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Teorias sobre motivação e liderança: da administração de recursos humanos à gestão de pessoas Universidade Federal de Minas Geral Instituto de Ciências Exatas Curso: Sistemas de Informação Disciplina: Teoria Geral da Administração Prof. Rogério Zanon da Silveira 1º semestre de 2012

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Page 1: Aulas 15, 16, 17 e 18 - Motiva- ¦ção e Lideran- ¦ça

Teorias sobre motivação e liderança: da administração de recursos humanos à gestão de pessoas

Universidade Federal de Minas GeralInstituto de Ciências Exatas

Curso: Sistemas de InformaçãoDisciplina: Teoria Geral da Administração

Prof. Rogério Zanon da Silveira1º semestre de 2012

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1. Introdução Pesquisas de Hawthorne:

Mostraram que relação entre necessidades psicossociais dos empregados e aumento da produtividade não era tão direta como pretendiam os teóricos da Escola de Relações Humanas.

Mérito da Escola de Relações Humanas em relação à Escola Clássica: considerar fatores afetivos e sociais, e não apenas os

econômicos. Manteve, porém, o mesmo tipo de análise; a mesma forma de

organização. Ponto em comum:

considerar o ser humano passivo, com reação padronizada a estímulos aos quais é submetido.

Novos estudos: autorrealização; o ser humano dinâmico que busca de forma

ativa a atonomia e o autodesenvolvimento.

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2. Teorias de motivação e liderança e o conceito de homo complexus Homo complexus:

Conceito vai além do homo socialis “um indivíduo que tem necessidades ligadas ao seu ego, ao seu

desenvolvimento pessoal, a sua aprendizagem e à sua realização”. O conceito privilegia a necessidade humana de autorrealização a partir do

exercício da atividade profissional. Trabalha-se com o conceito de identidade, na perspectiva

cognitivista: “dependendo dos valores e das características identitárias de cada indivíduo

ou grupo de indívíduos, seus objetivos e interesses serão diferentes uns dos outros”.

Além de ter interesses e objetivos diferentes, eles se modificam com o tempo. Homo complexus (homem complexo):

Necessidades múltiplas e complexas; Desejo de autodesenvolvimento e realização; Trabalho fornece sentido à existência; Autonomia de pensamento.

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2.1. Os trabalhos de Abrahm Maslow Teoria sobre a hierarquia das necessidades Maslow, 1943):

Estudos voltados para a teoria da personalidade e do desenvolvimento humano. ... Independentemente de preocupações com a eficiência organizacional

“O ser humano tem necessidades complexas que podem ser hierarquizadas” (Maslow): Necessidades simples e fundamentais;

Fisiologia e segurança Necessidades mais complexas

Necessidades sociais Filiação a grupos informais, aceitação e associação

Ego Autoestima, status e reconhecimento social

Autorrealização Desenvolvimento do potencial individual.

As necessidades variam de pessoa para pessoa, e de acordo com as mudanças que ela enfrenta ao longo da vida.

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2.1. Pirâmide de Maslow

Os trabalhos de Maslow passaram a ser referência para outras teorias sobre motivação e liderança.

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2.2. Teoria X e Teoria Y (MacGregor) Teoria geral convencional: Teoria x

Baseada na Escola de Administração Científica Baseada no conceito de homo economicus e na visão utilitarista do ser

humano, predominante no século XIX.

Ideologia Teoria x: “o ser humano é avesso ao trabalho e o evitará sempre que puder e, por

conseguinte, a administração precisa incrementar a produtividade, os esquemas de incentivos e denunciar a restrição voluntária” (Hahrlich, 1964).

Pressupostos: Administradores são os responsáveis pela organização e pelos fatores de

produção Devem estabelecer padrões explícitos de comportamento e monitorá-los,

com burocracia e regras formais. Gestão centralizada e autoritária.

Intervenção e controle gerencial são fundamentais para garantir a produtividade e a eficiência.

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2.2. Teoria X e Teoria Y (MacGregor) Teoria X Professia que se autorrealiza:

Controle burocrático exacerbado Centralização administrativa Insatisfação no trabalho – ineficiência no trabalho Mais controle e mais burocracia Mais centralização administrativa ...

As causas da ineficiência no trabalho não deveriam ser buscadas na natureza humana (indolência, preguiça, ...), mas no autoritarismo gerencial (MacGregor)

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2.2. Teoria X e Teoria Y (MacGregor) A Teoria Y em contraponto à Teoria X

Administração é responsável pela organização dos elementos produtivos Dinheiro, materiais, equipamentos e pessoas

Pessoas não são passivas, indolentes ou apáticas por natureza Possuem motivação, dedicação ao trabalho, potencial

de desenvolvimento e capacidade de assumir compromissos e de dirigir seu comportamento ativamente, fatores são estimulados pela administração.

Tarefa da administração Criar condições para que as pessoas possam atingir

melhor seus objetivos pessoais.

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2.2. Teoria X e Teoria Y (MacGregor) A teoria Y de MacGregor e a “administração por

resultados”, de Peter Drucker À gerência cabe dar condições aos indivíduos para

atingirem seus objetivos pessoais (realização e autodesenvolvimento)

O gerente na teoria Y Coordenador do processo de trabalho Participação nas decisões e estilo democrático Deve saber ouvir os subordinados Comunicar-se bem Qualidade nas relações interpessoais

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2.2. Teoria X e Teoria Y (MacGregor) A teoria Y de MacGregor e a “administração por

resultados”, de Peter Drucker À gerência cabe dar condições aos indivíduos para

atingirem seus objetivos pessoais (realização e autodesenvolvimento)

O gerente na teoria Y Coordenador do processo de trabalho Participação nas decisões e estilo democrático Deve saber ouvir os subordinados Comunicar-se bem Qualidade nas relações interpessoais

A teoria y abre campo para o surgimento de novas propostas de redesenho de tarefas e processos de trabalho, permitindo maior descentralização da autoridade e concessão de autonomia aos indivíduos.

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2.2. Teoria X e Teoria Y (MacGregor) Teoria X

As pessoas são preguiçosas e indolentes.

Tendem a evitar o trabalho.

Evitam a responsabilidade para se sentirem seguras.

São ingênuas e sem iniciativa.

Teoria Y Pessoas gostam de

trabalhar e são esforçadas e dedicadas.

Consideram o trabalho algo natural a ser realizado.

Podem se controlar e assumir responsabilidades.

São criativas e competentes.

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3. A consolidação do conceito de homo complexus e as teorias derivadas Novas teorias sobre liderança e motivação As mudanças nas décadas de 1960 e 1970

Geração idealista: “não à recompensa monetária para compensar a alienação no trabalho ou a falta de sentido no trabalho”!

As ideias de mudança Os sonhos e anseios dos jovens no trabalho

Não somente salários Realização potencial humano Espírito crítico sobre o trabalho e as organizações

Juventude “pós-materialista” (Aronowitz, 1973) A nova força de trabalho (Inglehart, 1977)

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3.1. Likert questiona a amplitude de controle Resultado das pesquisas de Rensis Likert (1967)

“Demonstrou que supervisores bem-sucedidos não obrigavam seus subordinados a se prenderem a ciclos de trabalhos estritos, dedicando-se com empenho à formação de grupos de trabalho”

Pregava a concessão de maior autonomia aos empregados, pois assim se envolveriam mais na organização. Uma hierarquia estreita e alongada (princípio da amplitude de

controle) leva a muitos níveis de autoridade: supervisores tenderão a controlar mais de perto seus subordinados, que por sua vez vão querer agradá-lo, e terão pouca oportunidade de tomar iniciativa e assumir responsabilidades.

Gerentes e empresários mostraram-se abertos a essas ideias.

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3.2. Herzberg classifica as motivações humanas Psicólogo industrial americano, desenvolveu várias

pesquisas nos anos 1960 Todo indivíduo tem em relação ao seu trabalho duas atitudes

diferentes: metáfora de Adão e de Moisés

A metáfora de Adão Adão é o homem natural que busca satisfazer suas

necessidades elementares, sem as quais não poderia viver: Segurança, afeição, prestígio e reconhecimento pessoal Nível de higiene mínimo

A metáfora de Adão no campo do trabalho Implica aumento de produtividade Condição necessária para a boa produtividade, mas não

suficiente.

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3.2. Herzberg classifica as motivações humanas A metáfora de Moisés

A busca de aperfeiçoamento do espírito, da criação, da realização e do desenvolvimento do potencial humano.

Princípios da teoria do comportamento humano (Herzberg): Princípio da manifestação Princípio de dominância Princípio de frustração Princípio de insaciabilidade Princípio de identificação

Interpretação de autores: indivíduos motivam-se de forma diferente Fatores de motivação são diferenciados em cada pessoa “Ninguém motiva ninguém”

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3.2. Herzberg classifica as motivações humanas

Fatores Higiênicos ou Extrínsicos Condição Necessária

mas não suficiente para manter a produtividade

Atendem as necessidades básicas do indivíduo Salário do mercado;

máquinas e equipamentos; ambiente aceitável;

Fatores motivacionais ou intrínsecos

Dependem das características específicas de cada indivíduo ou grupo organizacional

Necessidades ligadas à autorrealização e à autoestima;

Fatores motivacionais, enquanto mantidos, retêm pessoas na organização.

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3.3. McClelland e a teoria contingencial sobre motivação McClelland propõe três fatores úteis para entender

o comportamento humano no trabalho. Teoria da contingência da motivação:

Necessidade de realização Necessidade de afiliação Necessidade de poder

A partir da década de 1960, concentra seus estudos na necessidade de poder.

Conclusões após anos de experiências: os indivíduos podem mudar seu perfil se desejarem, após

terem consciência dele, buscando outros grupos de referências e outras inserções sociais e objetivos.

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4. Administração de Recursos Humanos e a Reforma das Estruturas Organizacionais Argyris (1957)

Propõe adaptar as estruturas organizacionais às necessidades psicológicas dos indivíduos A organização teria um ganho de produtividade, com o

maior envolvimento do indivíduo. Possibilidade ao indivíduo de almejar realização pessoal

e desenvolver seu potencial a partir de sua inserção no sistema organizacional.

Essas ideias, mais tarde, seriam seriam integradas ao que ficou conhecido como modelo Toyota de organização.

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4. Administração de Recursos Humanos e a Reforma das Estruturas Organizacionais Modelo A

Centralização vertical de poder

Pouco conhecimento do trabalho desenvolvido

Baixa integração horizontal Indivíduo voltado para o

alcance de metas de sua unidade

Foco no curto prazo

Modelo B Participação das pessoas

nos processos decisórios Visão integral da

organização Conhecimento acerca dos

objetivos gerais da organização

Foco no médio e no longo prazo

O modelo b, ao favorecer a comunicação e a integração dos diversos níveis hierárquicos e permitir o acesso à informação aos indivíduos, oferece melhores condições de “sucesso psicológico”, aprendizado e integração na organização.

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4. Administração de Recursos Humanos e a Reforma das Estruturas Organizacionais Herzberg

Ampliação e enriquecimento das tarefas Objetivo: aumentar o conteúdo da tarefa, ampliando seu

escopo e evitando os efeitos perversos da fragmentação do trabalho, típica do taylorismo. Horizontalização das funções deregulagem, controle,

comercialização, embalagem e contato com o cliente. Um auxiliar administrativo executaria uma tarefa com começo,

meio e fim, dotada de sentido e envolvendo a interação humana. Crítica:

ideal de realização pessoal por meio do trabalho Avanço:

considerar a complexidade e a autonomia do ser humano

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4. Administração de Recursos Humanos e a Reforma das Estruturas Organizacionais Democracia industrial e grupos semi-autônomos de produção (anos

1960) Baseada nos estudos de Herzberg Defesa da participação dos indivíduos nas decisões Gerência baseada em conceitos como democracia, debate, consenso

Debate político e autogestão Todos os membros da organização faziam parte de uma mesma comunidade

e todos os trabalhos e tarefas eram igualmente válidos e importantes. Logo, todos deveriam participar e ter o direito de opinar para melhorar o sistema no qual estavam envolvidos.

Apogeu: França, meados dos anos 1970 Exemplo: Volvo (suécia): melhor produtividade com uma organização flexível

e participativa baseada em grupos semi-autônomos de produção

As abordagens democráticas de liderança, então, foram substituindo a autoridade racional-legal. As relações pessoais e a capacidade de coordenar as relações inter-pessoais e comunicar-se passaram a ser mais valorizadas.

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5. Toyoitismo: participação e liderança Anos 1970 e 1980

EUA: Modelo taylorista da Ford (fordismo)

Japão: modelo participativo da Toyota (toyotismo) Melhor qualidade e menor preço Diferencial da Toyota:

Cultura japonesa: identificação com a empresa

Gerência e técnicas de gestão participativas

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5. Toyoitismo: participação e liderança

Conhecimento sobre a empresa, sobre o mercado e sobre o processo de trabalho Reuniões semanais com os gerentes

Vigília da produção, junto com a gerência Just-in-time (estoque zero) Melhoria constante dos processos

Estabilidade e Cidadania corporativa Comprometimento

Cultura organizacional forte Bônus de produtividade, concursos e premiações Integração horizontal

Menos níveis gerenciais e mais descentralização

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5. Toyoitismo: participação e liderança Problemas com a gerência participativa

Perdas com horas de trabalho não taylorista Dificuldade do indivíduo retornar ao cotidiano

Retorno às funções repetitivas e alienantes Decisão de não participar e seguir a rotina Dificuldade das pessoas acostumadas ao trabalho

taylorista de participar Legado dos círculos de qualidade:

Técnicas de melhorias de processos Integração horizontal Maior participação dos empregados

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5. Toyoitismo: participação e liderança O ciclo de qualidade Grupos de seis a oito pessoas Reuniões semanais ou mensais

Líder explica o problema. Se necessário: grupos de trabalho

Os membros combinam idéias. As sugestões são gravadas. Os princípios básicos são:

Quantidade antes de qualidade Não há limites para a fantasia Não se critica as sugestões dos outros Não se avalia as sugestões As idéias são produzidas sem qualquer interrupção Apenas o desempenho do grupo tem validade

As sugestões são estruturadas e resumidas e os participantes são livres para fazer alterações e aditamentos.

As sugestões são avaliadas de acordo com a sua viabilidade e exequibilidade. As decisões são formuladas e registradas em conjunto Os diretores executivos da organização são informados sobre os resultados do trabalho

desenvolvido no círculo de qualidade. Sugerem-se e argumentam-se diferentes soluções.

Círculos de Qualidade

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5. Toyoitismo: participação e liderança Peter Drucker

Valorização de suas ideias dos anos 1950 A empresa tem um papel social a desempenhar. O gerente deve

estar ciente dele para evitar o estilo autoritário e prover melhores condições de trabalho.

Ênfase agora (1980/1990) na gestão por resultados Substitui o controle burocrático rígido Funciona para objetivos especificados Metas e objetivos são compromissadas Maior autonomia aos indivíduos Maior descentralização de procedimentos

Responsabilidade do empregado aumenta

Círculos de Qualidade

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5. Toyoitismo: participação e liderança Crítica à gestão por resultados:

Nova forma de pressão sobre o empregado Stress

Medo de perder o emprego Ambição por promoção Pressão do grupo informal

Consequência Maior carga de trabalho

Valorização Habilidade de negociação política Boas relações interpessoais

Círculos de Qualidade

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6. Introdução ao fenômeno da liderança Max Weber

Autoridade Carismática Tradicional Racional-legal

Autoridade Carismática liderança

Difícil de ser “fabricada” O líder é reconhecido

pelo grupo

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6. Introdução ao fenômeno da liderança Evolução do papel gerencial:

Teoria de Ouchi (1980): Pessoas não buscam necessariamente satisfação pessoal no

trabalho, como pensaram McGregor e Herzberg Pessoas podem decidir mais pelo trabalho do que por outros

espaços sociais, caso sejam induzidas: Diminuição de controle Diminuição de burocracia Plano de carrreira Valores organizacionais Nível de pressão no trabalho

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6. Introdução ao fenômeno da liderança Da administração de recursos humanos à gestão de

pessoas Do homo economicus, ao homo socialis e ao homo

complexus (cada vez mais complexus) Ser humano não é recurso!

Modelo instrumental de gestão de pessoas Perfil gerencial menos conservador e burocrático: mais

político Papel do gerente:

promover debate e participação Árbitro

Valores do gerente: capacidade de coordenar, ouvir, gerir conflitos e relações

interpessoais.

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6. Introdução ao fenômeno da liderança O modelo instrumental de gestão de pessoas

Corpo teórico: O mercado se impõe à empresa A empresa é instrumento do mercado Diretores definem estratégias em função das pressões do mercado À gestão de pessoas cabe implantar essa estratégia

Busca por lucro máximo e melhor desempenho dos empregados A comunidade ganha com o aumento da produtividade

Visão dos Empregados: Seres utilitaristas

Pagamento por produtividade Utilização de técnicas estímulo-resposta Autonomia limitada dos indivíduos Pessoas são agentes e não atores sociais

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6. Introdução ao fenômeno da liderançaO modelo político de gestão de pessoas

Baseado nos estudos de Herzberg e nos que embasaram a democracia industrial (anos 1960) Enriquecimento e ampliação das tarefas; humanização

no trabalho; grupos semi-autônomos; participação... “Reconhece-se a existência de várias lógicas de ator e

critérios de ação válidos, levando-se em conta o modelo da racionalidade limitada de Simom”. Nesse modelo, o bom gerente é um árbitro que busca

soluções negociadas ou “pactos políticos”. Políticas de gestão vistas com contingentes e mutantes,

mas busca-se um “modelo ideal” no longo prazo: Desenvolvimento qualitativo da mão-de-obra Autonomia Democratização das relações

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6. Introdução ao fenômeno da liderança O modelo político

Eficiência econômica negociada Aceitação do conflito e sua

superação via negociação Avaliação dos resultados pelo grupo

organizacional Indivíduos são atores políticos que

buscam a concretização de seus interesses na organização

Meio ambiente construído por meio de alianças estratégicas

Organização vista como arena política

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6. Críticas ao modelo de homo complexus Por postular um modelo ideal e único em termos de saúde

“psicológica e moral”” “O conceito de homo complexus pressupunha que o homem

buscasse sua realização e construísse sua identidade necessariamente nas relações de trabalho.”

Mérito dos criadores do conceito (Vroom, Scheim e Bennis): Primeiros a introduzir a noção de homo complexus, ser que não

é passivo em suas reações e possui motivações múltiplas no cotidiano no trabalho.

Aperfeiçoamento do conceito: Estudos sociotécnicos

Ser humano constrói ativamente sua identidade Não é possível motivar ninguém. A motivação depende de fatores intrínsecos e identitários. Aperfeiçoamento pelo estudo de fenômenos inconscientes que

influenciam a ação humana

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6. Críticas ao modelo de homo complexus Estudos psicanalíticos de de Pagès e Enriquez

Denunciam efeitos repressores das estruturas organizacionais sobre a psique e sobre as representações humanas Enriquez propõe o “o estilo disfuncional de intervenção”,

cujo objetivo é conscientizar os indivíduos do caráter repressivo do trabalho nas empresas e da possibilidade de se criarem estruturas organizacionais que liberem o potencial humano”

A expressão gestão de pessoas: Criticada, de um lado, pelo função ideológica de ocultar

as relações de dominação nas organizações; Considerada, de outro lado, mais adequada ao conceito

de homo complexus e das concepções mais atuais sobre esse tema.

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Teorias sobre motivação e liderança: da administração de recursos humanos à gestão de pessoas

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Prof. Rogério Zanon da Silveira1º semestre de 2012