arte poetica - cap. xii - xvi

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DISCIPLINA: TEORIA DA LITERATURA I

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Page 1: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

DISCIPLINA:TEORIA DA LITERATURA I

Page 2: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Aristóteles(Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.)Foi um filósofo grego com escritos importantes que abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, a poesia, o teatro, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia.

“A dúvida é o principio da sabedoria”

Aristóteles

Page 3: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

A poética é imitação (mimesis) e abrange a poesia épica, a lírica e a dramática: tragédia e comédia. A imitação visa a recriação e a recriação, visa aquilo que pode ser. Desse modo, a poética tem por fim o possível. O homem apresenta-se de diferentes modos em cada gênero poético: a poesia épica apresenta o homem como maior do que realmente é, idealizando-o; a tragédia apresenta o homem exaltando suas virtudes e a comédia apresenta o homem ressaltando seus vícios ou defeito.

A PoéticaA Poética

Page 4: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Divisões da Tragédia - XIIDivisões da Tragédia - XII

PRÓLOGOPRÓLOGO – – é a parte da tragédia que a si mesma se basta, vem antes do párodo do coro

1.1. Com apenas um ator (na forma de monólogo)Com apenas um ator (na forma de monólogo)

2. 2. Com mais de um ator (cena aberta com diálogo e ação). Com mais de um ator (cena aberta com diálogo e ação). Ex.: Medéia, prólogo com mais ação, no caso, através do Ex.: Medéia, prólogo com mais ação, no caso, através do diálogo entre a ama e o preceptor.diálogo entre a ama e o preceptor.

PARTES QUANTITATIVAS DA TRAGÉDIAPARTES QUANTITATIVAS DA TRAGÉDIA

Page 5: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

EPISÓDIOEPISÓDIO (ou Partes) (ou Partes) - - é a parte completa da tragédia colocada entre cantos corais completos

1.1. Varia conforme tamanho e importância;Varia conforme tamanho e importância;

2.2. Em geral as falas dos atores durante os episódios são Em geral as falas dos atores durante os episódios são recitadas não cantadas;recitadas não cantadas;

3.3. Normalmente o número de episódio não era fixo.Normalmente o número de episódio não era fixo.

Capítulo XIICapítulo XII

Page 6: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Capítulo XIICapítulo XII

CANTO CORAL CANTO CORAL – – Elemento musical

1.1. PÁRODO: Primeira intervenção completa do coro;PÁRODO: Primeira intervenção completa do coro;

2.2. ESTÁSIMOS: é o canto coralESTÁSIMOS: é o canto coral

3.3. Kommós: Canto lamentoso da orquestraKommós: Canto lamentoso da orquestra

Page 7: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

ÊXODO (ou Saída)ÊXODO (ou Saída) – – é a parte completa da tragédia depois da qual não há canto coral

Capítulo XIICapítulo XII

Page 8: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

PARTES DIÁLOGOS CENAS PRÓLOGO diálogo Édipo-sacerdote diálogoCreonte-Édipo PÁRODO entrada do coro, constituído por anciãos 1º EPISÓDIO diálogo Édipo-corifeu diálogo Édipo-Tirésias cena de enfrentamento 1º ESTÁSIMO coro canta 2º EPISÓDIO diálogo Creonte-corifeu diálogo Édipo-Creonte diálogos Jocasta-Creonte-Édipo-corifeu diálogo corifeu-Jocasta diálogo Jocasta-Édipo -> cena de enfrentamento

Cena de reconhecimento (parcial) 2º ESTÁSIMO coro canta 3º EPISÓDIO diálogo mensageiro-Jocasta diálogo Édipo-Jocasta-mensageiro 3º ESTÁSIMO hipôrquema 4º EPISÓDIO diálogo Édipo-corifeu-pastor diálogo Édipo-pastor diálogo mensageiro-pastor -> cena de reconhecimento (total) ÊXODO diálogo criado-corifeu suicídio de Jocasta e auto-flagelamento de Édipo diálogo corifeu-Édipo intervenção musical do coro diálogo Édipo-Creonte -> cena de catástrofe

A TRAGÉDIA ÉDIPO REI, DE SÓFOCLES

Page 9: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Das qualidades da fábula Das qualidades da fábula em relação às em relação às personagens.personagens.Do desenlace - XIIIDo desenlace - XIII Que fim devem ter os poetas em mira ao Que fim devem ter os poetas em mira ao

organizarem suas fábulas, que obstáculos deverão organizarem suas fábulas, que obstáculos deverão evitar, que meios devem ser utilizados para que a evitar, que meios devem ser utilizados para que a tragédia surta seu efeito Maximo, e o que nos resta tragédia surta seu efeito Maximo, e o que nos resta expor, depois das explicações precedentes. expor, depois das explicações precedentes.

?

Page 10: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Capítulo XIIICapítulo XIII 2. A mais bela tragédia é aquela cuja composição deve ser, 2. A mais bela tragédia é aquela cuja composição deve ser,

não simples, mas complexa; aquela cujos fatos, por ela não simples, mas complexa; aquela cujos fatos, por ela imitados, são capazes de excitar o temor e a compaixão imitados, são capazes de excitar o temor e a compaixão (pois é essa a característica deste gênero de imitação). Em (pois é essa a característica deste gênero de imitação). Em primeiro lugar, é óbvio não ser conveniente mostrar pessoas primeiro lugar, é óbvio não ser conveniente mostrar pessoas de bem passar da felicidade ao infortúnio (pois tal figura de bem passar da felicidade ao infortúnio (pois tal figura produz, não temor e compaixão, mas uma impressão produz, não temor e compaixão, mas uma impressão desagradável);desagradável);

3. Nem convém representar homens maus passando do 3. Nem convém representar homens maus passando do crime à prosperidade (de todos os resultados, este é o mais crime à prosperidade (de todos os resultados, este é o mais oposto ao trágico, pois, faltando-lhe todos os requisitos para oposto ao trágico, pois, faltando-lhe todos os requisitos para tal efeito, não inspira nenhum dos sentimentos naturais ao tal efeito, não inspira nenhum dos sentimentos naturais ao homem – nem compaixão, nem temor)homem – nem compaixão, nem temor)

Page 11: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Capítulo XIICapítulo XII 4. nem um homem completamente perverso deve tombar da 4. nem um homem completamente perverso deve tombar da

felicidade no infortúnio (tal situação pode suscitar em nós um felicidade no infortúnio (tal situação pode suscitar em nós um sentimento de humanidade, mas sem provocar compaixão sentimento de humanidade, mas sem provocar compaixão nem temor). Outro caso diz respeito ao que não merece nem temor). Outro caso diz respeito ao que não merece tornar-se infortunado; neste caso o temor nasce do homem tornar-se infortunado; neste caso o temor nasce do homem nosso semelhante, de sorte que o acontecimento não inspira nosso semelhante, de sorte que o acontecimento não inspira compaixão nem temor.compaixão nem temor.

5. Resta, entre estas situações extremas, a posição 5. Resta, entre estas situações extremas, a posição intermediária: a do homem que, mesmo não se distinguindo intermediária: a do homem que, mesmo não se distinguindo por sua superioridade e justiça, não é mau nem perverso, por sua superioridade e justiça, não é mau nem perverso, mas cai no infortúnio em conseqüência de algum erro que mas cai no infortúnio em conseqüência de algum erro que cometeu; neste caso coloca-se também o homem no apogeu cometeu; neste caso coloca-se também o homem no apogeu da fama e da prosperidade, como Édipo ou Tiestes ou outros da fama e da prosperidade, como Édipo ou Tiestes ou outros membros destacados de famílias ilustres. membros destacados de famílias ilustres.

Page 12: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Capítulo XIIICapítulo XIII 6.Para que uma fábula seja bela, é portanto necessário que 6.Para que uma fábula seja bela, é portanto necessário que

ela se proponha um fim único e não duplo, como alguns ela se proponha um fim único e não duplo, como alguns pretendem; ela deve oferecer a mudança, não da infelicidade pretendem; ela deve oferecer a mudança, não da infelicidade para a felicidade, mas, pelo contrário, da felicidade para o para a felicidade, mas, pelo contrário, da felicidade para o infortúnio, e isto não em conseqüência da perversidade da infortúnio, e isto não em conseqüência da perversidade da personagem, mas por causa de algum erro grave, como personagem, mas por causa de algum erro grave, como indicamos, visto a personagem ser antes melhor que piorindicamos, visto a personagem ser antes melhor que pior

7.O recurso usado atualmente pelos que compõem tragédias 7.O recurso usado atualmente pelos que compõem tragédias assim o demonstra: outrora os poetas serviam-se de assim o demonstra: outrora os poetas serviam-se de qualquer fábula; em nossos dias, as mais belas tragédias qualquer fábula; em nossos dias, as mais belas tragédias ocupam-se de um muito reduzido número de famílias, por ocupam-se de um muito reduzido número de famílias, por exemplo, das famílias de Alcméon(38), Édipo, Orestes, exemplo, das famílias de Alcméon(38), Édipo, Orestes, Meleagro(39), Tiestes, Télefo(40), e outros personagens Meleagro(39), Tiestes, Télefo(40), e outros personagens idênticos, que tiveram de suportar ou realizar coisas terríveis.idênticos, que tiveram de suportar ou realizar coisas terríveis.

Page 13: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

8. Esta é, segundo a técnica peculiar à tragédia, a maneira 8. Esta é, segundo a técnica peculiar à tragédia, a maneira de compor uma peça muito bela.de compor uma peça muito bela.

9. Por isso, erram os críticos de Eurípides(41), quando o 9. Por isso, erram os críticos de Eurípides(41), quando o censuram por assim proceder em suas tragédias, que na censuram por assim proceder em suas tragédias, que na maioria das vezes terminam em desenlace infeliz. Como já maioria das vezes terminam em desenlace infeliz. Como já dissemos, tal concepção é justa.dissemos, tal concepção é justa.

10. A melhor prova disto é a seguinte: em cena e nos 10. A melhor prova disto é a seguinte: em cena e nos concursos, as peças deste gênero são as mais trágicas, concursos, as peças deste gênero são as mais trágicas, quando bem conduzidas; e Eurípides, embora falhe de vez quando bem conduzidas; e Eurípides, embora falhe de vez em quando contra a economia da tragédia, nem por isso em quando contra a economia da tragédia, nem por isso deixa de nos parecer o mais trágico dos poetas.deixa de nos parecer o mais trágico dos poetas.

Capítulo XIIICapítulo XIII

Page 14: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

11. O segundo modo de composição, que alguns elevam à 11. O segundo modo de composição, que alguns elevam à categoria de primeiro, consiste numa dupla intriga, como na categoria de primeiro, consiste numa dupla intriga, como na Odisséia, onde os desenlaces são opostos: há um para os Odisséia, onde os desenlaces são opostos: há um para os bons, outro para os maus.bons, outro para os maus.

12. Esta última categoria é devida à pobreza de espírito dos 12. Esta última categoria é devida à pobreza de espírito dos espectadores, pois os poetas limitam-se a seguir o gosto do espectadores, pois os poetas limitam-se a seguir o gosto do público, propiciando o que ele prefere.público, propiciando o que ele prefere.

13. Não é este o prazer que se espera da tragédia; ele é 13. Não é este o prazer que se espera da tragédia; ele é mais próprio da comédia, pois nesta as pessoas que são mais próprio da comédia, pois nesta as pessoas que são inimigas demais na fábula, como Orestes e Egisto(42), inimigas demais na fábula, como Orestes e Egisto(42), separam-se como amigos no desenlace, e nenhum recebe separam-se como amigos no desenlace, e nenhum recebe do outro o golpe mortal.do outro o golpe mortal.

Capítulo XIIICapítulo XIII

Page 15: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Dos Diversos Modos de Dos Diversos Modos de Produzir o Terror e a Produzir o Terror e a Compaixão - XIVCompaixão - XIV

Terror e Compaixão:

Preferível quando resulta dos arranjo dos fatos;

Mesmo sem o auxílio dos olhos os fatos provoacm o prazer que é a finalidade da tragédia

Page 16: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

FATOS CAPAZES DE ASSUSTAR OU DE INSPIRAR DÓ

Irmão que mata irmão, ou um filho o pai, ou um filho a mãe, ou prestes a cometer esse crime ou outro idêntico;

Capítulo XIVCapítulo XIV

Casos:a)Médeia de Eurípedes: Executa os filhos.

b) Édipo: Executa o ato sem saber que cometeu um crime, somente depois toma conhecimento;

Page 17: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

FATOS CAPAZES DE ASSUSTAR OU DE INSPIRAR DÓ

Capítulo XIVCapítulo XIV

Outros Casos:

b) Se prepara para cometer um crime, mas age por ignorância e reconhece o erro antes de agir;

CASO NÃO TRÁGICO

é o que sabe, se prepara para cometer o crime e não comete;

IMPORTANTE: O poeta deve busca o elemento supresa.

Page 18: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Principais pontos da formação dos caracteres:

1. Devem ser de boa qualidade.

2. Ter conformidade.

3. Semelhança.

4. Coerentes consigo mesmos.

Dos Caracteres: devem Dos Caracteres: devem ser bons, conformes, ser bons, conformes, semelhantes, coerentes semelhantes, coerentes consigo mesmos - XVconsigo mesmos - XV

Page 19: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Ser de Boa QualidadeSer de Boa Qualidade

Caráter que não era

bom:

Menelau.

Page 20: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Ter ConformidadeTer Conformidade

Inconformidade em

Ulisses ao

lamentar-se em

Cila.

Page 21: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Ter SemelhançaTer Semelhança

Não há semelhança

em Ifigênia em

momentos:

momento de súplica

e coragem.

Page 22: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Ter SemelhançaTer Semelhança

Artifício cênico em

Medéia

Page 23: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Capítulo XVCapítulo XV Tanto na representação dos caracteres como no Tanto na representação dos caracteres como no

entrosamento dos fatos, é necessário sempre ater-entrosamento dos fatos, é necessário sempre ater-se à verossimilhança, de modo que a personagem, se à verossimilhança, de modo que a personagem, em suas palavras e ações, esteja em em suas palavras e ações, esteja em conformidade com o necessário e verossímil.conformidade com o necessário e verossímil.

Sendo a tragédia a imitação dos homens melhores Sendo a tragédia a imitação dos homens melhores que nós, convém proceder como os bons pintores que nós, convém proceder como os bons pintores de retratos, os quais, querendo reproduzir o de retratos, os quais, querendo reproduzir o aspecto próprio dos modelos, embora mantendo aspecto próprio dos modelos, embora mantendo semelhança, os pitam mais belos.semelhança, os pitam mais belos.

Page 24: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Reconhecimento por meios de sinais Reconhecimento por meios de sinais exterioresexteriores

sinais da naturezasinais da natureza

Estrelas do Tiestes de Cárcino (Cárcino Estrelas do Tiestes de Cárcino (Cárcino de Atenas, poeta trágico do século IV de Atenas, poeta trágico do século IV a.C.)a.C.)

sinais adquiridos.sinais adquiridos.

Cicatrizes ou colares.Cicatrizes ou colares.

Das Quatro Espécies de Das Quatro Espécies de Reconhecimento - XVIReconhecimento - XVI

Page 25: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Capítulo XVICapítulo XVI

Reconhecimento por meio da inventiva Reconhecimento por meio da inventiva do poetado poeta

Orestes declara o

que o poeta quer e

não a fábula.

Page 26: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Capítulo XVICapítulo XVI Reconhecimento por meio da Reconhecimento por meio da

lembrançalembrança

Ulisses ao ouvir a

citarista, recorda-

se e chora

Page 27: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

Capítulo XVICapítulo XVI Reconhecimento por meios de Reconhecimento por meios de

silogismos (dedução)silogismos (dedução)

Tideu de

Teodectes com a

esperança de

salvar o filho, ele

próprio foi morto

Page 28: Arte Poetica - Cap. XII - XVI

OBRIGADO!