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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina Campus Joinville Curso: CTI - Mecânica e Eletroeletrônica Módulo: II Unidade Curricular: História I Prof. Anderson dos Santos AULA 8 – GRÉCIA ANTIGA PERÍODO PRÉ- HOMÉRICO (XX-XII A.C.): Migração de vários povos (Aqueus, Eólios, Jônios e Dórios); Creta – início da civilização Grega: Mar Egeu; Relevo impróprio à agricultura; Comércio marítimo; Rei Minos; Capital – Cnossos (ruínas encontradas em 1900 por Arthur Evans); Domínio e cobrança de impostos de povos conquistados; Monarquia teocrática – reis considerados deuses; Homens e mulheres – igualdade em direitos e deveres; Religião matriarcal – deusa Réia Cibele; Arquitetura desenvolvida; Esculturas com acabamento perfeito; Cerâmica e ourivesaria; 1400 a. C – invasão pelos aqueus e destruição de Cnossos; Adoção da cultura cretense e domínio dos balcãs; A lenda do Minotauro: “Conta a lenda que Possêidon, deus dos mares, enviara um touro para Minos, rei de Creta, sacrificar. Desobediente, Minos manteve o touro vivo, quando se casou com Parsífae, filha do deus Hélio e da ninfa Perseis, Possêidon decidiu vingar-se. Fez que o primeiro filho de Parsífae nascesse como Minotauro, um monstro com cabeça de touro e corpo humano. Desesperado, Minos pediu que Dédalo o ajudasse, prendendo aquela criatura num lugar de onde não conseguisse fugir. Dédalo construiu um labirinto onde aprisionou o minotauro e Parsífae. Uma vez por ano, jovens atenienses eram levados a Creta e oferecidos ao terrível monstro”.

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina

Campus Joinville Curso: CTI - Mecânica e Eletroeletrônica Módulo: II Unidade Curricular: História I Prof. Anderson dos Santos

AULA 8 – GRÉCIA ANTIGA

PERÍODO PRÉ- HOMÉRICO (XX-XII A.C.):

Migração de vários povos (Aqueus, Eólios, Jônios e Dórios);

Creta – início da civilização Grega:

Mar Egeu; Relevo impróprio à agricultura; Comércio marítimo; Rei Minos; Capital – Cnossos (ruínas encontradas em 1900 por Arthur Evans); Domínio e cobrança de impostos de povos conquistados; Monarquia teocrática – reis considerados deuses; Homens e mulheres – igualdade em direitos e deveres; Religião matriarcal – deusa Réia Cibele; Arquitetura desenvolvida; Esculturas com acabamento perfeito; Cerâmica e ourivesaria; 1400 a. C – invasão pelos aqueus e destruição de Cnossos; Adoção da cultura cretense e domínio dos balcãs;

A lenda do Minotauro: “Conta a lenda que Possêidon, deus dos mares, enviara um touro para Minos, rei de Creta, sacrificar. Desobediente, Minos manteve o touro vivo, quando se casou com Parsífae, filha do deus Hélio e da ninfa Perseis, Possêidon decidiu vingar-se. Fez que o primeiro filho de Parsífae nascesse como Minotauro, um monstro com cabeça de touro e corpo humano. Desesperado, Minos pediu que Dédalo o ajudasse, prendendo aquela criatura num lugar de onde não conseguisse fugir. Dédalo construiu um labirinto onde aprisionou o minotauro e Parsífae. Uma vez por ano, jovens atenienses eram levados a Creta e oferecidos ao terrível monstro”.

Assimilação dos cretenses pelos Aqueus – CIVILIZAÇÃO MICÊNICA ou CRETO-MICÊNICA (cerca de 1400 a.C.);

Cidades principais do período: Tirinto e Micenas (Argos); Imperialismo: século XV a. C. conquistas das Ilhas do Mar Egeu; Guerra de Tróia (Ilíada – Homero); Destruição da civilização creto-micênica pelos dórios - Século XII a. C. povo

belicoso (dórios domínio de armas de ferro; Micênios bronze); Fuga, escravidão e fundação de cidades na Ásia Menor (Mileto, Éfeso e

Halicarnasso); PERÍODO HOMÉRICO (XII – VIII A. C.):

Principais fontes: “Ilíada e Odisséia” (Homero) Guerra de Tróia; “Os trabalhos e os dias” (Hesíodo) narra o modo de vida dos gregos; “Teogonia” origem dos deuses;

Formação das Cidades-Estados, a partir da desestruturação dos Genos; Agrupamento de Genos (Pater Familias) sacerdote da religião da família;

poder gentílico; Fratrias reunião de vários genos; Tribos união de vários fratrias; Pólis união de várias tribos; Povo demos; Geografia autonomia das Pólis ≠ Império unificado; Século VIII a. C.: Propriedade privada e desigualdade social; Desagregação dos Genos e formação das tribos e pólis; Eupátridas bem nascidos; Geomores pequenos agricultores Demiurgos artesãos e comerciantes; Acrópole parte alta (Templo e Ágora); Asty mercado;

PÉRIODO ARCAICO (VIII a VI a. C.):

Formação de cerca de 150 Cidades-Estados; Diversas formas de governo: Monarquia, Aristocracia, Oligarquia, Plutocracia,

Tirania e Democracia escravista, dentre outras; Principais pólis: Atenas, Esparta, Tebas, Mileto, Corinto, Olímpia, etc...;

ATENAS (JÔNIOS): Formas de governo: Monarquia, Oligarquia ou Arcontado, Tirania e Democracia; MONARQUIA:

semelhante à de Esparta - Rei chefe militar e religioso (Basileu); Sociedade: Eupátrias proprietários de terras; Demos camadas populares;

Geomores pequenos proprietários; Metecos estrangeiros ou descendentes, sem direito à propriedades; Escravos aprisionamento ou dívida. século VIII a. C. - tomada do poder pelos eupátridas;

GOVERNO ARISTOCRÁTICO (Arcontado):

Arcontado (9 arcontes); Descontentamento e luta; Dois partidos: Aristocrático X Popular; Leis escritas: 621 a. C.→ Drácon (Código de Leis) – Leis severas e novas lutas; 594 a. C → Sólon (Reformas) – fim da escravidão por dívidas, desvalorização

da Dracmá (moeda ateniense; Criação da Bulé conselho dos 400 cidadãos;

TIRANIA:

Três partidos políticos: - Pedianos (planície); - Paralianos (litoral); - Diacranos (montanha);

Golpe apoiado por diacranos e populares; Pisístrato (1º Tirano): Reforma agrária, obras públicas, incentivo à cultura e artes; Hiparco (assassinado); Hipias ( deposto em 510 a. C.);

DEMOCRACIA:

Clístenes reformas em 507 a.C.: 10 Tribos e três Demos cada (Litoral, planície e montanha); Instituições democráticas: Eclésia assembléia dos cidadãos que votavam as leis elaboradas pela Bulé; Bulé conselho dos 500 (50 de cada tribo): elaboravam as leis; Heliae ou Heliéia responsável pela justiça; cidadãos escolhidos por sorteio; Estrategos chefes militares (um para cada tribo); Areópago conselho de Eupátridas; auxiliares dos Arcontes (reduzido a

funções honoríficas); Ostracismo exílio por dez anos por problemas políticos; Pritânias divisão do ano em dez meses – período em que cada tribo

governava; Educação em Atenas Os homens atenienses eram preparados desde a infância para exercerem sua vida política. Logo que atingiam sete anos, os meninos eram entregues aos cuidados de um pedagogo ou tutor. Com ele, aprendiam música, gramática e exercícios físicos.

Quando se enviam as crianças à escola, recomenda-se aos mestres que se esforcem em ensiná-las a ler e a tocar os instrumentos de música, assim como o que diz respeito aos bons costumes. Quando sabem ler, faz-se que leiam os melhores poetas, obrigando-os a que aprendam de cor as suas poesias. Nelas encontram excelentes preceitos e elogios dos grandes homens da Antiguidade, para que os imitem. Quando já aprenderam bem música, põem-lhes nas mãos poesias líricas, que cantam acompanhados pela lira, com o fim de que aqueles números e aquela harmonia se insinuem na sua alma ainda tenra, adquirindo assim ternura, finura no trato, para que sejam mais corteses, mais delicados e, por assim dizer, mais harmoniosos e afinados, pois a vida do homem necessita sempre número e harmonia.

Enviam-nos também aos professores de ginástica com o objetivo de que possuam um corpo são e robusto. Os que mandam os filhos aos professores, para que os instruam, são naturalmente os mais ricos, de maneira que os filhos dos mais ricos são os que começam os seus exercício com idade mais baixa e os que os praticam durante mais tempo, até serem homens feitos.

Platão

ESPARTA (DÓRIOS):

Península do Peloponeso; Colonização Dória;

Sociedade:

Esparcíatas (descendentes dos dórios); Diarquia (dois reis – funções militares e executivas); Éforos (5 magistrados – 1 para cada tribo); eleitos pela ápela (inspetores); Gerúsia (conselho dos 28 anciãos com mais de 60 anos – oligarquia espartana-

instância máxima do poder); Ápela (assembléia do povo – composta pelos esparcíatas entre 30 e 60 anos); Exército (espartanos entre 17 e 30 anos);

A EDUCAÇÃO EM ESPARTA: Educação para os espartanos era aprendizagem da disciplina. Os espartanos preparavam seus cidadãos, desde a infância, para se tornarem guerreiros. Admitiam que suas crianças enganassem e roubassem; se fossem pegas em flagrante, no entanto, elas recebiam surras violentíssimas em público. Dos sete aos dezoito anos, os meninos ficavam aos cuidados de um paidônomo. De todo esse período, uma parte, dos doze aos quinze anos, aprendiam letras, cálculos e cantavam hinos patrióticos. Todo o resto visava prepará-los para a guerra. Aos doze anos, deixavam de usar a túnica, vestindo apenas um manto para todo o ano. Eram raspados por completo, habituavam-se a caminhar descalços e a jogar completamente nus. Tomavam banhos apenas em certos dias do ano. Dormiam em conjunto, sobre esteiras que eles próprios preparavam, quebrando com as mãos as extremidades dos juncos que cresciam ao longo do rio Eurotas. No inverno, juntavam cardos – planta que libera algum calor – aos juncos de seus leitos. Atuavam em bandos, liderados pelo proteiras – instrutor de táticas de guerra e da arte da sobrevivência. Como os jogos geravam brigas e discussões, pessoas idosas os vigiavam; assim, conheciam o caráter, a coragem e a constância de cada jovem. O mais inteligente e

corajoso tornava-se chefe de grupo. Os outros deveriam obedecê-lo e sujeitar-se a seus castigos. Entre dezesseis e vinte anos, os jovens aprendiam a usar armas: lanças, espadas, arco e flecha. Sua carga de exercícios era aumentada e começavam a participar de operações militares simuladas nas montanhas ao redor da pólis. Segundo Plutarco, o objetivo era que andassem “como as abelhas, partes integrantes da comunidade, sempre juntas ao redor do chefe... consagradas inteiramente à pátria”; A essa altura, o jovem espartano era o que sua pátria queria que ele fosse: silencioso, disciplinado, antiintelectual e antiindividualista, obediente aos superiores, vigoroso, ágil, astuto, imune ao medo, resistente às intempéries e aos ferimentos, odiando qualquer demonstração de covardia, fiel e dedicado à cidade. Ao término da preparação eram incorporados ao Exército. As meninas era preparadas para terem filhos fortes e saudáveis e serem excelentes esposas. GUERRAS MÉDICAS ou GRECO-PÉRSICAS 1ª Guerra (490 a. C.):

499 a. C. Rebeliões nas cidades da Jônia (Ásia Menor); 494 a. C. vitória persa sobre as cidades jônicas auxiliadas por Atenas, Mileto

(liderança) e Eritréia; persas comandados por Mardônio – genro de Dario; 490 a. C. vitória grega - liderados por Milcíades (batalha de Maratona) -

persas comandados por Dátis - o Medo); Mortos 6.400 persas; 192 Atenienses e Plateenses;

2ª Guerra: (480-479 a. C)

480 a. C. batalha naval – cabo do Artemísio (vantagem Grega) 250 trirremes;

Batalha terrestre (vantagem persa); Leônidas e os 300 espartanos (Batalha das Termópilas); Atenas evacuada para Trezena (Ilha de Salamina); Batalha Terrestre de Pláteia e Himera ( vitória grega – liderada por Pausânias –

Rei de Esparta); GUERRA DO PELOPONESO (431 - 362 a. C.):

Hegemonia ateniense (liga de Delos ou Ático-Délica); Século de Péricles (30 anos no governo de Atenas / 461 – 431 a. C.); Fracassos e dificuldades (imperialismo ateniense); 448 a. C. Tratado de Susa (paz entre Gregos e Persas); 446 a. C. Tratado de Paz entre Atenas e Esparta por 30 anos; 432 a. C. escaramuças; 431 a. C. Guerra do Peloponeso: Atenas X Esparta (disputas pela hegemonia

no mundo Grego); Esparta defesa da liberdade; Atenas defesa da democracia; 430 a. C. epidemia de peste;

413 a. C. desastre ateniense na Sicília; 405 a. C. vitória espartana em Egospótamos; União entre Atenas e Tebas contra Esparta; 371 a. C. vitória de Tebas sobre Esparta (Batalha de Leuctras); 302 a. C. fim das guerras (vitória ateniense sobre Tebas na batalha de

Mantinéia); Enfraquecimento da Grécia e invasão Macedônica por Filipe II em 338 a. C., na

Batalha da Queronéia; 336 a. C. Alexandre Magno (conquistas no Oriente); Helenismo (fusão da cultura greco-macedônica (Ocidental) à cultura Oriental;

PERÍODO HELENÍSTICO (IV A II A. C):

Império Macedônico; Localização – norte da península Balcânica; Filipe II – vitória sobre persas e gregos; Alexandre, o Grande (ou Alexandre Magno) – filho e sucessor de Filipe II –

sufocamento de rebeliões internas e consolidação do poder sobre todo o território;

334 a. C. expansionismo: Egito (fundação de Alexandria e outras cidades); Alcance do rio Indo, na Índia; Fusão das culturas grega, macedônica, asiática e egípcia; Casamento com mulheres persas; 324 a. C. – morte de Alexandre, aos 33 anos de idade, vítima de uma febre; Divisão do Império entre generais: quatro partes – Grécia, Egito, Mesopotâmia e

Ásia Menor; Época Helenística – próximos três séculos; Absorção pelos romanos; Fusão de culturas: reis considerados divinos; crença na vida após a morte;

mistura de deuses; disputas comerciais - gregos X asiáticos; Arte: Colosso de Rodes e Farol de Alexandria; Filosofia e matemática – Arquimedes e Euclides;

RELIGIÃO:

politeístas (deuses iguais aos humanos – virtudes e defeitos; diferença quanto às potencialidades e à imortalidade);

Além dos deuses havia as ninfas e os heróis (semi-deuses); Principais divindades: Zeus – deus principal e pai espiritual de deuses e pessoas; Hera – esposa de Zeus, rainha do paraíso e guardiã do casamento; Atena – deusa da sabedoria e da guerra; Apolo – deus da luz, da poesia e da música; Ártemis – deusa da caça; Ares – deus da guerra; Afrodite – deusa do amor; Héstia – deusa do coração e da chama sagrada; Hermes – mensageiro dos deuses e senhor das ciências e das invenções; Possêidon – senhor dos mares junto com sua esposa Anfitrite; Deméter – deusa da agricultura;

Hades – deus não olimpiano; subterrâneo junto com Perséfone (mortos); Dionísio – deus do vinho e do prazer (quase tão importante quanto Zeus);

Filosofia: Escola de Mileto: princípio básico do universo (Tales e Anaximandro); Escola Pitagórica: número como princípio básico das coisas – exatas e imutáveis (Pitágoras); Heráclito: constante movimento – mutação; Escola Eleática: razão pura (Parmênides); Atomistas: átomos como essências das coisas; Sofistas: defesa da democracia (professores itinerantes); Socráticos: contra os sofistas – foco no ser humano; defesa da ética (bem); só pessoas com conhecimento poderiam governar (Sócrates, Platão e Aristóteles); Estóicos: felicidade = prazer e dor – sociedade unida pelo amor; Epicuristas: felicidade como gozo terreno (Epicuro); Céticos: conhecimento absoluto impossível – conhecimento relativo; Literatura: Homero: Ilíada e Odisséia; Teatro: Ésquilo (Prometeu Acorrentado); Sófocles (Édipo Rei, Electra e Antígona); Eurípedes (Medéia e As Mulheres Troianas); e Aristófanes (As rãs e Os Cavaleiros); Tragédia: evolução das festas dionisíacas; Comédia: sátira aos costumes urbanos, à política e à justiça; Construção de anfiteatros para as representações; História: Heródoto (Guerras Médicas) e Tucídides (Guerra do Peloponeso); Artes Plásticas: Ictínio e Calícrates (construtores do Parthenon); Fídias (autor da estátua da deusa Athena); Míron (autor do Discóbolo); Medicina: Hipócrates (pai da medicina); Para ler:

ACKER, Teresa Van. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.

BIASOLI, Vitor. O Mundo Grego. São Paulo: FTD, 1995. FLORENZANO, Maria B. O Mundo Antigo: economia e sociedade. São Paulo:

Brasiliense, 1986.

GUARINELLO, Norberto Luiz. Imperialismo Greco-romano. São Paulo: Ática, 1991.

MAESTRI, Mario. O Escravismo Antigo. São Paulo: Atual, 1985. REDE, Marcelo. A Grécia Antiga. São Paulo: Saraiva, 2004.

Para assistir:

300, EUA, 2007. Direção de Zack Snider. 117 min. A Odisseia, EUA, 1997. Direção de Andrei Konchalovsky. 150 min. Alexandre, EUA, 2004. Direção de Oliver Stone. 175 min. Hércules, EUA, 2005. Direção de Roger Young. 175 min. Troia, EUA, 2004. Direção de Wolfgang Petersen. 162 min.