apostila qi

48
3ª Série EM –Vestibular – Volume 1 | 139 Módulo 1 1.1 O Espaço Industrial Definindo Indústria A atividade industrial corresponde a todo o processo de transformação da matéria-prima mediante a utilização de máquinas e do uso de força de trabalho no interior do espaço fabril. O resultado da matéria-prima transformada é destinado ao mercado. Fatores Locacionais A instalação de indústrias em determinada localidade depende de uma série de fatores que são decisivos na escolha. Tratam-se dos chamados fatores locacionais. Dentre os diversos fatores locacionais destacam-se a proximidade e/ou existência de: a) Matéria-prima; b) Mão de obra; c) Mercado Consumidor; d) Rede de Transportes; e) Rede de Comunicação; f) Energia; Novos Fatores Locacionais a) Incentivos e/ou Isenções Fiscais; b) Universidades e Centros de Pesquisa; c) Mão de obra Qualificada; d) Infraestrutura Informacional; e) Doações de Terrenos; f) Financiamentos da Planta Industrial; g) Facilidade na remessa dos lucros. Para algumas indústrias há determinados fatores que são mais decisivos para a definição da localização o que pode não ser para outras. Isso, portanto, dependerá do tipo de indústria. Novos Espaços Industriais - Tecnopolos (Adaptado de: BENKO, G. Novos Espaços Industriais e Tecnopolos: algumas Reflexões. IN: Economia espaço e globalização na aurora do século XXI. São Paulo: HUCITEC, 1999) A nomenclatura tecnopolo começou a aparecer na litera- tura mundial no final dos anos 1970, referindo-se à discussão sobre o desenvolvimento polarizado ocorrido nos anos 1950 e 1960, com a formação de polos de crescimento e polos de desenvolvimento. Depois deste período de forte crescimento, o contexto econômico mudou. O desenvolvimento polarizado caiu em desuso e o desenvolvimento local o substitui, conde- nando o desenvolvimento estimulado por poderosas firmas motrizes substituídas, agora pela força de pequenas empresas. O remédio mudou de nome, ouve-se em todos os lábios o termo tecnopolos, mas na realidade este se integra na defi- nição já antiga de polo de desenvolvimento - um aglomerado de empresas inovadoras, dinâmicas, motrizes com efeitos econômicos positivos sobre toda a economia regional. Mais comum, entretanto, é a associação dos tecnopolos com a ideia de centros de atividades industriais de alta tecnologia. A partir de estratégias de desenvolvimento econômico, algumas regiões ou cidades utilizam-se da valorização de seu potencial universitário e de pesquisa para estimular um novo surto de industrialização a partir de empresas de alta tecno- logia, criadas no local ou para lá atraídas. Para Pierre Laffitte, a “reunião, num mesmo lugar, de atividades de alta tecnologia, centros de pesquisa, empresas e universidades, assim como de organismo financeiros que facilitem os contatos pessoais entre esses meios, produz efeito de sinergia, do qual podem surgir ideias novas, inovações téc- nicas, suscitando, portanto criações de empresas”. Deste modo, os tecnopolos surgem como espaços pri- vilegiados na estratégia de aplicação de políticas industriais temáticas, participando da recomposição ou da renovação do sistema produtivo. Isto não representa uma mudança do regime de acumulação, mas sim um fracionamento que se opera dentro do sistema produtivo. Cada região, cada cidade torna-se uma área industrial específica porque se define por seu papel na divisão espacial do trabalho. Podemos observar a formação de tecnopolos nas áreas industriais tradicionais, que buscam modernizar e atrair novas atividades no seu tecido industrial local “obsoleto”, principalmente nos espaços metropolitanos, que oferecem economias de aglomeração com forte concentração nos seto- res de técnica elevada e transição possível entre antigas e novas tecnologias, como é o caso Los Angeles. Mas o grande destaque deve ser dado aos novos espaços industriais, cria- dos por empresas existentes ou por empresas novas, onde as regiões escolhidas são quase sempre sem tradição industrial e por isso mais adequadas às condições e à organização atual da produção (força de trabalho, universidades e institutos de pesquisa, atrativo da paisagem, infraestrutura de transportes, serviços). A eles estão associados espaços da terceira revolu- ção industrial como a Califórnia, Arizona e o Texas (Sun Belt), nos EUA. (texto adaptadp pelo professor Fabio Tadeu Santana) Polos tecnológicos ou tecnópolis são definidos como gran- des áreas com infraestrutura necessária para unidades produti- vas que realizam atividades de baixa ou grande escala, baseadas em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Nestas áreas, são oferecidos serviços que facilitam a obtenção de recursos tecno- lógicos e humanos de alto nível, acesso a centros de investiga- ções, bibliotecas e serviços de documentação especializada e de contratação de projetos tecnológicos. As tecnópolis combinam, em uma área pré-estabelecida, os seguintes grupos de elemen- tos: organizações de pesquisa e ensino; empresas avançadas tecnologicamente e inovativas, a maioria pequenas e médias; organizações e agências, públicas e privadas, com missão de garantir e fomentar o estabelecimento de acordos colaborativos Geografia 1

Upload: alexandre-guarani-kaiowa-asada

Post on 02-Nov-2014

482 views

Category:

Documents


15 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila qi

3ª Série EM –Vestibular – Volume 1 | 139

Módulo 1

1.1 O Espaço IndustrialDefinindo Indústria

A atividade industrial corresponde a todo o processo de transformação da matéria-prima mediante a utilização de máquinas e do uso de força de trabalho no interior do espaço fabril. O resultado da matéria-prima transformada é destinado ao mercado.

Fatores Locacionais A instalação de indústrias em determinada localidade depende de uma série de fatores que são decisivos na escolha. Tratam-se dos chamados fatores locacionais. Dentre os diversos fatores locacionais destacam-se a proximidade e/ou existência de:

a) Matéria-prima;

b) Mão de obra;

c) Mercado Consumidor;

d) Rede de Transportes;

e) Rede de Comunicação;

f) Energia;

Novos Fatores Locacionaisa) Incentivos e/ou Isenções Fiscais;

b) Universidades e Centros de Pesquisa;

c) MãodeobraQualificada;

d) Infraestrutura Informacional;

e) Doações de Terrenos;

f) Financiamentos da Planta Industrial;

g) Facilidade na remessa dos lucros.

Para algumas indústrias há determinados fatores que são maisdecisivosparaadefiniçãodalocalizaçãooquepodenãoser para outras. Isso, portanto, dependerá do tipo de indústria.

Novos Espaços Industriais - Tecnopolos(Adaptadode:BENKO,G.NovosEspaçosIndustriaiseTecnopolos:algumasReflexões.

IN: Economia espaço e globalização na aurora do século XXI. São Paulo: HUCITEC, 1999)

A nomenclatura tecnopolo começou a aparecer na litera-turamundialnofinaldosanos1970,referindo-seàdiscussãosobreodesenvolvimentopolarizadoocorridonosanos1950e1960,comaformaçãodepolosdecrescimentoepolosdedesenvolvimento. Depois deste período de forte crescimento, o contexto econômico mudou. O desenvolvimento polarizado caiu em desuso e o desenvolvimento local o substitui, conde-nando o desenvolvimento estimulado por poderosas firmasmotrizes substituídas, agora pela força de pequenas empresas.

O remédio mudou de nome, ouve-se em todos os lábios otermotecnopolos,masnarealidadeesteseintegranadefi-nição já antiga de polo de desenvolvimento - um aglomerado de empresas inovadoras, dinâmicas, motrizes com efeitos econômicos positivos sobre toda a economia regional. Mais comum, entretanto, é a associação dos tecnopolos com a ideia de centros de atividades industriais de alta tecnologia.

A partir de estratégias de desenvolvimento econômico, algumas regiões ou cidades utilizam-se da valorização de seu potencial universitário e de pesquisa para estimular um novo surto de industrialização a partir de empresas de alta tecno-logia, criadas no local ou para lá atraídas.

Para Pierre Laffitte, a “reunião, num mesmo lugar, de atividades de alta tecnologia, centros de pesquisa, empresas e universidades, assim como de organismo financeiros quefacilitem os contatos pessoais entre esses meios, produz efeito de sinergia, do qual podem surgir ideias novas, inovações téc-nicas, suscitando, portanto criações de empresas”. Deste modo, os tecnopolos surgem como espaços pri-vilegiados na estratégia de aplicação de políticas industriais temáticas, participando da recomposição ou da renovação do sistema produtivo. Isto não representa uma mudança do regime de acumulação, mas sim um fracionamento que se opera dentro do sistema produtivo. Cada região, cada cidade torna-seumaáreaindustrialespecíficaporquesedefineporseu papel na divisão espacial do trabalho.

Podemos observar a formação de tecnopolos nas áreas industriais tradicionais, que buscam modernizar e atrair novas atividades no seu tecido industrial local “obsoleto”,principalmente nos espaços metropolitanos, que oferecem economias de aglomeração com forte concentração nos seto-res de técnica elevada e transição possível entre antigas e novas tecnologias, como é o caso Los Angeles. Mas o grande destaque deve ser dado aos novos espaços industriais, cria-dos por empresas existentes ou por empresas novas, onde as regiões escolhidas são quase sempre sem tradição industrial eporissomaisadequadasàscondiçõeseàorganizaçãoatualda produção (força de trabalho, universidades e institutos de pesquisa, atrativo da paisagem, infraestrutura de transportes, serviços). A eles estão associados espaços da terceira revolu-ção industrial como a Califórnia, Arizona e o Texas (Sun Belt), nos EUA.

(texto adaptadp pelo professor Fabio Tadeu Santana)

Polostecnológicosoutecnópolissãodefinidoscomogran-des áreas com infraestrutura necessária para unidades produti-vas que realizam atividades de baixa ou grande escala, baseadas em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Nestas áreas, são oferecidos serviços que facilitam a obtenção de recursos tecno-lógicos e humanos de alto nível, acesso a centros de investiga-ções, bibliotecas e serviços de documentação especializada e de contratação de projetos tecnológicos. As tecnópolis combinam, em uma área pré-estabelecida, os seguintes grupos de elemen-tos: organizações de pesquisa e ensino; empresas avançadas tecnologicamente e inovativas, a maioria pequenas e médias; organizações e agências, públicas e privadas, com missão de garantir e fomentar o estabelecimento de acordos colaborativos

Geografia 1

Page 2: Apostila qi

140 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

entre os agentes mencionados acima, de forma a maximizar criatividade e atividades inovativas, assim como elevar a com-petitividade da região.

Alguns utilizam o termo polo tecnológico como sinônimo de parques tecnológicos. Essas experiências difundiram-se mais rapidamentenosanosde1980,emtornodeumabaselocalouregional e o interesse de envolver organizações de P&D e ensino com o setor produtivo. Embora algumas diferenças marcantes possamserdestacadasnestasexperiências,osobjetivosfinaistenderamasersimilares:intensificarasperspectivasdoterritó-rio localdeabrigarfirmastecnologicamenteintensivas,oquepode provocar disparidades regionais.

Os Tipos de Indústrias Costuma-se dividir as indústrias em dois tipos. São eles:

Indústrias PesadasBens de Produção

Também chamadas de indústrias de base ou pesadas. É o caso das indústrias petroquímicas, siderúrgicas e metalúrgicas. Essas indústrias fomentam as demais atividades produtivas, abastecendo-as com matéria-prima.

Indústrias Bens de Capital

São também denominadas como indústrias de máquinas e equipamentos. Elas são assim chamadas por produzirem bens industrializados não para o consumidor direto, mas para outras atividades produtivas. Neste caso tratam-se das indústrias que produzem máquinas, equipamentos, ferramentas e materiais de transporte.

Indústrias LevesIndústrias Bens de Consumo

Conhecidas também como indústrias leves. Tratam-se das indústrias que produzem bens industrializados diretamente para o mercado consumidor. Entretanto, as indústrias de bens de consumosãoclassificadasemdoistipos,aseguirdiscriminadas:

a) Bens de Consumo Duráveis

São indústrias que produzem produtos com maior valor agregado, tais como automóveis, eletrodomésticos, eletrô-nicos e móveis.

b) Bens de Consumo Não duráveis

São indústrias que produzem produtos com menor valor agregado, utilizam muita mão de obra e matéria-prima. Podemoscitarcomoexemplosàsindústriasalimentícias,decosméticos, de produtos de higiene, têxteis e de calçados.

Exercícios de Fixação

01 Definaoconceitodeindústria.

02 Por que as indústrias de bens intermediários são importan-tes para o desenvolvimento das forças produtivas?

Questões Objetivas

03 (PUCCAMP) Na escolha de um local para a implantação das indústrias, os fatores mais importantes estão relacionados a matérias-primas, fontes de energia, mão de obra, recursos financeiroseacessoaomercadoconsumidordosbenspro-duzidos. A importância de cada fator em relação aos demais pode variar. Depende do tipo de bens a produzir, da escala de produção pretendida, do grau de desenvolvimento das técnicas utilizadas e da infraestrutura existente.

Da leitura do texto é possível concluir que

a) as indústrias leves contam com maior número de opções, quantoàescolhadolocalparasuainstalação.

b) as indústrias pesadas dispersam-se mais pelo espaço, em função dos fatores disponíveis.

c) emfunçãododestinofinaldaprodução,asindústriaslevesnecessitam de maiores espaços e investimentos.

d) como dependem de infraestrutura, as indústrias pesadas devem estar próximas a portos marítimos.

e) asindústriaslevessãomuitomaissensíveisàscondiçõesdainfraestrutura, nos setores de transportes e energia.

04 (UNIRIO) A instalação industrial em uma região depende dos fatores favoráveis, que podem ser considerados gerais ou específicos.Emrelaçãoà localizaçãopodemosdestacarosfatores a seguir, dos quais um NÃO está apresentado corre-tamente. Indique-o:

a) Mercado Consumidor - importante para as empresas que trabalhamcomprodutosfinaisdebaixocustounitárioedeconsumo.

b) Matérias-primas - é determinante para as indústrias que as utilizam em grandes quantidades, como é o caso das indús-trias de base.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 3: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 141

c) Água - algumas indústrias tendem a manter uma estreita relação com a água, como é o caso das siderúrgicas.

d) Mão de obra - fator decisivo tanto para as empresas que utilizam grande número de trabalhadores quanto para as querequeremtrabalhoaltamentequalificado.

e) Transporte - é fundamental para viabilizar a atividade pro-dutiva,sendoquenosgrandescentrosamaiorflexibilidadefaz do transporte ferroviário a melhor opção.

05 (UNIFICADO) Em virtude de sua extrema variedade, a indústria épassívelde serclassificadadeacordocommúltiploscri-térios. Dentre as alternativas abaixo, assinale a ÚNICA que expressa um conceito INCORRETO acerca de modos ou cri-tériosdeclassificaçãodaindústria.

a) Considera-se como indústria de base aquela que produz bens e matérias-primas para outras indústrias, conforme o exem-plo da siderurgia e das montadoras de veículos automotores.

b) Define-se como indústria de bens-duráveis aquela queproduz bens que não se esgotam imediatamente, como a dos eletrodomésticos.

c) Entende-se como indústria de alta-tecnologia aquela que produzbens,cujosinvestimentosempesquisacientíficacor-respondemamaisde50%doscustosfinais,aexemplodarobótica e da microeletrônica.

d) Compreende-se como indústria de bens de capital aquela que produz equipamentos para outras indústrias, como os setores de caldeiraria pesada, prensas e tornos mecânicos.

e) Designa-se indústria tradicional aquela cujo emprego de mão de obra é alto em relação ao valor da produção, sendo pouco automatizada, conforme alguns ramos dos setores ali-mentícios e têxtil.

06 (UERJ) Cortando fronteiras com capital e tecnologia, as mul-tinacionais otimizam mercados, recursos naturais e políticos em escala mundial. Uma nova forma de acumular lucros, uma nova divisão internacional do trabalho.

(KUCINSKI, Bemardo. O que são multinacionais. Brasiliense, 1985.)

A nova divisão internacional do trabalho apresentada no texto tem como causa a seguinte atuação das multinacionais:

a) aplicação de capitais em atividades agropastoris nos países periféricos.

b) implantaçãodefiliaisempaísesdemãodeobrabarata.

c) participação em mais de um ramo de atividade.

d) importação de matérias-primas do 3º mundo.

e) exploração de novas fontes de energia.

07 (UFF) Os tecnopolos representam uma das principais inovações na geografiadasfirmas industriais.Aorganizaçãoespacialprópriados tecnopolos caracteriza-se por:

a) aglutinargrandevariedadedeempresasdedicadasàprodu-ção de bens de consumo não duráveis;

b) agregar unidades de pesquisa e produção de bens e serviços dealtatecnologiaàpresençademãodeobraqualificada;

c) segmentar as grandes unidades fabris em diferentes pontos do território, para estimular a produção;

d) integrar mega-empresas de vários ramos industriais em um único território, para aumentar a concorrência no mercado de trabalho;

e) reunirfirmasdemontagemdebensindustriaisdestinadosàexportaçãocomaproteçãofiscaldoEstado.

Questões Discursivas

08 (UERJ) Após a Segunda Guerra Mundial, a reconstrução euro-peia se deu em bases bem particulares.

Para evitar que os trabalhadores fossem seduzidos pela pro-posta comunista, foram concedidos a eles vários benefícios, instaurando-seumtipode“capitalismohumano”conhecidocomo“EstadodoBem-EstarSocial”.(...)Amobilidadedocapital - principal característica da globalização atual - está desmanchando uma arquitetura que demorou décadas a ser construída (...). Milhares de empresas transnacionais chan-tageiam seus países de origem, ameaçando se mudar.

(CARVALHO,BernardodeA.“Aglobalizaçãoemxeque:incer-tezasparaoséculoXXI”.SãoPaulo:Atual,2000.)

As empresas chantageiam seus países de origem ameaçando se mudar para outros onde haja certas vantagens compara-tivas que permitam maior lucratividade.

Apresente duas dessas vantagens.

09 (UERJ) No atual estágio de desenvolvimento do capitalismo mundial, a abundância de recursos e de mão de obra não têm a mesma importância que possuíam antes da Revolução Técnico-científica.

Apresente dois fatores importantes para a definição denovos padrões de localização industrial.

Questões ENEM

10 (ENEM) No dia 28 de fevereiro de 1985, era inaugurada a Estrada de Ferro Carajás, pertencente e diretamente operada pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), na região Norte do país, ligando o interior ao principal porto da região, em SãoLuís.Porseus,aproximadamente,900quilômetrosdelinha,passam,hoje,5353vagõese100locomotivas.Disponívelem:http://www.transportes.gov.br.Acessoem:27jul.2010(adaptado).

A ferrovia em questão é de extrema importância para a logís-tica do setor primário da economia brasileira, em especial para porções dos estados do Pará e Maranhão. Um argumento que destaca a importância estratégica dessa porção do território é a

a) produção de energia para as principais áreas industriais do país.

b) produção sustentável de recursos minerais não metálicos.

c) capacidade de produção de minerais metálicos.

d) logística de importação de matérias-primas industriais.

e) produção de recursos minerais energéticos.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 4: Apostila qi

142 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

11 (SIMULADO QI) As regiões de Campinas, São Carlos, São Jose dos Campos e Santa Rita do Sapucaí tem apresentado um intenso crescimento industrial que se destaca pelo:

a) desenvolvimento da indústria de ponta, estimulado pelos tecnopolos criados a partir de uma integração entre comu-nidadecientíficaeocapitalempresarial.

b) desenvolvimento da indústria do etanol decorrente da grande produção local dos canaviais.

c) desenvolvimento de indústrias tradicionais que utilizam muita mão de obra e predominantemente associadas ao beneficiamentodematéria-primalocal.

d) grande domínio de capitais nacionais, sendo uma das poucas áreas do país onde as empresas transnacionais não atuam.

e) predomínio da indústria têxtil, responsável pela maior parte da oferta de empregos nos municípios citados.

Módulo 2

As Fases ou Etapas da Atividade Industrial

Desde o surgimento da atividade industrial, por volta de 1750,atéosdiasdehoje,aatividadeindustrialpodeserdivi-dida em três fases ou etapas. Essas etapas distinguem-se entre si em função de diversas características que as individualizam. Essasfasesreferem-seà:

a) 1ª Revolução Industrial ou Revolução Industrial Clássica ou Original;

b) 2ª Revolução Industrial e;

c) 3ª Revolução Industrial ou Revolução Técnico-CientíficaInformacional.

A Evolução Capitalista

Principais Caracterizações no Tocante a Tecnologia, Gestão do Espaço e do Trabalho

CARACTERIZAÇÃO 1ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 3ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Época e lugar Ocorridos

Inglaterra(1780/1830)Franca, Bélgica, Holanda, EUA, Alemanha,ItáliaeJapão(1870).

JapãoeEUA(1970)

Ramos de Atividade Indústria têxtilIndústrias metalúrgicas, químicas, automobilísticas e petroquímicas.

Indústria de informática, micro-eletrônica,robótica,químicafina,biotecnologia, telecomunicações, engenharia genética etc.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 5: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 143

CARACTERIZAÇÃO 1ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 3ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Inovações Tecnológicas

Máquinaàvaporetear mecânico

Motoràcombustão Microprocessador (chip)

Fontes de energia Carvão mineral Eletricidade e petróleo

Não há nova fonte de energia. Entretanto, houve o cresci-mento da energia termonu-clear e fontes alternativas.

Meios de transporteTrens e navios movidosàvapor

Automóvel e aviõesTrens de grande velocidade, super navios, supersônicos e infovias.

Características da organização do trabalho

Trabalho assalariadoTrabalho especializado com separação do trabalho manual do intelectual

Trabalhoqualificadocomfusãodo trabalho manual e intelectual

Transformações do Espaço

Deslocamento da população do campo para as cidades

Consolidação dos grandes centros industriais (econo-mias de aglomeração)

Desconcentração da ativi-dade industrial (desecono-mias de aglomeração)

Ideologia Dominante

Liberalismo econômico (atéofinalda2ªdécadado século XX).

Keynesianismo e Welfare State (apartirdadécadade1930).

Neoliberalismo (a partir dadécadade1970).

Mundo do TrabalhoPrecariedade do trabalho com ausência de direitos sócio-tra-balhistas para o operariado.

Melhoria das condições de tra-balho e conquista de diversos direitos sócio-trabalhistas.

Flexibilização das relações trabalhistas; crescimento do trabalho temporário, do desem-prego e do subemprego.

Sistema de Orga-nização Produtiva

Manchesteriano Taylorismo e Fordismo. Toyotismoousistemaflexível.

O petróleo permanece, ainda, como a principal matriz energé-tica mundial. Entretanto, por se tratar de um recurso natural não-re-novável e em função de sucessivas crises envolvendo esta commo-ditie,desencadeadasemespecialapartirdadécadade1970equeserão analisadas posteriormente, foram motivadas as pesquisas para o desenvolvimento das chamadas fontes energéticas alternativas.

As grandes concentrações fabris da 1ª Revolução Industrial estiveramassociadasàproximidadedasreservascarboníferas.A partir da 2ª Revolução Industrial diminui-se a necessidade das indústriasestarempróximasàsfontesgeradorasdeenergiaemvirtude da maior facilidade de transmissão da eletricidade e do transporte do petróleo a longas distâncias.

2.1 Os Sistemas de Organização Produtiva da 2ª Revolução Industrial

Os dois sistemas produtivos que marcaram esta fase da ati-vidade industrial foram desenvolvidos nos Estados Unidos com omesmo objetivo:melhorar a eficiência de gestão industrialbuscando o aumento da produtividade.

Taylorismo Desenvolvido pelo engenheiro F. Taylor que em 1911 publi-cou Os Princípios da Administração científica, onde propôs a implantaçãodeumsistemadeorganizaçãocientíficadotraba-lho que teve como características principais:

a) O aprofundamento da divisão do trabalho;

b) A especialização do trabalho;

c) A cronometragem do tempo do trabalho dos operários para realização das tarefas;

d) A divisão entre o trabalho manual e intelectual;

e) A rigidez do trabalho.

Fordismo Para muitos estudiosos o fordismo, introduzido em 1913, foi, na verdade, um aprimoramento do taylorismo. Deste modo, é comum referir-se a ambos como um único sistema de organi-zação produtiva: o taylorismo-fordismo.

O fordismo foi desenvolvido pelo também engenheiro H. Ford, o fundador das indústrias automobilísticas Ford. Dentre as inovações de destaque deste sistema produtivo estão:

a) A criação da linha de montagem (ou linha de produção) e;

b) A padronização da produção;

c) A produção em série e em massa de mercadorias.

Essas duas inovações do modelo fordista promoveram a intensa especialização do trabalho e, também, a intensa rigidez do trabalho e da produção. Uma das mais célebres e agudas críticas a esse sistema produtivo foi brilhantemente trabalhado nofilmeTemposModernosdeCharlieChaplin.

Cena de “Tempos Moderno”, Charles Chaplin

Fonte:HTTP://www.offoffoff.com.film/2003/images/moderntimes.jpg

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 6: Apostila qi

144 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

2.2 O Estado Keynesiano (ou Interventor) O keynesianismo (conjunto de ideias econômicas desen-volvidas por J. M. Keynes) tem como princípio fundamental a tese de que é necessária a intervenção do estado na economia através de medidas como:

a) Investimentos em infraestrutura;

b) Criação de empresas de capital estatal em setores estratégicos;

c) Estímuloàspolíticasdeplenoemprego.

2.3 O Estado de Bem-Estar Social (Welfare State)

O Estado de Bem-Estar Social foi o fundamental para a expan-são do consumo e para a formação do que hoje conhecemos como a classe média. Ele consistiu nas políticas que viabilizaram a con-quista e a ampliação de direitos sócio-trabalhistas como:

a) Redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias;

b) Salário mínimo;

c) Aposentadoria;

d) Férias remuneradas;

e) 13º salário;

f) Licença maternidade;

g) Auxílio-desemprego.

O Welfare State e a Experiência Social-democrata “A experiência mais profunda de social-democracia éaconstruídapelaSuécia,desdeadécadade1920, seguidadaNoruega e daDinamarca. A partir da décadade 1930,e, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quase todos os países da europa ocidental puseram em prá-tica ideias da social-democracia, em grau maior ou menor de intensidade-profundidade, na perspectiva de construção do estado de bem-estar social: Holanda, Bélgica, Áustria, França, Alemanha, Inglaterra, Itália Islândia e outros. Até certo ponto isso ocorreu também nos EUA, Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia e outros países”.

“Nassociais-democracias,apresençadoestadonaeco-nomia é expressiva e a carga tributária, elevada”.

“Elementos da social-democracia, em graus variáveis,também integraram as políticas governamentais de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento da América Latina (inclusive o Brasil, a partir da Era Vargas) e de outros continen-tes, atenuando acentuados desequilíbrios sociais, mas muitas vezes dentro de um contraditório viés autoritário, e sem alcan-çar os êxitos econômicos e sociais das experiências europeias”. (Brum,A.J.Odesenvolvimentoeconômicobrasileiro.Ed.Unijuí/vozes,1997.p.46-47).

É importante lembrar que a implantação do Estado Keyne-siano e de Bem-estar Social ocorre num contexto histórico no qual o capitalismo não é mais a única alternativa de organização polí-tica, econômica e social da sociedade moderna. O socialismo se apresentacomoalternativaconcretaqueseafirmaecrescenãosóna URSS e no Leste europeu no pós-guerra, mas que passa a con-quistar militantes e simpatizantes no interior dos próprios países capitalistas na Europa do Oeste e nos Estados Unidos. Ademais, não se tratou de uma benesse dos dirigentes políticos dos países capita-listas aos trabalhadores, mas de uma luta árdua da classe operária para conquistar os direitos sociais e trabalhistas destacados.

É frequente considerar o consumo em massa como outra característica do fordismo. Mas, o consumo em massa fordista apenas será viabilizado após a adoção das estratégias político-econômicas que permitiram a superação da crise de 1929.

O sistema de produção fordista mais do que um modo de organização da atividade industrial promoverá e exigirá trans-formações mais amplas que afetarão todo o conjunto da socie-dade industrial dos países que o adotam. O período de vigência delelevaráàutilizaçãodaexpressãosociedadefordista.

O fordismo deve ser encarado muito mais como um modo de vida total do que um sistema de produção em massa. Sua data inicial simbólica situa-se em 1914 quando Henry Ford estabelece seu dia de oito horas e 5 dóla-res. As inovações tecnológicas e organizacionais de Ford, entretanto, eram mera extensão de tendências bem esta-belecidas. Ainda assim ao fazer o trabalho chegar ao tra-balhadornumaposiçãofixa,eleatingedramáticosganhosde produtividade. O especial em Ford era o seu reconheci-mentodequeproduçãoemmassasignificavaconsumoemmassa, mas mais do que isso: um novo tipo de sociedade.

(Harvey, David - A Condição Pós-moderna, Ed. Loyola, São Paulo, 1993.)

Fordismo, Liberalismo Econômico e Crise de 1929 A grande crise capitalista de 1929 foi provocada pela asso-ciação entre o fordismo e o liberalismo econômico.

A base ideológica do liberalismo econômico defendia a não-intervenção do Estado na economia e, no caso, o Estado também não mediava as relações entre capital e trabalho. Neste período do capitalismo europeu e estadunidense havia uma superexploração do trabalho do operariado (baixíssimos salários, longas jornadas de trabalho diário, insalubridade nos locais de trabalho, além da inexistência de direitos sociais e tra-balhistas). Neste quadro de intensa exploração do trabalho pelo capital, a conclusão é: a classe trabalhadora não participava ati-vamente do consumo.

Enquanto isso, o ritmo da produção industrial avançava em termos de ganhos de produtividade, em especial com a adoção da linha de montagem, garantindo, por conseguinte, a produção em massa. Entretanto, o ritmo crescente da produção (oferta) não era acompanhado pelo consumo (procura ou demanda). O resultado foi uma crise, até então, sem precedentes na história do capitalismo provocada pela superprodução de mercadorias. Diversas foram as consequências da crise, com destaque para as falências de empresas (que resultaram no crack da bolsa de Nova Iorque) e do aumento do número de desemprego.

As Estratégias Adotadas para a Superação da Crise Capitalista

A superação da crise estava atrelada à necessidade dese promover o estímulo ao consumo, de modo que este acompanhasse o ritmo de expansão da produção. Duas ações foram adotadas. Elas foram inicialmente implantadas nos EstadosUnidos,nosanos1930,nogovernodoentãopresidenteF. Roosevelt e ficaram conhecidas como New Deal (NovoPacto). O New Deal consistiu num conjunto de políticas que modificaram o papel até então desempenhado pelo Estado,que passa a atuar como agente regulador da economia e das relações entre capital e trabalho. Isso ocorre com a instituição dos Estados Keynesiano e de Bem-Estar Social (Welfare State).

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 7: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 145

I. a primeira fase foi dominada pela produção têxtil, que tinha na Alemanha o seu maior centro, até meados do século XIX.

II. a segunda época corresponde à emergência do complexometalomecânico e ao surgimento de novas potências indus-triais, que dariam início aos fenômenos do Imperialismo e das Guerras Mundiais.

III. o terceiro período foi marcado pela hegemonia norte-ame-ricana, estruturada na produção de bens de consumo de massa,queatingiriaseuapogeunasdécadasde1950e60.

IV. o quarto momento foi inaugurado com a grande crise mundial de1973,evemtendocomobaseodesenvolvimentodeseto-res tecnologicamente avançados, especialmente no Japão.

Dasafirmativasaseguir,estãocorretas:

a) somente I e II. d) somente I, II e III.

b) somente I e III. e) somente II, III e IV.

c) somente II e III.

05 (UNIRIO) - Desde o seu advento até os dias de hoje, a atividade industrial passou por várias transformações e teve várias etapas ou fases. São características da Segunda Revolução Industrial a(o):

a) liderança dos Estados Unidos, o petróleo como principal fonte de energia e a indústria automobilística.

b) liderança inglesa, o predomínio da máquina a vapor e as indústrias têxteis.

c) disputa pela liderança entre Japão, Estados Unidos e Europa Ocidental, a robótica, a informática e a biotecnologia.

d) dispersão espacial da indústria e a utilização de várias fontes de energia como a nuclear, a solar e a eólica.

e) uso do carvão mineral como principal fonte de energia, o Taylorismo e o Fordismo.

06 (UFSCAR) A Terceira Revolução Industrial gerou mudanças profun-dasnaconfiguraçãoespacialdomundo,aqualogeógrafoMiltonSantosdenominoudemeiotécnico-científico-informacional.Sobre essasmudanças,sãofeitasquatroafirmações.Analise-as.

I. O avanço do sistema de comunicações e de informática per-mitiuumaorganizaçãodoespaçogeográficoatravésderedes,queampliamosfluxospossíveis,mesmosemafixaçãocon-creta das atividades produtivas em muitos pontos do espaço.

II. Apesar da ciência, da técnica e da produção estarem irre-gularmentedistribuídasnoespaçogeográfico,asinovaçõestecnológicas estão disponíveis para todos, visto que elas transitamemfluxosquecirculamportodoomundo.

III. Embora a ampliação das relações internacionais, entre países da economia capitalista, tenha se iniciado há alguns séculos, essas mudanças alteraram o ritmo das interações espaciais, aumentando as trocas de mercadorias e a difusão de hábitos de consumo.

IV. A organização do espaço, através de redes, permitiu uma distribuição multiterritorial das atividades produtivas, gerando maior equilíbrio entre nações ricas e pobres, na divisão internacional do trabalho.

Estãocorretasasafirmações:

Exercícios de Fixação

01 Na passagem do século XIX para o séc. XX, o processo pro-dutivo industrial transformou-se, caracterizando a fase for-dista,muitobemretratadonofilmeTemposModernos,deCharles Chaplin, que estreou em 1936.

Segundo o autor: “amáquinaqueproduzemgrandeescalatem provocado a escassez. Mais do que máquinas precisa-mos de humanidade, mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura”.

Apresente duas transformações propostas pelo modelo for-dista na sua implementação no setor industrial.

02 A produção crescente de lixo é marca das sociedades moder-nas. Apesar de suas diferenças quantitativas e qualitativas, que demarcam padrões sociais de consumo, o lixo é um elemento de entendimento do modelo cultural dominante.

Explique a relação entre a expansão do sistema fordista de produção e o desenvolvimento da sociedade de consumo.

Questões Objetivas

03 (IBMECRJ) “A expressãoRevolução Industrial tem sido utilizadapara designar um conjunto de transformações econômicas, sociais e tecnológicas que teve início na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII. Em pouco tempo, essas mudanças afe-tariam outros países da Europa e outros continentes, alterando definitivamenteasrelaçõesentreassociedadeshumanas.”

FIGUEIRA,D.G.“História”.SãoPaulo:Ática,2005.p.193.

Sobreessetemasãofeitasasseguintesafirmativas:

I. A produção de tecidos foi um dos primeiros setores a desen-volver o processo industrializador.

II. Ao aumentar a produtividade de cada trabalhador, aumen-tou a oferta de mercadoria e, por consequência, possibilitou uma redução nos preços dos produtos.

III. OsucessodaRevolução Industrial foi tãosignificativoqueoriginouumapoioàutilizaçãodemáquinas,processoqueficouconhecidocomoludismo.

Assinale:

a) SeapenasaafirmativaIforcorreta.

b) SeapenasaafirmativaIIforcorreta.

c) SeapenasaafirmativaIIIforcorreta.

d) SeasafirmativasIeIIforemcorretas.

e) SeasafirmativasIIeIIIforemcorretas.

04 (CESGRANRIO)AevoluçãodaGeografiadaindústria,desdeaintro-dução das primeiras máquinas, no século XVIII, pode ser divi-dida em quatro fases, tendo como base os tipos de bens e pro-dutosdemaiorrentabilidade.Aesserespeito,afirma-seque:

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 8: Apostila qi

146 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

a) I, II, III e IV. d) I e III, apenas.

b) I, II e III, apenas. e) II e IV, apenas.

c) II, III e IV, apenas.

07 (UERJ) A Revolução Industrial iniciada no século XVIII na Europa, que resultou na reformulação do mapa econômico desse continente, e o atual processo de desenvolvimento industrial,exemplificadonos textos, têmmecanismosdis-tintos de localização das atividades industriais.

A Intel, líder mundial de inovações em silício, desenvolve tecnologias, produtos e iniciativas para melhorar continua-damente a forma como as pessoas trabalham e vivem.

(www.intel.com)

A Intel investirá mais de US$ 1 bilhão de dólares na Índia ao longo de cinco anos (...). A Intel está conversando com o governo indiano sobre a instalação de unidades de produ-ção no país (...).

(AdaptadodeValorEconômico.06/12/2005)

Em cada uma dessas fases, as fábricas com novas tecnologias foram atraídas, respectivamente, pela presença de:

a) rede de transporte – governo democrático

b) incentivofiscal–abundantematéria-prima

c) mercadoconsumidor–legislaçãoambientalflexível

d) fontedeenergia–mãodeobracomqualificação

08 (UERJ)

Equipamentos dos domicílios em porcentagem na França

AdaptadodeADOUMIÉ,Vincentetal.Histoiregéographie,3éme.Paris:HachetteÉducation,2006.

Ográficoapontaimportantesmudançasnopadrãodeconsumodepaísesdesenvolvidos,entreasdécadasde1950e1990.

O modelo produtivo e a correspondente explicação para tais mudanças estão apontadas em:

a) consumismo – aumento do volume de crédito para a população.

b) sistêmico-flexível–adoçãodolivre-cambismocomopolíticaalfandegária.

c) fordismo – transferência aos trabalhadores de ganhos de produtividade.

d) neofordismo – redução do preço dos produtos por subsídios governamentais.

Questões Discursivas

09 (FUVEST) As novas formas de organização da produção industrial foram chamadas por alguns autores de pós-fordismo, para dife-renciá-las da produção fordista.

a) Apresente dois aspectos do processo industrial fordista e dois do pós-fordista.

b) Caracterize o espaço industrial no fordismo e no pós-fordismo.

10 (PUCRIO)Odesenhorepresentaaimagemdoglobo“encolhendo”:

Analise duas consequências, para a organização do espaço mundial, das inovações tecnológicas surgidas com a 3ª Revolução Industrial.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 9: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 147

13 (ENEM) “...Umoperáriodesenrolaoarame,ooutrooendi-reita,umterceirocorta,umquartooafianaspontasparaacolocaçãodacabeçadoalfinete;parafazeracabeçadoalfineterequerem-se3ou4operaçõesdiferentes;...”

SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre a sua Natu-reza e suas Causas. Vol. I. São Paulo: Nova Cultural, 1985.

JornaldoBrasil,19defevereirode1997.

A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes afirmações:

I. Ambos retratama intensadivisãodo trabalho,àqual sãosubmetidos os operários.

II. Otextorefere-seàproduçãoinformatizadaeoquadrinho,àprodução artesanal.

III. Ambos contêm a ideia de que o produto da atividade indus-trial não depende do conhecimento de todo o processo por parte do operário.

Dentreessasafirmações,apenas

a) I está correta. d) I e II estão corretas.

b) II está correta. e) I e III estão corretas.

c) III está correta.

Módulo 3

A Sociedade de Consumo Fordista e a “Era de

Ouro” do Capitalismo O período que compreendeu o pós-2ª Guerra Mundial até meadosdosanos1960foimarcadopelaconsolidaçãodassocie-dades de consumo nos Estados Unidos, nos países da Europa Ocidental e posteriormente no Japão em função da associação entre a expansão da produção industrial e do padrão de con-sumodapopulação.Estaépoca,denominadacomoa“EradeOuro” do capitalismo, foi marcada pelas elevadas taxas de cres-cimento econômico nos países capitalistas e pela expansão de investimentos produtivos dos países centrais para os periféricos.

A Era de Ouro “Hojeéevidentequeaeradeouropertenceuessencial-mente aos países capitalistas desenvolvidos, que, por todas essas décadas, representaram cerca de três quartos da produ-çãodomundo,emaisde80%desuasexportaçõesmanufatu-

11 (UFG) Observe a imagem e o texto a seguir.

CenadofilmeTemposModernos

“Tempos modernos,filmede1936,cujatemáticaultrapassa a tragédia da existência individual e coloca emcenaoconflitoentreohomemeotaylorismo.”

BODY-GENDROT, Sophie. Uma vida privada francesa segundo o modelo americano. In: DUBY, Georges; ARIÈS, Philippe. História da vida privada. V.3, p. 535. [Adaptado].

Considerando a imagem e o fragmento,

a) indique duas características do taylorismo;

b) expliqueonovotipodeconflitosugeridonotexto.

Questões ENEM

12 (ENEM) A Revolução Industrial ocorrida no final do séculoXVIII transformou as relações do homem com o trabalho. As máquinas mudaram as formas de trabalhar, e as fábricas concentraram-seemregiõespróximasàsmatérias-primasegrandes portos, originando vastas concentrações humanas. Muitos dos operários vinham da área rural e cumpriam jor-nadas de trabalho de 12 a 14 horas, na maioria das vezes em condições adversas. A legislação trabalhista surgiu muito lentamente ao longo do século XIX e a diminuição da jor-nada de trabalho para oito horas diárias concretizou-se no início do século XX.

Pode-se afirmar que as conquistas no início deste século,decorrentes da legislação trabalhista, estão relacionadas com

a) a expansão do capitalismo e a consolidação dos regimes monárquicos constitucionais.

b) aexpressivadiminuiçãodaofertademãodeobra,devidoàdemanda por trabalhadores especializados.

c) a capacidade de mobilização dos trabalhadores em defesa dos seus interesses.

d) o crescimento do Estado ao mesmo tempo que diminuía a representação operária.

e) a vitória dos partidos comunistas nas eleições das principais capitais europeias.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 10: Apostila qi

148 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

radas. Outra razão pela qual essa característica da era só len-tamentefoireconhecidaéquenadécadade1950osurtoeco-nômico pareceu quase mundial e independente dos regimes econômicos (...)”.

“Apesardisso,aeradeourofoiumfenômenomundial,emboraariquezajamaischegasseàvistadamaioriadapopu-lação do mundo”.

(HOBSBAWM, E. Era dos extremos: o breve século XX, 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. P. 255)

Sociedade salarial: aquela em que a maioria dos sujei-tos sociais recebe renda, estatuto, reconhecimento, e proteção social por meio do trabalho ⇒ salário ⇒ tra-balho assalariado.

Sua culminância anos 70: sociedade salarial propria-mente promove novo tipo de segurança relacionada ao traba-lhoenãosomenteàpropriedade⇒ inovação extraordinária: metamorfosedasproteções -aofinaldoprocessodeassa-lariamento foi possível garantir remunerações confortáveis, prestigio e poder; trabalho fonte de segurança.

(Castels, Robert - As metamorfoses da questão social: uma crô-nica do trabalho Ed. Vozes Rio de Janeiro – Petrópolis (1998))

Principais Regiões Industriais do Mundo

A expansão dos investimentos do centro para a periferia capitalista enquadra-se no contexto da internacionalização do capitalatravésdainstalaçãodefiliaisdeempresastransnacio-nais em alguns países periféricos como o Brasil, o México, a Argentina e a Coreia do Sul.

3.1 Os Modelos de Substituição de Importações e as Plataformas de Exportações

Dois modelos econômicos distintos foram adotados pelos países periféricos no contexto da industrialização tardia desses: o de substituição de importações e o de plataformas de expor-tações. O primeiro ocorreu com mais ênfase em alguns países latino-americanos (Brasil, México e a Argentina, por exemplo), enquanto o segundo foi adotado por países do sudeste asiático, os chamados Tigres Asiáticos (Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong).

No modelo substitutivo de importações a prioridade passa a ser o mercado interno. Já nas plataformas de exportações a prioridadeéaproduçãodebensindustrializadosvisandoàcon-quista do mercado externo.

3.2 A Nova DIT Com a internacionalização do capital produtivo dos países centrais para os periféricos ocorre a mudança da tradicional Divisão Internacional do Trabalho (DIT).

Na figura abaixo a letra A representa os países centrais (oudesenvolvidos) e a letra B o novo papel que passa a ser desempe-nhadopelospaísesperiféricosindustrializados(“semiperiféricos”ou“economiasemergentes”).Afunçãotradicionaldemerosexporta-doresdeprodutosprimáriosémodificada.Nota-se,contudo,queadependênciaeconômicadospaíses“semiperiféricos”seamplia.

(SENE,E.&MOREIRA,J.C.“OEspaçoGeográfico:Geogra-fiaGeraledoBrasil”.SãoPaulo:Ed.Scipione,1998.P.42).

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 11: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 149

c) A não-adoção do welfare state no Japão e nos Tigres Asiáti-cos no imediato pós-2ª guerra mundial. Isso, dentre outros fatores, permitiu uma maior competitividade a esses países, em especial ao Japão, em função dos baixos custos de pro-dução tendo em vista a existência de uma mão de obra abundante e superexplorada.

d) A adoção de novas tecnologias da 3ª Revolução Industrial no processo produtivo, com destaque para robotização e infor-matização. A introdução dessas tecnologias na produção promove o aumento crescente dos índices de desemprego (que passa a ser estrutural). A tendência seria de cresci-mento dos gastos públicos na área social e a necessidade do aumentodacargatributáriaparaatenderàspolíticassociaisdevido ao crescimento do número de desempregados. Essa opção gerou reações contrárias, em especial do empresa-riado, e ao questionamento do Estado de Bem-Estar Social. Nesse contexto é que se difunde a ideologia neoliberal.

e) O desenvolvimento de um novo sistema de organização produtiva: o Toyotismo. Sistemamais ágil e eficiente queatende as necessidades das empresas na atualidade, ele-vando a competitividade e as margens de lucro.

3.3 A Crise do Modelo Fordista Após a reconstrução da Europa com o Plano Marshal e do JapãocomoPlanoMacArthur,nofinaldadécadade1960,osistema fordismo começou a demonstrar sinais de sérios pro-blemas. Com a recuperação das economias dos países centrais, esses países deixaram de ser consumir mercadorias da indústria estadunidense e passaram a constituir mercados concorrentes na busca por novas fronteiras e mercados.

Diversos fatores conjugados contribuem para a crise do modelo de desenvolvimento fordista baseado na produção e no consumo em massa. Dentre esses se destacam:

a) Questionamento por setores da sociedade civil dos impactos ambientais planetários (desmatamentos, aumento do aque-cimento global, chuva ácida etc.) provocados pelo modelo fordista. Nesse contexto crescem as ONG’S que atuam em defesa da causa ecológica.

b) Crise energética (crises do petróleo) proporcionada pelas sucessivas elevações do preço internacional do petróleo na décadade1970promovidapelaOPEP.

Taxa de Desemprego na Europa - 2010

Participação do Estado na Economia em 1990

País

Participação do Estado na Economia

em Relação ao PIB (%)

Carga Tributária no Total em Relação ao

PIB (%)

BRASIL 30 23

EUA 37 32

ALEMANHA 50 38

SUÉCIA 70 51

FONTE: BRUM,A.J.Odesenvolvimentoeconômicobrasileiro.Ed.UNIJUÍ/VOZES,1997.P.47.

Carga Tributária

Fontes: OCDE e IBPT

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 12: Apostila qi

150 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

3.4 O Toyotismo Tambémdenominadosistemadeorganizaçãoflexíveloupós-fordistafoidesenvolvidonaempresaautomobilísticajaponesaToyotaaprimorandoecorrigindo“pontosfalhos”dotaylorismo-fordismo.Consistenoprocessodereestruturaçãodaproduçãoindustrial mediante a incorporação de novos conceitos gerenciais e administrativos.

Dentre as principais características deste modelo destacam-se:

a) Asubstituiçãodotrabalhadorespecialistapelopolivalente(flexível);

b) Produção baseada no sistema just in time(produçãoadequadaàdemanda);c) Operação com estoques reduzidos;

d) Introdução do controle de qualidade;

e) Terceirização de atividades secundárias.

Transição do Fordismo para o Pós-Fordismo

FORDISMO PRODUÇÃO FLEXÍVEL

• Linha de montagem • Automação e Informatização

• Produção em massa • Produção de pequenos lotes

• Padronização das mercadorias • Variedades de um mesmo produto

• Controledequalidadeaofinaldaprodução–CQF • Controle de qualidade durante a produção – CQT

• Grandes estoques – Just in case • Pequenos estoques – Just in time• Realização de uma única tarefa pelo trabalhador • Realização de múltiplas tarefas pelo trabalhador

• Dispensa maior treinamento da mão de obra • Treinamento permanenteAdaptado de Harvey, D (1993)

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 13: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 151

O CHOQUE DO NOVO

(Materiais, processos e ferramentas: tudo mudou na fabricação do automóvel)

ANTES DEPOIS

• os materiais mais usados eram aço, borracha e madeira.

• emtodaadécadade80 foram lançadosnoBrasiloitomodelos.

• 100%dassoldaseramfeitasmanualmente.

• as montadoras brasileiras recebiam das matrizes máqui-nas com dez anos de uso.

• os carros têm materiais recicláveis como alumínio e plástico.

• só na primeira metade dos anos 90 foram lançados dozemodelos.

• 99%dassoldassãofeitasporrobôs.

• as montadoras têm máquinas como no máximo um ano de uso na Europa e Estados Unidos.

Fonte:“Ochoquedonovo”,revistaVeja,10dejaneirode2001.

3.5 O Estado Neoliberal A ideologia neoliberal teve como países precursores os Estados Unidos e a Inglaterra (nos governos de Ronald Reagan e Margareth Thatcher, respectivamente). Consiste na defesa e na retomada de alguns dos pressupostos do liberalismo eco-nômicoclássico,adequados,obviamente,àconjunturaeconô-mica contemporânea, através da difusão da ideia de que os marcos regulatórios da economia devem ser prerrogativas do mercado. Portanto, o neoliberalismo representa um conjunto de ideias que convergem para a necessidade da menor partici-pação e intervenção do estado na economia (Estado Mínimo), permitindomaioreseficiência,produtividadeecompetitividadeempresarial, o que, teoricamente, traria maiores benefícios para o conjunto da sociedade em termos de qualidade e preços baixosdosprodutosdevidoàconcorrênciaentreasempresas.Mas, a realidade mostra que a concorrência é comprometida em termos práticos em função do controle do mercado por gran-des conglomerados empresariais que resultam de fusões entre empresas que atuam no mesmo ramo de atividade ou não.

3.6 As Modalidades de Concentração Empresarial

• MONOPÓLIO: É o domínio do mercado de um determi-nado produto ou serviço por uma única empresa ou pelo Estado.

• OLIGOPÓLIO: É o domínio do mercado por um pequeno grupo de empresas.

• TRUSTE: É o processo de fusão entre empresas com a finalidadedeeliminaraconcorrência.Comisso,impõe-se preço e aumenta-se a lucratividade mediante o con-trole do mercado. Os trustes tendem a controlar toda a etapa do processo produtivo, desde a extração da matéria--prima até a comercialização do produto acabado.

• CARTEL: É o acordo entre empresas do mesmo ramo para eliminar a concorrência e evitar a queda dos preços no mercado. Nesses acordos podem ser estabelecidos preços, divisão do mercado e cotas de produção.

• HOLDING: É quando dentro do agrupamento de empre-sas, uma delas controla as outras, suas subsidiárias, atra-vés do controle acionário.

(SANDRONI, P. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Best Seller, 1999 Adaptado).

Fusão de Empresas no Brasil

Deste modo, o neoliberalismo está atrelado ao:

• Desmonte ou Enfraquecimento dos Estados Keynesiano e de Bem-Estar Social.

Portanto, a ideologia neoliberal tem como características a ela associadas:

1. Mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;

2. Pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;

3. Política de privatização de empresas estatais;

4. Livre circulação de capitais internacionais;

5. Abertura da economia para a entrada das transnacionais;

6. Adoção de medidas contra o protecionismo econômico;

7, Desburocratizaçãodoestado:leiseregraseconômicasmaissimplificadasparafacilitarofuncionamentodasatividadeseconômicas;

8. Diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente;

9. Posição contrária aos impostos e tributos excessivos;

10. A base da economia deve ser formada por empresasprivadas;

11. Defesa dos princípios econômicos do capitalismo.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 14: Apostila qi

152 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

Exercícios de Fixação

01 MERCADO DE REMÉDIOS É DOMINADO POR OLIGOPÓLIO

Mesmo com todos os tipos de arranjos criativos – associa-ções, consórcios, farmácias populares, compras governa-mentais – o mercado de medicamentos no país ainda é dominado por oligopólio, segundo o Ministério da Saúde. O governo acha que a estrutura do setor não mudou nos últi-mos anos – grandes laboratórios com uma fatia imensa de mercado – fazendo com que os remédios com preços mais competitivos sejam aqueles que não são protegidos pela Lei de Patentes.

(OGlobo,08/05/2005)

a) DefinaoconceitodeOligopólio.

b) Apresente dois efeitos nocivos provocados pelos Oligopólios.

02 Leia o texto com atenção. “Em1989,nobojodoreaganismoedotatcherismomáxi-

mas expressões do neoliberalismo em ação, reuniram-se em Washington, convocados pelo Institute for International Eco-nomics, entidade de caráter privado, diversos economistas latino-americanos de perfil liberal, funcionários do FundoMonetário Internacional (FMI), Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do governo norte-americano. O tema do encontro Latin Americ Adjust-ment: Howe Much has Happened?, visava a avaliar as refor-mas econômicas em curso no âmbito da América Latina.”

Fonte: Negrão, JJ (1998) Para conhecer o Neoliberalismo, pág. 41-43, Publisher Brasil.

Otextoacimafazreferênciaao“ConsensodeWashington”,em síntese, esse receituário faz parte do conjunto de refor-mas neoliberais. Sendo assim, apresente (4) quatro caracte-rísticas do modelo neoliberal.

Questões Objetivas

03 (ESPM) Observe o texto:

Cada ponto do espaço torna-se então importante, efetiva-mente ou potencialmente. Como a produção se mundializa, aspossibilidadesdecadalugarseafirmamesediferenciamem nível mundial. Dada a crescente internacionalização do capital(...)observar-se-áumatendênciaàfixaçãomundial– e não mais nacional.

(MiltonSantos,Metamorfosedoespaçohabitado,1997)

Relacionandoaideiadeespaçogeográficocomanoçãodeglobalização,podemosafirmarque:

a) A globalização traz uma ideia de fechamento do mundo e o espaçogeográficoperdesuaimportâncianestenovocenário.

b) O capitalismo global impôs uma forte rigidez do processo produtivo, desestimulando a migração das transnacionais, daí a reorientação do uso do espaço.

c) Averticalidadedoespaçogeográficopermitiuumagloba-lização mais solidária e uma melhor distribuição da renda mundial,comoseverificanesteiníciodeséculo.

d) Afluidezemobilidadedastransnacionaispermitiuadescen-tralizaçãodoprocessoprodutivoeaconsequentereconfigu-ração do espaço mundial.

e) Asdiferenciaçõesgeográficasperderamimportânciadevidoà diminuição da escolha a distância para a instalação deuma empresa.

04 (UFF) O sucesso das indústrias de alta tecnologia reside na integração de diferenciados fatores que variam segundo as regiões geográficas. Todavia, omododedesenvolvimentodessas indústrias repousa sobre determinadas condições qualitativas indispensáveis, tais como:

a) existênciadeumadensa redede transportesdestinadosàexportação de bens, descentralização das atividades comer-ciais e elevados investimentos em indústrias de base local;

b) criação de infraestruturas viárias, redução de impostos e presença indispensável de indústrias químicas como suporte de suas atividades produtivas;

c) inovação técnico-científica permanente, capital humanoagregado e integração com uma rede urbana dotada de equi-pamentos e serviços de energia, informação e comunicação;

d) expansão permanente da rede de comunicação, criação de territórios independentes da legislação nacional e isenção de taxas de exportação para outras regiões e países;

e) flexibilizaçãodas leis trabalhistas, proximidadede amplosmercados de consumo e, sobretudo, presença de jazidas energéticas.

05 (FGV) “(...)Aideiasubjacenteaestesistemaéqueaspartesutilizadas numa linha de montagem deverão ser fornecidas imediatamente à medida que são utilizadas, exatamentecomo ocorre com as mercadorias expostas nas prateleiras dos supermercados, que são repostas quase simultanea-mente ao ato de compra.”

(MitsuhiroKagami,“RevistadeAdministraçãodeEmpresas”.Washington,set./out.,1993.)

Integrantes da organização do espaço industrial, os proces-sos de produção relacionam-se a sistemas como o enunciado acima. Este é o

a) keynesianismo, desenvolvido nos países emergentes.

b) fordismo, característica atual dos países do Primeiro Mundo.

c) taylorismo, vigente nos países do Terceiro Mundo.

d) “just-in-time”,implantadonospaísesdoPrimeiroMundo.

e) welfare state, predominante nos países do Terceiro Mundo.

06 (UFF) No mundo contemporâneo, marcado pela globaliza-ção,aexpressão“FábricaGlobal”buscasintetizarosnovosprocessos de ordenamento do território fabril, cuja caracte-rística principal é:

a) a concentração da produção de bens em grandes unidades fabris para administrar melhor as relações de trabalho e integrar todas as tarefas técnico-produtivas;

b) a segmentação do processo produtivo de bens em diferentes lugares, tendo como suporte de realização as redes técnicas deinformação,financiamentoecomercialização;

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 15: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 153

c) a centralização do processo produtivo em um único ponto do território, para evitar a divisão técnica do trabalho e impedir o desperdício de energia;

d) a integração estratégica de vários ramos e setores em uma única região, com o objetivo de monopolizar os mercados mundiais de consumo;

e) a produção especializada de bens e serviços em megaem-presas, com o objetivo de fortalecer o domínio do mercado interno e a competitividade em seus países de origem.

07 (UERJ)

Participação no mercado mundial das cinco maiores empresas por respectivo setor de atuação

AdaptadodeOGlobo,16/02/2007

Uma forte tendência do atual momento do capitalismo, observávelapartirdográfico,éexpressapela:

a) formação de oligopólios globais

b) internacionalização das indústrias de base

c) concentração das empresas de alta tecnologia

d) fragmentação da produção em escala planetária

08 (UERJ) BRASÍLIA - O Conselho Administrativo de Defesa Eco-nômica (CADE) do Ministério da Justiça condenou, ontem, as empresas Roche, Basf e Aventis. Segundo o Cade, essas empresas teriam restringido a oferta e elevado os preços no Brasil das vitaminas A, B2, B5, C e E, na segunda metade dosanos90.Elas tambémteriamimpedidoaentradadevitaminas chinesas, a preços mais baratos, no Brasil. As empresas já haviam sido condenadas por práticas seme-lhantes na Europa e EUA.

Juliano Basile Adaptado de Valor Econômico,12/04/2007

DesdeofinaldoséculoXIX,tornou-seumaspectomarcantedo modo de produção capitalista a formação de grandes empresas capazes de controlar a maior parte ou mesmo todo o mercado de um ou mais produtos.

A notícia acima expressa a seguinte prática presente nessa realidadecentenária,associadaàseguintecaracterísticadoatual momento econômico:

a) holding – fusão de companhias do mesmo setor.

b) cartel – controle do mercado em escala planetária.

c) oligopólio – padronização mundial das leis de concorrência.

d) dumping – protecionismo para produtos de países emergentes.

Questões ENEM

09 (ENEM)

A situação abordada na tira torna explícita a contradição entre a

a) relações pessoais e o avanço tecnológico.

b) inteligência empresarial e a ignorância dos cidadãos.

c) inclusão digital e a modernização das empresas.

d) economia neoliberal e a reduzida atuação do Estado.

e) revolução informática e a exclusão digital.

10 (SIMULADO MODELO QI)

Fusão entre JBS-Friboi e Bertin preocupa produtores O anúncio da fusão entre JBS-Friboi e Bertin, dois gigantes

do setor de carnes do Brasil, trouxe preocupação a produto-resepequenosfrigoríficos.Aconcentraçãodosetorévistacom apreensão no segmento.

Os produtores pedem que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) analise os efeitos sobre o mercado interno de carne bovina porque o gigante do setor exercerá um poder sobre o mercado consumidor conhecido como:

Essas empresas são conhecidas como:

a) Holding; d) cartel.;

b) monopólio; d) oligopólio.

c) dumpimg;

Questões Discursivas

11 (UFRRJ) Em uma entrevista ao caderno do Terceiro Mundo, edição especial nº 200, Adolfo Sanchez Vasquez, professorda Universidade Autônoma do México, faz referência a duas formas de política econômica adotadas pelo Estado capita-lista moderno. Segundo ele, o neoliberalismo considera que o Estado deve ser mínimo e o mercado máximo. No entanto, para desempenhar uma adequada função social, a cultura, a arte, o meio ambiente e o bem-estar social não podem estar sujeitosàsleisdemercadoeexigemaaçãodoEstado.

CADERNODOTERCEIROMUNDO.N.200,Janeiro,2003.

a) Quais são as duas formas de política econômica a que o entrevistado faz referência?

b) Dê as características dessas políticas, considerando os ele-mentos contidos no texto.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 16: Apostila qi

154 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

Módulo 4

O Espaço Industrial Brasileiro4.1 A Formação Geoeconômica

do Espaço Brasileiro DemeadosdoséculoXVIatéoiníciodadécadade1930,a economia brasileira esteve organizada com base no modelo primário-exportador, com destaque para a agroexportação. Desde o período colonial até as primeiras décadas da República foi essa a principal marca da economia nacional.

Dentre os principais produtos que compunham a pauta exportadora do Brasil destacaram-se:

a) cana-de-açúcar;

b) algodão;

c) ouro;

d) borracha;

e) café.

A organização do território nacional esteve, nesse longo período histórico, estruturada com base no que se convencio-nou chamar Arquipélago Econômico Regional. Neste período, as regiões brasileiras constituíam verdadeiras “ilhas econômi-cas”, pois se caracterizavam por:

12 (UERJ) No atual estágio de desenvolvimento do capitalismo mundial, a abundância de recursos e de mão de obra não têm a mesma importância que possuíam antes da Revolução Técnico-científica.

Apresente dois fatores importantes para a definição denovos padrões de localização industrial.

13 (UFV) Embora o neoliberalismo tenha surgido como doutrina econômicasistematizadanofinaldadécadade1930,foiapartirdadécadade80doséculoXXqueeleganhouexpres-são como política de governo.

a) Que países se destacaram na implementação desta política nadécadade80doséculoXX?

b) Destaque três características desta doutrina.

14 (UFSCAR) Após a Segunda Guerra, principalmente a partir dos anosde1980,cresceuofluxodecapitaisespeculativosnomundo, inaugurandooqueéconhecidocomo“globaliza-çãofinanceira”.

a) Qualarelaçãoentreoaumentodosfluxosdecapitalespe-culativo no mundo e o avanço dos setores de informática e telecomunicações?

b) Qual a política usualmente adotada pelos países emergentes para atrair capitais especulativos e quais os principais efeitos negativos desta política?

a) Pouquíssima ou nenhuma relação comercial entre as regiões brasileiras;

b) Ínfimaintegraçãonacional.

Essas características são explicadas pelo fato da economia nacional ter sido organizada quase que exclusivamente voltada para atender a demandas externas, ou seja, o mercado interno não era a prioridade do arranjo econômico nacional.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 17: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 155

Os fatores acima destacados constituíram as chamadas eco-nomias de escala ou de aglomeração, ou seja, um conjunto de fatores locacionais que propiciaram e favoreceram os investi-mentos produtivos na região Sudeste.

Exercícios de Fixação

01 OcaféchegouaoestadodoRiodeJaneiroem1774,plan-tado inicialmente nas vertentes da Serra do Mar e o Vale do Paraíba, o café chegou ao estado de São Paulo em 1825.

a) Por que o café encontrou melhores condições produtivas em São Paulo após seu auge no espaço Fluminense?

b) Cite dois impactos ambientais provocados pela cafeicultura no Estado do Rio de Janeiro.

02 Cite quatro condições criadas pela economia cafeeira que contribuíram para o desenvolvimento industrial do Brasil.

Questões Objetivas

03 Sabe-se que a atividade canavieira expandiu-se pela região Nordeste entre os séculos XVI e XVII. Dentre as consequên-cias sócio-espaciais decorrentes desta atividade, aquela que está incorreta é:

a) surgimentos de núcleos de povoamento que deram origem a cidades como Recife e Salvador.

b) desmatamento da Mata Atlântica (Floresta Tropical Úmida) para dar lugar ao cultivo de cana de açúcar.

c) consolidação da região como área de centralidade da colô-nia, a capital estabelece-se em Salvador.

d) ocupação efetiva do território, com papel importante dos engenhos na produção de alimentos, no ensino da língua portuguesa e da religião católica.

e) convivência harmônica com os grupos étnicos tradicionais, presentes mesmo antes da chegada dos portugueses.

O modelo primário-exportador de subdesenvolvimento e o correspondente Estado Oligárquico Mercantil entram em colapso com a Grande Depressão dos anos trinta. Abre-se então um período de crise para o sistema capitalista central, com profundas reprecussões no sistema de divisão internacio-nal do trabalho. Os países periféricos, com sua economia toda voltada para fora, são duramente atingidos pela depresssão mundial.

Fonte: Bresser Pereira

4.1 A Crise do Modelo Primário-Exportador

O café foi o mais importante produto da pauta de expor-tações brasileiras da 2ª metade do século XIX até as primeiras décadas do século XX. A dependência da economia nacional das exportações de café era fortíssima e, assim, era intensa a dependência da economia nacional frente ao mercado externo, isto é, frente aos principais compradores do café brasileiro.

Entretanto, uma série de fatores iria demonstrar a fragili-dade de um modelo econômico excessivamente dependente do mercado externo e mais: que apresenta uma pauta exportadora muitopoucodiversificada.Osfatoresgeradoresdacrisedaeco-nomia cafeeira, e de toda a economia brasileira de então foram:

a) a 1ª Guerra Mundial;

b) a Crise de 1929 (esse evento foi mais devastador) e;

c) a 2ª Guerra Mundial.

E é exatamente a partir dessa crise que surge uma nova e decisiva oportunidade para a industrialização. O modelo pri-mário-exportador, mal ou bem, propiciara certo grau de acu-mulação de capital na infraestrutura de transportes e energia. O trabalho assalariado permitira o surgimento de um inci-piente mercado interno e de um processo de urbanização

Fonte: Bresser Pereira

Contudo, a crise da economia cafeeira criou várias condi-ções necessárias para a industrialização do país:

a) A retração do mercado importador do café brasileiro propi-ciou a disponibilidade de capitais obtidos até então com as exportações;

b) A redução drástica das importações de bens industrializados forçou a produção de diversos produtos no país.

4.2 A Concentração Industrial no Sudeste A atividade cafeeira deixou uma herança que foi funda-mental para que a região sudeste, notadamente os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, assumisse a dianteira no processo de industrialização do país. Destacam-se os seguintes fatores:

a) A infraestrutura (a rede de transportes, em especial ferroviá-rio; a rede de comunicações e de energia);

b) A concentração de mão de obra;

c) O mercado consumidor;

d) O sistema bancário;

e) A presença do imigrante europeu.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 18: Apostila qi

156 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

04 (SEVERINO SOMBRA) A respeito da formação histórica brasileira e as diferentes formas de organização espacial que ela apresentou desdeoperíodocolonial,analiseasafirmativasaseguir:

I. As regiões mercantis do período colonial, relativamente autôno-mas, convergiam para as cidades portuárias que se articulavam diretamente com os mercados consumidores metropolitanos.

II. O complexo cafeeiro que se desenvolveu no planalto pau-lista, nos séculos XIX e XX, estimulou o crescimento de numerosos setores industriais e gerou economias comple-mentares na sua periferia.

III. A concentração industrial no Sudeste se intensificou, noperíodode1950a1970,devidoàsvantagens locacionaisque atraíram os capitais investidos na implantação dos seto-res modernos da indústria.

Assinale:

a) sesomenteaafirmativaIestivercorreta.

b) sesomenteaafirmativaIIestivercorreta.

c) sesomenteasafirmativasIeIIestiveremcorretas.

d) sesomenteasafirmativasIeIIIestiveremcorretas.

e) setodasasafirmativasestiveremcorretas.

05 A produção do espaço no Brasil colônia teve sua dinâmica econômica, política e social estruturada segundo os moldes das necessidades e interesses de exploração de Portugal.

Nessesentido,écorretoafirmarque:

a) a produção da cana-de-açúcar deve ser apontada como o ele-mento norteador da ocupação territorial, uma vez que tinha como função básica promover a acumulação primitiva de capi-tal para a colônia brasileira, por meio da exportação do açúcar.

b) asdecisõesdecaráterpolíticoeeconômicoficavamlimita-das ao espaço da colônia, apesar de as práticas capitalistas serem responsáveis pela estruturação do sistema global, cuja hegemonia coube aos países centrais.

c) o Brasil colonial se insere numa lógica espacial que se expressa numa divisão internacional da produção desfavo-rável ao seu desenvolvimento, tendo em vista a condição de espaço de acumulação primitiva de capital.

d) o sistema global emergente propiciou condições para o sur-gimento de uma pequena produção mercantil, no âmbito das atividades agrícolas de subsistência, responsável pela acumulação interna de capital no espaço colonial.

06 A partir da leitura do texto:

Estadescobertaoriginouuma“corrida”àsminasdepessoasde todas as condições quer do Brasil quer do Reino.

Vicente Serrão refere André Antonil como sendo o primeiro jesu-íta a registar o ambiente que se vivia naquela época, dizendo que“cadaanovemnasfrotasquantidadesdeportuguesesedeestrangeiros para passarem àsminas; (também) das cidades,vilas, recôncavos e sertões do Brasil vão brancos, pardos, pretos e muitos índios (…) A mistura é de toda a condição de pessoas: nobres e plebeus, seculares, clérigos e religiosos de diversos ins-titutos, muitos dos quais nem têm no Brasil convento ou casa”.

(ALBUQUERQUE,1989,Vol.V,“Ociclodoourobrasileiro”:272).

I. Retrata o grande deslocamento de pessoas em direção àregião aurífera brasileira, no século XVIII.

II. A “corrida” às minas foi tão impactante que provocou amodificaçãodoeixodecentralidadepolíticaeeconômica.

III. O Rio de Janeiro elevou seu status sócio-espacial por ter sido uma das principais áreas produtoras do ouro.

IV . Um dos impactos mais marcantes deste período foi a ocupa-ção interiorana do território, com a fundação de inúmeras cidades, dentre as quais pode-se destacar Vila Rica (atual Ouro Preto), Diamantina e Mariana.

Sobreasafirmativasacimapodemosdizerque:

a) apenas a I e IV estão corretas.

b) apenas a II e III estão corretas.

c) apenas a I e III estão corretas.

d) apenas a I, II e IV estão corretas.

07 (PUC) Observe o mapa seguinte.

Espaço geográfico brasileiro

Fonte:S.MIELLI,M.H.Geografia17ªEd.SãoPaulo,1996.

Qual das alternativas seguintes contém ERRO?

a) áreas de industrialização e urbanização mais desenvolvidas.

b) áreas agropecuárias mais modernas.

c) expansão das fronteiras agrícolas.

d áreas com técnicas agropecuárias tradicionais, com algumas grandes cidades e indústrias.

e) áreas pouco povoadas com paisagens naturais pouco alteradas.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 19: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 157

08 (UFF) O território brasileiro apresenta características marcantes em suas diferentes regiões.

Assinale a opção em que o conjunto de características apon-tadasnãocorrespondeàregiãoindicada.

a) Sul: grandes extensões de planaltos, diversidade dos núcleos coloniais, intensa integração entre indústria e agricultura.

b) Amazônia: grandes províncias minerais, binômio mata-água em abundância, população de densidade restrita.

c) Nordeste: grandes extensões cristalinas com relevo residual, tendências cíclicas de escassez de chuvas, problemas sociais graves resultantes da concentração fundiária.

d) Sudeste: grandes alinhamentos montanhosos, intensa devastação de ecossistemas naturais, domínio da paisagem urbano-Industrial.

e) Centro-Oeste: grandes áreas de chapadas, clima de verões quentes e invernos muito frios, domínio recente dos amplos cultivos de cana-de-açúcar.

Questões Discursivas

09 (UERJ) Resultado de um processo histórico e do processo de industrialização e de integração pelo qual passou o país, o Nordeste brasileiro apresenta hoje várias regiões geoeco-nômicas,entreelas“oNordesteaçucareiro”eo“Nordestealgodoeiro-pecuário .

Apresente:

a) uma semelhança entre essas regiões.

b) uma diferença entre essas regiões.

10 (UFRJ) Os mapas mostram as fases de crescimento da rede ferroviáriadoBrasilaté1930.

Explique por que a expansão da rede ferroviária foi maior na região Sudeste do Brasil.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 20: Apostila qi

158 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

11 OmapaapresentaassetemaiorescapitaisdoBrasil,empopulação.Se,porumlado,algumasdessascapitaisconfirmamtendênciashistoricamenteconsagradasnaformaçãosocioespacialbrasileira,poroutrolado,revelammudançasimportantesnoseuperfil.

As capitais mais populosas do País

Populaçãobrasileira:163.947.554

Fonte: IBGE, 1999

a) Apresenteeexpliquedoisfatoresqueestabeleceramaconcentraçãodemográficanafaixalitorânea.

b) DestaqueecomenteumaspectodeterminantedamaiorconcentraçãodemográficaobservadanascapitaisdaRegiãoNordeste–Sal-vador, Fortaleza e Recife – em comparação a Porto Alegre, principal capital da Região Sul.

Questões ENEM

12 As secas e o apelo econômico da borracha – produto que no finaldoséculoXIXalcançavapreçosaltosnosmercadosinter-nacionais – motivaram a movimentação de massas humanas oriundas do Nordeste do Brasil para o Acre. Entretanto, até o iníciodoséculoXX,essaregiãopertenciaàBolívia,emboraamaioriadasuapopulaçãofossebrasileiraenãoobedecesseàautoridadeboliviana.Parareagiràpresençadebrasileiros,ogoverno de La Paz negociou o arrendamento da região a uma entidade internacional, o Bolivian Syndicate, iniciando violen-tasdisputasdosdoisladosdafronteira.Oconflitosóterminouem1903,comaassinaturadoTratadodePetrópolis,peloqualo Brasil comprou o território por 2 milhões de libras esterlinas.

Disponívelem:www.mre.gov.br.Acessoem:03nov.2008(adaptado).

Compreendendo o contexto em que ocorreram os fatos apre-sentados, o Acre tornou-se parte do território nacional brasileiro

a) pela formalização do Tratado de Petrópolis, que indenizava o Brasil pela sua anexação.

b) por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes brasileiros na região.

c) devidoàcrescenteemigraçãodebrasileirosqueexploravamos seringais.

d) em função da presença de inúmeros imigrantes estrangeiros na região.

e) pela indenizaçãoqueosemigrantesbrasileirospagaramàBolívia.

13 O mapa abaixo apresenta parte do contorno da América do Sul destacando a bacia amazônica. Os pontos assinalados representamfortificaçõesmilitaresinstaladasnoséculoXVIIIpelos portugueses. A linha indica o Tratado de Tordesilhas revogadopeloTratadodeMadri,apenasem1750.

Pode-seafirmarqueaconstruçãodosfortespelosportugue-ses visava, principalmente, dominar

a) militarmenteabaciahidrográficadoAmazonas.

b) economicamente as grandes rotas comerciais.

c) as fronteiras entre nações indígenas.

d) o escoamento da produção agrícola.

e) o potencial de pesca da região.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 21: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 159

Módulo 5

As Principais Fases da Industrialização Brasileira

Até a década de 1930, as indústrias que se desenvolve-ram no país atuavam, predominantemente, no setor de bens de consumo não-duráveis. Essa realidade muda a partir desta década em diante, onde o desenvolvimento das forças produti-vasnacionaisseintensificacomoEstadobrasileiroatuandodeforma ativa nesse processo.

A grande guerra de 1914-1918 dará grande impulso àindústria brasileira. No primeiro grande censo posterior àguerra realizado em 1920, os estabelecimentos industriaisarrolados somarão 13.336, com 1.815.156 contos de capital e275.512operários.Destesestabelecimentos,5.936tinhamsido fundados no quinquênio 1915-1919, o que revela clara-menteainfluênciadaguerra.

(Caio Prado Jr. História Econômica do Brasil)

5.1 Os Períodos Vargas (1930-45 e 1950-54)

Durante os governos de Getúlio Vargas o modelo econômico brasileiro passa por profundas transformações. O modelo pri-mário-exportador perde a prioridade para a industrialização. A base industrial lançada tem como componente central o naciona-lismo econômico.

O Modelo Econômico Nacionalista O nacionalismo econômico foi marcado pela predominân-cia de duas modalidades de capitais que atuavam na atividade econômica baseada na indústria: o capital privado nacional e o capital estatal. Neste binômio, a primeira modalidade de capital atuava notadamente nos setores de bens de consumo não-duráveis, enquanto a segunda modalidade no setor de bens de produção.

O desenvolvimento da indústria nacional tinha, pois, no Estado brasileiro o agente principal. A ação interventora do estado na economia foi decisiva para o avanço da industria-lização do período (Estado Keynesiano). O Estado Interventor brasileiro promoveu ações, destacadamente, através de:

a) Investimentos públicos em infraestrutura (transporte, ener-gia, comunicações etc.);

b) Criação de empresas de capital estatal (Estado-empresário), a exemplo da CSN, da CHESF, da CVRD e da Petrobrás.

A Política de Substituição de Importações Esta política foi estimulada pela conjuntura internacional, em especial a Crise de 1929 e a 2ª Guerra Mundial. A substituição de importações consistiu na necessidade de produzir interna-mente bens industrializados anteriormente importados, já que os condicionantes acima destacados reduziram drasticamente as importações de bens industrializados que abasteciam o mercado nacional.

“ConceitoelaboradoporeconomistasdaCEPAL(Comis-são Econômica para a América Latina) para designar um processo interno de desenvolvimento estimulado por dese-quilíbrio externo (como balança comercial desfavorável) e queresultanadinamização,crescimentoediversificaçãodaprodução industrial. Portanto, é mais que a produção local de bens tradicionalmente importados. Sob esta ótica, consi-dera-se que o desenvolvimento industrial brasileiro ocorreu sob o estímulo das restrições externas: a depressão de 1929-1932 e a segunda guerra mundial (...)”.

(Sandroni, P. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Best Seller, 1999. p. 581).

A expansão do parque industrial brasileiro teve um preço alto. A implantação dos setores de bens de produção necessi-tava de um investimento inicial muito elevado e o retorno do capitalempregadoeramuitolento,oquedificultavaoinvesti-mento de capital privado, nacional ou estrangeiro. Sendo assim, o Estado tomou todas as medidas para permitir o desenvolvi-mentodoparqueindustrial,comumauxíliofinanceiroeestru-turalàsempresas,incentivandoasubstituiçãodeimportaçõescom a restrição de produtos importados. Na prática esse pro-cesso ocorria desde o início da industrialização, mas foi com o governo Getúlio Vargas que se iniciou a adoção de medidas fiscaisecambiaiscomessepropósitosubstitutivo.

Entretanto, o sucesso do modelo econômico esbarrava em alguns entraves, em especial a organização do espaço brasileiro em “arquipélago regional”, que limitava o desenvolvimento daeconomia nacional, isto é, do mercado interno. Por isso, era neces-sário promover, no bojo desse processo, a integração do territó-rio nacional.

Nos seus anos de governo procurou retomar suas antigas linhas de política econômica nacionalista e intervencionista, agora voltada em especial para os setores da indústria de base, siderúrgica e petroquímica, energia, transportes, frigo-ríficosetécnicasagrícolas.

(Francisco Teixeira. Estudos de História do Brasil.)

A Política de Integração do Território Nacional Aintegraçãodoterritórionacionalrepresentavaaunifica-ção do mercado nacional, estimulando as relações comerciais internas para, assim, viabilizar a arrancada industrial. Essa polí-tica de integração territorial fundamentava-se, pois, no:

a) Desenvolvimento da economia nacional;

b) Articulação entre regiões produtoras e consumidoras;

c) Remoção da organização territorial em “arquipélagoregional”.

Diversas medidas foram tomadas com o intuito de promo-ver a integração do território nacional: investimentos no setor de transportes inter-regional e no sistema de comunicações, além da abolição das tarifas de comércio entre os estados da federação.

A CLT Foi no governo Vargas que foi instituída a CLT (Consolida-ção das Leis Trabalhistas), em 1943. Ela consistiu em diversas conquistas sócio-trabalhistas tais como redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias, repouso semanal remunerado

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 22: Apostila qi

160 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

salário-mínimo, previdência social, concessão de férias etc. As leis trabalhistas devem ser compreendidas no contexto do incre-mento do mercado consumidor interno, fomentador do desen-volvimento industrial. Porém, a expansão do mercado interno neste período se restringiu ao espaço urbano, haja vista que a CLT não contemplou a totalidade dos trabalhadores brasileiros, mas, apenas aos trabalhadores urbanos excluindo, por conse-guinte, os trabalhadores rurais.

Exercícios de Fixação

01 A atividade industrial e a industrialização brasileira estão desigualmente distribuídas pelas regiões do país. Construí-das predominantemente no século XX, elas são componen-tes da modernização urbana que reinventa nossa sociedade e dinâmica espacial. Sobre a indústria e industrialização bra-sileira, explique o papel exercido pelo Estado nesse processo.

02 Cite e explique duas mudanças socioeconômicas vinculadas ao processo de industrialização que se estruturou no País, do finaldoséculoXIXatéa“EraVargas”.

Questões Objetivas

03 (UERJ) “(...) O consumo nacional de derivados de petróleoacusa uma ascensão regular, que traduz o desenvolvimento das atividades do país, não só quanto ao transporte mas tambémquantoàindústria.

No entanto (...) essa ascensão constante do consumo implica necessariamente um aumento das importações, com dispên-dios crescentes de divisas, que poderão ser empregadas na compra de outras utilidades estrangeiras, quando o permitir a produção brasileira de óleo mineral”.

(DELPRIORE,Maryetalli(orgs).“DocumentosdeHistóriadoBrasil:deCabralaosanos90”.SãoPaulo:Scipione,1997.)

Esse texto é parte da mensagem enviada por Getúlio Vargas ao Congresso Nacional, em 1951, propondo a criação da Petrobrás.

A leitura do texto permite concluir que o principal objetivo da Petrobrás era:

a) ampliar a exportação de petróleo, obtendo mais divisas para a economia nacional.

b) aumentar a produção petrolífera, garantindo recursos para o desenvolvimento industrial.

c) incentivar a construção de rodovias, objetivando o aumento do consumo de petróleo e derivados.

d) desenvolver a pesquisa petroquímica, gerando autonomia para o setor de produção de petróleo.

04 (UNIFICADO) A inustrialização brasileira tem como marco a décadade1930,comoprocessodeimplantaçãodesetoresde base. Isto não quer dizer que, antes daquela década, não houvesse indústrias no país. Elas existiram, só que compuse-ram um setor de pouca monta e, ainda:

a) se caracterizaram pela forte dependência a uma política de investimentos governamentais.

b) se basearam em capitais provenientes da exportação da bor-racha amazônica.

c) tiveram, na redução de tarifas de importação de manufatu-rados, seu principal fator de competitividade

d) estiveram ligadas à formação de um mercado consumi-dor representado pelo afluxo de imigrantes europeusassalariados.

e) apresentam forte concentração de investimentos nos setores de energia e transporte.

05 (UNIRIO) Considerando as transformações provocadas pela indústria no processo de organização do espaço brasileiro, podemosafirmarqueaindustrializaçãopromoveu:

a) maior integração das diversas regiões que compõem o país, permanecendo, porém, a economia nacional descentralizada.

b) maior articulação econômica entre as várias regiões brasilei-ras, permitindo a diminuição das desigualdades sociais.

c) modernização da economia, levando a uma desarticulação regional,porémcomáreasautossuficientes.

d) construção de um espaço urbano moderno e desenvolvido, com maior equilíbrio entre as pequenas e grandes cidades.

e) divisão inter-regional do trabalho, reproduzindo inter-namente as relações centro-periferia que ocorrem a nível internacional.

06 (UERJ)

O PETRÓLEO, ENFIM, É NOSSO

(OGlobo,26/03/2006)

Em2006,oBrasilalcançouaautossuficiêncianaproduçãode petróleo, 53 anos após a criação da Petrobras.

Nosanosde1953e2006,respectivamente,osetorpetro-lífero pode ser caracterizado pela adoção das seguintes práticas:

a) tributação concentradora – economia mista

b) monopólio estatal – abertura ao setor privado

c) livre-comércio–proteçãoàsempresasnacionais

d) desenvolvimentismo – protecionismo alfandegário

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 23: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 161

Questões Discursivas

07 (FUVEST)

Pessoal Ocupado na Indústria

Fonte:Simielli,Geoatlas,2009.

Com base no mapa acima e em seus conhecimentos,

a) identifiqueotipodeindústriapredominantenaregiãoNor-deste, considerando sua capacidade geradora de emprego.

b) caracterize o parque industrial da região Sudeste.

08 (UNIFESP) Comparando-se dois momentos do processo de industrializaçãobrasileira,adécadade1930eadécadade1950,responda:

a) Quais são as diferenças, com relação ao mercado externo, entre esses dois momentos?

b) Quais transformações a industrialização trouxe para a orga-nização espacial brasileira?

Questões ENEM

09 (ENEM)AfiguradeGetúlioVargas,comopersonagemhistó-rica,ébastantepolêmica,devidoàcomplexidadeeàmag-nitude de suas ações como presidente do Brasil durante um longo período de quinze anos (1930-1945). Foram anosde grandes e importantes mudanças para o país e para o mundo. Pode-se perceber o destaque dado a Getúlio Vargas pelo simples fato de este período ser conhecido no Brasil como a “Era Vargas”. Entretanto, Vargas não é visto deforma favorável por todos. Se muitos o consideram como umfervorosonacionalista,umprogressistaativoeo“PaidosPobres”,existemoutrostantosqueodefinemcomoditadoroportunista, um intervencionista e amigo das elites.

Considerando as colocações acima, responda à questãoseguinte, assinalando a alternativa correta:

Provavelmente você percebeu que as duas opiniões sobre Vargas são opostas, defendendo valores praticamente anta-gônicos. As diferentes interpretações do papel de uma per-sonalidade histórica podem ser explicadas, conforme uma das opções abaixo. Assinale-a.

a) Um dos grupos está totalmente errado, uma vez que a per-manência no poder depende de ideias coerentes e de uma política contínua.

b) O grupo que acusa Vargas de ser ditador está totalmente errado. Ele nunca teve uma orientação ideológica favorá-vel aos regimes politicamente fechados e só tomou medidas duras forçado pelas circunstâncias.

c) Os dois grupos estão certos. Cada um mostra Vargas da forma que serve melhor aos seus interesses, pois ele foi um governante apático e fraco - um verdadeiro marionete nas mãos das elites da época.

d) O grupo que defende Vargas como um autêntico nacionalista está totalmente enganado. Poucas medidas nacionalizantes foramtomadaspara iludirosbrasileiros,devidoàpolíticapopulista do varguismo, e ele fazia tudo para agradar aos grupos estrangeiros.

e) Os dois grupos estão errados, por assumirem características parciaise,àsvezesconjunturais,comosendoposturasdefi-nitivas e absolutas.

10 (ENEM) Viam-se de cima as casas acavaladas umas pelas outras, formando ruas, contornando praças. As chaminés principiavam a fumar; deslizavam as carrocinhas multico-res dos padeiros; as vacas de leite caminhavam com o seu passovagaroso,parandoàportadosfregueses,tilintandoochocalho; os quiosques vendiam café a homens de jaqueta e chapéu desabado; cruzavam- se na rua os libertinos retar-dios com os operários que se levantavam para a obriga-ção; ouvia-se o ruído estalado dos carros de água, o rodar monótono dos bondes.

(AZEVEDO,AluísiodeCasadePensão.SãoPaulo:Martins,1973)

O trecho, retirado de romance escrito em 1884, descreve o cotidiano de uma cidade, no seguinte contexto:

a) a convivência entre elementos de uma economia agrária e os de uma economia industrial indicam o início da industria-lização no Brasil, no século XIX.

b) desde o século XVIII, a principal atividade da economia bra-sileira era industrial, como se observa no cotidiano descrito.

c) apesar de a industrialização ter-se iniciado no século XIX, ela continuou a ser uma atividade pouco desenvolvida no Brasil.

d) apesar da industrialização, muitos operários levantavam cedo, porque iam diariamente para o campo desenvolver atividades rurais.

e) a vida urbana, caracterizada pelo cotidiano apresentado no texto, ignora a industrialização existente na época.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 24: Apostila qi

162 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

Módulo 6

Política Nacionalista Desenvolvimentista

Adécadade1950representouparaoBrasilummomentode grandes transformações políticas, sociais e econômicas. Era necessário eliminar os obstáculos que retinham o crescimento da produção, a acumulação de riquezas e a melhoria da quali-dade de vida da população. A grande meta a ser atingida era o desenvolvimento econômico do país.

ApósofimdaSegundaGuerrae,sobretudo,apartirdosanos1950,oBrasilpassariapormudançassignificativasemsuaestruturaprodutiva.Houveumamaiordiversificaçãodaativi-dade industrial, que sofreu um impulso ao longo do conflitomundialdevidoànecessidadedesubstituiçãodasimportações.Ao mesmo tempo em que a indústria se fortalecia, o Estado Keynesiano passava a assumir um papel fundamental, imple-mentando políticas de desenvolvimento econômico. Esse pro-cesso, iniciado no governo Vargas (1951-1954) foi acelerado no governo Juscelino Kubitschek (1956-1961).

6.1 O Período Juscelino Kubitschek (1956-61)

Com o governo de Juscelino Kubitschek o Brasil ingressa num período de internacionalização da economia nacional mediante a substituição do binômio pelo tripé econômico onde teremos:

• Três modalidades de capital atuando de forma decisiva na economia: o Capital Estatal, o Capital Privado Nacional e o Capital Estrangeiro ou Transnacional.

As empresas de capital estrangeiro que passam a investir no país participam, preferencialmente, nos setores de bens de consumo duráveis como automóveis e eletrodomésticos. Entre-tanto, diversas medidas foram adotadas pelo governo brasileiro para tornar o país atrativo a esses investidores internacionais. Foi nesse contexto que se implanta o chamado “Plano deMetas”.

Investimento Requerido pelo Plano de Metas por Setores (em %) de 1957 a 1961

Setor % do Investimento Total

Energia

Transportes

Alimentação

Indústria de base

Educação

43,4

29,6

3,2

20,4

3,4

Total 100,0(Fonte: Lessa, 1982, p.35)

O Plano de Metas O Plano de Metas foi na verdade uma estratégia adotada pelo governo para atrair o capital transnacional mediante:

• Investimentos públicos em infraestrutura.

A proposta original do Plano de Metas estabelecia que os investimentos públicos não se concentrassem exclusivamente nos setores de infraestrutura (energia, transportes, comunicações), mas, também, se direcionariam para setores sociais como saúde eeducação,alémdaagricultura.Contudo,algoemtornode75%dos recursos investidos foi aplicado em energia e transporte o que tornou evidente a predisposição de adequar o país em termos infra-estruturaisparaatenderàdemandadasempresastransnacionais.

Oprogramatinha30metas,sendoqueademaiorvisi-bilidadeeraadenúmero27,quetratavadaimplantaçãodaindústriaautomobilística.Naépoca,cercade300milcarrosimportados circulavam no Brasil. O presidente que- ria pro-duzir outros tantos para promover o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, aliviar o balanço de paga- mentos.

(RevistaHistóriaViva,no76,p.24.)

Quantoaorganizaçãoespacialdopaísocorreuaintensifi-caçãodoprocessodeurbanizaçãoeasolidificaçãodocentro-sul como a principal área geoeconômica do país, por nela se concentrarem os principais polos de desenvolvimento indus-trial, dentre os quais se destacaram os do eixo industrial São Paulo-Rio-Belo Horizonte. Ocorreu também a ampliação das desigualdades regionais nesse período.

As Indústrias Automobilísticas e a Política do Rodoviarismo

O setor automobilístico foi o que teve maior destaque noperíodonoquetangeàparticipaçãodoscapitaisexternosinvestidosnopaís.Poressarazãoelefoiconsideradoo“carro-chefe” do modelo desenvolvimentista adotado.

As montadoras se concentraram, inicialmente, na região do ABC Paulista (Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul), reforçando a concentração do parque indus-trial brasileiro na região sudeste, notadamente no estado de São Paulo que amplia a sua participação no PIB nacional.

Com a implantação do setor de produção de automóveis no Brasil a prioridade na matriz de transportes é dada a este setor. Isso é corroborado pelos maciços investimentos públicos na ampliação da malha rodoviária nacional no governo JK e nos que o sucederam.

Matrizes de Transportes - Comparativo Internacional

Fonte:Zaidan,Roberto(2005),CursodePolíticaeEstratégiasAero-espaciais –CPEA - Escola de Comando e Estado Maior da Aeronáu-

tica–ACEMAR-RiodeJaneiro,27deoutubrode2005.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 25: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 163

Capacidade de Carga Transportada

Fonte:Zaidan,Roberto(2005),CursodePolíticaeEstratégiasAeroespaciais-CPEAEscola de Comando e Estado Maior da Aeronáutica - ACEMAR

-RiodeJaneiro,27deoutubrode2005.

A opção pelo rodoviarismo num país continental como o Brasil é caracterizada por uma série de desvantagens onde se destacam:

a) O aumento da dependência em relação ao petróleo;

b) A menor capacidade dos caminhões em transportar cargas e dos ônibus em transportar pessoas;

c) Os grandes congestionamentos existentes nos centros urbanos;

d) Os elevados custos de manutenção das rodovias;

e) O aumento dos índices de poluição atmosférica devido àqueima de combustível fóssil, no caso o petróleo.

As desvantagens contrastam com a vantagem desse meio detransportequeéasuaflexibilidadeemrelaçãoaosoutrosmeios de transportes. Por isso, não se trata de descartar o transporte rodoviário, mas integrar as diversas modalidades de transportes, ou seja, promover a inter ou multimodalidade.

A Transferência da Capital Federal do Rio de Janeiro para Brasília

Este projeto geopolítico foi esboçado em outros momentos da política nacional. Mas a sua realização se concretiza apenas em1960medianteamudançageográficadolitoralparaoPla-naltoCentraldaCapitalFederal.Odiscursooficialquedefendiaa transferência da capital estava baseado em argumentos:

a) Dificultaratomadadacapitalpornaçõesinimigas,emcasode guerras;

b) Intensificaroprocessodeintegraçãodoterritórionacional;

c) Acelerar o povoamento do Brasil Central.

Brasília, nova Capital do Brasil

Fonte: Guia Quatro Rodas, 1999. (adaptado)

Contrapondo-seaodiscursooficialentidadesderepresen-tação da sociedade civil (sindicatos, intelectuais, movimento estudantil etc.) viram a transferência como uma política que tinhaporfinalidade:

• Dificultaraspressõesexercidaspelasociedadecivilsobreospoderes executivo e legislativo federal, pois a capital passa-ria a se localizar não mais na região de maior concentração populacional.

Esse discurso se baseia ainda na crítica ao padrão arquite-tônico de Brasília que se baseia no controle e na vigilância siste-máticadosfluxosedamobilidadedepessoasnoseuespaço.

Brasília: Um Espaço de Vigilância e Controle

As Superintendências de Desenvolvimento Regional

Ainda no governo JK foram criadas diversas superinten-dências federais cuja finalidade, no plano teórico, consistiriaem promover a redução das disparidades regionais. A proposta consistia em de dotar essas superintendências com recursos da União com o propósito de promover o desenvolvimento das regiõesbrasileiras visandoàdescentralizaçãodaspolíticasdedesenvolvimento e a desconcentração dos investimentos públi-cos federais. Nesse contexto que foram criadas as superinten-dências de desenvolvimento regional. A Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE em 1959 e, as demais nos anos de chumbo do Governo Militar (SUDESUL, SUDECO e SUDAM).

A trajetória das superintendências regionais, contudo, foi permeada por diversos escândalos de má utilização dos recursos públicos (fraudes, corrupção, apropriação indébita etc.) que as desviaramdeseuprojetooriginal.NocasoespecíficodoNor-deste,apolíticaclientelistados“coronéis”ficouconhecidacomoindústria da seca.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 26: Apostila qi

164 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

O Endividamento Externo Apesar do crescimento econômico, o sucesso do Plano de Metas foi acompanhado por um aumento da inflação eda dívida externa. O expressivo desenvolvimento econômico custou: a reorganização do sistema industrial, com a forma-ção de monopólios empresariais, reduzindo a concorrência e, assim, permitindo a imposição de preço e o aniquilamento de pequenas empresas; a internacionalização da economia brasi-leira, através das multinacionais; e a concentração do parque industrial na região sudeste, além do seu inchaço e precarização social, alavancado pelas migrações internas.

O crescimento da dívida externa brasileira dá um salto con-siderável no governo JK. Os principais fatores condicionantes do endividamento externo no período foram os investimentos em infraestrutura e a construção de Brasília. Ela é resultante da opção pelo modelo de desenvolvimento associado e depen-dente de capitais externos. Todavia, a dívida externa do país avança, com maior velocidade, durante os anos de vigência do regimemilitarcomoseráanalisadomaisàfrente.

Exercícios de Fixação

01 Juscelino Kubitschek assumiu a presidência do Brasil em 31 de janeiro de 1956. Seu governo foi marcado pela ênfase na necessidade de promover o desenvolvimento econômico sem criar o risco de perturbar a ordem social, embalado pelootimismodolema“cinquentaanosemcinco”.Identi-fiqueonomedoprojetoabordadonotextoeexpliquesuascaracterísticas principais.

02 Brasil: o novo endereço da indústria automobilística.

A implantação do complexo automotivo no Brasil, nos anos 50,ficourestritaaumaúnicaregião,oABCpaulista.Apartirdos anos 70, o complexo automotivo iniciouumespraia-mento em direção a novos centros produtivos - São José dos Campos eCuritiba.A retraçãodos anos80prejudicouosprojetosdeexpansão.Nosanos90,aindústriaautomobi-lística inicia uma nova fase de crescimento, mas os novos investimentos estão localizados numa faixa que se estende deBeloHorizonteàPortoAlegre.

Indique 2 (duas) razões para a concentração industrial regis-tradanosanos50.

Questões Objetivas

03 (UECE)Analiseasseguintesafirmaçõesquetratamdoprocessode industrialização no Brasil.

I. No governo de Getúlio Vargas, foram criadas as condições de infraestrutura necessárias para a industrialização brasileira.

II. O governo de Juscelino Kubitschek priorizou a construção de rodovias e obras para geração de energia.

III. Adécadade1990foimarcadapelaglobalizaçãodaecono-mia e pela consolidação do Brasil como grande produtor e exportador de tecnologia.

Estácorretooqueseafirmaem

a) III apenas. c) II apenas.

b) I e II apenas. d) I e III apenas.

04 (ESPM) Nos seus anos de governo procurou retomar suas anti-gas linhas de política econômica nacionalista e intervencio-nista, agora voltada em especial para os setores da indústria de base, siderúrgica e petroquímica, energia, transportes, frigoríficosetécnicasagrícolas.

(Francisco Teixeira. Estudos de História do Brasil.)

Oprogramatinha30metas,sendoqueademaiorvisibili-dadeeraadenúmero27,quetratavadaimplantaçãodaindústriaautomobilística.Naépoca,cercade300milcarrosimportados circulavam no Brasil. O presidente queria produ-zir outros tantos para promover o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, aliviar o balanço de pagamentos.

(RevistaHistóriaViva,no76,p.24.

Assinale a alternativa que relaciona corretamente os dois textos:

a) O primeiro texto corresponde ao Programa de Metas de Jus-celino Kubitschek, enquanto o segundo texto corresponde ao Plano Lafer, implementado na segunda presidência de Getúlio Vargas;

b) O primeiro texto corresponde ao Plano Lafer, implemen-tado na segunda presidência de Getúlio Vargas, enquanto o segundo texto corresponde ao Programa de Metas de Jusce-lino Kubitschek;

c) Os dois textos devem ser relacionados ao Programa de Metas de Juscelino Kubitschek;

d) Os dois textos devem ser relacionados ao Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) praticado na presidência do Marechal Castelo Branco;

e) O primeiro texto deve ser relacionado ao Programa de Ace-leração do Crescimento do presidente Lula, enquanto o segundo texto corresponde ao plano econômico implemen-tado na presidência de Fernando Henrique.

05 (ESPM) Sobre o processo industrial brasileiro, está correto afirmar:

a) A primeira grande indústria de base nacional, instalada no muni-cípio de Volta Redonda, coincide com a primeira fase da substi-tuição de importação iniciada na Primeira Guerra Mundial.

b) OrodoviarismoqueseinstaurounoBrasilestáligadoàaçãodas montadoras automobilísticas que se expandiram no Brasil, sobretudo a partir do Plano de Metas.

c) A era Vargas incentivou a presença do capital estrangeiro junto ao parque industrial nacional contra a perspectiva estatistavigenteatéosanos1930.

d) AfixaçãodocapitalindustrialnoestadodeSãoPauloestáligadaàchegadaaopoderdospaulistasnosanos1930queconcentraram os investimentos no estado.

e) Osanos1990 caracterizam-sepelapolarizaçãodas indús-trias no sudeste, ratificando um processo iniciado desdeanos remotos da indústria brasileira.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 27: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 165

06 (SEVERINO SOMBRA)Osanos50marcamaentradadoBrasilemum processo de modernização, fortemente marcado por uma industrialização crescente. NÃO é consequência desse processo:

a) o crescimento da demanda de bens de consumo.

b) o aumento da migração do campo para a cidade.

c) o aumento dos investimentos estrangeiros no país.

d) o crescimento das cidades e a disseminação do modo de vida urbano.

e) o deslocamento do polo econômico dinâmico do país para o Centro-Oeste, com a construção de Brasília.

07 (SEVERINO SOMBRA) Argentina, México e Brasil foram os países da América Latina que mais se destacaram por seu processo de industrialização. Este processo contou, durante largo período, com o forte papel desempenhado pelo Estado, reconhecidamente desenvolvimentista e nacionalista.

NÃO é identificada como uma ação do Estadodesenvolvimentista:

a) a instalação da infraestrutura industrial

b) o controle de setores produtivos estratégicos

c) a adoção de planos de desenvolvimento regional

d) o estabelecimento de uma legislação protecionista

e) adesregulamentaçãodosinvestimentosfinanceiros

08 (UNIFESO) O Brasil se industrializou e não foi capaz de criar uma sociedade industrial – aquela em que quase todas as pessoas participam da geração da riqueza e usufruem das vantagens que essa riqueza gera.

Assinale a alternativa que apresenta uma razão consistente paraessaafirmativa.

a) O modelo de desenvolvimento adotado provocava uma forte concentração de renda.

b) Osajusteseconômicosimplantadosnadécadade1980pro-moveram uma queda na renda individual.

c) O processo de substituição das importações privilegiava o consumo de bens não-duráveis.

d) A política industrial nacionalista protegia a indústria domés-tica da concorrência externa.

e) Os mecanismos de financiamento externo aumentaram acapacidade de consumo interno.

Questões Discursivas

09 (IBMEC-RJ) A chegada ao poder de Juscelino Kubitschek, em 1956,possibilitouumamudançasignificativaemrelaçãoàeconomia brasileira, tomando como parâmetro os gover-nos anteriores. Apresente duas medidas do estado durante a gestão de Juscelino Kubitschek para atrair investimentos estrangeiros do setor industrial.

10 (UFRJ)

www.cpdoc.fgv.br/nav_jk/htm/album

O governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) costumaserlembradocomoodos“anosdourados”.Asclas-ses médias urbanas viviam em clima de grande otimismo, marcado especialmente pelo acesso a bens de consumo que transformavam seu estilo de vida. Contudo, a política desen-volvimentista que caracterizou o período também causou indesejáveismodificaçõesnaeconomiadopaís.

Indique duas consequências negativas da adoção dessa polí-tica para a economia brasileira da época.

11 Desde o Século XIX, vários projetos foram elaborados visando àconstruçãodeumanovacapitalparaoBrasil.Nodia21deabrilde1960,foiinauguradaacidadedeBrasília,novacapital da República, localizada em meio ao Planalto Central.

Indique duas razões que explicam a localização de Brasília.

12 O supermercado Disco, inaugurado em 1956 no Rio de Janeiro, foi uma das primeiras lojas do gênero a se instalar no Brasil. Esse tipo de comércio logo se difundiu pelas cida-des do país e passou a concorrer com os armazéns de bairro. Hoje, supermercados e hipermercados são responsáveis por 60%dasvendasaoconsumidornopaís.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 28: Apostila qi

166 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

Apresente dois motivos para a liderança dos supermercados e hipermercados nas vendas ao consumidor.

Questões ENEM

13 LeiaascaracterísticasgeográficasdospaísesXeY.

País X

• desenvolvido

• pequena dimensão territorial

• clima rigoroso com congelamento de alguns rios e portos

• intensa urbanização

• autossuficiênciadepetróleo

País Y

• subdesenvolvido

• grande dimensão territorial

• ausência de problemas climáticos, rios cau-dalosos e extensos litorais

• concentração populacional e econômica na faixa litorânea

• exportador de produtos primários de baixo valor agregado

A partir da análise dessas características é adequado prio-rizar as diferentes modalidades de transporte de carga, na seguinte ordem:

a) país X – rodoviário, ferroviário e aquaviário.

b) país Y – rodoviário, ferroviário e aquaviário.

c) país X – aquaviário, ferroviário e rodoviário.

d) país Y – rodoviário, aquaviário e ferroviário.

e) país X – ferroviário, aquaviário e rodoviário.

14 O consumo diário de energia pelo ser humano vem cres-cendoesediversificandoao longodaHistória,deacordocom as formas de organização da vida social. O esquema apresenta o consumo típico de energia de um habitante de diferentes lugares e em diferentes épocas.

(E. Cooks, Man, Energy and Society)

Consumo de energia em diferentes lugares e épocas

(E. Cooks, Man, Energy and Society)

Segundo esse esquema, do estágio primitivo ao tecnológico, o consumo de energia per capita no mundo cresceu mais de100vezes,variandomuitoastaxasdecrescimento,ouseja, a razão entre o aumento do consumo e o intervalo de tempo em que esse aumento ocorreu. O período em que essa taxa de crescimento foi mais acentuada está associado àpassagem

a) do habitante das cavernas ao homem caçador.

b) do homem caçador à utilização do transporte por traçãoanimal.

c) da introdução da agricultura ao crescimento das cidades.

d) daIdadeMédiaàmáquinaavapor.

e) da Segunda Revolução Industrial aos dias atuais.

Módulo 7

O Breve Governo João Goulart e o Golpe Militar (1961–1964)

O governo de João Goulart inicia-se, após a renúncia de Jânio Quadros, numa conjuntura nacional de grande instabili-dade política. Como a principal meta de seu governo, Jango propôsarealizaçãodoqueficouconhecidocomoasReformasde Base, com forte ênfase às reformas sociais (reforma dosistema tributário, bancário, eleitoral; a regulamentação dos investimentos estrangeiros e da remessa de lucros, além da ele-vação dos investimentos em educação e saúde e da reforma agrária).

Esse projeto político colidia com os interesses de diversos setores da sociedade brasileira e das empresas que investiam no país. Esses setores insatisfeitos (empresários nacionais e estran-geiros, latifundiários, grande parte da classe média urbana e a ala conservadora da Igreja Católica) formariam a base social de apoio para o golpe militar que depõe Jango do poder sob a jus-tificativadoseugovernorepresentaruma“ameaçacomunista”.

7.1 Os Governos Militares (1964-1985) Durante a maior parte de vigência dos governos militares o Brasil vivenciou uma fase de:

a) Autoritarismo político e;

b) Modernização econômica.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 29: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 167

O “Milagre Econômico Brasileiro” Nointervaloentre1968e1973,opaísexperimentouíndi-ces de crescimento econômico espetaculares, com uma taxa médiadecrescimentodaeconomianoperíodosuperiora10%do PIB. Para efeito de comparação, a China que atualmente é a economia que apresenta as maiores taxas de crescimento do mundo,vemcrescendoaaproximadamente8a9%aoano.

Com o início da ditadura os militares herdaram o país na posição de 43ª economia do planeta em termos de PIB. Ao tér-mino do governo do presidente João B. Figueiredo, o último militarnopoder,oBrasilestavaclassificadocomoa8ªmaioreconomia mundial. Outra estatística é importante destacar: o endividamentoexternosaltadealgoemtornode3,7bilhõespara a impressionante cifra de aproximadamente 95 bilhões de dólares!

A posição do Brasil na atualidade entre as maiores econo-miasdomundodeve-se,emparte,ao“milagreeconômico”.

Os Maiores PIBs do Mundo em 2011 (Trilhões de US$)

Fonte:Worldbank2009

Milagre brasileiro

Anos PIB

1963

1964

1965

1967

1968

1969

1971

1972

1973

1974

1975

1,5

2,9

2,7

4,8

11,2

10,0

12,0

11,1

13,6

9,7

5,4

Dentreosfatoresqueviabilizaramo“milagre”destacam-se:

a) Intensificaçãodapolíticade internacionalizaçãodaecono-mia mediante atração de capitais externos;

b) Aumento dos investimentos públicos em infraestrutura, com destaque para os mega-empreendimentos (Usina de Itaipu, Ponte Rio - Niterói, Transamazônica, Usinas Nucleares de AngradosReis,etc.),gerandopolêmicanotocanteàpriori-dade de grande parte dos recursos investidos;

c) Aprofundamento das políticas de integração do território nacional (rodovias de integração inter-regional, criação da Zona Franca de Manaus, o Projeto Ferro - Carajás, incentivos àexpansãodafronteiraagroextrativistaetc.).

Mas, esse período de expansão econômica não coincidiu com a expansão da renda da maior parte da população bra-sileira, notadamente os trabalhadores da cidade e do campo. O modelo econômico se baseou numa profunda concentração da renda nacional e, portanto, do aprofundamento das desi-gualdades sociais. Nesse contexto de críticas ao modelo econô-micoimplantadoficoufamosaafraseexpressapeloministrodaFazendaàépoca,DelfimNeto:“Éprecisofazerobolocrescerpara depois repartir”. O bolo cresceu e os brasileiros, em sua imensa maioria, não foram contemplados com a política econô-mica de então. Foi a chamada modernização conservadora.

A Crise do “Milagre Econômico Brasileiro” A conjuntura de crise da economia mundial da década de 1970veiocorroborarafragilidadedaeconomiabrasileiraatra-vés de dois eventos:

a) A crise do petróleo e;

b) O aumento internacional dos juros da dívida externa.

7.2 Os Anos 1980: A “Década Perdida” Nadécadade1980semanifestouasdiversasconsequên-cias negativas da fragilidade e do esgotamento do modelo eco-nômico adotado. Merece destacar a (o):

a) Recessão econômica;

b) Hiperinflação;

c) Falência de empresas, em especial as de capital nacional;

d) Arrocho salarial

e) Aumento dos índices de desemprego e de subemprego;

f) Atraso tecnológico.

Associado a isso se soma o aumento dos problemas sociais que se agravam em função da drástica redução da capacidade do Estado brasileiro em promover investimentos.

O Proálcool: a Alternativa Energética Nacional O Programa Nacional do Álcool (Proálcool) consistiu numa opçãopostaempráticaqueteveporfinalidadeamenizarosefei-tos negativos na economia provocados pela crise do petróleo. As principais regiões canavieiras que serviram de suporte foram:

a) O interior paulista (Ribeirão Preto e arredores);

b) A Zona da Mata Nordestina e;

c) O Norte Fluminense.

Todavia, vários equívocos permearam o Programa como o favorecimentoagruposlatifundiários,usineiroseàsempresasdo setor automobilístico (concessão de créditos em condições especiais,isençãofiscal,empréstimosajurosabaixodastaxasdemercado)associadoàexclusãodospequenosprodutoresrurais.Esse quadro expressou a opção pela manutenção da concentra-ção fundiária histórica no país e acentuou o aumento da dívida pública em função dos elevados subsídios governamentais.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 30: Apostila qi

168 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

OProálcoolmergulhanumacrisenadécadade1990portrês razões. A primeira foi estimulada pela queda do preço do petróleo no início dessa década, diminuindo a diferença entre o valor do litro do álcool e o da gasolina. A segunda foi provo-cada pelas sucessivas crises de abastecimento de álcool, pois os usineiros passaram a priorizar a produção de açúcar para o mercado externo, que proporcionava maior lucratividade do que a produção de álcool. Já terceira foi decretada pelos cortes dos subsídios governamentais ao programa no governo Collor.

Com a crise algumas regiões produtoras de cana-de-açúcar entram em decadência, em especial a Zona da Mata Nordestina e o Norte Fluminense. Essas duas regiões, que operavam em termos tecnológicos inferiores às cidades produtoras do inte-rior paulista, passam a apresentar dificuldades em competircom o encolhimento do mercado interno para os derivados da cana-de-açúcar.

Exercícios de Fixação

01 DefinaoperíodoqueficouconhecidocomoMilagreEconômico?

02 Apresente dois motivos responsáveis pelo esgotamento do modelodedesenvolvimentobrasileironadécadade1980.

Questões Objetivas

03 (UFF) Uma das características da economia brasileira posterior aosanos1950foiaconsolidaçãodachamadasociedadedeconsumo, acompanhada pelo desenvolvimento da propa-ganda. Apesar de a crise econômica ter marcado o período 1962-1967, o aumento do consumo de eletrodomésticosnos domicílios de trabalhadores de baixa renda mostrou-se constante,até,pelomenos,acrisedo“milagre”brasileiro,nadécadade1970.

Uma das explicações para esse aumento do consumo envolveu:

a) o favorecimento, pelo então Ministro Roberto Campos, das empresas industriais estatais, que puderam baratear o custo dos bens de consumo duráveis que produziam.

b) oaumentodosaláriorealdasclassestrabalhadoras,benefi-ciadas pela nova política salarial do governo Castelo Branco, voltada para a desconcentração da renda no país.

c) o fortalecimento das pequenas e médias empresas indus-triais nacionais, as maiores produtoras de bens de consumo duráveis, favorecidas pela criação do Imposto sobre a Pro-duçãoIndustrial,nosanos1960.

d) as facilidades do crédito concedidas ao consumidor, após 1964, de modo a preservar a rentabilidade das indústrias produtoras de bens de consumo duráveis, alvos da política econômica, então inaugurada.

e) os constrangimentos tributários impostos pelo governo àsmultinacionais produtoras de bens de consumo duráveis, que perderam a concorrência para as estatais desse mesmo setor.

04 (UNIFESO) “As novas empresas e os setores industriais emascensãosebeneficiamdoambienteindustrialconstruído,aproveitando a infraestrutura instalada, usando as vanta-genslocacionaisjáexistentes.Apaisagemgeográficaémar-cada pelas grandes aglomerações de fábricas para as quais convergem as redes de transportes e de comunicação.”

(Adaptado de Magnoli, Demétrio, Araújo, Regina. Geogra-fia,aconstruçãodomundo.SãoPaulo:Moderna,2005.)

Essa dinâmica de crescimento industrial é conhecida pela expressão:

a) destruição criadora.

b) centralização de capitais.

c) economias de aglomeração.

d) reconversão industrial.

e) produçãoflexível.

05 (UERJ)ObserveachargedeRicardoGoulart,referenteàpolí-tica econômica empreendida no período dos governos mili-tares no Brasil (1964/1985).

(BOCAYUVA,P.C.C.&VEIGA,S.M.(orgs).Afinal,quepaís é este? Rio de Janeiro: DP&A, 1999.)

A mensagem da charge está fundamentada na seguinte crí-ticaàpolíticaeconômicadoperíodocitado:

a) apolíticafinanceiranãoestimulouadesejadaacumulaçãode capitais.

b) a ação do Estado não promoveu crescimento acelerado da economia.

c) odéficitdabalançacomercialnãopermitiumelhorreparti-ção da riqueza.

d) o crescimento econômico não garantiu uma distribuição de renda mais justa.

06 (UERJ) Atualmente vem sendo discutida a presença do Estado na economia brasileira e se o processo de privatização em curso deve ser ampliado ou reduzido.

A contribuição das empresas estatais no desenvolvimento econômico brasileiro pode ser avaliada pelo seguinte fato:

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 31: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 169

a) modernizou as empresas siderúrgicas, tornando-as alta-mente lucrativas.

b) favoreceu a expansão do setor têxtil, provocando a expan-são das áreas algodoeiras.

c) permitiu a montagem de uma infraestrutura, viabilizando a instalação de um parque industrial.

d) dinamizou a exploração de petróleo e seus derivados, tor-nandooBrasilautossuficientenosetor.

07 (MACK)Arespeitodo“milagreeconômico”dogovernoMédici(1969-1974),sãofeitasasafirmaçõesseguintes.

I. O“milagre”representouumperíododealtastaxasdecres-cimentodoPIB(deaté14%),comavançosextraordináriosna indústria, na agricultura e no comércio.

II. A política econômica baseou-se, simultaneamente, na con-cessão de subsídios e incentivos fiscais às indústrias e naimposição do arrocho salarial aos trabalhadores.

III. OsavançoseconômicosconduziramoBrasilà situaçãodeoitava economia mundial, condição amplamente utilizada como propaganda pelo regime militar.

Assinale:

a) se apenas I é correta. d) se apenas I e II são corretas.

b) se apenas II é correta. e) se I, II e III são corretas.

c) se apenas III é correta.

08 (UERJ) Para nós, operários, milagre é conseguir sobreviver com os baixos salários que recebemos. Para isso, somos obrigados a trabalhar 12 a 13 horas por dia, e muitos tra-balhamaosdomingos,oquesignifica,naprática,ofimdeuma das maiores conquistas da classe operária: a jornada de 8 horas e o descanso semanal.

ManifestodaOposiçãoMetalúrgicadeSãoPaulo,1975.Apud PAES, Maria Helena Simões. Em nome da segurança nacional:

do golpe de 64 ao início da abertura. São Paulo: Atual, 1995.

In:NossoSéculo,nº78,SãoPaulo:AbrilCultural,1980.

Entre 1969 e 1973, em função das taxas de crescimentoentão alcançadas, o momento econômico do país ficouconhecidocomoodo“milagrebrasileiro”.

Com base no testemunho do movimento operário e na publicidade, pode-se concluir que os principais efeitos do “milagrebrasileiro”foram:

a) elevação do PIB – expansão dos sindicatos.

b) nacionalização da indústria – revisão das leis trabalhistas.

c) modernizaçãodatecnologia–qualificaçãodamãodeobra.

d) internacionalização da economia – concentração de renda.

Questões Discursivas

09 (UFF)“Muitacoisamudounacabeçadosnordestinos.”

Ministério do Interior: Banco do Nordeste do Brasil S.A.

O lento crescimento, que durante muitas décadas caracterizou a economia do Nordeste, foi substituído pelo forte dinamismo denumerosasatividadesdesenvolvidasnaregião.De1960a1988, enquanto a base de sua economia passava do setor agro-pecuário para a indústria e os serviços, o Nordeste apresentou umataxadecrescimentosuperioràmédianacionalemcercade10%.Otradicionalsetorprimário-exportadordeixoudesera marca da região. Em sua economia, tomaram corpo, desde a décadade1970,diversos“polosdinâmicos”dotadosdeestru-tura econômica moderna, responsáveis em grande parte pelo bom desempenho recente da economia regional. Algumas dessas áreas de intensa modernização seriam as seguintes:

• o polo petroquímico de Camaçari;

• o polo têxtil e de confecções de Fortaleza;

• o complexo minero-metalúrgico do Maranhão, associado ao Programa Grande Carajás;

• o polo agroindustrial de Petrolina/Juazeiro, baseado em pro-jetos de irrigação no Médio São Francisco;

• as áreas de agricultura moderna de grãos, que se estendem pelos cerrados do oeste baiano ao sul do Maranhão e do Piauí;

• o polo de fruticultura do Rio Grande do Norte, baseado na agricultura irrigada do Vale do Açu.

a) Considerando as informações do texto acima, identifiqueuma ação Estatal responsável pela modernização da econo-mia nordestina, nas últimas décadas.

b) Tendo em vista o novo dinamismo do Nordeste, relacione o polo petroquímico de Camaçari com as mudanças ocorridas na divisão inter-regional do trabalho no Brasil.

10 (FUVEST) Considere os dados da tabela a seguir e analise a dinâmica da indústria de veículos no Brasil.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 32: Apostila qi

170 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

Brasil - Indústria de Veículos - Produção, Exportação e Empregos 1970 - 1997 (números absolutos)

(Fonte: ANUÁRIO ESTATÍSTICO da ANFAVEA: 1998)

Justifiqueasvariaçõesnototaldeempregadosnesseramoindustrial.

Questões ENEM

11 (ENEM) Observe as seguintes estratégias para a ocupação da Amazônia Brasileira.

I. Desenvolvimento de infraestrutura do projeto Calha Norte;

II. Exploração mineral por meio do Projeto Ferro Carajás;

III. Criação da Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia;

IV. Extração do látex durante o chamado Surto da Borracha.

A ordenação desses elementos, desde o mais antigo ao mais recente, é a seguinte:

a) IV, III, II, I. d) III, IV, II, I.

b) I, II, III, IV. e) III, IV, I, II.

c) IV, II, I, III.

12 (ENEM) No dia 28 de fevereiro de 1985, era inaugurada a Estrada de Ferro Carajás, pertencente e diretamente operada pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), na região Norte do país, ligando o interior ao principal porto da região, em SãoLuís.Porseus,aproximadamente,900quilômetrosdelinha,passam,hoje,5353vagõese100locomotivas.Disponívelem:http://www.transportes.gov.br.Acessoem:27jul.2010(adaptado).

A ferrovia em questão é de extrema importância para a logística do setor primário da economia brasileira, em espe-cial para porções dos estados do Pará e Maranhão. Um argu-mento que destaca a importância estratégica dessa porção do território é a

a) produção de energia para as principais áreas industriais do país.

b) produção sustentável de recursos minerais não metálicos.

c) capacidade de produção de minerais metálicos.

d) logística de importação de matérias-primas industriais.

e) produção de recursos minerais energéticos.

Módulo 8

Anos 1990: O Período Neoliberal Durante os governos de Fernando Collor de Melo e Fernando Henrique Cardoso o Brasil ingressou na fase neoliberal mediante:

• Diminuição da atuação do estado brasileiro na economia e na área social (Estado-mínimo).

O processo de desregulamentação da economia do país ocorreu mediante:

a) A privatização de diversas empresas de capital estatal, com o monopólio estatal sendo quebrado em vários setores (elé-trico, telecomunicações, transportes, mineração etc.).

b) Aflexibilizaçãodalegislaçãotrabalhista(terceirização,con-tratação temporária).

c) A maior abertura do mercado nacional para produtos, capi-tais e serviços externos.

d) A redução dos investimentos públicos em saúde, educação, saneamento básico, moradia, segurança pública e outros.

e) Criação das agências reguladoras nacionais (ANATEL, ANEEL, ANP, ANTT, ANAC, etc.), onde essas gozam de ele-vado grau de autonomia frente ao governo federal, inclusive nadefiniçãodereajustesdetarifaspúblicas.

A privatização e a abertura da economia, por mais que con-testadas, apresentaram aspectos negativos e positivos. Entre os fatores negativos, podemos citar: a desnacionalização da eco-nomia;maiordependênciaeconômicadecapitaisexternos;figade capitais do país, pelo não reinvestimento das transnacionais; desvio do dinheiro das privatizações para o pagamento das dívi-das da União e Estados, e cortes no investimento na área social. Por outro lado, como aspecto positivo modernizou e aumentou a produtividade parque industrial, aumentou a competitividade da produção agrícola, promoveu a reestruturação industrial e transformouodéficitemsuperávitpúblico.

8.1 A Desconcentração da Atividade Industrial

Esseprocessoteminíciojánadécadade1970obedecendoa uma tendênciamundial.Mas será na década de 1990 queefetivamente se manifesta com maior pujança. A desconcen-tração industrial (reestruturação territorial da atividade produ-tiva) consiste na instalação (ou na transferência) de unidades produtivas em algumas médias e pequenas cidades. As grandes cidades apresentam diversos fatores que desestimulam novos investimentos produtivos em seus respectivos espaços (deseco-nomias de escala ou de aglomeração) com destaque para:

a) A redução da oferta e encarecimento do valor dos terrenos;

b) Os impostos elevados;

c) Os intensos congestionamentos de trânsito;

d) A presença de organizações sindicais com longa tradição reivindicativa;

e) Os elevados índices de poluição atmosférica;

f) O aumento dos índices de violência urbana.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 33: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 171

Por apresentar um quadro distinto das grandes cidades é que muitas médias e pequenas cidades vêm atraindo investi-mentos produtivos. Ademais, essas precisam, também, oferecer uma boa infraestrutura de transportes, energia e telecomunica-ções. Soma a isso a importância dos incentivos e/ou das isen-çõesfiscaisquetemservidocomoumdosprincipaisatrativosdeinvestimentos. Observe a desconcentração e os principais eixos da atividade industrial no Estado de São Paulo.

Desconcentração Industrial em Sâo Paulo

As Causas do Processo de Desconcentração Industrial

1. Aumento dos custos ambientais;

2. Ampliação de impostos nas grandes cidades;

3. Aumento do preço da terra nas áreas centrais;

4. Problemas de tráfego na região metropolitana;

5. Busca de áreas com fraca organização sindical;

6. Aumento dos custos dos serviços públicos urbanos.

As Consequências da Desconcentração Industrial

1. Incremento do setor terciário;

2. Extinção de postos de trabalho;

3. Aumento da taxa de desemprego;

4. Processo de desmetropolização, ou seja, crescimento lento emrelaçãoàscidadesdeportemédiodointerior;

5. Mudança do destino das correntes migratórias, voltadas agora para o interior do estado e para o retorno de nordes-tinos a seu estado de origem.

Setor Automobilístico

8.2 A Desconcentração Concentrada: da Desconcentração Industrial Relativa à Concentração Financeira

A desconcentração industrial é tida como relativa já que o peso da região sudeste no PIB nacional continua sendo elevado. Isto porque grandes partes dos inves-timentos industriais se deslocaram e têm se deslocado das grandes cidades para as cidades médias e pequenas na própria região. É o que vem ocorrendo nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo.

Cabe ainda ressaltar que a riqueza regional conti-nua na ascendente, pois a desconcentração industrial não é sinônima de desconcentração econômica. Isso é comprovado pela grande concentração financeira naregião. Neste caso, a concentração se dá nas metrópo-les: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 34: Apostila qi

172 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

8.3 A Guerra Fiscal Corresponde às disputas entre Estados e Municípios daFederação visando atrair investimentos produtivos para seus espaços. A guerra fiscal consiste na concessão de facilidadespara atrair empresas como:

a) IncentivosfiscaisouRenúnciafiscale;

b) Financiamento do parque industrial;

Além dos expedientes acima, tornou-se comum, ainda, a concessão de terrenos gratuitamente e a montagem da infraes-trutura por estados e prefeituras. Essas ações – que representam àreduçãodareceitatributária–sãopraticadassobopretextoda promoção do desenvolvimento e, principalmente, da gera-ção de empregos locais.

8.4 O Superávit Primário A política do superávit primário foi estabelecida através de acordo entre o governo brasileiro (feito na gestão FHC e seguido pelogovernoLula)eoFMIcomvistasà:

• Realização do pagamento da dívida externa brasileira.

Oacordoprevêumsuperávitde4,25%doPIBbrasileirocomafinalidadedaquitaçãodadívidaexterna.Ocumprimentodo acordo tem como prerrogativas o (os):

a) Apertofiscal(aperfeiçoamentodosmecanismosdecontrolefiscaletributário);

b) Controle dos gastos públicos;

c) Modestos investimentos em infraestrutura e na área social.

No governo do presidente Luis Inácio “Lula” da Silva, aeconomia brasileira manteve os ideários do governo Fernando HenriqueCardoso,mascomumaespecificidade,diminuiuavul-nerabilidade da economia na medida que descolou o Brasil da economia estadunidense, estabelecendo como estratégia acor-dos comerciais bilaterais com diferentes países. Lula também incentivou a indústria nacional com a redução de impostos, democratizou as linhas de crédito e desenvolveu a maior polí-tica distributiva de renda na história do país, retirando milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza e incluindo outros milhões na sonhada classe média. Essas medidas mantiveram aquecidas as atividades produtivas em plena crise econômica degringolada pelos créditos podres nos Estados Unidos.

Política de Aceleração do Crescimento – Governo Luis Inácio “Lula” Da Silva

Elias Guilherme Ricardo; Ana Márcia Rodrigues; Áureo Leandro Haag

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) busca eliminar os gargalos da economia, através da realização de obras de infraestrutura nas áreas de Logística, Energia, e Social eUrbana, totalizandoR$503bilhões, noperíodo2007-2010. Buscando incentivar o investimento produtivoprivado, gerar emprego e renda e reduzir as desigualdades regionaisesociais;edessemodo,reduzirochamado“CustoBrasil”. Além disso, o Programa atende áreas de melhoria das condições de vida da população brasileira, como saneamento básico, habitação e transporte urbano.

O PAC constitui um conjunto articulado de medidas nas áreas econômicas e social-urbana, através das quais o governo estabelece metas para o crescimento e melhoria das condi-ções de vida dos centros urbanos. O Estado tenta retomar seu papel de indutor dos investimentos e do crescimento econô-micodopaís.Papelesteperdidonosanos80emfunçãodacrise pela qual a economia atravessou. As altas taxas de juros elevam a dívida pública, restringindo a ação do Estado, pois reduz o investimento público e consequentemente o privado. Ainda assim, podemos considerar que existe uma evolução, no sentido de que a intervenção feita PAC, quebra em a parte a hegemonia neoliberal, vigente até então.

O PAC não contempla todos os gargalos da economia brasi-leira, como era o desejo de todos os brasileiros. Porém, transporte e energia são historicamente problemas graves, que se resolvidos mesmo parcialmente tem forte efeito positivo tanto no curto quanto no longo a prazo. O fato de o PAC prever investimentos na área social e urbana é um grande avanço, pois isso não é comum de acontecer em planos de crescimento econômico. Tais investi-mentos melhoram as condições de vida da população, afetando positivamente de forma indireta a economia.

Em sentido geral, o Programa de Aceleração do Crescimento representa uma evolução do Governo Lula, deixando um pouco de lado a excessiva ortodoxia adota no primeiro mandato. Além disso, é fundamental a perspectiva de se ter novamente um planejamento governamental que oriente a economia, gerando crescimento, desenvolvimento, emprego e renda. Como já é sabido, ao contrário do que teoriza a corrente neoliberal, o livre funcionamento do mercado não gera os benefícios que apregoa, tornando necessária a ação do Estado para reduzir as desigual-dades regionais e ampliar o bem estar da população.

(FONTE: O PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO E O INVESTIMENTO PÚBLICO NAS REGIÕES http://www.cedeplar.ufmg.br/seminarios/seminario_dia-

mantina/2008/D08A061.pdf,acesso30denovembrode2012,adaptado)

Para ampliar a geração do emprego e renda o governo Lula criou p PAC (Política de Aceleração do Crescimento), onde bilhões de reais foram gastos com obras de infraestrutura e habitação. Tal fato contribuiu para Lula fazer sua sucessora, a atual presidente do país Dilma Russef, que mantém o programa mesmo com um cenário internacional desfavorável.

Exercícios de Fixação

01 DefinaNeoliberalismo

02 Apresente os fatores responsáveis pelo deslocamento de unidades produtivas para o interior do Estado de São Paulo.

Questões Objetivas

03 (UFF) A descentralização espacial da indústria no Brasil se relacionaàrentabilidadedoslugares,segundoascondiçõestécnicas (equipamentos, transportes, energia) e organiza-cionais (impostos, incentivos fiscais, relações de trabalho,ativismo sindical). De acordo com tais condições, muitas empresas abandonam os tradicionais aglomerados urbanos em função de novos e mais rentáveis lugares.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 35: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 173

Pode-se mencionar como expressão territorial dessa nova dinâmica das empresas no Brasil:

a) o médio vale do Paraíba do Sul, especialmente os municí-pios de Resende e Porto Real, com a instalação de montado-ras automobilísticas.

b) o Norte e o Noroeste Fluminense, especialmente os municípios de Campos e Macaé, com a expansão da agroindústria do álcool.

c) o litoral sul do estado de São Paulo, no eixo da rodovia Régis Bittencourt, com a localização da indústria têxtil.

d) a região da Grande Vitória, especialmente na área portuária, com a instalação da indústria química.

e) a zona da mata mineira, sobretudo os municípios de Uberaba e Uberlândia, com o desenvolvimento de polos tecnológicos.

04 (PUC-RIO) Assinale a alternativa que NÃO indica uma carac-terística da economia brasileira, na passagem do século XX para o século XXI:

a) A economia brasileira ocupa uma posição de liderança na Amé-ricaLatina,massesujeitaàsexigênciasesançõesdeórgãosinter-nacionaisqueatuamnocontroledasfinançasinternacionais.

b) A economia brasileira tem recursos naturais e mão de obra qualificadaparaasexigênciasdomodelodeproduçãoflexí-vel, mas carrega no cenário internacional o estigma de país subdesenvolvido.

c) A economia industrial brasileira é diversificada e mesmoavançada em alguns setores, mas dependente de capitais produtivosecapitaisfinanceirosinternacionais.

d) Aeconomiabrasileiraestáabertaànovaordeminternacio-nal,mas temdificuldadescomaaltacompetitividadeeoprotecionismo dos países de economia mais avançada.

e) A economia brasileira está entre as dez maiores economias do mundo, mas exclui grandes parcelas da população dos benefícios da modernização.

05 (UERJ)

Filiação Sindical da População Assalariada no Brasil (maior de 18 anos)

AdaptadodeEstatísticasdoséculoXXI.RiodeJaneiro:IBGE,2003,CD-ROM.)

As transformações verificadas na economia brasileira, apartir do início da década de 1990, causaram profundosimpactos sobre as relações de trabalho.

A mudança do percentual de trabalhadores sindicalizados no Brasil, conforme apontada na tabela, pode ser explicada principalmente pela:

a) automatização dos processos produtivos industriais, dimi-nuindo o número de trabalhadores nos sindicatos.

b) difusão da estratégia empresarial de terceirização da produ-çãoedosserviços,dificultandoaorganizaçãosindical.

c) reformulação da legislação sindical em moldes neoliberais, limitando o surgimento de novas associações de trabalhadores.

d) internacionalização das empresas brasileiras em direção a países com mão de obra barata, enfraquecendo o poder de negociação dos sindicatos.

06 (UERJ)

O que mudou na lista dos maiores bancos no Brasil com a fusão do Unibanco e do Itaú

AdaptadodeÉpoca,10/11/2008

Pelaleituradográfico,podem-seinferirasseguintescaracterísticasdomomentoatualdocapitalismo:

a) livre-concorrência e fragmentação do setor bancário.

b) concentraçãoeconômicaeformaçãodeoligopóliosfinanceiros.

c) nacionalização da economia e associação dos capitais industrial e bancário.

d) desregulamentaçãodomercadofinanceiroepredomíniodosbancosglobais.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 36: Apostila qi

174 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

07 (UERJ)

Brasil: Evolução do Salário Mínimo Real e do PIB per capita - 1940-2004

NelsonD.Tomazi-AdaptadodeSociologiaparaooensinomédio.SãoPaulo:Atual,2007.

Nográfico, é apresentada a evoluçãodedois indicadoreseconômicosaolongodemaisde60anosnoBrasil.

A comparação entre ambos, no período considerado, permite identificar a ocorrência do seguinte processosocioeconômico:

a) diminuição do lucro.

b) ampliação do emprego.

c) estagnação do consumo.

d) concentração de renda.

Questões Discursivas

08 (UNICAMP)“Aguerrafiscalé,naverdade,umaguerraglobalentre os lugares.”

(MiltonSantos,“FolhadeS.Paulo”,CadernoMais!,8/8/1999.)

a) De que forma os estados e municípios competem entre si praticandoaguerrafiscal?

b) Cite um exemplo, na implantação de indústrias automobilís-ticas,emqueaguerrafiscalfezparte,claramente,deuma“guerraglobalentreoslugares”.

c) Além da guerra fiscal, de que outros meios se utiliza a“guerraglobalentreoslugares”?

09 (UFRRJ) A raiz da concentração industrial na região Sudeste, inicialmente no interior do estado e depois, na capital, é a economia cafeeira no Estado de São Paulo.

Muitos fatores representavam atrativos para as novas indús-trias, que formaram na região o maior parque industrial da América Latina.

(Adap.MOREIRA,I.“Oespaçogeográfico:geogra-fiageraledoBrasil”.SãoPaulo:Ática,1998).

a) Indique quatro desses fatores atrativos.

b) Nasúltimasdécadas,aindústriapaulistasofreuuma“des-centralização” industrial. Apresente 2 (dois) fatores respon-sáveis por esse fato.

10 (FUVEST)

Estado de SP fica com peso menor no setor APesquisa IndustrialAnualdo IBGE confirmaa continui-dade do processo de desconcentração regional da indústria no Brasil.Opesodaindústriapaulistacaiude46,4%em2000para42,5%em2003. SãoPaulo,porém, ainda estábemà frentedosegundocolocado–MinasGerais,com10%.Emcontrapar-tida ao desempenho de São Paulo, ganharam espaço, na estru-tura industrial do país, Rio de Janeiro (por causa do petróleo), Paraná, Bahia, Amazonas, Goiás e Pará.

Fonte:AdaptadodeFolhadeS.Paulo,22/06/2005.

a) Cite e explique dois motivos do processo de desconcentra-ção mencionado no texto.

b) Identifiqueeexpliqueumfenômenogeográficodecorrenteda desconcentração industrial.

Questões ENEM

11 (ENEM) Um banco inglês decidiu cobrar de seus clientes cinco libras toda vez que recorressem aos funcionários de suas agências. E o motivo disso é que, na verdade, não querem clientes em suas agências; o que querem é reduzir o número de agências, fazendo com que os clientes usem as máquinas automáticas em todo tipo de transações.

Em suma, eles querem se livrar de seus funcionários.HOBSBAWM,E.Onovoséculo.SãoPaulo:CompanhiadasLetras,2000(adaptado).

Oexemplomencionadopermiteidentificarumaspectodaadoção de novas tecnologias na economia capitalista con-temporânea. Um argumento utilizado pelas empresas e uma consequência social de tal aspecto estão em

a) qualidade total e estabilidade no trabalho.

b) pleno emprego e enfraquecimento dos sindicatos.

c) diminuição dos custos e insegurança no emprego.

d) responsabilidade social e redução do desemprego.

d) maximização dos lucros e aparecimento de empregos.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 37: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 175

12 (ENEM)Nadécadade1990,osmovimentossociaiscampone-ses e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos. Na sociedade brasileira, a ação dos movimentos sociais vem construindo lentamente um conjunto de práticas democráticas no interior das escolas, das comunidades, dos grupos organizados e na interface da sociedade civil com oEstado.Odiálogo,oconfrontoeoconflito têmsidoosmotores no processo de construção democrática.

SOUZA, M. A. Movimentos sociais no Brasil contemporâneo: participa-ção e possibilidades das práticas democráticas. Disponível em: http//

www.ces.uc.pt.Acessoem:30abr.2010(adaptado).

Segundo o texto, os movimentos sociais contribuem para o processo de construção democrática, porque

a) determinam o papel do Estado não transformações socioeconômicas.

b) aumentam o clima de tensão social na sociedade civil.

c) pressionam o Estado para o atendimento das demandas da sociedade.

d) privilegiam determinadas parcelas da sociedade em detri-mento das demais.

e) propiciam a adoção de valores éticos pelos órgãos do Estado.

Exercícios Complementares

Questões Objetivas

01 (FGV)“OArmazémProgressodeSãoPaulocomeçoucomumaporta no lado par da Rua da Abolição. Agora tinha quatro no lado ímpar. Também o Natale não despregava do balcão de madrugada a madrugada. Trabalhava como um danado. EdonaBiancasuandofirmanacozinhaenobocce.-Senãoé essa cousa de imposto, puxa vida! Mas a caderneta da Banca Francese ed Italiana per L’America Del Sud ria dessa cousa de imposto.”

(MACHADO,AntôniodeAlcântara.Brás,BexigaeBarraFunda.SãoPaulo:Klick,1997,p.65).

Sobre a industrialização em São Paulo, na Primeira Repú-blica,écorretoafirmar:

a) O crescimento industrial resultou da abolição da escravatura. O declínio do setor agrário e da exportação de café e a oferta abun-dante de mão de obra estimularam o surto industrial paulista.

b) O crescimento industrial originou-se pelo menos de duas fontes inter-relacionadas: o setor cafeeiro e os imigrantes. A desvalorizaçãodamoedapraticadapelasfinançasbrasileirasestimulava a indústria nacional, mas, ao mesmo tempo, tor-nava mais cara a importação de máquinas de que o parque industrial dependia.

c) O setor cafeeiro estimulou a industrialização ao promover a imigração e os empregos urbanos vinculados ao complexo cafeeiro, criando um mercado para os produtos manufatu-rados. Assim, o principal ramo industrial era o da indústria de base (ferro), seguido das indústrias alimentícias.

d) As máquinas utilizadas nas indústrias eram produzidas no Brasil, e os principais industriais eram brasileiros, marcando o caráter nacional da industrialização. A política do Estado, no sentido de favorecer a queda da taxa de câmbio, estimu-lava a indústria nacional.

02 (CEFET) A consequência geral do desemprego na Europa e nos Estados Unidos foi uma drástica redução no comércio inter-nacional, que regrediu ao nível de 1913. Não havia com-pradores para o café do Brasil, o trigo da Argentina, a lã da Austrália e a seda do Japão. Assim, a crise espalhava-se pelo mundo, com seu trágico cortejo de falências, desemprego e fome. Apenas a União Soviética não foi atingida, uma vez que estava isolada do mercado internacional pelo boicote dos países capitalistas.

(Mariana Martins, (ed.). Grandes Fatos do Século XX. Adaptado)

Tanto no Brasil, sob a presidência de Getúlio Vargas, quanto nos Estados Unidos, sob a presidência de Roosevelt, foram tomadas medidas, até certo ponto semelhantes, para se combaterem os efeitos da Crise de 29. Sobre tais medidas, pode-se dizer que foram baseadas

a) no liberalismo econômico, ou seja, na total ausência do Estado na organização econômica dos países, pois se acredi-tava na tese desenvolvida por Adan Smith de que o Estado não deve interferir na economia.

b) no intervencionismo estatal, a partir da criação de uma legislação trabalhista e da injeção de dinheiro público na economia, com a realização de grandes obras nos Estados Unidos e com a compra e queima de estoques de café no Brasil.

c) em processos de privatizações que, ao mesmo tempo em que capitalizaram o Estado e permitiram ao governo desen-volverprogramasdecombateàmiséria,tornaramasempre-sas mais competitivas.

d) no incentivo às atividades agrícolas que visavam tornar opaís autossuficiente e, por consequência, menos depen-dente das relações comerciais com os demais países, seria-mente atingidos pela crise.

e) na busca, por parte do Brasil, de uma balança comercial favorável que gerasse superávit para o governo pagar, aos Estados Unidos, a dívida acumulada desde o término da 1ª Guerra Mundial.

03 (UFBA) A industrialização, no Brasil, provocou profundas transformações na organização do espaço.

Baseando-senessaafirmativa,pode-sedizer:

(01)No período do governo de Juscelino Kubitschek, o Brasilatingiu um estágio de desenvolvimento e independência econômica que possibilitou a consolidação do seu parque industrial.

(02)O período do “milagre econômico” caracterizou-se pelaconcentração industrial, pela produção de bens de consumo duráveis e pelo aprofundamento dos desníveis regionais.

(04)Ocrescimentoeconômicobrasileiro,nasdécadasde70/80deste século, está associado ao crescimento da sua dívida externa.

(08)Ao se industrializar,oBrasil conseguiu crescer economica-mente e promover o seu desenvolvimento.

(16) A indústria automobilística brasileira consolidou a formação do complexo industrial de São Paulo.

Soma ( )

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 38: Apostila qi

176 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

04 (UFAL) O Brasil é considerado por muitos estudiosos como um país de industrialização tardia ou país subdesenvolvido industrializado.Denominaçõesàparte,écertoqueoBrasiltem aumentado a participação dos produtos industriais na pautadasexportações.Analiseasafirmaçõessobreopro-cesso de industrialização brasileiro.

( ) Apesar de vir perdendo indústrias nas últimas duas déca-das, a região Sudeste ainda mantém a liderança nacional tanto no que se refere ao valor de produção como quanto ao número de empregados no setor industrial.

( ) Um novo modelo de industrialização tem sido instalado no Brasil. Trata-se da criação de Zonas Especiais de Exportação em áreas densamente povoadas como o litoral da região Norte e na área central da região Sul.

()Até a década de 1990, a metrópole de São Paulo con-centrava ¾ da produção nacional de veículos. Na última década, as transnacionais automobilísticas optaram pela descentralização e surgiram unidades produtivas em outras regiões como o Sul e o Nordeste.

( ) Permanece em vigor o modelo de substituição de importa-çõesdadécadade1950;apesardaspolíticasneoliberaisedo processo de globalização, a produção nacional continua protegida das importações de bens industriais concorrentes aos nacionais.

( ) A internacionalização do processo de industrialização ocor-reu em fases sucessivas: uma delas foi no período JK quando se instalaram no País indústrias de bens de consumo durá-veis;amaisrecenteestáassociadaàsprivatizaçõesdasesta-taisnadécadade1990.

05 (UFPEL) “Oprogramaconsistiaem30metas,agrupadasem5 setores:

1) Energia-43,4%doinvestimentoem5metas:energiaelé-trica;energianuclear;carvão;produçãodepetróleo;refina-ção de petróleo.

2) Transportes: 29,6% do investimento nas seguintesmetas:reequipamento e construção de estradas de ferro; pavimen-tação e construção de estradas de rodagem; portos e barra-gens; marinha mercante; transportes aéreos.

3) Alimentos:3,2%doinvestimentoem6metas:trigo;arma-zénsesilos;frigoríficos;matadouros;mecanizaçãodaagri-cultura; fertilizantes.

4) Indústria de base: 20,4% do investimento em 11metas:aço; alumínio; metais não ferrosos; cimento; álcalis; papel e celulose; borracha; exportação de ferro; indústria de veícu-los motorizados; indústria de construção naval; maquinaria pesada e equipamento elétrico.

5) Educação:4,3%doinvestimentoemmetaúnica.”NOSSOSÉCULO.1945-1960,2ªparte.SãoPaulo:Abril.1985[adapt.].

A proposta eleitoral, denominada “Plano de Metas”,correspondeu:

a) ao nacionalismo estatizante – que desejava a industrializa-ção apoiada pela burguesia nacional, especialmente a auto-mobilística, com a FNM (Fábrica Nacional de Motores) – no governo de Eurico Gaspar Dutra.

b) ao slogan “50anos em5” –quepreviadesenvolvimentoinfraestrutural, com destaque às rodovias, e substituiçõesdas importações – a ser aplicado no governo de Juscelino Kubitschek.

c) aos projetos na área de Energia, Transportes, Alimentos, Indústrias de Base, Educação, no Estado Novo, período dita-torial comandado por Getúlio Vargas.

d) àsReformasdeBase,tantoagráriaeurbanacomoindustrial,na presidência do socialista João Goulart, que acabou sendo destituído pelos militares nacionalistas.

e) àconcentraçãodamaioriadosrecursosfinanceirosnosseto-res de Energia e Educação, com o apoio da Aliança para o Progresso, durante a presidência de Jânio Quadros.

06 (UFPE) No último quartel do século XX, particularmente na décadade90,umanovaformadeorganizaçãoempresarialtem agregado os centros de formação de pessoal de alto nívelàsunidadesdeproduçãoedeserviços,empregandoosmais modernos recursos de microeletrônica. Em tais centros estão se implantando atividades de alta tecnologia, como em Campinas e São José dos Campos, na região Sudeste do Brasil.

Qual a denominação dada a esses centros?

a) centros megalopolitanos

b) centros-acrópoles

c) regiões metropolitanas

d) tecnopolos

e) edifícios empresariais urbanos

07 (UFBA) Por todos os continentes e países do mundo encon-tramos inúmeros produtos oriundos da indústria. Mas, não precisamos viajar para conhecê-los. Em cada espaço de nossa casa temos esses exemplos: a cama, a roupa, o som e a TV estão entre eles. Todos esses produtos são o resultado da transformação de matérias-primas, com suprimento de energia, em produtos industrializados. Até consolidar esse processo, a indústria passou por vários estágios de produção.

(ALMEIDA;RIGOLIN,2005,p.123).

Com base na análise do texto e nos conhecimentos sobre a evolução, os tipos e a localização das indústrias no Brasil e noMundo,pode-seafirmar:

(01)APrimeiraRevoluçãoIndustrialfoimarcadapelahegemo-nia alemã, pelo uso do carvão vegetal, como principal fonte de energia, e pela grande dispersão da atividade industrial em termos do espaço mundial.

(02)ASegundaRevoluçãoIndustrialcomeçounofinaldoséculoXIX com o surgimento das indústrias de vanguarda como a metalúrgica, a siderúrgica, a automobilística e a petroquí-mica, sendo o petróleo a sua principal fonte de energia.

(04)OavançodaRevoluçãoTécnico-Científica-Informacionaljáé marcante no Japão, na Alemanha, nos Estados Unidos e em outros países, embora ainda haja a permanência de inú-meros traços da Segunda Revolução Industrial.

(08)Aindústriadebensdeproduçãoutilizagrandequantidadede matéria-prima e alto consumo de energia, visando abas-tecer outros tipos de indústrias, como as siderúrgicas.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 39: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 177

(16) O vale do Silício brasileiro localiza-se em Pirapora, no inte-rior de Minas Gerais e, assim como o original norte-ameri-cano, concentra, atualmente, indústrias consideradas de tec-nologia de ponta, especialmente de informática, eletrônica e de telecomunicações.

(32)OSudesteafirmou-secomopolodaindustrializaçãobrasi-leira, sobretudograçasà infraestruturaurbanaede trans-portes desenvolvida em função da cafeicultura, devido àchegada do imigrante e pela concentração de consumidores urbanos.

(64) As usinas termonucleares Angra I, Angra II e Angra III for-necem a maior parte da energia consumida no sudeste do Brasil, utilizam tecnologia americana e, consequentemente, geram pequena quantidade de resíduos radioativos.

Soma: ( )

08 (FGV-SP) Para produzir modernamente, essas indústrias con-vocam outros atores para participar de suas ações hege-mônicas, levados, desse modo, a agir segundo uma lógica subordinadaàdafirmaglobal.[...]Noslugaresescolhidos,tudo é permeado por um discurso sobre desenvolvimento.[...] Nada se fala sobre a robotização do setor e a drenagem dos cofres públicos para essa implantação industrial.

(Milton Santos & M. Laura Silveira. O Brasil: Território e sociedade no iníciodoséculoXXI.RiodeJaneiro:Record,2001.p.112)

O texto apresenta estratégias de descentralização das indústrias

a) mecânicas. d) petroquímicas.

b) de vestuário. e) automobilísticas.

c) siderúrgicas.

UTILIZE O QUADRO ABAIXO PARA RESPONDER ÀS QUES-TÕESDENÚMEROS9E10.

09 (UERJ) Pelas características dos modelos produtivos do momentoda2ªRevoluçãoIndustrial,épossívelafirmarqueo fordismo absorveu certos aspectos do taylorismo, incorpo-rando novas características.

Essaafirmaçãosejustifica,dentreoutrasrazões,porqueosobjetivos do fordismo, principalmente, pressupunham:

a) elevada qualificação intelectual do trabalhador ligada aocontroledetarefassofisticadas.

b) altosganhosdeprodutividadevinculadosaestratégiasflexí-veis de divisão do trabalho na linha de montagem.

c) reduçãodocustodaproduçãoassociadaàspotencialidadesde consumo dos próprios operários das fábricas.

d) máxima utilização do tempo de trabalho do operário rela-cionadaàdespreocupaçãocomoscontratostrabalhistas.

10 (UERJ) A posição central ocupada pela técnica é fundamental para explicar a atual fase do capitalismo em que se insere o pós-fordismo. Esta nova forma de organização da produção promove o seguinte conjunto de consequências:

a) retração do setor de comércio e prestação de serviços; ampliação de ummercado consumidor seletivo, diversifi-cadoesofisticado.

b) intensificação das estratégias de produção e consumo emnível internacional; reduçãodofluxode informaçãoedosveículos de propaganda.

c) redução da distância entre os estabelecimentos industriais e comerciais; acelerado ritmo de inovações do produto com mercados pouco especializados.

d) crescenteterceirizaçãodasatividadesdeapoioàproduçãoeàdistribuição;elevadosníveisdeconcentraçãodecapitaiscom formação de conglomerados.

11 (UERJ) O capitalismo já conta com mais de dois séculos de história e, de acordo com alguns estudiosos, vive-se hoje um modelo pós-fordista ou toyotista desse sistema econômico. Observe o anúncio publicitário:

AdaptadodeCasaCláudia,dezembro/2008.

Uma estratégia própria do capitalismo pós-fordista presente neste anúncio é:

a) concentração de capital, viabilizando a automação fabril.

b) terceirizaçãodaprodução,massificandooconsumodebens.

c) flexibilização da indústria, permitindo a produção pordemanda.

d) formação de estoque, aumentando a lucratividade das empresas.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 40: Apostila qi

178 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

12 (UERJ)AndyWarhol(1928-1987)éumartistaconhecidoporcriações que abordaram valores da sociedade de consumo; em especial, o uso e o abuso da repetição. Esses traços estão presentes, por exemplo, na obra que retrata as latas de sopa Campbell’s, de 1962.

www.moma.org

O modelo de desenvolvimento do capitalismo e o correspon-dente elemento da organização da produção industrial repre-sentados neste trabalho de Warhol estão apontados em:

a) taylorismo–produçãoflexível.

b) fordismo – produção em série.

c) toyotismo – fragmentação da produção.

d) neofordismo – terceirização da produção.

13 (UFPA) A atividade industrial e a industrialização brasileira estão desigualmente distribuídas pelas regiões do país. Construídas predominantemente no século XX, elas são componentes da modernização urbana que reinventa nossa sociedade e dinâmica espacial. Sobre a indústria e industria-lizaçãobrasileira,écorretoafirmar:

a) A industrialização tem suas raízes fincadas na economiada cana-de-açúcar e do café, que possibilitou a acumula-çãode capitalnecessáriaparaadiversificaçãoem investi-mentos no setor industrial, e esse fato permitiu a produ-ção de bens de consumo duráveis, sobretudo automóveis e eletrodomésticos.

b) A indústria nasce dos capitais restantes do declínio da eco-nomia da cana-de-açúcar e do café. Esses capitais impulsio-naram uma diversidade de pequenas indústrias de produção de bens de consumo não duráveis, tais como perfumaria, cosméticos, bebidas, cigarros, que apoiadas pelo Estado se difundiram pelo país.

c) A ação do Estado foi fundamental para desencadear o pro-cesso de industrialização brasileira, por exemplo, criando empresas estatais, como a antiga Companhia Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional, para investir na indústria de base. Sem elas não seria possível a implantação de indústria de bens de consumo duráveis.

d) A industrialização brasileira é fruto da capacidade inova-dora do Estado e do empresariado nacional. Este último não mediu esforços para construir em todo o território nacio-nal sistemas de transporte, comunicação, energia e portos, necessários à circulação de bens, serviços e pessoas portodas as regiões.

e) A industrialização brasileira se tornou possível a partir de investimentos do capital internacional, que não mediu esforços para construir em todo o território nacional siste-mas de transporte, comunicação, energia e portos, neces-sáriosàcirculaçãodebens,serviçosepessoasportodasasregiões.

14 (UNESP) É possível afirmar através de uma visão de síntesedo processo histórico da industrialização no Brasil entre 1880a1980,queesta foi retardatáriacercade100anosem relação aos centros mundiais do capitalismo. Podemos identificarcincofasesquedefinemopanoramabrasileirodeseudesenvolvimentoindustrial:1880a1930,1930a1955,1956a1961,1962a1964e1964a1980.

Leia com atenção as afirmações a seguir, identificando-ascom a sua fase de desenvolvimento industrial.

I. Modelo de desenvolvimento associado ao capital estrangeiro, semdescentralizaraindústriadoSudestedeformasignifica-tiva em direção a outras regiões brasileiras; corresponde ao período de Juscelino Kubitschek, com incremento da indústria de bens de consumo duráveis e de setores básicos.

II. Modelo de política nacionalista da Era Vargas, com o desen-volvimento autônomo da base industrial demonstrado através da construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Ressalta-se que, neste período, a Segunda Guerra Mundial impulsionou a industrialização.

III. Período de desaceleração da economia e do processo indus-trial motivados pela instabilidade e tensão política no Brasil.

IV. Implantação dos principais setores da indústria de bens de con-sumo não duráveis ou indústria leve, mantendo-se a depen-dência brasileira em relação aos países mais industrializados. O Brasil não possuía indústrias de bens de capital ou de produção.

V. Período em que o Brasil esteve submetido a constrangimen-toseconômicos,financeirosesociaisdevidoaseuendivida-mento no exterior com o objetivo de atingir o crescimento econômico de 10% ao ano. Mesmo assim, não houvemuitos avanços na área social. Modernização conservadora com o Governo Militar.

(SecretariadaEducação.Geografia,EnsinoMédio.SãoPaulo,2008.Adaptado.)

A sequência das fases do desenvolvimento industrial brasi-leirodescritasnasafirmaçõesé

a) IV, II, I, III, V. d) I, III, II, V, IV.

b) I, II, V, IV, III. e) III, IV, II, V, I.

c) III, IV, V, I, II.

Questões Discursivas

15 (UERJ) Leia o seguinte trecho da entrevista concedida pela economista Tania Bacelar de Araújo:

– Como você descreveria o processo de desenvolvimento bra-sileiro, do ponto de vista da questão regional e da distribui-ção espacial das atividades econômicas?

– Acho que podemos visualizar três grandes períodos. O primeiro deles foi muito longo - começa com a colonização e se estende até o início do nosso século - e os demais são do século XX.

(MINEIRO,A.;ELIAS,L.A.&BENJAMIN,C.“Visõesda Crise”. Rio de Janeiro: Contraponto, 1998.)

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 41: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 179

Levando em conta a distribuição espacial das atividades eco-nômicas, ao longo dos três períodos indicados, apresente:

a) uma característica do primeiro período e o fator econômico que permitiu a passagem para o momento seguinte;

b) uma característica do segundo período e outra do terceiro período,situadonosanos90.

16 (UERJ)

Seis Milhões de Combinações A empresa sueca Scania, uma das líderes na venda de cami-

nhões pesados no Brasil, foi buscar inspiração no Lego, o brinquedo de montar, para criar um sistema modular de fabricação de veículos.

Juntando as diferentes peças, a Scania pode fazer 6 milhões de combinações. Com o objetivo de tornar a operação viável do ponto de vista comercial, a montadora reduziu o número de alternativas no catálogo, mas manteve a quantidade de opçõesemcercade100modelosdecaminhão.

(Veja,28/05/2003)

Identifique:

a) o tipodemodeloprodutivo relacionado à estratégia des-crita e uma característica doperfil damãode obra a eleassociada;

b) duas consequências do sistema adotado pela Scania para a organizaçãodassuasfiliaisnomundo.

17 (UERJ)

Um mundo onde o tempo voa No céu noturno de Memphis, nos Estados Unidos, as luzes

dos aviões competem com as estrelas. São cargueiros. Entre 11 da noite e 3 da manhã, eles chegam em intervalos de 96 segundos.Umamédiade37porhora.Arazãodofrenéticomovimento de aviões em Memphis é a sede da FedEx, a transportadora cuja competição com outras empresas fez da logística um termo vital no mundo dos negócios. A logística pode ser entendida como o conjunto de recursos e opera-ções feitas para permitir o transporte de pessoas ou merca-dorias com o menor custo e no menor tempo.

(AdaptadodeVeja,23/08/2006)

As mudanças de caráter industrial e tecnológico decorren-tes do avanço da globalização resultaram em novas formas de organização da produção e em novos produtos, para os quais o transporte aéreo tornou-se fundamental.

Apresente uma mudança vinculada à Revolução Técnico-científico-informacionaleumarelaçãoexistenteentreessamudança e o aumento do transporte de cargas por via aérea.

18 (UFRJ) Nos últimos anos, algumas cidades brasileiras vêm se destacando como centros de pesquisa e de produção de alta tecnologia. O mapa a seguir indica algumas dessas cidades.

Apresente dois fatores locacionais que expliquem por que essas cidades atraem as empresas de alta tecnologia.

19 (UFRJ) Desde 1980 houve uma acentuada desconcentraçãoda indústria de calçados no Brasil, como mostram os mapas:

Veja(02/06/99).

Que vantagens os estados da região Nordeste do Brasil ofe-recem para atrair essa indústria?

20 (UFRJ) Desde as últimas décadas, as economias capitalistas desenvolvidas passam por uma profunda reestruturação.

A acumulação capitalista de base fordista vem sendo substi-tuída por um modelo de acumulação pós-fordista, fazendo emergiremsignificativasmudançassócio-espaciais.

Apresente duas diferenças entre a forma de organização da produção do tipo fordista e aquela denominada pós-fordista.

Questões ENEM

21 (ENEM) Um dos maiores problemas da atualidade é o aumento desenfreado do desemprego. O texto abaixo destaca esta situação.

O desemprego é hoje um fenômeno que atinge e preo-cupa o mundo todo. (...) A onda de desemprego recente não é conjuntural, ou seja, provocada por crises localiza-das e temporárias. Está associada a mudanças estruturais

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 42: Apostila qi

180 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

na economia, daí o nome de desemprego estrutural. O desemprego manifesta-se hoje na maioria das economias, incluindo a dos países ricos. A OIT estima em 1 bilhão – um terço da força de trabalho mundial – o número de desem-pregados em todo o mundo em 1998. Desse total, 150milhões encontram-se abertamente desempregados e entre 750e900milhõesestãosubempregados.

([CD-ROM] Almanaque Abril 1999. São Paulo: Abril.)

Pode-se compreender o desemprego estrutural em termos da internacionalização da economia associada

a) a uma economia desaquecida que provoca ondas gigantes-cas de desemprego, gerando revoltas e crises institucionais.

b) ao setor de serviços que se expande provocando ondas de desemprego no setor industrial, atraindo essa mão de obra para este novo setor.

c) ao setor industrial que passa a produzir menos, buscando enxu-gar custos provocando, com isso, demissões em larga escala.

d) a novas formas de gerenciamento de produção e novas tecnologias que são inseridas no processo produtivo, elimi-nando empregos que não voltam.

e) ao emprego informal que cresce, já que uma parcela da população não tem condições de regularizar o seu comércio.

22 (ENEM) Em 1999, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento elaborou o “Relatório do Desenvolvi-mento Humano”, do qual foi extraído o trecho abaixo.

Nosúltimosanosdadécadade90,oquintodapopulaçãomundial que vive nos países de renda mais elevada tinha:

• 86%doPIBmundial,enquantooquintodemenorrenda,apenas1%;

• 82% das exportações mundiais, enquanto o quinto demenorrenda,apenas1%;

• 74%daslinhastelefônicasmundiais,enquantooquintodemenorrenda,apenas1,5%;

• 93,3%dasconexõescomaInternet,enquantooquintodemenorrenda,apenas0,2%.

A distância da renda do quinto da população mundial que vive nos paísesmais pobres – que era de30para 1, em1960–passoupara60para1,em1990,e chegoua74para1,em1997.

De acordo com esse trecho do relatório, o cenário do desen-volvimento humano mundial, nas últimas décadas, foi caracterizado pela:

a) diminuição da disparidade entre as nações.

b) diminuição da marginalização de países pobres.

c) inclusão progressiva de países no sistema produtivo.

d) crescente concentração de renda, recursos e riqueza.

e) distribuição equitativa dos resultados das inovações tecnológicas.

23 (ENEM) Um certo carro esporte é desenhado na Califórnia, financiado por Tóquio, o protótipo criado em Worthing(Inglaterra) e a montagem é feita nos EUA e México, com componentes eletrônicos inventados em Nova Jérsei (EUA), fabricados no Japão. (…). Já a indústria de confecção

norte-americana, quando inscreve em seus produtos ‘made in USA’, esquece de mencionar que eles foram produzidos no México, Caribe ou Filipinas.

(Renato Ortiz, Mundialização e Cultura)

O texto ilustra como em certos países produz-se tanto um carro esporte caro e sofisticado, quanto roupas que nemsequer levamumaetiqueta identificandoopaísprodutor.De fato, tais roupas costumam ser feitas em fábricas – cha-madas “maquiladoras” – situadas em zonas-francas, ondeos trabalhadores nem sempre têm direitos trabalhistas garantidos.

A produção nessas condições indicaria um processo de glo-balização que

a) fortalece os Estados Nacionais e diminui as disparidades econômicas entre eles pela aproximação entre um centro rico e uma periferia pobre.

b) garante a soberania dos Estados Nacionais por meio da iden-tificaçãodaorigemdeproduçãodosbensemercadorias.

c) fortalece igualmente os Estados Nacionais por meio da cir-culação de bens e capitais e do intercâmbio de tecnologia.

d) compensa as disparidades econômicas pela socialização de novas tecnologias e pela circulação globalizada da mão de obra.

e) reafirmaasdiferençasentreumcentroricoeumaperiferiapobre, tanto dentro como fora das fronteiras dos Estados Nacionais.

24 (ENEM) As tecnologias de informação e comunicação (TIC) vieram aprimorar ou substituir meios tradicionais de comu-nicação e armazenamento de informações, tais como o rádio e a TV analógicos, os livros, os telégrafos, o fax etc. As novas bases tecnológicas são mais poderosas e versáteis, introduziram fortemente a possibilidade de comunicação interativa e estão presentes em todos os meios produtivos da atualidade. As novas TIC vieram acompanhadas da cha-mada Digital Divide, Digital Gap ou Digital Exclusion, tra-duzidas para o português como Divisão Digital ou Exclusão Digital,sendo,àsvezes,tambémusadosostermosBrechaDigital ou Abismo Digital.

Nesse contexto, a expressão Divisão Digital refere-se a

a) uma classificação que caracteriza cada umadas áreas nasquais as novas TIC podem ser aplicadas, relacionando os padrõesdeutilizaçãoeexemplificandoousodessasTICnomundo moderno.

b) uma relação das áreas ou subáreas de conhecimento que ainda não foram contempladas com o uso das novas tec-nologias digitais, o que caracteriza uma brecha tecnológica que precisa ser minimizada.

c) uma enorme diferença de desempenho entre os empreen-dimentos que utilizam as tecnologias digitais e aqueles que permaneceram usando métodos e técnicas analógicas.

d) um aprofundamento das diferenças sociais já existentes, uma vez que se torna difícil a aquisição de conhecimentos e habilidades fundamentais pelas populações menos favoreci-das nos novos meios produtivos.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 43: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 181

e) uma proposta de educação para o uso de novas pedagogias comafinalidadedeacompanharaevoluçãodasmídiaseorientar a produção de material pedagógico com apoio de computadores e outras técnicas digitais.

Gabarito

Módulo 1Exercícios de Fixação

01 A atividade industrial corresponde a todo o processo de transformação da matéria-prima mediante a utilização de máquinas e do uso de força de trabalho no interior do espaço fabril. O resultado da matéria-prima transformada é destina-se ao mercado.

02 Os produtos intermediários são insumos importrantes que em geral uma empresa compra de outra para elaboração dosprodutosde suaespecialidade.Atéoprodutofinal, aprodução passa por uma cadeia de bens intermediários, em decorrência da divisão do trabalho no espaço industrial.

Questões Objetivas

03 Letra A 04 Letra E

05 Letra A 06 Letra B

07 Letra B

Questões Discursivas

08 Duas dentre as vantagens:

– níveis salariais mais baixos

– menor cobrança de impostos

– renúncia de tributos durante anos

– incentivosfiscaisainvestimentosprodutivos

– financiamentodaplantaindustrial

09 Dois dentre os fatores:

– disponibilidadedemãodeobraaltamentequalificada.

– eficienteinfraestruturadetransporteecomunicação.

– proximidade de centros de pesquisa e de tecnologia de ponta.

Questões ENEM

10 Letra C 11 Letra A

Módulo 2Exercícios de Fixação

01 – produzir mais em menos tempo.

– instituiu uma nova (alta) divisão e hierarquização do trabalho.

– instituiu a esteira de produção.

– criou a especialização do trabalhador.

02 O sistema fordista combina a produção em série com o con-sumo de bens em massa. Tal processo contou com a parti-cipação do Estado, sobretudo nos países centrais do capita-lismo, ao reduzir os custos da reprodução da força de traba-lho com salários indiretos e a intervenção da publicidade e do marketing, estimulando hábitos e padrões consumistas.

Questões objetivas

03 Letra D 04 Letra E

05 Letra A 06 Letra D

07 Letra D 08 Letra C

Questões Discursivas

09 a) Fordista: produção em linha de montagem, em série, tarefas repetitivas, produção em massa. Pós-fordista: pro-dução regulada a partir de tarefas diárias, pouco estoque, diversificação,terceirizaçãoemaltosníveis.

b) Fordista: grandes fábricas, almoxarifados gigantescos exigindo processos de controle complexos. Pós-fordismo: desconcentração espacial, entregas diárias de peças, con-trolesimplificado,maiordinamismo.

10 A 3ª Revolução Industrial promoveu, na organização do espaço mundial, entre outras, as seguintes mudanças:

– transmissão instantânea e simultânea das informações, o que possibilita uma extraordinária agilidade para os fluxosfinanceiros.

– formação de redes que permitem a integração da “aldeia global” indiferente à divisão tradicional dospaíses.

– aumentosignificativodavelocidadeedacapacidadededeslocamento de cargas e pessoas.

– desconcentraçãoindustrialdevidoàpresençadenovosfatores locacionais, como a proximidade de centros de produção do conhecimento de novas tecnologias (tecnopolos).

11 a) Frederick Taylor (1856-1915) concebeu o que se deno-minariao“taylorismo”,quesecaracterizapor:

– aplicaçãodemétodos científicosparaobteruniformi-dade na produção e reduzir custos;

– planejamento das etapas de trabalho (metodologia para o trabalho), visando ao aumento da produção;

– treinamento de trabalhadores para produzir mais e com mais qualidade;

– especialização do trabalho (o trabalho deve ser realizado tendo em vista uma sequencia e um tempo pré-deter-minados para que não haja desperdício operacional);

– inserção de supervisão funcional e do planejamento de cargos e tarefas (todas as fases do trabalho devem ser acompanhadas, o que aumenta o controle sobre a ativi-dade e o tempo de trabalho do operário);

– ofordismo(anos20)éexpressãopráticadaconcepçãotaylorista.

b) a presença das máquinas e a necessidade do trabalha-dor de acompanhar seu ritmo para que se alcance o maior índicedeprodutividadeprovocaumasujeiçãodohomemàmáquina,sujeiçãomarcadapelarepetiçãoreflexadosmovi-mentos e pelo aparecimento de novas enfermidades liga-dasaoespaçodetrabalho.Assequenciasdofilme“Tempos Modernos”explicitamacríticanoquediz respeitoàade-quação corporal do trabalhador a esse novo mundo da pro-dução, dominado pelas máquinas.

Questões ENEM

12 Letra C 13 Letra E

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 44: Apostila qi

182 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

Módulo 3Exercícios de Fixação

01 a) Os oligopólios ocorrem quando um grupo reduzido de empresas exerce o controle sobre mercado de um país ou região. Atualmente no mundo globalizado essa prática é muito comum entre os grandes conglomerados.

b) prejuízos para a concorrência de pequenas e médias empresas; cartelização dos preços; práticas de dumping; pressãosobreosmecanismosinflacionários.

02 – Disciplinafiscal,atravésdaqualoEstadodevelimitarseusgastosàarrecadação,eliminandoodéficitpúblico;

– Liberalização financeira, com o fim de restrições queimpeçaminstituiçõesfinanceirasinternacionaisdeatuaremigualdade com as nacionais e o afastamento do Estado do setor;

– Liberalização do comércio exterior, com redução de alí-quotas de importação e estímulos á exportação, visando a impulsionar a globalização da economia;

– Eliminação de restrições ao capital externo, permitindo investimento direto estrangeiro;

– Privatização, com a venda de empresas estatais;

– Desregulamentaçãoouflexibilização, com reduçãodalegislação de controle do processo econômico e das relações trabalhistas.

Questões Objetivas

03 Letra D 04 Letra C

05 Letra D 06 Letra B

07 Letra A 08 Letra B

Questões ENEM

09 Letra B 10 Letra B

Questões Discursivas

11 a) Social-democracia e neoliberalismo.

b) Social-democracia: base em forte sistema tributário com taxação da produção e inversões em programas sociais.

Neoliberalismo:flutuaao sabordomercado cabendoao Estado a regulamentação da economia e os investimen-tos em programas sociais.

12 Dois dentre os fatores:

– disponibilidadedemãodeobraaltamentequalificada

– eficienteinfraestruturadetransporteecomunicação

– proximidade de centros de pesquisa e de tecnologia de ponta

13 a) Países em desenvolvimento e países industrializados como EUA e Inglaterra.

b) Prega que a economia só cresce através do mercado livre, a mínima intervenção do Estado na economia e a prá-tica das privatizações.

14 a) As facilidades na transmissão e obtenção de informa-ção por telecomunicações e informática favorece e acelera a capacidade de circulação de dinheiro na forma de investi-mentos, bem como é capaz de expandir as suas redes cada vez maiores e mais internacionalizadas.

b) Essespaísesadotam,emgeral,políticasrelacionadasàelevação de suas taxas de juros, para com isso atrair capitais de curto prazo. Os problemas principais dessa prática são apressão inflacionária interna seguidade recessãoeconô-mica, achatamento salarial entre outros.

Módulo 4Exercícios de Fixação

01 a) Em São Paulo o café encontrou solo fértil, clima ideal e trabalho assalariado.

b) Desmatamento da Mata Atlântica, Erosão dos solos, Diminuição do potencial agrícola, Diminuição dos recursos hídricos e Assoreamento dos rios.

02 – Acúmulo de capital com as exportações.

– Surgimento de núcleos urbanos.

– Difusão do trabalho assalariado principalmente em São Paulo.

– Formação de mercado consumidor interno.

– Surgimento de uma infraestrutura de transportes.

– Desenvolvimento do setor de energia.

Questões Objetivas

03 Letra E 04 Letra E

05 Letra C 06 Letra D

07 Letra D 08 Letra E

Questões Discursivas

09 Entre os “Nordestes” algodoeiro-pecuário e açucareiro,podemos citar como semelhanças: a presença da grande propriedade; a existência de fortes desigualdades sociais; o caráter comercial da produção agrícola. Entre as diferenças temos: a ocupação em tempo histórico diferente; a diferen-ciação climato-botânica: as densidades demográficasmaiselevadas no Nordeste Açucareiro; a malha urbana mais densa no Nordeste Açucareiro.

10 Aexpansãodarede ferroviáriaaté1930,maiornaregiãoSudeste do Brasil, pode ser explicada:

– pela“marchadocafé”atravésdoValedoParaíba,sulde Minas, oeste de São Paulo e norte do Paraná.

– pela valorização do café no mercado externo que esti-mulou o investimento de capitais na construção de ferrovias, associada a projetos de colonização.

– pelo fato da agricultura do café ser extensiva, aumen-tando a produção através da incorporação de novas áreas, o que exigiu a expansão da rede ferroviária no interior.

11 a) Modelo agroexportador predominante até a década de30,que tevenascidadesda faixa litorâneao seueixonevrálgico.

Modelo industrial fundado na concentração de capitais, infraestrutura de serviços e força de trabalho, sediado nas cidades da faixa litorânea, especialmente no centro-sul.

b) A expansão de empreendimentos imobiliários em Recife, Fortaleza e Salvador, sobretudo nas áreas considera-das“nobres”(orlamarítima).

O crescimento do turismo e o papel do setor de serviços como elemento da concentração de população.

As profundas desigualdades socioeconômicas no campo e a fragilidade da rede urbana, promovendo a maior con-centração populacional nas capitais.

Questões ENEM

12 Letra C 13 Letra A

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 45: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 183

Módulo 5Exercícios de Fixação

01 A ação do Estado foi fundamental para desencadear o pro-cesso de industrialização brasileira, por exemplo, criando empresas estatais, como a antiga Companhia Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional, para investir na indústria de base. Sem elas não seria possível a implantação de indústria de bens de consumo duráveis.

02 – Ampliação da indústria de base – no contexto da 2ª Guerra Mundial, os acordos entre os governos brasileiro e norte-americano resultaram na implantação da CSN (Com-panhia Siderúrgica Nacional), fator decisivo para o desen-volvimento da indústria de base no País.

– Política de substituição das importações – em razão das dificuldadesdeimportaçãodeprodutosdevidoaoenvolvi-mento dos países na Guerra (Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos), várias indústrias se desenvolveram no Brasil, visando a produzir o que não se poderia obter mais com o comércio de importação.

– Processo de urbanização – o paulatino desenvolvimento capitalista no Brasil promoveu acentuado processo de urbani-zação. Em busca de empregos na indústria, milhares de pes-soas se deslocaram para os principais centros urbanos do País.

– Ampliação das desigualdades regionais – o processo de industrialização concentrou-se nas regiões Sul e Sudeste, gerando expressivo desequilíbrio entre as regiões brasileiras.

Questões Objetivas

03 Letra B 04 Letra D

05 Letra E 06 Letra B

Questões Discursivas

07 a) A região Nordeste passou por um processo de industria-lização mais recente comparativamente ao Sudeste. Devido a suas condições locacionais, infraestruturais, dos inves-timentos e da qualificação de suamãode obra, a regiãoNordeste desenvolveu mais o setor de bens de consumo não duráveis como os setores alimentício, calçadista, têxtil e construção civil. São setores relativamente mais simples e suas cadeias produtivas tem maior capacidade de contratar mão de obra, com vantagens comparativas para uma região carente de atividades.

b) A concentração histórica de capital na região Sudeste, foigeradoradenovasnecessidadesdeconsumoediversifi-cação. Isso acaba transformando a região na maior concen-tração industrial do Brasil, caracterizado por setores os mais variados, com unidades de produção que vão desde as mais simples, bens de consumo não duráveis, como alimentícia e construção civil, até as mais complexas e desenvolvidas como informática e aviação, passando pela indústria pesada como siderúrgicas. A evolução tecnológica e comercial criou novas demandas e mudanças locacionais, favorecendo a descen-tralização da produção e o surgimento de tecnopolos que concentram áreas de formação de mão de obra, pesquisa e produção e com níveis cada vez maiores de automação quemodificamaestruturafuncional,demandandocadavezmenos trabalhadores. São fatos que exigem novas política públicasdequalificaçãoelocalizaçãodamãodeobracomênfase a novas possibilidades como serviços e terceiro setor.

08 a) Oprocessodeindustrializaçãobrasileirade1930desen-volveu-se apoiado em medidas protecionistas, apoiado na substituição das importações com capital nacional e voltada para a produção de bens não duráveis ao mercado interno.

Oprocessodeindustrializaçãobrasileirade1950desenvol-veu-se no contexto de expansão do capital multinacional. Ocorre no Brasil uma grande entrada de empresas estran-geiras voltadas para a produção de diferentes mercadorias, especialmente, aos produtos de bens de consumo duráveis.

b) Ocorreu a intensificação do processo de urbani-zação e a solidificação do centro-sul como a principal área geoeconômica do país, por nela se concentrarem os principais polos de desenvolvimento industrial, dentre os quais se destacaram os do eixo industrial São Paulo-Rio-Belo Horizonte. Ocorreu também a ampliação das desigualdades regionais nesse período.

Questões ENEM

09 Letra E 10 Letra A

Módulo 6Exercícios de Fixação

01 O Plano de Metas foi executado pela política econômica do governo JK. Esse projeto priorizou o setor de transportes, a educação, a produção de alimentos, o desenvolvimento daindústriadebaseeaconstruçãodeBrasília,foidefinidaem um documento que sintetizava 31 objetivos, gerando o endividamento da máquina estatal e aprofundando as dis-paridades macrorregionais.

02 Entre as razões o candidato pode citar:

– estímuloseincentivosdadosàsempresasdosetor.

– concentração espacial das indústrias de autopeças.

– a infraestrutura herdada do complexo cafeeiro (instala-ções portuárias, rede ferroviária, energia).

– mãodeobraqualificada.

– mercado consumidor

– redebancáriaefinanceira.

Questões Objetivas

03 Letra B 04 Letra B

05 Letra B 06 Letra E

07 Letra E 08 Letra A

Questões Discursivas

09 Foram concedidas amplas facilidades para o ingresso em nosso país de investimentos estrangeiros;

Coube ao Estado, apenas, o controle sobre o setor de bens deprodução,ficandocomosinvestidoresestrangeirosapro-dução de bens de consumo duráveis.

10 Entre as consequências negativas podem ser listadas a dependência econômica em relação aos investimentos do capital internacional, o crescimento da dívida pública, o crescimento da inflação, a queda do poder aquisitivodo salário real e aumento nos índices de concentração de renda, a migração de trabalhadores rurais para a as zonas urbanas, dentre outras.

11 – Interiorização do povoamento e das atividades econômicas;

– Posição central facilitando a integração territorial;

– Distanciamentodaspressõespolíticaseconflitossociaisno Rio de Janeiro;

– AfirmaçãodequeoBrasilnãodependemaisexclusiva-mente da fachada atlântica para seu desenvolvimento;

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 46: Apostila qi

184 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

– Posição central no divisor d’águas das três grandes bacias hidrográficas(Paraná/Paraguai,SãoFrancisco,Amazônia);

– Posição estratégica capaz de reorientar o conjunto das redes logísticas (transportes, energia, telecomunicações etc.).

12 Entre os motivos que explicam o predomínio dos supermer-cados e hipermercados nas vendas ao consumidor estão: produtos mais baratos devido a sua maior capacidade de estocagem, ao poder de barganha com os fornecedores e à reduçãodonúmerode intermediáriosnacadeiacomer-cial, o que reduz a especulação dos atacadistas comerciais do passado. O acesso direto dos consumidores aos produtos; os grandes espaços de venda que permitem maior diver-sidade de oferta de produtos; a possibilidade de compras comformasdepagamentoflexíveistambémexplicamessepredomínio.

Questões ENEM

13 Letra A 14 Letra E

Módulo 7Exercícios de Fixação

01 Nointervaloentre1968e1973,opaísexperimentouíndi-ces de crescimento econômico espetaculares, com uma taxa média de crescimento da economia no período superior a 10%doPIB,associadaabaixastaxasdeinflação.

02 Nadécadade1980semanifestouasdiversasconsequênciasnegativas da fragilidade e do esgotamento do modelo eco-nômico adotado. Merece destacar a (o):

– Recessão econômica;

– Hiperinflação;

– Falência de empresas, em especial as de capital nacional;

– Arrocho salarial;

– Aumento dos índices de desemprego e de subemprego;

– Atraso tecnológico.

Questões Objetivas

03 Letra D 04 Letra C

05 Letra D 06 Letra C

07 Letra E 08 Letra D

Questões Discursivas

09 a) OcandidatopodeidentificarumadasseguintesaçõesEstatais:

– A forma de atuação Estatal mais conhecida é o pro-gramadeincentivosfiscaisimplantadopelaSUDENEdesdeoiníciodadécadade1960,focadonaindustrialização.

– Em 1974, como desdobramento dessa política, foicriado o FINOR, fundo operado pelo Banco do Nordeste Brasileiro (onde deveriam ser depositados os capitais dedu-zidos do imposto de renda) e administrado pela SUDENE.

– Nosanos1970,oEstadorealizouumimportantepro-grama de investimentos públicos. Nesse momento, a Petro-bras implantou na Bahia o Polo Petroquímico de Camaçari e, maistarde,aCia.ValedoRioDoce(àépocaEstatal)imple-mentou o Programa Grande Carajás, com parte de seus investimentos localizados no Maranhão (o projeto ALUMAR, por exemplo). Nessa linha, merecem ainda referência os investimentos realizados pelo sistema Eletrobrás, desenvol-vidos no setor industrial e de serviços.

– Comrelaçãoàsmodernasatividadesagráriasbaseadasem grandes projetos de irrigação, o Estado foi responsável pela instalação da maior parte da infraestrutura de captação e distribuição da água. A expansão bem sucedida da soja, no oeste baiano e certas áreas do Maranhão e do Piauí, bene-ficiou-se tambémemgrandemedida da ação Estatal,poisresultou de avanços tecnológicos que permitiram o cultivo doprodutonoscerrados(financiadospelaEMBRAPA),bemcomo de subsídios governamentais e investimentos públicos em infraestrutura.

b) A industrialização ocorrida na região Nordeste a partir dadécadade1970alterousensivelmenteopanoramaante-rior.Impulsionadapelapolíticadeincentivosfiscaisefinan-ceiros,aindústrianordestinacresceuediversificou-se.

Com a grande expansão do setor de bens de consumo duráveis, verificada à época no país, havia a necessidadede ampliar a infraestrutura e a produção de bens interme-diários e de bens de capital. No Nordeste, foram os seg-mentos produtores de insumos (bens intermediários) que receberam a maior parte dos recursos provenientes do sis-tema de incentivos. É assim que, além do polo petroquímico de Camaçari, são também instalados na região o complexo minero-metalúrgico do Maranhão, o polo de fertilizantes de Sergipe e o complexo da salgema em Alagoas. Conside-rando o tipo de indústria instalado, cabe destacar o novo papel assumido pelo Nordeste na divisão inter-regional do trabalho, no Brasil. Trata-se de uma divisão inter-regional do trabalho industrial, na qual se constata, pelo lado do Nor-deste, uma situação de complementaridade e dependência em relação ao Centro-Sul (sobretudo São Paulo).

10 1970-80:expansãodeprodução,“milagreeconômico”,cré-dito externo fácil, petróleo barato (infraestrutura própria) e mercado consumidor.

1980-90:choquesdopetróleo-nadécadaanterior,reces-sãoeconômica,flutuaçãode juros,altanadívidaexterna,déficit comercial na conta petróleo, retração domercadointerno, esforço de exportações para equilibrar a balança, desemprego-“décadaperdida”conjuntural.

1990-97: globalização - desregulamentação, entrada denovasmontadoras,controlefiscalemonetário,aumentodopotencial de consumo, aumento das exportações, porém desemprego estrutural devido ao grau de automação.

Questões ENEM

11 Letra A 12 Letra C

Módulo 8Exercícios de Fixação

01 Entre os fatores podemos enumerar:

1. A redução da oferta e encarecimento do valor dos terrenos;

2. Os impostos elevados;

3. Os intensos congestionamentos de trânsito;

4. A presença de organizações sindicais com longa tradi-ção reivindicativa;

5. Os elevados índices de poluição atmosférica;

6. O aumento dos índices de violência urbana.

02 Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto deideias políticas e econômicas capitalistas que defende a redu-ção ou não participação do estado na economia, combatendo os gastos públicos e reduzindo os investimentos sociais.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 47: Apostila qi

3ª Série EM – Vestibular – Volume 1 | 185

Questões Objetivas

03 Letra A 04 Letra B

05 Letra B 06 Letra B

07 Letra D

Questões Discursivas

08 a) Modificandosuaspolíticasdearrecadação,incentivoseisençõesfiscaisparaatraircapital.

b) A transferência da fábrica da Ford no Rio Grande do Sul para a Bahia.

c) Implantação de infraestrutura e outras facilidades.

09 a) Maior concentração demográfica;maior concentraçãode capital; existência de densa rede ferroviária; densa rede rodoviária; grande mercado consumidor; grande disponi-bilidade de mão de obra; aproveitamento energético dos cursos de água; proximidade dos dois principais portos; pre-sença da capital federal (Rio de Janeiro).

b) Osaltoscustosdosimpostoseointensofluxodetrans-portesecomunicações,acarretando“congestionamentos”eprejudicando a produção.

10 a) O processo de desconcentração industrial se dá em função,principalmente,daguerrafiscal(isençãoefacilida-desfiscais)edabuscadadiminuiçãodocustodaprodu-ção (menor carga tributária, mão de obra mais barata e infraestrutura menos saturada, etc.). Acrescenta-se, ainda, o desenvolvimento das telecomunicações.

b) Umfenômenogeográficodecorrentedadesconcentra-ção industrial é a maior distribuição da riqueza e da popu-lação ao longo do território nacional, a partir da expansão da estrutura e do dinamismo do setor industrial em direção a outras regiões do país.

Questões ENEM

11 Letra C 12 Letra C

Exercícios ComplementaresQuestões Objetivas

01 Letra B 02 Letra B

03 02+04+08+16=30

04 V-F-V-F-V

05 Letra B 06 Letra D

07 02+04+32=38

08 Letra E 09 Letra C

10 Letra D 11 Letra C

12 Letra B 13 Letra C

14 Letra A

Questões Discursivas

15 a) Uma dentre as características:

– ocupação praticamente restrita ao litoral.

– estabelecimentode“ilhaseconômicas”isoladas.

– ausência de um espaço nacional integrado.

– articulação regional para fora (mercado externo).

– vivência do auge de prosperidade de uma região no mesmo tempo da decadência de outras.

Fator: industrialização.

b) Uma dentre as características do segundo período:

– integraçãocadavezmaiordoespaçogeográficodopaís.

– interdependência das diversas áreas ou regiões.

– expansão da rede de transportes ligando as diversas áreasdopaísàsduasmetrópolesnacionais.

– estabelecimento de uma divisão regional do trabalho comandada pela produção industrial do Centro-Sul (orientação centro-periferia).

– adoção de políticas de proteção regional.

– presença de dois subperíodos, um de grande concen-tração espacial da dinâmica econômica e outro de modestadesconcentraçãoapartirdosanos70.

Uma dentre as características do terceiro período:

– opção de manutenção do mercado solto comandando todo o processo.

– retirada progressiva do Estado como regulador das decisões.

– ampliação das diferenças entre as regiões com a tendên-ciadeunificaçãodetratamentoditadapelomercado.

– estruturas regionais redefinidas por estratégias deempresas globais.

– enfraquecimento das políticas regionais.

– prioridade na interconexão entre os espaços economi-camente mais dinâmicos do país e o mercado global.

16 a) Pós-fordista,neofordistaouflexível.

Uma dentre as características:

– maiorníveldequalificação.

– redução de níveis hierárquicos na produção.

– visão ampla dos processos produtivos da empresa.

– maior envolvimento na atividade produtiva em função da participação nos lucros da empresa.

b) Duas dentre as consequências:

– possibilitar a redução do quadro de pessoal.

– reduzir o espaço necessário para estocagem.

– atenderaumademandadiversificadadomercadocon-sumidor mundial a partir de um único produto.

– possibilitar a redução do número de fábricas da empresa no mundo, atendendo ao mesmo mercado consumidor.

– fabricaroveículodeacordocomasespecificaçõesenco-mendadasporcadacliente,reduzindooriscode“encalhe”.

– reduzir a quantidade de componentes manipulados pela empresa e, consequentemente, os custos de estocagem.

– facilitar o processo de adaptação de um mesmo pro-duto a diferentes legislações nacionais de padronização e qualidade industrial.

17 Uma dentre as mudanças e sua respectiva relação:

crescimento da produção e do consumo de produtos de alta tecnologia.

– alto valor desses produtos em relação ao seu pequeno volume.

expansão do comércio eletrônico.

– compra de mercadorias a distância facilitada pelo comércio via Internet.

fragmentação da produção industrial.

– crescimento das práticas de terceirização.

Geog

rafia

1 Geografia 1

Page 48: Apostila qi

186 | 3ª Série EM – Vestibular – Volume 1

sistema Just-in-Time.

– necessidadedeprecisãoeconfiabilidadenaentregadecomponentes terceirizados.

18 Entre os fatores locacionais que favorecem o desenvolvi-mento destas atividades, destacam-se: a) disponibilidade de mãode obra qualificada; b) presença ouproximidadedeuniversidades e de laboratórios de pesquisa; c) atuação dos governos-federal,estadualemunicipal-noapoiodadoàsassociações entre atividades de pesquisa e produção e na concessãodeincentivosfiscais;d)infraestruturadecomuni-cação; e) existência de amenidades e grandes espaços livres, que contribuem para a melhoria da qualidade de vida.

19 Entre as razões podemos destacar:

– mão de obra abundante, mais barata e menos sindica-lizada nos Estados do Nordeste, com mudanças nas normas dos contratos de trabalho;

– disponibilidade de matéria-prima para este tipo de indústria;

– vantagensfiscaisedeinfraestruturaoferecidaspelosgover-nos estaduais para atrair indústrias de calçados, antes predomi-nantemente instaladas no Rio Grande do Sul e em São Paulo;

– vantagem da localização em relação aos mercados do Hemisfério Norte;

– financiamentosdoBancodoNordestedoBrasil(BNB)na área da SUDENE.

20 – O modelo fordista caracteriza-se por sistemas de produção verticalmente integrados, que alimentam crescentes economias internas. No pós-fordismo, a produção resulta de uma articu-lação em redes que agregam numerosas pequenas e médias empresasadaptadasàsmudançasglobaisdaeconomia.

– No fordismo, predomina a produção rígida em grandes concentrações industriais. No pós-fordismo, a produção é predominantementeflexívelevoltadaparaatecnologiadepontaeautomatização,configurandoostecnopolos.

– No Fordismo, há uma grande dependência das matérias--primas e das áreas fontes de energia; já no pós-fordismo, ocorre pequena dependência das fontes de matérias-primas pesadas.

– Na organização da produção de base fordista, ocorre uma concentração dos meios de produção (tanto a nível social como espacial)associadaàsjazidascarboníferasereservasminerais,intensa utilização de energia, grandes aglomerações urba-nas. No pós-fordista, ocorre uma descentralização da produ-ção, buscando novas áreas e novas fontes de matérias-primas dentro e fora do país (internacionalização da produção).

– Na base fordista, a produção se dá em série para os mer-cados de massa (grande escala), com redução de preços, na intenção de ampliar o mercado de consumo. O pós-fordismo tende a diferenciar os produtos para evitar os mercados satu-rados, priorizando determinados segmentos de consumo.

– No fordismo, na organização do trabalho, ocorre uma separação das funções de concepção (administração, pes-quisa e desenvolvimento) das funções de produção, ou seja, rígida divisão entre o trabalho manual e o trabalho intelec-tual.Nopós-fordismo,encontramosavalorizaçãodoprofis-sional com múltiplas experiências, criatividade.

Questões ENEM

21 Letra D 22 Letra D

23 Letra E 24 Letra D

Anotações

........................................................................................................

.......................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

.......................................................................................................

........................................................................................................

.......................................................................................................

.......................................................................................................

........................................................................................................

.......................................................................................................

.......................................................................................................

........................................................................................................

.......................................................................................................

.......................................................................................................

.......................................................................................................

........................................................................................................

.......................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

.......................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

.......................................................................................................

.......................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

.......................................................................................................

........................................................................................................

.......................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

........................................................................................................

.......................................................................................................

.......................................................................................................

........................................................................................................

.......................................................................................................

.......................................................................................................

Geog

rafia

1 Geografia 1