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Associação dos Aposentados e Reformados da RDP trimestral 20º ano Dezembro gratuito nº 83 2016 BOLETIM AR-Rádio - Associação dos Aposentados e Reformados da RDP (IPSS) - NPC 502 011 750 Av. Marechal Gomes da Costa nº 37 -1849-030 LISBOA- Tf. 21 382 02 24 E-mail: [email protected] A EQUIPA DOS ÓRGÃOS SOCIAIS DA AR-RÁDIO DESEJA A TODOS OS ASSOCIADOS UM BOM NATAL e 2017 PLENO DE FELICIDADE

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Associação dos Aposentados e Reformados da RDP

trimestral 20º ano Dezembro

gratuito nº 83 2016

BOLETIM

AR-Rádio - Associação dos Aposentados e Reformados da RDP (IPSS) - NPC 502 011 750

Av. Marechal Gomes da Costa nº 37 -1849-030 LISBOA- Tf. 21 382 02 24 E-mail: [email protected]

A EQUIPA DOS ÓRGÃOS SOCIAIS DA AR-RÁDIO

DESEJA A TODOS OS ASSOCIADOS UM

BOM NATAL

e

2017 PLENO DE FELICIDADE

AR - Rádio 2

SUMÁRIO Editorial ……………………..………3

Marques Maria Órgãos Sociais ………………………. 4 Homenagem dos 80 Anos….…5 Mª.Emília Ramalho Serviços Clínicos da RTP....... 6 Lurdes Brandão

Estranhas Serras ………………..7/8 Ribeiro da Silva Teolinda Gersão …………….…9/10 Graça Vasconcelos Passeio de S. Martinho …..…11 Mª. Emília Ramalho Aniversariantes……........ 12/13 Palavra Favorita …………….14/15 Mª. Assunção Freire Boletim com Gatos…………16/17

Maria Clara A Visão …………………….……..18/19 Drª. Patrícia Alves IRS………………………………….. 20/21

Encontro do Boletim………… 22 Mª. Emília Ramalho Poesia …………………………………..23 Manuel Topa Mª. Hermínia Anastácio

Direcção: António Marques Maria

Edição: Maria Emília Ramalho

Paginação e grafismo: Guilherme Guimarães

Impressão: Reprografia - RTP

AR Rádio 3

As Eleições e a passagem de testemunho, fazem parte da evolução e da continuidade das Instituições. Este ano aproveitámos a Festa dos 80 Anos e da Idade Maior, para se efectuar o acto de posse dos Novos Órgãos Sociais, eleitos na Assembleia Geral realizada no passado 30 de Novembro. Foi uma oportunidade interessante, com cerca de centena e meia de presenças neste grande Convívio, para apresentarmos todos os Colegas envolvidos na passagem de mandato. Passaram o testemunho:

Direcção – Manuel Topa, Lucília Gonçalves e António Caro Conselho Fiscal – Aníbal Cardoso, Francisco Almeida e Maria Inácia Almeida

Entraram:

Direcção – José Manuel Lourenço (secretário), Teresa Beatriz Abreu (tesoureira), Maria Augusta Reis, Maria Almerinda Rita e Adelaide Costa Lopes, como vogais suplentes.

Conselho Fiscal - Maria Ivone Bento e Joaquim Gonçalves. Mantêm - se

Mesa da Assembleia Geral – Presidente - Guilherme Guimarães, António Marteleira

e Maria Assunção Freire - secretários. Direção - Presidente - Marques Maria. Vice-Presidente - Maria de Lurdes Brandão,

(substitui Albano Inácio, que passa para Presidente do Conselho Fiscal). Continuamos a contar com: Elder Récio, Maria Emília Ramalho e Reinaldo dos Santos, como vogais efectivos.

Conselho Fiscal - Presidente - Albano Inácio (substitui Aníbal Cardoso, um dos nossos Fundadores). Maria Isabel Cerdeira continua como suplente.

Como nota final, é bom refletirmos que a existência e a continuidade da AR-Rádio, só tem sido possível, devido à participação Voluntária e empenhada de todos os colegas que, desde o início da Associação, têm dado o seu melhor contributo, para de forma amiga e solidária, proporcionarem aos outros, a maior proximidade possível, através do Núcleo de Voluntariado, do Boletim, e de saudáveis Encontros, Convívios e Passeios, tentando evitar os malefícios do isolamento, com afeto e simpatia. A possibilidade de sermos úteis aos outros, é uma recompensa para nós próprios. Ser Voluntário na AR-Rádio, é uma oportunidade e um Privilégio.

EDITORIAL

António Marques Maria Eleições 2017 -2020

AR - Rádio 4

ÓRGÃOS SOCIAIS - 2017 / 2020

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

António Marteleira Guilherme Guimarães Assunção Freire

Secretário Presidente Secretária

DIRECÇÃO

António Marques Maria Presidente da Direcção

Mª. Lurdes Brandão Teresa Abreu José Manuel Lourenço

Vice Presidente Tesoureira Secretário

Elder Récio Mª. Emília Ramalho Reinaldo dos Santos

Atendimento/Apoio Sec. Boletim / Voluntariado Atendimento

Mª.Augusta Reis Simões Raposo Mª. Almerinda Rita Adelaide Lopes Atendimento Atendimento Atendimento Atendimento

CONSELHO FISCAL

Albano Inácio Mª. Ivone Bento Joaquim Gonçalves Mª. Isabel Cerdeira Presidente Secretária Vogal Suplente

AR - Rádio 5

MariaEmíliaRamalho

O último evento do ano é sempre o que nos toca mais fundo, não só pelo número de colegas que aderem ao nosso convite, como pelo cuidado que pomos em organizar a “festa” dos que perfizeram 80 anos no decurso do ano que finda. Para além disso, a iniciativa de juntar a esses, todos os outros que já os contam há mais tempo, a chamada “Idade Maior”gere um movimento mais amistoso, mais dinâmico, um apertar de laços e abraços entre os mais e os menos jovens. Este ano não foi excepção (não leiam exceção, pelo amor de Deus). Cerca 150 colegas se juntaram a nós, na sempre jovem Casa do Alentejo, que por muitas escadas e degraus, ainda consegue levar-nos lá acima! Entre os homenageados presentes, contámos os colegas:

Francisca Palma Dionísio

Maria Adelaide Gomes Albuquerque

Maria das Dores Rafael

Maria Georgette Sequeira

Maria Zulmira Alves Pires

Infelizmente, por motivos de vária ordem, não compareceram os colegas António Araújo Braga, Artur Augusto Carvalho, Maria Beatriz Carreira Morais, Maria Emília Lobo Pereira, Maria Natércia Rodrigues, Rubi António Reis Ávila. Para todos os nossos sinceros PARABÉNS e votos de LONGA VIDA!

HOMENAGEM dos 80 ANOS e

“IDADE MAIOR”

AR - Rádio 6

COLHEITA DE ANÁLISES NO POSTO CLÍNICO EM LISBOA

Segundas-Feiras / Quartas-Feiras / Sextas-Feiras »»» 9.00h às 10.30h ENFERMAGEM 2ª a 6ª Feira - 09h00 às 18h00- Enf. Ana Paula Gonçalves, Eunice Silva e Natividade Laranjeiro CONSULTA DE ENFERMAGEM / DIABETES 4ª feira -10:30h às 12:30h de 15 em 15 dias HORÁRIOS DOS CLÍNICOS EM LISBOA 2ª Feira Especialidade Horário

Dr. Elmano Costa Clinica Geral 12.30h Drª. Milda Saldanha Clinica Geral 14.00h Drª. Ana Paula Mourato Pediatria 16h30 3ª Feira

Dr. Elmano Costa Clínica Geral 15h30 Drª. Margarida Silva Clínica Geral 14h30 4ª Feira Drª. Ana Paula Mourato Pediatria 09.00h Drª. Dora Simões Ginecologia 14.00h Dr. Elmano Costa Clínica Geral 15.00h 5ª Feira Drª. Eliana Vilaça Psicologia 14.00h Drª. Margarida Silva Clínica Geral 14.30h 6ª Feira

Dr. Luís Almeida Fisioterapia/Osteopatia 9.00h Drª. Milda Saldanha Clínica Geral 14.00h HORÁRIOS DOS CLÍNICOS NO PORTO 2ª Feira

Dr. José Luis Abrantes da Fonseca Clínica Geral - 8.30h às 11.00h 4ª Feira

Dr. José Luis Abrantes da Fonseca Clínica Geral - 14.30h às 17.00h 6ªfeira

Drª Carolina Barbosa Clinica Geral - 14.30h às 18.00h NOTA: As marcações das consultas são efectuadas no Serviço de Pessoal

pelos operadores da aplicação dos Clínicos.

Lurdes Brandão

SERVIÇOS CLÍNICOS DA RTP

AR - Rádio 7

Ribeiro da Silva

As serras de Aire e Candeeiros serão certamente as serras portuguesas mais concorridas, porque diariamente atravessadas por milhares de veículos na auto-estrada entre Lisboa e o Porto e por outras rodovias de grande movimento, mas talvez não sejam das mais conhecidas, apesar de integrarem um parque nacional e constituírem uma reserva de numerosas espécies da botânica e da fauna, algumas das quais

só ali prosperam. Além disso, existem naquelas serras numerosas outros motivos de interesse entre os quais características geológicas curiosas, designadamente formações que não se encontram em qualquer outro lugar do nosso País. Foi a estas serras, que já algumas vezes tínhamos percorrido descuidadamente, e a cidades e vilas das proximidades, que dedicámos alguns dias no passado mês de Setembro, procurando conhecer melhor locais de vário interesse que são por vezes referidos em diferentes publicações. As duas serras, formadas por maciços de natureza calcária porosa que são facilmente penetrados e corroídos pela água das chuvas, apresentam numerosas grutas, calculadas já em mais de 1.500, algumas gigantescas, além de outros elementos geológicos como algares, campos de lapiás, dolinas e uvalas, que são depressões ou cavidades naturais de diferentes tamanhos e variedades formadas no solo devido à erosão durante milhões de anos. Perder-se nestas serras acontece muito facilmente a quem abandona as estradas mais frequentadas e envereda por caminhos que se lhe afigura conduzirem aos destinos procurados, e isto motivado principalmente por muitas encruzilhadas carecerem de placas informativas dos sentidos possíveis, propiciando-se assim ocasiões que levam a veredas apenas próprias para carros todo-o-terreno e a obrigarem a frequentes marcha-atrás. Cremos que este parque natural mereceria um pouco mais de atenção, tanto das autoridades dedicadas ao turismo como das autarquias da região, pois também será muito fácil passar ao lado de motivos com bastante interesse sem nos apercebermos de que estão quase ao nosso lado. Mas, seja como for, valerá sempre a pena fazer ali uma visita, designadamente às principais grutas visitáveis, em que a água é um elemento sempre presente, dando conta de um fenómeno próprio daquele gigantesco maciço, que é o de não manter à superfície a água das chuvas, possuidoras da virtude de corroer o calcário e abrir o caminho até às profundezas, arrastando-o e integrando-o em pequenas gotas depositadas continuamente no decorrer dos séculos sob formas de alongada fantasia, como se fossem obras de inspirados escultores para decorar aquela vastidão aberta no seio da terra.

Estranhas serras com muito que ver

AR - Rádio 8

Dessas grutas a mais imponente é a de Mira d’Aire, já com alguns quilómetros descobertos, dos quais apenas 600 metros são visitáveis, mas deve-se ir também à de Santo António, considerada por muitos especialistas a mais bela da Europa, podendo admirar-se em ambas imensas salas dominadas por grandes e pequenas estalactites e estalagmites, algumas assumindo estranhas formas na sua verticalidade, e outras variadas formações calcárias de grande dimensão, assim como lagos subterrâneos, tudo sob o foco de iluminações apropriadas que realçam as principais características, surpreendendo-nos a cada passo.

As mesmas águas dão também origem a correntes subterrâneas, por vezes muito caudalosas quando de abundância de chuva, e a grandes depósitos, dos maiores do nosso País, e alimentam três rios, Lena Lis e Alviela, e uma ribeira, a dos Amiais, afluente do Alviela, que desde há mais de um século tem sido aproveitado para o abastecimento de água a Lisboa. Contudo, a não permanência da água das chuvas à superfície impede a existência de grandes áreas dedicadas às actividades agrícolas, só possíveis em algumas zonas dos planaltos onde a erosão depositou terras aráveis. Em vários

destes locais dos planaltos, em número de dois, os de Santo António e S. Mamede, também na época das chuvas, formam-se grandes lagoas nas rugosas superfícies serranas. Uma das características das referidas áreas agrícolas é a divisão entre as diferentes parcelas feitas por muros erguidos com grandes pedras colocadas umas sobre as outras, por ali espalhadas em destacada quantidade e que frequentemente são empilhadas em enormes montes, enquanto moinhos de vento em ruínas também marcam a paisagem, um ou outro deles restaurado para casa de férias. Outro dos locais igualmente interessante daquelas serras é a existência de uma mina de sal gema, explorada por extracção de água salgada retirada de um poço. Os antigos armazéns do sal extraído, após recolhidos das numerosas salinas existentes no local, são rudes e constituídos por pequenas construções de madeira alinhadas e formando longas ruas que no seu conjunto têm um aspecto muito peculiar. E para quem esteja interessado em paleontologia, também naquelas serras, mantos de verde isentos das características bravias que distinguem muitas outras, poderá observar cerca de 20 trilhos de pegadas de dinossauros (saurópodes) ali descobertos em 1994, com a idade de 175 milhões de anos e situados numa antiga pedreira, sendo consideradas das mais antigas e nítidas que se conhecem. E já que anda por ali será desperdício se não aproveitar a viagem para visitar também cidades e vilas situadas nas proximidades, como Rio Maior, Porto de Mós e o seu interessante e invulgar castelo, Ourém, onde também se destaca fortificação semelhante, mas esta um tanto degradada, além, entre outras, de Alcobaça, orgulhosa do seu antiquíssimo mosteiro cisterciense, e, evidentemente, Fátima, que desde já se prepara para receber no próximo ano o mais desejado visitante.

AR - Rádio 9

Teolinda Gersão nasceu em Coimbra em cuja universidade estudou.

Foi leitora de Português na Universidade Técnica de Berlim e professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa mas, a partir de 1995, dedica-se exclusivamente à escrita literária.

Tem vasta obra publicada, romances, novelas e contos e está traduzida, pelo menos, em onze línguas. Deixo aqui apenas alguns exemplos: O Silêncio, A Árvore das palavras, A Casa da Cabeça de Cavalo, Os Teclados, Passagens, Os Guarda-chuvas Cintilantes, A Cidade de Ulisses e o recente livro de contos, Prantos, amores e outros desvarios.

Alguns dos seus livros foram adaptados ao teatro e encenados em Portugal, Alemanha e Roménia. Teolinda Gersão tem recebido, ao longo da sua vida, inúmeros prémios: saliento, entre outros, o Prémio de Ficção do Pen Clube, Grande Prémio de romance e novela da APE, Prémio Ciranda, Grande Prémio do conto Camilo Castelo Branco e, agora, pela segunda vez, o Prémio Fernando Namora. Prantos, amores e outros desvarios, são catorze contos extraordinários que falam da vida como ela

é. A partir de memórias, de experiências do quotidiano transfiguradas e da imaginação da escritora, Teolinda Gersão dá-nos verdadeiros momentos de revelação que nos fazem refletir e ver o mundo com outros olhares. São histórias divertidas ou de grande dramatismo e profundidade, inquietantes, por certo, sempre numa linguagem muito própria e, tantas vezes, poética. Como diz Maria Alzira Seixo, professora universitária e ensaísta: O que Teolinda faz é escrever a vida.

Amavelmente, a escritora respondeu a algumas perguntas, a propósito do seu mais recente livro: P - Prantos, amores e outros desvarios é um livro de catorze contos, direi que são histórias onde nos

fala sobre vários aspetos da vida, deste mundo em que vivemos. Será que o título já nos diz algo sobre a forma, por vezes, crítica, outras, dramática, irónica e até lúdica como olha para a realidade, para o outro lado das coisas? R - Penso que sim, e aliás foi essa a minha intenção: procurei um título abrangente, que se coadunasse com a matéria do livro. Acho que um livro de contos ganha mais força se tiver uma certa unidade de “clima”, embora as histórias possam ser – e até convém que sejam – muito diferentes umas das outras.

P - De que maneira a dor do mundo contamina aquilo que escreve?

R - Contamina sempre. Ninguém vive numa redoma nem numa torre de marfim, o escritor é uma pessoa igual a todas, partilha a experiência do seu tempo, a que ele

próprio vive e a que vê viver. Os mídia contribuem poderosamente para nos dar uma

visão do que acontece no mundo, em tempo real ou quase. E tudo o que acontece nos

diz respeito, fazemos parte disso, queiramos ou não. P - Imaginação e memória são matéria prima dos escritores; até que ponto privilegia

uma delas ou as funde? Misturando-as?

R - Pertenço à família dos escritores que se centram no mundo à sua volta, na realidade que viveram ou viram viver, embora depois a transfigurem na escrita.Seria incapaz, por

exemplo, de escrever um livro passado num lugar ou num continente onde nunca tivesse

estado. Sei que há escritores que o fazem, mas, se alguém mo pedisse, eu não aceitaria.

Graça Vasconcelos

Teolinda Gersão vence o Prémio Fernando Namora

/Estoril Sol, pela segunda vez.

"E findo o livro, uma obscura alegria me tomou, contentamento quase clandestino, o de ter mais um cúmplice nesta loucura de encher a vida a escrever romances. Como se, numa multidão indiferente, alguém erguesse a voz para me saudar. Como se, num deserto, alguém esperasse para lhe passar testemunho. Como se, de repente, eu fosse menos louco." Disse Vergílio Ferreira acerca do livro O Silêncio, de Teolinda Gersão.

AR - Rádio 10

P - São catorze histórias sem aparente ligação entre elas. Haverá um fio condutor nestas

suas histórias algo inquietantes?

R - Sim, há elos de ligação. São todas histórias de amor, de paixão, de loucuras, ou de interrogações. O ser humano é muito complexo, e mais dominado pelas paixões do que

pela razão. Mas, apesar desse traço comum, de se tratar sempre de relações humanas,

que nunca são lineares nem fáceis, o leitor encontra histórias muito diferentes entre si, e creio que a variedade será um motivo de prazer.

P - Vou referir três contos: Jogo Bravo, Detrás dos Sonhos, Alice in Thunderland. Peço-

lhe que nos fale um pouco deles, que levante um pouco o véu para os nossos leitores.

R - (risos) Graça, acho que não vou fazer isso. Já reparou a quantidade de coisas que se pedem aos escritores? Além de escrever os livros, pedem-nos que vamos falar deles em

bibliotecas, escolas, grupos de leitura... E depois pedem-nos também comentários ou

interpretações deles nas entrevistas... Então, qual é o trabalho e o papel dos leitores em todo este processo? (risos) Não, não vou dizer nada, não quero facilitar o caminho...

Quem os ler encontrará as respostas que mais lhe convierem, ou as que puder e souber.

Ou, mais provavelmente, não encontrará respostas, mas fará muitas perguntas a si

próprio. E, se for assim, já terá valido a pena ler o livro.

Neste meu caminhar já antigo, por livros e escritores, conheci Teolinda Gersão;

entrevistei-a, pela primeira vez, há muitos anos. Desde então, a sua enorme simpatia, disponibilidade, aliadas, obviamente, ao seu talento e qualidade de escrita, fizeram com

fosse hoje, uma das minhas escritoras portuguesas preferidas; que Teolinda Gersão é

uma das nossas maiores romancistas e contistas da atualidade, não tenho qualquer dúvida. Lê-la é sempre um enorme prazer para quem gosta de livros e escritores.

Deixo-vos um excerto do conto Alice in Thunderland do livro Prantos, amores e outros

desvarios. Mas o livro, apesar de o seu original atravessar o Atlântico e ter agora outro dono, continuou a

seguir-me, ou perseguir-me, como a minha sombra:

Por uma absurda ironia da vida, o meu filho Caryl tornara-se o seu mais fervoroso adepto,

colecionando todo o tipo de "carrolliana" e revelou-se extremamente hábil na sua exploração comercial,

passando também ele a viver em volta da história de Alice.

Até que, há seis meses, no seguimento de um convite, fui à Universidade de Columbia, no centenário

do nascimento de Carroll.

Quando tudo terminou e me olhei no espelho, já sem traje académico, discursos, público ou aplausos, vi que

não podia deixar-me ficar no livro como Carroll me tinha retratado.

Eu vivera, sofrera, envelhecera e ali estava agora, no final da vida, tal como era.

Aos oitenta anos, a verdadeira Alice: livre, construída por si própria, independente do olhar de quem

quer que fosse, deste lado do espelho.

Tenho pensado muito nisso desde que regressei a Inglaterra.

Não posso resignar-me a ficar retratada por Carroll debaixo da terra, para onde a morte me levará

em breve, enquanto a pequena Alice, de que estou tão farta e cansada, continua a viver à superfície,

aprisionada num livro louco e numa história falsa.

Não quero duas Alices, uma em cima da terra e outra em baixo, como se entre ambas houvesse ainda

um espelho, um vidro ou uma lente a separar dois mundos.

Para nos libertar a ambas, a do livro e eu, terei de revelar a verdade e contá-la. Decidi, portanto,

escrever a minha versão da história.

Este conto é, para mim, um dos mais belos e inquietantes deste livro de Teolinda Gersão, recentemente editado, Prantos, amores e outros desvarios, Porto Editora. Espero que tenham tanto prazer em ler este livro como eu tive.

[email protected]

AR - Rádio 11

MariaEmíliaRamalho

Eu ainda sou do tempo em que “beber vinho era dar de comer a um milhão de portugueses”. Hoje os tempos são outros e o tal milhão de lavradores de enxada transformaram-se em produtores e enólogos, por ventura com mais escola e cuidado nas pesquisas de castas, processos de vinificação e técnicas de comercialização. Neste campo e continuando a nossa “peregrinação” por Adegas e Caves (recordemos as incursões ao Jardim Buda Eden no Bombarral, à Quinta da Bacalhoa em Azeitão, a Cartuxa em Évora, à Adega Maior em Campo Maior, às Caves Aliança em Sangalhos) desta vez fomos às Caves José Maria da Fonseca, também em Azeitão, berço do tão

famoso Moscatel de Setúbal. E aí estivemos, festejando o SÃO MARTINHO, data que vinha mesmo a propósito! Visitámos a Casa Museu, os Jardins e as Adegas de José Maria da Fonseca. Fundada em 1834, representa a paixão secular pelo vinho. É nesta Adega que estagia o famoso Periquita, algumas pipas com mais de 160 anos e os Moscateis, tão antigos quanto a empresa e que pertencem à colecção privada da família Soares Franco, actual proprietária das Adegas. Para além da Prova de Vinhos com as clássicas bolachinhas de água e sal, ainda houve tempo para a escolha criteriosa duma ou mais garrafas, trazidas para uma ocasião especial. Daí seguimos para o Restaurante Dona Isilda, em Palmela, já nosso conhecido de anteriores passagens. E se Pantagruel ainda existisse, com.certeza o encontraríamos por aqui. Estrelas Michelin? Sem ofensa para o senhor dos pneus, vá aprender onde se come bem e depois conceda as suas estrelas a quem as merece!!!

Fotos cedidas por Guilherme Guimarães, Teresa Abreu e Lurdes Brandão

CONVÍVIO DE SÃO MARTINHO

AR - Rádio 12

São estes os colegas que festejam o seu Aniversário no 1º Trimestre (meses de Janeiro, Fevereiro e Março) do corrente ano. São nomes de

amigos que nesse dia merecem ser lembrados e receber uma mensagem e um abraço. Aqui fica o convite!

Informações sobre contactos

Janeiro/2017 Dia

01 – JAIME MARQUES ALMEIDA 01 – NELSON JOSÉ JESUS FERREIRA 02 - MARIA MANUELA FERREIRA PINTO

02 - RUI JOSÉ MELO ARAÚJO

02 - ALCIDES BAPTISTA SEIXAS

03 - RAQUEL MARIA CASQUINHA

03 - ALBANO INÁCIO DOS SANTOS

04 - JORGE DOS ANJOS MENDES

05 - MARIA VIOLANTE AMIGUINHO LEME 05 - ETELVINA NUNES DOS SANTOS

05 - MARIA FERNANDA M. CARVALHO

06 - MARIA JOSÉ SANCHES ALMEIDA

06 - ANTONIO PAULO G. PEREIRA RATO

06 - GRAÇA REIS FREITASVASCONCELOS

07 - CRISTINA PAULA L. B. CHICAH

08 - JOSÉ LUÍS BORGES SO MAGALHÃES

09 - DUARTE GUEDES VAZ

09 - AURELIANO RAMOS PACHECO

09 - ANTÓNIO MARTELEIRA

09 - MARIA DE LURDES F.SIMÕES 09 – JÚLIO CENTENO LARGO 11 - MARIA FÁTIMA P. S. B. M.FREITAS

Dia

12 - MANUEL LOPES CAMILO

13 -MARIA EMÍLIA S.RAMALHO GOMES 15 -IVONE VIEIRA FIDALGO TERREIRO

16 - MANUEL LUIS SANCHES MATOS 17 - INÁCIA MARIA CORREIA COSTA

17 - JOSÉ MARIA MORA DE CAMPOS

17 - TERESA BEATRIZ RIBEIRO ABREU

17 - JOSÉ MANUEL ALMEIDA CERQUEIRA

18 - MARIA AUGUSTA O. REIS

18 - EMILIA JUDITE CARVALHO O.ALVES

18 - ANTÓNIO FERNANDES GUERRA

19 - MARIA LURDES CASIMIRO F.LOPES

19 - MARIA LEONOR M. CORREIA

21 - LUCÍLIA BENEDITA A. SILVA

21 - MARIA ROSA ARRANHADO LEITE

22 - MARIA IRENE PESSOA M. GARRIDO 25 - MARIA TERESA G. BORGES CASTRO

26 - ANTÓNIO DE ARAUJO BRAGA

26 - JOAQUIM NEVES MARCOS SILVA 28 – MARIA DULCE CARMO M.LUZ VARELA

29 - ILÍDIO TAVARES DAMAS BRANDÃO

31 - ANTÓNIO JOSÉ ALVES DIAS

MEMÓRIA

No último trimestre do corrente ano, faleceram alguns colegas e associados, a quem prestamos a nossa homenagem, renovando os sentidos pêsames aos respectivos familiares. Com efeito, já não estão entre nós os colegas e amigos Maria Fernanda Candeias e Carlos Alberto Santos. Para eles e outros de que eventualmente não tenhamos tido conhecimento em momento oportuno, a saudade e a memória do tempo que passámos juntos.

AR - Rádio 13

PARA TODOS, OS NOSSOS SINCEROS PARABÉNS, COM VOTOS DE MUITA SAÚDE

Março

Dia

01 - MARIA ANJOS PEREIRA RODRIGUES 01 - MARIA BEATRIZ CARREIRA MORAIS 01 - GUILHERME MARQUES GUIMARÃES 03 - MARIA AMÉLIA MARQUES SILVA 03 - FERNANDO HORÁCIO P.SANTOS 03 - ROSA MARIA J. LOPES COELHO 04 - CARLOS ALBERTO P. GUEDES 04 - MARIA JULIETA SILVA R.LUIS 05 - CARMINDA DIAS DA SILVA 05 - JOSÉ ANTÓNIO DE SOUSA JUSTO 05 - CESÁRIO SILVESTRE LEITÃO 08 - ROGÉRIO ABRANCHES V. BARROS 08 - FRANCISCO M. S.C.MASCARENHAS 09 - LUCÍLIA LOPES GONÇALVES 09 - FRANCISCA PALMA DIONISIO RAMOS 10 - JOAQUIM VIEIRA BRAZ 11 - MARIA MANUELA R. A. NOBRE 11 - JOSÉ CARLOS P. SILVA RAMOS 12 – MARIA FÁTIMA R. T. ESPIGA 13 – ANA LUISA FAVINHA MOREIRA 13 - MANUEL MENDES GARCIA 13 - EMÍLIA MARIA SILVA N. S. PLAZA 16 - MARIA ROSA A.G.ALMEIDA ANTUNES 19 - ANTONIO JOSÉ M. AVIZ BRITO 19 - AURORA ALVES NEVES FERNANDES 21 - MARIA NATÉRCIA M.S. RODRIGUES 22 - MARIA BARATA GASPAR BRITO 23 - MÁRIO MARTINS MÓNICA BERNARDO 23 - JOÃO MANUEL PEREIRA COSTA 24 - MANUEL JOAQUIM PEREIRA GARRIDO 24 - JOÃO AUGUSTO BIZARRO FIGUEIREDO 26 - MARIA EMÍLIA S. SANTOS ALVES 27 - ADRIANO ANTÓNIO ANDRADE 28 - RUI LOPES LEITÃO 28 – MÁRIO FERNANDO FERREIRA REBELO 29 – MARIA LISETE NUNES L. MENDES 30 - ALFREDO SERRA 30 - JOSÉ INOCÊNCIO M. A ROVISCO

Fevereiro

Dia

01 - ELMIRA DA CONCEIÇÃO FERREIRA 01 - MARIA ROSA SIMÕES 02 - LUÍS MADEIRA 03 - MARIA DO ROSÁRIO F. MARTELEIRA 03 - ANABELA C. LOTRA LUIS 04 - FERNANDA CONCEIÇÃO T.CALEJO 05 – MARIA PIEDADE SILVA COELHO 07 - MARIA INÁCIA S. P.ALMEIDA 07 - ANTÓNIO MARINHO MARTINS OLIVEIRA 07 - DEOLINDA FERNANDA V.VICENTE 07 - JOÃO CARLOS CAMPOS GUEDES 08 - REGINA MARIA PEREIRA SANTOS 09 - ROSA MARIA F.A.PORTELA MATOS 10 - MARIA JÚLIA VENTURA SERVOLO 10 - EDITE Mª BATALHA SOMBREIREIRO 11 - VÍTOR MANUEL BERNARDES AMARAL 12 - MARIA MANUELA S. F.JORGE 13 - ARTUR RODRIGUES CAETANO 13 - JOSÉ MARIA CUNHA 13 - AFONSO HENRIQUES FERREIRA 14 - MARIA LUISA OLIVEIRA GONÇALVES 15 - MARIA CREMILDE J. R.MENDONÇA 15 - MARIA JOAQUINA MARQUES PINTO 16 - ANTÓNIO FRANCISCO P.NUNES 17 - ILDA MARIA SOARES ABREU 17 - RUI MIGUEL LOURENÇO GUIMARÃES 18 - LUCIANA MARQUES D.SILVA 18 - ANTONIO JESUS F QUINTAL 20 - MARIA ADELAIDE S.ALMEIDA 20 - MÁRIO HENRIQUE F.MOREIRA FEIO 20 - MANUEL DA SILVA PINTO 25 - MARIA MARGARIDA A.PATULEIA 26 - MARIA DE LURDES E. SILVA 27 - MANUEL ANTÓNIO CRUZ 27 - MARIA DAS DORES L.S.RAFAEL 27 - MARIA TERESA D. CAVACO DIAS 28 - JOSÉ MANUEL REBELO SANTOS 28 - LIDIA A. SEGURO NEVES FERREIRA 28 - MARIA ADELAIDE G. ALBUQUERQUE 28 - MARGARIDA HELENA L.P.S. POMBAL

ANIVERSARIANTES DE FEVEREIRO E MARÇO DE 2017

AR - Rádio 14

Vou, transcrever parte da sua participação (1/2), numa iniciativa que convocou a colaboração das mais variadas figuras da cultura, no sentido de evocarem as suas Palavras Favoritas. Pronunciaram-se poetas com palavras encantatórias, como Francisco Penin, com Upabiluca e José Luís Peixoto, com Calicatri. Entre muitos mais, participaram também, Marcelo Rebelo de Sousa, com Cristo, Carmen Dolores com Poesia e Rosa Lobato de

Faria com: Cântaro

«Convoquei as palavras preferidas. Umas, como Caminho, vieram ajuizadamente. Esta trouxe-me flores e pegadas de sandálias infantis. Lua veio sonhadora, deslizando entre nuvens, e Mar falou alto, vestido de espuma, com mãos transparentes e cabelos molhados. Estrela caiu no abismo do meu peito, não sem deixar um perceptível rasto de luz. (…) Nenúfar quase me convenceu a escolhê-la e pedi-lhe que passasse para o lado do meu

coração (…) Procurava uma palavra substantiva. Nada de conceitos bonitos que me pusessem a sonhar acordada, sentimental e piegas, naquele engano d´alma que a poesia, às vezes traiçoeira, gosta de alimentar. E as minhas palavras substantivas continuaram a desfilar com pezinhos subtis por cima do meu corpo (…) Vendo que não as escolhia, começaram a despedir-se. Caminho tinha de ir, não era palavra de ficar ali à espera que uma escritora ociosa inventasse um conceito com pernas para andar (…) Mar estava a ser solicitado por tantos escritores que só lhe restou seguir viagem, não sem antes acariciar areias e agredir rochas que resistiam ao seu abraço (…) Tentei sacudir beijo e música e perfume, mas elas evidentemente ficaram, porque sem elas não seria capaz de

escolher palavra nenhuma. Nomeei-as minhas conselheiras para que a palavra escolhida lembre beijos, tenha música e sugira aromas de terra e chuva e flor de laranjeira. (…) Então, reparei que bem a meu lado, discreta, humilde, feita de barro, estava a palavra Cântaro. Esdrúxula e circunflexa, sem ser circunflexa nem esdrúxula. Simples sem ser fácil. Antiga e não obsoleta. Que traz no ventre a palavra cantar e ressoa e ressua. Evoca água, fonte, namorados, cantigas ao pôr do sol, conversas de mulheres e de pássaros. Tem ancas e tem boca e a sua pele é húmida. Vazia amplia o som. Cheia dá de beber.

«A MINHA PALAVRA FAVORITA»

Mª.Assunção Freire

No próximo dia 2 de Fevereiro (dia da Candelária), completar-se-ão sete anos sobre a partida da Rosa Lobato de Faria.

AR - Rádio 15

E se falares para dentro, seu bojo responde-te segredos. Basta sonhares a palavra e ela refresca-te e se, mulher, a aconchegares à ilharga, cumpres o ritual milenar, protagonizas a mulher bíblica, a mulher lendária, a mulher eterna. Às vezes, sem deixar de ser cântaro, veste-se de vidrado e num assomo de vaidade, quando lhe parece que o vidrado lhe inibe os poros, enfeita-se de pedrinhas-lume, como as mulheres se ataviam de joias. Pode aceitar pinturas mas é nua que a palavra resplandece, pronta para as mãos que a levarão à fonte. E lá com a canção da água a fecundar-lhe o ventre, cântaro é a palavra mágica, a palavra música, a palavra terra, a palavra escolhida, e agradeço a todas as outras palavras, terem-se deixado generosamente convocar para me ajudar a cantá-la. Cântaro, de barro como eu, é a minha palavra deste dia. «A MINHA PALAVRA FAVORITA» -

Rosa Lobato de Faria - 2007

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. UM METRO DE VIDA, um tempo d´afectos,

anos de inocência, serenos completos. Tanta coisa boa, tão grande riqueza: mar largo, searas, bosques, natureza.

Um sopro de brisa, no canavial; Um sol que agoniza, um raio de luar a espalhar prata no grande pomar; Um rio que desliza na várzea natal, *)

de pequenas praias, águas de cristal. Agrestes carreiros, um sabor a sal; Uma velha fonte, um traço de cal. Um calor de forno, num naco de broa; Um breve sorriso, uma nesga de luz; Um barco a varar: seis braços à proa; Um amor malquisto, que já não seduz; Um adeus previsto, a qualquer momento; Um gosto a saudade, uma doce pena; Um sino d´ermida a rasgar o vento; Um voo d´andorinha, um pequeno poema. Meu amor sem nome, meu toque de mel e a sua lembrança, presa à minha pele

. Minha solidão, meu coração mudo; Meu entendimento de nada e de tudo; Meu reino de paz, minha liberdade. Bom juízo é que, em boa verdade, do que eu sonhei e do que senti, de tudo o que eu sei e do que vivi, o real que foi, foi só para mim. Não vou deixar rasto que valha uma estória. Tive, a meu comando, toques de clarim. Hoje tenho, apenas, a minha memória.

*) – Trata-se do rio Safarujo que nasce na

Malveira, passa pelo Sobral da Abelheira (terra

dos meus antepassados maternos) e desagua na

praia de São Lourenço, a norte da Ericeira.

UM METRO DE VIDA

AR–Rádio 16

Este apontamento nasceu quando recebi um mail com a interpretação de um côro que imita os

miados dos gatos. É um trecho composto por Rossini. Já conhecia a peça mas achei tão deliciosa a interpretação dos dois pequenos cantores que resolvi procurar alguma coisa mais na vida dos belos felinos, para além de festinhas e ron-rons … Até porque tive um lindo exemplar, todo branco e com olhos azuis que já morreu há alguns anos mas deixou muita saudade. E depois os felinos devem ser muito importantes no processo da Criação para terem merecido uma incandescência criativa de um senhor que tem o seu nome nos grandes livros da Música.

– Domesticado primeiramente no oriente médio, o gato doméstico é o resultado de uma adaptação

evolutiva dos gatos selvagens. Cientificamente, é denominado Felis catus, de acordo com as regras do

Código Internacional de Nomenclatura Zoológica. Entretanto, na prática é comum por parte de muitos

biólogos, a distinção entre as espécies selvagens (Felis Silvetris) e as domesticadas (Felis Catus).

Os sinais mais antigos da associação dos gatos com o homem datam de 9.500 anos atrás. A sua função

era trabalhar no auxílio do controle populacional de diversos tipos de roedores. Actualmente é bastante

popular, seja como animal de companhia ou como animal de trabalho, exercendo ainda a sua função

original,tanto em ambientes rurais como urbanos.

Trata-se de um animal de tamanho pequeno a médio, em geral pesando entre 2,5 e 7 kg. Excelente

caçador, o gato possui natureza independente, é curioso mas também sociável. A sua alimentação

baseia-se essencialmente no consumo de carne, mas até mesmo os exemplares selvagens costumam

complementar com folhas e outros elementos vegetais.

As características comportamentais dos gatos variam dependendo de raça, idade, sexo e também das

diferenças de criação, incluindo o ambiente onde vivem. De acordo com o tipo de pelagem, podem

apresentar diferenças físicas. Os de pelagem curta tendem a ser mais magros e activos fisicamente,

enquanto os de pêlo longo são, em geral, mais pesados.

Considerados animais de cérebro bastante evoluído, os gatos são inteligentes, capazes até de sentir

emoções. Em relação à anatomia, possuem corpos fortes e flexíveis, garras retráteis bem afiadas e

reflexos muito rápidos.

A expectativa de vida de um gato é considerada longa. Enquanto um gato selvagem ou de rua tem

expectativa de vida bastante reduzida devido a brigas e acidentes, os exemplares domésticos podem

viver por mais de 20 anos. Os gatos tendem a ter aversão a ambientes aquáticos e só o fazem se fôr

extremamente necessário, como no caso de queda acidental na água.

Eles são capazes de comunicar de maneira eficaz, seja com os humanos ou com outros animais da sua

espécie. O cérebro dos gatos apresenta estrutura tão avançada que possibilita o desenvolvimento de

uma espécie de linguagem, comunicando por meio de miados e ronronares, além de linguagens

corporais.

Hoje, Boletim com GATOS…

Moserrat Caballé e Concha Velasco Os pequenos cantores de La Croix du Bois

Para aqueles (poucos, certamente) que ainda não conhecem, sugiro que acedam à Net e busquem estas duas interpretações ou outras, do “Côro dos Gatos” :

Maria Clara

AR–Rádio 17

O miado é um som geralmente agudo que varia significativamente,

dependendo do seu propósito. O gato pode vocalizar por sofrimento

ou para pedir comida, por exemplo. Já o ronronar geralmente indica

um estado de calma, prazer ou excitação.

Ao longo da história, a reputação dos gatos foi mudando, passando

de sagrados (para os egípcios) até seres demoníacos (na época em

que este animal era queimado junto das supostas bruxas). Mas os

mitos mudaram…

Uma crença quer fazer crer que o pequeno felino pode ver no escuro. Apesar de ter visão no período

nocturno 10 vezes acima da de um humano, é necessário uma pequena luz para que as células

oculares reflictam a imagem na retina.

Alguns acreditam que um gato preto pode trazer azar. Contudo, há países, como no Reino Unido ou

no Japão, em que, se alguém se cruzar na rua com um animal desta côr, isso é encarado como um

bom presságio. Segundo alguns estudos, a informação genética que confere a côr preta ao gato,

está associada à imunidade do VIH dos felinos.

O gato também se apega aos seus donos, criando fortes laços. Existem inúmeras provas como é, por

exemplo, um caso, nos Estados Unidos, em que uma gatinha caminhou por 2400 quilómetros, em

busca dos seus donos que haviam mudado de casa.

É importante perceber que um gato não tem 7 vidas.... Tal como todas as outras espécies, este

animal só vive uma vez, e tem uma esperança média de vida de 15 anos, para animais

domésticos e de 2 para gatos selvagens.

Os gatos não são interesseiros, simplesmente fazem o que lhes apetece e quando lhes apetece.

Não transmitem asma, sendo a sua estirpe diferente da dos humanos. E o seu ronronar não está

associado a nenhuma deficiência respiratória, mas sim ao relaxamento e à felicidade.

Um gato passa cerca de dois terços da sua vida a dormir, o que equivale a 16 horas de sono, diárias.

Quem convive com gatos observa, facilmente, que estes têm mais atividade à noite. É porque este felino

é um predador, programado para caçar, especialmente durante o período nocturno. De notar que mesmo

um gato a brincar revela instintos primitivos como esconder-se e, posteriormente “atacar” ràpidamente.

Para realizar todas estas acções, o pequeno felino descansa durante o maior tempo possível.

Quando um gato esteve a dormir profundamente, o despertar tem semelhança com o dos humanos. Êle

boceja, espreguiça-se e pisca os olhos repetidamente, ocupando-se depois com os seus cuidados de

higiene.Os gatos, tal como a nossa espécie, também sonham quando dormem, e podemos ver as patas

ou os bigodes a mexer ou, em casos extremos, ouvir a emissão de sons. O sono profundo de um gato

dura, em média, 5 minutos.

Tal como os humanos, os gatos também se sentem mais preguiçosos em dias chuvosos ou frios.

Espero que tenham encontrado alguma coisa que ainda não sabiam sobre gatos…

mmiiaauu… Até à próxima.

AR–Rádio 18

É verdade que muitas dessas alterações frequentes podem ser facilmente corrigidas, mas é igualmente verdade que muitas das situações potencialmente graves que podem levar à cegueira, evoluem durante muito tempo de forma mais ou menos silenciosa, isto é, sem sintomas valorizados pelo doente.

Torna-se, assim, necessário que as pessoas com mais de 50 anos, mesmo que não tenham queixas, se submetam periodicamente a um exame oftalmológico rigoroso para despiste precoce de eventuais lesões. Para percebermos melhor as alterações da visão que podem ocorrer quando envelhecemos, começamos por vos dar uma noção de quais as estruturas que compõem os órgãos que permitem a visão, os olhos. Quando nos olhamos ao espelho todos sabemos identificar as estruturas dos nossos olhos que vemos refletidas. Também todos nós sabemos que os nossos olhos têm a forma de um globo e que possuem um conjunto complexo de estruturas que permitem que os sinais luminosos que entram pela pupila atinjam a retina, onde cerca de 100 milhões de células especializadas convertem as ondas luminosas em estímulos electroquímicos que são enviados para o cérebro através do nervo ótico.

O globo ocular é constituído por 3 camadas: a camada externa - a esclerótica, a camada intermédia ou vascular e a camada mais interna - a retina. A esclerótica tem funções de suporte e é branca em toda a

sua extensão, excepto na parte anterior que é transparente - a córnea. A camada intermédia ou camada vascular é

constituída por várias estruturas: íris, corpo ciliar e coroideia. A íris é um disco situado imediatamente atrás da córnea,

constituído por fibras musculares e pigmentos vários dos quais depende a cor dos olhos de cada pessoa. No centro da íris existe uma abertura circular, a pupila, cujo grau de contracção ou de dilatação, alterado pela acção das fibras musculares do disco, regula a passagem dos raios

luminosos até ao fundo do olho.

O envelhecimento e a visão

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TRATAMENTO DAS

DISLIPIDÉMIAS

Drª. Patrícia Alves

Com a idade a maioria das pessoas começa a notar alterações da visão.

AR–Rádio 19

À volta da íris, é possível encontrar o corpo ciliar, uma estrutura igualmente constituída por abundantes fibras musculares que formam o músculo ciliar, ligada ao cristalino (a nossa lente natural) através de um ligamento, cuja contracção altera a curvatura da lente, de modo a possibilitar a incidência dos raios luminosos sobre a retina. O corpo ciliar é igualmente responsável pela secreção do humor aquoso, o líquido que ocupa a parte anterior do olho. Para trás e na continuação corpo ciliar estende-se a coróide que separa a esclerótica da

retina. Trata-se de uma zona muito rica em vasos sanguíneos susceptível de fornecer oxigénio e nutrientes a outros componentes do globo ocular. A Retina corresponde à camada mais interna do olho e é a membrana sensível sobre a qual são projectados os raios luminosos. É na retina que se encontram os fotorreceptores, as células responsáveis pela transformação dos estímulos luminosos em impulsos nervosos: os cones, que reagem em ambientes bem iluminados, sendo sensíveis às cores, e os bastonetes, que reagem em ambientes pouco iluminados, proporcionando uma visão a

preto e branco.

Atrás do cristalino e preenchendo um espaço que fica entre este e a retina encontra-se uma estrutura designada por corpo vítreo e que está repleto de uma substância viscosa e gelatinosa denominada humor vítreo. Como atrás referimos há alterações da visão que são bastante frequentes nos mais velhos, mas que são, na sua maioria, facilmente corrigíveis recorrendo á utilização de óculos. Assim, com o decorrer dos anos pode iniciar-se um processo de rigidez do

cristalino e de perda de força dos músculos ciliares, dando origem uma diminuição de capacidade de adaptação (por exemplo: quando conduzimos um automóvel perda da noção da distância exacta do veículo que circula em sentido contrário, isto é, perda da noção da profundidade) e diminuição da visão ao perto. Pode, também haver uma diminuição da pupila com dificuldades na transição claro-escuro ou, ainda, aplanamento da córnea provocando distorção dos objectos independentemente de estarem perto ou longe - astigmatsimo. A dificuldade de distinguirmos as cores no escuro é resultado de uma redução do número de cones e bastonetes. Além destes, temos as situações que são potencialmente muito graves no caso de não serem tratadas em tempo útil. Estão incluídas neste grupo de doenças oculares: A degenerescência macular da idade, as cataratas, o glaucoma, o descolamento da retina, o descolamento do vítreo, as alterações associadas à diabetes, o olho seco e a baixa visão. Estas doenças serão tratadas no próximo artigo.

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AR - Rádio 20

INFORMAÇÕES ÚTEIS

OE2017: 10 mudanças no IRS com que deve contar

1.Entrega da declaração

Esqueça as datas de entrega do IRS que vigoraram até aqui e que, no essencial, dividiam os contribuintes por tipologias de rendimentos, dando a cada tipo um mês para fazerem as contas anuais com o fisco. A partir de 2017 (para o IRS relativo a 2016) todas as pessoas vão ter 2 meses (de 1 de abril a 31 de maio) para procederem à entrega da sua declaração do IRS, independentemente da natureza dos rendimentos. 2. IRS automático

A entrega do IRS vai tornar-se automática para os contribuintes que durante o ano anterior apenas tenham registo de rendimentos provenientes de trabalho por conta de outrem e de pensões. Este mecanismo vai ficar disponível para o IRS de 2016, mas como se trata do primeiro ano de aplicação, terá algumas limitações. Uma delas é que o contribuinte em causa não tenha pago pensões de alimentos, outra é que não tenha dependentes nem deduções relativas a ascendentes (despesas com lares, por exemplo). 3. Casados e unidos de facto O regime regra do IRS para casados e unidos de facto continua a ser o da tributação em separado. Mas mantém-se a possibilidade de as pessoas optarem por fazer a entrega em conjunto (se tal lhes for fiscalmente mais favorável), sendo que esta opção pode ser acionada mesmo que a declaração seja entregue fora do prazo. 4. Novos escalões

Os escalões de rendimento do IRS (são cinco) vão ser atualizados em 0,8% (em linha com a inflação deste ano), o que significa, na prática que o valor do primeiro destes escalões coletável deixe de estar balizado nos 7035 euros para passar para os 7091 euros. Esta mudança protege os contribuintes que venham a ter algum aumento de rendimento e deverá também ser refletida nas tabelas de retenção na fonte. 5. Sobretaxa

A sobretaxa não acaba a 31 de dezembro de 2016 – como previsto na lei – mas é reduzida em 2017. O acerto de contas à luz das novas taxas (que vão ser mais baixas para todos os escalões de rendimento) apenas será feito em 2018, quando os contribuintes entregarem a declaração do IRS, mas em 2017 a maioria dos contribuintes já irá sentir algum desagravamento. Tudo porque, o OE determina que os trabalhadores e pensionistas vão deixando de fazer de forma gradual retenção na fonte por conta da sobretaxa.

Fonte Internet

AR - Rádio 21

6. Educação

Muito se falou da necessidade de as deduções de educação serem alteradas para que o tratamento de gastos como os relacionados com refeições e transportes escolares fosse harmonizado, mas a proposta do OE é omissa nesta matéria. Não há ainda certeza se o tema avança na especialidade, se em diploma autónomo ou sequer se será ratado ainda a tempo de “salvar” as despesas de 2017.

7. Datas das faturas

Pedir fatura com NIF continua a ser essencial para ter acesso às deduções que permitem reduzir o IRS. A experiência tem mostrado que não basta pedi-las, mas que é também necessário ir acompanhando a sua entrada no Portal das Finanças. Até agora era necessário esperar até ao dia 25 do mês seguinte ao da data de emissão para fazer esta verificação. No próximo ano, a data para o fazer recua para o dia 8. Ou seja, as faturas emitidas em janeiro, terão de ser comunicadas pelas empresas até 8 de fevereiros e assim sucessivamente.

8. Corrigir despesas dedutíveis

O regime transitório que este ano permitiu às famílias discordar do apuramento das despesas de educação saúde e casa previamente calculado pelo fisco, vai continuar ativo em 2017 (para os gastos realizados em 2016). Quem fizer esta opção terá de manter as faturas por quatro anos.

QUOTAS DOS ASSOCIADOS

A Quotização, a par da comparticipação do IRS e do subsídio atribuído pela Empresa, constitui uma das principais fontes de receita da nossa Associação, que nos permite, entre outros apoios, a comparticipação nos eventos, tendo atingido, no corrente ano, cerca de 50%. Lembramos que alguns associados não têm as respectivas quotas em dia, pelo que, deixamos o nosso apelo, no sentido de procederem à respectiva regularização, a fim de, justamente, poderem exercer todos os direitos estatutários, nomeadamente o benefício da comparticipação nos eventos.

A Direcção

AR - Rádio 22

MariaEmíliaRamalho

Estava decidido! Os “escrevinhadores” do Boletim tinham que se encontrar, alguns deles nem se conheciam! Não se sabia era quando nem onde, conciliar agendas nem sempre é fácil!

Aproveitando uma deslocação a Lisboa da colega Conceição Almeida (Foco) que reside em Tortosendo, Beira Baixa, foi por sua sugestão que escolhemos o Restaurante Vegetariano Jardim das Cerejas, ali na Calçada do Sacramento, em pleno Chiado, que nos surpreendeu agradavelmente pela variedade e apresentação dos menus, um buffet apetecível em cores e sabores que nem o mais

radical carnívoro desdenharia experimentar. Foi um convívio animado onde se trocaram experiências e foi evidente o empenho destes colegas na tarefa de pontualmente porem o seu saber, a experiência e sensibilidade ao serviço da Ar/Radio. Este projecto do Boletim começou modestamente em 1995, 4 páginas A4, a preto e branco mas já com um leque de colaboradores de grande qualidade, Etelvina Lopes de Almeida na Direcção, Mateus Boaventura responsável pela Redacção, Urgel Barreira no Grafismo. Já nessa altura o Boletim pretendia ser um elo de aproximação entre aposentados, reformados e outros funcionários e era solicitada a colaboração de “outros que com mais ou menos jeito para escrever tenham qualquer coisa para contar ou reclamar”.No Boletim nº1 destacamos a Maria Júlia Guerra, o Hernani Correia, o Alvaro Cruz, a Maria de Lourdes Brás, o Dr.Nelson dos Santos, médico dos serviços clínicos da E.N. Este convite distante tem colhidos frutos e neste Jardim das Cerejas pudemos contar com a presença do director António Marques Maria, os habituais colaboradores Ribeiro da Silva, Maria Clara, Assunção Freire, Hermínia Anastácio, Patrícia Alves, Graça Vasconcelos e Conceição Almeida. Ao Guilherme Guimarães cabe a tarefa da Paginação e Grafismo e a esta vossa amiga a Edição, que para falar com franqueza não sei muito bem o que seja, para além de trimestralmente perseguir os restantes “escrevinhadores” com pedidos de textos para “ontem” O Boletim de hoje cresceu em número de páginas, em variedade de temas, em imagens, quase se pode dizer “ao vivo e a cores” . A quem faz o favor de nos ler, o nosso muito obrigado!

O ENCONTRO DO “ BOLETIM”

AR - Rádio 23

ABRIL

Para além do tempo, Para além do espaço, Haverá momento Para um abraço?! Esquecidos no tempo, Perdidos no espaço, Este é o momento Para aquele abraço!... Mª. Hermínia Anastácio

NESTE TEMPO E NESTE ESPAÇO

Manuel Topa

Depois da ceia De caldo e pão Rezado o terço Ao fogo da lareira Que lentamente Se extinguia Na candeia de petróleo Pequenina chama Ao céu apontada Os filhos dormindo No regaço da Mãe Cada um de seu lado Lá fora o vento A uivar no telhado E os pinheiros Vizinhos mais próximos Gemiam de dor Na noite de invernia A pedra de granito Mantendo o calor E ao redor dela A família unida A Mãe e os dois filhos Com o pai lá longe Para onde partira No princípio da semana O sábado demora Para o reencontro E serem quatro No dia de festa ../.

Então a chama branca Do candeeiro de petróleo Lâmpada magnífica Irradiando a toda a sala A iluminar o espaço Da família reunida A lã cardada Ia desaparecendo A engrossar o fuso Que os dedos hábeis Faziam girar Em ritmo sereno Iamos pra cama Quando a Mãe cansada Levando a candeia Alumiava o caminho Aconchegava a manta E os seus anjos beijava

A MINHA MÃE

AR - Rádio

Edição de Dezembro 2016