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Jornalismo institucional e técnicas de assessoria de imprensa Professor mestre Artur Araujo ([email protected]) A comunicação sindical

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Jornalismo institucional e técnicas de assessoria de imprensa Professor mestre Artur Araujo ([email protected])

A comunicaçãosindical

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Lembretes A prova está agendada para o dia 14

de maio. Faltam 14 dias. Faltam 21 dias para a entrega do

trabalho final em grupo.

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Recapitulando... Falamos da

aula passada sobrea comunicação governamental.

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O desafio

Trabalhar para um público sindical é a mesma coisa que atuar em qualquer órgão de imprensa?

Obviamente que não.

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Quem lê jornal?

No Brasil, infelizmente, quase ninguém.

Entre os que não lêem estão, obviamente, a maioria dos trabalhadores, público-alvo da comunicação sindical.

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Mais um desafio

Além de ser um público que não costumaler jornal, o público-alvo do jornalismo sindical é um verdadeiro saco de gatos:

tem de tudo, de metalúrgico a professor universitário, passando por bóia-fria, inclusive.

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Onde se quer chegar na comunicação sindical?

Trata-se de uma comunicação que quer convencer seu público a participar ativamente de ações que têm como objetivo melhorar vida.

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Um objetivo palpável

O objetivo da comunicação sindical é palpável, concreto. Está intimamente ligada à ação. A ação que o sindicato vai desenvolver.

Um boletim, um bom discurso, um bom programa de rádio é aquele que consegue apresentar bem uma proposta.

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Três papéis da comunicação sindical

A comunicação sindical não tem um único e exclusivo papel. Tem vários. Ela é

1. esclarecedora, 2. formadora e, ao mesmo tempo, 3. aglutinadora.

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Das palavras à ação

A comunicação sindical, quando bem feita, convence e leva à ação.

A ação proposta pela comunicação sindical traz resultados que podem mudar a vida de uma pessoa.

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Uma sociedade injusta

A sociedade brasileira, a partir de qualquer tipo de análise, aparece como uma sociedade com uma distribuição de riqueza tremendamente desigual.

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A diferença

Há uma distinção nítida entre os que lêem e os que não lêem jornal.

Ter ou não ter o hábito de ler jornal está diretamente ligado, na relação de causa e efeito, à divisão de classes do nosso país.

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O ato de ler jornal A localização na escala social

determina se uma pessoa poderá ou não vir a ler um jornal. O fato básico de dispor de dinheiro para comprar o jornal regularmente, a inexistência de bancas de jornais próximas, e, principalmente, o nível escolar determinam o maior ou menor grau de leitura de periódicos no nosso Brasil.

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Triste recorde

Com aproximadamente 155 milhões de habitantes, temos o número de 8 milhões e 360 mil exemplares de jornais diários. Este número dá ao Brasil o triste troféu de um dos países com menor índice de leitura de jornais no mundo.

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São pouco mais de 5%

Ou melhor, em edição, pois não há dados sobre quantos jornais são lidos e por quantas pessoas. Por esse cálculo, somente 5,4% das pessoas compram jornal no nosso país.

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O que isso tem a ver com a comunicação sindical?

Para pensar uma comunicação sindical eficaz, esta primeira constatação é básica.

A disposição de ler que tem aquele que chega ao trabalho já com seu jornal na mão é totalmente diferente daquele que não está nem aí com o que está escrito nas páginas dos jornais.

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O que um jornal sindical precisa ter?

Esse jornal precisa ser muito bom, muito bonito e trazer assuntos bem interessantes, ligados à vida real do trabalhador.

A reação do trabalhador, ao receber o jornal do sindicato, tem que ser imediata. Tem de ser “amor à primeira vista”.

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Jornal bom dá trabalho... O jornal sindical ou boletim precisa ser

bom, bonito e interessante para atingir os que estão acostumados a comprar todos os dias seu jornal nas bancas, pois estes se habituaram a um produto, na maioria das vezes, bem feito.

A imprensa sindical depara-se com um padrão de qualidade ainda maior do que aquele que é exigido dos grandes jornais.

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Característica da mídia sindical A imprensa sindical tem exigências que

derivam do fato de se dirigir a um público que tem expectativas totalmente diferentes do leitor do jornal da grande imprensa.

O leitor do jornal sindical exige notícias muito concretas. Seu aumento, seu anuênio, sua aposentadoria, sua insalubridade, suas férias. Enfim, seus direitos. O jornal do sindicato existe para falar sobre estes temas. Através deles abordar assuntos da política global e fazer a disputa ideológica.

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Se tem a ver com o trabalhador, tem de estar lá A especificidade do jornal sindical está

ligada, particularmente, ao fato de que todo artigo, toda notícia deve dizer respeito aos trabalhadores.

Mas isso não significa que o jornal sindical vai tratar apenas de salário ou condições de trabalho.

Deve falar de livros, cinema, teatro, música, poesia. Dar dicas sobre locais baratos e gratuitos para o lazer. Precisa ter matérias que dialoguem sobre educação, saúde e meio ambiente. Mas tudo isso com uma definição de classe clara e não escondida.

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Uma publicação com cara bem definida Uma das especificidades da comunicação

sindical é que ela tem um lado bem definido. Sindicato é, por definição, a união dos trabalhadores. União para se defender e impor determinadas condições ao outro lado. No sindicalismo, há nitidamente dois lados. Os trabalhadores esperam que o sindicato esteja sempre do lado deles. Contra o outro - o lado dos patrões.

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O problema da educação

A escolaridade tem uma influência determinante sobre o tipo de comunicação que se pode fazer. Ela determina, quase completamente, a capacidade de compreensão de um texto escrito. Sem ter cursado o 2º grau, muito dificilmente esta pessoa se tornará um leitor de jornal.

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Quantos lêem jornal?

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A questão é só dinheiro para se comprar jornal?

Não. O problema não é somente o

preço. Escolaridade insuficiente e salários

miseráveis combinados com outros fatores como falta de incentivo através da escola, da família e de clubes associativos fazem com que no Brasil se leia pouco.

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A linguagem dos “sem-jornal” De nada adianta escrever as mais

maravilhosas teses sobre a revolução brasileira ou sobre a participação nos lucros e resultados, se o texto não é compreendido por quem o deveria lê-lo.

Como fazer uma comunicação sindical que não ofenda aos trabalhadores e, ao contrário, desperte seu interesse, transmita a política a ser transmitida e os convença a partir para a ação? Este é o grande desafio da comunicação sindical.

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Qual é a fórmula do sucesso?

Não há receitas. Há dicas, questionamentos, sugestões e experiências a serem trocadas.

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O caminho das pedras

Uma boa base para saber como falar para a maioria é o jornalismo da Rede Globo. Durante muitos anos a Globo pesquisou uma forma nacional de falar, um repertório que fosse entendido pela empregada doméstica e pelo

empresário.

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Os “cinco mandamentos”

1. Falar sempre em ordem direta, sem citações ou orações intercaladas.

2. Evitar palavras estrangeiras ou tecnocráticas.

3. Usar frases curtas que exprimam pensamentos completos e não possam ser cortadas ou manipuladas.

4. Usar as palavras para expor as idéias e não para escondê-las.

5. Não ser evasivo

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Lembrem-se:

A Globo não nivela por baixo e, no entanto, sua preocupação após longos anos de pesquisa é como "ser entendida pela empregada doméstica e pelo empresário".

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Esquerdês, politiquês, intelectualês e sindicalês A comunicação sindical, para transmitir

o que pretende transmitir, precisa, antes de tudo, ser entendida.

Ou seja, fala-se e escreve-se de forma que o leitor ou ouvinte compreenda a mensagem ou simplesmente perde-se tempo e dinheiro.

Distribuir um boletim incompreensível é pior do que não distribuir nada.

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Próxima aula (excluída a semana de Comunicação): prova