aula tradução e interpretação

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Traduo e interpretao de libras

Denise Martinelli Tradutora/intrprete/instrutora de libras

Disciplina:Traduo e interpretao de libras

O QUE TICA?Segundo o Dicionrio Aurlio Buarque de Holanda, tica "o estudo dos juzos de apreciao que se referem conduta humana susceptvel de qualificao do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente determinada sociedade, seja de modo absoluto".Exemplo:Imagine que uma mulher miservel beira do desespero, sem dinheiro algum, roube algum alimento para dar ao seu filho passando fome, quase morrendo. Poderamos dizer que lhe faltou tica? Em outras palavras, devemos preservar a vida (no caso salvar um filho) ou o privado (no roubar)?Mas, afinal o que tica? Em princpio poderamos dizer que tica a arte do bom (Marchionni, 2008), entendendo o bom como aquilo que nos guia para sermos felizes. Esta felicidade, todavia, no pode ser do tipo que ignora todo o nosso entorno social; no pode ser uma felicidade que nos faa feliz e que prejudique os outros. Para praticarmos o bom temos que ter uma motivao e essa motivao moral! Falando de tica profissional:Mesmo se voc ainda no atua como intrprete profissional, fato que suas escolhas antes mesmo de estar aqui fazendo esta formao j deveriam estar considerando algumas reflexes. Sabemos que a nossa profisso uma escolha, mas ao optarmos por ser um enfermeiro, professor ou intrprete, teremos um conjunto de deveres que passam a ser obrigatrios. muito possvel que no saibamos dos nossos deveres na profisso escolhida, mas durante a formao acadmica e o contato com os profissionais da mesma rea que saberemos se nos encaixamos no perfil e/ou exigncias da profisso.Se voc, por ventura, j estiver trabalhando mesmo antes de se formar e/ou estudar, como o caso da maioria dos intrpretes de Libras, ainda assim voc tem uma responsabilidade ao iniciar qualquer atividade. No podemos justificar ms condutas em situaes do tipo isso era apenas um bico!. No importa o tipo e o tempo do vnculo, h deveres e regras morais e ticas a se seguir (Glock & Goldim, 2003) Exercendo os princpios da tica profissional:Esse exerccio inicia quando temos em nossas reflexes os seguintes princpios: sempre se colocar no lugar do outro e no fazer com o outro o que no queremos que faam conosco. Ao aceitarmos um trabalho ou emprego, precisaremos saber o que esperam de ns para o desempenho das atividades: o que e como fazer deve estar claro para o profissional, assim ele pode realizar sua funo com mais tranquilidade e confiana, ou seja, sem outra pessoa necessariamente conferindo seus passos. Diante deste cenrio cabe ao profissional perguntar: estou sendo um bom profissional?, realizo corretamente minha funo?, ou ainda h algo que eu poderia fazer para realizar de forma mais eficaz as minhas atividades?. Exemplo

Cdigos de tica universais:generosidade, esprito de cooperao e respeito. Em Quadros (2004: 28) podemos verificar alguns papis do intrprete no que diz respeito aos preceitos ticos: a) confiabilidade (sigilo profissional); b) imparcialidade (o intrprete deve ser neutro e no interferir com opinies prprias); c) discrio (o intrprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuao);

d) distncia profissional (o profissional intrprete e sua vida pessoal so separados); e) fidelidade (a interpretao deve ser fiel, o intrprete no pode alterar a informao por querer ajudar ou ter opinies a respeito de algum assunto, o objetivo da interpretao passar o que realmente foi dito). http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/tradutorlibras.pdfTipos de traduoSegundo Roman Jakobson:

Interlingual

Intralingual

IntersemiticaA traduo intralingual exemplo:O que Metamorfose?Significado: No sentido figurado metamorfose a mudana considervel que ocorre no carter, no estado ou na aparncia de uma pessoa. a transmutao fsica ou moral.Logo:Metamorfose=mudana/transmutao(sinnimos)

Traduo interlingual:

Em A maneira de bem traduzir de uma lngua para outra (1540), Dolet estabeleceu cinco princpios para o tradutor: 1. o tradutor deve entender perfeitamente o sentido e a matria do autor a ser traduzido; 2. o tradutor deve conhecer perfeitamente a lngua do autor que ele traduz; e que ele seja igualmente excelente na lngua na qual se prope traduzir; 3. o tradutor no deve traduzir palavra por palavra; 4. o tradutor deve usar palavras de uso corrente; 5. o tradutor deve observar a harmonia do discurso (2004: 15-9).

Traduo intersemitica:Ela pode ser definida, segundo Jakobson, como a transmutao de uma obra de um sistema de signos a outro. A forma mais frequente se d entre um sistema verbal e um no verbal, como acontece com a passagem da fico ao cinema, vdeo e histria em quadrinhos; com a ilustrao de livros; com a passagem de texto a publicidade.

TextoVdeoInterpretao traduoO intrprete atua com a forma oral ou gestual e instantnea ou consecutiva de traduo, j o tradutor, que trabalha com o texto escrito, sempre ter mais tempo para consultar os instrumentos do ofcio (dicionrios, livros, internet etc), diferentemente do intrprete. O intrprete, segundo Mounin deve ser um orador e at mesmo um ator: um virtuoso, um artista (1965: 179).

InterpretaesSimultnea x consecutivaNa interpretao simultnea, de acordo com Ewandro Magalhes Jr. o intrprete vai repetindo na lngua de chegada cada palavra ou idia apresentada pelo palestrante na lngua de partida (2007: 44). Nesse caso, o intrprete deve ter uma memria excelente, rapidez de intuio, alm, obviamente, do conhecimento da lngua e da cultura da qual traduz, requisito fundamental para toda traduo. Segundo Ewandro Magalhes Jr. na traduo consecutiva a pessoa que tem a palavra faz pausas peridicas em sua fala, a fim de permitir que o intrprete faa o translado da lngua original (lngua-fonte ou lngua de partida) lngua dos ouvintes (lngua-meta ou lngua de chegada) (2007: 44).

Fim 26/04/14A profisso de intrpreteLEI N 12.319, DE1 DE SETEMBRO DE 2010Art. 1o Esta Lei regulamenta o exerccio da profisso de Tradutor e Intrprete da Lngua Brasileira de Sinais - LIBRAS.Art. 2o O tradutor e intrprete ter competncia para realizar interpretao das 2 (duas) lnguas de maneira simultnea ou consecutiva e proficincia em traduo e interpretao da Libras e da Lngua Portuguesa.

Art. 4o A formao profissional do tradutor e intrprete de Libras - Lngua Portuguesa, em nvel mdio, deve ser realizada por meio de:I - cursos de educao profissional reconhecidos pelo Sistema que os credenciou;II - cursos de extenso universitria; eIII - cursos de formao continuada promovidos por instituies de ensino superior e instituies credenciadas por Secretarias de Educao.Art. 5o At o dia 22 de dezembro de 2015, a Unio, diretamente ou por intermdio de credenciadas, promover, anualmente, exame nacional de proficincia em Traduo e Interpretao de Libras - Lngua Portuguesa.Pargrafo nico. O exame de proficincia em Traduo e Interpretao de Libras - Lngua Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento dessa funo, constituda por docentes surdos, linguistas e tradutores e intrpretes de Libras de instituies de educao superior.

Art. 7o O intrprete deve exercer sua profisso com rigor tcnico, zelando pelos valores ticos a ela inerentes, pelo respeito pessoa humana e cultura do surdo e, em especial:I - pela honestidade e discrio, protegendo o direito de sigilo da informao recebida;II - pela atuao livre de preconceito de origem, raa, credo religioso, idade, sexo ou orientao sexual ou gnero;III - pela imparcialidade e fidelidade aos contedos que lhe couber traduzir;IV - pelas postura e conduta adequadas aos ambientes que frequentar por causa do exerccio profissional;V - pela solidariedade e conscincia de que o direito de expresso um direito social, independentemente da condio social e econmica daqueles que dele necessitem;VI - pelo conhecimento das especificidades da comunidade surda.

LEI N 10.436, DE24 DE ABRIL DE 2002.Art. 3oAs instituies pblicas e empresas concessionrias de servios pblicos de assistncia sade devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficincia auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.

DECRETO N 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005. Art.14.As instituies federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, s pessoas surdas acesso comunicao, informao e educao nos processos seletivos, nas atividades e nos contedos curriculares desenvolvidos em todos os nveis, etapas e modalidades de educao, desde a educao infantil at superior. 1oPara garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto nocaput, as instituies federais de ensino devem: b) a traduo e interpretao de Libras-Lngua PortuguesaSkliar e Quadros (2000):Os diferentes tipos de ouvintes tem diferentes nveis de compreenso destas experincias visuais [as que perpassam a viso] incluindo o respeito e/ou o domnio da lngua de sinais. Tais experincias tornam possvel a participao em menor ou maior grau na comunidade surda. Isso significa que as experincias visuais so intrnsecas s identidades e culturas surdas. Assim sendo, as pessoas que tem mais experincias visuais passam a ser mais aceitas pelos surdos. (p. 22)Casinha de PalhaBeto GuedesEu moro numa casinha de palhaQue fica de trs da muralha daquela serra acolEu moro numa casinha de palhaQue fica de trs da muralha daquela serra acolDe longe ela nos parece arruinadaMas de perto ela juncada de baunilha e manac.

1- Fazer uma representao visual do texto2- Procurar o significado das palavras que influenciam diretamente na traduo3- Traduzir e interpretar*Baunilha o nome de uma essncia adocicada e aromtica, obtida dos frutos da orqudea da espcie Vanilla Planifolia, do gnero Vanilla. O trmo deriva do espanhol vainilla, que significa pequena vagem, em referncia forma do fruto.Baunilhatambm o nome popular dado todas orqudeas deste gnero botnico. Bastante comum nas Amricas, onde nativa, abaunilha a nica espcie de orqudea trepadeira (liana). usada na aromatizao de chocoletes, doces, bebidas e tambm na produo de sabonetes, talco, cremes, etc.*manac: [Bot.]-Manac o nome popular de uma rvore da famlia das Melastomatceas, originria do Brasil, que ocorre emreas da mata atlntica e de cerrado. Seu fruto deiscen-te (VIDE), com sementes muito pequenas e sua dissemi-nao anemocrica (VIDE). Flores de colorao branca,rosa ou arroxeada.*Juncada: Coberto, repleto, cheio*Acol: L na frente , l adiante , depois daqui, logo ali.

Anlise Vdeo: aquarelaTraduoouInterpretao simultnea

Santiago (2012, p. 36):

Sobral (2008, p. 40) explica que as lnguas so traduzveis, ou seja, postas em correspondncia, mas no tradutveis, ou seja, postas em equivalncia para ele, no h nas lnguas um conjunto de signos cujos sentidos estejam determinados [...], mas um conjunto de possibilidades de produo de sentido (ibden).