auh 412 notas de aula beatriz mugayar kühl · pdf filedo icomos-unesco , ser ... a...
Post on 12-Feb-2019
228 views
Embed Size (px)
TRANSCRIPT
1
AUH412NOTASDEAULA2018BeatrizMugayarKhl
RESTAURAOHOJE:PROJETOECRIATIVIDADE
Bibliografiadeapoio:CARBONARA,Giovanni.AvvicinamentoalRestauro.Napoli,Liguori,1997,pp.5-45.CHOAY,Franoise.AAlegoriadoPatrimnio.SoPaulo,UNESP.2001,pp.11-29;239-258.JOKILEHTO, Jukka Ilmari. A History of Architectural Conservation. Oxford, Butterworth,
1999,pp.295-318.KHL, Beatriz Mugayar. Preservao do Patrimnio Arquitetnico da Industrializao.
Problemastericosderestauro.Cotia,Ateli/FAPESP,2009,pp.59-100.______. Histria e tica na Conservao e na Restaurao de Monumentos Histricos,
RevistaCPC,2005,v.1.,n.1.(www.usp/cpc/v1)______.Desconstruindoospreconceitoscontraarestaurao,RevistaRestauro,2016,v.1,
n.1(http://web.revistarestauro.com.br/)ISSN2527-1814______. Paul Philippot, o restauro arquitetnico no Brasil e o tempo. Conversaciones,
Mxico DF, vol. 1, n. 1, pp. 53-64. 2015http://conservacion.inah.gob.mx/publicaciones/?s=Conversaciones
Bibliografiacomplementar:BRANDI,Cesare.TeoriadaRestaurao.SoPaulo,Ateli,2004.HEIDEGGER,Martin.Cheminsquinemnentnullepart.Paris,Gallimard,1986.SCARROCCHIA, Sandro (org.). Alois Riegl: Teoria e prassi della conservazione dei
monumenti.Bologna,AccademiaClementinadiBologna,1995SEVERINO,Emanuele.Tecnicaearchitettura.Milano,RaffaelloCortina,2003.PreservaocomoatodeculturaPreserva-seeRestaura-sehojeporrazes
Culturais:pelosaspectosformais,documentais,simblicosememoriais Cientficas: pelo fato de os bens culturais serem portadores de
conhecimento em vrios campos do saber, abarcando tanto ashumanidadesquantoascinciasexatasebiolgicas
ticas:pornoseterodireitodeapagarostraosdegeraespassadase privar as geraes presentes e futuras da possibilidade deconhecimento e de suporte da memria de que esses bens soportadores
Observao:notasobreousodaspalavrasApalavrapreservao,noBrasil,assimcomonaFrana,possuiumsentidolatoepodeabarcarumagrandevariedadedeaescomoinventrios,registros,leisdetombamento, educao patrimonial e intervenes nos bens para que sejamtransmitidos da melhor maneira possvel ao futuro. As intervenes em siassumemdenominaesvariadas,podendo,comoexplicitadonaCartadeVenezado ICOMOS-UNESCO, ser caracterizada como manuteno, conservao e
2
restauro, com graus crescentes de ingerncia sobre o bem. Ou, por exemplo,seremsintetizadasnapalavrarestauro,comopropostoporCesareBrandi.Ousodessas palavras varia conforme o ambiente cultural. Na Inglaterra, a palavrarestorationpermanececomconotaoextremamentenegativapelarepercussodo pensamento ruskiniano, utilizando-se conservation tanto para bens mveisquantoimveis.JnosEstadosUnidos,apalavraconservationvolta-semaisparaos bens mveis, enquanto preservation empregada preferencialmente parabensimveis.Emambienteitaliano,usa-seconservazioneetutelaparaosentidolato,comalgumasnuanas,semelhanteaousobrasileirodapalavrapreservao.Conservazionetambmassociadaaumaformadeatuao(distintarestauro).Processolongo:inicia-senoRenascimentoitaliano
alterarelaodeumadadaculturacomseupassado aesdeixamdeserditadasapenasporquestesprticas passamaserditadasporrazesculturais:
decunhoesttico documental memorialesimblico
Restaurao amadurecimentoaolongodepelomenos5sculos s.XV:indciosdemudanadasrelaesdeumaculturacomseuprprio
passado finaisdos.XVIII:consolida-secomoaocultural s. XIX: experincias sistemticas de intervenes prticas, formulaes
tericas e legislativas sistematizar o conhecimento e estabelecercampodisciplinar(Viollet-le-Duc;Boito)
s.XX:campodisciplinarautnomoemespecialapartirdascolocaesde Alois Riegl (Ver, no que concerne s contribuies de Riegl para aconformaodeumcampodisciplinarautnomo,asanlisesdeautorescomo: Margaret Olin, Forms of respect: Alois Riegls concept ofattentiveness,TheartBulletin,1989,v.71,n.2,pp.285-299;WolfgangKemp,AloisRiegl,in:H.Dilly(org.).AltmeistermodernerKunstgeschichte,Berlim, 1990, pp. 37-60; e Jrg Oberhaidacher, Riegls Idee, WienerJahrbuch fr Kunstgeschichte, 1985, v. 28, pp. 199-218. Ver ainda aformulaodeSandroScarrocchia(org.),AloisRiegl:Teoriaeprassidellaconservazione dei monumenti, Bologna, Accademia Clementina diBologna,1995,pp.29-35)
possuiseusreferenciaistericos,mtodoemateriaisArquiteto,hoje
devemunir-sedeinstrumentalhistrico-crtico paraenfrentarproblemasrelacionadospreservao
3
relevnciadopapeldamemriaedahistria quadroconceitualparaatuaoresponsvel nfasedocurso:razespelasquaispreservamos refernciastericasquedeveriamguiarasatuaesprticas
Restauro:Unidadeconceitualemetodolgica
existemprincpiosgerais(algodiversoderegrasfixas)comunsaocampo variam:naaplicaodessesprincpios,osmeiospostosemprtica emfunodarealidadedecadaobraouconjuntodeobras de sua constituio fsica, de sua configurao e insero num dado
ambiente,deseuparticulartranscursoaolongodotempo.Pontoasertratado:
tcnicaemsuaessncia nonosentidoredutordetecnicismo comoevidenciadoporHeidegger(Holzwege,1949) tcnicacomoprincipalforaformadoradacivilizaocontempornea comotransformaoautnomadaprtica preservaodebensculturaisestrelacionadatcnica projeto como instrumento de prefigurao e controle dessas
transformaesEmanueleSeverino(TecnicaeArchitettura,Milo,Cortina,2003)
tcnicaessencialmentecomofazer,transformao papelprimordialdapreservaodopassadonesseprocesso pois:seumasociedadequisersuperaropassado necessrioqueoconheaprofundamente paraisso,devetutelarseusvestgios, norecaindonaingenuidadedoabandonoquenoconserva,ousejaa
ingenuidadedesuperaroqueexistesemmemria,nemnaingenuidadesimtricadeumaconservaoquenoabandona(p.109)
no se pode retornar ao passado e exatamente por isso que suamemriaeosseusvestgiosdevemsersalvaguardados;
precisamente porque relao com passado mantida: consegueultrapass-lo(Severinop.115)
Reflexosobreatcnicaeopapeldatcnicanasociedadecontempornea epapeldapreservaonessecontexto: preservaonecessariamenteseletiva preservaoumatodopresente,voltadoparaofuturo
Restaurao,comoentendidahoje:
atocrticoecriativo PhilippoteBrandi:hiptesecrtica
4
voltadatransmissodobemparaasprximasgeraes atohistrico-crtico=pertinnciarelativa discutidaeenfrentadacomosinstrumentosdecadapoca necessidadedemtodoerigorparaseteracessoobjetividade
Esclareceralgunsdosequvocosqueaindapermeiamavisosobreorestauro 1.restaurarnorefazerimitandoestilosdopassado
viso oitocentista que infelizmente ainda marca a viso demuitosarquitetossobreoassunto
2.projetoecriatividadefazempartedorestauro 3.restaurarnomeraoperaotcnica
Restauro: problemametodolgico,antesdesetornartcnico cadarestaurao:analisadademodosingular emrazodascaractersticasparticularesdecadaobraedeseuindividual
transcorrernahistria noobedeceracolocaesdogmticasintervenoarbitrria ideia subjetiva deve se tornar acessvel a juzo objetivo - atravs da
reflexoterica porisso:unidadeconceitualemetodolgica mesmonadiversidadedosmeiosaseremempregadosnaprtica
Princpiosessenciais(nosoregras,nosofrmulas)
- oferecemumdirecionamento- devemsertrabalhados,todos,concomitantementedemaneiracrtica(
enoaplicarumdelesisoladamente)
distinguibilidade: restauraonopropetempocomoreversvel nopodeinduziroobservadoraoengano devedocumentarasiprpria
re-trabalhabilidade: restauraonodeveimpedir,tem,antes,defacilitarqualquer
intervenofutura(Brandi,2004:48); portanto,nopodealteraraobraemsuasubstncia deve-seinserircompropriedadeedemodorespeitoso
mnimainterveno poisarestauraonopodedesnaturarodocumentohistrico
nemaobracomoimagemfigurada compatibilidadedetcnicasemateriais
levaremcontaaconsistnciafsicadoobjeto tratamentocomtcnicascompatveis=nonocivas eficciacomprovadaatravsdemuitosanos
5
Projetoderestaurao: compreensoaprofundadadaobraedoambienteconstrudo esforosmultidisciplinares:
pesquisahistrico-documental iconogrfica bibliogrfica estudosantropolgicos sociolgicos deviabilidadeeconmica
pormenorizadolevantamento mtrico-arquitetnico fotogrfico multiespectraislaser3d
examedemateriaisetcnicasconstrutivas estrutura patologias anlisetipolgicaeformal entendimentodasfasesporquepassouaobra desuaconfiguraoeproblemasatuais respeitandoasvriasestratificaes instrumentosdereflexo:histriadaarteepelaesttica +vrioscamposdisciplinarestrabalhandodeformaintegrada parmetrosparaaintervenoeguiarasescolhasedecisesprojetuais
Interveno:tambmprojetoderestaurao
projetodearquitetura relaoentreconservaoeinovao liga-sedemodoindissolvelaoprocessodeaquisiodedadoseanlise maestrianoquesereferequalidadedoprojeto objetivo: respeitar e valorizar a obra em seus aspectos formais,
documentaisemateriais atodecultura decisesdeprojeto,inclusiveousoderecursoscriativos:subordinadosa
esseobjetivoCriatividade
encaradapormuitoscomoopostarestaurao inverso de valores: criatividade como premissa e preservao como
ocasionalresultado criatividadeparteintrnseca deve ser entendida dentro dos condicionantes especficos dos
monumentoshistricos
6
Em qualquer projeto de criao do novo existem condicionantes departido
sofatoresquecondicionamoatocriador,masnooanulam criaodonovoeprojetoderestaurao: utilizaraslimitaescomoestmuloasoluescriativas.
Exemplosapresentados:Galerie David dAngers (Angers, Frana). Projeto: Pierre Prunet, 1974-1984.(DETRY, Nicolas; PRUNET, Pierre.Architecture et restauration. Sens et volutiondunerecherche.Paris,LesditionsdelaPassion,2000,pp.167-175.)Pavilho, Borgonha. Projeto: Dirk van Postel, 2002. (Architectural Review,Setembro2002)LadeiradaMisericrdia,Salvador.Projeto:LinaBoBardi,MarceloFerraz,MarceloSuzuki,1987(LinaBoBardi,SoPaulo,InstitutoLinaBoePMBardi,1996,pp.292-299.AulaOttagona(TermasdeDicocleciano)Roma,GiovanniBulian.MuseudeArteColumba(Colnia,Alemanha).Projeto:PeterZumthor,1997-2007.(ArchitecturalRecord,janeirode2008;ArquitecturaViva,n