auditoria energética estrela da mó restaurante

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  • Departamento de Engenharia Eletrotcnica

    Auditoria Energtica da Empresa

    Restaurante a Estrela da M

    Carlos Filipe Figueiredo Simes

    Nuno Filipe Colao Cristo

  • Auditoria Energtica

    2 | P g i n a

    Departamento de Engenharia Eletrotcnica

    Auditoria Energtica da Empresa

    Restaurante a Estrela da M

    Carlos Filipe Figueiredo Simes

    Nuno Filipe Colao Cristo

    Trabalho orientado pelo Prof. Eng. Paulo Tavares

    Setembro 2013

    Projeto desenvolvido no

    mbito da Unidade Curricular

    de Projeto de Sistemas de

    Energia Eltrica da

    licenciatura em Engenharia

    Eletrotcnica

  • Auditoria Energtica

    3 | P g i n a

    NDICE

    I. INTRODUO ................................................................................................................................ 6

    1) ENQUADRAMENTO ............................................................................................................................... 6

    II. AUDITORIA ENERGTICA ............................................................................................................... 8

    2) METODOLOGIA .................................................................................................................................... 9 3) PLANEAMENTO .................................................................................................................................... 9 4) TRABALHO DE CAMPO ........................................................................................................................... 9 5) TRATAMENTO DA INFORMAO ............................................................................................................ 10 6) ELABORAO DO RELATRIO ................................................................................................................ 10 7) EQUIPAMENTOS DE MEDIO ............................................................................................................... 11 8) OBJETIVOS ........................................................................................................................................ 13

    III. CARACTERIZAO DA EMPRESA .................................................................................................. 14

    9) ASPETOS CONSTRUTIVOS DO EDIFCIO ..................................................................................................... 15 10) REGIME DE FUNCIONAMENTO ........................................................................................................... 16

    IV. CARACTERIZAO ENERGTICA DA EMPRESA ......................................................................... 17

    11) REDE DE DISTRIBUIO DE ENERGIA ELTRICA ...................................................................................... 22 12) DIAGRAMAS DE CARGA .................................................................................................................... 23 13) QUALIDADE DE ENERGIA .................................................................................................................. 27 14) FATOR DE POTNCIA ....................................................................................................................... 28 15) HARMNICOS ............................................................................................................................... 30 16) DESEQUILBRIO DE TENSES ............................................................................................................. 32 17) ILUMINAO ................................................................................................................................. 32

    V. ANLISE DOS CONSUMOS DE ENERGIA ....................................................................................... 37

    18) INDICADORES ENERGTICOS ............................................................................................................. 40 19) ANLISE DA FATURA ENERGTICA ELTRICA.......................................................................................... 41

    VI. OPORTUNIDADES DE RACIONALIZAO DE ENERGIA .............................................................. 45

    20) MQUINAS DE LAVAGEM DE LOUA E COPOS ....................................................................................... 45 21) MQUINA DE CAF ......................................................................................................................... 46 22) CMARA FRIGORIFICA ..................................................................................................................... 46 23) ARCAS FRIGORFICAS ....................................................................................................................... 46 24) FRITADEIRA ELTRICA ...................................................................................................................... 47 25) MQUINA DE GELO ........................................................................................................................ 47 26) JANELAS DA SALA ........................................................................................................................... 47 27) MOTORES DA CHURRASQUEIRA ......................................................................................................... 48 28) FILTROS EXAUSTO ......................................................................................................................... 48 29) ESQUENTADOR .............................................................................................................................. 48 30) EQUIPAMENTOS DE CLIMATIZAO .................................................................................................... 49 31) GUA .......................................................................................................................................... 51 32) RESPIROS/VENTILADORES ................................................................................................................ 51 33) NOVA IDENTIFICAO DOS DISJUNTORES NOS QUADROS ELTRICOS .......................................................... 51 34) PAINEL SOLAR ............................................................................................................................... 53 35) DURANTE A NOITE E DIAS DE DESCANSO DESLIGAR APARELHOS EM STANDBY .............................................. 53 36) ILUMINAO ................................................................................................................................. 53 37) PROTEO DA FACHADA SUDOESTE DO EDIFCIO ................................................................................... 58 38) ISOLAMENTO DO TERRAO ............................................................................................................... 60 39) INSTALAO DE PORTA AUTOMTICA NA ENTRADA ............................................................................... 60

  • Auditoria Energtica

    4 | P g i n a

    VII. CONCLUSO ............................................................................................................................ 61

    VIII. SIGLAS E ACRNIMOS ............................................................................................................. 62

    IX. REFERNCIAS ............................................................................................................................... 63

    X. ANEXOS ....................................................................................................................................... 64

    40) ANEXO 1 - LISTA DO LEVANTAMENTO DE CARGAS DO RESTAURANTE ......................................................... 65 41) ANEXO 2 ESQUEMA DE QUADROS ELTRICOS .................................................................................... 68 42) ANEXO 3 LISTA DO LEVANTAMENTO DE ILUMINAO .......................................................................... 69 43) ANEXO 4 DADOS DAS ANLISES DAS FATURAS ENERGTICAS ................................................................. 70 44) ANEXO 5 CLCULO DE POUPANAS COM ALTERAO DO CICLO HORRIO ............................................... 72 45) ANEXO 6 CLCULO DE POUPANAS COM A ALIMENTAO EM MT ........................................................ 73 46) ANEXO 7 CLCULO DE POUPANAS COM A MQUINA DE LAVAR LOUA .................................................. 74 47) ANEXO 8 CLCULO DE POUPANAS COM A MQUINA DE CAF ............................................................. 75 48) ANEXO 9 CLCULO DE ECONOMIAS COM A SUBSTITUIO DOS VIDROS DAS JANELAS E PORTAS ................... 77 49) ANEXO 10 IDENTIFICAO DOS QUADROS ........................................................................................ 78 50) ANEXO 11 DIMENSIONAMENTO DO PAINEL SOLAR PARA AQUECIMENTO DE GUAS .................................. 84 51) ANEXO 12 PROJETO DE ILUMINAO DO BAR ................................................................................... 86 52) ANEXO 13 CLCULO DE POUPANAS COM ALTERAO DE LMPADAS .................................................. 105 53) ANEXO 14 PROJETO DE ILUMINAO DA SALA ................................................................................ 106 54) ANEXO 15 DIMENSIONAMENTO DA BATERIA DE CONDENSADORES ...................................................... 118 55) ANEXO 16 CALCULO DE CONSUMOS DESAGREGADO E RESPETIVAS EMISSES ......................................... 120

    NDICE DE FIGURAS

    FIGURA 1 - CONSUMO DE ENERGIA FINAL POR SETOR DE ATIVIDADE [KTEP] [2] ............................................................... 7 FIGURA 2 - ANALISADOR DE ENERGIA CHAUVIN ARNOUX ........................................................................................ 12 FIGURA 3 - PINA AMPERIMTRICA PEREL ECM 330 ............................................................................................. 12 FIGURA 4 - LUXMETRO BK PRECISION 615 .......................................................................................................... 13 FIGURA 5 - RESTAURANTE "A ESTRELA DA M" .................................................................................................... 14 FIGURA 6 - FACHADA SUDESTE (ENTRADA) ........................................................................................................... 15 FIGURA 7 - FACHADA SUDOESTE (JANELAS) .......................................................................................................... 16 FIGURA 8 DESAGREGAO DOS CONSUMOS DE ENERGIA DA INSTALAO ................................................................. 18 FIGURA 9 - CONSUMOS POR TIPO DE ENERGIA EM RESTAURANTES, ANO 1991 [7] ......................................................... 18 FIGURA 10 - DESAGREGAO DE POTNCIA INSTALADA ........................................................................................... 19 FIGURA 11 - UNIDADE INTERIOR DE UM AR CONDICIONADO ..................................................................................... 19 FIGURA 12 - AR CONDICIONADO UNIDADE EXTERIOR .............................................................................................. 20 FIGURA 13 - CONSUMO ENERGTICO POR UTILIZADOR FINAL DA INSTALAO .............................................................. 21 FIGURA 14 - CONSUMO ENERGTICO POR UTILIZADOR FINAL, ANO 1991 [7] ............................................................... 21 FIGURA 15 - CONSUMO DE GS ESTIMADO POR UTILIZAO FINAL ............................................................................ 22 FIGURA 16 - POTNCIA INSTALADA POR QUADRO .................................................................................................. 23 FIGURA 17 - ANALISADOR INSTALADO NO QUADRO GERAL ....................................................................................... 24 FIGURA 18 - DIAGRAMA DE CARGA .................................................................................................................... 24 FIGURA 19 - POTNCIA DE BASE - TERA-FEIRA ..................................................................................................... 25 FIGURA 20 - DIAGRAMA DE CARGA DOS VRIOS QUADROS ...................................................................................... 26 FIGURA 21 - CONSUMO DE ENERGIA POR REFEIES SERVIDAS ................................................................................. 27 FIGURA 22 - FATOR DE POTNCIA ....................................................................................................................... 28

  • Auditoria Energtica

    5 | P g i n a

    FIGURA 23 - VARIAO DO FATOR DE POTNCIA, ANO 2010/2011 .......................................................................... 29 FIGURA 24 - DISTORO HARMNICA DA TENSO ................................................................................................. 30 FIGURA 25 TAXA DE DISTORO HARMNICA DA CORRENTE ................................................................................. 31 FIGURA 26 - TENSES EFICAZES NAS TRS FASES AO LONGO DE UM DIA ...................................................................... 32 FIGURA 27 - LUMINRIAS DA COZINHA ................................................................................................................ 33 FIGURA 28 - LUMINRIA DA COPA DO BAR ........................................................................................................... 34 FIGURA 29 - LUMINRIAS DA SALA DE REFEIES ................................................................................................... 35 FIGURA 30 - DISTRIBUIO E NVEIS DE ILUMINAO [LUX] DAS LUMINRIAS DA SALA DE REFEIES ................................ 35 FIGURA 31 - LUMINRIAS DO BAR ...................................................................................................................... 36 FIGURA 32 - DISTRIBUIO DE LUMINRIAS NO BAR .............................................................................................. 37 FIGURA 33 - ENCARGOS MENSAIS PARA CADA TIPO DE ENERGIA, ANO 2010 ............................................................... 38 FIGURA 34 - CUSTOS GLOBAIS TOTAIS, ANO 2010 ................................................................................................. 38 FIGURA 35 CONSUMO GLOBAL DE ENERGIA ATIVA ANOS 2010 E 2011 ................................................................... 39 FIGURA 36 - EMISSES DE CO2 POR FONTE DE ENERGIA .......................................................................................... 39 FIGURA 37 - CONSUMOS MDIOS POR PERODOS HORRIOS, ANO 2010/2011 .......................................................... 41 FIGURA 38 - ENCARGOS COM A POTNCIA DE HORAS DE PONTA, ANO 2010 ............................................................... 43 FIGURA 39 - CONSUMO DE ENERGIA POR PERODO HORRIO, ANO 2010 ................................................................... 44 FIGURA 40 - CUSTOS DE ENERGIA CONSUMIDA POR PERODO HORRIO ...................................................................... 44 FIGURA 41 DIAGRAMA DE CARGA DA MQUINA DE LAVAR LOIA PARA AS DUAS SITUAES ......................................... 45 FIGURA 42 - CORRENTE DE UM DOS MOTORES DA CHURRASQUEIRA .......................................................................... 48 FIGURA 43 - UNIDADE EXTERIOR DE UM AR CONDICIONADO .................................................................................... 49 FIGURA 44 - UNIDADE EXTERIOR DE UM AR CONDICIONADO .................................................................................... 50 FIGURA 45 - UNIDADE EXTERIOR DE UM AR CONDICIONADO .................................................................................... 50 FIGURA 46 - QUADROS MAL IDENTIFICADOS ......................................................................................................... 52 FIGURA 47 - SIMULAO DA NOVA ILUMINAO DO BAR ........................................................................................ 54 FIGURA 48 - LINHAS ISOGRFICAS DA ILUMINAO ATUAL ....................................................................................... 55 FIGURA 49 - LINHAS ISOGRFICAS DA ILUMINAO PROPOSTA ................................................................................. 55 FIGURA 50 - SIMULAO DO PROJETO DE ILUMINAO PROPOSTO PARA A SALA .......................................................... 56 FIGURA 51 - LINHAS ISOGRFICAS DA ATUAL ILUMINAO ....................................................................................... 57 FIGURA 52 - LINHAS ISOGRFICAS DA ILUMINAO PROPOSTA ................................................................................. 57 FIGURA 53 - ESTORES DE LMINAS ORIENTVEIS EXTERIORES ................................................................................... 58 FIGURA 54 -EXEMPLO DE UMA REDE DE MALHA METLICA PARA JANELAS ................................................................... 59 FIGURA 55 - EXEMPLO DE UM TOLDO AUTOMATIZADO ........................................................................................... 59 FIGURA 56 - EXEMPLO DE VIDROS ELECTROCRMICOS ............................................................................................ 60 FIGURA 57 FLUXO DE CAIXA CUMULATIVO ......................................................................................................... 85

    NDICE DE TABELAS

    TABELA 1 - REGIME DE FUNCIONAMENTO DO RESTAURANTE .................................................................................... 16 TABELA 2 - FATURAO DE ENERGIA REATIVA ....................................................................................................... 28 TABELA 3 - LIMITES DE DISTORO HARMNICA DA TENSO PARA DIFERENTES INSTALAES DE BAIXA TENSO .................. 31 TABELA 4 - LIMITES DE DISTORO HARMNICA DA CORRENTE ................................................................................. 31 TABELA 5 - CONSUMOS GLOBAIS DE ENERGIA E RESPETIVAS EMISSES, ANO 2010 ....................................................... 37 TABELA 6 - CICLO DIRIO PARA BTE E BTN EM PORTUGAL CONTINENTAL.................................................................. 42 TABELA 7 - CICLO SEMANAL PARA TODOS OS FORNECIMENTOS EM PORTUGAL CONTINENTAL ......................................... 42 TABELA 8 - POUPANAS OBTIDAS COM AS DEVIDAS ALTERAES ............................................................................... 55

  • Auditoria Energtica

    6 | P g i n a

    I. Introduo

    1) Enquadramento

    A gesto dos recursos energticos representa nos dias que correm um desafio importante a nvel global. Mais de 60% da energia consumida em todo o mundo proveniente de combustveis fosseis [1], a forte dependncia desta fonte de energia aliada natureza finita, aos impactos ambientais e ao aumento das necessidades energticas alertam o mundo para uma necessidade de mudana de gesto de recursos. A Utilizao Racional de Energia (URE) e o aproveitamento do potencial de recursos energticos endgenos (ou seja, o do aproveitamento das energias ditas renovveis) so dois caminhos frequentemente apontados para reduzir a dependncia energtica das economias. A racionalizao do consumo de energia algo que cada vez mais tido em conta, no s nos

    sectores industriais mas tambm no sector de servios e habitaes. Esta preocupao com a

    racionalizao de energia deve-se principalmente ao elevado peso das faturas energticas e

    crescente presso ambiental que exige reforar a eficincia energtica e a utilizao de fontes

    alternativas de energia.

    Os constantes aumentos bruscos dos preos do petrleo bruto tem um impacto direto nos

    custos de todos os tipos de energia. Em tempos era usual utilizar o consumo de energia como

    indicador de crescimento econmico, hoje em dia tal j no se aplica, a racionalizao dos

    consumos de energia veio demonstrar que possvel existir um crescimento econmico sem

    por em causa o consumo energtico.

    A URE, visa proporcionar o mesmo nvel de produo, servios e conforto com um consumo mais

    reduzido, tal feito atravs da utilizao de tecnologias mais eficientes, aplicao de medidas

    que visem utilizar eficientemente os equipamentos existentes e adoo de atitudes que

    permitam evitar desperdcios de energia.

    Alm da reduo de custos associados s faturas energticas, a URE permite tambm um reforo

    da competitividade da empresa e a reduo da fatura energtica, da intensidade energtica, da

    dependncia energtica e das emisses poluentes.

    Apesar do setor de servios no ser dos sectores com maior peso a nvel de consumo energtico

    em Portugal [2], este um sector onde se pode encontrar um alto nvel de desperdcios de

    energia. Uma grande parte dos edifcios pertencentes a este sector foi construda em pocas em

    que as preocupaes com a eficincia energtica dos edifcios no eram sentidas como

    atualmente. Isto aliado aos comportamentos de irracionalidade energtica que se encontram

    frequentemente fazem com que seja um sector a explorar no que toca boa utilizao da

    energia.

  • Auditoria Energtica

    7 | P g i n a

    Figura 1 - Consumo de energia final por setor de atividade [Ktep] [2]

    A crescente procura de energia aleada dependncia de fontes de energia de origens fssil

    juntamente com todas as suas desvantagens reforam a urgncia de aplicar medidas que visem

    reduzir os impactos ambientais do consumo de energia.

    A nvel Europeu temos o pacote clima 20-20-20 [3], este pacote tem trs objetivos, reduzir pelo

    menos 20% das emisses de gases de efeito de estufa relativamente ao ano de 1990, 20% do

    consumo total de energia da Unio Europeia (EU) ter de ter origem em fontes renovveis de

    energia e ter de existir um aumento de 20% da eficincia energtica. Estes 3 objetivos tm de

    ser alcanados at ao ano 2020.

    Em Portugal, o Plano Nacional de Ao para a Eficincia Energtica (PNAEE)[4], tambm

    designado por Portugal Eficincia 2015, incorpora polticas e medidas ambiciosas de eficincia

    energtica. Este plano tem como objetivo a reduo do consumo de energia em 10% at 2015

    em vrios setores.

    A nvel nacional existe tambm a Estratgia Nacional para a Energia 2020 (ENE 2020)[5]. Esta

    estratgia tem como objetivo:

    Reduzir a dependncia energtica do pas face ao exterior.

    Cumprir com os compromissos para 2020 assumidos por Portugal no contexto europeu.

    Reduzir o saldo importador energtico com a energia produzida a partir de fontes

    endgenas.

    Consolidar o setor das energias renovveis em Portugal.

    Continuar a desenvolver os sectores associados promoo eficincia energtica.

    Promover o desenvolvimento sustentvel.

    Para atingir estes objetivos foram criados vrios incentivos, como o fundo de Eficincia

    Energtica, as linhas de apoio ao investimento em renovveis e eficincia energtica, criao de

    condies para a massificao da utilizao de veculos eltricos.

    463

    5 247

    6 501

    564

    2 936

    2 018

    AGRICULTURA E PESCAS INDSTRIA

    TRANSPORTES CONSTRUO E OBRAS PBLICAS

    DOMSTICO SERVIOS

  • Auditoria Energtica

    8 | P g i n a

    No mbito da ENE e como medida do PNAEE temos o SGCIE (Sistema de Gesto de Consumos

    intensivos de Energia). O SGCIE tem como objetivo principal a promoo da eficincia energtica

    e a monitorizao das instalaes de consumo intensivo de energia. Esta medida aplicada a

    todas as empresas que apresentem um consumo anual de energia superior a 500 tep, podendo

    tambm ser aplicada voluntariamente por empresas com consumos inferiores. O SGCIE obriga

    realizao peridica de auditorias energticas e realizao de Planos de Racionalizao de

    Consumos de Energia (PREn).

    II. Auditoria energtica

    As auditorias energticas tm uma particular importncia na gesto de energia, e como qualquer

    processo de gesto, exige um conhecimento base daquilo que se pretende gerir.

    O objetivo de uma auditoria consiste na caracterizao energtica de um edifcio, sendo

    maioritariamente movida por preocupaes econmicas. Esta permite efetuar um estudo e

    anlise das condies de utilizao de energia, procurar e identificar oportunidades de

    racionalizao de consumo de energia (ORCs) de forma a conduzir a uma reduo dos encargos

    com as faturas energticas mantendo os mesmos nveis de conforto e/ou produo.

    As auditorias energticas tambm podem constituir uma obrigao legal. Em instalaes

    consumidoras intensivas de energia abrangidas pelo SGCIE pode ser necessria a realizao de

    auditorias peridicas.

    Assim sendo, as auditorias energticas so um instrumento fundamental para uma boa gesto

    de energia.

    As auditorias energticas podem ser divididas em dois tipos, auditoria simples e auditoria

    completa [6]. A utilizao de cada um destes tipos de auditorias vai depender do fim a que se

    destina e do grau de complexidade da instalao.

    As auditorias simples tm como objetivo fazer um diagnstico da situao energtica de uma

    instalao com recurso a uma simples anlise visual para identificar falhas e recolher dados

    suscetveis de fornecer alguma informao sobre os consumos especficos de energia.

    Nas auditorias completas faz-se um levantamento mais aprofundado da situao energtica e

    so analisadas as quantidades de energia utilizadas para cada tipo de utilizao final. Esta

    auditoria permite tambm identificar possveis investimentos para uma melhor utilizao da

    energia.

  • Auditoria Energtica

    9 | P g i n a

    2) Metodologia

    O processo de realizao de uma auditoria energtica algo que envolve vrias fases que

    devero ser realizadas seguindo uma ordem e sequncia correta. A realizao ordenada das

    vrias tarefas de cada fase permite que o processo da auditoria seja realizado de forma mais

    eficaz e evita decises precipitadas que mais tarde podero no representar a medida mais

    eficiente a aplicar.

    O faseamento de uma auditoria pode depender do seu mbito e das caractersticas das

    instalaes. De forma geral podem-se considerar as seguintes fases:

    Planeamento;

    Trabalho de campo;

    Tratamento da informao;

    Elaborao do relatrio com formulao de recomendaes;

    3) Planeamento

    Esta das fases mais importantes de uma auditoria, com base nesta primeira fase que as

    restantes fases da auditoria se realizam, nela podemos determinar o tipo de auditoria a realizar,

    o tempo estimado de durao, identificar alguns elementos mais crticos da instalao e

    selecionar o equipamento necessrio.

    Para comear deve ser feita uma visita prvia ao local de forma a fazer um levantamento da

    instalao e dos equipamentos existentes, com base nesse levantamento dever ser feito um

    questionrio para os utilizadores das instalaes de forma a reunir alguma informao sobre a

    empresa.

    Nesta fase deve ser feita tambm uma anlise das faturas energticas dos meses e anos

    anteriores de forma a perceber como os consumos de energia se distribuem ao longo do tempo.

    O planeamento de toda a auditoria deve ser elaborado nesta fase e todas as dvidas relativas

    ao funcionamento da empresa e ao modo como esta utiliza a energia devem ficar esclarecidas.

    4) Trabalho de Campo

    Esta fase da auditoria deve ser auxiliada com toda a informao obtida anteriormente e esta

    deve ser complementada com mais alguma informao caso seja necessrio. importante que

    o auditor esteja familiarizado com a atividade da empresa, todos os processos de fabrico e todas

    as tecnologias associadas atividade, isto ir facilitar a identificao rpida de ORCs.

    Neste ponto procura-se obter o mximo de informao possvel e devem ser feitas todas as

    medies e anlises recorrendo a equipamentos de medida prprios. Deve-se ter principal

    ateno aos grandes consumidores de energia. A anlise feita nestes equipamentos deve passar

    pela monitorizao dos consumos, a forma como so utilizados e mesmo a manuteno que

    feita.

  • Auditoria Energtica

    10 | P g i n a

    5) Tratamento da informao

    Aps o trabalho de campo toda a informao recolhida das duas primeiras fases deve ser

    organizada e analisada. A anlise de todos os dados deve privilegiar a produo de um conjunto

    de indicadores e resultados de natureza quantitativa que permitam uma avaliao rigorosa do

    desempenho energtico da instalao.

    Devero ser calculados os consumos especficos de energia por equipamentos, por produtos,

    por sector de produo e o global da instalao. Devero tambm ser determinadas as

    eficincias energticas dos equipamentos de maior consumo e estas devero ser comparadas

    com as de outros equipamentos, de tecnologias mais recentes existentes no mercado. Os

    valores dos consumos especficos devero ser sempre comparados com os valores de referncia

    para o sector em questo.

    Dever ser feita uma anlise detalhada a todos os processos de produo e atividades realizadas

    na indstria de forma a identificar e corrigir possveis anomalias que possam estar a aumentar

    o consumo de energia.

    Depois de detetadas todas as anomalias e situaes de m utilizao de energia dever ser feito

    um estudo de possveis solues a implementar para melhorar a forma como a energia

    utilizada. Este estudo deve conter as anlises tcnico-econmicas de todos os possveis

    investimentos e devero ser quantificadas as poupanas que se iro obter com as solues

    propostas.

    6) Elaborao do relatrio

    Esta a ultima fase da auditoria, dever ser feito um relatrio onde conste de forma clara e

    organizada todas as informaes recolhidas (anlise da situao energtica, identificao de

    anomalias e propostas de medidas de melhoria para a diminuio do consumo de energia). Este

    documento o resultado final de todo o trabalho, ele que ser apresentado aos gestores da

    empresa.

    No relatrio deve constar um sumrio executivo, apresentando uma sntese dos resultados

    alcanados e a formulao de recomendaes. Isto permite que o leitor possa ter uma viso

    global do contedo do relatrio.

    A estrutura do relatrio vai estar dependente das caractersticas do sector e da instalao

    auditada, devendo sempre conter os seguintes elementos:

    Objetivos e enquadramento da auditoria;

    Identificao da instalao;

    Contabilidade energtica;

    Anlise dos equipamentos de produo, distribuio e utilizao de energia;

    Clculo de consumos especficos de energia por produto fabricado e a sua comparao

    com valores de referncia;

    Identificao de medidas de melhoria (ORCs) e respetiva anlise tcnico-econmica

  • Auditoria Energtica

    11 | P g i n a

    7) Equipamentos de medio

    A necessidade de determinar os consumos de energia algo indispensvel numa auditoria,

    necessrio conhecer os fluxos de energia que entram, circulam e saem da empresa e

    importante tambm a quantificao das perdas de energia. A quantificao da energia

    consumida facilmente conhecida, pois esta faturada, no entanto existe a necessidade de

    desagregar os consumos por utilizao ou equipamentos.

    Para uma boa caracterizao do consumo energtico importante a utilizao de aparelhos

    especficos e existem diversas solues para cada tipo de situao. Antes da utilizao de cada

    aparelho importante conhecer bem o equipamento e todas as suas funcionalidades para que

    o trabalho de campo seja eficaz e para que se obtenha o mximo de informao possvel.

    So vrias as grandezas que devem ser quantificadas numa auditoria energtica, dentro das mais

    importantes temos:

    Grandezas eltricas

    Nveis de iluminao

    Grandezas trmicas

    Gases de combusto

    Caudais

    Humidades

    Presses

    A anlise destas grandezas permite no s analisar a forma como a energia utilizada e circula

    na instalao mas permite tambm a determinao de alguns parmetros importantes que

    devem cumprir com determinadas normas.

    Neste trabalho apenas foram monitorizadas as grandezas eltricas e os nveis de iluminao.

    Para a monitorizao das grandezas eltricas foram utilizados analisadores de energia da marca

    Chauvin Arnoux modelo C.A. 8334, este equipamento permite fazer uma anlise completa

    energia que circula na instalao. Dentro da grande variedade de funes que o equipamento

    tem as mais utilizadas foram a obteno de diagramas de carga, anlise de parmetros de

    qualidade de energia (Distoro harmnica, desequilbrios de tenses, fator de potencia). Os

    acessrios utilizados com estes equipamentos foram os cabos de ligao e as pinas flexveis

    que facilitam a instalao do aparelho em qualquer tipo de quadro.

  • Auditoria Energtica

    12 | P g i n a

    Figura 2 - Analisador de energia Chauvin Arnoux

    Como complemento do analisador de energia tambm foi utilizada uma pina amperimtrica.

    Figura 3 - Pina amperimtrica Perel ECM 330

  • Auditoria Energtica

    13 | P g i n a

    Para monitorizao dos nveis de iluminao foi utilizado um luxmetro, este equipamento

    apenas permite a medida em tempo real ou a deteo do valor mximo dos nveis de iluminao.

    Com ele foi obtido um mapa da sala de refeies com a luminosidade distribuda pelas vrias

    reas da sala.

    Figura 4 - Luxmetro BK Precision 615

    8) Objetivos

    Este trabalho tm como objetivo principal a familiarizao com os temas Eficincia energtica

    em edifcios, Utilizao racional de energia (URE) e Auditorias energticas. pretendido

    aprofundar os conhecimentos relativos a estes temas, pretende-se ficar a saber mais acerca das

    metodologias de trabalho utilizadas, equipamentos e ferramentas utilizados e o seu modo de

    funcionamento.

    De forma a por em prtica todos estes conhecimentos pretende-se realizar uma auditoria

    energtica ao restaurante A Estrela da M. Nesta auditoria os objetivos principais so a

    caracterizao energtica do restaurante, identificao de oportunidades de racionalizao de

    energia, fazer uma avaliao tcnica e econmica de cada uma das ORCs identificadas e fazer

    um estudo luminotcnico dos principais espaos do edifcio.

  • Auditoria Energtica

    14 | P g i n a

    A realizao deste trabalho envolve a recolha e tratamento de dados (analise de faturas,

    levantamentos de cargas, monitorizao dos consumos).

    Toda a informao recolhida ter o objetivo de possibilitar a identificao e quantificao de

    ORCs. A implementao das ORCs conduzir a uma reduo dos consumos de energia sem por

    em causa o bom funcionamento do restaurante. Esta reduo dos consumos de energia ter um

    impacto positivo nas faturas energticas da empresa e contribuir para uma diminuio das

    emisses de gases de efeito de estufa.

    III. Caracterizao da empresa

    O restaurante A Estrela da M um restaurante de comida tradicional portuguesa localizado

    em Vila Nova de Poiares, este tem uma capacidade para 85 pessoas na sala de refeies e 30 no

    espao do bar. A principal atividade da empresa a confeo e servio de refeies, no entanto

    dispe tambm de um bar que se destina principalmente ao servio de bebidas.

    Figura 5 - Restaurante "A Estrela da M"

  • Auditoria Energtica

    15 | P g i n a

    9) Aspetos construtivos do edifcio

    O restaurante constitudo por um edifcio de dois pisos: piso -1 (cave) com cerca de 86m2 que

    utilizado apenas para armazenamento de material e matrias-primas. O piso 0 com cerca de

    400m2 conta com uma sala de refeies de 96m2, um bar de 56m2, instalaes sanitrias,

    cozinha, copas, sala de churrasqueira, refeitrio, balnerios, escritrio, arrumos e dispensas.

    Este um edifcio com mais de 30 anos que j conta com algumas modificaes na sua estrutura.

    Parte da cobertura do piso 0 no tem telhado e no conta com qualquer tipo de material extra

    de isolamento, na outra parte encontra-se um segundo piso que pertence a uma habitao que

    no faz parte do restaurante. As paredes do edifcio so paredes duplas, exteriormente contam

    apenas com um revestimentos de reboco e no interior com madeira (sala de refeies), placas

    de gesso (zona do bar) e reboco (restantes zonas).

    A fachada sudeste (entrada) contm uma grande rea de janelas e portas de madeira e vidro

    simples e existe tambm um alpendre ao longo de toda esta fachada. Na fachada sudoeste

    existem janelas de madeira e vidro ao longo de toda a fachada. Esta fachada conta tambm com

    uns pequenos toldos por cima de cada janela. As restantes fachadas no tm aspetos a

    considerar.

    Figura 6 - Fachada sudeste (entrada)

  • Auditoria Energtica

    16 | P g i n a

    Figura 7 - Fachada sudoeste (Janelas)

    A localizao do edifcio permite uma tima exposio solar e a quantidade de janelas existente

    na sala de refeies e cozinha permite uma iluminao natural suficiente na maioria dos

    perodos diurnos.

    No que respeita climatizao interior este conta com cinco unidades de climatizao, trs na

    sala de refeies, uma no escritrio e uma outra no bar. A sala de refeies tem tambm uma

    lareira com recuperador de calor a lenha.

    A empresa tem tambm alguns espaos exteriores, parque de estacionamento para clientes,

    zona de esplanada e parque de estacionamento para empregados.

    Apesar da idade do edifcio este aparenta estar em bom estado de conservao.

    10) Regime de funcionamento

    O restaurante encontra-se ativo seis dias por semana (Quarta-feira a Segunda-feira) das 09:00h

    at s 24:00h. Ao longo do dia o tempo em que este se encontra ativo pode ser dividido por

    diferentes perodos que englobam diferentes processos como se pode ver na tabela 1.

    09:00 s 10:00

    10:00 s 12:00

    12:00 s 15:00

    15:00 s 16:30

    16:30 s 18:30

    18:30 s 22:30

    22:30 s 24:00

    Limpezas Preparao para servio de almoos

    Servio de

    almoos

    Limpezas e arrumaes

    Preparao para servio de jantares

    Servio de

    jantares

    Limpezas e arrumaes

    Tabela 1 - Regime de Funcionamento do restaurante

  • Auditoria Energtica

    17 | P g i n a

    Durante os perodos de preparao para os servios e servios de almoos/jantares quando as

    necessidades energticas comeam a aumentar. A preparao para os servios envolve a

    confeo e preparao de alguns alimentos e nesta fase em que se inicia a utilizao de alguns

    equipamentos de grande consumo como o fogo a gs, o forno convetor, a fritadeira, os

    grelhadores a carvo, etc.

    Durante os perodos de servio de almoos e jantares quando se do os picos de consumo.

    Nestes momentos o restaurante encontra-se a funcionar a 100% alm das necessidades

    energticas na zona da cozinha para a confeo das refeies existe tambm a obrigao de

    manter o conforto nas zonas de acesso ao pblico climatizando o local e fornecendo a

    iluminao necessria.

    A nvel semanal tambm existem algumas variaes no funcionamento do restaurante. Os fins-

    de-semana so os dias em que existe mais atividade, a maior quantidade de clientes, a

    preparao de refeies mais elaboradas e a durao mais longa do tempo de permanncia dos

    clientes nas salas que fazem com que estes dias tenham necessidades energticas maiores em

    comparao com os restantes dias.

    IV. Caracterizao energtica da empresa

    O consumo de energia essencialmente eltrico, seguindo-se o carvo vegetal para a confeo

    de grelhados e o gs propano para aquecimento de guas e confeo de refeies. Existe

    tambm consumo de combustveis fosseis, nomeadamente diesel. Este consumo destina-se aos

    dois veculos que o restaurante tem e uma percentagem muito pequena destina-se ao gerador

    de energia.

    Na figura 8 pode-se observar a desagregao de consumos por tipo de energia utilizada.

    Comparando com os valores de referncia existentes (figura 9), podem-se observar algumas

    diferenas. Principalmente no existe aproveitamento de energia solar e o consumo de gs

    bastante inferior; isto pode justificar-se pelo facto de o restaurante utilizar bastante carvo

    vegetal para confeo de alimentos e utilizar forno e fritadeira eltricos. Como consequncia da

    utilizao destes dois equipamentos o consumo de energia eltrica tambm vai ser mais

    elevado.

    Os valores de referncia utilizados so dados de 1991 e so resultado de auditorias realizadas a

    cerca de 40 restaurantes. Estes valores no tm qualquer tipo de referncia ao consumo de

    carvo vegetal. Deve tambm ser considerado o facto de os valores de referncia terem mais de

    20 anos e hoje em dia, as tecnologias utilizadas so mais evoludas e eficientes.

    No decorrer do projeto apenas foi monitorizado o consumo de energia eltrica, sendo a

    utilizao do gs obtida com recurso a valores estatsticos existentes e com a anlise dos

    consumos mdios dos meses anteriores. Em relao ao consumo de carvo apenas sabemos os

    consumos mdios nos meses anteriores.

  • Auditoria Energtica

    18 | P g i n a

    Figura 8 Desagregao dos consumos de energia da instalao

    Figura 9 - Consumos por tipo de energia em restaurantes, ano 1991 [7]

    Em relao ao consumo eltrico a instalao alimentada em baixa tenso sistema trifsico com

    uma potncia contratada de 41.41KVA em regime de baixa tenso especial (BTE) e com ciclo

    horrio dirio. De acordo com o levantamento de cargas feito no local (Anexo 1) pode-se

    constatar que a instalao tem uma potncia total instalada de 83kW que pode ser desagregada

    por tipo de utilizao final como mostra a figura 10.

    60%11%

    20%

    9%

    EE GS CARVO VEGETAL DIESEL

    5% 3%

    48%

    44%

    SOL COMBUSTIVEIS FOSSEIS GS ELECTRICO

  • Auditoria Energtica

    19 | P g i n a

    Figura 10 - Desagregao de potncia instalada

    Como se pode ver na figura os principais responsveis pelo consumo de energia eltrica so os

    equipamentos de confeo de alimentos, os sistemas de climatizao e as mquinas de lavar

    loua. Os equipamentos de confeo de alimentos so constitudos por um forno convetor de

    9.5kW uma fritadeira eltrica de 24kW e 3 micro-ondas de 1.5kW. Todos estes equipamentos

    apresentam-se em boas condies e so relativamente novos.

    Os equipamentos de climatizao so constitudos por 5 aparelhos AVAC com unidades

    exteriores individuais. Dois destes equipamentos so relativamente antigos e j mostram alguns

    sinais de mau estado. Todas as unidades exteriores esto uma grande parte do dia expostas

    diretamente luz solar o que pode ser prejudicial.

    Figura 11 - Unidade interior de um ar condicionado

    17kW

    2kW2kW

    5kW

    2kW

    38kW

    11kW

    6kW

    CLIMATIZAO REFRIGERAO CONGELAMENTO

    ILUMINAO FORA MOTRIZ CONFEO ALIMENTOS

    LAVAGEM DE LOUA OUTROS

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    20 | P g i n a

    Figura 12 - Ar condicionado unidade exterior

    O restaurante tambm conta com uma camara frigorfica modular com 6.5m2, a utilizao deste

    tipo de camaras vantajosa em relao aos frigorficos tradicionais, alm de terem geralmente

    uma eficincia energtica bastante alta tambm permitem um melhor acondicionamento dos

    produtos e tem uma manuteno mais fcil.

    Na lavagem de loua existem apenas dois equipamentos, um dedicado apenas a copos com uma

    potncia de 3.45kW e uma dedicada restante loua com uma potncia de 7.2kW. Ambos os

    equipamentos so alimentados com gua fria, no caso da mquina de lavar pratos esta suporta

    a alimentao de gua j quente.

    Para uma melhor comparao com os dados de referncia existentes, os consumos globais por

    utilizador final foram desagregados por aquecimento, arrefecimento, ventilao, iluminao,

    aquecimento de guas e outros. Nas figuras 13 e 14 possvel comparar os dados obtidos com

    os valores de referncia de 1991 e pode-se verificar que os valores se encontram prximos.

  • Auditoria Energtica

    21 | P g i n a

    Figura 13 - Consumo energtico por utilizador final da instalao

    Figura 14 - Consumo energtico por utilizador final, ano 1991 [7]

    Relativamente ao consumo de gs, o restaurante utiliza botijas de gs propano de 45kg. O gs

    destina-se ao aquecimento de guas quentes atravs de um esquentador e confeo de

    alimentos atravs do fogo a gs. A desagregao de consumos no foi possvel ser feita devido

    ao facto de ambos os equipamentos serem alimentados da mesma fonte de fornecimento.

    Contudo com recurso ao software Retscreen, anexo 11, foi possvel estimar as necessidades

    de gua quente juntamente com o seu consumo de gs, sabendo os consumos mdios anuais

    de gs foi possvel estimar um consumo de gua quente de 31% e 69% para a confeo de

    refeies.

    6%6%

    1%3%

    4%

    81%

    AQUECIMENTO ARREFECIMENTO VENTILAO ILUMINAAO AQS OUTROS

    2%1% 5%1%

    91%

    ARREFECIMENTO VENTILAO ILUMINAAO AQS OUTROS

  • Auditoria Energtica

    22 | P g i n a

    Figura 15 - Consumo de gs estimado por utilizao final

    Para o consumo de diesel apenas temos uma mdia de consumos mensais de cerca de 130 litros.

    Para uma melhor analise deste tipo de consumos dever-se-ia ter em conta outros fatores tais

    como os quilmetros mdios feitos pelos veculos. Este ponto no foi analisado com muito

    pormenor, tendo em conta o bom estado de mecnica de ambos os veculos as oportunidades

    de racionalizao que se podero aplicar sero apenas a nvel de adoo de comportamentos

    durante a conduo que permitam utilizar o veculo de forma mais eficiente. Outro fator que ir

    afetar a eficincia do veculo a sua condio mecnica sendo importante que sejam feitas todas

    as inspees mecnicas e que a manuteno seja feita periodicamente.

    A instalao possui ainda um gerador de energia eltrica de 35kWh, o gerador apenas utilizado em casos de falhas de energia. Na regio onde se encontra localizado o restaurante comum

    haver interrupes do fornecimento de energia em casos de intempries mais fortes. Apesar de

    as interrupes normalmente serem de curta durao e no serem muito frequentes, nestes

    casos o gerador de energia torna-se um equipamento indispensvel tendo em conta a

    dependncia de energia eltrica para manter o funcionamento do restaurante.

    11) Rede de distribuio de energia eltrica

    A rede de distribuio de energia eltrica encontra-se dividida por zonas (anexo 2): bar, sala,

    cozinha, churrasqueira e cave. O quadro geral est situado no bar de onde partem as

    canalizaes para os restantes quadros: sala, cozinha, churrasqueira e cave. Apesar da

    distribuio dos quadros por zonas existem algumas cargas que no se encontram alimentadas

    pelos quadros da zona onde se encontram. Por exemplo duas das unidades de climatizao da

    sala esto a ser alimentadas atravs do quadro da cozinha enquanto uma outra alimentada

    atravs do quadro da sala.

    A identificao dentro dos quadros tambm no a melhor e foram encontrados quadros sem

    informao relativamente s suas sadas e/ou sadas mal identificadas.

    31%

    69%

    ESQUENTADOR FOGO

  • Auditoria Energtica

    23 | P g i n a

    Na figura 16 possvel ver a distribuio de potncia instalada pelos vrios quadros. Como se

    pode observar o quadro da cozinha que tem uma maior potncia de equipamentos instalada.

    Figura 16 - Potncia Instalada por Quadro

    12) Diagramas de carga

    Com o intuito de analisar os consumos ao longo do dia e a qualidade de energia fornecida foram

    instalados analisadores de energia nos quadros mais importantes. A obteno dos diagramas de

    carga tambm permite um estudo mais preciso em relao ao melhor tarifrio de energia

    eltrica a aplicar. Foram analisados alguns equipamentos de forma a perceber o seu

    funcionamento e propor medidas de utilizao que permitam evitar desperdcios de energia

    nesses mesmos equipamentos.

    9,658

    15,444

    51,822

    3,4285,004

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    kW

    QBAR

    QSALA

    QCOZINHA

    QARMAZM

    QCHURRASQUEIRA

  • Auditoria Energtica

    24 | P g i n a

    Figura 17 - Analisador instalado no quadro geral

    A figura 18 apresenta um diagrama de carga para trs tipos de dias distintos: fim-de-semana,

    dia da semana e dia de descanso.

    Figura 18 - Diagrama de Carga

    0

    5000

    10000

    15000

    20000

    25000

    30000

    35000

    0:00 4:48 9:36 14:24 19:12 0:00

    kWh

    HORAS

    SBADO

    DOMINGO

    TERA-FEIRA

    SEGUNDA-FEIRA

  • Auditoria Energtica

    25 | P g i n a

    Como se pode observar os dias com maiores consumos ocorrem aos fins-de-semana, e o dia em

    que o consumo menor no dia de descanso (tera-feira).

    A potncia de base foi determinada com recurso aos dados relativos ao dia em que o restaurante

    se encontra encerrado, na figura 19 encontra-se o diagrama de carga desse dia. A potncia

    mdia consumida neste dia de cerca 2864kW, esta potncia deve-se principalmente a todas

    as arcas e frigorficos que se encontram constantemente ligadas.

    Figura 19 - Potncia de base - Tera-feira

    O consumo de energia aumenta a partir das 9:00h que quando o restaurante inicia a sua

    atividade; os picos de consumo do-se entre as 13:00h e as 14:20h e repetem-se entre as 19:30h

    e as 23:00h, que representam os perodos de servio e preparao de refeies. Os perodos de

    menor consumo situam-se sempre entre as 00:30h e as 9:00h, perodo de no funcionamento

    do restaurante. Os consumos durante este perodo devem-se aos equipamentos de conservao

    de alimentos, arcas, frigorficos e aparelhos em standby que tambm contribuem para o

    aumento deste consumo.

    Para alm do quadro geral foram tambm analisados os consumos dos quadros parciais mais

    importantes, quadro do bar, quadro da sala e quadro da cozinha. Na figura 20 pode-se observar

    o diagrama de um dia da semana dos vrios quadros.

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    8000

    0:00 4:48 9:36 14:24 19:12 0:00

    kWh

    HORAS

  • Auditoria Energtica

    26 | P g i n a

    Figura 20 - Diagrama de carga dos vrios quadros

    Atravs do grfico pode-se observar que a cozinha o principal responsvel pelo consumo de

    energia eltrica e isto deve-se aos equipamentos de grande potncia l instalados.

    Na figura 21 o grfico apresenta a quantidade de refeies produzidas ao longo de uma semana

    e o consumo de energia mesma semana. Apesar de a amostra ser relativamente pequena pode-

    se concluir que existe uma relao produo/consumo. No entanto no perodo de jantar de

    sbado noite o consumo de energia realizado foi bastante elevado em relao aos restantes

    dias enquanto a quantidade de refeies servidas foi relativamente baixa. Deve-se considerar

    que existe um variado nmero de refeies diferentes no menu e cada refeio tem graus de

    complexidade diferentes assim como necessidades energticas diferentes. Isto pode influenciar

    bastante os consumos de energia o que poder ser resposta para o facto de, no perodo de

    jantar de sbado, o consumo de energia ter sido elevado.

    0

    5000

    10000

    15000

    20000

    25000

    30000

    0:0

    0

    1:1

    0

    2:2

    0

    3:3

    0

    4:4

    0

    5:5

    0

    7:0

    0

    8:1

    0

    9:2

    0

    10

    :30

    11

    :40

    12

    :50

    14

    :00

    15

    :10

    16

    :20

    17

    :30

    18

    :40

    19

    :50

    21

    :00

    22

    :10

    23

    :20

    kW

    HORAS

    COZIN

    BAR

    SALA

  • Auditoria Energtica

    27 | P g i n a

    Um outro ponto importante que se destaca no grfico o perodo de domingo ao almoo. Neste

    dia o nmero de refeies servidas foi mais elevado em relao aos outros dias e o consumo de

    energia eltrica apesar de elevado no foi dos mais elevados durante toda a semana. Neste

    perodo o consumo especfico de energia eltrica por cada refeio servida foi muito mais baixo

    do que nos restantes dias e isto demonstra uma boa eficincia energtica na produo da

    empresa e prova que possvel aumentar a produo sem pr em causa o consumo de energia.

    Contudo deve ter-se em conta que neste dia no houve qualquer monitorizao das outras

    formas de energia utilizada.

    13) Qualidade de energia

    A qualidade da energia eltrica um elemento bastante importante e deve ser analisado. Muitas

    das causas de problemas de qualidade de energia eltrica so geradas nos equipamentos de

    utilizao final de energia e podem afetar todos os outros equipamentos ligados na mesma rede.

    A no conformidade de alguns parmetros de energia fornecia pode afetar gravemente alguns

    equipamentos, afetando o seu bom funcionamento e reduzindo a sua vida til.

    Os parmetros analisados relativamente qualidade de energia foram:

    Fator de potncia;

    Harmnicos;

    Desequilbrio de tenses;

    0

    5000

    10000

    15000

    20000

    25000

    30000

    35000

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    KW

    N

    DE

    REF

    EI

    ES

    Figura 21 - Consumo de energia por refeies servidas

  • Auditoria Energtica

    28 | P g i n a

    14) Fator de potncia

    Foi possvel observar que numa grande parte das faturas de energia eltrica, forma

    contabilizadas algumas penalizaes devido ao baixo fator de potncia.

    O fator de potncia influenciado por todos os equipamentos cujo funcionamento se baseie em

    fenmenos de campos eletromagnticos, como o exemplo de motores. Estes tipos de

    equipamentos, alm da energia ativa, requerem energia reativa para o seu funcionamento.

    A energia reativa fornecida pode ser faturada se for demasiado elevada nos perodos fora do

    vazio. Alm dos custos extras na fatura de energia eltrica, a no compensao desta forma de

    energia implica tambm um possvel aumento de custos no sistema eltrico devido ao aumento

    de perdas de energia nos troos das redes e requerer um sobredimensionamento das linhas.

    Por estes motivos, os comercializadores de energia eltrica penalizam os consumos excessivos

    desta forma de energia fora das horas de vazio. A faturao da energia reativa est dividida por

    escales como se pode observar na tabela 2.

    cos tg Fator multiplicativo

    Escalo 1 Para 0,96 cos < 0,93 Para 0,3 tg < 0,4 0.33

    Escalo 2 Para 0,93 cos < 0,89 Para 0,4 tg < 0,5 1

    Escalo 3 Para cos 0,89 Para tg 0,5 3 Tabela 2 - Faturao de energia reativa

    O preo da energia reativa consumida praticado nas ltimas faturas analisadas foi de

    0.0268/kVArh.

    Na figura 22 visvel a variao do fator de potncia ao longo de um dia obtido com recurso ao

    analisador de energia utilizado.

    Figura 22 - Fator de potncia

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1

    0:00 4:48 9:36 14:24 19:12 0:00

  • Auditoria Energtica

    29 | P g i n a

    Na figura 23 possvel ver a variao do fator de potncia faturado (os dados so relativos ao

    ano 2010/2011)

    Figura 23 - Variao do fator de potncia, ano 2010/2011

    Como se pode observar nos grficos anteriores os valores de fator de potncia encontram-se

    muito abaixo do desejvel numa instalao eltrica. Estes baixos valores do fator de potncia

    tm um impacto direto na fatura de energia eltrica trazendo custos acrescidos que podem ser

    perfeitamente evitveis.

    Para corrigir o fator de potncia comum utilizar equipamentos de correo de fator de

    potncia nomeadamente baterias de condensadores. As baterias de condensadores permitem

    gerar energia reativa para alimentao da instalao evitando que esta seja consumida da rede

    eltrica. assim possvel uma reduo com os encargos com a potncia reativa.

    Alm da reduo dos encargos com energia reativa a correo do fator de potncia pode ter

    outros benefcios importantes como:

    Reduo de quedas de tenso;

    Reduo de perdas na rede de distribuio por efeito de Joule;

    Prolonga e protege a vida til das instalaes eltricas;

    Aumenta a capacidade das linhas de transporte.

    De forma a reduzir este encargo na fatura eltrica encontra-se no anexo 15 o dimensionamento

    da bateria de condensadores a instalar. A bateria dimensionada de forma a obter um fator de

    potncia de 0.97 ter de ter uma potncia de 11.6kVAr. A bateria de potncia mais prxima

    encontrada no mercado tem uma potncia de 12.5-13.5kVAr, o preo mdio de uma bateria

    com estas caractersticas cerca de 227.72 ao qual se devem juntar os custos de instalao da

    mesma. Tendo um conta que as despesas mdias mensais com a energia reativa rondam o

    0,920,910,910,910,90

    0,890,89

    0,910,90

    0,910,92

    0,930,920,920,920,910,90

    0,88

    0,92

    0,890,880,89

    0,91

    0,80

    0,82

    0,84

    0,86

    0,88

    0,90

    0,92

    0,94

    0,96

    0,98

    1,00

  • Auditoria Energtica

    30 | P g i n a

    37.07 obteramos um retorno do investimento em menos de um ano dependendo dos custos

    de instalao que no esto a ser considerados.

    15) Harmnicos

    A distoro harmnica causada principalmente pela utilizao de equipamentos no lineares,

    ou seja, equipamentos que so alimentados por uma tenso sinusoidal mas utilizam uma

    corrente com uma forma de onda no sinusoidal. Na instalao em questo este no um ponto

    significativo devido baixa potncia instalada e pouca utilizao de equipamentos que possam

    afetar a distoro harmnica. Contudo de forma a explorar ao mximo as capacidades dos

    equipamentos de anlise de energia foi feito a monitorizao deste parmetro para uma breve

    anlise.

    Relativamente tenso, a figura 24 mostra a variao da taxa de distoro harmnica (THD)

    obtida ao longo de um dia util; o valor mximo atingido durante este periodo foi de 3%.

    Figura 24 - Distoro harmnica da tenso

    Relativamente corrente a figura 25 mostra a distoro harmnica da corrente obtida ao longo

    de um dia til. Devido a uma falha tcnica e limitao de tempo no houve obteno de

    qualquer tipo de registo relativo aos valores de distoro por cada tipo de harmnicos.

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    3

    0:0

    0

    1:1

    0

    2:2

    0

    3:3

    0

    4:4

    0

    5:5

    0

    7:0

    0

    8:1

    0

    9:2

    0

    10

    :30

    11

    :40

    12

    :50

    14

    :00

    15

    :10

    16

    :20

    17

    :30

    18

    :40

    19

    :50

    21

    :00

    22

    :10

    23

    :20

    THD

    %

    HORAS

    U1 THD

    U2 THD

    U3 THD

  • Auditoria Energtica

    31 | P g i n a

    Figura 25 Taxa de distoro harmnica da corrente

    Na tabela 3 so apresentados os valores limites da distoro harmnica da tenso. Esta tabela

    representa a norma IEEE Standard 519-1992. A instalao analisada encontra-se dentro do

    grupo de instalaes gerais, apresentando um limite mximo de distoro harmnica de 5%.

    Comparando os valores limites da norma e os valores mximos obtidos pode-se concluir que a

    taxa de distoro harmnica da tenso analisada encontra-se dentro dos limites normalizados.

    Na tabela 4 so apresentados os valores limites de distoro harmnica da corrente. Os limites

    da distoro harmnica da corrente tambm so definidos pela norma IEEE Standard 519-1992.

    Para a anlise deste ponto necessrio um estudo mais aprofundado analisando as taxas de

    distoro para cada tipo de ordem de harmnico (h), necessrio tambm a determinao da

    relao ICC/IL, ICC representa a corrente mxima de curto-circuito, que na instalao estudada

    de 178; IL representa a corrente de carga que atravs dos dados recolhidos das anlises feitas

    neste dia cerca de 43A, assim sendo a relao ICC/IL

  • Auditoria Energtica

    32 | P g i n a

    16) Desequilbrio de tenses

    Num sistema trifsico para que seja considerado equilibrado as amplitudes das tenses das trs

    fases tero de ser iguais e desfasadas 120 entre si. Em instalaes de baixa tenso comum

    existir uma grande variedade de cargas monofsicas e a distribuio deste tipo de cargas pode

    dificultar o equilbrio das tenses nas trs fases. Mesmo que a distribuio de cargas seja feita

    corretamente pelas trs fases os ciclos de funcionamento diferentes das vrias cargas pode

    conduzir a desequilbrios significativos.

    As consequncias dos desequilbrios de tenses ocorrem nos equipamentos trifsicos pois

    podero proporcionar um mau funcionamento dos mesmos, mais vibraes em motores e

    reduo da vida til de alguns equipamentos.

    Atravs da figura 26 possvel ver que as tenses se encontram bem distribudas pelas trs fases

    sendo que a maior taxa de desequilbrio registada foi inferior a 1%. Segundo a norma NP EN

    50160, para cada perodo de uma semana, 95% dos valores eficazes mdios de 10 minutos da

    componente inversa das tenses no devem ultrapassar 2% da correspondente componente

    direta.

    Figura 26 - Tenses eficazes nas trs fases ao longo de um dia

    17) Iluminao

    Sendo o restaurante um espao de atendimento ao pblico foi dado uma especial ateno a

    este tpico. A instalao tem uma grande variedade de tecnologias de iluminao instaladas.

    Nas zonas de no acesso ao pblico mais de 99% da iluminao feita atravs de lmpadas

    tubulares florescentes T8 com balastros magnticos. Nas zonas de acesso ao pblico existem

    vrios tipos de lmpadas, lmpadas de halognio, tubulares compactas, iodetos metlicos e

    algumas de led.

    385

    390

    395

    400

    405

    410

    415

    420

    425

    430

    435

    0:0

    0

    0:5

    0

    1:4

    0

    2:3

    0

    3:2

    0

    4:1

    0

    5:0

    0

    5:5

    0

    6:4

    0

    7:3

    0

    8:2

    0

    9:1

    0

    10

    :00

    10

    :50

    11

    :40

    12

    :30

    13

    :20

    14

    :10

    15

    :00

    15

    :50

    16

    :40

    17

    :30

    18

    :20

    19

    :10

    20

    :00

    20

    :50

    21

    :40

    22

    :30

    23

    :20

    Vrm

    s

    Horas

    U1 RMS U3 RMS U2 RMS

  • Auditoria Energtica

    33 | P g i n a

    No anexo 3 encontra-se a lista de todas as lmpadas utilizadas e as correspondentes potncias.

    A instalao tem uma potncia total de 4.85Kw de iluminao instalada, contudo esta nunca

    utilizada ao mximo.

    Na cozinha foi possvel verificar que algumas lmpadas se encontravam desligadas. As

    luminrias de teto com capacidade para duas lmpadas tubulares de 58W tm apenas uma

    lmpada ligada por luminria. De facto ter apenas uma lmpada ligada em cada uma destas

    luminrias suficiente, contudo estas luminrias contem dois balastros ferromagnticos

    instalados e ambos ligados. O balastro que no est a alimentar nenhuma lmpada vai consumir

    alguma energia e torna-se importante deslig-lo da alimentao.

    Figura 27 - Luminrias da cozinha

    Na zona da copa de apoio os nveis de iluminao no so os melhores pois a iluminao desta

    zona feita com recurso a duas lmpadas compactas fluorescentes de 18W. Esta zona apresenta

    uma mdia de 80lux nas superfcies de trabalho. Tendo em conta que esta uma zona de apoio

    ao bar e sala onde so efetuados trabalhos que requerem algum cuidado, o nvel de iluminao

    recomendado pela norma EN 12464-1:2011 de 500lux. O sistema de iluminao desta zona

    dever ser repensado.

  • Auditoria Energtica

    34 | P g i n a

    Figura 28 - Luminria da copa do bar

    exceo da copa de apoio, todas as divises apresentaram valores de iluminao dentro dos

    mnimos impostos pela norma EN 12464-1:2011.

    Em relao sala de refeies esta uma zona que deve ser estudada com alguma ateno pois

    esta a zona onde so recebidos os clientes e torna-se importante ter uma iluminao adequada

    ao espao de forma a torna-lo mais agradvel e confortvel para os clientes. A utilizao de uma

    iluminao adequada pode tornar a experincia de comer neste restaurante mais agradvel, o

    que importante num sector como este onde todos os detalhes contam. Foram identificados

    alguns problemas relativamente iluminao: Os downlights apresentam uma distribuio

    pelo espao incorreta e isto faz com que a iluminao no seja uniforme; alguns downlights

    necessitam de alguma limpeza pois os vidros que os protegem aparentam estar manchados.

    Outro ponto a ter em conta neste espao a temperatura de cor utilizada pois esto a ser

    utilizadas algumas lmpadas com uma temperatura de cor diferentes da maioria e importante

    manter a mesma cor em todas as lmpadas de forma a manter a uniformidade e a visualmente

    ser mais agradvel.

    Esta sala tem uma tima iluminao natural e a quantidade de janelas envidraadas existentes

    permitem, durante o dia, dispensar a utilizao de grande parte da iluminao artificial

    instalada.

    Na figura 30 possvel ver a distribuio da iluminao pela sala juntamente com os valores dos

    nveis de luminosidade medidos com o luxmetro.

  • Auditoria Energtica

    35 | P g i n a

    Figura 29 - Luminrias da sala de refeies

    Figura 30 - Distribuio e nveis de iluminao [lux] das luminrias da sala de refeies

  • Auditoria Energtica

    36 | P g i n a

    Em relao ao bar este mostra uma iluminao mais arrojada pois apresenta vrios tipos e

    formas de iluminao para um espao pequeno. A figura 32 apresenta a distribuio da

    iluminao neste espao. Este espao conta com apliques de parede focados para o teto com

    lmpadas de iodetos metlicos que iluminam indiretamente o espao. No balco existem 5

    candeeiros de teto focados apenas para a superfcie do balco. No espao dentro do balco

    existem ainda mais 3 focos direcionados para a parede com lmpadas de iodetos metlicos. Na

    zona onde est exposta uma m em pedra tambm existem dois pequenos focos com lmpadas

    de halognio de 50W. Pode dizer-se que este espao se encontra sobredimensionado no que

    toca iluminao instalada. Segundo os dados obtidos junto dos funcionrios do bar no mximo

    so utilizados 3 apliques de parede para iluminao de todo o espao. A alterao das

    tecnologias de iluminao utilizadas neste espao pode ser algo a considerar para que se possa

    aproveitar melhor todas as luminrias instaladas.

    Figura 31 - Luminrias do Bar

  • Auditoria Energtica

    37 | P g i n a

    Figura 32 - Distribuio de luminrias no Bar

    A zona da esplanada iluminada com recurso a apliques de parede que proporcionam um

    ambiente em mdia luz. O parque de estacionamento tambm iluminado com recurso a um

    holofote de 100W de lmpadas de iodetos metlicos.

    Mais frente no captulo das ORCs encontra-se o estudo e anlise de algumas propostas que

    visem melhorar a qualidade e eficincia da iluminao destes espaos.

    V. Anlise dos consumos de energia

    Na tabela 5 encontram-se os consumos globais de energia referentes ao ano de 2010 e so

    tambm apresentados os custos referentes a cada tipo de energia e as respetivas emisses

    respetivas.

    Tipo de energia

    Unidade Consumo

    global Consumo

    [%] Custo global

    Fator de converso[8]

    Tep/ano Emisses CO2 [Kg][9]

    E.E. kWh 75900 60% 9900 0.000215 16.3185 28007.1

    Gs t 2.7 11% 5724 1.077 2.9673 7826.84721

    Carvo vegetal

    t 7.77 20% 7200 0.705 5.47785 0

    Diesel t 2.35 9% 3432.5 1.01 2.3735 7353.5777 Tabela 5 - Consumos globais de energia e respetivas emisses, ano 2010

    Na figura 33 encontra-se a distribuio mensal dos encargos com a energia por tipo de fonte e

    como se pode observar a energia eltrica a que mais contribui nos encargos com a energia. O

    ms de maio o que apresenta maior consumo de energia eltrica e no possvel determinar o

  • Auditoria Energtica

    38 | P g i n a

    motivo deste valor ter sido tao elevado. Segundo a gerncia este um dos meses em que a

    atividade no restaurante menor em relao ao resto do ano.

    Figura 33 - Encargos mensais para cada tipo de energia, ano 2010

    Na figura 34 pode-se observar os custos globais com a energia. Este grfico permite

    compreender melhor a sua distribuio durante o ano. Os meses que apresentam menores

    custos de energia so os meses de setembro e outubro, sendo estes meses normalmente

    caracterizados por baixa atividade no restaurante. Os meses que apresentam um maior

    consumo so os meses de Maio, Julho e Agosto.

    Figura 34 - Custos globais totais, ano 2010

    0

    200

    400

    600

    800

    1 000

    1 200

    ELETRICA GS CARVO DIESEL

    0

    500

    1 000

    1 500

    2 000

    2 500

  • Auditoria Energtica

    39 | P g i n a

    Todos os dados relativos s anlises feitas aos consumos energticos de anos anteriores

    encontram-se no anexo 4. Na figura 35 apresentado um grfico com a variao de consumos

    mensais dos anos 2010 e 2011. visvel um decrscimo no consumo energtico do ano 2010

    para 2011 que pode ser justificado devido ao decrscimo da procura por parte de clientes e

    devido tambm a preocupaes em reduzir o consumo de energia.

    Figura 35 Consumo global de energia ativa anos 2010 e 2011

    Na figura 36 pode-se observar as emisses de CO2 por tipo de energia utilizada relativamente

    ao ano de 2010.

    Figura 36 - Emisses de CO2 por fonte de energia

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    8000

    9000

    kWh

    2010

    2011

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    KgC

    O2

    ELETRICA GS CARVO DIESEL

  • Auditoria Energtica

    40 | P g i n a

    18) Indicadores energticos

    Os indicadores energticos traduzem o desempenho energtico da instalao. A anlise destes

    indicadores permite avaliar a eficincia da utilizao da energia consumida e torna-se uma

    ferramenta importante para a avaliao de necessidades de investimentos ou adoo de

    comportamentos energeticamente eficientes. Assim no que se refere aos indicadores

    energticos pode-se destacar os seguintes:

    Intensidade carbnica (IC): representa a quantidade de gases de efeito de estufa (GEE)

    emitidos para atmosfera por cada tonelada equivalente de petrleo (tep).

    Este indicador calculado da seguinte forma:

    =

    Consumo especfico (CE): este indicador representa a quantidade de energia consumida

    por cada unidade produzida ou m2 do edifcio.

    Este indicador calculado da seguinte forma:

    =

    2

    Com umas emisses anuais de CO2 de 43.188 toneladas e um consumo anual de energia de 27.13

    teps, o restaurante apresenta uma intensidade carbnica de 1.59 tonCO2/tep.

    Considerando que o restaurante serve uma quantidade mdia de 27500 refeies por ano temos

    um consumo especfico de 0.99 Kgep/refeio.

    Os nicos valores de referncia existentes relativamente ao consumo especfico em

    restaurantes esto no formato de kgep/m2, de forma a comparar com estes valores foi calculado

    o consumo especfico neste formato. Tendo em conta que o restaurante tem uma rea til de

    486m2 e um consumo anual de 27.13teps o consumo especfico de 55.82Kgep/m2. Os valores

    de referncia so de 1991, e apresentam um consumo especfico mdio de 68.8kgep/m2 [5],

    pode-se observar que o consumo especfico do restaurante relativamente mais baixo do que

    os valores de referncia. H que ter em considerao o facto dos valores de referncia serem

    relativamente antigos, hoje em dia as tecnologias existentes permitem eficincias energticas

    mais altas, assim sendo, o facto do consumo especfico ser mais baixo do que o valor de

    referncia pode no ser um aspeto to positivo como aparenta ser.

  • Auditoria Energtica

    41 | P g i n a

    19) Anlise da fatura energtica eltrica

    Como j foi visto anteriormente o restaurante alimentado em BTE e tem uma potencia

    contratada de 41.41kVA o ciclo horrio utilizado dirio. O fornecedor de energia a EDP

    comercial.

    Atravs da anlise das faturas energticas tambm podemos observar os perodos de maior

    consumo, como a figura 37 mostra. Os consumos esto a ser feitos principalmente nos perodos

    de horas de cheias. Os consumos realizados nos perodos de horas de cheias e ponta so

    penalizados na fatura e o seu preo muito mais alto do que nos perodos de vazio e super

    vazio. Esta anlise de consumos torna-se importante pois caso exista a possibilidade de desvio

    de consumos podem haver poupanas econmicas bastante significativas na fatura de energia

    eltrica.

    Figura 37 - Consumos mdios por perodos horrios, ano 2010/2011

    Tendo em conta que o restaurante apenas se encontra encerrado tera-feira e que os dias de

    maior consumo energtico se do aos fins-de-semana podemos dizer que o ciclo horrio

    aplicado ao tarifrio poder no ser o mais correto. O ciclo horrio dirio, apresentado na tabela

    6, no diferencia os dias da semana, ou seja, os perodos horrios so iguais para todos os dias.

    O Ciclo semanal faz uma separao dos dias por dias uteis, Sbado e Domingo. Como se pode

    observar na tabela 7, os domingos no tm horas de ponta ou horas de cheias, os sbados no

    tm horas de ponta.

    kWh

    kWh kWh

    kWh

    kvArh

    0

    10000

    20000

    30000

    40000

    50000

    60000

    70000

    80000

    90000

    EA SV

    EA VN

    EA HP

    EA HC

    ER FHV

  • Auditoria Energtica

    42 | P g i n a

    Perodo de hora legal de Inverno Perodo de hora legal de Vero

    Ponta 09:00/10:30 18:00/20:30

    10:30/13:00 19:30/21:00

    Cheias 08:00/09:00 10:30/18:00 20:30/22:00

    08:00/10:30 13:00/19:30 21:00/22:00

    Vazio Normal 06:00/08:00 22:00/02:00

    06:00/08:00 22:00/02:00

    Super Vazio 02:00/06:00 02:00/06:00 Tabela 6 - Ciclo Dirio para BTE e BTN em Portugal Continental

    Perodo de hora legal de Inverno Perodo de hora legal de Vero

    De segunda-feira a sexta-feira

    Ponta 09:30/12:00 18:30/21:00

    09:15/12:15

    Cheias 07:00/09:30 12:00/18:30 21:00/24:00

    07:00/09:15 12:15/24:00

    Vazio Normal 00:00/02:00 6:00/07:00

    00:00/02:00 6:00/07:00

    Super Vazio 02:00/06:00 02:00/06:00

    Sbado

    Cheias 09:30/13:00 18:30/22:00

    09:00/14:00 20:00/22:00

    Vazio Normal 00:00/02:00 06:00/09:30 13:00/18:30 22:00/24:00

    00:00/02:00 06:00/09:00 14:00/20:00 22:00/24:00

    Super Vazio 02:00/06:00 02:00/06:00

    Domingo

    Vazio normal 00:00/02:00 06:00/24:00

    00:00/02:00 06:00/24:00

    Super vazio 02:00/06:00 02:00/06:00 Tabela 7 - Ciclo semanal para todos os fornecimentos em Portugal Continental

    A alterao do ciclo horrio uma alterao que pode ser feita facilmente e no implica

    qualquer tipo de custos. De forma a analisar melhor a situao do ciclo horrio a aplicar

    encontra-se no anexo 5 um estudo aprofundado de forma a determinar as poupanas que se

    podero obter com esta pequena alterao. O estudo realizado foi feito utilizando os dados

    obtidos atravs da monitorizao dos consumos no perodo de uma semana.

    Atravs do estudo realizado podemos concluir que a alterao do ciclo horrio para o semanal

    vivel. A simulao feita apresentou poupanas no preo da energia faturada de 22%. Torna-

    se assim altamente recomendvel a alterao do ciclo horrio aplicado.

  • Auditoria Energtica

    43 | P g i n a

    Poder tambm ser benfica a alimentao da instalao em media tenso (MT), os preos de

    energia com este tipo de alimentao so muito mais baixos e poder proporcionar economias

    significativas. De forma a contabilizar as poupanas obtidas com esta alterao encontra-se no

    anexo 6 um estudo que determina as poupanas que se podero obter. Para este estudo foram

    utilizados os valores dos consumos de energia relativos aos anos de 2010 e 2011. Os tarifrios

    aplicados neste estudo so os tarifrios regulados pela ERSE, e foi considerado apenas o ciclo

    dirio nesta simulao. Atravs do estudo foi possvel determinar que a alimentao da

    instalao em mdia tenso permite uma poupana mensal de 22%, contudo esta uma medida

    que ter de ser analisada de forma mais aprofundada. A alimentao em media tenso implica

    um investimento inicial pois necessria a instalao de um posto de transformao e de linhas

    de mdia tenso at ao local, ter de ser pedido um oramento a uma empresa especializada

    antes de tomar qualquer tipo de deciso. Alm disso dever ser feita uma anlise com mais rigor,

    utilizando histricos de consumos mais recentes e simulando com tarifrios de distribuidores de

    energia do mercado liberalizado.

    A energia eltrica fornecida ao restaurante atravs do comercializador EDP Comercial. A

    alterao de comercializador tambm poder proporcionar poupanas na fatura energtica. No

    entanto o restaurante encontra-se neste momento fidelizado com a EDP Comercial at ao

    prximo ano. importante que na altura em que o contrato estiver a terminar seja feita uma

    anlise aos preos praticados pela concorrncia de forma a poder alterar ou no a empresa

    comercializadora de energia conforme for mais conveniente.

    Na figura 38 apresentado um grfico que mostra os encargos com a potncia em horas de

    ponta. Estes encargos variam com o consumo de energia neste perodo. O desvio de consumos

    das horas de ponta para outro perodo horrio pode ser bastante vantajoso caso exista essa

    possibilidade pois alm da reduo no custo da energia consumida tambm os encargos com a

    potncia de horas de ponta sero inferiores.

    Figura 38 - Encargos com a potncia de horas de ponta, ano 2010

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    180

    200

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    A figura 39 mostra a distribuio mensal dos custos por perodos horrios. Da anlise desta

    verifica-se que quase sempre o custo da energia consumida nas horas de ponta representa o

    segundo custo mais alto da fatura. Atravs da figura 40 podemos perceber que apesar dos custos

    associados ao consumo de energia nas horas de ponta seja bastante elevados, no neste

    perodo em que se d um maior consumo. H vrios meses em que os consumos nas horas de

    vazio so superiores aos das horas de ponta. Com isto pretende-se sensibilizar os utilizadores

    das instalaes a evitar consumos desnecessrios de energia durante estes perodos horrios.

    Figura 39 - Consumo de energia por perodo horrio, ano 2010

    Figura 40 - Custos de energia consumida por perodo horrio

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    4000

    4500

    5000

    kWh

    E.A. SUP VAZIO(KWH) E.A. VAZIO NORMAL E.A. PONTA E.A. CHEIAS

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    450

    500

    SUPER VAZIO

    VAZIO

    PONTA

    CHEIA

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    VI. Oportunidades de racionalizao de energia

    Neste captulo sero identificadas todas as medidas de racionalizao de energia encontradas.

    Sero apresentadas medidas que visam uma simples adoo de comportamentos

    energeticamente eficientes at propostas de investimento para melhorar a eficincia

    energtica. Todas as medidas propostas tm como objetivo a reduo de consumos e

    consequentemente a reduo de custos. Nem em todas as medidas aqui propostas ser possvel

    uma quantificao das redues obtidas.

    20) Mquinas de lavagem de loua e copos

    Estes equipamentos so de potncia relativamente elevada e segundo os questionrios feitos

    no esto a ser utilizadas de forma eficiente. Ambos os equipamentos so utilizados apenas

    durante os perodos de almoo e jantar. Entre estes dois perodos no existe qualquer tipo de

    utilizao mas os equipamentos mantm-se ligados. Em mdia encontram-se ligados durante 4

    horas seguidas sem terem qualquer tipo de utilidade. Um dos argumentos utilizados pelos

    utilizadores dos equipamentos foi o facto de que o arranque das mquinas aps desligadas

    consumir mais energia do que o que se poupava caso estas estivessem desligadas. De forma a

    desmistificar este assunto foram instalados analisadores de energia durante dois dias, em que

    um dos dias as mquinas permaneceram ligadas durante toda a tarde e no segundo dia estas

    foram desligadas durante esse perodo. Os resultados foram bastante positivos, no anexo 7

    encontram-se os dados recolhidos e os clculos efetuados. O simples facto de desligar a mquina

    de lavar loia permite uma poupana mensal de 134kWh o que monetariamente representa

    cerca de 14.7. Na mquina de lavar copos o estudo no foi feito com tanto rigor, mas pode-se

    estimar uma reduo mensal de 60kWh o que se poder traduzir numa reduo de cerca de 6

    por ms. Esta uma medida que no implica qualquer tipo de investimento e no prejudica em

    nada o bom funcionamento do restaurante e permite algumas poupanas na fatura eltrica.

    Estas duas medidas podem permitir uma reduo das emisses anuais de GEE de 0.86t.

    Figura 41 Diagrama de carga da mquina de lavar loia para as duas situaes

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    8000

    9000

    10:48 12:00 13:12 14:24 15:36 16:48 18:00 19:12 20:24 21:36

    KW LIGADA

    DESLIGADA

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    Outro fator que poder representar poupanas energticas na mquina de lavar loia a

    alimentao desta com gua previamente quente. A mquina permite que seja alimentada com

    gua j aquecida, tendo em conta que a maior parte da potncia da mquina destina-se a

    aquecer gua esta medida pode trazer redues significativas. A gua quente seria aquecia

    atravs do esquentador ou atravs de um painel de aquecimento solar (uma medida que ir ser

    estudada e apresentada mais frente).

    21) Mquina de caf

    Neste equipamento tambm foi possvel encontrar desperdcios de energia. Tal como nas

    mquinas de lavar loias a mquina de caf tambm est ligada durante perodos onde no tem

    utilidade. Mais uma vez o argumento utilizado o de que o consumo no arranque do

    equipamento elevado. A mquina de caf permanece ligada 24h por dia, incluindo o dia de

    descanso. De forma a poder quantificar a poupanas que se podem obter foram utilizados os

    mesmos procedimentos de anlise das mquinas de lavar loia, encontra-se no anexo 8 os dados

    e anlises relativos mquina de caf. Mais uma vez os resultados foram positivos, o simples

    facto de desligar a mquina neste perodo permite uma poupana mensal de 140kWh, que se

    pode traduzir em cerca de 11.8 por ms. Esta medida permite uma reduo das emisses

    anuais de GEE de cerca 0.6199t.

    22) Cmara frigorifica

    A aplicao de cortinas prprias na entrada da camara permite reduzir bastante os ganhos de

    energia trmica que a camara obtm cada vez que se abre a porta. Esta uma medida que no

    pode ser quantificada.

    23) Arcas frigorficas

    Foi verificado que em alguns dos espaos onde se encontram equipamentos de congelao e

    conservao as temperaturas locais eram mais elevadas. importante que todo esse calor seja

    dissipado para o bom funcionamento destes equipamentos. A utilizao de ventilao natural

    nestes espaos deve ser feita sempre que possvel. As arcas e frigorficos tambm devem manter

    alguma distncia da parede e de equipamentos quentes; as grelhas traseiras devem estar

    sempre limpas e desobstrudas. Outro ponto importante evitar a formao de camadas de gelo

    superior a 3mm nas arcas, pois com o aumento de gelo nas paredes a eficincia energtica

    reduzida drasticamente, chegando aos 30% de consumo extra. Todas estas medidas

    apresentadas no esto quantificadas. Contudo podem permitir poupanas muito significativas.

    Alm disso todas estas medidas melhoram bastante o bom funcionamento destes

    equipamentos aumentando assim o tempo de vida til dos mesmos.

    Foram tambm detetadas duas arcas com consumos exagerados, ambas arcas de congelao

    com formato de vitrina com porta em vidro duplo. Uma delas apresenta um consumo de

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    13.8kWh/dia e a outra 7.5kWh/dia, ou seja 639kWh/ms para as duas arcas. Isto pode

    representar um custo mensal de cerca de 50. recomendvel a substituio destas duas arcas

    por outras de tecnologia mais recente como por exemplo as 3 arcas horizontais que se

    encontram na dispensa, que tm um espao til superior ao das vitrines e apresentam consumos

    de 1.38kWh/dia o que uma diferena significativa. Este seria um investimento que se

    recuperaria em menos de 2 anos.

    24) Fritadeira eltrica

    Apesar de esta se encontrar em bom estado e ser relativamente nova a substituio por uma

    fritadeira a gs pode e deve ser ponderada. Normalmente as fritadeiras a gs apresentam

    melhor eficincia e um aquecimento mais rpido traduzindo-se assim em algumas poupanas.

    Contudo esta uma tecnologia que exige mais cuidados e ateno, as manutenes peridicas

    devem ser mais frequentes e podem-se tornar facilmente ineficientes caso no seja feita a

    limpeza adequada. O investimento inicial poder ser elevado e o tempo de retorno do

    investimento tambm.

    25) Mquina de gelo

    Este equipamento encontra-se ligado durante todo o dia, apesar de s produzir gelo quando

    necessrio. A mquina consome energia para evitar que o gelo derreta. Uma medida que pode

    ajudar a reduzir o consumo de energia na produo de gelo utilizar a mquina nos perodos

    de horas de super vazio e vazio normal e conservar o gelo produzido nesse perodo nas arcas

    convencionais. Com isto o tempo em que a mquina permanece ligada reduzido, levando a

    uma reduo no consumo final.

    26) Janelas da sala

    A sala de refeies tem uma grande quantidade de janelas de madeira e vidro. O vidro utilizado

    vidro simples, tendo este tipo de vidro um coeficiente de transmisso trmica elevado

    (5.7W/m2.K) em comparao ao vidro duplo (2.87W/m2.K) [10], ou seja, as perdas existentes para

    o exterior de calor no inverno e os ganhos de calor no vero podem ser reduzido em cerca de

    50% e isto permitir reduzir a energia utilizada no aquecimento ou arrefecimento da sala.

    No anexo 9 encontra-se um pequeno estudo das potenciais economias que esta mudana

    poderia trazer na climati