artigo original código 485 fraturas faciais em acidentes ... · fraturas faciais em acidentes de...

10
Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010 Lourimar de Moura Moreira 1 Flávio Ricardo Liberali Magajewski 2 1) Especialista. Cirurgião Buco-maxilo-facial. 2) Médico, Doutor em Ergonomia. Prof. da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL. Instituição: Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Curitiba / PR – Brasil. Correspondência: Lourimar de Moura Moreira - Rua Dona Saza Lattes, 827 - Casa 02 - Bairro: Jardim das Américas - Curitiba / PR – Brasil - CEP: 80540-460 - Telefones: (+55 41) 9905-8804 / 3323-9118 – E-mail: [email protected] Artigo recebido em 01/05/2013; aceito para publicação em 13/06/02013; publicado online em 30/06/2013. Conflito de interesse: não há. Fonte de fomento: não há. Artigo Original Facial fractures in workplace accidents in Brazil - 2008 to 2010 Resumo Introdução: Pesquisas já demonstraram a alta prevalência de fraturas faciais nos traumatismos cefálicos. Como etiologia destas fraturas, os acidentes de trânsito lideraram, mas também se evidenciou participação dos acidentes de trabalho. objetivo: Analisar e descrever a prevalência dos acidentes de trabalho por fraturas faciais, suas características e perfil de internações, registrados na Previdência Social, entre 2008 a 2010, no Brasil e suas Grandes Regiões. método: Estudo ecológico com dados epidemiológicos sobre acidentes de trabalho, fraturas faciais e suas variáveis, para descrição observacional de série temporal de dados oriundos de bancos de dados públicos. Resultados: acidentes de trabalho por fraturas faciais ocuparam a 50ª posição no ranking brasileiro dentre as 200 causas mais incidentes de acidentes de trabalho no período, houve leve aumento nas suas taxas de crescimento. Os acidentes de trabalho por fraturas faciais mais incidentes foram os com Comunicação de Acidente de Trabalho registrada e os típicos. Nas Grandes Regiões, o Sudeste apresentou maior número de casos. Quanto às internações por fraturas faciais, observou-se predominância do gênero masculino, de 20 a 29 anos, a média foi de 4 dias de internação, sendo os homens as principais vítimas dos óbitos por estes traumas. Conclusão: Embora frequentes, os acidentes de trabalho por fraturas faciais foram pouco significativos frente aos acidentes de trabalho em geral; contudo, as fraturas faciais possuem características complexas quanto ao tratamento e sequelas, indicando necessidade de aprimorar seus registros para melhor prevenir suas morbi-mortalidades. Palavras-chave: Acidentes de Trabalho. Ossos Faciais. Fraturas Cranianas. Descritores: Acidentes de Trabalho; Ossos Faciais; Fraturas Cranianas. ABsTRACT Background: Researches has shown a high prevalence of facial fractures in cephalic trauma. As the causes of these fractures, traffic accidents led, but also highlighted the participation of occupational accidents in these conditions. objective: To analyze and describe the prevalence of workplace accidents by facial fractures, their characteristics and their profile of admissions, recorded in Brazilian Social Welfare, from 2008 to 2010 in Brazil and its major Regions. methods: An ecological study on epidemiologies about occupational accidents, facial fractures and their variables to describe observational time series of data from public databases. Results: workplace accidents by facial fractures occupied the 50th position in the Brazilian ranking among the 200 more incidents causes of workplace accidents in the period, with slight increase in its growth rate. Work accidents by facial fractures more incidents were with registered Occupational Accident Comunication and the typical. In the major Brazilians Regions, Southeast had the greatest number of cases. Regarding admissions for facial fractures, there was a predominance of males, aged 20 to 29 years, average of 4 days of hospitalization, with men being the main victims of deaths from these traumas. Conclusion: workplace accidents by facial fractures, although frequent, were insignificant compared to workplace accidents in general, however, facial fractures have complex characteristics on treatment and sequelae, indicating a need for improvement in its registration for better prevention of its morbidity and mortality. Key words: Occupational Accidents. Facial Bones. Skull Fractures. Key words: Occupational Accidents Registry; Facial Bones; Skull Fractures. INTRODUÇÃO Estudos retrospectivos nos diversos centros bra- sileiros de atendimento de trauma têm demonstrado a alta prevalência das fraturas faciais nos traumatismos do polo cefálico. A mobilidade da cabeça e a exposição da face em primeiro plano frente aos agentes de trauma foram apontados como alguns dos fatores predisponen- tes 1 , levando este tipo de trauma a uma incidência de 8 a 9% quando comparado às outras fraturas do corpo 2 . Os resultados destes estudos apontaram que as fraturas faciais têm etiologias variadas e os principais 88 �������������������������������������������������� Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 2, p. 88-97, abril / maio / junho 2013

Upload: vohuong

Post on 14-Nov-2018

230 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Artigo Original Código 485 Fraturas faciais em acidentes ... · Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010 Lourimar de Moura Moreira 1 Flávio Ricardo Liberali

Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010

Lourimar de Moura Moreira 1

Flávio Ricardo Liberali Magajewski 2

1) Especialista. Cirurgião Buco-maxilo-facial.2) Médico, Doutor em Ergonomia. Prof. da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL.

Instituição: Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Curitiba / PR – Brasil.

Correspondência: Lourimar de Moura Moreira - Rua Dona Saza Lattes, 827 - Casa 02 - Bairro: Jardim das Américas - Curitiba / PR – Brasil - CEP: 80540-460 - Telefones: (+55 41) 9905-8804 / 3323-9118 – E-mail: [email protected] recebido em 01/05/2013; aceito para publicação em 13/06/02013; publicado online em 30/06/2013.Conflito de interesse: não há. Fonte de fomento: não há.

Artigo Original

Facial fractures in workplace accidents in Brazil - 2008 to 2010

Código 485

Resumo

Introdução: Pesquisas já demonstraram a alta prevalência de fraturas faciais nos traumatismos cefálicos. Como etiologia destas fraturas, os acidentes de trânsito lideraram, mas também se evidenciou participação dos acidentes de trabalho. objetivo: Analisar e descrever a prevalência dos acidentes de trabalho por fraturas faciais, suas características e perfil de internações, registrados na Previdência Social, entre 2008 a 2010, no Brasil e suas Grandes Regiões. método: Estudo ecológico com dados epidemiológicos sobre acidentes de trabalho, fraturas faciais e suas variáveis, para descrição observacional de série temporal de dados oriundos de bancos de dados públicos. Resultados: acidentes de trabalho por fraturas faciais ocuparam a 50ª posição no ranking brasileiro dentre as 200 causas mais incidentes de acidentes de trabalho no período, houve leve aumento nas suas taxas de crescimento. Os acidentes de trabalho por fraturas faciais mais incidentes foram os com Comunicação de Acidente de Trabalho registrada e os típicos. Nas Grandes Regiões, o Sudeste apresentou maior número de casos. Quanto às internações por fraturas faciais, observou-se predominância do gênero masculino, de 20 a 29 anos, a média foi de 4 dias de internação, sendo os homens as principais vítimas dos óbitos por estes traumas. Conclusão: Embora frequentes, os acidentes de trabalho por fraturas faciais foram pouco significativos frente aos acidentes de trabalho em geral; contudo, as fraturas faciais possuem características complexas quanto ao tratamento e sequelas, indicando necessidade de aprimorar seus registros para melhor prevenir suas morbi-mortalidades. Palavras-chave: Acidentes de Trabalho. Ossos Faciais. Fraturas Cranianas.

Descritores: Acidentes de Trabalho; Ossos Faciais; Fraturas Cranianas.

ABsTRACT

Background: Researches has shown a high prevalence of facial fractures in cephalic trauma. As the causes of these fractures, traffic accidents led, but also highlighted the participation of occupational accidents in these conditions. objective: To analyze and describe the prevalence of workplace accidents by facial fractures, their characteristics and their profile of admissions, recorded in Brazilian Social Welfare, from 2008 to 2010 in Brazil and its major Regions. methods: An ecological study on epidemiologies about occupational accidents, facial fractures and their variables to describe observational time series of data from public databases. Results: workplace accidents by facial fractures occupied the 50th position in the Brazilian ranking among the 200 more incidents causes of workplace accidents in the period, with slight increase in its growth rate. Work accidents by facial fractures more incidents were with registered Occupational Accident Comunication and the typical. In the major Brazilians Regions, Southeast had the greatest number of cases. Regarding admissions for facial fractures, there was a predominance of males, aged 20 to 29 years, average of 4 days of hospitalization, with men being the main victims of deaths from these traumas. Conclusion: workplace accidents by facial fractures, although frequent, were insignificant compared to workplace accidents in general, however, facial fractures have complex characteristics on treatment and sequelae, indicating a need for improvement in its registration for better prevention of its morbidity and mortality. Key words: Occupational Accidents. Facial Bones. Skull Fractures.

Key words: Occupational Accidents Registry; Facial Bones; Skull Fractures.

INTRODUÇÃO

Estudos retrospectivos nos diversos centros bra-sileiros de atendimento de trauma têm demonstrado a alta prevalência das fraturas faciais nos traumatismos do polo cefálico. A mobilidade da cabeça e a exposição

da face em primeiro plano frente aos agentes de trauma foram apontados como alguns dos fatores predisponen-tes1, levando este tipo de trauma a uma incidência de 8 a 9% quando comparado às outras fraturas do corpo2.

Os resultados destes estudos apontaram que as fraturas faciais têm etiologias variadas e os principais

88 �������������������������������������������������� Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 2, p. 88-97, abril / maio / junho 2013

Page 2: Artigo Original Código 485 Fraturas faciais em acidentes ... · Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010 Lourimar de Moura Moreira 1 Flávio Ricardo Liberali

Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 2, p. 88-97, abril / maio / junho 2013 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 89

Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010. Moreira et al.

desencadeantes foram acidentes automobilísticos, agressões físicas, ferimentos por armas de fogo, que-das acidentais, acidentes domésticos e acidentes de tra-balho, estando de acordo com os achados da literatura internacional2,3,4.

Observou-se que os principais ossos fraturados fo-ram os nasais, os zigomáticos, os maxilares e mandibu-lares e o frontal. Envolvendo todos os tecidos moles da face, destacando-se o nariz e cavidade nasal, o rebordo orbitário, os olhos e seus acessórios, a cavidade bucal e dentes, bem como da região do pescoço. Lesões vas-culares e nervosas cervicais e de todo o víscero-crânio estão frequentemente relacionadas2, 3, 4, 5, 6,7.

As fraturas faciais afetam a população brasileira de ambos os gêneros e de todas as faixas etárias2. Entre-tanto, o perfil típico dos pacientes acometidos pelas fra-turas faciais, independente da etiologia, inclui predomi-nantemente os indivíduos do gênero masculino, entre a 3º e 4º década de vida6, ou seja, na plenitude da sua condição laboral.

Considerando que as fraturas faciais são traumatis-mos geralmente mutilantes e que, se não tratados ou tratados inadequadamente, podem levar a sequelas permanentes, a atenção dos serviços de trauma de face tem sido cada vez mais especializada no país6,7,8.

Os relatos dos agravos nos pacientes acometidos pelas fraturas faciais são catalogados nas bases de da-dos de todos os centros de atendimento de trauma ou nas planilhas dos pronto-atendimentos de todo o país. Cada serviço anota os dados de acordo com as espe-cialidades médicas envolvidas no pré-atendimento e no tratamento final dos seus pacientes. Clínicos gerais, emergencistas, cirurgiões gerais, cirurgiões plásticos, cirurgiões de cabeça e pescoço, otorrinolaringologistas e cirurgiões bucomaxilofaciais são os profissionais mais comumente envolvidos no pré e trans-atendimento des-tes pacientes7,8,9,10,11.

Segundo o artigo 19 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, “acidente de trabalho é o que ocorre pelo exer-cício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercí-cio do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente”. Também são considerados como aci-dentes de trabalho o acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado15.

As estatísticas nacionais a respeito dos acidentes de trabalho da previdência social brasileira abrangem apenas os trabalhadores do regime geral de segurados, correspondentes a uma parcela da População Economi-camente Ativa (PEA), de aproximadamente 45 milhões de trabalhadores e que tiveram afastamento do trabalho por mais de 15 dias16. Estes dados têm sido compilados e divulgados correntemente pelos Anuários Estatísticos de Acidentes do Trabalho (AEAT), do Ministério do Tra-balho e Emprego (MTE)15.

Os AEATs discriminam estes acidentes de trabalho por situação de registro: com Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) registrada ou sem CAT registrada. E

também por motivo: Típico ou de Trajeto, indicando se o trabalhador estava exercendo a atividade profissional quando foi acometido pelo agravo ou se estava em des-locamento entre o domicílio e o local de trabalho ou vice versa. Todos os AEATs relacionam estas variáveis dos acidentes de trabalho aos códigos da Classificação Inter-nacional de Doenças (CID), da 10ª Revisão da Classifi-cação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). Assim, os acidentes de trabalho com o código para Fraturas do Crânio e dos Ossos da Face (S02) foram o objeto de levantamento deste trabalho15.

Outra fonte estatística pesquisada e analisada por este trabalho foi o banco de dados disponibilizado pelo Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Úni-co de Saúde (SIH-SUS), que registra o número de Au-torizações de Internações Hospitalares (AIH). De onde se selecionou os casos de fraturas faciais, distribuídas por Grandes Regiões brasileiras, por gêneros e faixas etárias envolvidas e ainda por consequentes médias de dias de internação e números de óbitos, conforme dis-ponibilizados no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde (DATA-SUS/MS)17.

Este estudo se justifica pelos dados anteriormente apresentados, destacando-se o impacto trazido por este tipo de trauma, a falta de dados epidemiológicos descri-tivos dos fatores associados aos acidentes de trabalho com fraturas de face nos centros de trauma e por levan-tar e avaliar os dados das fraturas em questão, relacio-nando-as às características laborais envolvidas em sua gênese, onde ainda há poucas pesquisas referentes ao tema tratado.

Os objetivos deste estudo foram analisar e descrever a prevalência dos acidentes de trabalho produzidos por fraturas faciais e de suas características segundo Situa-ção/Motivo registrados pelo Ministério do Trabalho (AE-ATs) nas Grandes Regiões do Brasil; (2) caracterizar as fraturas de face registradas no SIH-SUS segundo o gê-nero, faixa etária, número de internações, média de dias de internação e número de óbitos no período 2008-2010, comparando estes achados às informações já pesquisa-das e publicadas nas principais revistas científicas brasi-leiras que tratam deste tipo de trauma.

MÉTODO

O presente trabalho foi delineado como um estu-do ecológico que utilizou dados epidemiológicos sobre acidentes do trabalho, fraturas faciais e suas variáveis. Para descrição observacional de série temporal dos da-dos deste estudo foram utilizadas publicações (AEATs) do Ministério do Trabalho e de banco de dados de aces-so público com os registros das internações realizadas pelo SIH-SUS, do período de 2008 a 2010 em todo o país.

Pelo caráter descritivo da pesquisa, o evento de inte-resse (acidentes de trabalho por fraturas faciais), foi seg-

Page 3: Artigo Original Código 485 Fraturas faciais em acidentes ... · Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010 Lourimar de Moura Moreira 1 Flávio Ricardo Liberali

mentado quanto à sua distribuição no tempo (período de 2008 a 2010), lugar (Grandes Regiões do Brasil), situ-ação (com ou sem CAT registrada) e motivo (típico ou de trajeto); já as fraturas faciais foram estudadas quan-to à pessoa acometida, segundo o gênero, faixa etária, número de internações hospitalares, média de dias de internação e número de óbitos.

Quanto aos aspectos éticos, a presente pesquisa, por seu delineamento com unidades de análise geográficas e não com sujeitos de pesquisa, não exigiu a utilização de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, visto que a coleta de dados foi feita em bancos de dados secundários e de domínio público, que não identificam pacientes e não permitem contato direto com sujeitos da pesquisa, já que não foram atendidos na instituição onde os dados foram coletados. Apesar disso, o trabalho foi submetido ao Con-selho de Ética em Pesquisa da Universidade do Sul de Santa Catarina (CEP-UNISUL), tendo sido aprovado sob protocolo: 11.524.4.01.III. Quando cabíveis, todos os cui-dados éticos indicados na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) foram respeitados.

A pesquisa nas bases de dados foi precedida por busca de referências bibliográficas, com seleção de ar-tigos sobre epidemiologia de fraturas faciais publicados em revistas científicas brasileiras e que tivessem os aci-dentes de trabalho como etiologia destas fraturas. Sele-cionaram-se quatorze artigos publicados de 2002 a 2010 e que apresentaram somatória de amostras com total de 74.558 casos de traumas faciais, dos principais centros de atendimentos de trauma, entre 1991 a 2007, em vá-rias regiões brasileiras, com um total de 71.327 casos de fraturas faciais, já excluídos os 3.231 casos de pacientes apenas com traumas faciais, mas sem nenhuma fratura nos ossos da face.

A pesquisa no SIH-SUS foi realizada com a seleção do código S02 para geração de gráficos com o número de internações hospitalares, a média de dias de interna-ção e o número de óbitos, além de sua distribuição entre as faixas etárias de 15 a 69 anos, por gênero, local de internação (Regiões do Brasil) e ano de ocorrência estu-dado, 2008 a 2010.

Finalmente a frequência dos acidentes de trabalho por S02 entre os 200 CID-10 mais incidentes no Brasil e também a caracterização das fraturas faciais registradas no SIH-SUS foi comparada com a prevalência referida pelos artigos selecionados para os acidentes de trabalho envolvendo as fraturas faciais e suas variáveis.

A extração, tabulação e organização primária dos dados foram realizadas pelo software TABWIN, ferra-menta de uso público disponibilizada pelo DATASUS. Para a descrição foram utilizados números absolutos e proporções, coeficientes e razões para expressar a mag-nitude dos eventos e sua distribuição entre as variáveis selecionadas.

Tendo em vista que os dados são censitários, não foram empregados testes estatísticos. Gráficos, mapas e tabelas foram gerados pelo software TABWIN ou EX-CEL.

RESULTADOS

ACIDENTES DE TRABALHO EM GERAL: BRASIL – 2008 A 2010.

A Tabela 1 apontou uma queda significativa de 7,2% no índice de acidentes de trabalho em geral, no Brasil entre 2008 a 2010, resultado influenciado especialmente pela redução das doenças ocupacionais e dos acidentes sem CAT registrada. Outro aspecto observado na série 2008-2010 desta Tabela foi o aumento no percentual dos acidentes de trabalho pelo motivo “acidentes de trajeto”, com incremento de 6,8% no período.

FRATURAS FACIAIS POR ACIDENTES DE TRABALHO: BRASIL – 2008 A 2010

Dados dos AEATs 2008-2010 registraram 8.540 aci-dentes de trabalho por código S-02 (fraturas dos ossos da face) segundo o CID – 10. Esta causa figurou sempre entre os 50 agravos mais prevalentes nos acidentes de trabalho do país no referido período 15.

Observou-se, na Tabela 2, que os acidentes de trabalho por S02 mantiveram-se estáveis como o 50º agravo mais incidente entre 2008 e 2010, e seus 8.540 casos comparados aos 2.190.841 acidentes de traba-lho em geral vistos na Tabela 1, equivaleram a apenas 0,4% daquele total. A Tabela 2 apontou ainda aumento do número de acidentes de trabalho típico por S02, que finalizaram o período com taxa de crescimento de 3,0%, contrariando a queda de 6,1% no total dos acidentes de trabalho típicos em geral observados na Tabela 1.

Ainda conforme a Tabela 2 observou-se redução de 4,4% nos acidentes de trabalho de trajeto por S02, no mesmo período, contrariando o percentual de cresci-mento (6,8%) no total dos acidentes de trabalho de traje-to no Brasil já apontado na Tabela 1.

FRATURAS FACIAIS POR ACIDENTES DE TRABALHO: GRANDES REGIÕES DO BRASIL - 2008 A 2010

Nas Grandes Regiões Brasileiras, o código S02 variou entre os 200 códigos CID-10 mais inciden-tes no país por acidentes de trabalho no período 2008-2010 (Tabelas 3, 4, 5 6 e 7). Como exemplo, a região Centro-Oeste em 2010, ocupou a 41ª colo-cação (257 casos), já na região Sudeste, em 2009, foi a 56ª causa mais frequente de acidentes (1.389 casos)15.

REGIãO NORDESTEO Nordeste apresentou, conforme Tabela 3, expan-

são de 13,4% nos acidentes de trabalho por S02 entre 2008 a 2010. Os 1.008 casos ocorridos nessa região contribuíram com 11,8% do total de acidentes de traba-lho por S02 do país, de 8.540 casos (Tabela 2). Nesta Região os acidentes de trabalho típicos por S02 tiveram redução de 8,0%, enquanto os acidentes do trabalho de trajeto por S02 aumentaram 17,0% no referido período (Tabela 3).

90 �������������������������������������������������� Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 2, p. 88-97, abril / maio / junho 2013

Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010. Moreira et al.

Page 4: Artigo Original Código 485 Fraturas faciais em acidentes ... · Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010 Lourimar de Moura Moreira 1 Flávio Ricardo Liberali

Tabela 1. Quantidade de acidentes do trabalho por situação/motivo, segundo os 200 códigos CID-10 mais incidentes. Brasil, 2008 a 2010.

Quantidade de acidentes de trabalho

CID Motivos

2008 Total Acidentes do Trabalho em

Geral

2009 Total Acidentes do Trabalho em

Geral

2010 Total Acidentes do Trabalho em

Geral

2008 versus 2010

Total Geral %

Com CAT registrada

Típico 441.925 424.498 414.824 -6,1% 1.281.247 58%

Trajeto 88.742 90.180 94.789 6,8% 273.711 12%Doença do Trabalho 20.356 19.570 15.593 -23,4% 55.519 3%

Total 551.023 534.248 525.206 -4,7% 1.610.477 74%Sem CAT registrada Total 204.957 199.117 176.290 -14,0% 580.364 26%Total Geral de Acidentes de Trabalho 755.980 733.365 701.496 -7,2% 2.190.841 100%

Fonte AEAT. Brasília: MTE: MPS. Edição 2008 a 2010.

Tabela 2. Registro de acidentes do trabalho por código S02 e ranking entre os 200 códigos CID-10 mais incidentes, segundo situação/motivo. Brasil, 2008 a 2010.

Quantidade de acidentes de trabalho

CID-10 Motivos

2008 50º Lugar:

Acidentes do Trabalho por S02

200950º Lugar:

Acidentes do Trabalho por S02

2010 49º Lugar:

Acidentes do Trabalho por S02

2008 versus 2010

Total Geral %

Com CAT registrada

Típico 1.409 1.437 1.451 3,0% 4.297 50%Trajeto 850 774 813 -4,4% 2.437 29%Doença do Trabalho 5 3 8 60,0% 16 0%

Total 2.264 2.215 2.272 0,4% 6.751 79%Sem CAT registrada Total 588 615 586 -0,3% 1.789 21%Total Geral de Acidentes de Trabalho 2.852 2.830 2.858 0,2% 8.540 100%

Fonte AEAT. Brasília: MTE: MPS. Edição 2008 a 2010.

Tabela 3. Registro de acidentes do trabalho, todos os CIDs e Ranking do código S02 entre os 200 códigos CID mais incidentes, segundo situação/motivo. Região Nordeste - 2008 a 2010.

Quantidade de acidentes de trabalho - Região Nordeste2008 2009 2010 2008 versus 2010

CID-10 MotivosTotal de

Acidentes do Trabalho em

Geral

49 º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

45º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

45º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

Total de Acidentes do Trabalho por

S02

Com CAT registrada

Típico 45.784 125 46.649 122 44.365 115 -3,1% -8%Trajeto 8.699 94 9.519 95 10.526 110 21,0% 17%Doença do Trabalho

2.715 0 2.773 0 2.199 2 -19,0% 0%

Total 57.198 219 58.941 217 57.090 227 0,2% 3,6%Sem CAT registrada

Total 28.755 94 33.206 123 32.395 128 12,7% 36,2%

Total Geral de Acidentes de Trabalho 85.953 313 92.147 340 89.485 355 4,1% 13,4%

Fonte AEAT. Brasília: MTE: MPS. Edição 2008 a 2010.

Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 2, p. 88-97, abril / maio / junho 2013 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 91

Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010. Moreira et al.

Page 5: Artigo Original Código 485 Fraturas faciais em acidentes ... · Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010 Lourimar de Moura Moreira 1 Flávio Ricardo Liberali

REGIãO SUDESTEA Tabela 4 mostra redução de 2,3% nos acidentes

de trabalho por S02 no Sudeste e a região somou 4.273 ou 50% dos 8.540 casos nacionais desta causa de aci-dentes de trabalho. Número que também contribuiu com 0,19% do total nacional de acidentes de trabalho em ge-ral (Tabela 1). Na Região houve aumento de 3,1% nos acidentes de trabalho típicos por S02, e queda de 9,9% nos acidentes de trabalho de trajeto por S02 (Tabela 4).

REGIãO SULA quantidade dos acidentes de trabalho por S02 nes-

ta Região, de 2008 a 2010 ficou estável, somando 2036 casos e, enquanto os acidentes de trabalho típicos por S02 cresceram 9%, os acidentes de trabalho de trajeto por S02 tiveram redução de cerca de 4% (Tabela 5).

Já os acidentes de trabalho por S02 sem CAT re-gistrada diminuíram 12,8% na Região Sul, queda muito superior à registrada no âmbito nacional (Tabela 2), que foi de apenas 0,3%.

REGIãO NORTE

A Região Norte, conforme Tabela 6, entre 2008 e 2010, apresentou crescimento dos acidentes de trabalho por S02 de cerca de 6,0%, e contrariou a queda de 7,2% dos acidentes de trabalho em geral no Brasil (Tabela 1). Entretanto, a prevalência deste tipo de acidente respon-deu por apenas 5,3% (453 casos em 8.540) das fraturas faciais por acidentes de trabalho no Brasil (Tabela 2) no mesmo período e ainda por pouco mais que 0,5% (453 casos em 90.538) dos acidentes de trabalho em geral nesta região do país(Tabela 6), e por apenas 0,02% (453 casos em 2.190.841) do total nacional (Tabela 1) dos aci-dentes de trabalho registrados.

Na Região Norte, a Tabela 6 indicou ainda que os acidentes de trabalho típicos por S02 cresceram 25,4%, enquanto os acidentes de trajeto por S02 caíram 25,6% no período entre 2008 e 2010, taxas que regionalmen-

te destoaram mais fortemente dos números observados nas estatísticas apresentadas no âmbito nacional (Tabe-la 2), para estes dois motivos de acidente de trabalho por S02, que apresentaram respectivamente crescimen-to superior a 3,0% e redução de cerca de 4,1%.

REGIãO CENTRO-OESTE

No Centro-Oeste os acidentes de trabalho por S02 de 2008 a 2010 responderam por 0,5% do total dos aci-dentes de trabalho da Região (Tabela 7), e próximo de 9% dos acidentes de trabalho por S02 do país (Tabela 2), porém, foi apenas 0,03% (770 casos em 2.190.841) do total de acidentes de trabalho registrados no Brasil (Tabela 1) no período.

Em relação aos motivos dos acidentes de trabalho por S02, a Região Centro-Oeste apresentou queda de 12,9% nos acidentes de trabalho típicos, e mostrou um aumento próximo a 15% nos acidentes de trabalho de trajeto no período estudado (Tabela 7).

MORBI-MORTALIDADE POR FRATURAS FACIAIS: BRASIL E GRANDES REGIÕES – 2008 A 2010

A representação gráfica do total de internações hos-pitalares por S02 pagas pelo SUS, somados homens e mulheres, entre 15 e 69 anos (faixa etária corresponden-te à população economicamente ativa - PEA, que inclui a quase totalidade dos trabalhadores ativos)16, entre 2008 e 2010, nas Grandes Regiões do Brasil, indicou que o número destas internações (80.573) abrangeu a maioria destas afecções no contexto geral do atendimento hos-pitalar brasileiro no período citado17.

NúMERO DE INTERNAçÕES POR S02 POR GêNEROO Gráfico 1, com leves variações, apontou o Sudeste

com 37% (29.886 casos em 80.573) do total das inter-nações por S02; seguido do Nordeste com 25%, e do Sul com 16,5%. A região Norte respondeu por 13,5% e o Centro-Oeste ficou com 8% do total. Observou-se que

Tabela 4. Registro de acidentes do trabalho, todos os CIDs e Ranking do código S02 entre os 200 códigos CID mais incidentes, segundo situação/motivo. Região Sudestes - 2008 a 2010.

Quantidade de acidentes de trabalho - Região Nordeste2008 2009 2010 2008 versus 2010

CID-10 MotivosTotal de

Acidentes do Trabalho em

Geral

49 º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

45º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

45º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

Total de Acidentes do Trabalho por

S02

Com CAT registrada

Típico 253.877 764 242.006 773 237.634 788 -6,4% 3,1%Trajeto 52.884 456 52.720 395 55.155 411 4,3% -9,9%Doença do Trabalho

11.406 1 11.045 1 8.564 5 -24,9% 0,0%

Total 318.167 1.221 305.771 1.169 301.353 1.204 -5,3% -1,4%Sem CAT registrada

Total 96.907 238 86.661 220 77.211 221 -20,3% -7,1%

Total Geral de Acidentes de Trabalho 415.074 1.459 392.432 1.389 378.564 1.425 -8,8% -2,3%

Fonte AEAT. Brasília: MTE: MPS. Edição 2008 a 2010.

92 �������������������������������������������������� Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 2, p. 88-97, abril / maio / junho 2013

Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010. Moreira et al.

Page 6: Artigo Original Código 485 Fraturas faciais em acidentes ... · Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010 Lourimar de Moura Moreira 1 Flávio Ricardo Liberali

Tabela 5. Registro de acidentes do trabalho, todos os CIDs e Ranking do código S02 entre os 200 códigos CID-10 mais incidentes, segundo situação/motivo. Região Sul - 2008 a 2010.

Quantidade de acidentes de trabalho - Região Nordeste2008 2009 2010 2008 versus 2010

CID-10 MotivosTotal de

Acidentes do Trabalho em

Geral

49 º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

45º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

45º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

Total de Acidentes do Trabalho por

S02

Com CAT registrada

Típico 93.557 310 89.150 324 88.480 338 -5,4% 9,0%Trajeto 17.318 184 17.619 178 18.107 176 4,6% -4,3%Doença do Trabalho

3.831 2 3.640 1 2.852 1 -25,6% 0,0%

Total 114.706 496 110.409 503 109.439 515 -4,6% 3,8%Sem CAT registrada

Total 57.516 180 56.032 185 47.414 157 -17,6% -12,8%

Total Geral de Acidentes de Trabalho 172.222 676 166.441 688 156.853 672 -8,9% -0,6%

Fonte AEAT. Brasília: MTE: MPS. Edição 2008 a 2010.

Tabela 6. Registro de acidentes do trabalho, todos os CIDs e Ranking do código S02 entre os 200 códigos CID-10 mais incidentes, segundo situação/motivo. Região Norte - 2008 a 2010.

Quantidade de acidentes de trabalho - Região Nordeste2008 2009 2010 2008 versus 2010

CID-10 MotivosTotal de

Acidentes do Trabalho em

Geral

49 º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

45º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

45º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

Total de Acidentes do Trabalho por

S02

Com CAT registrada

Típico 17.733 71 17.426 73 16.906 89 -4,7% 25,4%Trajeto 3.117 43 3.078 41 3.416 32 9,6% -25,6%Doença do Trabalho

1.378 0 1.039 0 1.017 0 -26,2% 0,0%

Total 22.228 114 21.543 114 21.339 121 -4,0% 6,1%Sem CAT registrada

Total 8.064 30 9.483 42 7.881 32 -2,3% 6,7%

Total Geral de Acidentes de Trabalho 30.292 144 31.026 156 29.220 153 -3,5% 6,3%

Fonte AEAT. Brasília: MTE: MPS. Edição 2008 a 2010.

Tabela 7. Registro de acidentes do trabalho, todos os CIDs e Ranking do código S02 entre os 200 códigos CID mais incidentes, segundo situação/motivo. Região Centro-Oeste - 2008 a 2010.

Quantidade de acidentes de trabalho - Região Nordeste2008 2009 2010 2008 versus 2010

CID-10 MotivosTotal de

Acidentes do Trabalho em

Geral

49 º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

45º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

45º Lugar: Acidentes do Trabalho por

S02

Total de Acidentes do Trabalho em

Geral

Total de Acidentes do Trabalho por

S02

Com CAT registrada

Típico 30.974 139 29.267 145 27.439 121 -11,4% -12,9%Trajeto 6.724 73 7.244 66 7.585 84 12,8% 15,1%Doença do Trabalho

1.026 2 1.073 1 961 0 -6,3% 0,0%

Total 38.724 214 37.584 212 35.985 205 -7,1% -4,2%Sem CAT registrada

Total 13.715 46 13.735 45 11.389 48 -17,0% 4,3%

Total Geral de Acidentes de Trabalho 52.439 260 51.319 257 47.374 253 -9,7% -2,7%

Fonte AEAT. Brasília: MTE: MPS. Edição 2008 a 2010.

Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 2, p. 88-97, abril / maio / junho 2013 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 93

Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010. Moreira et al.

Page 7: Artigo Original Código 485 Fraturas faciais em acidentes ... · Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010 Lourimar de Moura Moreira 1 Flávio Ricardo Liberali

os 80.573 casos de internação por S02 corresponderam a 3,68% dos 2.190.84 acidentes do trabalho em geral, quando comparados com a Tabela 1, no referido período.

A comparação dos dados da Tabela 2 (8.540 casos de acidentes do trabalho por S02) com os dados do Grá-fico 1 (80.573 casos de internações por S02) sugeriu que, guardadas as ressalvas por se tratarem de dados de bases distintas, os acidentes de trabalho por fraturas de face poderiam ter contribuído com até 10,6% do total das internações por esta causa. A mesma lógica se apli-caria a uma comparação do Gráfico 1 com as tabelas regionais: a Região Sudeste, com 4.273 acidentes de trabalho por S02 registrados no período estudado, parti-cipou proporcionalmente com 5,30% das internações do SUS (quase a metade); o Sul com 2.036 casos ficaria com 2,50% (um quarto), o Nordeste com 1.008 casos, teria 1,25%, o Centro-oeste com 770, ficaria com 0,95% e o Norte do país com 453 casos, ficaria com 0,55% dos acidentes do trabalho por S02 no total das internações nacionais por S02.

No Gráfico 1, os histogramas das internações hospi-talares do SUS por S02 por gênero, na faixa etária entre 15 a 69 anos, revelaram que de 2008 a 2010, as mulheres sofreram 18,15% das internações (14.618 em 80.573), e os homens ficaram com as outras 65.953 internações (81,85%) por S02. Como mostrou ainda o Gráfico 1, re-gionalmente as internações por S02 por gênero foram semelhantes entre si e próximas à média nacional de internações. O Sudeste, Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste, respectivamente, apresentaram taxas regionais decrescentes de internações por gênero, mas com pro-porções semelhantes às taxas de internações nacionais por S02, como detalhado neste Gráfico (em relação ao sexo feminino, de 15,9% no Nordeste a 21,77% no Nor-te, para uma média de 18,15% de internações no país;

e de 78,23% no Norte a 84,1% no Nordeste, para uma média de internações masculinas de 81,85% no país).

NúMERO DE INTERNAçÕES POR S02 POR GRUPOS DE FAIxAS ETáRIAS

O Gráfico 2 apresentou a prevalência das interna-ções hospitalares por S02 por faixas etárias registradas pelo SUS. Ambos os gêneros tiveram predominância de vítimas na faixa etária de 20 a 29 anos com 39%, segui-da da faixa etária de 30 a 39 anos, com 24%. O predo-mínio do gênero masculino no Brasil foi observado em todas as faixas etárias.

MéDIA DE DIAS DE INTERNAçãO POR S02A média de dias de internação hospitalar por S02, nas

Grandes Regiões do Brasil, entre 2008-2010 (Gráfico 3), apresentou distribuição equilibrada entre as Regiões, com a Região Centro-Oeste apresentando as maiores médias (4,8 dias), e o Norte, as menores médias (3,6 dias) de internação por fraturas faciais.

O Gráfico 3 mostrou também a distribuição da média de dias de internações por S02 entre os gêneros femini-no e masculino, no período 2008 a 2010, e novamente destacou-se a participação atípica do Centro-Oeste com as maiores médias, e o Norte com as menores médias de dias de internação por estas fraturas, para ambos os gêneros. A média de dias internação foi significativamen-te maior para os homens em todas as regiões estudadas.

NúMERO DE óBITOS POR S02O Gráfico 4 apresentou o número de óbitos acorri-

dos entre as internações hospitalares do SUS por S02, por gênero, no período estudado. O Nordeste, com 188 óbitos, superou em 9% o número de casos do Sudeste (172), e destacou-se como a Região com a maior taxa

Gráfico 1. Número de internações por S02 por faixa etária de 15 a 69 anos, segundo o sexo. Brasil e Grandes Regiões (2008-2010).

Gráfico 2. Números de internações por S02 por grupos de faixas etá-rias de 15 a 69 anos, segundo o sexo. Brasil (2008-2010).

94 �������������������������������������������������� Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 2, p. 88-97, abril / maio / junho 2013

Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010. Moreira et al.

Page 8: Artigo Original Código 485 Fraturas faciais em acidentes ... · Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010 Lourimar de Moura Moreira 1 Flávio Ricardo Liberali

de letalidade por S02. O Norte e o Centro-Oeste apre-sentaram, respectivamente, as menores taxas destas fatalidades entre 2008 a 2010.

A distribuição dos óbitos por S02 em mulheres, ainda no Gráfico 4, indicou que o Nordeste superou o Sudeste em mais de 28,6% (28 óbitos contra 20) no período 2008-2010. Realidade semelhante também ocorreu no Norte do país, com a Região superando em número de óbitos femininos as Regiões Centro-Oeste e Sul. Em relação aos óbitos por S02 no sexo masculino (também no Gráfico 4), o Norte apresentou a menor taxa e o Nordeste a maior no período 2008-2010. Em relação ao número de óbitos por S02 segundo o gênero, no período estudado as mulheres participaram com 65 casos (13%), enquanto os homens registraram 434 mortes ou 87% destas fatalidades.

DISCUSSÃO

No Brasil há carência de um sistema universal de in-formações que represente a realidade das condições de trabalho no país. Neste sentido, as bases de dados utili-zadas neste estudo representaram apenas parcialmente a realidade epidemiológica do trauma com fratura de os-sos da face (S02) decorrente de acidente de trabalho, o objeto desta pesquisa.

Enquanto os acidentes de trabalho registrados nas bases de dados do MTE (AEATs)15 corresponderem ape-nas à parcela da PEA composta por trabalhadores se-gurados pelo regime geral da Previdência Social e com a condição de que os seus acidentes de trabalho levem a mais de 15 dias de afastamento do trabalho16, os re-gistros destes acidentes se reduzirão apenas aos casos mais graves. A perda decorrente dessas duas restrições ainda não foi estimada, mas representa parcela impor-tante dos trabalhadores brasileiros.

Em relação ao SIH-SUS17, embora mais abrangen-te, excluiu informações dos trabalhadores atendidos e internados por planos de saúde, cujas coberturas são variadas em todo o país, não permitindo uma estimativa segura para generalização dos seus resultados.

A complexidade envolvida no atendimento dos casos de fraturas dos ossos da face, o alto custo das interna-ções associadas7,13 (mais de 80.000 internações no perí-odo estudado, e média de quatro dias de internação), as sequelas físicas e psicológicas, e não obstante os óbitos por estas injúrias7 (quase quinhentos óbitos registrados apenas entre as internações); todas estas informações estavam dissociadas dos registros de acidentes de tra-balho, o que dificultou o cruzamento dos dados levanta-dos e explicaria, em parte, o reduzido número de pes-quisas sobre estes acidentes de trabalho socialmente tão onerosos e individualmente tão marcantes para suas vítimas.

As duzentas causas de acidentes de trabalho mais incidentes no Brasil, entre 2008-2010, pelas estatísticas do MTE, somaram 2.190.841 casos (Tabela 1), e apre-sentaram tendência de queda, com redução de 7,2% no período. Já o total dos acidentes do trabalho por S02 (Tabela 2) contrariaram a tendência de queda dos aci-dentes de trabalho em geral e apresentaram aumento leve de 0,2%, no período. Quando comparados ao total registrado dos acidentes de trabalho em geral, os aci-dentes de trabalho por S02 ocuparam a 50ª colocação no ranking das causas mais frequentes; porém, seus mi-lhares de casos (8.540 casos - Tabela 2) tiveram propor-ção modesta, representando apenas 0,4% daquele total no período.

Em relação à situação do registro, os acidentes de trabalho por S02 foram 79% com CAT registrada, contra 21% sem CAT registrada; em relação ao motivo, os aci-

Gráfico 3. Média de dias de internação por S02 na faixa etária de 15 a 69 anos, segundo sexo. Brasil, Grandes Regiões (2008-2010).

Gráfico 4. Óbitos por S02 na faixa etária de 15 a 69 anos, segundo sexo. Brasil, Grandes Regiões (2008-2010).

Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 2, p. 88-97, abril / maio / junho 2013 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 95

Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010. Moreira et al.

Page 9: Artigo Original Código 485 Fraturas faciais em acidentes ... · Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010 Lourimar de Moura Moreira 1 Flávio Ricardo Liberali

dentes típicos contribuíram com 50% e os de trajeto com 29%, no período estudado. Houve ainda aumento de 3% nos acidentes de trabalho por S02 típicos e redução de 4,4% nos de trajeto (Tabela 2), contrariando o quadro na-cional de acidentes de trabalho em geral, que apresen-tou redução de 6,1% nos acidentes típicos e aumento de 6,8% nos acidentes de trajeto (Tabela 1).

Em relação à distribuição regional segundo as Grandes Regiões brasileiras, destacaram-se o Sudes-te com 50% dos casos de acidentes de trabalho por S02 no quadro nacional, seguido do Sul com 24%, do Nordeste com 12%, Centro-oeste com 9% e a Região Norte com 5%. Em relação à evolução no período estu-dado, o Nordeste apresentou o maior aumento de ca-sos (13,4%) de acidentes de trabalho por S02, enquan-to o Norte e Sudeste apresentaram declínio de 6,3% e 2,3%, respectivamente. Por situação, os acidentes de trabalho por S02 com CAT registradas apresentaram aumento no Norte, Sul e Nordeste, com 6,1%; 3,8% e 3,6% respectivamente, e queda no Sudeste e Centro-oeste. Já os acidentes de trabalho por S02 com CAT não registradas apresentaram redução apenas no Su-deste (7,1%). Quanto aos motivos, os acidentes de trabalho típicos por S02 tiveram aumento de 25,4% no Norte; 3,8% no Sul e 3,1% no Sudeste. A Região Norte voltou a se destacar com queda de 25,6% nos aciden-tes por S02 de trajeto, seguida do Sudeste com queda de 9,9% e Sul com 4,3%, enquanto houve aumento de 17% nos acidentes de trabalho por S02 de trajeto no Nordeste, e de 15,1% no Centro-Oeste.

As análises e prevalências acima desenvolvidas e apresentadas pela presente pesquisa para os aciden-tes de trabalho por S02 nacionais e regionais, não en-contraram equivalentes na literatura pesquisada e sele-cionada às quais pudessem ser comparadas.

Quanto ao perfil da população acometida e inter-nada por S02 (Gráfico1), observou-se prevalência nacional média de 81,85% para o gênero masculino; destacando-se o Norte com o menor índice percentual (78,23%) e o Nordeste com o maior (84,1%).

A faixa etária pesquisada foi de 15 a 69 anos, por englobar a quase totalidade dos trabalhadores brasi-leiros. Neste grupo, as internações por S02 no período estudado (Gráfico 3), para ambos os gêneros, foram mais prevalentes nas faixas etárias de 20 a 29 anos (38,19%) e de 30 a 39 anos (24,1%). Considerando as internações por S02 de todo o país, houve predomínio do gênero masculino em todos os grupos de faixas etá-rias. Os achados desta pesquisa confirmam os resulta-dos de Marsola e outros4, onde 85,19 % dos fraturados de face eram do sexo masculino, e pertenciam à faixa etária entre 21 e 30 anos, e de Menezes MM e outros6, que apontaram a maioria das ocorrências no gênero masculino (80,29%). Brasileiro e outros3 encontraram prevalência ainda maior (87,6%) para o gênero mas-culino entre fraturados de face, também concentrada na faixa etária de 21 a 30 anos (46,2% em homens e 44,4% em mulheres). Silva JJL e outros11, bem como

Melo REVA e outros12 também publicaram resultados semelhantes, com maioria os pacientes do gênero masculino e predomínio da faixa etária entre 21 e 30 anos de idade. O primeiro encontrou proporção entre gêneros de 3,7:1, enquanto o segundo indicou preva-lência na faixa etária entre 21 e 30 anos (28,1%), com distribuição etária menos concentrada.

A média de dias de internação por S02 no país foi de quatro dias, destacando-se o Centro-Oeste com mé-dia de 4,8 dias e o Norte com 3,8 dias. A média de dias de internação por S02 foram maiores para o gênero masculino em todas as Grandes Regiões, com desta-que para o Centro-Oeste, com cinco dias. Para as mu-lheres, as maiores médias de internação por S02 tam-bém foram encontradas no Centro-Oeste (4,2 dias) e as menores no Norte (2,7 dias). Estes dados confirmaram pesquisa de Maciel WV e outros13, que também encon-traram média de dias de internação de quatro dias. Em contrapartida, a média de 30 dias apontada por Silva JJL e outros11 pode ser considerada um valor aberrante em relação aos dados deste estudo.

Em relação aos óbitos associados às internações por S02, no período estudado (Gráfico 4) o gênero masculino concentrou 87% desta letalidade, destacan-do-se o Nordeste com os maiores índices (36,87%) e o Norte com os menores (6,91%). A mortalidade feminina por S02 também foi mais alta no Nordeste com 43% dos casos, e mais baixa no Centro-Oeste, com 3% das mortes registradas.

CONCLUSÃO

Esta pesquisa caracterizou os acidentes de traba-lho com fraturas faciais no país, apontando-os como relativamente frequentes (em números absolutos entre os 50 agravos mais incidentes no período), porém mos-trou que em relação ao total de acidentes de trabalho em geral, foram proporcionalmente poucos, com ape-nas 0,4% do total de registros. Quantitativamente estes acidentes apresentaram leve aumento no número de casos no período e contrariaram a tendência de que-da apresentada pelos acidentes de trabalho em geral no país. Entretanto, pelos custos social e econômico já discutido destes acidentes, reconhece-se a necessi-dade de recomendar outros estudos para avaliar suas causas e repercussões.

Nas Grandes Regiões do país, em números absolu-tos, o Sudeste apresentou maior numero de casos e a Região Norte, o menor. O Nordeste apresentou o maior aumento percentual de casos, enquanto o Norte apre-sentou a maior queda percentual no período. Quando à situação, os acidentes de trabalho por S02 com CAT registrada foram quase quatro vezes mais prevalentes que os sem CAT registrada. Quanto ao motivo, os aci-dentes de trabalho por S02 típicos foram quase duas ve-zes mais frequentes que os acidentes de trajeto; onde o Norte apresentou maior aumento percentual de aciden-tes típicos, e também a maior queda nos percentuais dos

96 �������������������������������������������������� Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 2, p. 88-97, abril / maio / junho 2013

Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010. Moreira et al.

Page 10: Artigo Original Código 485 Fraturas faciais em acidentes ... · Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010 Lourimar de Moura Moreira 1 Flávio Ricardo Liberali

acidentes de trajeto. Não foram encontrados, na litera-tura cientifica pesquisada, dados sobre estas variáveis levantadas por nossa pesquisa.

Quanto ao perfil das internações por fraturas fa-ciais, o gênero masculino foi 4,5 vezes mais afetado que o feminino. Percentualmente, aconteceu um maior número de internações entre homens no Nordeste. Os acidentes por S02 envolvendo mulheres foram mais frequentes no Norte e menos frequentes no Nordes-te. A faixa etária mais afetada por este tipo de trauma ficou entre 20 a 29 anos, independentemente de gê-nero, confirmando os achados publicados pela litera-tura científica nacional para gênero e idade. A média nacional de dias de internação por S02 foi de 4,0 dias, ficando o Centro-Oeste com a maior e o Norte com a menor média. O tempo médio de internação por S02 foi maior entre os homens em todas as Grandes Regiões, confirmando o achado de outro trabalho científico pes-quisado. Do total de óbitos relacionados com a interna-ção por S02, 87% ocorreram no sexo masculino, com a maioria dos casos no Nordeste e a minoria no Norte. Entre os óbitos femininos, a maioria também ocorreu no Nordeste, enquanto a menor taxa foi encontrada no Centro-Oeste, também não foram encontrados dados na literatura científica pesquisada para comparar com os achados referentes a esta variável.

O trauma com fratura de ossos da face é um evento grave e frequente, que na maioria dos casos envolve alto custo por exigir tratamento complexo, normalmente só disponível em centros assistenciais de excelência. Em-bora a maior parte dos acidentes associados a este agra-vo decorra de acidentes de trânsito, a presente pesquisa demonstrou que também os acidentes de trabalho têm participação significativa. Ambas as etiologias são evitá-veis com medidas preventivas de segurança e proteção da população sob risco, já que são ambientes regulados por legislação e possuem estruturas de fiscalização per-manentes já implantadas em todo o país. Assim, para as fraturas faciais, um maior controle no campo que informa o caráter de acidente de trabalho desta causa de interna-ção nos registros de internações pelo SUS e de outras instituições aprimorariam seu controle.

As estatísticas aqui apresentadas sugerem, entre-tanto, que o controle dos fatores de risco para a redução da morbi-mortalidade por esta causa está longe de ser efetivo.

REFERÊNCIAS

1. Moia SMS, Pinto EBS, Saldanha OR, Silva Jr AT, Frederico R. Fra-turas de Face: Análise Estatística Retrospectiva desde 1998 a 2000 no Hospital Santo Amaro – Guarujá. Rev SBCP. 2008; 66(3-A): 494-499.2. Ferreira AT, Portolan M, Torriani MA. Estudo de Prevalência das Fra-turas Buco-maxilo-faciais na região de Pelotas. Rev Fac Odonto. 2004; 45(2): 35-38.3. Brasileiro BF, Vieira JM, Silveira CES. Avaliação de Traumatismos Faciais por acidentes motociclísticos em Aracaju/SE. Rev Cir Trauma-tol Buco-Maxilo-Fac. 2010; 10(20); 97-104.4. Marzola C, Toledo-Filho JL, Souza-Silva GH. Prevalência de Fratu-ras da Parede Anterior do Seio Frontal, NOE e Rebordo Supra-Orbitá-rio no Serviço de Cirurgia e Traumatologia BMF do HB da AH de Bauru no período de 1991-2001. Rev ATO. 2002; 541-561.5. Cavalcanti AV, Cavalcante JR, Cavalcanti AL. Fraturas faciais em pa-cientes atendidos no Hospital Antonio Targino – PB. Rev Da Faculdade de Odontologia. 2004; 9: 52-56.6. Menezes MM, Yui KCK, Araújo MAM, Valera MC. Prevalência de Traumatismos Maxilo-Faciais e Dentais em Pacientes atendidos no Pronto-Socorro Municipal de São José dos Campos/SP. Rev Odonto Ciência. 2007; 22 (57): 210-216.7. Wulkan M, Parreira Jr JG, Botter DA. Epidemiologia do Trauma Fa-cial. Rev Assoc Med Bras. 2005; 51(5): 290-295.8. Tino MT, Andrade FA, Gonçalves AJ, Freitas RR. Epidemiologia do Trauma Maxilofacial num Hospital Universitário Terciário da cidade de São Paulo. Rev Bras Cir Cabeça Pescoço. 2010; 39(2): 139-145.9. Peron MF, Ferreira GM, Camarini ET, Iwaki Filho L, Farah GJ, Pavan AJ. Levantamento Epidemiológico das Fraturas do Complexo Zigomá-tico no Serviço de Residência em Cirurgia e Traumatologia Bucoma-xilofacial da UEM, no período de 2005 e 2006. Rev Odontol UNESP. 2009; 38(1): 1-5.10. Krause RGS, Silva Jr NA, Schneider LE, Aguiar RC, Smidt R. Etio-logia e Incidência das Fraturas Faciais: estudo prospectivo de 108 pa-cientes. R Ci Med Biol. 2004; 3(2): 188-193.11. Silva JJL, Lima AAAS, Torres SM. Fraturas de Face: análise de 105 casos. Rev Bras Cir Craniomaxilofac. 2009; 12(1): 16-20.12. Melo REVA, Vitor CMA, Silva MBL, Luan aLA, Firmo ACB. Trauma-tismo Dentoalveolar. International Journal of Dentistry. 2003 Jul-Dez; 2 (2): 266-272.13. Maciel WV, Maciel SSSV, Farias AHC, Silva ETC, Gondim LAM, Oliveira TF. Internações hospitalares por fraturas do crânio e dos ossos da Face no Nordeste brasileiro. Revista da AMRIGS. 2009 Jan-Mar; 53 (1): 28-33.14. Teixeira AC, Almeida PMMP. Frequência das fraturas faciais atendi-das no Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Pronto Socorro do Hospital Municipal Odilon Behrens - Belo Horizonte - MG. BIREME/OPAS/OMS - Biblioteca Virtual em Saúde 2002; s.n; 55 p.15. Ministério do Trabalho e Emprego (Brasil), Publicações: Segurança e Saúde no Trabalho. AEAT - Anuário Estatístico de Acidentes de Tra-balho. Disponível em www.mte.gov.br. [20 ago 2012].16. Ministério da Previdência Social (Brasil), Dataprev – Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social: Cadastro Nacional de Informações Sociais. Disponível em www.dataprev.gov.br. [15 jul 2012].17. Ministério da Saúde (Brasil), DATASUS - Departamento de Infor-mática do SUS: Informações de Saúde. Epidemiológicas e Morbidade. Disponível em: www.datasus.gov.br. [10 ago 2012].

Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 2, p. 88-97, abril / maio / junho 2013 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 97

Fraturas faciais em acidentes de trabalho no Brasil - 2008 a 2010. Moreira et al.