artigo samuel versão final

21
1 A EFETIVIDADE DA PSICOEDUCAÇÃO COMO MODALIDADE DE IN- TERVENÇÃO THE EFFECTIVENESS OF PSYCHOEDUCATION AS INTERVENTION TYPE Samuel Cabanha 1 , Aline Henriques Reis 2 RESUMO A psicoeducação é definida como uma modalidade de intervenção terapêutica que tem por objetivo facilitar o entendimento e a compreensão da patologia pelo paciente. Geralmente é empregada para potencializar os aspectos positivos do paciente, vislumbrando a alteração da atividade cognitiva ao longo do tratamento, possibilitando a “reestruturação cognitiva” e mo- dificando o comportamento tido como “inadequado”. Dentre as abordagens psicossociais e educativas, a terapia cognitivo-comportamental demonstra ser eficaz no tratamento de vários transtornos, mas indispensável no tratamento do transtorno bipolar e transtornos de ansiedade. A presente revisão da literatura aponta evidências que demonstram que a psicoeducação é boa adjuvante na questão sintomática e funcional de pacientes com transtorno bipolar e transtor- nos de ansiedade. A psicoeducação é uma ferramenta eficaz e essencial no âmbito de atuação do psicólogo, pois potencializa a adesão do paciente ao tratamento psicoterapêutico. No pre- sente estudo utilizou-se uma abordagem qualitativa e revisão não sistemática da literatura para seleção e análiseda informação encontrada. Palavras-chave: Psicoeducação; Terapia cognitivo-comportamental; Tratamento. 1 Psicólogo. Especialista em Educação UTFPR e Especialista em Terapia Cognitiva pelo Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva IPTC. e-mail: [email protected]. 2 Orientadora de trabalho de conclusão de curso do Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva. Doutora em Psi- cologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Upload: unioeste

Post on 08-Apr-2016

221 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Artigo samuel versão final

1

A EFETIVIDADE DA PSICOEDUCAÇÃO COMO MODALIDADE DE IN-

TERVENÇÃO

THE EFFECTIVENESS OF PSYCHOEDUCATION AS INTERVENTION

TYPE

Samuel Cabanha1, Aline Henriques Reis

2

RESUMO

A psicoeducação é definida como uma modalidade de intervenção terapêutica que tem

por objetivo facilitar o entendimento e a compreensão da patologia pelo paciente. Geralmente

é empregada para potencializar os aspectos positivos do paciente, vislumbrando a alteração da

atividade cognitiva ao longo do tratamento, possibilitando a “reestruturação cognitiva” e mo-

dificando o comportamento tido como “inadequado”. Dentre as abordagens psicossociais e

educativas, a terapia cognitivo-comportamental demonstra ser eficaz no tratamento de vários

transtornos, mas indispensável no tratamento do transtorno bipolar e transtornos de ansiedade.

A presente revisão da literatura aponta evidências que demonstram que a psicoeducação é boa

adjuvante na questão sintomática e funcional de pacientes com transtorno bipolar e transtor-

nos de ansiedade. A psicoeducação é uma ferramenta eficaz e essencial no âmbito de atuação

do psicólogo, pois potencializa a adesão do paciente ao tratamento psicoterapêutico. No pre-

sente estudo utilizou-se uma abordagem qualitativa e revisão não sistemática da literatura para

“seleção e análise” da informação encontrada.

Palavras-chave: Psicoeducação; Terapia cognitivo-comportamental; Tratamento.

1Psicólogo. Especialista em Educação – UTFPR e Especialista em Terapia Cognitiva pelo Instituto Paranaense

de Terapia Cognitiva – IPTC. e-mail: [email protected].

2 Orientadora de trabalho de conclusão de curso do Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva. Doutora em Psi-

cologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Page 2: Artigo samuel versão final

2

ABSTRACT

Psychoeducation is defined as a form of therapeutic intervention that aims to facilitate

the understanding and the understanding of the disease by the patient. It is usually employed

to enhance the positive aspects of the patient, seeing the change in cognitive activity during

treatment, enabling the "cognitive restructuring" and modifying the behavior seen as "inap-

propriate". Among the psychosocial and educational approaches, cognitive behavioral therapy

proves to be effective in treating various disorders, but indispensable in the treatment of bipo-

lar disorder and anxiety disorders. This review of the literature points to evidence showing

that psychoeducation is good adjuvant in the symptomatic and functional matter of patients

with bipolar disorder and anxiety disorders. Psychoeducation is an effective and essential tool

in the work of the psychologist part because enhances patient compliance to psychotherapeu-

tic treatment. In the present study used a qualitative approach and not systematic literature

review to "selection and analysis" of information found.

Keywords: Psychoeducation; Cognitive behavioral therapy; Treatment.

INTRODUÇÃO

A Psicoeducação pode ser definida como uma modalidade de intervenção terapêutica

que tem por objetivo facilitar o entendimento e a compreensão da patologia pelo paciente,

além de buscar potencializar os aspectos positivos do paciente, vislumbrando a alteração da

atividade cognitiva, minimizando distorções cognitivas e possibilitando uma melhor “reestru-

turação cognitiva”, modificando o comportamento tido como “inadequado” (Ângela, Luciano,

Dell´Áglio, Irani, 2009).

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma terapia psicoeducativa, ou seja, a

psicoeducação faz parte de todo o processo de avaliação, sendo que já na fase inicial do tra-

tamento o paciente deve ser informado sobre como funciona a Terapia em abordagem cogni-

Page 3: Artigo samuel versão final

3

tivo-comportamental. Nesta fase do tratamento, o terapeuta deve ser enfático ao asseverar que

a meta no decorrer da terapia é que o “paciente se torne seu próprio terapeuta” (Silva & Serra,

2004).

Em se tratando das TCCs, pode-se dizer que três pressupostos basilares e fundamen-

tais estão identificados como estando no cerne de tais abordagens: primeiro, que a atividade

cognitiva influencia o comportamento; segundo, que a atividade cognitiva pode ser monitora-

da e alterada, e terceiro, que o comportamento desejado pode ser influenciado mediante mu-

dança cognitiva (Borba, 2005).

O principal objetivo da TCC é que o paciente aprenda novas habilidades e estratégias,

de modo que o mesmo venha a incorporar essas habilidades e estratégias aprendidas de ma-

neira autônoma (Silva & Serra, 2004). Uma das ferramentas ou modalidade de intervenção

que pode propiciar tal “aprendizado” é a psicoeducação, a partir da qual o terapeuta pode “en-

sinar” o paciente e as pessoas próximas a ele (sistema familiar) como usar soluções apropria-

das para resolução de problemas que o(s) acomete(m).

Pode-se dizer que a TCC é um tratamento limitado no tempo, orientado a uma ou vá-

rias metas, e que utiliza sessões estruturadas, assumindo assim, uma postura diretiva e ativa ao

mesmo tempo, a saber, a TCC pode ser considerada uma “terapia – ação”, ou seja, é uma te-

rapia ativa que envolve interação constante entre terapeuta e paciente (Silva & Serra, 2004).

Acerca da efetividade da psicoeducação, um estudo realizado na Espanha revelou que

familiares de pacientes diagnosticados com Transtorno Afetivo Bipolar, que foram submeti-

dos a doze sessões de um modelo de intervenção psicoeducacional apresentaram maior com-

preensão da patologia bem como apresentaram menores índices de stress subjetivo em relação

aos familiares que não foram submetidos ao modelo psicoeducativo (Ângela, Luciano,

Dell´Áglio, Irani, 2009).

Page 4: Artigo samuel versão final

4

A Psicoeducação pode ser indicada para uma série de transtornos, pois se trata de uma

modalidade de intervenção terapêutica de fácil aplicabilidade à maioria dos pacientes e fami-

liares, principalmente porque facilita o processo de compreensão do paciente, proporcionando

melhor adesão ao tratamento medicamentoso, quando necessário (Bernhard et al., 2006).

Na produção do presente trabalho, buscou-se investigar através de uma revisão não

sistemática da literatura científica e em relatos de estudos de casos clínicos, como a psicoedu-

cação pode atuar como um modelo de método/técnica eficaz tanto para adesão do paciente à

psicoterapia, bem como para o tratamento psicológico não de maneira geral. A produção do

presente artigo buscou explorar evidências na literatura cientifica que comprovam a eficácia

da psicoeducação como modalidade de intervenção no que tange ao transtorno bipolar e aos

transtornos de ansiedade.

MÉTODO

Utilizou-se uma abordagem qualitativa a partir de uma revisão não sistemática da lite-

ratura na seleção e análise da informação encontrada. Na revisão bibliográfica definiu-se co-

mo objeto de estudo a psicoeducação como modalidade de intervenção no que tange ao trans-

torno bipolar e transtornos de ansiedade, e como sua efetividade nas primeiras sessões de te-

rapia, chamadas de sessões de psicoeducação, podem produzir um bom resultado ao longo do

processo terapêutico.

O delineamento da presente pesquisa deu-se através da busca por artigos científicos

(revisão bibliográfica) que resultaram na elaboração do presente artigo, e não se limitou ape-

nas a artigos publicados no idioma português.

O presente artigo buscou analisar a psicoeducação como modalidade de intervenção da

TCC, contudo, salienta-se a necessidade de combinação de psicoeducação a outros pas-

sos/métodos, a saber, a elaboração da tríade cognitiva de “funcionamento” do paciente, a ela-

boração do diagrama de conceitualização cognitiva, a reestruturação cognitiva (trabalhando

Page 5: Artigo samuel versão final

5

principalmente com o Registro de Pensamentos Disfuncionais - RPD) e Elaboração do Plano

Terapêutico.

PSICOEDUCAÇÃO

Para otimizar esta pesquisa, optou-se em separar a junção das palavras psico + educa-

ção quando necessário, buscando elucidar e ater-se mais ao conceito de educação, visto que se

presume certo conhecimento prévio por parte do profissional psicólogo sobre os processos

mentais e os fenômenos psicológicos. A palavra “educação” será empregada enquanto intera-

ção clínica psicólogo - paciente, ou seja, a educação enquanto processo psicológico estrito, se

tornando psicoeducação.

Nesta pesquisa bibliográfica, verificou-se que a Educação já era uma ferramenta utili-

zada no século XII, conforme achados de Maurice Capul, co-autor juntamente com Michel

Lemay, do volume intitulado “De L'education Specialisée”, cujo livro demonstra que naquela

época já eram utilizadas práticas e atitudes educativas (Lebon, 1997).

A partir dai, conclui-se que educação não é uma prática ou atitude totalmente nova,

mas é partir dos achados feitos através de estudos sobre a evolução dos conhecimentos e de

tomadas de consciência, engendrados por Gilles Gendreau e Jeannine Guindon, no inicio dos

anos 50, os quais levaram estes mesmos conhecimentos a serem utilizados em uma nova ver-

tente, a saber, que o termo psicoeducação passasse a ser usado com pujança pela academia,

originando um modelo psicoeducativo de intervenção (Lebon, 1997).

A psicoeducação é considerada uma técnica de intervenção que objetiva propiciar me-

lhores condições de entendimento e compreensão da(s) patologia(as), ao mesmo tempo que

como primeiro passo do tratamento, possibilita uma resignificação cognitiva, além do que

visa evidenciar e potencializar os aspectos positivos do paciente, sendo que nesse sentido é

fundamental que o paciente seja informado quanto ao modelo de tratamento ao qual será

submetido (Caminha, Wainer, Oliveira, & Piccoloto, 2003).

Page 6: Artigo samuel versão final

6

Reconhecidamente, a psicoeducação consiste em uma modalidade de intervenção não

somente psicoterapêutica, buscando uma melhora significativa dos sintomas comportamentais

e clínicos dos pacientes atenuando suas cognições disfuncionais, mas é também, uma modali-

dade de intervenção psicossocial (Ângela, Luciano, Dell´Áglio, Irani, 2009).

A psicoeducação tem se mostrado uma modalidade efetiva e totalmente integrada ao

tratamento de pacientes, e de vários transtornos mentais. Hodiernamente, não pode ser disso-

ciada de nenhum tratamento psicológico que tenha como foco a TCC, sendo de fácil aplicabi-

lidade a grande maioria de pacientes, bem como pode e deve ser estendida a todo o sistema

familiar (Roso, Moreno, Costa, 2005)

Embora a psicoeducação não substitua o tratamento medicamentoso, na maioria dos

casos se mostra eficaz na potencialização significativa dos tratamentos farmacológicos e de

seus respectivos resultados, além de demonstrar características profiláticas na higidez mental

dos pacientes e do sistema familiar, sendo que como modalidade/técnica de intervenção da

TCC, a psicoeducação tem como objetivo abrir caminho para modificação de crenças e es-

quemas disfuncionais que perpetuam os transtornos (Peres, 2008).

Sua efetividade como modalidade de intervenção é comprovada devido a sua própria

finalidade, “psico-educar”, pois seu principal objetivo é tornar o paciente um colaborador

ativo/proativo no processo terapêutico, e, consequentemente, tornar o procedimento terapêuti-

co mais efetivo (Ângela, Luciano, Dell´Áglio, Irani, 2009).

Observada por esse ângulo, a psicoeducação não é mera conjectura, mas serve para

exemplificar que toda operação mental é uma organização, a saber, toda estrutura cognitiva do

sujeito se vê implicada em ordenar os elementos do conhecimento, ou seja, através desses

processos organizacionais do indivíduo, o sistema cognitivo ou processo cognitivo se man-

tém. Na interação clínica psicólogo – paciente, a psicoeducação quer atuar diretamente sobre

a rigidez do paciente, flexibilizando suas crenças disfuncionais, agindo sobre o pensamento e

Page 7: Artigo samuel versão final

7

a interpretação e/ou situação dos fatos, buscando “investigar” o funcionamento dos esquemas

do paciente, pois os esquemas desempenham um importante papel na determinação do que

recordamos das histórias (Duarte, Nunes, Kristensen, 2008).

Para tanto, baseado na experiência clínica, propõe-se o modelo abaixo (o qual não po-

de ser entendido isoladamente do contexto em que ocorre) para melhor exemplificar como

pode se dar o funcionamento praxeológico3 do paciente e o que pode ser observado pelo tera-

peuta;

Fi-

gura 1 – Fluxo do pensamento automático.

É importante ressaltar que o bom emprego da psicoeducação e sua assimilação pode

tornar o paciente um colaborador ativo no processo terapêutico, ganhando sua adesão ao tra-

3 A palavra praxeologia vem do grego praxis (ação, prática) é uma metodologia que tenta explicar a estrutura

lógica da ação humana. Comumente se relaciona com a obra do economista austríaco Ludwig von Mises e seus

seguidores da Escola Austríaca. Para Ludwig von Mises, praxeologia é o estudo dos fatores que leva as pessoas a

atingir seus propósitos.

3. Emoção/Sentimento (motivada pelos esquemas)

2. Interpretação/Crenças (segundo esquemas internaliza-

dos)

1. Fato/Situação (ativação dos esque-

mas)

4. Comportamento (baseado na interpretação

automática dos esquemas)

5. Funcionamento Pra-

xeológico (Manutenção do “Status Quo”)

Page 8: Artigo samuel versão final

8

tamento, possibilitando ao psicólogo a correta seleção das crenças centrais e nucleares a se-

rem trabalhadas em terapia, o que per se, visa promover uma maior funcionalidade do pacien-

te. Vale dizer que a psicoeducação é a principal modalidade de intervenção no início do a-

companhamento terapêutico, além do que a mesma objetiva um melhor manejo de situações

de crise pelo próprio paciente, permitindo reduzir ou remitir os sintomas comportamentais e

clínicos. Sua aplicação é que propiciará melhor insight e compreensão da patologia do pacien-

te, potencializando aspectos positivos do paciente, sendo uma modalidade de intervenção efe-

tiva e de fácil agregação a vários tipos de transtornos (Ângela, Luciano, Dell´Áglio, Irani,

2009).

A partir da experiência clínica do 1º autor, sugere-se como modelo para compreensão

do processo psicoeducativo, proposto na figura abaixo, um modelo que demonstra como pode

se dá o passo-a-passo durante o processo de intervenção psicoeducacional, o qual facilita a

compreensão do processo, podendo ser aplicado para pacientes tanto como para o sistema

familiar.

Figura 2 – Psicoeducaçao: Fluxo de informações de Terapeuta para paciente e vice-

versa.

Assimilação da Psicoeducação

= Ampliação dos Esquemas

Acomodação da Psicoeducação

= Resignificação Cognitiva

Manutenção da Psicoeducação

= Mudança no “Funcionamento”

Cognitivo Manu

Adaptação Cognitiva

PSICOEDUCAÇÃO

Page 9: Artigo samuel versão final

9

O modelo proposto busca fazer uma analogia com o sistema proposto por Piaget4, im-

prescindível para a compreensão da figura, onde podemos definir que a assimilação é o pro-

cesso pelo qual o indivíduo cognitivamente capta o ambiente e o organiza, possibilitando as-

sim, a ampliação de seus esquemas. A acomodação pode ser definida como a modificação de

um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades da assimilação já alcançada,

quando o sujeito cria um novo esquema ou modifica um já existente de modo que o estímu-

lo/assimilação possa ser incluído. Dessa forma, a psicoeducação quer promover a adaptação, a

qual ocorrerá através da organização dos novos estímulos (processo psicoeducacional) com os

quais o paciente teve contato e os organizará nalguma forma de estrutura (esquema).

É exatamente neste momento que a psicoeducação age, ou seja, quebra a rigidez das

crenças centrais, tornando as mais flexíveis, e através disso, as mudanças emocionais e com-

portamentais serão mais duradouras se resultarem da modificação das crenças disfuncionais

básicas dos clientes (Neufeld & Cavenage, 2010).

Acredita-se que o modelo proposto pode tornar fácil a compreensão e a interação clí-

nica entre terapeuta e paciente, ou terapeuta e sistema familiar, fato que certamente auxiliará

na adesão e planejamento da terapia, o que é crucial para à psicoterapia e para maior adesão

ao cumprimento de tarefas da TCC.

No modelo proposto acima, é importante que se tenha em mente que a psicoeducação

não é somente uma relação educativa no sentido estrito da palavra, mas é também uma rela-

ção afetiva, onde o terapeuta deve observar dois pontos chaves, a saber, autenticidade e enga-

jamento.

4 Jean William Fritz Piaget (Neuchâtel, 09/08/1896 - Genebra, 16/09/1980). Epistemólogo suíço, especializou-se

em psicologia evolutiva, e defendeu uma abordagem interdisciplinar para a investigação. Fundou

a Epistemologia Genética, teoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do pensamento

humano.

Page 10: Artigo samuel versão final

10

A PSICOEDUCAÇÃO NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO AFETIVO

BIPOLAR E NOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) é uma doença mental, caracterizada por episó-

dios de mania ou hipomania, alternados com períodos de depressão e/ou eutimia. Atualmen-

te, estima-se que o TAB pode afetar em torno de 1% da população geral (Menezes & Souza,

2012).

Na fase depressiva, é comum que o paciente apresente alterações no humor, na psico-

motricidade, na cognição e nas funções vegetativas, sendo o quadro clínico caracterizado

também por outros sintomas, tais como, humor depressivo, incapacidade de sentir alegria ou

prazer, lentificação ou agitação psicomotora, dificuldades de concentração e pensamentos de

cunho negativo.

Na fase conhecida como mania, o humor é expansivo ou eufórico, podendo ser irritá-

vel e desinibido. Ademais, é comum a diminuição da necessidade de sono, inquietação, agita-

ção psicomotora, aumento de energia e de libido.

Apesar do TAB ser caracterizado por fortes indicadores biológicos e o tratamento me-

dicamentoso ser imprescindível, é crucial para o tratamento uma atenção psicossocial, consi-

derando que no tratamento estritamente biológico/medicamentoso são altos os índices de não-

adesão e recaídas, pois existem evidências na literatura que o curso do TAB pode ser modifi-

cado por meio de abordagens psicoterapêuticas (Knapp & Isolan, 2005).

Intervenções psicoeducacionais com o paciente com TAB e com o seu sistema familiar

tem demonstrado que o uso da psicoeducação melhora a compreensão de ambos sobre o trans-

torno e as consequências causadas pelo mesmo (Ângela, Luciano, Dell´Áglio, Irani, 2009).

A respeito dos transtornos de ansiedade, pode-se dizer que os mesmos tem sua

expressão em quatro dimensões bem definidas, a saber: emoções, comportamento,

pensamentos e o corpo. Para tanto, ao psicoeducarmos o paciente a intervenção deve

Page 11: Artigo samuel versão final

11

focar nas dimensões fisiológica, comportamental, cognitiva, emocional e social. No

que tange ao tratamento, o mesmo deve envolver práticas, recompensas, tarefas para

casa, observação do processamento da informação, nomeação de sentimentos e parti-

cipação ambiente familiar no processo terapêutico (Petersen, 2011).

Consoante aos transtornos de ansiedade pode-se dizer que os maiores avanços da

TCC relativa aos transtornos de ansiedade se deram a partir do ano de 1994, com o

primeiro ensaio clínico randomizado que avaliou o programa de intervenção Coping

Cat. Neste estudo, 47 crianças entre 08 e 13 anos de idade portadoras de transtorno

de ansiedade social, ansiedade generalizada, e com evitações foram investigadas (Iso-

lan, Pheula, Manfro, 2007).

Cabe dizer também que em relação aos transtornos de ansiedade a literatura

cientifica nos orienta que a mesma tem em sua etiologia a combinação de variáveis

biológicas e ambientais. Vale ressaltar que o modelo diátese estresse de psicopatolo-

gia evidencia que a história da aprendizagem tem um papel fundamental , o que se

soma a fatores de riscos tais como, estilos de apego inseguro, presença de transtorno

de ansiedade na família, estilos parentais, tais como superproteção e comportamentos

de evitação (Petersen, 2011).

A etiologia cognitiva baseia-se no papel de percepções não realísticas e inter-

pretações ameaçadoras dos fatos. Em geral, o erro de processamento de informação

clássico do paciente é a catastrofização, sendo essencial no diagnóstico de transtorno

de ansiedade a interpretação do evento ou estímulo como ameaçador, sendo que o

paciente com ansiedade percebe mais sinais de perigo e pode erroneamente interpre-

tar o aumento de ameaças iminentes, aumentando a preocupação e reforçando ainda

mais a interpretação superdimensionada (Petersen, 2011).

Page 12: Artigo samuel versão final

12

A terapia baseada na abordagem cognitivo-comportamental direcionada para

os transtornos de ansiedade deve envolver diferentes técnicas comportamentais e

cognitivas, levando se em conta a etiologia biológica e cognitiva do transtorno.

Para facilitar o trabalho terapêutico relativo ao transtorno bipolar ou transtor-

nos de ansiedade, o profissional deve iniciar com uma “educação” afetiva a fim de

que o paciente possa compreender o transtorno e se familiarizar com o processo tera-

pêutico, sendo crucial neste momento que a psicoeducação enfoque duas etapas: es-

tratégias facilitadoras para casos de pacientes com transtorno bipolar e estratégias

facilitadoras e exposição às situações temidas para os casos de transtorno de ansieda-

de (Petersen, 2011).

Nestes dois casos explicitados sumariamente, pacientes com transtorno bipolar e/ou

transtornos de ansiedade, é fundamental que o terapeuta busque convergir ou associar ao tra-

tamento uma perspectiva “bio-psico-social”, além de envolver os familiares no processo tera-

pêutico.

Vale destacar que a psicoterapia ou a técnica psicoterápica não substitui o tratamento

medicamentoso em hipótese alguma, porém, cabe dizer que é a TCC que merece destaque

entre as abordagens “não-medicamentosas”, sendo a “psicoeducação” uma importante moda-

lidade de intervenção que funciona como técnica adicional ao psicofármaco no início de qual-

quer tratamento, a qual tem o objetivo de ganhar a adesão do paciente e mantê-lo inserido na

comunidade (Knapp & Isolan, 2005).

Como modalidade de intervenção, a Psicoeducação é hoje em dia considerada uma

das principais estratégias para modificar aspectos negativos vivenciados pelos portadores de

transtorno bipolar e transtornos de ansiedade, pois além de promover um maior entendimento

e compreensão, ela fornece informações aos pacientes e familiares sobre a natureza e o trata-

mento da psicopatologia da doença, provendo ensinamentos teóricos e práticos através de

Page 13: Artigo samuel versão final

13

filmes, leituras específicas, tarefas de casa etc., para que os pacientes assim como o ambiente

familiar possam compreender e lidar melhor com o transtorno (Menezes & Souza, 2012).

O objetivo fundamental da psicoeducação é tornar o paciente apto a lidar com as difi-

culdades advindas do transtorno que o acomete, além de que tal técnica psicoeducacional me-

lhora o insight sobre a doença, ensina melhor lidar com a estigmatização, melhora a adesão do

paciente ao tratamento, promove uma vivência mais saudável, e inclusive, pode ajudar o paci-

ente a evitar o abuso de substâncias.

Vale destacar que na interação clínica psicólogo/paciente-grupo, a psicoeducação é

uma técnica de fácil manejo, podendo ser desenvolvida de forma individual ou em grupo, por

psicólogos ou psiquiatras, haja vista que deve haver certo arcabouço teórico por parte do pro-

fissional com o conhecimento cientifico relacionado ao transtorno apresentado pelo paciente.

Esse ponto é fundamental, pois embora a psicoeducação não seja considerada uma

modalidade de psicoterapia, ela aborda aspectos afetivos e emocionais, que exigem certa fa-

miliaridade com a farmacologia atinente a cada caso, além de compreensão dos fenômenos

psicológicos e comportamentais relacionados à patologia, fato que pressupõe certa habilitação

por parte do profissional.

Durante o processo psicoeducacional inicial, o terapeuta deve atuar como um estrate-

gista, pois ele deve elencar o que será importante discutir nas primeiras sessões, psicoeducan-

do o paciente acerca do transtorno a fim de minimizar aspectos negativos comportamentais e

psicológicos, o que o torna quase um “professor”, pois trata-se de um papel “educativo”, pro-

cesso crucial para que o paciente perceba a relação de sua patologia e consequente complica-

ções que ligam a patologia com os problemas vividos por ele (Ângela, Luciano, Dell´Áglio,

Irani, 2009).

A psicoeducação deve ser uma abordagem prática-teórica, sendo que para a mesma ser

levada a cabo podemos utilizar vários recursos, tais como, meios audiovisuais, filmes, suges-

Page 14: Artigo samuel versão final

14

tão de leituras de fácil compreensão para o paciente, técnicas de Roll play, entre outras. Existe

uma grande variedade de alternativas que podem auxiliar o terapeuta a “conduzir” o paciente

durante o processo psicoeducacional, fazendo que o mesmo passe a compreender melhor o

seu quadro (patologia).

Dentre os diversos transtornos mentais beneficiados pelo uso da psicoeducação, po-

demos citar os seguintes; Transtorno bipolar, transtornos de ansiedade, transtornos depressi-

vos, transtornos obsessivo-compulsivo, esquizofrenia, além de outros. De forma geral, as in-

tervenções psicossociais aliadas ao tratamento medicamentoso, são eficazes para redução da

sintomatologia, e o processo psicoeducacional é que ensinará o paciente a reconhecer a fun-

cionalidade ou não das suas reações comportamentais (Oliveira, 2011).

Por isso, a psicoeducação deve ir além da educação frente ao esclarecimento das dúvi-

das, mas deve ter como objetivo promover a compreensão do paciente a respeito do seu papel

no processo terapêutico, a saber, como colaborador ativo em seu tratamento. Este comporta-

mento ativo do paciente auxiliará o profissional durante o processo terapêutico, tornando as-

sim a terapia mais efetiva (Ângela, Luciano, Dell´Áglio, Irani, 2009).

TÉCNICAS PSICOEDUCATIVAS

É importante frisar que as técnicas psicoeducativas devem privilegiar o paciente em

vez do transtorno que o acomete, porém sem desconectá-lo do paciente, sendo crucial que o

terapeuta motive o paciente a realizar as tarefas de casa e os exercícios de exposição. Segundo

Pellegrinelli (2010), o objetivo do tratamento deve ir além da recuperação sintomática, mas

deve também incluir a recuperação funcional do paciente, foco das abordagens psicossociais.

Resumidamente, pode-se dizer que técnicas psicoeducativas são aquelas que promo-

vem compreensão através da disponibilização acertada da informação teórica e prática, a qual

irá proporcionar ao paciente uma melhor compreensão da doença, a saber, da etiologia, do

Page 15: Artigo samuel versão final

15

diagnóstico, do prognóstico e do tratamento, a fim de facilitar o desenvolvimento de compe-

tências para que o próprio paciente esteja apto a gerir os sintomas e dificuldades associadas ao

transtorno (Abreu & Roso, 2012).

É primordial que já nas sessões iniciais o terapeuta “ensine” o paciente sobre o trans-

torno (etiologia – diagnóstico – prognóstico – tratamento psicoterápico e tratamento medica-

mentoso), ao mesmo tempo em que avalia o grau de conhecimento do paciente acerca do

transtorno que o acomete.

Dentre as técnicas psicoeducativas mais utilizadas, podemos destacar o “ensino” de

detecção precoce dos sintomas pelo paciente (leitura corporal e mental), abordagem do trans-

torno bipolar ou dos transtornos de ansiedade junto ao paciente através de tirinhas/quadrinhos

ou slides (Pellegrinelli, 2010).

Em se tratando de transtorno bipolar, pode-se construir junto com o paciente o gráfico

do humor, fazendo-se as devidas explicações, proporcionando ao paciente que o mesmo a-

prenda a interpretar e representar graficamente o humor. O intuito desta atividade é melhorar

a consciência do paciente a respeito da doença, seus gatilhos e consequências e ajudar na pre-

venção de recaídas (Pellegrinelli, 2010).

Também pode ser feita a sugestão de filmes, mas apenas com a intenção de identificar

juntamente com o paciente, determinados padrões comportamentais e quadros clínicos de

transtornos do humor em personagens caricatos de filmes que se tornaram conhecidos.

Para exemplificar, podemos citar o personagem que sofre de transtorno obsessivo-

compulsivo, representado por Jack Nicholson no filme “Melhor é impossível”, ou o persona-

gem com transtorno bipolar, representado por Richard Gere em “Mr. Jones”, ou ainda, o filme

Habemus Papam, filme que retrata a história de um novo papa eleito (Michel Piccoli) sofre

um ataque de pânico no momento em que deveria aparecer na varanda da Praça de São Pedro

para saudar os fiéis, que esperaram pacientemente o veredicto do conclave. No caso da indi-

Page 16: Artigo samuel versão final

16

cação de filmes, a pré-seleção deve ser cuidadosamente elaborada pelo terapeuta, de modo

que a indicação possa facilitar a compreensão e surtir os efeitos e esperados.

Uma das finalidades das técnicas psicoeducativas é ofertar o máximo de informação

ao paciente, que funcionarão como um termômetro para medir a clareza e compreensão do

paciente acerca do transtorno que o acomete, consequentemente, facilitando a correta escolha

dos exercícios a serem realizados no setting terapêutico, arguições e analogia com o transtor-

no associado, porém, sem perder a conexão com o mundo real.

Outra forma de orientar o trabalho é fazer a indicação de leituras, leitura orientada du-

rante a sessão, discussão de lição de casa com base em cartões previamente preparados e elu-

cidar ao paciente possíveis gatilhos (pensamentos - sentimentos – comportamentos) que fun-

cionam como agravantes do transtorno, facilitar que o paciente faça uma observação do en-

torno (casa – trabalho – escola), exercício mental acerca da vida diária do paciente (cotidia-

no), motivar que o paciente faça uma auto-avaliação por escrito nas primeiras sessões para um

futuro “balanço” durante o processo terapêutico.

Uma técnica psicoeducativa é “ensinar” o paciente o que fazer quando uma crise sur-

gir, ensinando e auxiliando o mesmo a criar estratégias de resolução de problemas, elaborando

junto com o paciente um cartão de enfrentamento/emergência. Os cartões de enfrentamento

são utilizados pelos pacientes em situações de desequilíbrio da emoção/humor, o que facilita a

interpretação ponderada dos fatos e o não retorno dos sintomas, sendo que o paciente é orien-

tado a lê-los regularmente (Kunzler, 2011).

As técnicas psicoeducacionais também são aquelas relacionadas ao automonitoramen-

to (diários), reestruturação cognitiva, técnicas de enfrentamento (iniciar ou realizar alguma

atividade), treino de habilidades sociais e resolução de problemas. Essas estratégias psicoedu-

cativas têm por objetivo ensinar o indivíduo a identificar sentimentos e pensamentos automá-

ticos disfuncionais que estão relacionados ao transtorno bipolar ou ao transtorno de ansiedade.

Page 17: Artigo samuel versão final

17

È importante salientar que um exercício promissor é fazer com que o paciente registre o grau

de emoção para cada tarefa realizada, o que pode proporcionar um autoconhecimento sobre

seus sentimentos, valores e crenças. Assim, por meio da variabilidade comportamental ofere-

cida através das técnicas psicoeducativas, o paciente tende a desenvolver novas estratégias de

resolução do problema (Cardoso, 2011).

Basicamente, pode-se dizer que o maior objetivo das técnicas psicoeducativas é forne-

cer material educativo sobre a doença, orientando sobre os sintomas dos episódios afetivos, as

sequelas que a doença pode causar, em nível de trabalho, escola, e relacionamentos sociais, e

ensinando sinais de recaída dos episódios afetivos. A psicoeducação também visa auxiliar o

sistema familiar a reconhecer os comportamentos disfuncionais do paciente, podendo deste

modo prevenir crises (Ângela, Luciano, Dell´Áglio, Irani, 2009).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo do presente trabalho foi o de facilitar este material a fim de promo-

ver o uso regular de intervenções psicoeducativas por clínicos, pois sabe-se que a

terapia cognitivo-comportamental sendo bem direcionada para o tratamento de paci-

entes com transtorno bipolar e transtornos de ansiedade é considerada um tratamento

bem estabelecido, pois além de apresentar uma sequência organizada de interven-

ções, aceita certa margem de flexibilidade a fim de permitir o “enquadre” da técnica

às características particulares de cada paciente e sistema familiar.

As evidências encontradas na literatura durante a execução deste trabalho demonstram

que a psicoeducação é uma ferramenta efetiva na redução de sintomatologia, a qual, aliada a

outras técnicas de intervenções, pode potencializar a compreensão e adesão do paciente a psi-

coterapia como ao tratamento medicamentoso.

Page 18: Artigo samuel versão final

18

A psicoeducação é a estratégia que busca convergir o fazer de psicólogos e psiquiatras,

contudo, é necessário frisar que a psicoeducação não substitui o tratamento medicamentoso,

ela apenas busca convergir um “fazer interdisciplinar” de tais profissionais em suas práxis,

pois o modelo psicoeducacional é uma modalidade de intervenção bastante útil no Setting

Terapêutico, haja vista sua efetividade e fácil aplicabilidade.

Está claro que deixamos de enunciar uma grande variedade de estratégias cognitivas e

psicossociais que não foram mencionadas a fundo no presente artigo e que merecem uma a-

tenção especial por terapeutas cognitivos, porém acreditamos que a psicoeducação é o marco

zero em todo início de processo terapêutico em TCC, cujo potencial contribui para a compre-

ensão do paciente sobre o evento que o perturba.

Através dos resultados demonstrados neste trabalho, buscou-se contribuir para um me-

lhor esclarecimento acerca da utilização sistemática do método psicoeducacional por psicólo-

gos e psiquiatras, disponibilizando alguns elementos que podem auxiliar os profissionais du-

rante o transcurso do tratamento, salientando que a psicoeducação pode ser estendida e utili-

zada como uma ferramenta profilática adicional ao sistema de saúde mental.

REFERÊNCIAS

Abreu, C. N. de., Roso, M. Psicoterapias cognitiva e construtivista: Novas fronteiras

da prática clínica [recurso eletrônico] / Cristiano Nabuco de Abreu... [et al.]. –

Dados Eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2012.

Bernhard, B. S. A.. Kümmler, P. D. S., Severus, E. S. F., Christoph, B., Forsthoff, A.,

Licht, R., W. Grunz, H. Impact of cognitive-psychoeducational interventions in

bipolar patients and their relatives. European Psychiatry, volume 21, 81-86.

2006. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.eurpsy.2005.09.007

Page 19: Artigo samuel versão final

19

Borba, Angélica Gurjão. Disciplina Online de Terapia Cognitivo-Comportamental: Ex-

pansão das Fronteiras da Formação em TCC através da Educação Online/ Angéli-

ca Gurjão Borba. _ Rio de Janeiro: UFRJ, 2005. xvii, 276 f.:il.

Caminha, R., Wainer, R., Oliveira, M. & Piccoloto, N. (2003). Psicoterapias Cognitivo-

Comportamentais – Teoria e Prática. São Paulo: Casa do Psicólogo pp. 259.

Cardoso, L. R. D. Psicoterapias comportamentais no tratamento da depressão. Revista

Psicologia Argumento. Curitiba, v. 29, n. 67, p. 479-489, Out./Dez. 2011. Recupe-

rado de: http://www2.pucpr.br/reol/index.php/pa?dd1=5793&dd99=view

Duarte, A. L. C., Nunes, M. L. T., Kristensen, C. H. Esquemas desadaptativos: revisão

sistemática qualitativa. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 2008. Vol. 4, nº

1. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbtc/v4n1/v4n1a04.pdf

Figueiredo, Ângela Leggerini de; Souza, Luciano de; Dell´Áglio, José Caetano;

Argimon, Irani I. de Lima; O uso da psicoeducação no tratamento do

transtorno bipolar. Revista brasileira de terapia comportamental cogniti-

va. Vol.11 nº 1 São Paulo, Junho 2009. Recuperado de:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517554520

09000100003

Isolan, L., Pheula, G., Manfro, G. G. Tratamento do transtorno de ansiedade social

em crianças e adolescentes. Revista de Psiquiatria Clínica. 34 (3); 125-132,

2007. Recuperado de: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol34/n3/125.html

Knapp, P., Isolan, L. Abordagens psicoterápicas no transtorno bipolar. Revista Brasilei-

ra de Psiquiatria Clínica. Vol. 32 Suppl. 1 – São Paulo 2005. DOI:

http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832005000700014

Page 20: Artigo samuel versão final

20

Kunzler, L. S. Pense saudável: Contribuições da terapia cognitiva para promoção da sa-

úde e incremento da qualidade de vida / Lia Silva Kunzler. Brasilia, 2011. Disser-

tação [mestrado]. Universidade de Brasília - DF. Instituto de Psicologia.

Lebon, André. Psico-educação: A ciência do “viver com” educativo e terapêutico. Pai-

déia FFCLRP – USP, Ribeirão Preto, Fev/Ago 1997. Recuperado de:

http://www.revistas.usp.br/paideia/article/viewFile/6022/7553

Menezes, S. L., Souza, M. C. B. de M. Implicações de um grupo de Psicoeducação no

cotidiano de portadores de Transtorno Afetivo Bipolar. Revista da Escola de En-

fermagem da USP. Vol. 46 nº 1 – São Paulo – Fev/2012. DOI:

http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342012000100017

Neufeld, C. B., Cavenage, C. C. Conceitualização cognitiva de caso: uma

proposta de sistematização a partir da prática clínica e da formação de

terapeutas cognitivo-comportamentais. Revista Brasileira de Terapia

Cognitiva. Vol. 6 nº.2. Rio de Janeiro. Dez/2010. Recuperado de:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S18085687 2010000200002&

script=sci_arttext

Oliveira, M. I. S . Intervenção cognitivo-comportamental em transtorno

de ansiedade: relato de caso. Revista Brasileira de Terapia Cognit i-

va . Vol. 7 nº 1. Rio de Jane iro– Junho/2011. Recuperado de:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S180856872011000100006

&script=sci_arttext

Pellegrinelli, K. de B. Impacto da psicoeducação na recuperação sintomática e funcional

de pacientes bipolares / Karina de Barros Pellegrinelli. São Paulo, 2010. Disserta-

ção [mestrado]. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Departa-

mento de Psiquiatria.

Page 21: Artigo samuel versão final

21

Peres, A. J. de S. Esquemas cognitivos e crenças mal-adaptativos da personalidade: e-

laboração de um instrumento de avaliação. Instituto de Psicologia. Curso de Pós-

graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações. Universidade

de Brasília - DF (2008).

Petersen, C. S. Evidências de efetividade e procedimentos básicos para Terapia Cogniti-

vo-Comportamental para crianças com transtornos de ansiedade. Revista Brasilei-

ra de Psicoterapia. 2011; 13(1): 39-50. Recuperado de:

http://rbp.celg.org.br/detalhe_artigo.asp?id=53

Roso, M. C., Moreno, R. A., Costa, E. M. S. Intervenção psicoeducacional nos transtor-

nos do humor: a experiência do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (GRU-

DA). Revista Brasileira de Psiquiatria. Vol. 27 nº 2. São Paulo – Junho/2005.

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462005000200021

Silva, Cláudio Jerônimo da; Serra, Ana Maria. (2004). Terapias Cognitiva e Cognitivo-

Comportamental em dependência química. Revista Brasileira de Psiquiatria. Vo-

lume 26 – Suppl. 1 São Paulo. Maio de 2004. DOI:

Http://dx.doi.org/10.1590/S1516 - 44462004000500009