristezas, desabafos.
Este estudo buscou conhecer o perfil demográfico dos clientes em
tratamento hemodialítico do município de Caçador e avaliar a qualidade de
vida através dos pensamentos e sentimentos expressados.
O perfil demográfico conhecido mostra a relação e os fatores que
interferem na qualidade de vida dos clientes de Caçador principalmente na
área do lazer, da alfabetização, e das doenças associadas com a IRC e a
idade. A escolaridade obteve-se que os analfabetos são 10,5% e a maioria
estudou entre a 1ª e a 4ª serie, demonstrando que o índice de estudo completo
com formação do ensino médio ou superior e extremamente baixa, dificultando
o próprio entendimento da doença, e sucessivamente interferindo na qualidade
do cuidado. Observa-se referente à ocupação que eles não tem muitas
atividades de lazer, pois 43% para se ocuparem assistem televisão
praticamente a todo o tempo. Todos alem da IRC referem ter outros problemas
de saúde, sendo diabéticos, hipertensos e problemas cardíacos a idade
prevalece com grande significância entre os idosos.
Já ao tempo de tratamento, estado civil, e o sexo observa-se que não
há significâncias. Os clientes em hemodiálise estão com o tempo de tratamento
entre 1 a 5 anos mas se concentram entre 1 a 3 anos.. A pesquisa apontou que
não há diferença entre o numero de homens e mulheres em tratamento,
Observou-se que 63% em sua maior porcentagem referente ao estado civil são
casados, e apenas 5% são solteiros, os casados automaticamente tem o apoio
da família que é de extrema importância para a recuperação.
Quanto ao questionário semi estruturado, as respostas variaram
84
conforme cada cliente, pois cada um vive e se relaciona com a IRC e com o
tratamento de formas diferente e isso está diretamente ligada a qualidade de
vida. Se o cliente tem respostas positivas automaticamente, será para ele mais
fácil lidar com a doença, caso do contrario o desafio será maior e como
conseqüência uma péssima qualidade de vida.
Notou-se nas respostas que os clientes têm alteração na atividade
física, relatando cansaço e desconfortos, ambos são causados pelo desgaste
do tratamento. O incomodo e as dificuldades que a maioria referiu também esta
relacionada ao tratamento, as restrições e as privações. Sobre a alimentação
todos estão conscientes sobre os cuidados, mas não seguem. A entrevistadora
não imaginava que as atividades físicas e as restrições são tão comprometidas,
e dificultam tanto a vida dos clientes a ponto de prejudicar as suas relações
sócias.
Acredita-se que o índice mais significativo das perguntas abertas
abortou a viagem e pela surpresa da entrevistadora a viagem em si não é ruim,
o que os incomoda é a volta da cidade de Videira, pois sentem-se fracos,
cansados e debilitados pelo desgaste da maquina, do tratamento, pois afinal ir
para lá é uma forma de manter a vida deles, mas acaba interferindo na
qualidade de vida.
Quanto ao que mudou com o tratamento , como cuida de sua saúde, a
grande maioria referiu que o tratamento é a forma de os manterem vivos, e
procuram seguir as prescrições médicas e de enfermagem para viverem
melhor. Nesta perguntas a entrevistadora teve varias lições de vida, lições de
coragem, enfrentamento das dificuldades, como exemplo o quanto o
tratamento é importante para manter a vida deles, diferente do que a maioria
de nós pensamos, acredita-se que o tratamento é insuportável e que se prefere
deixar de viver do que passar por isso, está é a opinião de muitos, que não
conhecem a realidade e a determinação dos clientes crônicos.
O que é qualidade de vida foi a pergunta onde pode-se realmente
constatar que qualidade de vida depende muito de como cada cliente esta
inserido no ambiente em que vive e de como eles se relacionam com o mundo,
pois as respostas foram as mais diversificadas e interessante abrangendo,
saúde, bem estar, alimentação, lazer, relacionamento social, bem como a
85
literatura descreve.
A qualidade de vida diferente do que a entrevistadora pensava não
está somente ligada a saúde ou doença, e sim a tudo o que gira em torno de
nós , acrescenta-se neste conceito criado após a pesquisa, o bem estar com a
vida, com o mundo, com as pessoas que nos rodeiam, ter saúde, ser amada,
ser feliz, e ter boas esperanças para com o futuro, de acordo com o conceito
da OMS.
Em se tratando de qualidade de vida pode –se confirmar as respostas
acima e ainda identificar quais são as maiores interferência na qualidade de
vida dos clientes crônicos, através do questionário WHOQOL-1OO, validado
para o português e fiel na credibilidade das respostas.
Os resultados apontaram aspectos positivos quanto no domínio
psicológico; nas relações sociais , no ambiente, nos aspectos religiosos, e na
percepção geral sobre qualidade de vida.
Nos aspectos psicológicos observa-se que os clientes tem sentimentos
positivos com a vida, com a capacidade de pensar , a auto estima está
elevada, não tem receios com a imagem corporal. Eles dão valor a vida que
tem, e conseguem encarar com otimismo as dificuldades , a pesquisadora
acreditava que os clientes crônicos seriam depressivos na sua maior
porcentagem, mas foi satisfatório saber que eles estão na sua maioria de bem
com a vida e com o tratamento.
Nas relações sócias, observa-se que os clientes estão contentes com
as relações pessoais e sociais, conseguem dos amigos e dos familiares o
apoio para melhor levar a vida.
Apesar de que o convívio social está diminuído pois as condições
físicas interferem um pouco na questão do lazer, mas diferente do que se
pensava eles mantém um contato com o mundo e com as pessoas, e não se
isolam por vergonha ou preconceito da doença.
No ambiente em que vivem apontam segurança e conforto no lar,
vivem num ambiente tranqüilo, estão satisfeitos com os cuidados de saúde e
sócias e com as oportunidades de adquirir novas informações, estão de
satisfeitos com o clima e com o transporte. No município não se houve falar
todos os dias em assaltos ou violências ou assassinatos , ainda Caçador pode
86
ser considerada uma cidade calma para se viver
Os aspectos religiosos observa-se o índice mais alto de toda a
pesquisa, pois são as crenças, a fé que os ajudam a enfrentar a vida e as
dificuldades durante o caminho. Como a pesquisadora os cliente crêem em
algo especial, em um ser maior, tem esperança e fé que levam para a vida e
em conseqüência para a melhora das condições de saúde doença, sem isso a
coragem e da força não existiria, e a doença se tornaria pior e as dificuldades
seriam muito maiores.
Sobre a avaliação global da qualidade de vida, eles estão satisfeitos
com a sua vida e com a sua saúde, e sua qualidade de vida é boa. Como já foi
dito a qualidade de vida depende de cada um de nós e de cada pensamento
que temos perante a vida e ao mundo
Por outro lado o domínio físico e a dependência são fatores que
extremamente interferem na qualidade de vida dos clientes, a ainda uma
pequena porcentagem que possuem sentimentos negativos, estão insatisfeitos
com as atividades sexuais, e estão um pouco preocupados com a situação
financeira.
Na parte física o que interfere é a dor o desconforto, ter pouca energia
para o dia dificultando nas execuções das tarefas do dia a dia, as respostas
assinaladas condiz com as respondidas abertamente. Nós quando estamos
com alguma dor já ficamos mais quietos, sem fazer muitas coisas, basta então
imaginar os clientes renais o quanto deve ser complicado para eles realizarem
as atividades diárias.
Nas dependências o que está prejudicado e a mobilidade, a dificuldade
de locomoção assim como eles relataram que o tratamento os deixa fracos,
mas o que mais chama a atenção é a dependência pelo tratamento e pelas
medicações o quanto eles tem o conhecimento desta importância, a
capacidade de trabalho está mais ou menos e como relataram depende das
forças diárias.
Conclui-se que a qualidade de vida dos clientes renais crônicos tem
interferência na vida em qualquer lugar, alguns clientes mais outros menos,
dependendo do apoio, do enfrentamento da doença, das condições
econômicas, enfim dependendo dos fatores que podem interferir na qualidade
87
de vida e da maneira que como cada um reage com as situações diárias.
Este estudo foi de grande relevância para que se possa avaliar a
qualidade de vida das pessoas não só quem faz hemodiálise, mas para reflexo
da qualidade de vida da população em geral, cada vez estamos mais
stressados, correria do dia a dia, não priorizando a nossa saúde, nos
descuidando da alimentação, lazer, espiritualidade e é em pequenos gestos
que conseguimos melhorar a sobrevida.
Este estudo oferece subsídios para que o enfermeiro e sua equipe de
saúde e até mesmo a comunidade percebam a necessidade de avaliar a
qualidade de vida das pessoas com doença renal crônica, para promover
transformações necessárias e melhorar o comprometimento da qualidade de
vida dos clientes renais crônicos, para que esses possam viver com a doença e
o tratamento em plena harmonia e com os suportes necessários.
88
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91
TORTORA, Gerard J. Corpo humano fundamentos da anatomia e fisiologia. ed.4, São Paulo, Artmed Editora Ltda, 2000.
92
APÊNDICES
93
ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA
Qual a seu (a) idade?
0-10 11-20 21-30 31-40 41-50
51-60 61-70 71-80 81-90
Qual seu (a) estado civil?
Solteiro Casado (a) Viúvo (a) Separado (a) Amasiado (a)
Ate que serie estudou?
1ª a 4ª serie 5ª a 8ª serie do
ensino fundamental
1ª a 3ª ano do
ensino médio
Ensino
superior
O que costuma fazer para se ocupar?
Assistir TV Ouvir musica Brincar Ler Caminhadas
Passear
Quanto tempo já faz o tratamento?
0-1 ano 1 a 3 anos 3 a 5 anos 5 a 7 anos Á mais tempo
Tem algum outro problema de saúde?
Diabetes Hipertensão Problemas
cardíacos
Depressão outros
Realiza que tipos de exercícios físicos?
Quais as tarefas diárias que realiza?
O que mudou após o inicio do tratamento?
Como é ir para outra cidade realizar o tratamento?
Como você faz as refeições, existe muitas restrições dietéticas, quais?
O que mais incomoda?
Qual a sua maior dificuldade?
Você cuida da sua saúde?Como?
94
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Viemos por meio deste estudo convida-lo a participar da pesquisa sobre
a Qualidade de vida dos pacientes renais crônicos em tratamento
hemodialitico de Caçador elaborado pela acadêmica de enfermagem da
Universidade do Contestado-Unc, Mônica Bianchi Susin, e-mail
[email protected] telefone para contato 0xx-(49) 35672754 e
orientadora Marlise Bonés, enfermeira especialista, professora, e-mail
[email protected]. Convidar
Realizaremos esta pesquisa voltada para o conhecimento, tendo como
objetivo a Avaliação da qualidade de vida dos pacientes renais crônicos em
tratamento hemodialítico, entrevistar, aplicar questionário e Identificar as
atividades cotidianas que comprometem a qualidade de vida, Identificar o perfil
sócio-demografico dos pacientes renais crônicos de Caçador.
As informações obtidas através do questionário e da entrevista servirão
de base para desenvolvimento e conhecimento da realidade dos pacientes em
tratamento hemodialítico.
O instrumento de coletas de dados será uma entrevista estruturada
WHOQOL – 100 é composto por seis domínios: o físico. o psicológico, o do
nível de independência, o das relações sociais, o do meio ambiente e o dos
aspectos religiosos e entrevista semi estruturada com perguntas abertas e
fechadas, com a finalidade de caracterizar os sujeitos quanto à idade, estado
civil, escolaridade, ocupação e tempo de tratamento de hemodiálise alem de
identificar as atividades cotidianas comprometidas dessas pessoas, restrições
dietéticas, transporte e o sentimento após o início do tratamento hemodialítico,
pois o questionário WHOQOL – 100 não permite identificar essas atividades.
Levaremos em consideração:
O direito da não identificação e privacidade do paciente será mantido
em caráter sigilo;
O direito de acesso aos resultados da pesquisa será priorizado;
95
O direito de desistir a qualquer momento, deixando da participar do
estudo, sem qualquer prejuízo a continuidade do tratamento de seu
cuidado na instituição;
O direito de o paciente estar isento de despesas;
O direito de esclarecimento permanente;
A minha assinatura neste termo de consentimento ,dará
autorização da pesquisa, ao comitê de Ética da UnC, e a organização
governamental de saúde de utilizarem os dados obtidos quando se fizer
necessário, incluindo a divulgação dos mesmos, sempre preservando
minha privacidade.
Declaro que obtive todas as informações necessárias e concordo
de livre e espontânea vontade em participar deste estudo, assinando
abaixo em duas vias de igual teor (conteúdo) e forma.
Nome e assinatura do sujeito da pesquisa:
________________________________________________________
Nome e assinatura dos responsáveis pela pesquisa:
Professora orientadora: Marlise Bonés
________________________________________________________
Acadêmica: Mônica Bianchi Susin
96
TERMO DE CONSENTIMENTO
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CAÇADOR
Viemos por meio deste, solicitar autorização para a pesquisa do trabalho
de conclusão de curso, tendo como tema a Avaliação da Qualidade de vida dos
pacientes renais crônicos em tratamento hemodialitico de Caçador, e solicitar a
Secretaria municipal de saúde que conceda o nome e endereços dos clientes
que estão em tratamento para que se possa começar a pesquisa, elaborada
pela acadêmica de enfermagem da Universidade do Contestado-Unc, Mônica
Bianchi Susin, e-mail [email protected] telefone para contato 0xx-
(49) 35672754 e orientadora Marlise Bonés, enfermeira especialista,
professora, e-mail [email protected].
Realizaremos esta pesquisa voltada para o conhecimento, tendo como
objetivo a Avaliação da qualidade de vida dos pacientes renais crônicos em
tratamento hemodialítico, entrevistar, aplicar questionário e Identificar as
atividades cotidianas que comprometem a qualidade de vida, Identificar o perfil
sócio-demografico dos pacientes renais crônicos de Caçador.
As informações obtidas através do questionário e da entrevista servirão
de base para desenvolvimento e conhecimento da realidade dos pacientes em
tratamento hemodialítico.
Levaremos em consideração:O direito da não identificação e
privacidade do paciente será mantido em caráter sigilo;O direito de acesso aos
resultados da pesquisa será priorizado;O direito de desistir a qualquer
momento, deixando da participar do estudo, sem qualquer prejuízo a
continuidade do tratamento de seu cuidado na instituição;O direito de o
paciente estar isento de despesas;O direito de esclarecimento permanente;
Secretaria municipal de saúde
_________________________________________________________
Acadêmica: Mônica Bianchi Susin
97
Folder
98
ANEXOS