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Ministério da Educação Departamento de Avaliação Prospectiva e Planeamento AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO UTILIZAÇÃO PELOS PROFESSORES JACINTA PAIVA Lisboa, 2002 Ministério da Educaçao

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Ministério da Educação Departamento de Avaliação Prospectiva e Planeamento

AS TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO UTILIZAÇÃO PELOS PROFESSORES

JACINTA PAIVA

Lisboa, 2002

Ministério da Educaçao

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO:

UTILIZAÇ ÃO PELOS PROFESSORES

Documento elaborado por:

- Jacinta Paiva

Biblioteca Nacional - Catalogação na Publicação

AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: UTILIZAÇÃO PELOS PROFESSORES Colecção: Tecnologias da Informação e da Comunicação 1.ª Edição: de 2002 Tiragem: 2500 exemplares ISBN Depósito legal n.º Capa: Francisco V. da Silva Arranjo gráfico: Agostinho Lima Execução Gráfica:

Paiva, Jacinta As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Profes-sores ISBN CDU

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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Índice

1 NOTA PRÉVIA................................................................................................ 5

2 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 6

3 VANTAGENS DO USO DAS TIC NO ENSINO................................................... 7

3.1 USO DAS TIC NAS ESCOLAS PORTUGUESAS: ALGUNS NÚMEROS..... 9

3.2 NECESSIDADE DE UM ESTUDO.........................................................13

4 ESTUDO REALIZADO .....................................................................................13

4.1 DESCRIÇÃO DO ESTUDO................................................................13

4.2 RESULTADOS ...................................................................................18

5 CONCLUSÕES MAIS IMPORTANTES ..............................................................23

6 MUDANÇAS E PERSPECTIVAS PARA O USO DAS TIC NA ESCOLA.................48

7 ANEXO – QUESTIONÁRIO USADO NO ESTUDO .............................................52

8 BIBLIOGRAFIA..............................................................................................61

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1 Nota prévia

A presente publicação é da responsabilidade do Programa Nónio Século XXI, sediado no Departamento de Avaliação Prospec-tiva e Planeamento do Ministério da Educação – DAPP, e surge na sequência de anteriores publicações, resultantes de outros levan-tamentos estatísticos sobre as tecnologias de informação e comuni-cação (TIC) nas escolas básicas e secundárias e em estabelecimen-tos de ensino superior que formam para a docência.

Todas estas publicações têm em comum um objectivo de base: conhecer a realidade das TIC em Portugal e as respectivas envolvências, para melhor implementar estratégias e planos de ac-ção que conduzam a uma Escola cada vez mais em sintonia com as realidades do nosso tempo. As referidas publicações estão dis-poníveis em:

http://www.dapp.min-edu.pt/nonio/docum/document.htm

O presente trabalho só foi possível graças ao apoio institucio-nal e logístico do Programa Nónio Século XXI – DAPP, em particular do seu director, Dr. António Fazendeiro e da coordenadora da equipa Nónio, Dra. Ida Brandão. Fundamental foi, também, a cola-boração da Direcção de Serviços de Estatística e da Direcção de Estudos e Planeamento do DAPP. Igualmente importante foi o apoio do Centro de Competência Softciências e do Grupo de Ensino e História das Ciências do Centro de Física Computacional da Univer-sidade de Coimbra, nas pessoas dos Professores Doutores Jaime Carvalho e Silva, João Paiva e Carlos Fiolhais. A todas estas institui-ções e pessoas o nosso agradecimento.

Este estudo só deu frutos devido à colaboração dos 19337 pro-fessores que, a nível nacional, responderam ao nosso repto e pre-encheram o questionário, que lhe serviu de base. A todos esses pro-fessores o nosso obrigado também. Com o seu contributo podere-mos construir uma Escola cada vez melhor e mais adaptada às no-vas realidades do processo de ensino e aprendizagem, que se prendem com a necessidade de incremento do uso das TIC.

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A coordenadora do estudo

Jacinta Paiva

2 Introdução

Em Portugal, muitos passos foram dados, nos últimos anos, quer no apetrechamento das escolas em hardware, quer na formação em TIC dos nossos professores. Temos, porém, a noção do longo caminho que há ainda a percorrer para que a integração das TIC seja verdadeiramente transversal nos currículos e feita de forma sis-temática e planeada, em vez de pontual e espontânea.

Partimos do princípio que o uso das TIC em contexto educativo

é hoje uma mais valia para os professores delas entusiastas, em comparação com aqueles que ainda lhes resistem. É, por isso, ne-cessário conhecer o que sentem e praticam os professores relativa-mente às TIC no ensino. Este é o grande objectivo deste trabalho. Pretendemos conhecer de forma quantificada como os professores portugueses usam (ou não usam) as TIC em benefício próprio e, principalmente, dos seus alunos.

Abordaremos, de forma sucinta, as vantagens do uso das TIC

no ensino em geral. Apresentamos os procedimentos que tivemos em conta para

lançar o estudo de campo baseado num questionário preenchido por professores. A descrição do estudo será breve, deixando lugar privilegiado aos resultados e às principais conclusões.

As análises e conclusões aqui apresentadas referem-se ao ano

lectivo de 2001/2002 e correspondem às respostas de 19337 profes-sores de uma amostra de 26707 professores de 2499 escolas de to-das as tipologias e de todos os níveis de ensino à excepção do su-perior, das redes pública e privada, de Portugal Continental. Note-se a excelente taxa de resposta obtida neste estudo: 72,4% para os professores e 74,2% para as escolas. Estes números revelam, sem dú-

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vida, o empenho dos professores na resposta ao questionário que lhes foi apresentado.

Para esta publicação seleccionámos as tabelas e gráficos

mais representativos dos resultados e das principais conclusões. Vi-sámos permitir, à comunidade educativa em geral, uma leitura acessível deste documento, centrada no essencial.

Os resultados pormenorizados de todo o trabalho desenvolv i-do, bem como todo o seu tratamento gráfico, com informação adicional, podem ser consultados em:

http://www.dapp.min-edu.pt/nonio/docum/document.htm Relativamente às TIC e à sua implementação nas escolas, dei-

xamos uma nota final. Não basta achar que algo é bom: é preciso teorizar, passar à prática e, mais ainda, é necessário medir, avaliar. Só avaliando podemos seleccionar as melhores ferramentas e me-todologias e promover o progresso. (PERRATON, 2000).

Estamos convictos de que este trabalho, ao revelar de forma

objectiva o panorama actual da utilização das TIC por parte dos professores, poderá contribuir para uma mais eficaz e abrangente utilização da “nova máquina” ao serviço do Homem. É de notar, a este propósito, a pertinência extrema da anterior publicação (NÓ-NIO, 2002), que revela um exaustivo e cuidado trabalho de pensar o ensino e as TIC de uma forma integrada, envolvendo todos os inter-venientes no processo educativo.

3 Vantagens do uso das TIC no ensino

O objectivo desta secção não é o de fazer uma reflexão apro-fundada do uso das TIC nas escolas. Esta problemática, aliás, tende, em certo sentido, a esgotar-se, porquanto o computador e as TIC estão inexoravelmente presentes no nosso quotidiano e nas nossas actividades e são, regra geral, sinónimo de qualidade de vida.

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Uma escola que não recorra, ou melhor, que não integre os novos meios informáticos, corre o risco de se tornar obsoleta. Como diz Adell (ADELL,1997): “As tecnologias de informação e comunica-ção não são mais uma ferramenta didáctica ao serviço dos profes-sores e alunos... elas são e estão no mundo onde crescem os jovens que ensinamos...”.

Neste estudo, ao falarmos de TIC no ensino, estamos a consi-

derar duas vertentes: – O contexto pessoal, isto é, a forma como professores e alu-

nos usam o computador como pessoas individuais e não li-gadas pela relação pedagógica.

– O contexto educativo, disciplinar ou não, em que há inter-

acção directa do professor com os alunos e com a “má-quina”. Aqui se inclui, igualmente, a relação pedagógica professor/aluno fora da sala de aula, que pode ocorrer nos mais variados contextos, incluindo comunicação electróni-ca com a família dos alunos.

No contexto pessoal, as vantagens dos computadores pren-

dem-se com o ganho de tempo na execução de tarefas rotineiras (tais como preparar testes, elaborar fichas, realizar trabalhos de casa, fazer pesquisas, tratar dados, fotografia digital e imagem, tro-car informação via e-mail, etc.), bem como com a possibilidade de formação a distância, participação em trabalhos e experiências conjuntas à escala nacional e internacional, etc.

No contexto educativo, são de referir, entre outras vantagens,

a interacção diferenciada que o professor pode estabelecer com os seus alunos quando recorre a software específico, a pesquisa on-line dirigida, a possibilidade de comunicação por e-mail para tirar dúvidas, enviar ficheiros, conversar com os encarregados de edu-cação, etc.

Enumeramos na tabela I algumas aplicações das TIC no ensino

e algumas actividades que, com elas, os alunos podem realizar. Na

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tabela II apresentamos possíveis contextos de utilização das aplica-ções TIC e respectivas activ idades. Aplicações das TIC Actividades realizadas Processador de texto (Word, Publisher, etc.) Produção e edição de informação

Programas gráficos / de desenho Produção de informação em forma gráfica /

Actividades artísticas

Folha de cálculo (Excel, SPSS, etc.) Organização e gestão de informação

Multimédia / CD-ROM Consulta e pesquisa de informação

E-mail Comunicação e intercâmbio em rede

Internet (www) Consulta e pesquisa de informação

Software pedagógico Simulações / Jogos

Software de aquisição de dados Recolha e tratamento de dados em ciências

Tabela I – Algumas aplicações das TIC e respectivas actividades a desenvolver com os alunos.

Contextos de utilização das TIC Disciplinar

Trabalho de projecto / Área-escola

Apoio pedagógico

Apoio a alunos com necessidades educativas especiais

Clubes / Núcleos

Trabalhos de casa

Aulas laboratoriais

Tabela II – Alguns contextos educativos do uso das TIC.

É indiscutível a quantidade e diversidade de outras aplicações,

actividades e contextos do uso das TIC em situação escolar. Não obstante o entusiasmo que é geralmente depositado no uso peda-gógico das TIC, convém dizer que elas não são, por si só, o elixir para a construção da “nova escola”, mas apenas uma importante variável entre as múltiplas envolvidas.

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3.1 Uso das TIC nas escolas portuguesas: alguns números

Do parecer nº 2/98 do Conselho Nacional de Educação, sobre a Sociedade de Informação na Escola, transcrevemos “A longo pra-zo, as tecnologias da informação modificarão o papel do pedago-go sem, contudo, atingir a sua centralidade e essencialidade como conceptualizador de mensagens ou tutor de pessoas. Será pelos professores e em torno dos professores, que lenta e seguramente as TIC irão modificar, de forma visível e sensível, os métodos de ensino praticados na escola...”. Ressalta que seria ingénuo pensar que o uso em massa das TIC, nas nossas escolas, era óbvio, imediato e de frutos espectaculares.

De facto, todos conhecemos, ou pelo menos intuímos, os be-nefícios da sociedade de informação. Mas as barreiras para o uso das TIC em contexto educativo são ainda muitas. Podemos agrupá-las em duas classes: uma que se prende com o parque informático das escolas e outra que tem a ver com os constrangimentos do(s) agente(s) educativo(s). Ambas são passíveis de constituir álibis per-feitos para tudo continuar “como dantes”, não obstante assistirmos a um substancial apetrechamento em equipamento informático das nossas escolas (NÓNIO, 2001).

De facto, em relação à primeira dificuldade, centrada no har-dware, a maioria das escolas do país tem um razoável número de computadores e periféricos ou está em vias disso, excepção feita aos jardins-de-infância. No caso das escolas do 1º ciclo, que de-pendem das autarquias, em termos de instalações e manutenção, dos equipamentos, o processo está em marcha, pois a maior parte dos protocolos (por exemplo com Ministério da Ciência e Tecnolo-gia, as autarquias, os estabelecimentos do ensino superior), foi exe-cutada no sentido do apetrechamento das escolas com pelo me-nos um computador e ligação à Internet. Os jardins-de-infância não estão cobertos, de momento, por nenhuma medida sistemática e generalizada de apetrechamento em hardware, não se prevendo quando tal acontecerá.

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Mas a quantidade de meios nada nos diz sobre o que se faz com eles, do que está a mudar na Escola e nas práticas lectivas. É então preciso ir acompanhando o processo para que ele não seja só burocrático, ficando pelos números, mas chegue àqueles que urge beneficiar: os alunos, pela promoção dos professores.

Passamos em revista alguns dados sobre recursos informáticos nas escolas de ensino não superior de Portugal Continental (Tabela III, abaixo)

Natureza

Público Privado

Total

Valor % Valor %

Alunos 1.710.036 1.400.861 81,9 309.175 18,1

Docentes 173.421 147.502 85,1 25.919 14,9

Pessoal não docente 80.863 56.032 69,3 24.831 30,7 Estabelecimentos de educação e ensino 16.355 13.849 84,7 2.506 15,3

Computadores 77.083 59.684 77,4 17.399 22,6 Computadores com ligação à In-ternet 40.956 30.676 74,9 10.280 25,1 Tabela III - Número e distribuição percentual de alunos, docentes, pessoal não do-cente, estabelecimentos de ensino (do pré-escolar ao secundário), computadores e computadores com ligação à Internet, segundo a natureza dos estabelecimentos de ensino (DAPP, Ano Escolar 2001/2002, valores provisórios).

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Saliente-se que o acesso à Internet cresceu exponencialmente nos últimos anos. Excluindo o ensino pré-escolar metade dos com-putadores existentes nas escolas estão ligados à Internet. As redes locais também funcionam em mais de metade das escolas portu-guesas.

Quanto ao número total de computadores por aluno e com e

sem ligação à Internet veja-se a Tabela IV e o Gráfico 1.

Número de alunos

por computador por computador ( c/ internet )

Total 22 42

Público 23 46

Pré-escolar 100 442

1.º Ciclo 33 59

2-º, 3.º Ciclos e secundário 19 38

Escolas profissionais 5 8

Privado 18 30 2.º, 3.º Ciclos e secundário (público e privado) 19 38

Tabela IV - Número de alunos por computador e por computador com ligação à internet em estabelecimentos de ensino de Portugal Continental (DAPP, Ano Esco-lar 2001/2002, valores provisórios).

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2 24 2

2 34 6

100

4 4 2

3 35 9

193 8

5 818 3 0

93 8

0

100

200

300

400

500

Total Público (Total) Pré-escolar(Público)

1.º Ciclo(Público)

2º, 3.º Ciclos esecundário(Público)

Escolasprofissionais

(Público)

Privado (Total) 2.º, 3.º Ciclos esecundário(Público ePrivado)

por computador por computador ( c/ Internet )

,

Gráfico 1 – Número de alunos por computador em estabelecimentos de

ensino não superior (DAPP, dados provisórios de 2001/2002).

O rácio de computadores por aluno (Gráfico 1) tem vindo a

aumentar (em 2000 o rácio no 1º ciclo estimava-se em cerca de 56 alunos por computador e em 2001 de 33 alunos por computador; em 2000, o rácio no 2º, 3º ciclos e ensino secundário, estimava-se em cerca de 23 alunos por computador contra 19 alunos por com-putador em 2001) e prevê-se que atinja valores de padrão europeu (1 computador por 10 alunos), de forma generalizada, nos próximos anos. Também outro tipo de periféricos se começa a radicar em definitivo nas escolas.

É certo que os jardins-de-infância estão ainda longe deste ob-

jectivo mas, por outro lado, há já um número razoável de escolas com um excelente parque informático.

Um bom apetrechamento informático é inequivocamente impor-tante. Os valores apresentados são, pois, interessantes e encoraja-dores. No entanto, como sabem os que estão no terreno, ter não

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significa usar ou usar da melhor maneira. Exploraremos mais esta ideia ao longo deste estudo. 3.2 Necessidade de um estudo

Para definir estratégias e estabelecer metas, é, portanto, im-prescindível conhecer o que fazemos com os equipamentos existen-tes.

Independentemente de quaisquer enquadramentos sobre teo-

rias educativas, modelos sócio-políticos ou visões da escola, nunca é de mais enfatizar a inevitabilidade do uso das TIC em contexto educativo.

Usar as TIC na escola coloca em jogo dois intervenientes prin-cipais, para além da “máquina”: o professor e o aluno (não esque-cendo os encarregados de educação e toda a envolvência social). É de todos que depende o sucesso da missão educativa!

O que pensam, como fazem e que expectativas têm os nossos

professores e alunos são realidades não estudadas em larga escala em Portugal. É uma dessas vertentes que este trabalho faz emergir, a dos professores. A realidade dos alunos pretende-se que seja ob-jecto de um estudo a levar a cabo no próximo ano lectivo.

4 Estudo realizado 4.1 Descrição do estudo

O presente estudo tem por base um instrumento de notação que visou conhecer a realidade subjacente à utilização das TIC nos contextos pessoal e educativo pelo universo dos professores portu-gueses de todos os níveis de ensino à excepção do superior. O es-tudo foi feito por amostragem, uma vez que se trata de uma popu-

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lação numerosa. Os dados foram recolhidos no decorrer do ano lectivo de 2001/2002.

Descrevem-se seguidamente os principais objectivos tidos em

conta na estruturação e implementação do estudo:

– Conhecer qualitativa e quantitativamente o equipamento informático de que os professores dispõem a título pessoal.

– Conhecer, de forma quantitativa, o uso do computador pessoal feito pelo professor para realizar variadas tarefas, especialmente as que se relacionam, de perto, com a sua activ idade docente.

– Inferir o modo como é feita a formação de professores

para o uso das TIC. – Relacionar os objectivos anteriores com variáveis como:

sexo, idade, situação profissional, formação inicial, níveis leccionados, grupo disciplinar.

– Quantificar e tipificar os professores que usam as TIC na sua

prática lectiva. – Qualificar e quantificar o uso e os formatos das TIC em con-

texto educativo quer disciplinar quer transdisciplinar. – Inferir das razões que levam à eventual não utilização das

TIC em contexto educativo. – Inferir da qualidade do uso das TIC em contexto educativo. – Reconhecer os aspectos das TIC nos quais os professores

sentem maiores necessidades de formação. – Inferir as possibilidades de incrementar o uso dessas tecno-

logias em contexto educativo.

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– Generalizar os resultados à totalidade do universo. – Definir ou redefinir outros objectivos para estudos comple-

mentares a este.

Definidos que foram os objectivos passámos à formulação das questões a incluir no questionário (ver anexo 1). Este começa com um conjunto de questões de carácter geral tais como: sexo, idade, situação profissional, formação inicial, níveis leccionados e grupo disciplinar. Seguem-se as questões de carácter específico.

A explicitação da ideia subjacente a cada questão e às suas

modalidades de resposta, pode consultar -se em (Anexo 2) http://www.dapp.min-edu.pt/nonio/docum/document.htm. De re-ferir que o questionário foi impresso em papel verde com o objecti-vo de ser facilmente identificável pelos professores.

O universo donde partimos e para o qual pretendemos gene-

ralizar conclusões é o conjunto de todos os professores de Portugal Continental, de todos os níveis de ensino, à excepção do superior, colocados em estabelecimentos das redes pública e privada, no ano lectivo de 2001/2002.

Ao universo das escolas em Portugal Continental associámos o

Índice de Desenvolvimento Social (IDS)1 respeitante ao concelho de localização de cada escola de forma a tornar a amostra represen-tativa do país. O universo dos professores fica então definido por tipologia de escola e por IDS como consta da Tabela V.

1 IDS - é um índice de desenvolvimento composto pelos seguintes índices:

esperança de vida à nascença, nível educacional e conforto e sanea-mento. É definido por concelho e apresenta quatro graus. Os diferentes graus de IDS para Portugal continental encontram-se representados no cartograma 1 em http://www.dapp.min-edu.pt/nonio/docum/document.htm (Anexo 3).

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Tipologia Nº de esco-

las/ tipologia do universo

Nº de docen-tes/ tipologia do universo

IDS1 % no univer-so

IDS2 % no univer-so

IDS3 % no univer-so

IDS4 % no univer-so

JI 5683 11920 477 4 2622 22 5126 43 3814 32

EB1 8343 31963 1598 5 7671 24 13424 42 9589 30

EB1,2 7 259 0 0 80 31 114 44 65 25

EB1/JI 32 440 0 0 0 0 334 76 106 24

EB2 30 1310 92 7 314 24 590 45 328 25

EB2,3 596 45108 1353 3 7668 17 19396 43 17141 38

EB2,3/ES 82 6396 1023 16 2686 42 1727 27 895 14

EB3 4 160 0 0 0 0 62 39 98 61

EBI 48 2506 200 8 551 22 1253 50 476 19

EBI/JI 20 1125 34 3 281 25 191 17 630 56

EBM 365 800 112 14 352 44 328 41 16 2

EP 203 6486 389 6 1686 26 2140 33 2335 36

ES 66 8171 163 2 1307 16 2370 29 4331 53

ES/EB3 324 38434 769 2 6149 16 14989 39 16527 43

ESA 3 412 0 0 0 0 0 0 412 100

OUTRO 357 14267 285 2 1712 12 4137 29 8132 57

Total 16463 169757 6496 4 33083 19 66183 39 64894 38

Tabela V – Distribuição do universo dos professores/tipologia de escola/IDS (dados do DAPP relativos a 2001/2002).

As referências da coluna da esquerda usam as seguintes notações: A – Artística; E – Escola; B – Básica; JI – Jardim-de-infância; S – Secundária; I – Integrada; M – Media-tizada; P – Profissional; os números 1, 2 e 3 dizem respeito a 1º, 2º e 3º ciclo, do ensi-no básico respectivamente.

Daqui extraímos a amostra com que trabalhámos: 26707 pro-fessores, distribuídos por 2499 escolas das diferentes tipologias e dos diferentes níveis de IDS. O desenho final da amostra consta da Tabe-la VI.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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Tipologia Nº de escolas

da amostra Nº de docen-tes a inquirir

IDS1

% IDS2

% IDS3

% IDS4

%

JI 863 1788 73 4 385 22 761 43 569 32

EB1 1251 4794 226 5 1127 24 2016 42 1426 30

EB1,2 4 39 0 0 12 31 17 44 10 25

EB1/JI 5 66 0 0 0 0 50 76 16 24

EB2 5 197 13 7 47 24 88 45 48 25

EB2,3 92 6766 180 3 1143 17 2883 43 2559 38

EB2,3/ES 13 959 153 16 404 42 263 27 139 14

EB3 2 24 0 0 0 0 9 39 15 61

EBI 7 376 30 8 84 22 190 50 72 19

EBI/JI 5 169 5 3 42 25 28 17 94 56

EBM 53 120 16 14 53 44 49 41 2 2

EP 35 973 55 6 251 26 317 33 351 36

ES 13 1226 18 2 196 16 361 29 650 53

ES/EB3 52 5765 113 2 908 16 2238 39 2507 43

ESA 1 62 0 0 0 0 0 0 62 100

OUTRO 98 2140 37 2 258 12 628 29 1217 57

Total 2499 25464** 919 4 4910 19 9898 39 9737 38

Tabela VI – Amostra final: número de professores a inquirir por tipologia de escola /

IDS.

** Número corrigido para 26707 professores

Enviou-se, pelo correio, um pacote postal dirigido ao órgão de gestão de cada uma das escolas ou sedes de agrupamento de escolas da amostra. Cada envelope postal continha: questionários numerados em número suficiente para os docentes da(s) escola(s) a quem se dirigia, uma carta de apresentação onde constavam os objectivos e os fundamentos do questionário bem como o prazo limite de devolução dos mesmos depois de preenchidos pelos pro-fessores da escola e/ou escola-sede e um envelope RSF endereça-do.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

19

A recolha de informação decorreu formalmente no período decorrido entre o dia 6 de Novembro de 2001 (data de expedição dos questionár ios) e o dia 14 de Abril de 2002.

4.2 Resultados

Dos 26707 questionários enviados aos professores de 2499 esco-las de todos os graus de ensino à excepção do ensino superior, re-cebemos 19337 questionários - 72,4% da amostra, provenientes de 1855 escolas - 74,2% da amostra de escolas.

A partir dos resultados por questão2 caracterizámos a nossa

amostra como segue: 1. A amostra revelou-se maioritariamente do sexo feminino,

com 76,3% das respostas. 2. A faixa etária mais representada é a dos 36-45 anos (34%),

seguida de perto da dos 26-35 anos (31,5%), pelo que 65,5% dos inquiridos estão entre os 26 e 45 anos. Com 18-25 anos temos 7,7% e com mais de 56 anos 4%.

3. A maioria dos professores é profissionalizada – 89%. 4. Mais de metade adquiriu a sua formação inicial no ensino

superior universitário – 58%. 5. A distribuição dos professores por níveis de ensino é a se-

guinte:

??Pré-escolar – 7%

??1º ciclo – 22%

2 Todos os gráficos e tabelas de frequência por questão que geraram a

caracterização aqui apresentada podem ser consultados em http://www.dapp.min-edu.pt/nonio/docum/document.htm (Resul-tados por questão).

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

20

??2º ciclo – 18%

??3ºciclo/Sec – 53%.

Para a parte da amostra relativa ao 2º ciclo (18% do total) a área disciplinar mais representada é a das Línguas/Humanidades (35%) seguida quase em paralelo (22%) das áreas Educação Visu-al/Educação Tecnológica, Ciências e Outros. Na parte da amostra correspondente ao 3º ciclo/Sec (53% do total da amostra), a maior representatividade vai para as Ciências (41%), seguida das Línguas (28%). As Humanidades e a Informática contribuem com 10% e 4% respectivamente.

6. A maioria dos professores tem equipamento informático

em casa:

??Computador 3 – 88%

?? Impressora – 83%

??Equipamento de ligação à Internet4 – 57%

??Scanner – 43%

??Gravador CD – 27%

??DVD – 14%.

7. A iniciação à informática fez-se, para 49% dos inquiridos, por auto-formação seguindo-se a ajuda de amigo ou fami-liar (38%) e só em 3º lugar referem a frequência de acções de formação ligadas ao Ministério da Educação (32%).

3 A percentagem de computadores na população portuguesa em geral

era de 27% em 2000 (INE, 2001) e em 2001 esta percentagem subiu para 39% (MATA, 2002).

4 A percentagem de equipamentos de ligação à Internet na população portuguesa em geral era de 22% em 2000 (INE, 2001) e em 2001 subiu para 30% (MATA, 2002).

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

21

Para acções de formação não ligadas ao ME obteve-se 18%.

8. No total, cerca de metade dos professores (52%) frequen-

taram acções de formação contínua em informática (liga-das ou não ao ME). Destes a maioria afirma terem sido po-sitivas (62%), ou mesmo muito positivas (19,6%). As acções frequentadas foram maioritariamente de âmbito generalis-ta (83%) e apenas 10% foram de âmbito específico discipli-nar e só 6% realizaram acções de âmbito generalista e es-pecífico da sua disciplina.

9. 91% dos professores usam computador. Destes 11,6% usam-

no raramente, 34,5% só processam texto e 52,7% usam-no para realizar múltiplas tarefas.

10. Cerca de metade dos professores (48%) diz que passa en-

tre 0 a 3 h por semana ao computador, 23% passa 3 a 5 h, 16% passa entre 5 a 10h e apenas 13% passa mais de 10h por semana5.

11. Mais de metade dos professores usa a Internet (65%). Des-

tes a maioria (74%) fá-lo em casa e 45% na escola. 12. 44% dos inquiridos utilizam o e-mail. Destes 81% usam-no

para comunicar com amigos, 40% com cole-gas/professores, 10% com alunos e 8% com a escola (ór-gãos de gestão e serviços administrativos).

13. A maioria usa o computador para preparar aulas (81%).

94% destes usam-no para preparar fichas/testes, 54% para pesquisar na Internet sobre a sua disciplina e, 20% para fa-zer apresentações.

5 Dos 27% de portugueses que tinham computador em 2000, 58% faziam

dele uma utilização média diária inferior a uma hora (INE, 2001).

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

22

14. A maioria (74%) não utiliza o computador com os seus alu-nos em sala de aula, em clubes ou em aulas de apoio.

15. Apenas 19% dos professores dizem ter utilizado o computa-

dor com os seus alunos mais de quatro vezes, no ano de 2001.

16. As aplicações TIC mais usadas com alunos são:

?? Processador de texto – 32%

?? Internet – 23%

?? CD-ROM – 18% .

17. O tipo de actividades mais utilizado pelos alunos quando usam TIC é:

?? Consulta e pesquisa de informação – 28%

?? Produção e edição de informação – 26%

?? Actividades recreativas/jogos – 17%

?? Organização e gestão da informação – 10%.

18. Os contextos de utilização das TIC mais representados são:

?? Disciplinar – 32%

?? Trabalho de Projecto/Área-Escola – 22,2%

?? Clubes/Núcleos – 8,6%.

19. Atitude dos professores face ao uso das TIC em contexto educativo:

?? Cerca de 78% consideram que as TIC os ajuda a en-contrar mais e melhor informação para a sua prática lectiva.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

23

?? 65% consideram que as TIC tornam mais fáceis as suas rotinas de professor.

?? Cerca de metade (51%) diz ter recebido formação em TIC e conhece as suas potencialidades, mas por outro lado 68% consideram que estas lhes exigem novas competências na sala de aula.

?? 47% dizem que encontram informação na Internet para a sua disciplina.

?? 62% reconhecem que as TIC tornam as aulas mais mo-tivadoras para os alunos, 52% que as TIC encorajam os alunos a trabalhar em colaboração e 72% que ajudam os alunos a adquirir conhecimentos novos e efectivos.

?? 49% dos professores consideram que, em muitos casos, os alunos dominam melhor o computador do que eles.

?? As opiniões dividem-se no que respeita ao facto de não conhecerem a fundo as vantagens pedagógicas do uso das TIC nas suas aulas: 40% dizem não conhe-cer e 38% dizem conhecer. Mas mais de metade (55%) diz estar motivado para usar as TIC com os alunos.

?? As opiniões voltam a dividir-se no que respeita às con-dições disponíveis na escola para usar os computado-res: 42% acham que existem, 37% acham que não exis-tem. Contudo, a maioria (64%) considera que a escola tem uma atitude positiva quanto ao uso das TIC.

20. Dos inquiridos apenas 14% dizem nada saber sobre as TIC e

98% consideram que necessitam de mais formação, no-meadamente em:

?? Software pedagógico – 46%

?? Programas Gráficos/Desenho – 40%

?? Internet – 36%

?? Folha de cálculo – 32%

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

24

?? Processador de texto – 18%.

21. Os maiores obstáculos, na escola, para a integração das TIC são:

?? Falta de meios técnicos (computadores/sala, etc.) – 43%

?? Falta de recursos humanos – 29%

?? Falta de formação específica para a integração das TIC junto dos alunos – 20%

?? Falta de motivação dos professores – 10%

?? Falta de software e recursos digitais apropriados – 7%.

5 Conclusões mais importantes

Muitas ilações podem ser retiradas deste estudo. As questões em relação às quais procurámos conclusões são as seguintes:

– Como utiliza o professor as TIC, a nível pessoal?

– Como utiliza o professor as TIC na preparação da sua acti-vidade docente?

– Como utiliza o professor as TIC directamente com os alu-nos?

– Que dificuldades, constrangimentos e expectativas têm os professores no contexto da utilização pedagógica das TIC.

Estabelecemos 12 conclusões principais, remetendo para a

versão integral deste trabalho (disponível em

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

25

Feminino Masculino

% 100

80

60

40

20

0

76

24

http://www.dapp.min-edu.pt/nonio/docum/document.htm) as análises mais pormenorizadas. Seguem-se as referidas con-

clusões: 1. A amostra estudada apresenta as seguintes características:

1.1. É maioritariamente feminina (Gráfico 2).

Gráfico 2 – Distribuição dos professores da amostra pela variável sexo

1.2. A faixa etária dos 18 aos 35 anos está mais representa-da no terceiro ciclo e secundário do que nos outros ní-veis de ensino. No primeiro ciclo a população docente está mais concentrada na faixa etária dos 46 aos 55 anos (Gráfico 3)

%

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

26

Em estágio N. profissionalizado

Profissionalizado

100

80

60

40

20

0 5 7

89

Outra situação I.Politécnico-ESE

E.Sup.Universitário

% 100

80

60

40

20

0

22 20

58

Gráfico 3 – Distribuição dos professores da amostra por idade e por níveis de ensino.

1.3. A maioria dos professores é profissionalizada (89%) (Gráfico 4) e fez a sua formação no ensino superior universitário (58%) (Gráfico 5).

Gráfico 4 – Distribuição dos professores da amostra por situação profissional

%

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

27

Gravador CD´s DVD

Scanner Equip.lig.Net

Impressora Computador

Não tem comp.

% 100

80

60

40

20

0

27

14

43

57

83 88

12

Gráfico 5 – Distribuição dos professores da amostra pela formação inicial

2. A grande maioria dos professores (88%) possui computador pessoal e bastantes periféricos, sendo residual a percenta-gem de professores que têm computador mas o não usam (Gráficos 6 e 7).

Gráfico 6 – Equipamento informático pessoal dos professores da amostra

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

28

+ de 10 h

5-10 h

3-5 h

0-3 h

0 h

% 100

80

60

40

20

0

13 16

23

35

13

Não Sim

% 100

80

60

40

20

0

Horas / Semana + de 10 h 5-10 h 3-5 h 0-3 h 0 h

23

23

23

16

21

75

11

Gráfico 7 – Questão “Tem computador pessoal?” em função do número de horas/semana de trabalho com comput ador.

3. 91% dos professores usam o computador como ferramenta

pessoal de trabalho e, destes, 53% usam-no bastante para realizar múltiplas tarefas. 16% dos professores despendem entre 5 a 10 h de trabalho semanal com o computador, 13% mais de 10 h semanais de utilização e os restantes me-nos de 3 horas semanais (Gráfico 8). É curioso comparar es-tes dados com os dados do INE (2001) referidos na página 20 (nota 5) que sugerem que dos 27% de portugueses que tinham computador (um em cada quatro), 58% faziam dele uma utilização média diária inferior a uma hora.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

29

Feminino Masculino

% 100

80

60

40

20

0

Uso bastante o computador

Uso computador apenas para nom

Raramente uso o computador

Não trabalho com

42 70

36

19 12

6 10

processar texto nom

o computador nom

+ de 56 46-55 36-45 26-35 18-25

100

80

60

40

20

0

Uso bastante o computador

Uso comp. só para

processar texto

Raramente uso computador

Não trabalho

25 32 45 61 78

33 33

37

30

17

18 18

11 6

25 17

7

com o computador nome

Gráfico 8 – Distribuição dos professores da amostra pelo número de horas semanais de utilização do computador para tarefas pessoais.

4. A utilização do computador para fins pessoais depende da idade, do sexo e dos níveis leccionados.

4.1. Os homens usam mais o computador para realizar múl-

tiplas tarefas (Gráfico 9).

Gráfico 9 – Distribuição da forma como os professores da amostra usam o computador por género. São os professores mais jovens que usam o computador pesso-

al para realizar múltiplas tarefas (Gráfico 10). .

%

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

30

3º ciclo+Sec 2º ciclo

1º ciclo Pré-escolar

100

80

60

40

20

0

Uso bastante o computador

Uso comp. só para

processar texto

Raramente uso computador

Não trabalho

59 47 32 27

32

32

31 33

12

19 22

9 17 19

Com o computador

Em estágio N. profissionalizado Profissionalizado

% 100

80

60

40

20

0

Uso bastante o

computador

Uso o computador só

para processar texto

Raramente uso o

computador

Não trabalho com o

computador

46 82

15

34

67

21

7 12

9

Gráfico 10 – Distribuição da forma como os professores da amostra usam o comput ador por idade

4.2. São os professores do terceiro ciclo e secundário que mais usam o computador para fins pessoais (Gráfico 11).

Gráfico 11 – Dist ribuição da forma como os professores da amostra usam o comput ador por níveis de ensino.

4.3. São os professores estagiários que mais utilizam o com-

putador para realizar múltiplas tarefas (Gráfico 12).

%

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

31

Outra situação I.Politécnico E. Sup. Univ.

% 100

80

60

40

20

0

Uso bastante o

computador

Uso o computador só

para processar texto

Raramente uso o

computador

Não trabalho com

computador

56

33

6

31

30

20

19

48

30

13

8

Sim, noutros locais Sim, na Escola Sim, em casa Não usa Internet

% 100

80

60

40

20

0 8

29

48

35

Gráfico 12 – Distribuição da forma como os professores da amostra usam o computador por situação profissional.

4.4. São os professores com formação universitária que mais usam o computador para fins pessoais e para realizar múltiplas tarefas (Gráfico 13).

Gráfico 13 – Distribuição da forma como os professores da amostra usam o computador por formação inicial.

5. A Internet e o e-mail são bastante usados pelos professores

(65% a Internet e 44% o e-mail) (Gráficos 14 e 15).

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

32

42,5%

57,5%

Feminino

Masculino

Outras situações

Com a escola

Com colegas

Com amigos

Com alunos

Não usa e-mail

% 100

80

60

40

20

0 15 18

36

56

Gráfico 14 – Modo como os professores da amostra usam a Internet .

Gráfico 15 – Modo como os professores da amostra usam o e-mail.

5.1. A Internet é mais usada por professores do sexo masculino (Gráfico 16).

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

33

3º ciclo+Sec 2º ciclo 1º ciclo Pré-escolar

% 100

80

60

40

20

0

Outra situação

Power Point

Pesquisas na Net

Elaboração de fichas e/ou testes

Não uso computador

para preparar aulas

19

8 14

6 12

30

48 20

6 8 26

48

11

8

19

44

24

40

Feminino Masculino

% 100

80

60

40

20

0

Outras situações

Com a escola

Com colegas

Com amigos

Com alunos

Não usa email

9 18

12

18 25

32

50

23

Gráfico 16 – Utilização da Internet pelos professores da amostra, em função

do género. 5.2. A Internet é usada com frequência para preparar au-

las, principalmente no 3º ciclo e no ensino secundário (Gráfico 17).

Gráfico 17 – Distribuição da utilização do computador para preparar aulas por níveis de ensino.

5.3. Há uma forte utilização doméstica da Internet: dos 65%

de professores que a usa, 74% fá-lo em casa e 45% na escola.

5.4. O e-mail é usado por 44% dos professores da amostra e

destes com grande prevalência por professores do sexo masculino (Gráfico 18).

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

34

Gráfico 18 – Distribuição da forma como os professores da amostra com u-nicam por e-mail pelo género.

5.5. Os professores usam muitíssimo pouco o e-mail com os alunos (apenas 9,7% dos 44% dos professores que usa e-mail o faz) sendo de 40% a percentagem de utiliza-dores de e-mail entre colegas e só de 8% para comu-nicação com a escola.

6. Os professores usam bastante o computador na prepara-

ção de aulas (81%), exceptuando o ensino pré-escolar. Esta utilização incide, em particular, na elaboração de fi-chas ou testes e na pesquisa na Internet de assuntos rela-cionados com a disciplina.

6.1. A utilização de programas de apresentação como o

Power Point é escassa (16%). Este valor inclui os profes-sores de informática (Gráfico 19).

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

35

Gráfico 19 – Distribuição das finalidades com que os professores da amostra

usam o computador para preparar aulas. 7. A auto-formação ainda é a maior fatia da iniciação ao uso

das TIC (49%) (Gráfico 20).

Gráfico 20 – Distribuição da forma como os professores da amostra fizeram

a sua iniciação na informática. 7.1. A auto-formação está relacionada com utilizações,

em quantidade e qualidade, do computador, no ensi-no (Gráficos 21, 22, 23 e 24).

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

36

sim não

100

80

60

40

20

0

60

40

sim não

100

80

60

40

20

0

64

36

Uso

do e

-mai

l Ut

ilizaç

ão d

o co

mpu

tado

r par

a re

aliz

ar

múl

tipla

s ta

refa

s Us

o da

Inte

rnet

Gráfico 21- Utilização do computador para realizar múltiplas tarefas versus auto-formação.

Gráfico 22 – Uso da Internet versus auto-formação.

%

%

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

37

sim não

100

80

60

40

20

0

57

43

25,7%

24,5% 29,8%

20,1% 3º ciclo+Sec

2º ciclo 1º ciclo

Pré-escolar

Utiliz

ação

de

com

puta

dore

s na

pr

epar

ação

de

ficha

s e/

ou te

stes

Gráfico 23 – Uso do e-mail versus auto-formação.

Gráfico 24 - Uso do computador na preparação de fichas e/ou testes ver-sus auto-formação.

7.2. Quem recorre mais às acções de formação do ME são os professores do 1º ciclo (Gráfico 25).

%

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

38

%

3º ciclo+Sec 2º ciclo 1º ciclo Pré-escolar

100

80

60

40

20

0

24 17

42

15

%

Gráfico 25 – Distribuição, por níveis de ensino, dos professores da amostra que fizeram acções de formação ligadas ao Ministério da Educação.

7.3. Regra geral, os professores que frequentaram acções de formação sobre computadores fazem delas um ba-lanço positivo. Destes, a maioria afirma terem sido posi-tivas (62%), ou mesmo muito positivas (19,6%).

7.4. Parece haver poucas acções de formação em âmbi-tos específicos das respectivas disciplinas. De facto e para os 52% dos professores da amostra que realizaram acções de formação, as acções frequentadas foram maioritariamente de âmbito generalista (83%): apenas 10% foram de âmbito específico disciplinar e 6% de âmbito generalista e específico da sua disciplina.

8. 26% dos professores usam o computador com os seus alu-

nos, dentro e fora da sala de aula.

8.1. Destes 26%, são os professores do 1º ciclo (42%) os que mais utilizam o computador em contexto educativo, seguidos dos do 3º ciclo/secundário com 24% (Gráfico 26).

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

39

Gráfico 26 – Distribuição dos professores da amostra que utilizam o computador em contexto educativo por níveis leccionados.

8.2. O Gráfico 27 resulta de uma análise multivariada (aná-lise factorial) entre diferentes questões. Este tipo de análise produz gráficos de natureza qualitativa que permitem estabelecer relações entre variáveis6. Tais re-lações são particularmente interessantes num estudo deste género, no qual, para além da quantificação, é importante também a relação das variáveis entre si. Assim, as respostas às questões: “Utiliza o computador com alunos em actividades lectivas?”, “Quantas horas por semana trabalha pessoalmente com o computa-dor?” e “Usa bastante o computador para realizar múl-tiplas tarefas?”, quando associadas aos níveis leccio-nados, permitem confirmar o observado em 8.1; na amostra, o nível de ensino que mais usa o computador em actividades lectivas com os alunos é o primeiro ci-clo. No entanto, são os professores do primeiro ciclo juntamente com os do pré-escolar quem menos horas por semana trabalha com o computador (menos de 3 h) e quem menos utiliza o computador para realizar múltiplas tarefas (Gráfico 27).

6 Estes gráficos têm uma interpretação baseada na relação de proximidade entre

marcas (marcas coloridas relativas às diferentes variáveis em jogo). Veja-se no Gráfico 27 o que acabámos de dizer: o 1º ciclo é o nível de ensino mais próximo do sim à questão “Utiliza o computador com alunos em actividades lectivas?” estando o não a esta mesma questão mais associado ao 2º ciclo e ao pré-escolar. O sim a “Usa bastante o computador para realizar múltiplas tarefas?” está mais relacionado com o 3º ciclo e ensino secundário (3/S) do que com qualquer outro nível de ensino, bem como a resposta mais positiva a “Quantas horas por semana trabalha pessoalmente com o computador” está, mais próxi-mo do 3/S, tendo as utilizações de 0h e 0 - 3h maior relação com o 1º ciclo e o pré-escolar.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

40

Feminino Masculino

100

80

60

40

20

0

24 32

%

“Utiliza o comput a-

dor com alunos em

actividades lecti-

vas?”

“Quantas horas por

semana trabalha

pessoalmente com

o computador?”

“Usa bastante o

comput ador para

realizar múltiplas ta-

refas?” e

“Níveis de ensino

leccionados”. Gráfico 27 – Relação entra as variáveis:

8.3. Os professores do sexo masculino utilizam ligeiramente mais o computador em contexto educativo (Gráfico 28).

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

41

Em estágio N. profissionalizado Profissionalizado

100

80

60

40

20

0

31 33 25

%

Gráfico 28 – Distribuição do uso do computador, em interacção directa com os alunos em função do género.

8.4. A idade parece não ser factor determinante na utiliza-

ção do computador em contexto educativo, excep-ção feita à faixa etária de mais de 56 anos.

8.5. Há uma ligeira predominância do uso do computador

em contexto educativo por professores estagiários e não profissionalizados (Gráfico 29).

Gráfico 29 – Distribuição da uso do computador, em interacção directa com os alunos em função da variável situação profissional.

8.6. Os professores que mais usam o computador em con-texto educativo são os que tiveram auto-formação ou frequentaram acções de formação (Gráfico 30).

Util

ize

o c

om

pu

tad

or

em

inte

rac

çã

o

dire

cta

co

m o

s a

lun

os

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

42

3º ciclo+Sec 2º ciclo 1º ciclo Pré-escolar

% 100

80

60

40

20

0

Outra aplicação Software aquisição dados laboratoriais

Software pedagógico

Internet

e-mail

Multimédia/CD-ROM

Folha de cálculo

Prog.gráficos/desenho

Processador de texto

6 25

20

25

13

21

14

9 9 23

13

22

16

10 30

14

14

16

15

35

18

Gráfico 30 – Distribuição do uso do computador, em interacção directa com os alunos em função do modo de iniciação à informática.

9. As aplicações, actividades e contextos do uso das TIC po-

dem dizer muito sobre a qualidade da utilização em con-texto educativo e a preparação do professor para essa uti-lização.

9.1. As aplicações mais utilizadas em todos os níveis de en-

sino (menos no pré-escolar, onde prepondera o software de processamento de imagem) são o proces-sador de texto e a Internet, seguidas do software pe-dagógico (Gráfico 31).

Gráfico 31 – Distribuição dos tipos de aplicações informáticas usadas pelos alunos em contexto educativo por níveis de ensino.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

43

3º ciclo+Sec 2º ciclo 1º ciclo Pré-escolar

% 100

80

60

40

20

0

Outro contexto

Clubes/Núcleos

Apoio a alunos com NEE

APA

Trabalho de projecto/Área-escola

Disciplinar

16

16

36

20

6 13

26

45

15

8 7 31

33

18

16

25

33

10

3º Ciclo+Sec 2º Ciclo 1º Ciclo Pré-esc.

% 100

80

60

40

20

0

Outra actividade

Recreativa/jogos

Recolha/Trat. dados

Organiz. informação

Consulta / Pesquisa

Comunicação em rede

Prod. de informação

13

62

7

6 10 8 13

32

6 25

16

9 33

28

31

6 21

31

13

9.2. Os tipos de actividades relacionam-se com as aplica-ções TIC e são a consulta e pesquisa de informação, a produção e edição de informação e as actividades recreativas/jogos (Gráfico 32).

Gráfico 32 – Distribuição dos tipos de actividades realizadas pelos alunos quando usam TIC em contexto educativo por níveis de ensino.

9.3. Os contextos onde mais se utilizam as aplicações refe-ridas são o disciplinar e o trabalho de projecto bastan-te menos, os clubes e núcleos (Gráfico 33).

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

44

Gráfico 33 – Distribuição dos contextos escolares de utilização das TIC pelos alunos por níveis de ensino.

10. Os professores, quase sem excepção, manifestam vonta-des e necessidades de formação, mais ou menos distribuí-das por todas as aplicações informáticas, para todos os ní-veis de ensino e para todas as idades, de uma forma equi-tativa (Gráficos 34 e 35).

Gráfico 34 – Distribuição das necessidades de formação em TIC por níveis de ensino.

%

1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo+Sec

Inter net

e-mail

Pré-esc.

Inter net

e-mail

%

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

45

Gráfico 35 - Distribuição das necessidades de formação em TIC pela idade.

11. Os professores referem, em geral, atitudes mais positivas do que negativas face às TIC (Gráficos 36 e 37).

11.1. 94% dos professores da amostra gostariam de saber

mais sobre o uso das TIC em contexto educativo.

11.2. 78% acham que as TIC os ajudam na sua prática lectiva.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

46

Gráfico 36 – Atitudes positivas face às TIC.

11.3. 68% dos professores sentem que o uso das TIC lhes exige novas competências e, muitos deles, revelam conhecer mal as vantagens das TIC em contexto educativo.

11.4. 49% dos professores entendem que os alunos domi-

nam melhor os computadores do que eles próprios.

Gráfico 37 - Atitudes negativas face às TIC.

11.5. Os professores do sexo feminino tendem a ter mais

atitudes negativas face às TIC (Gráfico 38).

%

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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Gráfico 38 – Distribuição das atitudes negativas face às TIC pelo género.

11.6. Para a maioria dos professores (43%), o obstáculo

mais forte à implementação das TIC no contexto educativo é a falta de meios técnicos. 29% dos pro-fessores apontam a falta de recursos humanos como obstáculo maior para a implementação das TIC.

12. Qualidade da utilização.

12.1. Este estudo possui a virtude de ter inquirido muitos professores e, como tal, obtido números generalizá-veis e fiáveis. Mas, ficam por avaliar muitas nuances sobre a qualidade da utilização das TIC em contexto educativo, por parte dos professores.

12.2. Os professores do primeiro ciclo (nível de ensino que

mais usa o computador em contexto educativo) e pré-escolar apresentam baixas utilizações do compu-tador a nível pessoal e para preparação de aulas;

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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também possuirão menos computadores pessoais. Es-tas relações podem ser observadas no Gráfico 39 de análise multivariada (a interpretação destes gráficos encontra-se na nota 6, da página 36).

Usa computador com alunos em activida-des lectivas?

Elabora fichas e testes no computador?

Usa bastante o com-putador?

Tem computador?

Níveis de ensino lecci-onados.

Gráfico 39 - Análise multivariada das variáveis: Estas 12 conclusões expressam alguns aspectos importantes,

sendo de realçar, no nosso ponto de vista, algumas preocupações mas, também, algumas notas de optimismo. Assim:

É verdade que se utiliza pouco o computador em contexto

educativo e que há indícios de que a sua utilização não seja a mais sistemática, planificada e pedagogicamente cuidada.

– No ensino pré-escolar utiliza-se muito pouco as TIC em con-

texto educativo podendo tal facto dever-se à limitação do parque informático.

– Nos 2º e 3º ciclos e ensino secundário era desejável que o

uso do computador, em contexto educativo, fosse mais fre-quente. Se descontarmos os professores de informática, a percentagem de professores destes níveis rondará os 20%.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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– Poderá dizer-se que um esforço de formação significativo faria inflectir a situação. Atente-se no facto dos professores do primeiro ciclo serem os que mais acções de formação do ME realizam e, em simultâneo, os que mais utilizam o computador em contexto educativo. Porém, essa formação não leva estes professores a uma maior utilização pessoal, a um maior número de horas de utilização e à utilização do computador para preparar aulas. Por outro lado, os profes-sores que se iniciaram na informática por auto-formação, ti-picamente mais jovens, utilizam o computador com mais frequência e qualidade.

Desconhece tudo que

se relaciona com as

TIC?

Teve auto-formação?

Frequentou acções

de formação do Mi-

nistério da Educa-

ção?

Usa o com putador

com os alunos em

contexto educativo?

Níveis de ensino lecci-

onados?.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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Gráfico 40 - Análise multivariada das variáveis:

Do gráfico 40 infere-se que a auto-formação em informática se

aplica mais ao terceiro ciclo e ao secundário, cujos professores são, como vimos, quem mais usa o computador para preparar as suas actividades lectivas, quem faz dele um uso pessoal diversificado e quem mais horas trabalha, com ele, por semana. A frequência de acções de formação do Ministério da Educação relaciona-se de perto com a leccionação do primeiro ciclo.

– Os professores do ensino pré-escolar são os que apresentam

maior desconhecimento das TIC. Trata-se do nível de ensino cujos professores menos acções de formação fazem nessas metodologias. Era importante reflectir sobre as modalidades de formação existentes para este nível de ensino e a sua cobertura.

– Embora os professores usem, com alguma frequência, os

computadores e, em particular a Internet, é muito fraco o uso de e-mail com alunos (apenas 10% em 44% da amostra). Ou seja, pode adivinhar-se uma utilização do computador ainda descentrada do aluno e da sua família.

– Como notas positivas, enaltecemos, em particular, a exce-

lente taxa de resposta a este questionário. Com efeito, mais de 70% dos professores responderam o que, de alguma for-ma, revela interesse pelo assunto. O grande uso das TIC por parte dos professores mais novos e, em particular, dos pro-fessores estagiários é, também, um sinal de confiança. A uti-lização quase generalizada, pelos professores, das moder-nas ferramentas de comunicação, Internet e e-mail é, tam-bém, um bom indicador. A utilização intensa de computa-dores no primeiro ciclo é, também, uma nota positiva, em consonância com o razoável parque informático naquele nível de ensino. São igualmente encorajadoras as atitudes dos professores em relação a alguns aspectos das TIC no

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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ensino: a maioria dos professores enfrenta positivamente es-tes desafios (Gráfico 26) e reconhece a necessidade de formação e apoio para a sua promoção na utilização das TIC. Esta predisposição positiva face às novas tecnologias é condição fundamental de aquisição de competências bá-sicas em TIC e de mudanças reais no terreno escolar.

Muitas destas conclusões poderão ser reforçadas com questi-

onários mais pormenorizados e/ou entrevistas para uma amostra mais reduzida de professores.

Percebemos que a utilização das TIC não se limita às questões

de natureza educativa, mas ultrapassa-as na dinâmica da socieda-de e na organização do Estado. Trata-se de uma problemática transversal que não se limita a números, seja de computadores, de utilização ou mesmo de acções de formação. A mudança da situ-ação é um imperativo nacional e europeu.

Sabemos que a existência de um bom parque informático na

escola não implica a sua utilização discernida e sistemática. Verifi-camos que uma formação acrescida não implica obrigatoriamente muita qualidade na utilização das TIC. Estas ideias são corroboradas por outros estudos e documentos, particularmente o manual “Estra-tégias para a Acção – As TIC na Educação” (NÓNIO, 2002).

6. Mudanças e perspectivas para o uso das TIC na Escola

Pensamos que se devem manter alguns “padrões clássicos” de

educação, que passam pela manutenção de aulas com questões, pela elaboração de testes, de trabalhos de casa, pelo uso de ma-nuais escolares, mas tudo isso conjugado com o uso sistemático do computador.

Não se trata de criar tudo de novo à custa das TIC, mas de

inovar as formas de concretizar os objectivos estabelecidos. As aulas

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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continuarão a ser de pergunta/resposta mas quem responde às dúvidas é o aluno com a ajuda da Internet, os trabalhos de casa poderão ser reforçados individualmente quando enviados e corrigi-dos por e-mail, as dúvidas poderão ser “tiradas” à hora marcada com apoio complementar à distância: a relação professor/aluno pode ser reforçada quando a família do aluno comunica com o professor por e-mail.

Abrem-se portas à concretização de um manancial de proce-

dimentos que um professor “clássico” conhecia mas que, sem recur-so às TIC, dificilmente conseguiria gerir e rentabilizar com proveito próprio e dos seus alunos. A formação dos professores no domínio das TIC, como é notório, revela-se como uma autêntica urgência. Ainda que não seja certo que mais oportunidades de formação correspondam a maior entusiasmo dos professores, há que oferecer um vasto e variado conjunto de acções de formação de qualidade no domínio das TIC a toda a comunidade de professores. Como sugere Atinkson, para termos professores empenhados e despertos, devemos incluir, no seu programa de formação, as novas tecnolo-gias, em dois sentidos: no sentido de valorizar as pedagogias clássi-cas e no sentido de os fazer entender que as TIC não são antagonis-tas dos métodos tradicionais, mas antes os dois se interpotenciam (ATINKSON, 1997).

Poderemos ser acusados de centrar quase em exclusivo no

professor a melhor ou pior implementação das TIC na Escola. Seria simplista fazê-lo e, a este propósito, citamos Lawson e Comber que consideram o problema da inclusão das TIC nos currículos depen-dente, para além do professor, de três factores: da existência de coordenadores de TIC na Escola e do seu papel; da atitude da ges-tão das escolas face à prioridade dada às TIC em detrimento de outras áreas e, finalmente, da infra-estrutura informática da própria escola (LAWSON & COMBER, 1999).

Resumimos também, segundo Wild um conjunto de dificulda-

des que podem levar ao não uso das TIC em contexto educativo e

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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que nos parece, no caso da escola portuguesa, aplicável e actual (WILD, 1996).

1 – Falta de oportunidades para usar os computadores regu-

larmente, criando uma continuidade pedagogicamente benéfica. 2 – O facto de muitos alunos de estractos sócio-económicos

baixos não possuírem computador. Este dado é relevante em Portu-gal pois, se repararmos nos números (citados em 3, página 19) sobre a percentagem de computadores na população portuguesa em geral,esta era de 39% em 2001 (MATA, 2002).

3 – Recursos informáticos escassos na escola (em Portugal, é o

caso do ensino pré-escolar). 4 – Stress do professor. 5 – Falta de segurança e confiança para usar as TIC. 6 – Falta de conhecimento sobre o verdadeiro impacto do uso

das TIC em contexto educativo. 7 – Poucas experiências com TIC na formação de professores

quer inicial quer durante a actividade (WILD, 1996). A formação de professores é uma área muito sensível e “cúm-

plice” da problemática deste estudo. São os próprios propósitos do Estado português, em coerência com as políticas europeias, que enfatizam este aspecto. De novo do parecer nº2 /98 do Conselho Nacional de Educação, sobre a Sociedade de Informação, afirma, a este propósito: “...A preparação dos professores para o uso apro-priado das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) no processo pedagógico assume assim a maior importância e urgên-cia. Importa eliminar o paradoxo de o grupo profissional responsável pela preparação da juventude de hoje para o século XXI resistir à tecnologia do século XXI. Tal resulta, em grande parte, de não te-

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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rem os professores recebido o treino adequado para integrar estas tecnologias no ensino.”

A International Society for Technology in Education (ISTE) reco-

mendava em 1992 que todos os professores deveriam estar ou ser preparados nas seguintes áreas:

a) Conceitos e operações básicas em informática. Os profes-

sores deveriam usar o computador e periféricos, saber ge-rar e manipular dados, etc.

b) Uso de tecnologia aos níveis pessoal e profissional. Os pro-

fessores deveriam usar as novas tecnologias para comuni-car, colaborar, fazer pesquisas e resolver problemas.

c) Aplicação das novas tecnologias em contexto educativo.

Os professores deveriam usar computadores e TIC para apoiar a instrução na sua área e no seu nível (CZERNIAK, C. et al. 1999).

Para atingir metas como estas, ou similares, são necessárias re-

formas que nem sempre surtem os resultados desejados. Estas situa-ções acontecem porque, regra geral, as reformas são realizadas de cima para baixo, não tendo em conta, na maior parte dos casos, determinados factores tais como o que esperam e em que acredi-tam os professores acerca do uso das TIC nas escolas. Se partirmos do ponto de vista do sujeito em quem se vai operar a mudança en-tão, esta, tornar-se-á efectiva (CZERNIAK, C. et al. 1999).

Estamos absolutamente em sintonia com esta forma de enca-

rar a formação de professores e talvez a devamos pensar mais na perspectiva de “um bolo de necessidades específicas”: da escola, dos alunos e dos professores. Teremos, com certeza, maiores proba-bilidades de sucesso, pois partimos de baixo para cima, do aluno concreto, do professor concreto, da escola concreta, para introdu-zir as mudanças possíveis nessa matéria-prima específica.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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Cornu e Marzin vão mais longe e preconizam uma mudança mais radical: que as TIC sejam incluídas verdadeiramente no ensino dos alunos universitários (e não apenas na componente didáctica dos cursos) para se tornarem ainda mais efectivas. Desta forma os futuros professores reproduziriam, na sua maneira de ensinar, a for-ma como foram ensinados (CORNU e MARZIN, 1999).

Este aspecto revela-se importante pois, se os professores não

são informados, não contactam e não experimentam as potenciali-dades das TIC, dificilmente se irão sentir atraídos por este mundo. Este aspecto leva-nos a preconizar uma formação em TIC conjuga-da uma formação científica na área disciplinar, ou seja um “dois em um”. Nada melhor do que aprender a tecnologia com exemplos de situações conhecidas da prática lectiva de cada professor.

É hoje um facto que noções como continuidade, estabilidade, estratégia de longo prazo e abrangência das medidas, são essen-ciais a projectos que envolvam a introdução das TIC na Escola. A realidade das TIC assim pensada já está presente no novo ensino e na aprendizagem. A prová-lo referimos novamente o documento “Estratégias para a acção - As TIC na educação” (NÓNIO, 2002) que deve, a este propósito, merecer uma leitura atenta.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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7. Anexo – Questionário usado no estudo

QUESTIONÁRIO

As questões que se seguem são de resposta confidencial. Destinam-se a um estudo a nível na-

cional sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no ensino. Este estudo

é realizado pelo Departamento de Avaliação Prospectiva e Planeamento do Ministério da Educa-

ção, em colaboração com o Centro de Competência Nónio - Softciências, numa perspectiva de

prestar melhor apoio às escolas. A informação recolhida visa igualmente responder a uma ne-cessidade de dados desta natureza para a União Europeia.

Agradecemos desde já a sua colaboração! (tempo típico de preenchimento: ? 7 minutos)

A - Sexo:

1 : Masculino 2 : Feminino

B - Idade:

1 : 18-25 2 : 26-35 3 : 36-45 4 : 46-55 5 : + de 56

C - Situação profissional:

1 : Profissionalizado 2 : Não profissionalizado 3 : Em profissionalização

D - A sua formação inicial foi feita:

1 : No Ensino Superior Universitário

2 : Num Instituto Politécnico (Escola Superior de Educação)

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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3 : Outra situação

Nesta como noutras questões pode escolher mais do que uma op-ção

E - No presente ano lectivo lecciona níveis de:

1 : Não tenho componente lectiva (continue a responder a partir daqui reportando-se ao último ano em que deu aulas e preencha, inclusive, na linha abaixo, os níveis que então leccio-nou)

2 : Pré-escolar 3 : 1º ciclo

4 : 2º ciclo 5 : 3º ciclo ou equivalente 6 : Secundário ou equivalente

F - Código do Grupo disciplinar que lecciona (use um número da tabela abaixo, por favor): __________

42 Pré-escolar 3º ciclo + secundário 24 Filosofia 38 Educação

Física

43 1º ciclo 11 Matemática 25 Geografia 39 Informática

44 Outro (escolas profissi-onais, etc.)

12 Mecanotecnia 26 Biologia e Geolo-gia

40 Música

2º ciclo 13 Electrotecnia 27 Mecanotecnia 41 Espanhol

1 Português e Estudos Sociais-História

14 Construção Civil 28 Electrotecnia

2 Português e Francês 15 Física-Química 29 Secretariado

3 Português, Inglês e Alemão

16 Química-Física 30 Artes dos Tec idos

4 Matemática e Ciências da Natureza

17 Artes Visuais 31 Const. Civil e Madeiras

5 Educação Visual 18 Contabilidade e Adminis-tração

32 Artes Gráficas

6 Educação Musical 19 Economia 33 Equipamento

7 Trabalhos Manuais masculinos

20 Português, Latim e Grego 34 Têxtil

8 Trabalhos Manuais femininos

21 Francês e Português 35 Horto-floricultura

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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9 Educação Física 22 Inglês e Alemão 36 Produção Vegetal

10 Educação Moral e Religiosa

23 História 37 Ind. Al. Zoo

G - Características do seu equipamento informático pessoal:

1 : Não tenho computador 4 : Equipamento de ligação à Internet

2 : Computador 5 : Scanner

3 : Impressora 6 : DVD 7 : Gravador de CD’s

H - Como se fez a sua iniciação no mundo da informática?

1 : Ainda não se fez 5 : Tenho formação superior em informática ou afim

2 : Auto- formação 6 : Acções de formação ligadas ao Ministério da Educação

3 : Apoio de familiar/amigo(a) 7 : Outras acções de formação não conte mpladas em 6

4 : Durante o curso superior 8 : De outra forma

I - Se realizou acção(ões) de formação em informática que balanço faz dessa(s) acção(ões) tendo em conta os efeitos que tiveram no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) junto dos seus alunos?

1 : Não realizei nenhuma acção de formação em informática

2 : Muito positivo 3 : Positivo 4 : Pouco positivo 5 :Nada positivo

J - De que âmbito foi a maioria das acções de formação em infor-mática que realizou?

1 : Não realizei nenhuma acção de formação em informática

2 : De âmbito generalista 3 : De âmbito específico da(s) minha(s) disciplina(s)

K - Como definiria a sua relação com o computador?

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As Tecnologias de Informação e Comunicação: Utilização pelos Professores

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1 : Não trabalho com o computador

2 : Raramente uso o computador

3 : Uso o computador apenas para processar texto

4 : Uso bastante o computador para realizar múltiplas tarefas

5 : Outra situação

L - Quantas horas por semana passa ao computador:

1 : Zero horas 2 : De 0h a 3h 3 : De 3h a 5h 4 : De 5h a 10h 5 : Mais de 10h

M - Usa a Internet?

1 : Não 2 : Sim, em casa 3 : Sim, na escola 4 : Sim, noutros locais

N - Com quem comunica por email?

1 : Não uso email 4 : Com colegas professores (por razões profissionais)

2 : Com alunos 5 : Com a escola (órgão de gestão, serviços administrativos, etc.)

3 : Com amigos 6 : Outros

O - Na preparação das suas aulas com que fins usa o computador?

1 : Não uso o computador para preparar as minhas aulas

2 : Elaboração de fichas e/ou testes

3 : Pesquisas na Internet de assuntos da minha disciplina

4 : Apresentações audiovisuais (Power Point, etc.)

5 : Outra situação

P - Utiliza o computador em interacção directa com os alunos, no decorrer das suas aulas e no âmbito da(s) disciplina(s) que leccio-na?

1 : Sim 2 : Não

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Q - Utiliza o computador em interacção directa com os alunos, fora do âmbito da disciplina que lecciona (clubes, projectos, aulas de apoio, etc.)?

1 : Sim 2 : Não

R - No ano lectivo passado, quantas vezes usou o computador com os seus alunos?

1 : Zero 2 : Uma 3 : Duas 4 : Três 5 : Quatro ou mais 6 : Sempre

S - Indique que tipo(s) de aplicação(ões) informática(s) usa em in-teracção directa com os seus alunos?

1 : Nenhuma 2 : Processador de texto (Word, Publisher, etc.)

3 : Programas gráficos/de desenho 4 : Folha de cálculo (Excel, SPSS, etc.)

5 : Multimédia/CD-ROM 6 : E-mail

7 : Internet 8 : Software pedagógico

9 : Software de aquisição de dados laboratoriais 10 : Outra

T - Indique o(s) tipo(s) de actividade que realiza com os seus alunos quando estes utilizam as aplicações informáticas que referiu em S?

1 : Nenhuma 5 : Organização e gestão de informação

2 : Produção e edição de informação 6 : Recolha e tratamento de dados em ciências

3 : Comunicação e intercâmbio em rede 7 : Recreativa/jogos

4 : Consulta e pesquisa de informação 8 : Outra

U - Indique o(s) contexto(s) de utilização com os seus alunos das aplicações informáticas que citou em S:

1 : Nenhum 2 : Disciplinar

3 : Trabalho projecto/Área-escola 4 : Apoio pedagógico acrescido

5 : Apoio a alunos com necessidades educativas especiais

6 : Clubes/Núcleos 7 : Outro

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V - Quer use ou não as Tecnologias de Informação e Comunicação em contexto educativo dentro ou fora do âmbito disciplinar, assina-le, para as afirmações abaixo, uma cruz (X) em “sim” ou “não”, consoante concorde ou discorde. Deixe em branco as alternativas sobre as quais não tem opinião: Afirmações Concor-

do (Sim) Discordo

(Não) 1 Gostaria de saber mais acerca das TIC (Tecnologias de Infor-

mação e Comunicação).

2 Os computadores assustam-me! 3 As TIC ajudam-me a encontrar mais e melhor informação para

a minha prática lectiva.

4 Ao utilizar as TIC nas minhas aulas torno-as mais motivantes para os alunos.

5 Uso as TIC em meu benefício, mas não sei como ensinar os meus alunos a usá-las.

6 Manuseio a informação muito melhor porque uso as TIC. 7 Acho que as TIC tornam mais fáceis as minhas rotinas de profes-

sor(a).

8 Penso que as TIC ajudam os meus alunos a adquirir conheci-mentos novos e efectivos.

9 Nunca recebi formação na área TIC e desconheço as potenci-alidades de que disp onho.

10 O uso das TIC, na sala de aula, exige-me novas competências como professor(a).

11 Sinto-me apoiado(a) para usar as TIC. 12 Encontro pouca informação na Internet para a minha disciplina. 13 As TIC encorajam os meus alunos a trabalhar em colaboração. 14 A minha escola não dispõe de condições para usar o comp u-

tador em contexto educativo.

15 A minha escola tem uma atitude positiva relativamente ao uso das TIC.

16 Os meus alunos, em muitos casos, dominam os computadores melhor do que eu.

17 Não me sinto motivado(a) para usar as TIC com os meus alunos. 18 Não conheço a fundo as vantagens pedagógicas do uso das

TIC com os meus alunos.

W - Pensando nas TIC ao serviço do ensino e aprendizagem, em que áreas necessita de mais formação (indique, no máximo, três áreas)?

1 : Desconheço tudo o que se relaciona com as TIC 5 : Multimédia/CD-ROM

2 : Processador de texto (Word, Publisher, etc.) 6 : E-mail

3 : Programas gráficos/de desenho 7 : Internet

4 : Folha de cálculo (Excel, SPSS, etc.) 8 : Software pedagógico

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9 : Software de aquisição de dados laboratoriais 10 : Não preciso de mais formação

X - No seu entender qual é, para a escola, o obstáculo mais difícil de ultrapassar no que respeita a uma real integração das TIC no en-sino e aprendizagem? (indique um e um só)

1 : Falta de meios técnicos (computadores, salas, etc.)

2 : Falta de recursos humanos específicos para apoio do professor face às suas dúvidas de

informática (por exemplo, a existência de um técnico de informática ao serviço dos

professores).

3 : Falta de formação específica para a integração das TIC junto dos alunos

4 : Falta de software e recursos digitais apropriados

5 : Falta de motivação dos professores

6 : Outro

FIM

Ficamos-lhe gratos. Para observações/comentários enviar mensagem para

[email protected].

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