aquarismo e peixes ornamentais

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  • Ano INmero 2Janeiro-Fevereiro-Maro/2009

    DistribuioGratuita

  • Abrimos este editorial sabendo que devemos es-clarecimentos aos leitores que carinhosamente recep-cionaram a nossa primeira edio, em julho passado. Como estava estabelecido, as edies seriam trimes-trais. Porm, por um timo motivo atrasamos esta edi-o que agora disponibilizamos. Estvamos trabalhan-do no livro Aquapaisagismo Introduo ao Aqurio Plantado que acabou sendo lanado no dia 22 de no-vembro de 2008, no grande Encontro de Aquaristas de Bauru - SP. Fase superada, direcionamos a ateno Revista e optamos por lanar agora para que possamos voltar aos meses escolhidos anteriormente: janeiro, abril, julho e outubro.

    Em julho, lanamos a Revista durante o III En-contro de quaristas de Londrina e Regio, um evento de sucesso devido grande participao dos amigos

    aquaristas de todas as regies brasileiras. Foi um momento para ficar em nossas memrias. Nada como ouvir preciosas dicas de personalidades do aquarismo, como Rony Suzuki e Vladimir Simes.

    Tambm aproveitamos para divulgar o resultado da primeira edio do Concurso Paranaense de Aquapai-sagismo, o CPA. Contamos com 56 trabalhos inscritos por 42 aquapaisagistas, que representam 12 cidades es-palhadas por todo o Estado. Distribumos uma revista

    3Revista Aqualon

    com as fotos de todos os aqurios inscritos no concurso. Um diferencial no Brasil. Os trabalhos foram julgados por uma qualifi-cada equipe: Luiz Carlos Galarra-ga, Andr Luiz Longaro, Erival-do Casado e Reinaldo Uherara. Os comentrios sobre as principais montagens podem ser visuali-zados no site da Aquabase. J podem ir se preparando que este ano teremos novamente o concurso.

    No h como no estar com uma grande sensao de euforia, com tantos eventos importantes ocorrendo para en-grandecer e desenvolver nosso hobby. Emprestando as pala-vras do amigo Lorson, o Andr da Aquabase, o lanamento do livro do Rony e do Maurcio

    um divisor de guas, um marco na histria do aquarismo nacional. Quem ainda no o leu, no sabe o prazer que o espera. Quem j leu, com certeza voltar a ler por muitas vezes.

    Um abrao da Equipe Aqualon.

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    Foto: Roberto Tino

    Foto: Roberto Tino

    Foto: Roberto Tino

    Foto: Roberto Tino

    Foto: Roberto Tino

    Foto: Americo Guazzelli

    Foto: Americo Guazzelli

    Esquerda pra direita: Mauricio-Aquamazon (Patrocinador), Americo Guazzelli (Campeo do CPA 2008), Rony Suzuki (Organizador) e

    Jair-Aqutica Brazil (Patrocinador)

    Mauricio e Rony dando autgrafos no lanamento nacional do livro realizado em Bauru-SP

    Trofus para os primeiroscolocados

    Aqurio vencedor do CPA 2008

    Foto: Roberto Tino

  • Revista Aqualon

    Localizado a uma distncia de 38 Km de Belm, no Par, o municpio de Santa Izabel sempre me chegou aos ouvidos como um lugar de numerosos e belos igaraps. Apesar de j ter visitado vrios igaraps da regio, eu ainda no havia tido a oportunidade de confirmar o que me era contado pelos ami-gos. Confesso que se j soubesse da beleza que me esperava no lugar, no teria demorado tanto a planejar uma expedio para l.

    Ao contrrio da maioria dos igaraps que j visitamos na regio, que tm gua barrenta e com pouca ou nenhuma visibi-lidade ou at guas mais claras, porm, tingidas com o Tanino dos galhos e folhas secas submersas, Santa Izabel nos presen-teou com uma gua lmpida, cristalina e de colorao surpre-endentemente esverdeada.

    O primeiro contato com a gua difcil, a temperatura oscila entre 24 e 25 C, mas depois se torna um alvio ao calor do Par, que mesmo abrandado pela densa vegetao em torno do igarap ainda bastante forte.

    Depois de ter o corpo j acostu-mado temperatura, chega a hora de arriscar alguns mergulhos. Com o auxlio de uma mscara de mergulho pode-se ver o espetculo submerso que a natureza nos proporciona. O que logo nos chama a ateno so os grandes cardumes de Bryconops spp. nadando rapidamente em meia gua e

    Expedio em

    Santa Izabel - ParTexto e Fotografia de Dennis Quaresma

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  • at a superfcie, passando bem por baixo da vegetao, levamos a rede para fora da gua para podermos ver o resultado. Um dos mais numerosos foram os Saraps (Brachyhypopo-mus brevirostris), peixes bem parecidos com o Itu Cavalo (Gymnotus albifrons), belssi-mas copenas (Copella cf. metae) com um tom azulado bem definido e Nannostomus beckfordi mostrando uma bela colorao vermelha, alm de Apistogrammas spp. e alguns Killifishes.

    Mas a surpresa mesmo veio com os inver-tebrados. Coletamos uma espcie de camaro fantasma diferente das que usualmente en-

    contramos e que chegam at a 5 cm. Esta espcie tem tamanho adulto muito menor, aproximadamente 2 cm, o que pde ser con-firmado com a coleta de fmeas adultas e ovadas, nesse tamanho. As fotos mostradas aqui j so de

    no o soltar, confirmando a voracidade desse peixe que s desistiu da j atordoada presa quando o pegamos na mo para ser fotografa-do. No momento no se pode observar perfei-tamente os detalhes do ani-mal, mas depois de ver as fotos ficamos muito admirados com a be-

    leza dos olhos desse peixe. Um verde bem claro seguido de um fino anel vermelho e o crculo interno negro. Os olhos mais interessantes que eu j vi em peixes.

    Hora de sair das partes mais abertas e coletar nas partes mais fecha-das e menos convidativas do Igarap. Fazer o qu, se sempre l que esto alguns dos peixes mais interessantes?

    Entramos num trecho bem estreito e com gua na altura da cintura. As Ninfias so muito mais abundantes e por isso h uma dificuldade maior em passar a rede. Com al-gum esforo e levando a rede desde o fundo

    principalmente nos trechos mais profundos do igarap, o que dificulta a coleta de exem-plares da espcie.

    Seguindo um pouco mais para as margens, em trechos mais rasos e sombreados pelas folhas das Ninfias se fazem mais abundan-tes os cardumes de Hyphessobrycon hete-rorhabdus. Vez ou outra alguns Apistogram-mas e indivduos solitrios ou em pequenos cardumes de outro peixe muito comum por aqui, o Satanoperca jurupari.

    O visual de tirar o flego. Ver os cardu-mes nadando em meio s Ninfias com os feixes de luz entrando na gua uma expe-rincia incrvel. O que dizer ento de ter a sorte de ver o momento exato de um peixe predador caando sua presa?

    Tivemos o privilgio de ver, j fora da gua, porm, numa parte bem rasa do iga-rap, uma Trara (Hoplias cf. malabaricus) caar e abocanhar um Apistogramma e mes-mo depois de ser capturada pela nossa rede

    5Revista Aqualon

    Copella cf. metae

    Camaro Fantasma

    Hoplias cf. brasiliensis

    Bryconops spp.

  • alguns exemplares em aqurio.O dia vai terminando e o cansao co-

    mea a chegar, porm, junto com ele, a mesma sensao que vem sempre depois de um dia de expedio: o sentimento de que fomos mais uma vez presenteados pela natureza com um lugar belssimo e com uma diversidade to abundante que nos proporciona uma imensa satisfao de estar onde estamos e de poder usufruir disso tudo. Sempre com res-peito vida e tentando causar o mnimo impacto possvel, para que nossos filhos e netos possam ter novamente essa sensao, que s um verdadeiro aquarista pode sentir.

    6 Revista Aqualon

  • Revista Aqualon8 Revista Aqualon

    Imagine-se em um ambiente reconfortante e acolhedor, aps um longo dia de trabalho. Voc comea a se tornar parte desse lugar quando sua audio se volta apenas para o som de movimentao de gua. Ao abrir os olhos na quase penumbra o nico foco que te atrai revela magnficas criaturas aquticas se locomovendo de um lado a outro. Voc olha para o lado e a cena se repete, diferenciando-se apenas pelos formatos e cores dos seres ali presentes, e o sentimento de paz se torna cada vez mais presente em sua alma.

    No, no nenhum conto ou trecho de li-vro de Auto-ajuda, trata-se da sala de estar do nosso amigo Leonardo Abreu de Almeida, aquarista e Engenheiro Civil em Vitria-ES. Um sonho antigo que virou um projeto que foi ganhando forma com o tempo e hoje se transformou em uma das grandes atraes da

    Internet, para os aquaristas e amantes da natureza. Ao ser construdo junto com a casa, acabou se tornando parte importante dela e proporcio-nando condies para ade-quaes tcnicas e aprimo-ramento, seguindo o imenso bom gosto do idealizador.

    O projeto inicial contava com um lago/aqurio com aproximadamente 14000 litros, dividido para receber trs grupos de peixes.

  • Revista Aqualon

    O primeiro com Cicldeos, Barbus, Tetras, Labeos, Botias, etc. Na seqncia, teria pre-dadores como Arraias, Aruans, scares, Pirararas e Tucunars e, finalmente, cairia em volta de um Bangal com Kinguios e Carpas.

    Filtragens Dry Wet, Areia Fluidi-zada, UV e mecnica interna.

    Foi chamado de lago/aqurio por ser externo, como um lago, e permi-tir, atravs de vidros, sua visualiza-o pelo lado interno da casa, mais precisamente, da sala. Foram utiliza-dos 4 vidros de 12 mm e tamanho de 200 cm por 70 cm. Estes foram embutidos na parede de alvenaria onde havia cortes no reboco, apoiados em uma estrutura de concreto, lo-cal que recebeu pintura epxi para permitir aderncia, e colados com silicone industrial. O reboco serviu apenas para melhorar a ve-dao e permitir o encaixe dos vidros. Uma manta asfltica foi utilizada para cobrir as paredes.

    Para que pu-desse se mudar para a nova casa no mesmo mo-mento que os peixes, Leo ati-vou o sistema de filtragem pre-viamente para a instalao da

    colnia de bactrias nitrificantes.Em 23 de setembro de 2005, Leonardo postou

    no Forumaquario o seu projeto, visando colher opinies que auxiliassem seu trabalho e pesqui-sa, alm de nos possibilitar acompanhar todo o desenvolvimento em suas diversas fases.

    A casa possui filtragem mecnica com o ar-mazenamento da gua de chuva para fins diver-sos, inclusive reposio no aqurio/lago.

    Outra atitude ecologicamente correta foi a in-troduo de diversas plantas, tanto no jardim, quanto no aqurio, o que acabou gerando um ambiente apropriado para a vida aqutica ali presente. Foram utilizados no substrato terra, hmus, cascalho fino e cascalho grosso, sendo que as plantas maiores, como papiros e outras que se alastram muito, foram isoladas com plstico ou em vasos.

    No dia 01 de maro de 2006, Leo divulgou a concluso do projeto. Enfim, o sonho se reali-

    zava. Os primeiros peixes j desfilavam pela linda passarela concluda.

    Se que podemos chamar de problemas, os nicos que ocorreram foi o pH alcalino, que acabou estabilizando em 7,0/7,4, e algumas algas que surgiram na parte dois, que recebe mais sol, local que recebeu mais plantas de su-perfcie para sombreamento natural. No mais, tudo saiu como o planejado.

    O filtro UV foi utilizado por trs meses e meio por causa de uma exploso inicial de al-gas, no sendo mais usado aps este perodo. Aps a retirada dos filtros mecnicos, a filtra-gem acabou ficando com 1 bomba de 10.000l/h ligada 24 horas por dia, movimentando a gua para passar pelos dois filtros Dry Wet de 200l e pelo super filtro de areia fluidizada, com aguaps. Os aguaps foram retirados porque no momento da limpeza eles soltavam na gua a sujeira que haviam retido com o tempo. No foi necessrio o uso de aquecedor no incio em virtude do calor tpico da cidade, mas, aps

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    um bom tempo de anlise, a opo foi a instala-o de um aquecedor que era acionado quando a temperatura caia para 21 C. Hoje o aqueci-mento mantm a gua acima de 25 C devido insero de alguns discos. As sifonagens eram trimestrais na parte dois e no so mais utiliza-das, a sujeira se degrada, bia e captada pela superfcie. As trocas so bimestrais de 25 % do volume total, com gua de chuva armazenada e atravs de registros j instalados abaixo do substrato. Com menos de dez minutos o aqurio coloca 30% do seu volume para fora. Depois s abrir o registro da gua de chuva. Essas trocas so feitas alguns dias aps uma boa chuva, pois a sujeira est bem decantada e a gua de tima qualidade. Isso em poca de chuvas, pois essa manuteno pode acabar es-perando por at 5 meses, dependendo da coleta de gua. Leo acredita que seu maior acerto foi ter inves-tido bem na filtragem biolgica, gerando grande estabilidade ao sistema. Parece que meu subs-trato est vivo. Nada se acumula, muita fora biolgica. Para se ter uma idia, meus dry wets viraram verdadeiros minhocrios. Estas se ali-mentam, reprodu-zem muito. Ainda viram uma tima refeio. Atualmente a fauna e flora se encontram assim:

    Fauna da primeira parte:Labeos (todos), Botias (Azul, Skunk e Ma-cracantha) Discos (Selvagens, Red Turquesa e Snake Skin), Mato grosso, Melanoteanias (quase todas), Barbus Sumatranus, B. Arulius, B. Conchonius, Titia, Tetra Foguinho, Cas-cudos Leopardo, L-1 e outros, Comedores-de-alga-chineses amarelos e marrons, Synodontis, Acar-jia, Kribenses, Apistogramas, Severum Gold, Cruzeiros, Bala-shark, alguns tetras cap-turados, etc.Flora:Valisnrias, Sombrinhas-chinesas, Amazonen-ses, Anbias, Microsoruns, Samambaias que descem suas folhas para dentro da gua, entre outras no identificadas.

    Fauna da segunda parte:Midas, Red-Flowerhorn, Papagaio, Jack Dempsey, Pangassius comuns, Pangassius Hi-fin, Aruan, Arraia Motoro, scares (Al-binos, Tigre, Red-Tiger), Geophagus Surina-mense, Geophagus Brasiliense, Paratilapia Poleni, Comedor-de-algas-chins de quase 25 cm, Catfishes Albinos, Lepisosteus, Tamba-qui 50 cm, Tamboat, Jacund Red-Tapajs, Jaguar, vrios Cascudos Tigres, L-1 e outros no identificados.Flora:Ninfias, Papiros, Sombrinha-Chinesa, Mus-go-de-java, Petecas, Valisnrias.

  • Fauna da Terceira parte:Nishikigoi, Kinguios, tartarugas Tigre dgua, uns 10 casais de Guppys (recente-mente introduzidos), Barbos Schwanefeldi retirados da parte 2, Tamboat, Cascudos e milhes de Melanoteanias, que se repro-duzem na parte 1 e os filhotes aparecem na parte 3. Flora:Lrio-da-paz. Vrios, bem grandes, somen-te com as folhas quase todas para fora.

    Etapa concluda, Leo agora est se dedi-cando a um novo desafio: um aqurio ma-rinho de Anjos e Corais. 1000L com corais SPS e LPS e peixes Imperator, Centropige Bicolor, Centropige, Coral Beauty, e ou-tros que viro.

    Este relacionamento com a natureza que pessoas como ele tm, sempre querendo propiciar condies de apreciar a evoluo da vida dentro do nosso hobby, digno de reverncia. O aquarismo agradece!

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    Nome Popular: Jordanela Famlia: Cyprinodontidae Origem: Amrica do Norte. Flrida, Estados Unidos.Tamanho: Aproximadamente 6 cm.Comportamento: Nadam na parte intermediria e fundo do aqurio.Sociabilidade: Preferem viver aos pares ou um macho para vrias fme-as.Agressividade: Pacfico com outras espcies. Somente na poca da repro-duo torna-se um pouco agressivo. O macho costuma formar territrios, no deixando nenhum outro macho da mesma espcie se aproximar.

    Nome Popular: Doj, Cobrinha.Famlia: CobitidaeOrigem: siaTamanho: Aproximadamente 25 cm.Comportamento: Gostam de nadar na parte inferior do aqurio, inclusive se enterrando no substrato.Sociabilidade: Preferem viver em grupos, mas no formam cardumes.Agressividade: Peixe pacfico.Manuteno: Fcil. Ideal para ini-ciantes. Pelo fato de gostar de se enterrar, no coloque cascalho que possuem arestas retas, pois elas iro machucar o peixe. Deixe o aqurio sempre bem tampado, pois ele tem o pssimo hbito de pular fora do aqu-rio.

    Manuteno: Aqurio com muitas plantas para que possam se esconder.Temperatura: 18 a 24 C pH: 7 a 7,5Alimentao: Variada, desde raes industrializadas at alimentao viva. Fornea alimento base de vegetais.Dimorfismo sexual: Os machos so mais coloridos. A fmea possui uma mancha negra no final da nadadeira dorsal.Mtodo de reproduo: Ovparos. A reproduo fcil de ser obtida. Desovam entre as plantas prximas ao substrato. Aps a desova, retire a fmea. O macho protege os ovos que

    eclodem cerca de 7 a 10 dias aps a desova.

    Temperatura: 5 a 25 CpH: 6,6 a 7,6Alimentao: Variada, desde raes industrializadas at alimentao viva. S se alimenta no fundo.Dimorfismo sexual: Os machos pos-suem nadadeiras peitorais maiores. Mtodo de reproduo: Difcil de reproduzir em aqurios. Na natureza eles costumam desovar em lugares la-macentos quando o nvel da gua sobe durante a poca das cheias. O macho ir se entrelaar na fmea, estimulan-do-a a liberar os ovos e ao mesmo tempo o ele libera o esperma fecun-dando os ovos que ficam no substrato. Os pais no cuidam da desova.

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    Nome Popular: Many-banded shell-dweller, Multie.Famlia: CichlidaeOrigem: frica. Endmico do lago Tanganika.Tamanho: Aproximadamente 4 cm.Comportamento: Nadam na parte inferior do aqurio. Nunca saindo de perto das conchas.Sociabilidade: Gostam de viver em grandes colnias, mas cada par pos-sui sua prpria concha.Agressividade: Pacficos.Manuteno: No aconselhado co-locar juntos a espcies de grande por-te. No necessrio aqurios grandes, pois essa espcie no se aventura a ir longe da proteo das conchas.

    Temperatura: 24 a 26 CpH: 8Alimentao: VariadaDimorfismo sexual: Difcil distinguir. Quando adultos, os machos so maio-res.Mtodo de reproduo: Os pais de-sovam no interior da concha, poucos ovos, cerca de 6 a 9. No ser neces-srio separar os pais, pois eles no comem a cria, inclusive chegam a desovar novamente antes mesmo dos filhotes da primeira leva se tornarem adultos, formando uma outra gerao que vive perfeitamente em harmonia com as demais.

  • Famlia: HydrocharitaceaeOrigem: siaHbito: Submersa fixaTamanho: 10 a 30 cm de alturaTemperatura: 20 a 28 CIluminao: Moderada a intensapH: 6 a 8Manuteno: MdioCrescimento: Rpido sob iluminao moderada.Propagao: Sua reproduo se d atra-vs do corte e replantio do ramo.Plantio: Parte intermediria do aqu-rio. Como uma planta bem volumosa, aconselho plant-la em ramos indivi-duais com espaamento de 5 cm entre eles.

    Famlia: LythraceaeOrigem: siaHbito: Aqutica emergenteTamanho: 40 a 60 cm de alturaTemperatura: 18 a 30 CIluminao: Moderada a intensapH: 5 a 8Manuteno: FcilCrescimento: RpidoPropagao: Se reproduz atravs do corte e replantio do ramo.Plantio: Planta para rea intermediria e fundo do aqurio. Melhor se plantada em molhos com 3 ramos e espaamento de uns 3 cm.

    Planta muito bonita e verstil, ideal para a rea de transio entre a frente e a parte de trs do aqurio, onde formam moitas espetaculares. Com uma iluminao intensa ela tende a ficar com uma colorao acastanhada e o seu crescimento fica mais lento, j sob uma iluminao mais moderada, seu crescimento rpido e fica com uma colora-o verde, bonita e vistosa. Quando comea a soltar a haste floral para a superfcie, a muda se enfraquece, muitas vezes pode-se perd-la por este motivo. A haste floral s consegue alcanar a superfcie em aqurios bem baixos e, mesmo assim, com muita dificuldade. Deve-se arrancar essas hastes.

    A Rotala rotundifolia uma das melhores plantas para fundo. Quando bem podada, for-ma uma moita compacta e atraente. Tambm pode ser usada como planta intermediria, para isso, bastam podas com mais freqncia. Pelo seu porte, serve para aqurios de di-versos tamanhos, desde os de pequeno at os de grande porte. Planta que no necessita de cuidados especiais. Sob forte iluminao pode adquirir uma tonalidade rosada muito atraente. Planta fcil e ideal para iniciantes.

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    O layout a materializao da proposta que temos para todos os elementos que iro compor o aqurio plantado, a disposio fsica. Para tanto, necessrio o esboo visual de um pro-jeto que temos em mente. Isto serve para mos-trar como deve ou pode ser a distribuio de diversos itens que iro compor o produto final do projeto. Como nosso objetivo descobrir a melhor maneira que poderemos alocar estes elementos, buscando harmonia, podemos efe-tuar alteraes a qualquer momento, evitando maiores intervenes no projeto final. aps a definio do layout que decidiremos qual o tamanho do display que ir conter a montagem. No aquapaisagismo ele pode ser esboado atra-

    vs de computao grfica, riscos em um pa-pel ou apenas na imaginao. Muitos acreditam que para isso necessrio apenas a inspirao e o dom natural. claro que isto pode diferenciar e destacar alguns poucos aquapaisagistas, mas a busca pelo co-nhecimento atravs de leituras e observaes, apoiada na dedicao, pode transformar qual-quer aquarista num aquapaisagista de bom nvel. H o costume de se elogiar e admirar belas montagens e pensar que isto seria impossvel para ns. Este conformismo impede a evolu-o. Devemos elogiar, admirar, mas, acima de tudo, analisar. Por que aquela montagem to

    bela? Quais elementos se destacam? Qual o posicionamento das plantas? Que parte cha-ma mais a ateno? Estas respostas nos servi-ro como guia para futuras montagens. possvel analisar um plantado de 2 metros e us-lo como base para um cubo de 30 cm. Isto pode parecer estranho, mas basta esco-lher uma determinada rea do gigante e, a partir dela, executar o projeto no cubo. s utilizar aquela parte que mais nos agradou. Dispomos de uma infinidade de exemplos de montagens em fotos espalhadas pela In-ternet, todas espera de olhos curiosos que possam desvendar seus segredos e tcnicas utilizadas.

  • tura, por exemplo. Para aplicar em aqurios, devemos v-lo como o retngulo que , dividindo-o em duas partes. Basta dividir seu comprimento por 1,618 e traar um risco neste local. Est identi-ficado o primeiro ponto de ouro. Nesta diviso podemos deixar a parte maior do lado esquer-do ou do direito, dependendo do nosso projeto. A partir deste ponto ainda podemos continu-ar com a proporo e determinar diversos lo-cais que deveremos utilizar na elaborao do

    layout. Podemos criar belas montagens mesmo utilizando esquemas de layouts mais comuns. Estes so parmetros que seguimos no momen-to de distribuir os elementos pelo aqurio. Temos o layout triangular, onde dispomos as plantas, pedras e troncos no aqurio, seguindo o desnvel formado por essa figura geomtrica. Existe a montagem seguindo o formato da letra U, que consiste em plantar os dois lados do aqurio, deixando um espao vago, preferen-cialmente no ponto de ouro. Tambm podemos elaborar nossos projetos com base no layout

    16 Revista Aqualon

    Devemos ter em mente que em concursos no s o layout analisado pelos juzes. Outros itens so considerados, como a sade das plantas, entre outros. Por este motivo pode-mos encontrar um trabalho que agrade mais aos nossos olhos, em colocao inferior a outros. Outro caminho para chegar ao to preten-dido layout a observao da natureza. Exis-tem incontveis lugares naturais que podem ser utilizados como base ou ponto de partida para nossos projetos. Basta observar bem. Se no puder ser ao vivo, podemos, novamente, nos servir das fotos disponveis na net. No da noite para o dia que faremos isso. preci-so estudar o exemplo at conseguir imaginar os elementos que sero necessrios para esta reproduo. Por este motivo, interessante co-nhecer vrios tipos de plantas para facilitar a visualizao do layout. Como atravs dos nossos olhos que capta-mos as informaes para decidir qual imagem nos agrada, faz-se necessrio conhecer uma tcnica que consiste em dispor elementos em pontos estratgicos que so identificados por nosso crebro como harmoniosos. a Propor-o urea ou Ponto de Ouro. Esta propor-o foi descoberta a partir de uma seqncia de nmeros criada por Fibonacci (Leonardo Pisano, 1170-1250) e pode ser comprovada na natureza, nos animais e at mesmo em nossas mos, orelhas e demais partes do corpo. utili-zada na construo de instrumentos e na pin

    em forma de ilha. Neste, o hardscape e as plantas ficam centralizados, deixando um es-pao livre ao seu redor, que poder ser ocupa-do por plantas que formem carpetes.

  • mente aquticas. Existem muitas fichas dessas plantas que nos fornecero todos os dados que precisamos ter para utiliz-las. Isto importan-tssimo para a correta disposio das mesmas no layout, visto que no devemos colocar uma planta de fundo na frente do aqurio. A seqen-cia normal a ser seguida a frente do display ser composta por plantas baixas que formam carpetes e que sero escolhidas considerando o tamanho da montagem. Depois, as plantas de meio e, por fim, as mais altas. *Em aqurios baixos podemos optar por utilizar plantas de meio na parte traseira sem perder a harmonia, mas corre-se o risco de um juiz de concurso de aquapaisagismo no ter a mesma sensibilida-de e criticar a utilizao da planta fora da rea adequada.

    Lifescape: Encontrei este termo na Internet e achei que combinaria com os anteriores. Este designa os habitantes do aqurio plantado. Em sua maioria, os peixes. Ao contrrio do que costumamos fazer no aquarismo, onde monta-mos o aqurio para uma determinada espcie

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    Nossas montagens sero compostas por di-versos elementos, alguns imprescindveis, ou-tros opcionais. Temos o hardscape, softscape e o lifescape.

    Hardscape: Razes, ramos e troncos de rvo-res, pedras e outros elementos que a criativida-de possa buscar. As pedras devero ser neutras para que no interfiram nos parmetros e qua-lidade da gua. Buscam-se aquelas que apre-sentam faces irregulares e cores que melhor integrem o layout pretendido. O tamanho delas dever ser proporcional ao tamanho do aqurio e a disposio se dar de forma que se crie uma harmonia entre elas. A madeira a ser utilizada deve ser tratada para evitar colorir a gua do aqurio ou acidific-la em demasia. Opta-se por troncos de aroeira e outras que sejam bem duras, secas e escuras. Outras opes podem ser utilizadas, desde que no se dispense o tra-tamento necessrio.

    Softscape: Seriam as plantas que podem viver em forma subsmersa, palustres ou verdadeira-

    de peixes que desejamos manter, no aquapai-sagismo deixamos a escolha dos habitantes para o final. Estes no devero ser em quan-tidade e tamanho que possam poluir visual-mente a montagem.

    Trata-se de um item que tambm analisa-do pelos juizes de concursos, onde verificam se esto compondo o layout harmoniosamen-te, em tamanho, cores e caractersticas da es-pcie. Peixes cardumeiros so mais interes-santes por viverem em grupo e conferir um ar de naturalidade, sendo preferveis aqueles que nadam em school, ou seja, que nadam agrupados. At mesmo o ponto em que esto localizados no momento da foto influencia no resultado de todo o conjunto.

    Com base nestas informaes podemos iniciar nosso processo criativo e liberar a criatividade. Ainda que o primeiro projeto no satisfaa completamente nosso objetivo, devemos continuar seguindo este caminho, pois ser atravs das tentativas e erros que chegaremos aos acertos, que sero recom-pensadores.

    Revista Aqualon

  • Quem nunca viu ou ouviu falar em Killifi-shes e sabe um pouco de ingls logo traduz o nome como peixe matador ou matador de peixes, tendo uma falsa impresso de que so peixes agressivos. Na verdade a palavra killi-fish vem do Holands antigo do incio da co-lonizao dos Estados Unidos, onde os primei-ros habitantes chamavam peixinhos pequenos em geral de peixes de poa, ou peixes de riachos, que na linguagem deles era Killifish. Assim, a traduo correta da palavra peixe de poa ou de pequenos riachos.

    Os killis, sem dvida, so alguns dos mais belos e coloridos peixes de gua doce e tm uma enorme variedade de formas.

    Seu tamanho varia de trs at os vinte cen-tmetros e esto distribudos pelas Amrica e frica, principalmente, mas tambm ocorrem na sia e Europa, em menor nmero. At o momento no foram descritos na Oceania.

    As espcies chamadas Killifishes esto super adaptadas aos mais variados nichos ecolgicos e a viver e se reproduzir em condies extre-mas onde outras espcies no sobreviveriam nem por alguns minutos. Por essa resistncia a ambientes extremos, em alguns locais so o nico tipo de peixe existente.

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  • H trs tipos principais de ambientes aqu-ticos onde se encontram: os permanentes, os semipermanentes e os temporrios ou anuais.

    Ambientes permanentes so riachos em meio a florestas com gua mole, cida e com matria vegetal em decomposio que lhes do uma cor de ch. Nesses ambientes podemos encontrar, na frica, os Aphyosemion e Epy-platis. Nas Amricas, os Rivulus.

    Os peixes de riachos geralmente tm, como os demais Killis, cores brilhantes e desovam nas razes ou pequenas folhas de plantas aqu-ticas. Normalmente a incubao leva de quinze a vinte e cinco dias.

    Ambientes semipermanentes so riachos ou pequenos lagos que em poca deseca dimi-nuem muito o volume de suas guas, chegando

    eventualmente a ficar apenas com umidade no solo. Nesses ambientes pode-se encontrar, na frica, os Fundulopanchax, que desovam em razes, de prefe-rncia junto ao fundo. Tm um perodo de incubao de vinte dias at cerca de quatro meses, dependendo das condies, pois na natureza esperaram a poca propcia para nascer e se desen-volverem.

    Ambientes anuais so aque-les que anualmente passam por um perodo de seca, geralmen-te desaparecendo toda a gua. nessas condies adversas que a natureza usou toda sua sabedoria para criar formas de vida capazes de suportar tais condies. No perodo das chuvas, quando os pequenos lagos se enchem, os ovos dos killis anuais incubados em meio ao substrato do fundo eclodem emquesto de horas, jun-

    tamente com o surgimento de pequenos or-ganismos unicelulares que se alimentam das plantas e outros materiais que comeam a se decompor. medida que crescem, comeam a se alimentar das larvas de mosquitos que tam-bm desovam nessas poas, desempenhando assim o papel de controlador natural das po-pulaes desses insetos. Tm um desenvolvi-mento acelerado e em quatro a seis semanas j esto adultos e aptos reproduo. Logo que atingem a maturidade sexual j esto a depo-sitar seus ovos no fundo da poa, pois logo vem a seca e os peixes adultos morrem. No entanto, a nova gerao j est preservada no substrato do lago, onde ficam de dois at nove meses esperando a prxima estao chuvosa para darem continuao a este fantstico ciclo

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  • da vida. Os peixes desse grupo, alm dessa fants-tica estratgia de sobrevi-vncia, so extremamente coloridos. Na frica temos os Nothobranchius e nas Amricas as Cynolebias, Simpsonichthys, Pterole-bias, Pituna, Nematole-bias, entre outros. Em al-gumas regies do Brasil os killis so conhecidos como peixes das nuvens, pois, como eles aparecem em poas que ficaram secas por meses a fio, a populao acha que eles vm juntos com as gotas das chuvas.

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  • ERRATAPor um erro de digitao, na edio n 1 da Revista Aqualon, citamos na pgi-na 9, no artigo O aqurio plantado, As plantas necessitam, ainda, de luz ade-quada pra que, durante a fotossntesse, possam transformar o t em acares(...), sendo o correto substituir o t por CO2.

  • Seja um aquarista consciente:* No solte peixes, plantas ou qualquer outro ani-mal aqutico nos rios ou lagos. A soltura desses animais pode causar impactos ambientais muito srios, prejudicando fauna e flora nativa!

    * No superalimente os seus peixes, pois o ex-cesso de alimento pode poluir a gua do seu aqurio.

    * No compre raes vendidas em saquinhos plsticos transparentes. A luz retira todas as vi-taminas e protenas da rao. Estas tambm no possuem prazo de validade. Procure comprar ra-es de boa qualidade que voc notar a diferen-a na sade de seus animais.

    * No Superpovoe o aqurio, pois o excesso de peixes debilitar todo o sistema de filtragem do aqurio, podendo levar seus peixes morte.

    * No compre peixes que estejam em aqurios que tenham peixes doentes ou mortos. Eles po-dem transmitir doenas para todos os peixes que voc j possui em seu aqurio.

    * No compre peixes por impulso. Pesquise antes a respeito da espcie. Muitas podem ser incom-patveis com o seu aqurio, seja por agressivida-de, parmetros da gua ou tamanho do aqurio.

    * No coloque juntas espcies de peixes de pH diferentes. Certamente uma delas ser prejudica-da, podendo adquirir doenas e contaminar todo o restante.

    * No inicie o hobby se no estiver disposto a dis-pensar os cuidados bsicos que os peixes exigem. Com pouco tempo de dedicao obter sucesso e isto se transformar em lazer.

    * Seja observador. preciso conhecer o comporta-mento dos habitantes de seu aqurio para se ante-cipar aos problemas que possam surgir.

    * Lembre-se: Peixes so seres vivos e no merca-dorias que podem ser descartadas a qualquer mo-mento. Preserve a vida!

    * Finalizando, PESQUISE! Atualmente podemos usar a internet como uma forte aliada para alcan-ar um aquarismo saudvel e consciente. Temos vrios sites/fruns que pregam a prtica correta do aquarismo. Citaremos apenas alguns dos mais confiveis, em ordem alfabtica:

    www.aquahobby.comwww.aquaonline.com.brwww.forumaquario.com.br

    EXPEDIENTE:

    Revista Aqualon uma publicao da Aqualon - Aqua-rismo em Londrina. Com distribuio gratuita, visa di-vulgar o aquarismo em todos os seus segmentos, desde os aqurios propriamente ditos at os aspectos ecolgi-cos que o hobby abrange.

    Editor: Rony SuzukiCoordenao: Americo Guazzelli Rony SuzukiProjeto grfico e diagramao: Evandro Romero Rony SuzukiPeriodicidade: TrimestralTiragem: 2000 exemplaresReviso: Americo GuazzelliFotografia: Rony SuzukiColaboraram nessa edio: Americo Guazzelli Dennis Quaresma Gleidson Magno Leonardo Abreu Rony Suzuki

    Para anunciar na revista: [email protected] (43) 3026 3273 - Rony Suzuki Colaboraes e sugestes: Somente atravs do e-mail: [email protected]

    As matrias aqui publicadas so de inteira responsa-bilidade dos autores, no refletindo necessariamente a opinio da Revista Aqualon. No publicamos artigos pagos, apenas os cedidos gratuitamente para desenvol-ver o aquarismo.

    Permite-se a reproduo parcial ou total dos artigos e outros materiais divulgados na revista desde que seja solicitada sua utilizao e mencionada a fonte.

    A Revista Aqualon, poder ser baixada gratuitamente em arquivo PDF pela internet atravs dos sites:

    www.aquahobby.comwww.aquamazon.com.brwww.aquaonline.com.brwww.forumaquario.com.brwww.xylema.net/