apostila minerais e rochas
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MINERALOGIA MACROSCÓPICA
CONCEITO DE MINERAL:
Um mineral é um sólido homogêneo, de ocorrência natural, inorgânicamente formado, com uma composição química
definida e um arranjo atômico ordenado.
a) O qualificativo de OCORRÊNCIA NATURAL é essencial, já que é possível reproduzir muitos minerais em laboratórios
químicos. Por exemplo: evaporando-se uma solução de NaCl produzem-se cristais indistinguíveis dos do mineral
HALITA. Mas tais cristais reproduzidos em laboratórios não são minerais. O gênio humano é capaz de reproduzir uma
grande variedade de substâncias artificiais em seus laboratórios. Assim, já forma produzidos diamantes sintéticos (à
pressão de 15 x 106 lb/pol2 e 2800ºC), rubis, safiras, alexandritas, espinélios, esmeraldas, rutilos.
b) Um mineral é um SÓLIDO HOMOGÊNEO, quer dizer, consiste de uma só fase sólida, um só tipo de material, que não
pode ser separado em composto simples por nenhum método físico. Este requisito elimina os líquidos e os gases. Isto
parece bastante arbitrário: o gelo é um mineral (um dos mais comuns), mas a água não é em mineral. Alguns
mineralogistas disputam esta restrição.
c) A restrição de que um mineral é uma SUBSTÂNCIA INORGÂNICAMENTE FORMADA elimina aqueles compostos
sólidos e homogêneos formados por animais e plantas. Assim, as conchas e a pérola de uma ostra, compostos de
CaCO3 e indistingüíveis química e fisicamente do mineral aragonita, não são considerados como minerais. Esta restrição
não impede, contudo, que compostos orgânicos sejam minerais. Poucas destas substâncias (hidrocarburetos sólidos,
oxalatos de cálcio e outros compostos) foram encontrados em turfas e carvões, oriundos da destilação dos produtos de
combustão natural de matéria orgânica.
d) O requisito de uma COMPOSIÇÃO QUÍMICA DEFINIDA implica que um mineral é um composto químico, e todo
composto químico tem uma composição química que é claramente expressa por uma fórmula. As fórmulas dos minerais
podem ser simples ou complexas, dependendo do número de elementos presentes e as proporções nas quais estão
combinados. É importante distinguir entre uma composição química definida e composição química fixa; muitos minerais
variam na composição (isto é, a composição não é fixa), mas esta variação está dentro de limites definidos. Por
exemplo: turmalina – XY3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4, onde X = Na e/ou Ca e Y = Al, Fe, Li e/ou Mg.
e) Um arranjo ATÔMICO ORDENADO é o critério do estado cristalino. Outra forma de expressar isto é dizer que os
minerais são sólidos cristalinos. Sob condições favoráveis de formação, o arranjo atômico ordenado pode se expressar
em forma de externa através de cristais geometrizados. De fato, a presença de um arranjo atômico ordenado nos sólidos
cristalinos foi deduzido à partir da regularidade externa dos cristais, muito antes dos raios X proporcionarem os meios de
demonstrá-lo. Há sem dúvida, umas poucas excessões a este requerimento e estas substâncias são denominadas
MINERALÓIDES.
MINERALOGIA FÍSICA
I – PROPRIEDADES FÍSICAS
1 – Partição
Alguns minerais desenvolvem planos de menor resistência estrutural e quando são submetidos a tensão ou pressão,
se rompem ao longo desses planos, caracterizando uma partição.
2 – Clivagem
Quando um mineral, submetido a uma força adequada, se rompe produzindo superfícies planas definidas, paralelas
aos planos de átomos que possuem ligações fracas entre si. A clivagem é sempre paralela às faces ou às possíveis faces do
cristal.
Ao se descrever uma clivagem, indica-se:
a) direção cristalográfica – pelo nome ou índices da forma a que a clivagem é paralela
b) sua qualidade – perfeita (faces planas, lisas e brilhantes)
- boa
- regular
- ruim
c) facilidade de produção – proeminente
- não proeminente
3 – Fratura
Maneira pela qual um mineral se rompe fora das superfícies de clivagem ou partição.
a) Conchoidal, concoidal ou concóide: quartzo, vidro
b) Fibrosa ou estilhaçada: amianto, gipsita, serpentina
c) Serrilhada; maioria dos metais
d) Escamosa: sericita, fuchsita, especularita, talco
e) Terrosa: caulim, garnierita
f) Granular: magnetita
g) Desigual ou irregular: maioria dos minerais
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4 – Dureza
Resistência que a superfície lisa de um mineral oferece ao ser riscado. Depende da estrutural do cristal. Quanto
mais forte a ligação atômica, mais duro o mineral.
ESCALA DE DUREZA DE MOHS:
Dureza Mineral Composição Determinação
1 Talco Mg3(Si4O10)(OH)2 Riscado pela unha
2 Gipsita CaSO4*2H2O Riscado pela unha
Risca D1
3 Calcita CaCO3 Riscado por agulha de cobre
Risca D1e 2
4 Fluorita CaF2 Riscado pelo aço e pelo vidro
Risca D1, 2 e 3
5 Apatita Ca5(Cl, F, OH) (PO4)3 Riscado pelo aço e pelo vidro
Risca D1, 2, 3 e 4
6 Ortoclásio K(AlSi3O8) Risca o vidro
Risca D1, 2, 3, 4 e 5
7 Quartzo SiO2 Risca o vidro
Risca D1, 2, 3, 4, 5 e 6
8 Topázio Al2(SiO4)(F, OH)2 Risca o vidro
Risca D1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7
9 Coríndon Al2O3 Teoricamente corta o vidro
Risca D1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8
Riscado só pelo diamante
10 Diamante C Corta o vidro
Risca todos os outros minerais
Só é riscado por outro diamante
Minerais de mesma dureza não de riscam ou se riscam facilmente.
5 – Tenacidade
Resistência que um mineral oferece ao ser rompido, esmagado, curvado ou rasgado. É sua força de coesão.
O mineral pode ser classificado, quanto a sua tenacidade, em:
a) Frágil ou quebradiço – aquele mineral que se quebra ou pulveriza facilmente.
Ex.: diamante, quartzo, turmalina, berilo e silicatos em geral
b) Tenaz – aquele mineral que não de rompe com facilidade.
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Ex.: hematita
c) Maleável – aquele mineral que pode ser facilmente transformado em lâminas delgadas por percussão.
Ex.: ouro, cobre, prata, platina, ferro
d) Séctil – quando o mineral pode ser cortado em aparas delgadas por um canivete.
Ex.: talco, bismuto.
e) Dúctil – aquele mineral que pode ser estirado para formar frios.
Ex.: ouro, prata, cobre, platina.
f) Flexível – um mineral que pode ser encurvado, mas que não retoma a forma primitiva quando cessa a pressão.
Ex.: pirofilita, ouro, cobre, prata.
g) Elático – aquele mineral que depois de encurvado, retoma a sua forma original, ao cessar a pressão.
Ex.: moscovita.
6 – Densidade
Relação entre o peso do mineral e o volume igual de água a 4ºC. Assim, um mineral de densidade 3 pesa 3 vezes
mais que o mesmo volume de água.
A densidade relativa depende de:
a) A espécie de átomos que compõem o mineral.
b) O arranjo atômico apresentado pelo mineral.
Os minerais não metálicos mais comuns e abundantes estão dentro da faixa de densidade relativa média de 2,65 a
2,75. Os minerais metálicos apresentam uma densidade relativa média em torno de 5,0.
II – PROPRIEDADES ÓTICAS
1 – Cor
A cor depende da absorção seletiva da luz. Por exemplo: um mineral que apresenta cor verde absorve todos os
lambdas do espectro luminoso, com exceção daqueles que associados dão a sensação de verde.
De acordo com as variações de cores apresentadas, os minerais podem ser classificados em:
a) Minerais idiocromáticos: - aqueles que têm sempre a mesma cor.
- todos os metais: Au, Cu, Pt, Fe, Ag.
- todos os minerais de brilho metálico.
- alguns sulfetos, óxidos, silicatos e
carbonatos.
b) Minerais alocromáticos: - aqueles que apresentam variações de cor.
- todos os minerias de brilho não metálico.
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A cor dos minerais alocromáticos está diretamente relacionada com substâncias que contêm Ti, V, Cr, Mn, Fe, Ni,
Co, Cu, que são átomos que possuem elétrons de valências faceis de sair de suas órbitas, e são eles os que absorvem
parte da energia luminosa. Sâo denominadas de ÍONS CROMÓFOROS.
- Cu produz cores verdes e azuis nos minerais oxidados.
- Cr produz cor verde.
- Mn produz cor violeta.
- Ti produz cor vermelha.
- Fe produz cores verdes escuras a preto.
- Fe produz cores vermelhas.
2 – Traço
É a cor do pó fino de um mineral. A cor do traço é a verdadeira cor do mineral. Para determiná-lo usa-se uma placa
de porcelana não pólida, de dureza igual a 7. Minerais de dureza igual ou superior a 7 não deixam traço na porcelana, por
isso são ditos incolores.
3 – Jogo de cores
Quando se gira um mineral perto de um foco de luz, vêem-se várias cores espectrais em rápida sucessão, em seu
interior. Esse efeito é devido à geometria da cristalização do mineral.
Ex.: diamante, opala preciosa.
4 – Iridescência
Quando as cores espectrais que aparecem no interior ou na superfície de um mineral são devidas a impurezas ou
planos de clivagem e fratura ou revestimentos na forma de películas finas.
a) No interior – pequenas fraturas, planos de clivagem ou impurezas.
b) No exterior – presença de uma película ou revestimento superficial delgado.
5 – Diafaneidade
Propriedade que permite a passagem da luz através do mineral.
a) Transparente – quando se pode observar perfeitamente o contorno de um objeto através de um mineral.
b) Translúcido – quando a luz atravessa o mineral, mas não pode-se ver nada através dele.
c) Opaco – quando a luz não atravessa o mineral, mesmo nas bordas mais finas.
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6 – Brilho
Capacidade de reflexão da luz incidente.
a) Brilho metálico – substâncias opacas
metálico reluzente: - metais nativos – Au, Pt, Ag, Cu
- sulfetos em geral
semi – metálico: - na maioria dos minerais metálicos
b) Brilho não metálico – substâncias transparentes a translúcidas
adamantino – diamante, coríndon, zircão, rutilo, cerussita
vítreo – sulfatos, silicatos, carbonatos em geral
resinoso ou ceroso – gipsita, esfarelita, realgar
gorduroso ou graxo – enxofre, nefelina, quartzo rosa
sedoso – malaquita, gipsita, amiantos, talco, fuchsita
nacarado ou perláceo – fuchsita, lepidolita, gipsita, talco
7 - Luminescência
Emissão de luz de um mineral causada por desintegração atômica.
a) Triboluminescência – os minerais se tornam luminosos ao serem esmagados, riscados ou esfregados.
Ex.: calcita, fluorita, feldspatos em geral, esfarelita, lepidolita.
b) Termoluminescência – emissão de luz por aquecimento à uma temperatura abaixo do vermelho (50ºC e 100ºC).
Ex.: calcita, apatita, escapolita, fluorita, lepidolita, feldspatos em geral.
c) Fluorescência – minerais se tornam lumiosos durante a exposição à luz ultravioleta, aos raios catódicos ou aos raios X.
Ex.: fluorita, escapolita, calcita, diamante.
d) Fosforescência – quando a luminescência perdura apósa interrupção dos raios excitantes.
Ex.: fluorita, calcita.
III – PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
1 – Magnetismo
Minerais magnéticos são aqueles que são atraídos pelo imã, em seu estado natural. Os dois únicos minerais
comuns magnéticos são:
magnetita – Fe3O4
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pirrotita – Fe(1-x)S
IV – PROPIEDADES QUÍMICAS
1 – Polimorfismo
Quando diferentes minerais possuem a mesma composição química, mas as formas cristalinas diferentes, tendo
portanto, muitas outras propriedades diferentes.
Ex.: diamante – C calcita – CaCO3
grafita – C aragonita – CaCO3
2 – Isomorfismo
Quando vários minerais possuem uma composição química diferente, mas análoga, cristalizando, todavia, na
mesma forma ou similar.
Ex.: Feldspatos
Granadas
Amiantos
MINERAIS PETROGRÁFICOS
De um total de mais de 3000 espécies minerais, um pouco mais de 100 são comumente encontrados nas rochas.
1 – Minerais Primários
a) Essenciais – são aqueles que dão nome às rochas
b) Acessórios – ocorrem subordinadamente em pequena quantidade, mas são sempre encontrados em quase todas as
rochas.
c) Varietais – aqueles que, por um determinado motivo físico ou químico, podem mudar o nome da rocha, isto é,
estabelecer variedades nesta mesma rocha.
2 – Minerais Secundários
Aqueles que se formam depois dos outros. São produtos de alteração dos minerais já existentes.
As associações minerais são as características diagnósticas mais importantes nos estudos das rochas, sendo
resultado da química e, conseqüente, das circunstâncias físico-químicas sob as quais eles se cristalizaram.
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PETROGRAFIA MACROSCÓPICA
As rochas são classificadas em três grupos, de acordo com a sua origem, a saber:
a) Rochas Ígneas ou Magmáticas - de origem plutônica e vulcânica.
b) Rochas Sedimentares – originária de material secundário depositado nas bacias.
c) Rochas Metamórficas – oriundas da transformação de rochas magmáticas e sedimentares.
Ciclo das rochas
Magma CristalizaçãoRochas Igneas Fusão
Transporte Rochas Metamórficas
Erosão
Sedimentos Metamorfismo
Litificação
Rochas Sedimentares
As rochas magmáticas e metamórficas constituem cerca de 95% do volume total da crosta, mas ocupam apenas
25% da sua superfície.
As rochas sedimentares contribuem com apenas 5% do volume, mas recebem 75% da superfície terrestre.
ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS
Magma
É um fluido natural, geralmente muito quente, constituído de uma solução mútua de silicatos, óxidos, sulfetos,
carbonatos e água, mantidos em solução pela pressão (definição de Grout).
O termo magma pode conter fluídos nos quais os cristais podem ser residuais à partir de um fusão, ou se
encontrarem em estado de formação.
Tipos de Magma
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a) Primário - basáltico
- granítico
Ambos encontrados na ASTENOSFERA
b) Secundário - origina-se por diferenciação do primário e por refusão (ANATEXIA).
Composição do Magma
a) Fase cristalina – cristais em formação ou residuais
b) Fase líquida – íons e moléculas
c) Fase gasosa – CO2, F, Cl e H2O
Magma basáltico – 66% de SiO2 ou menos
(amostras escuras)
Magma granítico – 76% a 79% de SiO2
(amostras claras)
Quando um magma se resfria, cada mineral cristaliza à medida que alcança o seu ponto se supersaturação. Em
geral, os minerais escuros (máficos) e os que contêm as menores quantidades se sílica são os primeiros a cristalizar; os
minerais ricos em sílica e claros (félsicos) são os últimos.
Para a classificação das rochas magmáticas, o primeiro aspecto a ser observado é se a rocha originou-se de um
magmatismo plutônico ou vulcânico. Depois observa-se o tipo de magma resfriado: se basáltico ou granítico. Por fim analisa-
se a textura, estrutura e a composição mineralógica, dando-se então nome à rocha.
Textura
Conjunto de feições de uma rocha, resultante das características de suas unidades fundamentais (minerais) e o seu
arranjo.
Estrutura
Conjunto de macro - feições de uma rocha, reconhecíveis no campo, tais com bandeamentos, fraturas, etc.
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS MAGMÁTICAS SEGUNDO A TEXTURA
1 – Cristalinidade ou grau de cristalização
a) Só cristais – HOLOCRISTALINAS
b) Só vidro – HOLOHIALINAS
c) Cristais e vidros – HIPOHIALINAS ou HIPOCRISTALINAS
2 – Granularidade ou tamanho dos grãos
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Depende de:
Velocidade de resfriamento;
Composição do magma;
Viscosidade do magma;
Nucleação
Movimento do magma.
a) Afanítica – os cristais não são observados a olho nú.
b) Fanerítica – os cristais são visíveis a olho nú
Fina – cristais menores que 1mm
Média – cristais entre 1 e 5mm
Grossa – cristais entre 5mm e 3cm
Muito grossa – cristais entre 3 e 5cm
Pegmatítica – cristais maiores que 5cm.
3 – Forma dos cristais
a) Cristais euédricos, idiomorfos ou automorfos – forma externa total ou quase totalmente delimitado por faces cristalinas.
b) Cristais subédricos ou hipidiomorfos – forma externa parcialmente formada por faces cristalinas.
c) Cristais anédricos, xenomorfos ou alotriomorfos – forma externa sem faces cristalinas.
4 – Arranjo entre grãos
a) Textura equigranular – cristais do mesmo tamanho
Panxenomórfica ou oplítica – cristais anédricos
Panidiomórfica ou lamprofítica – cristais euédricos
Hipidiomórfica ou granítica – cristais euédricos, subédricos e anédricos
b) Textura inequigranular – cristais de tamanhos diferentes
FENOCRISTAIS – cristais de tamanho maior, intratelúricos; são os primeiros a cristalizarem.
MATRIZ ou MASSA FUNDAMENTAL – corresponde à parte final que cristaliza; pode ser constituída de cristais (MATRIZ
PORFIRÍTICA) ou de vidro (MATRIZ VITROFÍRICA).
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CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS MAGMÁTICAS SEGUNDO A ESTRUTURA
I – ROCHAS EXTRUSIVAS EFUSIVAS E VULCÂNICAS
1 – Escape de gases
a) Estrutura vesicular
b) Estrutura amgdalóide – vesículas preenchidas
c) Estrutura escoriácea – grande quantidade de vesículas
- escórias
d) Estrutura de pomes – vesículas estiradas pelo movimento de fluídos
- pedras pomes, ejetólitos.
2 – Movimento
a) Estrutura fluidal ou orientada de fluxo – paralelismo dos minerias ou das vesículas
b) Estrutura cordada ou pahoehoe – aspecto de cordas
c) Estrutura de blocos ou aa
d) Estrutura almofadada ou pillow lava – ocorre em derrames subaquáticos
e) Túneis
f) Estrutura fragmentária ou piroclástica
Piroclastos – fragmentos atirados pelos vulcões
- cinzas – menores que 5mm de diâmetro
- lapilli – entre 5 e 32mm de diâmetro
- bombas – maiores que 32mm de diâmetro
Piroclastos compactados – tufo vulcânico – constituído por cinzas
- aglomerado vulcânico – constituído por bombas (arredondadas).
- brecha vulcânica – constituída por blocas angulosos.
3 – Rápido resfriamento
a) Diáclases – rachaduras devido à contração
b) Disjunção colunar – a direção das colunas é perpendicular à direção do fluxo do derrame.
c) Disjunção esferoidal – acompanha a direção do resfriamento – de fora para dentro.
d) Estrutura perlítica – esferas causadas por fratuas conchoidais devido à desidratação.
e) Fratura conchoidal – devido ao estado vítreo.
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4 – Variações nas condições de cristalização
a) Estruturas miorolíticas ou GÊODOS – cavidades de cristalização preenchidas por minerais essenciais da rocha e em
forma de cristais euédricos.
b) Fenocristais
II – ROCHAS INTRUSIVAS PLUTÔNICAS E INTERMEDIÁRIAS
1 – Movimento
a) Estruturas orientadas – orientação de minerais na periferia dos corpos plutônicos
b) Xenólitos – porções da rocha encaixante envolvidas pelo magma do corpo plutônico.
c) Estrutura maciça – sem orientação e descontinuidade
2 – Resfriamento
a) Diáclases
b) Disjunção esferoidal
c) Textura afanítica na zona de contacto, onde o resfriamento é mais brusco.
3 – Variações nas condições de cristalização
a) Estruturas miorolíticas ou GEÔDOS.
b) Fenocristais.
4 – Rocha maciça ou homófona
Sem nenhuma estrutura presente.
Na tabela a seguir encontram-se os nomes das principais famílias de rochas magmáticas. É uma tabela para classificação
macroscópica, onde pelo cruzamento das informações: tipo de matriz, cor e % de quartzo, se chega ao nome da amostra.
Leucocrática – rocha de cor clara predominantemente, com poucos minerais escuros.
Melanocrática – rocha de cor escura, onde predominam os minerais escuros.
Mesótica – rocha de coloração intermediária, entre a clara e a escura.
Felsito – rocha de cor clara.
Mineral félsico – mineral de cor clara.
Mafito – rocha de cor escura.
Mineral máfito – mineral de cor escura.
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Feldspato alcalino – microclínio e ortoclásio
Feldspato plagioclásio – série albita / anortita.
ROCHAS SEDIMENTARES
Sedimentos são deposições de materiais que resultaram da decomposição, desagregação e retrabalhamento de
rochas existentes e de várias origens.
Três quartos da superfície das plataformas continentais e uma proporção consideravelmente mais elevada dos
fundos das bacias oceânicas estão cobertos por delgadas camadas de sedimentos.
Distinguem-se 2 tipos de sedimentos pelo local de deposição:
1 – Sedimentos continentais – produtos de transporte e deposição sub-aérea, como:
Tálus (no sopé das montanhas)
Deslizamentos
Avalanches
Cascalhos aluvionares (e areias aluviões)
Camadas lacustres
Dunas (desertos)
Depósitos glaciares
Grutas
2 – Sedimentos marinhos – têm uma distribuição mais extensa e contínua:
Depósitos deltaicos
Depósitos de praias
Plataforma continental
Talude continental
Depósitos de oceano profundo
Os sedimentos são classificados, de acordo com o processo de deposição em:
1 - Sedimentos clásticos ou detríticos: quando resultam da deposição mecânica.
2 – Sedimentos químicos e bioquímicos: quando resultam da precipitação de soluções inorgânicas ou orgânicas.
3 – Sedimentos orgânicos: oriundos da acumulação de restos orgânicos.
As rochas sedimentares são secundárias no que diz respeito à sua origem, e resultam dos seguintes processos:
1 – Intemperismo da rocha geradora.
2 – Transporte, geralmente em ambiente aquoso.
3 – Deposição.
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4 – Litificação – compactação e/ou cimentação.
Segundo o intemperismo, meio de transporte e deposição, teremos:
1 – Rochas sedimentares detríticas ou clásticas
inorgânicas
orgânicas.
2 – Rochas sedimentares químicas e bioquímicas
1 – Partícula:
a) tamanho
mm Constituintes Sedimentos Rocha Termo textural
256
64
4
2
1
½
¼
1/16
1/256
Boulder ou matacão Cascalho Conglomerado e
brecha
PSEFITO
Cobble ou calhau
Pebble ou seixo
Microseixo
Areia muito grossa areia Arenito PSAMITO
Areia grossa
Areia média
Areia fina
Areia muito fina
Silte, vasa ou limo vasa Siltito PELITO
Argila argila Folhelho e argilito
b) Grau de arredondamento:
Arredondada.
Subarredondada
Subangulosa
Angulosa
c) Arranjo: - Tamanho - uniforme
- não uniforme
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- Composição - uniforme
- não uniforme
- Cimentação - solta
- unida
- Orientação - orientada
- regular
- irregular
d) Composição mineralógica da partícula.
2 – Matriz:
a) Tamanho (mesma tabela da partícula)
b) Grau de arredondamento (igual ao item b da partícula)
c) Composição mineralógica
3 – Cimento:
a) tipo de cimento:
detrítico – tamanho (tabela)
- composição mineralógica
químico – composição química
Textura química:
1 – Rochas cristalinas – afaníticas
- faneríticas – fina - 1mm
- média - entre 1 e 5mm
- grossa - 5mm
2 – Rochas criptocristalinas – afaníticas
Estruturas sedimentares:
indicam como era a bacia de sedimentação
indicam a energia do ambiente
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indicam o meio de transporte
indicam as mudanças ocorridas no ambiente de sedimentação
I – Quanto ao modo de formação:
1 – Primárias ou singenéticas – aspectos impressos na rocha durante o período de deposição.
2 – Secundárias ou epigenéticas – ocorrem depois da deposição.
II – Quanto aos fatores de formação:
1 – Físicos
2 – Químicos
3 – Orgânicos
III – Em relação ao corpo da rocha:
1 – Externas – se relacionam à forma, espessura da massa de sedimentos
2 – Internas – relacionadas às características deposicionais de cada camada
A – ESTRUTURAS FÍSICAS INTERNAS:
1 – Estratificação:
As rochas sedimentares são depositadas em um estilo estratificado, camada sobre camada, na superfície da litosfera,
à temperaturas e pressões relativamente baixas. Uma alteração na composição das camadas indica uma alteração nas
condições de acumulação de depósito – um diminuição ou uma aceleração da corrente, uma alteração da profundidade da
água, uma alteração na composição do material constituinte.
a) horizontal
d) cruzada – ambiente eólico, deltaico, lagunar ou marinho
- angulo entre as camadas
b) gradacional – variação granulométrica contínua – sedimentos do mais grosseiro ao mais fino.
- indica estabilidade na bacia.
e) imbricada – depósitos fluviais
- seixos depositados obliquamente
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e) convoluta – seqüências argilosas e siltosas com perturbações dos estratos por efeito de acomodação ou desidratação.
f) irregular – perturbações causadas por organismos perfuradores.
2 – Estruturas de topo de camada:
a) marcas ondulares – ambiente aquáticos e eólicos
b) rachaduras solares – efeito de desidratação
c) marcas de chuva e granizo
d) escape de gases
3 – Estrutura do meio de camada:
a) distribuição paralela das partículas
4 – Estrutura da base de camada:
a) recalque
B- ESTRUTURAS QUÍMICAS INTERNAS:
Dão especificação ao tipo de rocha sedimentar.
1 – Concreções: corpos normalmente arredondados ou ovalados, diferentes composicionalmente ou texturalmente,
causados por migrações ou recristalização de constituintes que faziam parte da seqüência.
2 – Geôdo: possui a mesma composição do sedimento, sendo uma cavidade preenchida por cristais cristalizados
idiomorficamente.
3 – Esferóide: precipitação em torno de um núcleo detrítico. Dão indícios da energia do meio. São denominados OÓLITOS
quando possuem diâmetro menor que 2mm, e PSÓLITOS, quando o diâmetro é maior que 2mm.
4 – Estilólitos: ocorrem em seqüências calcárias. Parecem riscos de estiletes de calcário cristalino em calcário comum. Há
dissolução do calcário por pressão e recristalização com interpenetração do material nas partes superiores e inferiores das
camadas.
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5 – Cone em cone: dissolução e recristalização de calcários por pressão. Ocorre em função da textura.
6 – Septária: concreções que possuem veios subradiais causados por preenchimentos de fraturas, em sedimentos argilosos
ou calcários, por carbonato de cálcio.
7 – Marca de cristais:
C – ESTRUTURAS ORGÂNICAS INTERNAS:
1 – Marca de folhas
2 – Rastros de animais
3 – Estromatólitos
4 – Fósseis em geral
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
I – ROCHAS CLÁSTICAS OU DETRÍTICAS INORGÂNICAS
1 – Conglomerados e brechas
2 – Arenitos
3 – Siltitos
4 – Argilitos e folhelhos
II – ROCHAS QUÍMICAS INORGÂNICAS
1 – Calcários
2 – Dolomitos
3 – Acumulação hematíticas ou limoníticas – couraças ferruginosas
4 – Sílex
5 – Evaporitos – sal gema
- gipsito
- fluorita
- calcretes
- silcretes, etc.
III – ROCHAS ORGÂNICAS
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1 – Acaustobiolitos clásticos e químicos: rochas não combustíveis
a) calcário bioconstruído – colônias de corais e algas (BIOERMAS)
b) calcários bioacumulados – constituídos por clastos de conchas, esqueletos, carapaças e outros restos carbonatados de
organismos, transportados e depositados.
c) Guano – deposição de excrementos de aves marinhas, principalmente; possuem alto teor de fosfato.
d) Toda acumulação bioquímica de carbonatos, sílica e outras substâncias, ou então pela transformação e deposição da
própria matéria orgânica.
2 – Caustobiolitos: rochas combustíveis
ROCHAS METAMÓRFICAS
METAMORFISMO é definido como o processo de modificações mineralógicas e estruturais de rochas, em seu
estado sólido, em resposta a condições físicas e químicas que diferem das condições prevalescentes durante sua formação.
Entretanto, as modificações que ocorrem dentro do domínio do intemperismo e da diagênese são excluídas.
Fatores que determinam o metamorfismo: - pressão
- temperatura
- composição química
Com base no ambiente geológico e no grau de modificação sofrida pela rocha metamorfisada, podemos classificar o
metamorfismo em três categorias, de acordo com sua intensidade: - baixo grau
- médio grau
- alto grau
De acordo com a extensão da área afetada pelo metamorfismo é possível distinguir dois tipos de metamorfismos:
um de extensão local e outro, de dimensões regionais.
I – METAMORFISMO DE EXTENSÃO LOCAL
1 – Metamorfismo de contacto:
Ocorre em rochas aquecidas e adjacentes a intrusões magmáticas. É termal estático, de extensão local, produzindo
uma auréola de rochas metamórficas ao redor de um corpo intrusivo. O amplo gradiente de temperatura, decrescente do
contacto intrusivo quente até a rocha regional não é alterada, dá origem a zonas de rochas metamórficas que diferem
acentuadamente em seus constituintes minerais.
As rochas de metamorfismo de contacto não apresentam xistosidade. Possuem textura granoblástica (grãos sem
orientação).
- cornubianito – rocha típica de metamorfismo de contacto sobre argilas orgânicas; possuem granulação fina.
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2 – Metamorfismo cataclástico:
Limita-se à adjacência máxima de falhas e de grandes falhas de carreamento tectônico. A trituração mecânica e o
cisalhamento causam modificações na petrotrama da rocha. Durante essas modificações as rochas recebem muito pouco ou
nenhum calor; por isso não ocorrem reações químicas progressivas de natureza metamórfica entre os minerais.
ROCHA TEXTURA
Brechas e cataclasitos Cataclática (fragmentos grandes)
Milonitos Milonítica (fragmentos tipo areia)
Ultramilonitos Ultramilonítica (fragmentos tipo silte)
Filonito Filonítica (recristalização maior com o desenvolvimento de uma
xistosidade de origem cataclástica).
3 – Metamorfismo hidrotermal:
Uma solução quente de gases que passa através de fraturas é capaz de produzir modificações mineralógicas nas
rochas adjacentes. A áreas afetada é bastante reduzida.
4 – Metamorfismo metassomático:
Componentes oriundos de final de cristalização de rochas ígneas podem migrar e produzirem modificações químicas
na composição bruta da rocha que recebeu a migração.
- serpentinito – metassomatismo sobre rochas ultrabásicas, como peridotitos, devido à migração de Mg.
- frentes de granitização – metassomatismo sobre rochas básicas por migração de SiO2.
5 – Metamorfismo geotermal:
Quando ocorre uma refusão de parte da rocha.
NEOSSOMA – parte refundida (quartzo-feldspática)
PALEOSSOMA – parte não fundida
II – METAMORFISMO DE ESCALA REGIONAL
1 – Metamorfismo regional de confinamento:
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Não guarda correlação genética com orogênese ou intrusões magmáticas. Sedimentos e rochas vulcânicas
intercaladas em um geossinclinal podem tornar-se gradualmente confinados. As temperaturas, mesmo em grandes
profundidades, são muito baixas do que as temperaturas verificadas durante o metamorfismo dinamotermal; valores
máximos situam-se provavelmente ao redor de 400º a 500ºC. O esforço tectônico que produz estrutura xistosa é ativo
apenas localmente, se é que atua, pois geralmente está ausente. Por isso o texturamento original das rochas pode ser
grandemente preservado, enquanto que a composição mineralógica muda. Modificações metamórficas podem ser
distinguidas em amostras de mão, mas somente em lâminas delgadas.
2 – Metamorfismo regional dinamotermal (metamorfismo regional sensu stricto):
Está relacionado, tanto geográfica com geneticamente, a grandes faixas orogênicas e é afetado por suprimento de
energia termal; nesse caso formam-se zonas metamórficas muito extensas. As variações nas associações minerais de zona
para zona são tidas com indicadores de aumento contínuo da temperatura; são atingidas temperaturas de aproximadamente
700ºC e possivelmente, 800ºC. A energia térmica sempre é fornecida à uma certa parte da crosta terrestre, isto é, durante o
metamorfismo, a temperatura de determinada profundidade é mais elevada que antes e depois desse evento. Além da
temperatura, o metamorfismo regional dinamotermal ocorre com movimentos de penetração. Isso se evidencia pela estrutura
xistosa, tão comum em rochas com minerais em lamelas ou bastonetes.
II. ROCHA
A – As características principais dos três tipos de rochas são:
a) ROCHAS MAGMÁTICAS
1. Estrutura maciça, compacta;
2. Dureza média a elevada;
3. No campo, relativamente homogênea na cor.
b) ROCHAS SEDIMENTARES
1. Estrutura em camadas;
2. Dureza baixa;
3. No campo, a cor pode variar no sentido horizontal e vertical.
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c) ROCHAS METAMÓRFICAS
1. Estrutura orientada, paralelismo dos minerais;
2. Dureza média a elevada, com exceção das micáceas e carbonatadas;
3. No campo, a cor pode variar, com as sedimentares.
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