apostila de teologia sistemática

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DARCI O. VASCONCELOS FACULDADE EVANGÉLICA DE SÃO PAULO TEOLOGIA SISTEMÁTICA ± DOUTRINA DE DEUS (REVELADO) Curso básico em teologia Igreja Evangélica Assembléia de Deus São Bernardo do Campo 2012

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DARCI O. VASCONCELOS

FACULDADE EVANGÉLICA DE SÃO PAULO

TEOLOGIA SISTEMÁTICA ± DOUTRINA DE DEUS (REVELADO)

Curso básico em teologia

Igreja Evangélica Assembléia de Deus

São Bernardo do Campo

2012

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5

2. A EXISTÊNCIA DE DEUS ................................................................................................. 6

2.1. Sua existência declarada. .. ............................................................................................. 6

2.2. Sua existência provada. .................................................................................................. 6

2.3. Sua existência negada. ................................................................................................. 14

3. A NATUREZA DE DEUS. ................................................................................................ 17

3.1. Conceito bíblico (os nomes de Deus) ........................................................................... 17

3.1.1. Elohim (traduzido "Deus".) ................................................................................... 17

3.1.1. Jeová (traduzido "Senhor" na versão de Almeida.) ................................................ 17

3.1.1. El (Deus) .............................................................................................................. 18

3.1.1. Adonai .................................................................................................................. 18

3.1.1. Pai ........................................................................................................................ 18

3.2. Crenças errôneas ......................................................................................................... 18

3.2.1. Agnosticismo ........................................................................................................ 18

3.2.1. Politeísmo ............................................................................................................. 19

3.2.1. Panteísmo ............................................................................................................. 19

3.2.1. Materialismo ......................................................................................................... 20

3.2.1. Deísmo ................................................................................................................. 21

4. OS ATRIBUTOS DE DEUS .............................................................................................. 22

4.1. Atributos não relacionados (a natureza íntima de Deus)................................................ 22

4.1.1. Espiritualidade ...................................................................................................... 22

4.1.1. Infinitude. ............................................................................................................. 23

4.1.1. Unidade ................................................................................................................ 23

4.2. Atributos ativos (Deus e o universo). ........................................................................... 23

4.2.1. Onipotência. ......................................................................................................... 23

4.2.1. Onipresença. ......................................................................................................... 24

4.2.1. Onisciência. .......................................................................................................... 24

4.2.1. Sabedoria. ............................................................................................................. 25

4.2.1. Soberania .............................................................................................................. 25

4.3. Atributos morais (Deus e as criaturas morais) .............................................................. 254.3.1. Santidade. ............................................................................................................. 26

4.3.1. Justiça. .................................................................................................................. 26

4.3.1. Fidelidade. ............................................................................................................ 27

4.3.1. Misericórdia. ......................................................................................................... 27

4.3.1. Amor .................................................................................................................... 27

4.3.1. Bondade................................................................................................................ 27

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5. O TRIÚNFO DEUS ........................................................................................................... 30

5.1. A doutrina declarada. ................................................................................................... 30

5.2. A doutrina definida. ..................................................................................................... 30

5.3. A doutrina provada. ..................................................................................................... 31

5.3.1. O Antigo Testamento. ........................................................................................... 32

5.3.1. O Novo Testamento. ............................................................................................. 32

5.4. A doutrina ilustrada. .................................................................................................... 33

6. APÊNDICE A .................................................................................................................... 35

7. APENDICE B .................................................................................................................... 43

8. APENDICE C .................................................................................................................... 44

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1. INTRODUÇÃO

Vivemos num universo cuja imensidão pressupõe um Criador poderoso,universo cuja beleza, desenho e ordem apontam um sábio Legislador. Mas quem fez oCriador? Podemos recuar no tempo, indo da causa para o efeito, mas não podemoscontinuar nesse processo de recuo sem reconhecer um ser "Sempiterno". Aquele ser eterno é Deus, o Eterno, a Causa e a Origem de todas as coisas boas que existem.

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2.  A EXISTÊNCIA DE DEUS

2.1. Sua existência declarada.

Em parte alguma as Escrituras tratam de provar a existência de Deus mediante  provas formais. Reconhece-se como fato auto-evidente e como crença natural dohomem. As Escrituras em parte alguma propõem uma série de provas da existência deDeus como preliminar à fé; declaram o fato de Deus e chamam o homem a aventurar-sena fé. "O que se chega a Deus, creia que há Deus", é o ponto inicial na relação entre ohomem e Deus.

A Bíblia, em verdade, fala de homens que dizem em seus corações que não háDeus, mas esses são "tolos", isto é, os ímpios praticantes que expulsariam a Deus dosseus pensamentos porque já o expulsaram das suas vidas. Esses pertencem ao grandenúmero de ateus praticantes, isto é, esses que procedem e falam como se não existisse

Deus. Seu número ultrapassa em muito o número de ateus teóricos, isto é, esses que  pretendem aderir à crença intelectual que nega a existência de Deus. Note-se que adeclaração " não há Deus" não implica dizer que Deus não exista, mas sim que Deusnão se ocupa com negócios do mundo. Contando com a sua ausência, os homenscorrompem-se e se comportam de maneira abominável. (Sal. 14.)

Assim escreve o Dr. A. B. Davidson: (a Bíblia) não tenta demonstrar aexistência de Deus, porque em todas as partes da Bíblia subentende-se a sua existência.Parece não haver nenhuma passagem no Antigo Testamento que represente os homens

 procurando conhecer a existência de Deus por meio da natureza ou pelos eventos da providência, embora haja algumas passagens que impliquem que as idéias falsas sobre anatureza de Deus podem ser corrigidas pelo estudo da natureza e da vida... O Antigo

Testamento cogita tão pouco da possibilidade de conhecer a Deus quanto cogita de provar a sua existência. Por que os homens argumentariam sobre o conhecimento deDeus quando já estavam persuadidos de que o conheciam, cônscios de estarem emcomunhão com ele, estando seus pensamentos cheios e iluminados por ele, sabendo queseu Espírito neles movia, e guiava-os em toda a sua história?

A idéia de que o homem chega ao conhecimento ou à comunhão com Deus por meio de seus próprios esforços é totalmente estranha ao Antigo Testamento. Deus fala;ele aparece; o homem ouve e vê. Deus aproxima-se dos homens; estabelece um concertoou relação especial com eles; e dá-lhes mandamentos. Eles o recebem quando ele seaproxima: aceitam a sua vontade e obedecem aos seus preceitos. Moisés e os profetasem parte alguma são representados como pensadores refletindo sobre o Invisível,formando conclusões acerca dele, ou alcançando conceitos elevados da Divindade. O

Invisível manifesta-se-lhes, e eles o conhecem.

Quando um homem diz: "Eu conheço o presidente", ele não quer dizer: "Eu seique o presidente existe," porque isso se subentende na sua declaração. Da mesmamaneira os escritores bíblicos nos dizem que conhecem a Deus e essas declaraçõessignificam a sua existência.

2.2. Sua existência provada.

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Se as Escrituras não oferecem nenhuma demonstração racional da existência deDeus, por que vamos nós fazer essa tentativa? Pelas seguintes razões:

Primeiramente, para convencer os que genuinamente buscam a Deus, isto é, pessoas cuja fé tem sido ofuscada por alguma dificuldade, e que dizem: "Eu quero crer 

em Deus; mostra-me que seja razoável crer nele." Mas evidência nenhuma convencerá a  pessoa, que, por desejar continuar no pecado e no egoísmo, diz: "Desafio-te a provar que Deus existe." Afinal, a fé é questão moral e não intelectual. Se a pessoa não estádisposta a aceitar, ela porá de lado todas e quaisquer evidências. (Luc. 6:31.)

Segundo, para fortalecer a fé daqueles que já crêem. Eles estudam as provas, não para crer, mas sim porque já crêem. Esta fé lhes é tão preciosa que aceitarão com alegriaqualquer fato que a faça aumentar ou enriquecer.

Finalmente, para poder enriquecer nosso conhecimento acerca da natureza deDeus. Que maior objeto de pensamento e estudo existe do que ele?

Onde acharemos evidências da existência de Deus? Na criação, na naturezahumana e na história humana. Dessas três esferas deduzimos as cinco evidências daexistência de Deus:

1) O universo deve ter uma Primeira Causa ou um Criador. (Argumentocosmológico, da palavra grega "cosmos", que significa "mundo".)

2) O desígnio evidente no universo aponta para uma Mente Suprema.(Argumento teleológico, de "Teleos", que significa "desígnio ou propósito".)

3) A natureza do homem, com seus impulsos e aspirações, assinala a existênciade um Governador pessoal. (Argumento antropológico, da palavra grega "anthropos",que significa "homem".)

4) A história humana dá evidências duma providência que governa sobre tudo.(Argumento histórico.)

5) A crença é universal. (Argumento do consenso comum.)

(a) O argumento da criação. A razão argumenta que o universo deve ter tido um princípio. Todo efeito deve ter uma causa suficiente. O universo, sendo o efeito, por conseguinte deve ter uma causa. Consideremos a extensão do universo. Nas palavras deJorge W. Grey: "O universo, como o imaginamos, é um sistema de milhares e milhõesde galáxias. Cada uma delas se compõe de milhares e milhões de estrelas. Perto dacircunferência de uma dessas galáxias ² a Via Láctea ² existe uma estrela de tamanhomédio e temperatura moderada, já amarelada pela velhice ² que é o nosso Sol." Eimaginem que o Sol é milhões de vezes maior que a nossa pequena Terra! Prossegue o

mesmo escritor: "O Sol está girando numa orbita vertiginosa em direção àcircunferência da Via Láctea a 19.300 metros por segundo, levando consigo a Terra etodos os planetas, e ao mesmo tempo todo o sistema solar está girando num gigantescocircuito à velocidade incrível de 321 quilômetros por segundo, enquanto a própriagaláxia gira, qual colossal roda gigante estelar. Fotografando-se algumas seções doscéus, é possível fazer a contagem das estrelas.

 No observatório de Harvard College eu vi uma fotografia que inclui as imagensde mais de 200 Vias Lácteas ² todas registradas numa chapa fotográfica de 35 x 42cm.

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Calcula-se que o número de galáxias de que se compõe o universo é da ordem de 500milhões de milhões."

Consideremos nosso pequeno planeta e nele as várias formas de vida existentes,as quais revelam inteligência e desígnio divinos.

  Naturalmente surge a questão: "Como se originou tudo isso?" A pergunta é

natural, pois as nossas mentes são constituídas de tal forma que esperam que todo efeitotenha uma causa. Logo, concluímos que o universo deve ter tido uma Primeira Causa,ou um Criador. "No princípio ² Deus" (Gên. 1:1).

Dum modo singelo este argumento é exposto no seguinte incidente:

Disse um jovem cético a uma idosa senhora: ² Outrora eu cria em Deus, masagora, desde que estudei filosofia e matemática, estou convencido de que Deus não émais do que uma palavra oca.

 ² Bem ² disse a senhora ² é verdade que eu não aprendi essas coisas, masdesde que você já aprendeu, pode me dizer donde veio este ovo?

 ² Naturalmente duma galinha ² foi a resposta.

 ² E donde veio a galinha?

 ² Naturalmente dum ovo.

Então indagou a senhora: ² Permita-me perguntar: qual existiu primeiro, agalinha ou o ovo?

 ² A galinha, por certo ² respondeu o jovem.

 ² Oh, então, a galinha existia antes do ovo?

 ² Oh, não, devia dizer que o ovo existia primeiro.

 ² Então, eu suponho que você quer dizer que o ovo existia antes da galinha.

O moço vacilou: ² Bem, a senhora vê, isto é, naturalmente, bem, a galinhaexistiu primeiro.

  ² Muito bem ² disse ela ², quem criou a primeira galinha de que vieramtodos os sucessivos ovos e galinhas?

 ² Que é que a senhora quer dizer com tudo isto? ² perguntou ele.

 ² Simplesmente isto ² replicou ela: ² Digo que aquele que criou o primeiroovo ou a primeira galinha é aquele que criou o mundo. Você nem pode explicar, semDeus, a existência dum ovo ou duma galinha, e ainda quer que eu creia que você podeexplicar, sem Deus, a existência do mundo inteiro!

(b) O argumento do desígnio. O desígnio e a formosura evidenciam-se nouniverso; mas o desígnio e a formosura implicam um arquiteto; portanto, o universo é aobra dum Arquiteto dotado de inteligência suficiente para explicar sua obra. O granderelógio de Estrasburgo tem, além das funções normais dum relógio, uma combinação deluas e planetas que se movem, mostrando dias e meses com a exatidão dos corposcelestes, com seus grupos de figuras que aparecem e desaparecem com regularidadeigual ao soarem as horas no grande cronômetro.

Declarar não ter havido um engenheiro que construiu o relógio, e que este objeto"aconteceu", seria insultar a inteligência e a razão humana. É insensatez presumir que o

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universo "aconteceu", ou, em linguagem cientifica, que procedeu "do concurso fortuitodos átomos"!

Suponhamos que o livro "O Peregrino" fosse descrito da seguinte maneira: oautor tomou um vagão de tipos de imprensa e com pá os atirou ao ar. Ao caírem nochão, natural e gradualmente se ajuntaram de maneira a formar a famosa história deBunyan. O homem mais incrédulo diria: que absurdo! E a mesma coisa dizemos nós dassuposições do ateísmo em relação à criação do universo.

O exame dum relógio revela que ele leva os sinais de desígnio porque asdiversas peças são reunidas com um propósito prévio. Elas são colocadas de tal modoque produzem movimentos e esses movimentos são regulados de tal maneira quemarcam as horas. Disso inferimos duas coisas: primeiramente, que o relógio tevealguém que o fez, e em segundo lugar, que o seu fabricante compreendeu a suaconstrução, e o projetou com o propósito de marcar as horas. Da mesma maneira,observamos o desígnio e a operação dum plano no mundo e, naturalmente, concluímosque houve alguém que o fez e que sabiamente o preparou para o propósito ao qual estáservindo.

O fato de nunca termos observado a fabricação dum relógio não afetaria essasconclusões, mesmo que nunca conhecêssemos um relojoeiro, ou que jamais tivéssemosidéia do processo desse trabalho. Igualmente, a nossa convicção de que o universo teveum arquiteto, de forma nenhuma sofre alteração pelo fato de nunca termos observado asua construção, ou de nunca termos visto o arquiteto.

Do mesmo modo a nossa conclusão não se alteraria se alguém nos informasseque "o relógio é resultado da operação das leis da mecânica e explica-se pelas

 propriedades da matéria". Ainda assim teremos que considerá-lo como obra dum hábilrelojoeiro que soube aproveitar essas leis da física e suas propriedades para fazer funcionar o relógio. Da mesma forma, quando alguém nos informa que o universo ésimplesmente o resultado da operação das leis da natureza, nós nos vemosconstrangidos a perguntar: "Quem projetou, estabeleceu e usou essas leis?" Isso, em

razão de ser implícita a presença de um legislador uma vez que existem leis.

Tomemos, para ilustrar, a vida dos insetos. Há uma espécie de escaravelhochamado "Staghom" ou "Chifrudo". O macho tem magníficos chifres, duas vezes maiscompridos do que o seu corpo; a fêmea não tem chifres. No estágio larval, elesenterram-se a si mesmos na terra e, silenciosamente, esperam na escuridão pela suametamorfose. São naturalmente meros insetos, sem nenhuma diferença aparente e, noentanto, um deles escava para si um buraco duas vezes mais profundo do que o outro.Por quê? Para que haja espaço para os chifres do macho se desenvolverem com

 perfeição. Por que essas larvas, aparentemente iguais, diferem assim em seus hábitos?Quem ensinou o macho a cavar seu buraco duas vezes mais profundo do que o faz afêmea? é o resultado dum processo racional? Não, foi Deus, o Criador, quem pôs

naquelas criaturas a percepção instintiva que lhes seria útil.De onde recebeu esse inseto a sua sabedoria? Alguém talvez pense que a herdara

de seus pais. Mas um cão ensinado, por exemplo, transmite à sua descendência suaastúcia e agilidade? Não.

Mesmo que admitamos que o instinto fosse herdado, ainda deparamos com ofato de que alguém havia instruído o primeiro escaravelho chifrudo. A explicação domaravilhoso instinto dos animais acha-se nas palavras do primeiro capítulo de Gênesis:"E disse Deus" ² isto é: a vontade de Deus. Quem observa o funcionamento dum

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relógio sabe que a inteligência não está no relógio mas sim no relojoeiro. E quemobserva o instinto maravilhoso das menores criaturas, concluirá que a primeirainteligência não era a delas, mas sim do seu Criador, e que existe uma Mentecontroladora dos menores detalhes da vida.

O Dr. Whitney, ex-presidente da Sociedade Americana e membro da AcademiaAmericana de Artes e Ciências, certa vez disse que "um dia repele o outro pela vontadede Deus e ninguém pode dar razão melhor." "Que quer o senhor dizer com a expressão:a vontade de Deus?" alguém lhe perguntou. O Dr. Whitney replicou: "Como o senhor define a luz? ...Existe a teoria corpuscular, a teoria de ondas, e agora a teoria doquantum; e nenhuma das teorias passa duma conjetura educada. Com uma explicaçãotão boa como essas, podemos dizer que a luz caminha pela vontade de Deus... Avontade de Deus, essa lei que descobrimos, sem a podermos explicar ² é a única

 palavra final."

O Sr. A. J. Pace, desenhista do periódico evangélico "Sunday School Times",fala de sua entrevista com o finado Wilson J. Bentley, perito em microfotografia(fotografar o que se vê através do microscópio). Por mais de um terço de século essesenhor fotografou cristais de neve. Depois de haver fotografado milhares desses cristais

ele observou três fatos principais: primeiro, que não havia dois flocos iguais; segundo:todos eram de um padrão formoso; terceiro: todos eram invariavelmente de formasextavada. Quando lhe perguntaram como se explicava essa simetria sextavada, elerespondeu: "Decerto, ninguém sabe senão Deus, mas a minha teoria é a seguinte: Comotodos sabem, os cristais de neve são formados de vapor de água a temperaturas abaixode zero, e a água se compõe de três moléculas, duas de hidrogênio que se combinamcom uma de oxigênio. Cada molécula tem uma carga de eletricidade positiva e negativa,a qual tem a tendência de polarizar-se nos lados opostos. O algarismo três, portanto,figura no assunto desde o começo."

"Como podemos explicar estes pontinhos tão interessantes, as voltas e as curvasgraciosas, e estas quinas chanfradas tão delicadamente cinzeladas, todas elas dispostas

com perfeita simetria ao redor do ponto central?" perguntou o Sr. Pace.Encolheu os ombros e disse: "Somente o Artista que os desenhou e os modelou

conhece o processo."

Sua declaração acerca do "algarismo três que figura no assunto" me pôs a  pensar. não seria então que o triúno Deus, que modela toda a formosura da criação,rubrica a própria trindade nestas frágeis estrelas de cristal de gelo como quem assina seunome em sua obra-prima? Ao examinar os flocos de neve ao microscópio, vê-seinstantaneamente que o princípio básico da estrutura do floco de neve é o hexágono ou afigura de seis lados, o único exemplo disso em todo o reino da geometria a este respeito.O raio do circulo circunscrevente é exatamente igual ao comprimento de cada um dosseis lados do hexágono. Portanto, resultam seis triângulos eqüiláteros reunidos ao

núcleo central, sendo todos os ângulos de sessenta graus, a terça parte de toda a áreanum lado duma linha reta. Que símbolo sugestivo do triúno Deus é o triângulo! Aquitemos unidade: um triângulo, formado de três linhas, cada parte indispensável àintegridade do conjunto.

A curiosidade agora me impeliu a examinar as referências bíblicas sobre a  palavra "neve", e descobri, com grande prazer, este mesmo "triângulo" inerente naBíblia. Por exemplo, há 21 (3 x 7) referências contendo o substantivo "neve" no AntigoTestamento, e 3 no Novo Testamento, 24 ao todo. Então achei referencias, que falam da"lepra tão branca como a neve". Três vezes a purificação do pecado é comparada à

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neve. Achei mais três que falam de roupas "tão brancas como a neve". Três vezes aaparência do Filho de Deus compara-se à neve. Mas a maior surpresa foi ao descobrir que a palavra hebraica, "neve", é composta inteiramente de algarismos "três"! É fato,embora não seja geralmente conhecido que, não tendo algarismos, tanto os hebreuscomo os gregos usavam as letras do seu alfabeto como algarismos. Bastava um olhar casual de um hebreu à palavra SHELEG (palavra hebraica que quer dizer "neve") para

ver que ela significa o algarismo 333, bem como significa "neve". No hebraico a primeira letra, que corresponde à nossa "SH", vale 3OO; a segunda consoante "L" vale30; e a consoante final, o nosso "G", vale 3. Somando-as, temos 333, três algarismos detrês. Curioso, não é verdade? Mas por que não esperar exatidão matemática dum livro

 plenamente inspirado, tão maravilhoso quanto o mundo que Deus criou?

Acerca de Deus disse Jo: "Faz grandes coisas que não podemos compreender.Pois diz à neve: Cai sobre a terra" (Jo 37:5, 6). Eu já gastei dois dias inteiros para copiar com pena e tinta o desenho de Deus de seis cristais de neve e fiquei muito fatigado. Ecomo é fácil para ele fazê-lo! "Ele diz à neve" ² e com uma palavra está feito.

Imaginem quantos milhões de bilhões de cristais de neve caem sobre um hectarede terra durante uma hora, e imaginem, se puderem, o fato surpreendente de que cada

cristal tem sua individualidade própria, um desenho e modelo sem duplicata nesta ouem qualquer outra tempestade. "Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim;elevado é, não o posso atingir" (Sal. 139:6). Como pode uma pessoa ajuizada, diante detal evidência de desígnios, multiplicados por um sem-número de variedades, duvidar daexistência e da obra do Desenhista, cuja capacidade é imensurável?! Um Deus capaz defazer tantas belezas é capaz de tudo, até mesmo de moldar as nossas vidas dando-lhes

 beleza e simetria.

(c) O argumento da natureza do homem. O homem dispõe de natureza moral,isto é, a sua vida é regulada por conceitos do bem e do mal. Ele reconhece que há umcaminho reto de ação que deve seguir e um caminho errado que deve evitar. Esse

conhecimento chama-se "consciência". Ao fazer ele o bem, a consciência o aprova; aofazer ele o mal, ela o condena. A consciência, seja obedecida ou não, fala comautoridade. Assim disse Butier acerca da consciência: "Se ela tivesse poder na mesma

  proporção de sua autoridade manifesta, governaria o mundo, isto é, se a consciênciativesse a força de pôr em ação o que ordena, ela revolucionaria o mundo." Mas aconteceque o homem é dotado de livre arbítrio e, portanto, pode desobedecer àquela voz íntima.Mesmo estando mal orientada, sem esclarecimento, a consciência ainda fala comautoridade, e faz o homem sentir sua responsabilidade.

"Duas coisas me impressionam", declarou Kant, o grande filosofo alemão, "oalto céu estrelado e a lei moral em meu interior."

Qual a conclusão que se tira deste conhecimento universal do bem e do mal?Que há um Legislador que idealizou uma norma de conduta para o homem e fez anatureza humana capaz de compreender esse ideal. A consciência não cria o ideal; elasimplesmente testifica acerca dele, registrando a sua conformidade ou não-conformidade.

Quem originalmente criou esses dois poderosos conceitos do bem e do mal?Deus, o Justo Legislador! O pecado ofuscou a consciência e quase anulou a lei do ser humano; mas no Monte Sinai Deus gravou essa lei em pedras para que o homem tivessea lei perfeita para dirigir a sua vida. O fato de que o homem compreende esta lei, e sente

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a sua responsabilidade para com ela, manifesta a existência dum Legislador que criou ohomem com essa capacidade.

Qual é a conclusão que podemos tirar desse sentimento de responsabilidade?Que o Legislador é também um Juiz que recompensar os bons e castigar os maus.Aquele que impôs a lei finalmente defenderá essa lei.

 Não somente a natureza moral do homem, como também todos os aspectos dasua natureza testificam da existência de Deus. Até as religiões mais degradadasdemonstram o fato de que o homem, qual cego, tateando, procura algo que sua almaanela. A fome física indica a existência de algo que a possa satisfazer. Quando o homemtem fome, essa fome indica que há alguém ou algo que o possa satisfazer. Aexclamação, "a minha alma tem sede de Deus" (Sal. 42:2), é um argumento a favor daexistência de Deus, pois a alma não enganaria o homem com sede daquilo que nãoexistisse. Assim disse certa vez um erudito da igreja primitiva: "Para ti nos fizeste, enosso coração estará inquieto enquanto não encontrar descanso em ti."

(d) O argumento da história. A marcha dos eventos da história universal fornece

evidência de um poder e duma providência dominantes. Toda a história bíblica foiescrita para revelar Deus na história, isto é, para ilustrar a obra de Deus nos negócioshumanos. "Os princípios do divino governo moral encontram-se na história das naçõestanto quanto na experiência dos homens", escreve D. S. Clarke. (Sal. 75:7; Dan. 2:21;5:21.) "O protestantismo inglês vê a derrota da Armada Espanhola como umaintervenção divina. A colonização dos Estados Unidos por imigrantes protestantessalvou-os da sorte da América do Sul, e desta maneira salvou a democracia. Quemnegaria que a mão de Deus estivesse nesses acontecimentos?" A história dahumanidade, o surgimento e declínio de nações, como Babilônia e Roma, mostram queo progresso acompanha o uso das faculdades dadas por Deus e a obediência à sua lei, eque o declínio nacional e a podridão moral seguem a desobediência" (D. L. Pierson). A.T. Pierson, em seu livro, "Os Novos Atos dos Apóstolos", expõe as evidências da

dominante providência de Deus nas missões evangélicas modernas.

Especialmente o modo de Deus tratar com os indivíduos fornece provas de suaativa presença nos negócios humanos. Charles Bradiaugh, que foi em certo tempo o ateumais notável na Inglaterra, desafiou o pastor Charles Hughá Price, para um debate.

Foi aceito o desafio e o pregador, por sua vez, desafiou o ateu da seguintemaneira: Como todos sabemos, Sr. Bradiaugh, "o homem convencido contra a própriavontade mantém sempre seu ponto de vista", e, visto que o debate, como ginásticamental que é, provavelmente não converterá a ninguém, proponho-lhe que apresentemosalgumas evidências concretas da validade das reivindicações do cristianismo na formade homens e mulheres redimidos da vida mundana e vergonhosa pela influência docristianismo e pela do ateísmo. Eu trarei cem desses homens e mulheres, e desafio-o afazer o mesmo.

Se o Sr. Bradiaughá não puder apresentar cem, contra os meus cem, ficareisatisfeito se trouxer cinqüenta homens e mulheres que se levantem e testifiquem queforam transformados duma vida vergonhosa pela influência dos seus ensinos ateus. Senão puder apresentar cinqüenta, desafio-o a apresentar vinte pessoas que testifiquemcom rostos radiantes, como o farão os meus cem, que tenham um grande e novo gozo nasua vida elevada, em resultado dos ensinos ateus. Se não puder apresentar vinte, ficareisatisfeito se apresentar dez. Não, Sr. Bradiaugh, desafio-o a trazer um só homem ou

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uma só mulher que dê tal testemunho acerca da influência enobrecedora dos seusensinos. Minhas pessoas redimidas trarão prova irrefutável quanto ao poder salvador deJesus Cristo sobre as suas vidas redimidas da escravidão do pecado e da vergonha.

Talvez, senhor Bradiaugh, essa será a verdadeira demonstração da validade dasreivindicações do cristianismo.

O Sr. Bradiaughá retirou o seu desafio!

(e) O argumento da crença universal. A crença na existência de Deus é  praticamente tão difundida quanto a própria raça humana, embora muitas vezes semanifeste em forma pervertida ou grotesca e revestida de idéias supersticiosas. Estaopinião tem sido contestada por alguns que argumentam existirem raças que não têm amenor concepção de Deus. Mas o Sr. Jevons, autoridade no assunto de raças e religiõescomparadas, diz que esta opinião, "Como é do conhecimento de todos os antropólogos,

 já foi para o limbo das controvérsias mortas... todos concordam que não existem raças, por mais primitivas que sejam, totalmente destituídas de concepção religiosa! Emboraalguém cite exceções, sabemos que a exceção não inutiliza a regra. Por exemplo, se

fossem encontrados alguns seres humanos inteiramente destituídos de todo sentimentohumano e compaixão, isso não serviria de base para dizer que o homem éessencialmente uma criatura destituída de sentimentos. A presença de cegos no mundonão prova que todos os homens são cegos." Como disse William Evans: "o fato decertas nações não conhecerem a tabuada de multiplicação não afeta a aritmética."

Como se originou esta crença universal? A maior parte dos ateus pareceimaginar que um grupo de teólogos se tenha reunido em sessão secreta na qualinventaram a idéia de Deus, a qual depois apresentaram ao povo. Mas os teólogos nãoinventaram Deus como também os astrônomos não inventaram as estrelas, nem os

 botânicos as flores. É certo que os antigos mantinham idéias erradas acerca dos corposcelestes, mas esse fato não nega a existência dos corpos celestes. E visto que a

humanidade já teve idéias defeituosas acerca de Deus, isso implica que existe um Deusacerca do qual podiam ter noções errôneas.

Este conhecimento universal não se originou necessariamente pelo raciocínio, porque há homens de grande capacidade de raciocínio que também negam a existênciade Deus. Mas é evidente que o mesmo Deus que fez a natureza, com suas belezas emaravilhas, fez também o homem dotado de capacidade para observar, através danatureza, o seu Criador. "Porquanto, o que se pode conhecer de Deus, neles estámanifesto; pois Deus lho manifestou. As perfeições invisíveis dele, o seu poder eterno,e a sua divindade, claramente se vêem desde a criação do mundo, sendo percebidas

  pelas suas obras" (Rom. 1:19, 20). Deus não fez o mundo sem deixar certos sinais,sugestões e evidências claras, que falam das obras das suas mãos. "Mas os homensconhecendo a Deus, não o glorificaram como Deus, nem deram graças, antes seenfatuaram nas suas especulações e ficou em trevas o seu coração insensato" (Rom.1:21). O pecado fez embaçar a sua visão; perderam de vista a Deus e, em vez de ver aDeus através da criatura, desprezaram-no pela ignorância e adoraram a criatura. Foidesta maneira que começou a idolatria. Mas até isto prova que o homem é criaturaadoradora e que forçosamente procura um objeto de culto.

Esta crença universal em Deus é prova de quê? É prova de que a natureza dohomem é de tal maneira constituída que é capaz de compreender e apreciar essa idéia,como o expressou certo escritor: "O homem é incuravelmente religioso", que no sentido

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mais amplo inclui: (1) A aceitação do fato da existência dum ser acima das forças danatureza. (2) Um sentimento de dependência de Deus como quem domina o destino dohomem; este sentimento é despertado pelo pensamento de sua própria debilidade e

  pequenez e pela magnitude do universo. (3) A convicção de que se pode efetuar umaunião amistosa e que nesta união ele, o homem, achará segurança e felicidade. Destamaneira vemos que o homem, por natureza, é constituído para crer na existência de

Deus, para confiar na sua bondade, e para adorar em sua presença.Este "sentimento religioso" não se encontra nas criaturas inferiores. Por 

exemplo, perderia seu tempo quem procurasse ensinar religião ao mais elevado dostipos de símios. Mas o mais inferior dos homens pode ser instruído nas coisas de Deus.Por quê? Falta ao animal a natureza religiosa ² não é feito à imagem de Deus; ohomem possui natureza religiosa e procura um objeto de adoração.

2.3. Sua existência negada.

O ateísmo consiste na negação absoluta da idéia de Deus. Alguns duvidam quehaja verdadeiros ateus; mas se os houver, é impossível provar que estejam sinceramente

 buscando a Deus ou que sejam logicamente coerentes.

Visto que são os ateus que se opõem às convicções mais profundas e maisfundamentais da raça humana, a responsabilidade de provar a não-existência de Deusrecai sobre eles. não podem sincera e logicamente dizer-se ateus enquanto nãoapresentarem provas irrefutáveis de que de fato Deus não existe. Inegavelmente, aevidência da existência de Deus ultrapassa de muito a evidência contra a sua existência.

 Nesta conexão, D. S. Clarke escreve: Uma pequena prova demonstrará que há Deus,  porquanto nenhuma prova, por maior que seja, pode atestar a sua não-existência. As pegadas de uma ave sobre uma rocha junto ao mar provariam que em algum tempo um  pássaro visitou as terras adjacentes ao Atlântico. Mas antes que se declarasse que

 pássaro nenhum jamais estivera por ali, seria necessário conhecer a história inteira dessacosta desde o começo da vida no globo terrestre. Um pouco de evidência demonstraráque existe Deus. Antes que se diga que não há Deus, devem-se analisar todos oselementos do universo; devem-se investigar todas as forças mecânicas, elétricas,

  biológicas, mentais e espirituais ² deve-se ter conhecimento de todos os seres ecompreendê-los completamente; deve-se estar em todos os pontos do espaço a um sótempo, para que possivelmente Deus não esteja em alguma outra parte e assim escape àsua atenção. Essa pessoa deve ser onipotente, onipresente, eterna; de fato, essa mesma

 pessoa deve ser Deus antes que ela afirme dogmaticamente que não há Deus. Por muitoestranho que pareça, somente Deus, cuja existência o ateu nega, teria essa capacidade de

 provar que não há Deus!

Outrossim, mesmo a mais remota possibilidade de que existe um Soberanomoral põe sobre o homem imensa responsabilidade, e a conclusão ateísta é inaceitávelenquanto a inexistência de Deus não for demonstrada de maneira irrefutável.

A posição contraditória ateísta demonstra-se no fato de que muitos ateus, ao seencontrarem em perigo ou em dificuldades, têm orado. Quantas vezes, tempestades elutas da vida têm varrido seu refúgio teórico, revelando os alicerces espirituais, edemonstrando comportamento humano. Dizemos "humano" porque aquele que nega aexistência de Deus abala e suprime os instintos e impulsos mais profundos e nobres daalma. Como disse Pascal: "O ateísmo é uma enfermidade." Quando o homem perde a fé

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em Deus não é devido aos argumentos ( não importa a lógica aparente com que seapresente a sua negação), mas "a algum desastre, traição, ou negligência íntimos oualgum ácido corrosivo destilado em sua alma que dissolveu a pérola de grande preço".

O seguinte incidente, contado por um fidalgo russo, esclarecer este assunto:

Foi em novembro de 1917, quando os bolcheviques venceram o governo de

Kerensky e iniciaram um reinado de terror. O fidalgo estava na casa de sua mãe, tomadode constante medo de ser preso. A campainha da porta tocou e o criado que atendeutrouxe um cartão de visita com o nome do Príncipe Kropotkin ² o próprio pai doanarquismo. Ele entrou e pediu permissão para examinar o apartamento. Não haviaoutra coisa a fazer a não ser permitir-lhe entrar, porque evidentemente estava autorizadoa dar busca e até mesmo a requisitar a casa.

"A minha mãe permitiu-lhe passar adiante", diz o narrador. "Entrou num quartoe depois em outro, sem parar, como se tivesse morado ali antes e conhecesse a ordemdos cômodos. Entrou na sala de jantar; olhou em redor e, de repente, dirigiu-se aoquarto ocupado por minha mãe.

 ² Oh! me perdoe ² disse minha mãe, quando o Príncipe ia abrir a. porta ² ; é

meu quarto de dormir.Ele parou por um instante diante da porta, olhou para a minha mãe então, como

se estivesse envergonhado, e com voz trêmula, disse rapidamente:

 ² Sim, sim, eu sei. Perdoe-me, mas preciso entrar neste quarto!

Pôs a mão na maçaneta e lentamente começou a abrir a porta, e entãorepentinamente fechou-a atrás de si depois de entrar. "Fiquei tão agitado diante daconduta do Príncipe que me vi tentado a olhar. O Príncipe Kropotkin estava ajoelhadoorando ante o oratório no quarto de minha mãe. Eu o vi ajoelhado fazer o sinal da cruz;não vi seu rosto nem seus olhos, pois o via por trás. Sua figura ajoelhada e sua oraçãofervorosa, fizeram-no parecer tão humilde enquanto sussurrava vagarosamente a reza.

Estava tão ocupado que nem notou a minha presença." "De repente toda a minha ira emeu ódio contra esse homem tinham-se evaporado, qual cerração ante os raios do sol.Tão comovido fiquei que cuidadosamente cerrei a porta."O Príncipe Kropotkin

  permaneceu no quarto de minha mãe talvez vinte minutos. Finalmente saiu com o ar dum menino que tivesse cometido uma falta, e nem levantou os olhos, como quereconhecendo o seu erro. Entretanto, havia um sorriso no seu rosto. Chegou perto daminha mãe, tomou-lhe a mão, beijou-a e logo disse em voz muito baixinha: ² Agradeço-lhe muito por haver-me permitido esta visita à sua casa. Não fique nervosacomigo... a Sra. vê, foi neste quarto que morreu a minha mãe. Foi grande consolação

 para mim, estar outra vez no seu quarto. Obrigado, muito obrigado." A sua voz tremia, eseus olhos estavam umedecidos. Logo se despediu e desapareceu. "Esse homem, apesar de ser anarquista, revolucionário, e ateu ² ainda orou!

  Não é evidente que ele ficou ateu porque esmagou os sentimentos mais profundos de sua alma? O ateísmo é um crime contra a sociedade, pois destrói o únicofundamento da moral e da justiça ² um Deus pessoal que põe sobre o homem aresponsabilidade de guardar as suas leis. Se não há Deus, então não há lei divina, etodas as leis são do homem. Mas por que se deve proceder legalmente? Por que umhomem, ou grupo de homens o ordenam? É possível que haja pessoas dotadas derelativa nobreza de espírito, e que essas façam o bem e sejam direitas, sem, contudo,

  possuírem crença em Deus, mas para a grande massa da humanidade existe somente

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uma sanção para fazer o que é reto e isso é ² "Assim diz o Senhor", o Juiz dos vivos edos mortos, o poderoso Governador do destino eterno.

Remover isso é destruir os fundamentos da sociedade humana.

Comenta James M. Gillis: O ateu é como um ébrio cambaleante que entra numlaboratório de pesquisas e começa a ajuntar certas substâncias químicas que o podem

destruir, bem como a tudo ao seu derredor. Na verdade, o ateu está facilitando comforças mais misteriosas e mais poderosas que qualquer coisa que existe nos tubos deensaios; mais misteriosas do que o muito falado raio da morte. Nem se pode imaginar qual seria o resultado se um ateu realmente extinguisse a fé em Deus; toda a trágicahistória deste planeta não registra um só evento que ilustre tal cataclismo universal quese verificaria.

O ateísmo é crime contra o homem. Ele procura arrancar do coração do homemo anelo pelas coisas espirituais, sua fome e sede do infinito. Os ateus protestam contraos crimes que se praticaram em nome da religião; reconhecemos que a religião tom sido

 pervertida pelo sacerdotalismo e eclesiasticismo. Mas procurar apagar a idéia de Deus por ter havido abusos é tão absurdo quanto tentar arrancar o amor do coração humano

 porque em alguns casos esse amor se desvirtuou.

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3. A NATUREZA DE DEUS.

3.1. Conceito bíblico (os nomes de Deus)

Quem é, e que é Deus? A melhor definição é a que se encontra no Catecismo deWestminster: "Deus é Espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder,santidade, justiça, bondade e verdade." A definição bíblica pode formular-se pelo estudodos nomes de Deus. O "nome" de Deus, nas Escrituras, significa mais do que umacombinação de sons; representa seu caráter revelado. Deus revela-se a si mesmofazendo-se conhecer ou proclamando o seu nome. (Êxo. 6:3; 33:19; 34:5, 6.) Adorar aDeus é invocar seu nome (Gên. 12:8); temê-lo (Deut. 28:58); louvá-lo (2 Sam. 22:50);glorificá-lo (Sal. 86:9); é sacrilégio tomar seu nome em vão. (Êxo. 20:7), ou profaná-loou blasfemá-lo (Lev. 18:21; 24:16). Reverenciar a Deus é santificar ou bendizer seunome (Mat. 6:9). O nome do Senhor defende o seu povo (Sal. 20:1), e por amor do seunome não os abandonará (1 Sam. 12:22).

Os seguintes nomes de Deus são os mais comuns que encontramos nasEscrituras:

3.1.1. Elohim (traduzido "Deus".)

Esta palavra emprega-se sempre que sejam descritos ou implícitos o poder criativo e a onipotência de Deus. Elohim é o Deus-Criador. A forma plural significa a

 plenitude de poder e representa a trindade.

3.1.1. Jeová (traduzido "Senhor" na versão de Almeida.)

Elohim, o Deus-Criador, não permanece alheio às suas criaturas. ObservandoDeus a necessidade entre os homens, desceu para ajudá-los e salvá-los; ao assumir estarelação, ele revela-se a si mesmo como Jeová , o Deus da Aliança. O nome JEOVÁ temsua origem no verbo SER e inclui os três tempos desse verbo ² passado, presente efuturo. O nome, portanto significa: Ele que era, que é e que há de ser; em outras

  palavras, o Eterno. Visto que Jeová é o Deus que se revela a si mesmo ao homem, onome significa: Eu me manifestei, me manifesto, e ainda me manifestarei.

O que Deus opera a favor de seu povo acha expressão nos seus nomes, e aoexperimentar o povo a sua graça, desse povo então pode dizer-se: "conhecem o seunome." A relação entre Jeová e Israel resume-se no uso dos nomes encontrados nosconcertos entre Jeová e seu povo. Aos que jazem em leitos de doença manifesta-se-lhescomo JEOVÁ-RAFA, "o Senhor que cura" (Êxo. 15:26). Os oprimidos pelo inimigoinvocam a JEOVÁ-NISSI, "o Senhor nossa bandeira" Êxo. 17:8-15). Os carregados decuidados aprendem que ele é JEOVÁ-SHALOM, "o Senhor nossa paz" (Jui. 6:24). Os

  peregrinos na terra sentem a necessidade de JEOVÁ-RA'AH, "o Senhor meu pastor"(Sal. 23:1). Aqueles que se sentem sob condenação e necessitados da justificação,

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esperançosamente invocam a JEOVÁ-TSIDKENU, "o Senhor nossa justiça" (Jer. 23:6).Aqueles que se sentem desamparados aprendem que ele é JEOVÁ-JIREH, "o Senhor que provê" (Gên. 22:14). E quando o reino de Deus se houver concretizado na terra,será ele conhecido como JEOVÁ-SHAMMAH, "o Senhor está ali" (Ezeq. 48:35).

3.1.1. El (Deus)

É usado em certas combinações: EL-ELYON (Gên. 14:18-20), o "Deusaltíssimo", o Deus que é exaltado sobre tudo o que se chama deus ou deuses. EL-SHADDAI, "o Deus que é suficiente para as necessidades do seu povo" (Êxo. 6:3). EL-OLAM, "o eterno Deus" (Gên. 21:33).

3.1.1. Adonai

Significa literalmente "Senhor" ou "Mestre" e dá a idéia de governo e domínio.(Êxo. 23:17; Isa. 10:16, 33.) Por causa do que Deus é e do que tem feito, ele exige oserviço e a lealdade do seu povo.Este nome no Novo Testamento aplica-se ao Cristoglorificado.

3.1.1. Pai

Emprega-se tanto no Antigo como no Novo Testamento. Em significado maisamplo o nome descreve a Deus como sendo a Fonte de todas as coisas e Criador dohomem; de maneira que, no sentido criativo, todos podem considerar-se geração de

Deus. (Atos 17:28.) Todavia, esta relação não garante a salvação. Somente aqueles queforam vivificados e receberam nova vida pelo seu Espírito são seus filhos no sentidointimo da salvação. (João 1:12, 13.)

3.2. Crenças errôneas

Existem outras idéias extra-bíblicas acerca de Deus. Dessas, algumasoriginaram-se em verdades exageradas. Algumas são deficientes; outras pervertidas outorcidas. Por que tomar o tempo para considerar essas idéias? Visto que é muito difícildescrever perfeitamente o ser de Deus, podemos, sabendo o que ele não, chegar a uma

melhor compreensão do que ele realmente é.

3.2.1. Agnosticismo

O agnosticismo (expressão originada de duas palavras gregas que significam"não saber") nega a capacidade humana de conhecer a Deus. "A mente finita não podealcançar o infinito", declara o agnóstico. Mas o agnóstico não vê que há grande

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diferença entre conhecer a Deus no sentido absoluto e conhecer algumas coisas acercade Deus. Não podemos compreender a Deus, isto é, conhecê-lo inteira e perfeitamente;mas podemos aprender, isto é, ter uma concepção da sua Pessoa. "Podemos saber quemé Deus, sem saber tudo o que ele é", escreve D. S. Clarke. "Podemos tocar a terraembora não possamos envolvê-la com os braços. Um menino pode conhecer a Deusenquanto o filósofo não pode descobrir todos os segredos do Todo-poderoso." As

Escrituras baseiam-se no pensamento de que é possível conhecer a Deus; por outra  parte, elas nos avisam que por agora "conhecemos em parte". (Vide Êxo. 33:20; Jo11:17; Rom. 11:33, 34; l Cor. 13:9-12.)

3.2.1. Politeísmo

O politeísmo (culto de muitos deuses) era característico das religiões antigas e pratica-se ainda hoje em muitas terras pagãs. Baseia-se ele na idéia de que o universo égovernado, não por uma força só, mas sim por muitas, de maneira que há um deus daágua, um deus do fogo, um deus das montanhas, um deus da guerra, etc. Foi esta a

conseqüência natural do paganismo, que endeusou os objetos finitos e as forças naturaise "adoraram e serviram à criatura antes que o Criador" (Rom. 1:25). Abraão foichamado a separar-se do paganismo e a tomar-se uma testemunha do único verdadeiroDeus; sua chamada foi o começo da missão de Israel, a qual era pregar o monoteísmo (oculto a um só Deus), o contrário do politeísmo das nações vizinhas.

3.2.1. Panteísmo

O panteísmo (proveniente de duas palavras gregas que significam "tudo é Deus")é o sistema de pensamento que identifica Deus com o universo, árvores e pedras,

 pássaros, terra e água, répteis e homens ² todos são declarados partes de Deus, e Deusvive e expressa-se a si mesmo através das substâncias e forças como a alma se expressaatravés do corpo. Como se originou esse sistema? O que está escrito em Rom. 1:20-23desvenda esse mistério. Pode ser que na penumbra do passado os filósofos pagãos,havendo perdido de vista a Deus e expulsando-o de seus corações, tenham observadoque era necessário achar alguma coisa que preenchesse o seu lugar, visto que o homem

 procura sempre um objeto de culto. Para preencher o lugar de Deus, deve haver algo tãogrande quanto o próprio Deus. Havendo Deus se retirado do mundo, por que então nãofazer do mundo Deus?

Desta maneira arrazoaram os homens e assim se iniciou o culto às montanhas eàs árvores, aos homens e aos animais, e a todas as forças da natureza. À primeira vista

essa adoração da natureza tem certa feição lógica, mas leva a uma conclusão absurda.Pois se a árvore, a flor e a estrela são Deus, logo também o devem ser o verme, omicróbio, o tigre e também o mais vil pecador ² uma conclusão absolutamenteirrazoável. O panteísmo confunde Deus com a natureza. Mas a verdade é que o poemanão é o poeta, a arte não é o artista, a música não é o músico, e a criação não é oCriador. Uma linda tradição judaica nos relata como Abraão observou essa distinção:Quando Abraão começou a refletir sobre a natureza de Deus, pensou primeiramente queas estrelas fossem divindades por causa de seu brilho e formosura. Mas quando

 percebeu que a lua as excedia em brilho, concluiu então que a lua era divindade. A luz

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da lua, porém, desvaneceu-se ante a luz do sol e este fato o fez pensar que este últimoera a Divindade. No entanto, à noite o sol também desapareceu. "Deve existir algo nomundo maior do que estas constelações", pensou Abraão. Desta maneira, do culto ànatureza, ele se elevou ao culto ao Deus da natureza. As Escrituras corrigem as idéias

 pervertidas do panteísmo. Ao ensinar que Deus é revelado mediante a natureza, fazem adistinção entre Deus e a natureza. Os panteístas dizem que Deus é o universo; a Bíblia

diz que Deus criou o universo. Onde se professa o panteísmo hoje? Primeiramente entrealguns poetas que atribuem divindade à natureza. Em segundo lugar, é a filosofia básicada maior parte das religiões da Índia, as quais a citam para justificar a adoração deídolos. "Não será a árvore, da qual se fez a imagem, uma parte de Deus?" argumentameles. Em terceiro lugar, a Ciência Cristã é uma forma de panteísmo porque um dos seusfundamentos é: "Deus é tudo e tudo é Deus." Tecnicamente falando, é panteísmo"idealista", porque ensina que tudo é mente ou "idéia," e que, por conseguinte, a todamatéria falta realidade.

3.2.1. Materialismo

O materialismo nega qualquer distinção entre a mente e a matéria; afirma quetodas as manifestações da vida e da mente e todas as forças são simplesmente

 propriedades da matéria. "O pensamento é secreção do cérebro como a bílis é secreçãodo fígado"; "o homem é apenas uma máquina", são alguns dos pensamentos prediletosdos materialistas. "O homem é simplesmente um animal", declaram eles, pensando quecom isto poderão extinguir o conceito generalizado acerca da superioridade do ser humano e do seu destino divino. Essa teoria é tão absurda que quase não merecerefutação. No entanto, em dezenas de universidades, em centenas de novelas, e demuitos outros modos, discute-se e aceita-se a idéia de que o homem é animal emáquina; que não tem responsabilidade por seus atos e que não existe o bem nem o mal.Para refutar esse erro vamos observar:

1) A nossa consciência nos afirma que somos algo mais do que matéria e quesomos diferentes das árvores e das pedras. Um grama de bom senso neste caso valemais que uma tonelada de filosofia. Conta-se que Daniel O'Connell, orador irlandês,certa vez se encontrou com uma velha irlandesa, temida por sua linguagem causticante eseu vocabulário blasfemo. O orador, no encontro com a velha, cobriu-a com verdadeirasalva de termos trigonométricos: "Você miserável rombóide", gritou ele, "você,hipotenusa sem escrúpulo! Todos que a conhecem sabem que você guarda um

 paralelogramo em sua casa", e assim por diante continuou ele até que deixou a pobremulher confusa e perplexa. Da mesma maneira os filósofos modernos tentariamassustar-nos com palavras ostentosas. Mas o erro não se transforma em verdadesomente porque se expressa em palavras multissilábicas.

2) A experiência e a observação demonstram que a vida procede unicamente devida já existente e, por conseguinte, a vida que existe neste mundo teve sua causa emvida idêntica. Nunca se deu um caso em que a vida procedesse de substância morta. Háalguns anos, certos pesquisadores cientistas concluíram que haviam conseguido essefenômeno, mas ao ser descoberta a presença de micróbios no ar, a sua teoria caiu por terra!

3) A evidência de uma inteligência superior e desígnio no universo refutam omaterialismo cego.

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4) Na hipótese de que o homem seja apenas máquina, mesmo assim a máquinanão se faz por si mesma. A máquina não produziu o inventor, mas o inventor criou amáquina. O mal do materialismo está no fato de que destrói os fundamentos damoralidade. Pois se o homem fosse apenas máquina, então não seria responsável por seus atos. Conseqüentemente, não podemos tratar de nobre ao herói, nem de mau aohomem vil, pois não é capaz de agir de outra maneira. Portanto, um homem não pode

condenar outro, como a serra circular não pode dizer à guilhotina: "Como pode você ser tão cruel?" Qual é o antídoto para o materialismo? O antídoto é o Evangelho pregadocom demonstração e poder do Espírito acompanhado dos sinais.

3.2.1. Deísmo

O deísmo admite que haja um Deus pessoal, que criou o mundo; mas insiste emque, depois da criação, Deus o entregou para ser governado pelas leis naturais. Emoutras palavras, ele deu corda ao mundo como quem dá corda a um relógio e o deixousem mais cuidado da sua parte. Dessa maneira não seria possível haver nenhuma

revelação e nenhum milagre. Esse sistema, às vezes, chama-se racionalismo, porqueeleva a razão à posição de supremo guia em assuntos de religião; também se descrevecomo religião natural, como oposta à religião revelada. Tal sistema é refutado pelasevidências da inspiração da Bíblia e as evidências das obras de Deus na história. A idéiaacerca de Deus, propagada pelo deísta, é unilateral. As Escrituras ensinam duasimportantes verdades concernentes à relação de Deus para com o mundo: primeira, suatranscendência, que significa sua separação do mundo e do homem e sua exaltaçãosobre eles. (Isa. 6:1); segunda, sua imanência, que significa sua presença no mundo esua aproximação do homem (Atos 17:28; Efé. 4:6). O deísmo acentua demais a primeiraverdade enquanto o panteísmo encarece demais a segunda. As Escrituras apresentam aidéia verdadeira e absoluta: Deus, de fato, está separado do mundo e acima do mundo;

 por outro lado, ele está no mundo. Ele enviou seu Filho para estar conosco, e o Filho

enviou o Espírito Santo para estar em nós. Desta maneira a doutrina da Trindade evitaos dois extremos. à pergunta, "Está Deus separado do mundo ou está no mundo?" aBíblia responde: "Ele está tanto separado do mundo como também está no mundo."

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4. OS ATRIBUTOS DE DEUS

Sendo Deus um ser infinito, é impossível que qualquer criatura o conheçaexatamente como ele é. No entanto, ele bondosamente revelou-se mediante linguagemcompreensível a nós. São as Escrituras essa revelação. Por exemplo, Deus diz acerca desi mesmo: "Eu sou Santo"; portanto, podemos afirmar: Deus é Santo. A santidade,então, é um atributo de Deus, porque a santidade é uma qualidade que podemos atribuir ou aplicar a ele. Dessa forma, com a ajuda da revelação que Deus deu de si mesmo,

  podemos regular os nossos pensamentos acerca de Deus. Qual a diferença entre osnomes de Deus e os seus atributos? Os nomes de Deus expressam as qualidades do seuser inteiro, enquanto os seus atributos indicam vários aspectos do seu caráter. Muito se

  pode dizer de um ser tão grande como Deus, mas facilitaremos a nossa tarefa seclassificarmos os seus atributos.

Compreender a Deus em sua plenitude seria tão difícil como encerrar o OceanoAtlântico numa xícara; mas ele se tem revelado a si mesmo o suficiente para esgotar a

nossa capacidade. A classificação seguinte talvez nos facilite a compreensão: 1.Atributos sem relação entre si, ou seja, o que Deus é em si próprio, à parte da criação.Estes respondem à pergunta: quais são as qualidades que caracterizavam a Deus antesque alguma coisa existisse? 2. Atributos ativos, ou seja, o que Deus é em relação aouniverso. 3. Atributos morais, ou seja, o que Deus é em relação aos seres morais por elecriados.

4.1. Atributos não relacionados (a natureza íntima de Deus).

4.1.1. Espiritualidade

Deus é Espírito. (João 4:24). Deus é Espírito com personalidade; ele pensa, sentee fala; portanto, pode ter comunhão direta com suas criaturas feitas à sua imagem.

Sendo Espírito, Deus não está sujeito as limitações às quais estão sujeitos osseres humanos dotados de corpo físico. Ele não possui partes corporais nem está sujeitoàs paixões; sua pessoa não se compõe de nenhum elemento material, e não está sujeitoàs condições de existência natural. Portanto, não pode ser visto com os olhos naturaisnem apreendido pelos sentidos naturais. Isto não implica que Deus leve uma existênciasombria e irreal, pois Jesus se referiu à "forma" de Deus. (João 5:37; vide Fil. 2:6.) Deusé uma Pessoa real, mas de natureza tão infinita que não se pode apreendê-lo plenamente

 pelo conhecimento humano, nem tampouco satisfatoriamente descrevê-lo em linguagemhumana. "Ninguém jamais viu a Deus", declara o apóstolo João (João 1:18; vide Êxo.33:20); no entanto, em Êxo. 24:9,10 lemos que Moisés, e certos anciãos, "viram aDeus". Nisto não há contradição; João quer dizer que nenhum homem jamais viu a Deuscomo ele é. Mas sabemos que o Espírito pode manifestar-se em forma corpórea (Mat.3:16); portanto, Deus pode manifestar-se duma maneira perceptível ao homem. Deustambém descreve a sua personalidade infinita em linguagem compreensível às mentesfinitas; portanto, a Bíblia fala de Deus como ser que tem mãos, braços, olhos e ouvidos,e descreve-o como vendo, sentindo, ouvindo, arrependendo-se, etc. Mas Deus também é

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insondável e inescrutável. "Porventura... chegarás à perfeição do Todo-poderoso?" (Jo11:7) ² e nossa resposta só pode ser: "não temos com que tirar, e o poço é fundo" (João4:11), usando a expressão da mulher samaritana.

4.1.1. Infinitude.

Deus é Infinito, isto é, não está sujeito às limitações naturais e humanas. A suainfinitude é vista de duas maneiras: (1) em relação ao espaço. Deus caracteriza-se pelaimensidade (1 Reis 8:27); isto é, a natureza da Divindade está presente de modo igualem todo o espaço infinito e em todas as suas partes. Nenhuma parte existente estáseparada da sua presença ou de sua energia, e nenhum ponto do espaço escapa à suainfluência. "Seu centro está em toda parte e sua circunferência em parte nenhuma." Mas,ao mesmo tempo, não devemos esquecer que existe um lugar especial onde sua presençae glória são reveladas duma maneira extraordinária; esse lugar é o céu. (2) Em relaçãoao tempo, Deus é eterno. (Êxo. 15:18; Deut. 33:27; Nee. 5:5; Sal. 90:2; Jer. 10:10;Apoc. 4:8-10.) Ele existe desde a eternidade e existirá por toda a eternidade. O passado,

o presente e o futuro são todos como o presente à sua compreensão. Sendo eterno, ele éimutável ² "o mesmo ontem, hoje, e eternamente". Esta é para o crente uma verdadeconfortadora, podendo assim descansar na confiança de que "O Deus da antiguidade éuma morada, e por baixo estão os braços eternos" (Deut. 33:27).

4.1.1. Unidade

Deus é o único Deus. (Êxo. 20:3; Deut. 4:35,39; 6:4; 1 Sam. 2:2; 2 Sam. 7:22; 1Reis 8:60; 2 Reis 19:15; Nee. 9:6; Isa. 44:6-8; 1 Tim. 1:17.) "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor." Era esse um dos fundamentos da religião do Antigo

Testamento, sendo também essa a mensagem especial a um mundo que adorava amuitos deuses falsos. Haverá contradição entre este ensino da unidade de Deus e oensino da Trindade do Novo Testamento? É necessário distinguir entre duas qualidadesde unidade ² unidade absoluta e unidade composta. A expressão "um homem" traz aidéia de unidade absoluta, porque se refere a uma só pessoa. Mas quando lemos quehomem e mulher serão "uma só carne" (Gên. 2:24), essa é uma unidade composta, vistoque se refere à união de duas pessoas. Vide também Esd. 3:1; Ezeq. 37:17; estasreferências bíblicas empregam a mesma palavra para significar "um só" ("echad" nalíngua hebraica) como se usa em Deut. 6:4. Existe outra palavra ("yachidh" no hebraico)que se usa para exprimir a idéia de unidade absoluta. (Gên. 22:2, 12; Amós 8:10; Jer.6:26; Zac. 12:10; Prov. 4:3; Jui. 11:34.) A qual classe de unidade se refere Deut. 6:4?Pelo fato de a palavra "nosso Deus" estar no plural (ELOHIM no hebraico), concluímos

que se refere à unidade composta. A doutrina da Trindade ensina a unidade de Deuscomo unidade composta, inclusive de três Pessoas Divinas unidas na essencial unidadeeterna.

4.2. Atributos ativos (Deus e o universo).

4.2.1. Onipotência.

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Deus é onipotente. (Gên. 1:1; 17:1; 18:14; Êxo. 15:7; Deut. 3:24; 32:39; 1 Crôn.16:25; Jo 40:2; Isa. 40:12-15; Jer. 32:17; Ezeq. 10:5; Dan. 3:17;4:35; Amós 4:13; 5:8;Zac. 12:1; Mat. 19:26; Apoc. 15:3; 19:6.) A onipotência de Deus significa duas coisas:

1) Sua liberdade e poder para fazer tudo que esteja em harmonia com a suanatureza. "Pois para Deus nada será impossível." Isto naturalmente não significa que ele

 possa ou queira fazer alguma coisa contrária à sua própria natureza ² por exemplo,mentir ou roubar; ou que faria alguma coisa absurda ou contraditória em si mesma, talcomo fazer um circulo triangular, ou fazer água seca.

2) Seu controle e sabedoria sobre tudo que existe ou que pode existir. Mas sendoassim, por que se pratica o mal neste mundo? É porque Deus dotou o homem de livrearbítrio, cujo arbítrio Deus não violará; portanto, ele permite os atos maus, mas com umsábio propósito de, finalmente, dominar todo o mal. Somente Deus é Todo-poderoso eaté mesmo Satanás nada pode fazer sem a sua permissão. (Vide Jó caps. 1 e 2.) Toda avida é sustentada por Deus. (Heb. 1:3; Atos 17:25, 28; Dan. 5:23.) A existência dohomem é qual som de nota de harmônio que soa enquanto os dedos comprimem asteclas. Assim, sempre que a pessoa peca, está usando o poder do próprio Criador paraultrajá-lo. Todo pecado é um insulto contra Deus.

4.2.1. Onipresença.

Deus é onipresente, isto é, o espaço material não o limita em ponto algum.(Gên. 28:15, 16; Deut. 4:39; Jos. 2:11; Sal. 139:7-10; Prov. 15:3,11; Isa. 66:1; Jer.23:23,24; Amós 9:2-4,6; Atos 7:48,49; Efés. 1:23.)

Qual a diferença entre imensidade e onipresença? Imensidade é a presença deDeus em relação ao espaço, enquanto onipresença é sua presença considerada emrelação às criaturas. Para suas criaturas ele está presente nas seguintes maneiras:

1) Em glória, para as hostes adoradoras do céu. (Isa. 6:1-3.)2) Eficazmente, na ordem natural. (Naúm 1:3.)

3) Providencialmente, nos assuntos relacionados com os homens. (Sal. 68:7, 8.)

4) Atentamente, àqueles que o buscam. (Mat. 18:19, 20; Atos 17:27.)

5) Judicialmente, às consciências dos ímpios. ( Gên. 3:8; Sal. 68:1, 2.) O homemnão deve iludir-se com o pensamento de que existe um cantinho no universo onde possaescapar à lei do seu Criador. "Se o seu Deus está em toda parte, então deve estar também no inferno", disse um chinês a um cristão na China. "Sua ira sim está noinferno", foi a pronta resposta.

6) Corporalmente em seu Filho. "Deus conosco" (Col. 2:9).

7) Misticamente na igreja. (Efés. 2:12-22.)

8) Oficialmente, com seus obreiros. (Mat. 28:19, 20.) Embora Deus esteja emtodo lugar, ele não habita em todo lugar. Somente ao entrar em relação pessoal com umgrupo ou com um indivíduo se diz que ele habita com eles.

4.2.1. Onisciência.

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Deus é onisciente, porque conhece todas as coisas. (Gên. 18:18,19; 2 Reis8:10,13; 1 Crôn. 28:9; Sal. 94:9; 139:1-16; 147:4-5; Prov. 15:3; Isa. 29:15,16; 40:28;Jer. 1:4-5; Ezeq. 11:5; Dan.2:22,28; Amós 4:13; Luc. 16:15; Atos 15:8, 18; Rom. 8:27,29; 1 Cor. 3:20; 2 Tim. 2:19; Heb. 4:13; 1 Ped. 1:2; 1 João 3:20.) O conhecimento deDeus é perfeito, ele não precisa arrazoar, ou pesquisar as coisas, nem aprender gradualmente ² seu conhecimento do passado, do presente e do futuro é instantâneo.

Há grande conforto na consideração deste atributo. Em todas as provas da vida ocrente tem a certeza de que "vosso Pai celestial sabe" (Mat. 6:8). A seguinte dificuldadese apresenta a alguns: sendo Deus conhecedor de todas as coisas, ele sabe quem se

 perderá; portanto, como pode essa pessoa evitar o perder-se? Mas a presciência de Deussobre o uso que a pessoa fará do livre arbítrio não obriga a escolher este ou aqueledestino. Deus prevê sem intervir.

4.2.1. Sabedoria.

Deus é sábio. (Sal. 104:24; Prov. 3:19; Jer. 10:12; Dan. 2:20,21; Rom. 11:33; 1Cor. 1:24, 25, 30; 2:6, 7; Efés. 3:10; Col. 2:2, 3.) A sabedoria de Deus reúne a suaonisciência e sua onipotência. Ele tem poder para levar a efeito seu conhecimento de talmaneira que se realizem os melhores propósitos possíveis pelos melhores meios

  possíveis. Deus sempre faz o bem de maneira certa e no tempo certo. "Ele fez tudo bem." Esta ação da parte de Deus, de organizar todas as coisas e executar a sua vontadeno curso dos eventos com a finalidade de realizar o seu bom propósito, chama-seProvidência. A divina providência geral relaciona-se com o universo como um todo; sua

 providência particular relaciona-se com os detalhes da vida do homem.

4.2.1. Soberania

Deus é soberano, isto é, ele tem o direito absoluto de governar suas criaturas edelas dispor como lhe apraz. (Dan. 4:35; Mat. 20:15; Rom. 9:21.) Ele possui esse direitoem virtude de sua infinita superioridade, de sua posse absoluta de todas as coisas, e daabsoluta dependência delas perante ele para que continuem a existir. Desta maneira,tanto é insensatez, como transgressão, censurar os seus caminhos. Observa D. S. Clarke:A doutrina da soberania de Deus é uma doutrina muito útil e animadora. Se fosse paraescolher, qual seria preferível ² ser governado pelo fatalismo cego, pela sortecaprichosa, pela lei natural irrevogável, pelo "eu" pervertido e de curta visão, ou ser governado por um Deus sábio, santo, amoroso e poderoso? Quem rejeita a soberania de

Deus, pode escolher ser governado dentre o que sobra.

4.3. Atributos morais (Deus e as criaturas morais)

Passando em revista o registro das obras de Deus para com os homens,aprendemos que:

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4.3.1. Santidade.

Deus é santo. (Êxo. 15:11; Lev. 11:44, 45; 20:26; Jos. 24:19; l Sam. 2:2; Sal.5:4; 111:9; 145:17; Isa. 6:3; 43:14,15; Jer. 23:9; Luc. 1:49; Tia. 1:13; 1 Ped. 1:15, 16;Apoc. 4:8; 15:3, 4.) A santidade de Deus significa a sua absoluta pureza moral; ele não

  pode pecar nem tolerar o pecado. O sentido original da palavra "santo" é "separado".Em que sentido está Deus separado? Ele está separado do homem no espaço ² ele estáno céu, o homem na terra. Ele está separado do homem quanto à natureza e caráter ² ele é perfeito, o homem é imperfeito; ele é divino, o homem é humano; ele émoralmente perfeito, o homem é pecaminoso. Vemos, então, que a santidade é oatributo que mantém a distinção entre Deus e a criatura. não denota apenas um atributode Deus, mas a própria natureza divina. Portanto, quando Deus se revela a si mesmo demodo a impressionar o homem com a sua Divindade, diz-se que ele se santificou (Ezeq.36:23; 38:23), isto é, "revela-se a si mesmo como o Santo". Quando os serafinsdescrevem o resplendor divino que emana daquele que está sentado sobre o trono,exclamam: "Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos" (Isa. 6:3). Diz-se que oshomens santificam a Deus quando o honram e o reverenciam como Divino. (Num.

20:12; Lev. 10:3; Isa. 8:13.) Quando o desonram, pela violação de seus mandamentos,se diz que "profanam" seu nome ² que é o contrário de santificar seu nome. (Mat. 6:9.)Somente Deus é santo em si mesmo. Descrevem-se desta maneira o povo, os edifícios, eobjetos santos porque Deus os fez santos e os tem santificado. A palavra "santo",quando se aplica a pessoas ou a objetos, é termo que expressa relação com Jeová ² 

 pelo fato de estar separado para o seu serviço. Sendo separados, os objetos precisamestar limpos; e as pessoas devem consagrar-se e viver de acordo com a lei da santidade.Esses fatos constituem a base da doutrina da santificação.

4.3.1. Justiça.

Deus é justo. Qual a diferença entre a santidade e a justiça? "A justiça ésantidade em ação", esta é uma das respostas. A justiça é a santidade de Deus manifestano tratar retamente com suas criaturas. "não fará justiça o Juiz de toda a terra?" (Gên.18:25). A justiça é obediência a uma norma reta; é conduta reta em relação a outrem.Quando é que Deus manifesta este atributo?

1) Quando livra o inocente, condena o ímpio e exige que se faça justiça. Deus  julga, não como o fazem os juízes modernos, que baseiam seu julgamento sobre aevidência apresentada perante eles por outrem. Deus mesmo descobre a evidência.Desta maneira o Messias, cheio do Espírito Divino, não julgará "segundo a vista dosseus olhos, nem reprovar segundo o ouvir dos seus ouvidos", mas julgará com justiça.

(Isa. 11:3.)2) Quando perdoa o penitente. (Sal. 51:14; 1 João 1:9; Heb. 6:10.)

3) Quando castiga e julga seu povo. (Isa. 8:17; Amós 3:2.)

4) Quando salva seu povo. A interposição de Deus a favor do seu povo se chamasua justiça. (Isa. 46:13; 45:24,25.) A salvação é o lado negativo, a justiça é o positivo.Ele livra seu povo dos seus pecados e de seus inimigos, e o resultado é a retidão decoração. (Isa. 51:6; 54:13; 60:21; 61:10.)

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5) Quando dá vitória à causa de seus servos fiéis. (Isa. 50:4-9.) Depois de Deushaver libertado seu povo e julgado os ímpios então teremos "novos céus e uma novaterra, em que habita a justiça" (2 Pedro 3:13). Deus não somente trata justamente comotambém requer justiça. Mas que sucederá no caso de o homem haver pecado? Então elegraciosamente justifica o penitente. (Rom. 4:5.) Esta é a base da doutrina da

 justificação.Notar-se-á que a natureza divina é a base das relações de Deus para com os

homens. Como ele é, assim ele opera. O Santo santifica, o Justo justifica.

4.3.1. Fidelidade.

Deus é fiel. Ele é absolutamente digno de confiança; as suas palavras nãofalharão. Portanto, seu povo pode descansar em suas promessas. (Êxo. 34:6; Num.23:19; Deut. 4:31; Jos. 21:43-45; 23:14; 1 Sam. 15:29; Jer. 4:28; Isa. 25:1; Ezeq. 12:25;Dan. 9:4; Miq. 7:20; Luc. 18:7,8; Rom. 3:4; 15:8; 1 Cor. 1:9; 10:13; 2 Cor. 1:20; 1Tess.5:24; 2 Tess. 3:3; 2 Tim. 2:13; Heb. 6:18; 10:23; 1 Ped. 4:19; Apoc. 15:3.)

4.3.1. Misericórdia.

Deus é misericordioso. "A misericórdia de Deus é a divina bondade em açãocom respeito às misérias de suas criaturas, bondade que se comove a favor deles,

 provendo o seu alivio, e, no caso de pecadores impenitentes, demonstrando paciêncialongânima" (Hodges). (Tito 3:5; Lam. 3:22; Dan. 9:9; Jer. 3:12; Sal. 32:5; Isa. 49:13;54:7.) Uma das mais belas descrições da misericórdia de Deus encontra-se no Salmo103:8-18. O conhecimento de sua misericórdia toma-se a base da esperança (Sal. 130:7)como também da confiança (Sal. 52:8). A misericórdia de Deus manifestou-se demaneira eloqüente ao enviar Cristo ao mundo. (Luc. 1:78.)

4.3.1. Amor 

Deus é amor. O amor é o atributo de Deus em razão do qual ele deseja relação pessoal com aqueles que possuem a sua imagem e, mui especialmente, com aqueles queforam santificados em caráter, feitos semelhantes a ele. Notamos a descrição do amor deDeus (Deut. 7:8; Efés. 2:4; Sof. 3:17; Isa. 49:15, 16; Rom. 8:39; Osé. 11:4; Jer. 31:3);notamos a quem é manifestado (João 3:16; 16:27; 17:23; Deut. 10:18); notamos comofoi demonstrado (João 3:16; 1 João 3:1; 4:9, 10; Rom. 9:11-13; Isa. 38:17; 43:3, 4; 63:9;Tito 3:4-7; Efés. 2:4, 5; Osé. 11:4; Deut. 7:13; Rom. 5:5).

4.3.1. Bondade.

Deus é bom. A bondade de Deus é o atributo em razão do qual ele concede vidae outras bênçãos às suas criaturas. (Sal. 25:8; Naúm 1:7; Sal. 145:9;Rom. 2:4; Mat.5:45; Sal. 31:19; Atos 14:17; Sal. 68:10; 85:5.) Escreve o Dr. Howard Agnew Johnson:

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Há alguns anos fui convidado para almoçar em certa casa. O dono da casa me pediu que orasse. Depois de pedir a bênção e expressar a nossa gratidão pelos dons deDeus, ele disse com certa franqueza: "Realmente não vejo razão para isto: pois eumesmo provi esta refeição."

Em resposta perguntamos: "O senhor nunca pensou que se falhassem asementeira e a colheita uma só vez em toda a terra, a metade do povo morreria antes da

 próxima colheita? E não pensou também que se falhassem a sementeira e a colheita emdois anos sucessivos em todo o planeta, todos os homens morreriam antes da seguintecolheita?

Evidentemente assombrado, ele admitiu que nunca pensara em tal possibilidade.Então sugerimos estar muito equivocado em dizer que fora ele quem fornecera aquelarefeição para nós. Ele devia a Deus a sua própria vida e as forças para ganhar odinheiro. Deus havia posto vida no grão e no animal que usávamos como alimento,coisa que ele nunca poderia fazer. Lembramos-lhe que ele havia sido um cooperador com Deus, participando das leis divinas para suprir as nossas necessidades. Então

 perguntamos: "Se alguém lhe desse alguma coisa, o senhor não diria "obrigado"? E sefossem repetidas as dádivas duas ou três vezes ao dia, o senhor não diria "obrigado"

cada vez'? Com isso ele prontamente concordou. "Então o senhor entende por quedizemos 'obrigado' a Deus cada vez que recebemos suas bênçãos."

A isto ele exclamou: "Ah! isto não é mais do que boa educação, sem falar em ser inteligentemente agradecido!"

Para certas pessoas a existência do mal e do sofrimento apresenta um obstáculo àcrença na bondade de Deus. "Por que um Deus de amor criou um mundo cheio desofrimento?" perguntam alguns. As considerações seguintes poderão esclarecer o

 problema:

1) Deus não é responsável pelo mal. Se um trabalhador descuidado jogar areianuma máquina delicada, deve-se responsabilizar o fabricante? Deus fez tudo bom mas o

homem danificou a sua obra. Praticamente todo o sofrimento que há no mundo éconseqüência da desobediência deliberada do homem.

2) Sendo Deus Todo-poderoso, o mal existe por sua permissão. Nem sempre  podemos compreender porque ele permite o mal, pois os seus caminhos sãoinescrutáveis. Ao extremamente curioso ele diria: "Que tens tu com isso? Segue-me tu."

 No entanto, podemos compreender parte dos seus caminhos ² o suficiente para saber que ele não erra. Assim escreveu Stevenson, notável autor: "Se eu, através do

 buraquinho de guarita, puder enxergar com os meus olhos míopes minúscula fração douniverso, e ainda receber no meu próprio destino algumas evidências dum plano ealgumas evidências duma bondade dominante, seria eu, então, tão insensato a ponto dequeixar-me de não poder entender tudo? não deveria eu sentir surpresa infinita e grata,

 pelo fato de, em um empreendimento ao vasto, poder eu entender algo, por pouco queseja, e fazer com que este pouco inspire minha fé?"

3) Deus é tão grande que pode fazer o mal cooperar para o bem. Recordemoscomo dominou a maldade dos irmãos de José, e de Faraó, e de Herodes, e daqueles querejeitaram e crucificaram a Cristo. Acertadamente disse um erudito da antiguidade:"Deus Todo-poderoso não permitiria, de maneira alguma, a existência do mal na suaobra se não fosse tão onipotente e tão bom que até mesmo do mal ele pudesse operar o

 bem." Muitos cristãos já saíram dos fogos do sofrimento com o caráter purificado e a fé

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fortalecida. O sofrimento os tem impelido ao seio de Deus. O sofrimento foi a moedaque comprou o caráter provado no fogo.

4) Deus formou o universo segundo leis naturais, e estas leis implicam a possibilidade de acidentes. Por exemplo, se a pessoa descuidada ou deliberadamente sedeixar cair em um precipício, essa pessoa sofrerá as conseqüências de ter violado a leida gravidade. Mas, ao mesmo tempo, estamos satisfeitos com estas leis, pois de outraforma o mundo estaria num estado de confusão.

5) é bom lembrar sempre que tal não é o estado perfeito das coisas. Deus tem emreserva outra vida e uma época futura em que mostrará a razão de todos os seus tratadose ações. Visto que ele opera segundo a "Hora Oficial Celestial", às vezes pensamos queele esteja tardando, mas "bem depressa" fará justiça a seus escolhidos. (Luc. 18:7, 8.)

 Não se deve julgar a Deus enquanto não descer a cortina sobre a última cena do grandeDrama dos Séculos. Então veremos que "Ele tudo fez bem".

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5. O TRIÚNFO DEUS

5.1. A doutrina declarada.

As Escrituras ensinam que Deus é Um, e que além dele não existe outro Deus.Poderia surgir a pergunta: "Como podia Deus ter comunhão com alguém antes queexistissem as criaturas finitas?" A resposta é que a Unidade Divina é uma Unidadecomposta, e que nesta unidade há realmente três Pessoas distintas, cada uma das quais éa Divindade, e que, no entanto, cada uma está sumamente consciente das outras duas.Assim, vemos que havia comunhão antes que fossem criadas quaisquer criaturas finitas.Portanto, Deus nunca esteve só. Não é o caso de haver três Deuses, todos trêsindependentes e de existência própria. Os três cooperam unidos e num mesmo

 propósito, de maneira que no pleno sentido da palavra, são "um". O Pai cria, o Filhoredime, e o Espírito Santo santifica; e, no entanto, em cada uma dessas operaçõesdivinas os Três estão presentes. O Pai é preeminentemente o Criador, mas o Filho e oEspírito são tidos como cooperadores na mesma obra. O Filho é preeminentemente oRedentor, mas Deus o Pai e o Espírito são considerados como Pessoas que enviam oFilho a redimir. O Espírito Santo é o Santificador, mas o Pai e o Filho cooperam nessaobra. A Trindade é uma comunhão eterna, mas a obra da redenção do homem evocou asua manifestação histórica. O Filho entrou no mundo duma maneira nova ao tomar sobre si a natureza humana e lhe foi dado um novo nome, Jesus. O Espírito Santo entrouno mundo duma maneira nova, isto é, como o Espírito de Cristo incorporado na igreja.Mas ao mesmo tempo, os três cooperaram. O Pai testificou do Filho (Mat. 3:17); e oFilho testificou do Pai (João 5:19). O Filho testificou do Espírito (João 14:26), e maistarde o Espírito testificou do Filho (João 15:26). Será tudo isso difícil de compreender?Como poderia ser de outra maneira visto que estamos tentando explicar a vida íntima do

Deus Todo-poderoso! A doutrina da Trindade é claramente uma doutrina revelada, enão doutrina concebida pela razão humana. De que maneira poderíamos aprender acercada natureza íntima da Divindade a não ser pela revelação? (1 Cor. 2:16.) É verdade quea palavra "Trindade" não aparece no Novo Testamento; é uma expressão teológica, quesurgiu no segundo século para descrever a Divindade. Mas o planeta Júpiter existiuantes de receber ele este nome; e a doutrina da Trindade encontrava-se na Bíblia antesque fosse tecnicamente chamada a Trindade.

5.2. A doutrina definida.

Bem podemos compreender porque a doutrina da Trindade era às vezes malentendida e mal explicada. Era muito difícil achar termos humanos que pudessemexpressar a unidade da Divindade e ao mesmo tempo, a realidade e a distinção dasPessoas. Ao acentuar a realidade da Divindade de Jesus, e da personalidade do EspíritoSanto, alguns escritores corriam o perigo de cair no triteísmo, ou a crença em trêsdeuses. Outros escritores, acentuando a unidade de Deus, corriam perigo de esquecer-seda distinção entre as Pessoas. Este último erro é comumente conhecido comosabelianismo, doutrina do bispo Sabélio que ensinou que Pai, Filho, e Espírito Santo sãosimplesmente três aspectos ou manifestações de Deus. Este erro tem surgido muitas

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vezes na história da igreja e existe ainda hoje. Essa doutrina do sabelianismo éclaramente antibíblica e carece de aceitação, por causa das distinções bíblicas entre oPai, o Filho, e o Espírito. O Pai ama e envia o Filho, o Filho veio do Pai e voltou para oPai. O Pai e o Filho enviam o Espírito; o Espírito intercede junto ao Pai. Se, então, oPai, o Filho e o Espírito são apenas um Deus sob diferentes aspectos ou nomes, então o

 Novo Testamento é uma confusão. Por exemplo, a leitura da oração intercessória (João

17) com pensamento de que Pai, Filho e Espírito fossem uma só Pessoa, revelaria oabsurdo dessa doutrina, isto é, seria mais ou menos isto: "Assim como eu me dei poder sobre toda a carne, para que eu dê a vida eterna a todos quantos dei a mim mesmo... eume glorifiquei na terra, tendo consumado a obra que me dei a fazer. E agora eu meglorifico a mim mesmo com a glória que eu tinha comigo antes que o mundo existisse."Como foi preservada a doutrina da Trindade de não se deslocar para os extremos, nem

 para o lado da Unidade (sabelianismo) nem para o lado da Tri-unidade (triteismo)? Foi  pela formulação de dogmas, isto é, interpretações que definissem a doutrina e a"protegessem" contra o erro. O seguinte exemplo de dogma acha-se no Credo deAtanásio formulado no quinto século: Adoramos um Deus em trindade, e trindade emunidade. Não confundimos as Pessoas, nem separamos a substância. Pois a pessoa doPai é uma, a do Filho outra, e a do Espírito Santo, outra. Mas no Pai, no Filho e no

Espírito Santo há uma divindade, glória igual e majestade co-eterna. Tal qual é o Pai, omesmo são o Filho e o Espírito Santo. O Pai é incriado, o Filho incriado, o Espíritoincriado. O Pai é imensurável, o Filho é imensurável, o Espírito Santo é imensurável. OPai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. E, não obstante, não há trêseternos, mas sim um eterno. Da mesma forma não há três (seres) incriados, nem trêsimensuráveis, mas um incriado e um imensurável. Da mesma maneira o Pai éonipotente. No entanto, não há três seres onipotentes, mas sim um Onipotente. Assim oPai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus. No entanto, não há três Deuses,mas um Deus. Assim o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é Senhor.Todavia não há três Senhores, mas um Senhor. Assim como a veracidade cristã nosobriga a confessar cada Pessoa individualmente como sendo Deus e Senhor, assimtambém ficamos privados de dizer que haja três Deuses ou Senhores. O Pai não foi feitode coisa alguma nem criado, nem gerado. O Filho procede do Pai somente, não foi feito,nem criado, mas gerado. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não foi feito, nemcriado, nem gerado, mas procedente. Há, portanto, um Pai, três Pais; um Filho, não trêsFilhos; um Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nesta trindade não existe

 primeiro nem último; maior nem menor. Mas as três Pessoas co-eternas são iguais entresi mesmas; de sorte que por meio de todas, como acima foi dito, tanto a unidade natrindade como a trindade na unidade devem ser adoradas.

A declaração acima pode parecer-nos complicada, por tratar-se de pontos sutis;mas nos dias primitivos demonstrou ser um meio eficaz de preservar a declaraçãocorreta sobre verdades tão preciosas e vitais para a igreja.

5.3. A doutrina provada.

Visto como a doutrina da Trindade concerne à natureza íntima da Trindade, não  poderia ser conhecida, exceto por meio de revelação. Essa revelação encontra-se nasEscrituras.

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5.3.1. O Antigo Testamento.

O Antigo Testamento não ensina clara e diretamente sobre a Trindade, e a razãoé evidente. Num mundo onde o culto de muitos deuses era comum, tornava-senecessário acentuar esta verdade em Israel, a verdade de que Deus é Um, e de que não

havia outro além dele. Se no princípio a doutrina da Trindade fosse ensinadadiretamente, poderia ter sido mal entendida e mal interpretada. Muito embora essadoutrina não fosse explicitamente mencionada, sua origem pode ser vista no AntigoTestamento. Sempre que um hebreu pronunciava o nome de Deus (Elohim) ele estavarealmente dizendo "Deuses", pois a palavra é plural, e às vezes se usa em hebraicoacompanhada de adjetivo plural (Jos. 24:18, 19) e com verbo no plural. (Gên. 35:7.)

Imaginemos um hebreu devoto e esclarecido ponderando o fato de que Deus éUm, e no entanto é Elohim ² "Deuses". Facilmente podemos imaginar que elechegasse à conclusão de que exista pluralidade de pessoas dentro de um Deus. Paulo, oapóstolo, nunca cessou de crer na unidade de Deus como lhe fora ensinada desde a suamocidade (1 Tim. 2:5; 1 Cor. 8:4); de fato, Paulo insistia em que não ensinava outra

coisa senão aquelas que se encontravam na Lei e nos Profetas. Seu Deus era o Deus deAbraão, Isaque e Jacó. No entanto, pregava a divindade de Cristo (Fil. 2:6-8; 1 Tim.3:16) e a personalidade do Espírito Santo (Efés. 4:30) e incluiu as três Pessoas juntas na

 bênção apostólica. (2 Cor. 13:14.) Todos os membros da Trindade são mencionados noAntigo Testamento:

1) O Pai. (Isa. 63:16; Mal. 2:10.)

2) O Filho de Jeová . (Sal. 45:6, 7; 2:6, 7, 12; Prov. 30:4.) O Messias é descritocom títulos divinos. (Jer. 23:5, 6; Isa. 9:6.) Faz-se menção do misterioso Anjo de Jeováque leva o nome de Deus e tem poder tanto para perdoar como para reter os pecados.(Êxo. 23:20,21.)

3) O Espírito Santo. (Gên. 1:2; Isa. 11:2, 3; 48:16; 61:1; 63:10.) Prenúncios da

Trindade vêem-se na tríplice bênção de Num. 6:24-26 e na tríplice doxologia de Isa.6:3.

5.3.1. O Novo Testamento.

Os cristãos primitivos mantinham como um dos fundamentos da fé o fato daunidade de Deus. Tanto ao judeu como ao pagão podiam testificar: "Cremos em umDeus." Mas ao mesmo tempo eles tinham as palavras claras de Jesus para provar que elearrogou a si uma posição e uma autoridade que seriam blasfêmia se não fosse ele Deus.Os escritores do Novo Testamento, ao referirem-se a Jesus, usaram uma linguagem que

indicava reconhecerem a Jesus como sendo "sobre todas as coisas, Deus bendito parasempre" (Rom. 9:5). E a experiência espiritual dos cristãos apoiava estas afirmações. Aoconhecer a Jesus, conheciam-no como Deus. O mesmo se verifica em relação a Deus eao Espírito Santo. Os primitivos cristãos criam que o Espírito Santo, que morava neles,ensinando-os, guiando-os, e inspirando-os a andar em novidade de vida, não erameramente uma influência ou um sentimento, mas um ser ao qual poderiam conhecer ecom o qual suas almas poderiam ter verdadeira comunhão. E, ao examinarem o NovoTestamento, ali acharam que ele era descrito como possuindo os atributos de uma

 personalidade. Assim a igreja primitiva se defrontava com estes dois fatos: que Deus é

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Um, e que o Pai é Deus; o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. E estes dois grandesfatos concernentes a Deus constituem a doutrina da Trindade. Deus, o Pai, era para elesuma realidade; o Filho era para eles uma realidade; e da mesma forma, o Espírito Santo.E, diante desses fatos, a única conclusão a que se podia chegar era a seguinte: que haviana Divindade uma verdadeira, embora misteriosa, distinção de personalidades, distinçãoque se tomou manifesta na obra divina para redimir o homem. Várias passagens do

 Novo Testamento mencionam as três Pessoas Divinas. (Vide Mat. 3:16, 17; 28:19; João14:16, 17, 26; 15:26; 2 Cor. 13:14; Gál. 4:6; Efés. 2:18; 2 Tes. 3:5; 1Ped. 1:2; Efés. 1:3,13; Heb. 9:14.) Uma comparação de textos tomados de todas as partos das Escriturasmostra o seguinte:

1) Cada uma das três Pessoas é Criador, embora se declare que há um sóCriador. (Jo 33:4 e Isa. 44:24.)

2) Cada uma é chamada Jeová (Deut. 6:4)

5.4. A doutrina ilustrada.

Como podem três Pessoas ser um Deus? ² é uma pergunta que deixa muitagente perplexa. Não nos admiramos dessa estranheza, pois, ao considerar a naturezainterna do eterno Deus, estamos tratando de uma forma de existência muito diferente danossa. Assim escreve o Dr. Peter Green: Suponhamos que houvesse um ser, umaespécie de anjo, ou visitante do planeta Marte, que nunca tivesse visto nenhum ser vivo.Quão difícil seria para ele compreender o fato do crescimento. Poderia talvezcompreender que uma coisa pudesse aumentar de volume, por assim dizer, por acréscimo, como um montão de pedras se torna sempre maior ao serem nele colocadasoutras pedras. Mas teria dificuldade em compreender como uma coisa pudesse crescer,

  por assim dizer, de dentro e por si mesma. A idéia de crescimento seria para ele umacoisa muito difícil de ser compreendida. E se ele fosse orgulhoso, impaciente, e sem

vontade de aprender, é quase certo que não a entenderia.Agora suponhamos que esse mesmo ser estranho, tendo aprendido algo acerca

da vida e do crescimento, como se vê nas árvores e nas plantas, fosse apresentado a umnovo fato, a saber, o da inteligência, como se manifesta nos animais de ordem superior.Quão difícil seria para ele compreender o significado de gosto e desgosto, escolha erecusa, sabedoria ou ignorância. Se a vida já é difícil de entender, quanto mais o é amente. Aqui, também, seria necessário ser humilde, paciente e ter vontade de aprender 

  para entender essas idéias. Mas no momento em que começasse a compreender o quesignifica a mente e como funciona, teria que procurar entender algo mais elevado doque a mente, como a encontramos nos seres humanos. Aqui, outra vez, enfrentaria elealgo novo, estranho, e que não se explicaria por referência a coisa alguma que até então

houvesse conhecido. Teria que ser cuidadoso, humilde, e estar disposto a ser instruído.Ele, então, o tal anjo ou visitante de Marte, esperaria, e nós também faríamos

  bem em esperar, que ao passarmos da consideração da natureza do homem para aconsideração da natureza de Deus encontraremos algo novo.

Mas existe um método pelo qual as verdades que estão além do alcance da razãoainda podem, até certo ponto, tomar-se perceptíveis a ela. Referimo-nos ao uso dailustração ou da analogia. Porém elas devem ser usadas com cuidado, e nãoforçadamente.

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"Toda comparação manca", disse um sábio da antiga Grécia. Até as melhoressão imperfeitas e inadequadas. Elas podem ser comparadas a minúsculas lanternaselétricas que nos ajudam a enxergar algum tênue vislumbre da razão das verdadesimensuráveis, vastas demais para serem perfeitamente compreendidas.

Obtemos de três fontes as ilustrações: a natureza; a personalidade humana; e asrelações humanas.

(a) A natureza proporciona muitas analogias.

1) A água é uma, mas esta também é conhecida sob três formas ² água, gelo evapor.

2) Há uma eletricidade, mas no bonde ela funciona sob a forma de movimento,luz e calor.

3) O sol é um, mas se manifesta como luz, calor e fogo.

4) Quando São Patrício evangelizava os irlandeses, explicou a doutrina daTrindade usando o trevo como ilustração.

5) é de conhecimento geral que todo raio de luz realmente se compõe de trêsraios: primeiro, o actinico, que é invisível; segundo, o luminoso, que é visível; terceiro,o calorífero, que produz calor, o qual se sente mas não se vê. Onde há estes três, ali háluz; onde há luz, temos estes três. João o apóstolo, disse: "Deus é luz". Deus o Pai éinvisível; ele se tomou visível em seu Filho, e opera no mundo por meio do Espírito,que é invisível, no entanto, é eficaz.

6) Três velas num quarto darão uma só luz.

7) O triângulo tem três lados e três ângulos; tirai-lhe um lado e não é maistriângulo. Onde há três ângulos há um triângulo.

(b) A personalidade humana.

1) Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossasemelhança." O homem é um, e, no entanto, tripartido, constituído de espírito, alma ecorpo.

2) O conhecimento humano assinala divisões na personalidade. Não temos sidocônscios, às vezes, de arrazoarmos com nós mesmos e de estarmos ouvindo aconversação? Eu falo comigo mesmo, e me escuto falando comigo mesmo!

(c) Relação

1) Deus é amor. Era eternamente Amante. Mas o amor requer um objeto a ser amado; e, sendo eterno, deve ter tido um objeto de amor eterno, a saber, seu filho. OAmante eterno e o Amado eterno! O Vínculo eterno e o caudal desse amor é o EspíritoSanto.

2) Nosso governo é um, mas é constituído de três poderes: legislativo, judiciárioe executivo.

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6. APÊNDICE A

A Existência do Espírito Santo

I - Quem É o Espírito Santo

O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele aparece pela primeira vez nas Escrituras em Gênesis 1.2, e daí em diante sua presença é proeminenteem ambos os Testamentos. O vocábulo que dá sentido ao seu nome é o grego  pneuma,vindo da raiz hebraica ruach. Ambos os termos, quando aplicados para dar significaçãodivina e sem igual, denotam o infinito Espírito de Deus.

A atuação deste supremo Ser é marcante nas Escrituras como o Substituto legaldo Filho de Deus, desde o Pentecoste até o arrebatamento da Igreja (Jo 16.7), econtinuando depois com ela para sempre (Jo 14.16). Ele veio ao mundo como o "Agenteda Comunicação Divina". Sua origem não se encontra nas tábuas genealógicas, pois,sendo Ele um dos membros da Divindade, é a origem de si mesmo e a causa de sua

 própria substância.

II - Sua PreexistênciaA natureza e os atributos do Espírito Santo caracterizam-no como o "Espírito

eterno", não conhecendo princípio de dias nem fim de existência (Hb 9.14). Ele apareceao lado de Deus, quando havia unicamente o Deus trino e uno. O tempo, que marcaextensão, é percebido através da relação entre "antes" e "depois". Uma vez que oEspírito Santo tem a mesma natureza de Deus, o tempo não se aplica a Ele - já queexiste pela própria necessidade de sua existência. Ele é um Ser vivo, dotado de perso-nalidade, não sendo meramente uma influência ou emanação de Deus. Antes, é umaPessoa claramente divina, que faz parte da Trindade.

 Não um ser criado, como nós ou as demais criaturas que, por um ato de Deus, passamos a existir num certo tempo e lugar.

1. No Antigo Testamento

O período do Antigo Testamento foi de preparação e espera a este Ser eterno,cuja ação plena concretizou-se no Novo. Mas antes, como sabemos, o Eterno Espírito deDeus já operava.

Em suas várias manifestações e demonstrações de poder, tanto no universo físicocomo no espiritual, sua presença é sentida e revelada (Gn 1.2; 6.3; Êx 8.19; Jo 33.4 etc.)Entretanto, eram apenas manifestações objetivas e tópicas, pois até então o EspíritoSanto não havia sido "derramado" e sim "manifestado" (cf. Jl 2.28; Jo 7.39). O EspíritoSanto se revelava de três maneiras, visto no contexto geral.

a. Como Espírito criador do cosmo. Por cujo poder o Universo e todos os seres

foram criados.b. Como Espírito dinâmico ou doador de poder. Revelado como o Agente de

Deus em relação aos homens; entretanto, não era outorgado como dádiva permanente.Em sentido tópico, tal sucedia até mesmo no caso dos profetas, embora seja seguro

  pensar que homens mais profundamente espirituais possuíam o dom do Espírito por tempo mais dilatado que o comum (cf. Sl 51.11- Ml 2.15).

c. Como Espírito regenerador. Pelo qual a natureza humana é transformada "deglória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor" (2 Co 3.18).

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Encontramos sua presença no Antigo Testamento, em várias manifestações de poder,num total de 88 vezes: 13 no Pentateuco; sete em Juizes; sete em 1 Samuel; cinco nosSalmos; 14 em Isaías; 12 em Ezequiel; e trinta outras, por inferência.

Dos 39 livros do Antigo testamento, apenas 16 não fazem referência específica aEle - mas em essência. (1)

Algumas referências marcam sua presença nesse período, descrevendo-o comomembro ativo da Divindade e participante de decisões somente a ela inerentes. Vejamosalgumas:

 Na criação do Universo: "E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas"(Gn 1.2).

  Na criação do homem: "E disse Deus: F açamos o homem à nossa imagem,conforme a nossa semelhança..." (Gn 1.26).

 No juízo sobre o pecado: "Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é comoum de nós..." (Gn 3.22).

 No julgamento sobre o dilúvio: "Então disse o Senhor: Não contenderá o meu

 Espírito para sempre com o homem..." (Gn 6.3).Sobre a construção da torre de Babel: "Eia, desçamos, e confundamos ali a sua

língua..." (Gn 11.7).

O Espírito Santo é também retratado, em relação aos homens, como aquEle queilumina (Jo 33.8), dá forças especiais (Jz 14.6,19), concede sabedoria (Êx 31.1-6; Dt34.8), outorga revelações (Nm 11.25; 2 Sm 23.2), instrui sobre a vontade de

Deus (Is 11.2), administra graça (Zc 12.10) e, finalmente, enche as vidas comsua presença (Ef 5.18).

2. No Novo Testamento

O Espírito Santo entra em cena logo nas primeiras páginas do Novo Testamento.

O anjo Gabriel informa a Zacarias, um velho sacerdote da ordem de Abias, que seufuturo filho, João Batista, seria cheio do Espírito Santo desde o ventre materno (Lc1.15). O mesmo mensageiro celestial diz a Maria que o Espírito Santo desceria sobre ela(Lc 1.35). Mais adiante encontramos o justo Simeão, e "o Espírito Santo estava sobreele" (Lc 2.25). Durante a vida terrena de nosso Senhor Jesus, a atuação do EspíritoSanto acompanhava seus passos, palavras e obras. Ou seja, Jesus era "cheio do EspíritoSanto" (Lc 4.1). E podia exclamar: "O Espírito do Senhor é sobre mim" (Lc 4.18).

III - Sua Existência Pós-pentecostal

Vinte e cinco livros dos 27 que compõem o Novo Testamento descrevem oEspírito Santo como um Ser real. Apenas dois, Filemom e 3 João, falam dEle apenas emessência.

Há duas citações sobre a existência do Pai e do Filho que não mencionam suaexistência:

"E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem envias-te" (Jo 17.3).

1 BANCROFT, E. H. Teologia Elementar. São Paulo, IBR, 1975. 

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"E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia dotrono de Deus e do Cordeiro..." (Ap22.1).

  No entanto, a ausência do Espírito Santo nestas duas citações não lhe nega aexistência como Pessoa real! Pelo contrário, prova sua humildade e grandeza.

De acordo com a Lei mosaica, o testemunho de dois homens era verdadeiro para

se firmar qualquer palavra ou sentença.Dois grandes personagens, João Batista e Jesus Cristo, afirmaram ter visto o

Espírito Santo em forma corpórea.

"E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba, erepousar sobre ele. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esseme disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que

 batiza com o Espírito Santo" (Jo 1.32,33).

"E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e viu o Espírito de Deus descendocomo pomba e vindo sobre ele" (Mt 3.16).

IV - Sua Natureza

A terceira Pessoa da Trindade é Espírito por natureza! Ou seja, tal qual Ele é,tanto o seu Ser como o seu caráter, assim são também o Pai e o Filho: iguais emaspecto, poder e glória. O fato de o Espírito Santo ser Deus fica provado não somente

  por sua identificação com o Pai e o Filho, nas fórmulas do batismo e da bênçãoapostólica, mas também pelos atributos divinos que possui. Em outros aspectos, oEspírito Santo é co-participante dos atos de Deus, especialmente pela sua maneiratríplice de agir, como por exemplo:

Na bênção das tribos

"O Senhor  Deus te abençoe e te guarde: o Senhor  [Jesus] faça resplandecer oseu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti. O Senhor [Espírito Santo] sobre ti levanteo seu rosto, e te dê a paz" (Nm 6.24-26).

Na bênção apostólica

"A graça do Senhor   Jesus Cristo, e o amor de  Deus, e a comunhão do  EspíritoSanto seja com vós todos" (2 Co 13.13).

No perdão 

"Ó Senhor [Deus], ouve; ó Senhor [Jesus], perdoa: Ó Senhor [Espírito Santo],atende-nos e opera sem tardar" (Dn 9.19).

No louvor 

"E clamavam uns para com os outros, dizendo: Santo [Deus], Santo [Jesus],Santo [Espírito Santo] é o Senhor dos Exércitos: toda a terra está cheia da sua glória"(Is 6.3).

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No batismo 

"Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do  P ai, e do  F ilho,e do Espírito Santo..." (Mt 28.19).

Nos dons 

"Ora há diversidade de dons, mas o  Espírito é o mesmo. E há diversidade deministérios, mas o Senhor [Jesus] é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é omesmo Deus que opera tudo em todos" (1 Co 12.4-6).

Na unidade da fé 

"Há um só... Espírito... um só Senhor [Jesus]... um só Deus e Pai de todos..." (Ef 4.4,6).

No testemunho 

"Porque três são os que testificam no céu: o  P ai, a  P alavra, e o Espírito Santo; eestes três são um" (1 Jo 5.7).

Evidentemente, a presença do Espírito Santo é vista por toda a extensão dasEscrituras, sempre agindo de comum acordo com o Pai e o Filho.

De Deus se declara: "Desde a antigüidade fundaste a terra: e os céus são obra dastuas mãos" (Sl 102.25).

De Cristo se declara: "Porque nele foram criadas todas as coisas, visíveis e

invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudofoi criado por ele e para ele" (Cl 1.16).

Do Espírito Santo se declara: "Pelo seu Espírito ornou os céus" (Jo 26.13). Osatos da criação - em separado, ainda que completos - da parte de cada Pessoa reúnem-sena afirmação do nome de Deus [Eloim], e daí por diante. (2)

Ele é, portanto, o Espírito eterno (Hb 9.14). É onipresente (Sl 139.7-10),onipotente (Lc 1.37) e onisciente (1 Co 2.10). A Ele se atribuem obras divinas: tomou

 parte na criação (Gn 1.2); produz novas criaturas para Jesus (Jo 3.5); ressuscitou a JesusCristo dentre os mortos (Rm 1.4; 8.11).

O sentido que lhe dá a palavra grega - herdada do original hebraico - é sem

igual.  P neuma, como termo psicológico, representa a sede da percepção, do sentido, davontade, do estado da mente, ou pode ser equivalente ao ego da pessoa humana (Mc 2.8;Lc 1.47; Jo 11.33; 13.21 etc). Porém, o termo  pneuma, ou vocábulo gregocorrespondente, aparece 220 vezes no Novo Testamento. Nada menos de 91 dessasocorrências, em essência especial, com ou sem qualificativo quanto ao caráter ou aorigem, indicam o Espírito Santo.

2 SILVA, S. P. da. Qu em É De us . Rio de Janeiro, CPAD, 1991.

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São usados pronomes masculinos, como na indicação do Pai e do Filho,dominando, portanto, toda construção gramatical neste sentido. Isto é importante!

V - Seu Relacionamento

A atuação do Espírito Santo pode ser vista tanto em relação ao universo físicocomo ao espiritual. Sua ação pode ser presenciada em ambos os Testamentos.Entretanto, com maior impacto, o Espírito foi prometido para uma dispensação futura, atal ponto que, nos tempos do Messias, Ele seria "derramado sobre toda a carne". (3)

1. Com o Universo 

"E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas" (Gn 1.2).

Observe-se que a palavra "Deus" está no plural, e o verbo, no singular (nohebraico, há três números: singular, dual e plural). Assim, a natureza de Deus é revelada

na primeiras palavras de Gênesis, como de igual modo o Filho e o Espírito Santo: umaTrindade, porém um só Deus.

O Filho aparece na "segunda" palavra da Bíblia - Ele é o princípio (Ap 3.14).

O Pai aparece na "quarta" palavra.

O Espírito Santo aparece na "trigésima-terceira" palavra, e daí por diante sua presença contínua e suas manifestações tópicas nas obras de Deus são presenciadas emcada acontecimento. Dessa maneira, podemos aceitar que, na criação do Universo, o Paia propôs e o Filho agiu pela energia do Espírito Santo. Subentende-se, portanto, que oEspírito Santo, como Divindade inseparável em toda a criação, manifesta sua presençaem todos os elementos da natureza criada. Todas as forças da natureza são apenasevidências da presença e operação do Espírito de Deus. Toda a criação, e todo ser 

criado, deve sua existência e continuação às "mãos de Deus": Cristo ("Nele foramcriadas todas as coisas", Cl 1.16) e ao Espírito Santo ("Ele criou e ornamentou a todasas coisas"; cf. Jo 26.13; 33.4; Sl 104.30).

2. Com Cristo

O Espírito Santo desceu sobre Maria, produzindo a concepção virginal do Filhode Deus (Mt 1.20; Lc 1.23), e é visto como aquEle que "ungiu"   Jesus de Nazaré,capacitando-o para sua missão evangelizadora (Lc 4.18,19) e seu ministério miraculoso.Pedro afirma que Deus "ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; oqual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era

com ele" (At 10.38). Ele veio substituir o Filho na missão de conduzir os homens aDeus, como sua Testemunha poderosa (Jo 15.26). É a força restauradora por meio daqual Cristo opera (Rm 8.11). Finalmente, Ele é o "Amigo Fiel" de Cristo, glorificando-o

 por ter realizado tão sublime redenção em favor de quem não a merecia (Jo 16.14).

3. Com a Igreja

3 RIGGS, R. M. O E spí rito Santo , São Paulo, Vida, 1981.

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O Espírito Santo é o único que pode regenerar a alma, mediante seu toquetransformador. Sua presença entre os salvos deve ser contínua e perpétua, pois assim

 produz no crente fruto semelhante a natureza moral positiva de Deus (Gl 5.22,23).

O objetivo principal do fruto do Espírito no crente, bem como de todas as suasoperações na alma, é transformá-lo segundo a imagem de Cristo, nos termos maisliterais possíveis (2 Co 3.18). A promessa de Jesus a seus discípulos foi a presençaconstante do Espírito em suas vidas. Ele disse: "... para que [o Espírito Santo] fiqueconvosco para sempre... porque habita convosco, e estará em vós" (Jo 14.16,17).

a. Após a ressurreição de Cristo. Depois de ressurreto, Jesus entrou numa casa para participar com seus discípulos da primeira reunião de seu ministério celestial. As  portas daquele santuário improvisado estavam "cerradas... onde os discípulos, commedo dos judeus, se tinham ajuntado".

Após tê-los saudado ("Paz seja convosco!"), o segundo ato do Senhor foi"soprar" sobre eles, dizendo: "Recebei o Espírito Santo" (Jo 20.19,22).

Todo salvo, segundo as Escrituras, tem o Espírito Santo como selo daressurreição de Cristo. Porque "se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não édele" (Rm 8.9). E esta é a confirmação divina: "Se o Espírito daquele que dos mortosressuscitou a Jesus habita em vós", então, sem nenhuma dúvida, "somos filhos de Deus"(Rm 8.11,16).

Ora, o grande sucesso, tanto da igreja como do crente em particular, tem sido a presença gloriosa do Espírito Santo.

Paulo revela aos crentes de Corinto: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus,e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Co 3.16).

b  . A habitação do Espírito. Depois do processo de regeneração no pecador, oEspírito Santo passa a habitar nele, e aí permanece como Agente divino da comunicaçãocom o Pai e o Filho. A habitação do Espírito é uma fase posterior à obra da conversão, e

 possibilita o crescimento da nova vida iniciada naquele que foi chamado das trevas paraviver na luz.

"Precisamos reconhecer sua presença permanente no templo de nossos corpos.Esse reconhecimento deve tornar-se sagrado e levar-nos, sem interrupção alguma, auma vida imaculada, livre de pecado. É o segredo da experiência de seu poder, que

 permanentemente atua naquele que é fiel e obediente a Cristo".(4)

A comunhão com o Espírito Santo leva o crente a aspirar pela sua presença, nodizer de Paulo: "Não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vosdo Espírito" (Ef 5.18).

c . A companhia do Espírito. R. M. Riggs observa que desde o seu advento, nodia de Pentecoste, em Jerusalém, e através de outras visitações nas congregações deSamaria (At 8), Cesaréia (At 10), Antioquia da Síria (At 13.2,4), Antioquia da Pisídia(At 13.14), Éfeso (At 19.1-7), Corinto (1 Co 12.13) e Galácia (Gl 3.2), o Espírito Santocontinua habitando pessoalmente nos crentes em Jesus - algo que Cristo não poderia

4 CHAMPLIN, R. N. O Novo Te s tamento Inter  p retado. Milenium, 1982.

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fazer quando andava visivelmente na terra em carne humana, isto é, de habitar o corpodos outros, mas o Espírito Santo o faz agora.

d. Dirigindo nossos passos. A partir do Pentecoste, o Espírito Santo passou adirigir os passos da Igreja. A nova dispensação, inaugurada pela glorificação de Cristo,

é chamada tanto de era do Espírito Santo como era da Igreja.O Espírito e a Igreja em tudo agem de comum acordo. A Igreja sem o Espírito

seria um corpo sem vida; e o Espírito sem a Igreja, uma força sem meio de ação. Por esta razão o Espírito e a Igreja são inseparáveis e sempre dirigidos um para o outro.

Ambos são anunciados e prometidos por Jesus durante o seu ministério terreno(Mt 16.18; Jo 7.39). Depois da ressurreição de nosso Senhor, os dois aparecem juntosno plano da salvação. Finalmente, o Espírito e a Igreja estão unidos na mesma espera: oadvento de Jesus Cristo (Ap 22.17).

e. No livro de Atos dos Apóstolos. O Espírito Santo rouba a cena neste livro que

é padrão para a Igreja, tanto no sentido evangelístico como no administrativo e social.Assim como nos evangelhos a presença do Filho de Deus revelando e exaltando o Pai éo fato principal, também a presença do Espírito Santo, exaltando e revêlando o Filho deDeus, preenche o campo inteiro de nossa visão em Atos - até nossos dias.

Cumprem-se assim as palavras de Jesus aos discípulos: "Ele [o Espírito Santo]habita convosco, e estará em vós" (Jo 14.17).

4. Com o Mundo

 Nosso Senhor sintetizou a missão do Espírito: "E, quando ele vier, convencerá omundo do pecado, da justiça, e do juízo" (Jo 16.8).

a. "Do pecado, porque não crêem em mim" (Jo 16.9). Existem váriasinterpretações sobre o poder de convencimento do Espírito Santo, sendo que as opiniõesseguem mais ou menos assim: "As palavras de Jesus no versículo 9 apontam

  principalmente o tremendo pecado da rejeição ao Messias, do qual é antes de todosacusada a incrédula comunidade judaica" (At 3.18-20; 7.7,45;15.22).

Está em foco o pecado de rejeição, porquanto a Luz veio ao mundo, mas oshomens a rejeitaram. Jesus "veio para o que era seu [os judeus], e os seus não o recebe-ram" (Jo 1.11). Com a vinda gloriosa do Espírito Santo, todos foram convencidos deste

 pecado "contra" Cristo.

Uma segunda interpretação diz respeito à poderosa atuação do Espírito naconversão do homem. O Espírito Santo opera diretamente no coração do homem, e estese convence de que é um pecador de fato a vagar sem rumo nesta vida. O Espírito,então, mostra-lhe a cruz de Cristo (Ap 22.17).

b  . "Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais" (Jo 16.10).Temos aqui um avanço em relação a idéia anterior, pois o Espírito Santo agora nãosomente revela aos homens de que consiste o pecado, convencendo-os dessa realidade,

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mas também de que consiste a justiça. Em outras palavras, o Espírito de Deus convenceos homens da justiça de Cristo.

c . "E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.11). Osenso moral correto exige que os homens sejam recompensados ou punidos. Essa prova

moral baseia-se na justiça de Deus, que exige recebam a virtude e o vício as sanções quelhes são devidas: recompensa ou punição.

Aqui no mundo, as sanções da virtude e do vício são evidentementeinsuficientes: muitas vezes o vício triunfa, enquanto a virtude é humilhada. A justiçadeseja que cada um seja tratado segundo as suas obras, e isto não pode ser feito senão

 por meio de Cristo. O Espírito Santo, portanto, convence o mundo deste juízo por Cristo(At 17.30,31). Em síntese, o Espírito Santo convence o mundo:

Do pecado: contra o Cristo - crucificado.

Da justiça: de Cristo - glorificado.

Do juízo: por Cristo - diante do Trono Branco.

Por três vezes Jesus referiu-se ao Espírito Santo como o "Espírito de verdade"(  Jo 14.17; 15.26; 16.13). Significa que o Espírito Santo é o Agente que conduz oshomens a Cristo, que é a Verdade, convence os homens de que tudo o que Cristo falouera verdade, bem como da realidade do Juízo Final, diante do Trono Branco, efetuado

 por Cristo ao lado do Pai.

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7. APENDICE B

GÊNESIS 1:26

- Por que a Bíblia usa o plural da primeira pessoa, quando Deus se refere asi mesmo?

PROBLEMA: Os eruditos cristãos e judeus afirmam que Deus é um só. Com efeito, a histórica

 

confissão de fé de Israel é tirada de Deuteronômio 6:4, que diz: "Ouve, Israel, o Senhor nossoDeus é o único Senhor". Entretanto, se Deus é um só, por que este versículo em Gênesis traz o

 

 plural da primeira pessoa?

SOLUÇÃO: Têm sido dadas muitas explicações no decorrer da história. Alguns comentaristasdizem que esse foi meramente um caso em que Deus estava se  referindo aos anjos, Mas isto éimprovável, já que no versículo 26 ele diz: "Façamos o homem à nossa imagem" e que oversículo 27 esclarece: "criou Deus... o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou", nãoà imagem dos anjos.

Outros têm declarado que o plural refere-se à Trindade. No NT (por exemplo, Jo 1:1)está claro que o Filho estava envolvido na criação dos céus e da terra. Gênesis 1:2 indica ainda

 

que o Espírito Santo também estava envolvido no processo da criação. Entretanto, estudantes dagramática hebraica destacam que o plural é requerido simplesmente porque a palavra empregada

 

no original para "Deus" é elohim, que é uma palavra no plural ("Também disse Deus [elohim,

 

no plural]: 'Façamos [no plural] o homem à nossa [no plural] imagem' "). Conseqüentemente,

 

argumentam eles, esta afirmativa não pode ser usada para provar a doutrina da Trindade.

Ainda outros têm afirmado que o plural é empregado como uma figura de linguagem,

 

chamada plural majestático. Com este emprego, Deus estaria falando a seu respeito de maneira aindicar que todo o seu poder e sabedoria majestáticos estariam envolvidos na criação dohomem.

Como foi observado, o uso do plural é feito em concordância com a palavra hebraicaelohim (no plural), a qual é traduzida por "Deus". O fato de o substantivo "Deus" ser plural nohebraico não quer dizer que haja mais de um Deus, ou que seja uma referência a Deus como

 

sendo um grupo de astronautas extraterrestres. Há um grande número de passagens no NT quese referem a Deus com o substantivo grego correspondente theos, que é uma palavra singular etambém é traduzido como "Deus" (Mc 13:19; Jo 1:1; Ef 3:9; etc).

O plural da palavra hebraica propicia um sentido mais abrangente, mais majestático aonome de Deus. Convém observar, entretanto, que o NT ensina com clareza que Deus é umaTrindade (Mt 3:16-17; 2 Co 13:13; 1 Pe 1:2) e, embora a doutrina da Trindade não sejacompletamente desenvolvida no AT, ela é vislumbrada em muitas passagens (cf. SI 110:1; Is63:7,9-10; Pv 30:4).

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8. APENDICE C

ARGUMENTOS QUE PROVAM DA EXISTÊNCIA DE DEUS

VALOR DO ARGUMENTO DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Guy P. Duffield e Nathaniel M. Van Cleave, na obra  F undamentos da Teologia P entecostal, coerentemente, declaram que algumas pessoas, com boa razão,questionarão o valor dos argumentos sobre a existência de Deus. A Bíblia em pontoalgum argumenta a esse respeito; em toda parte as Escrituras assumem sua existênciacomo um fato aceito. O primeiro versículo das Sagradas Escrituras afirmai ³No

 princípio criou Deus os céus e a terra´ (Gn 1:1). O salmista proclama mais adiante: ³Dizo insensato no seu coração: Não há Deus´ (S1 14:1a). O cristão e todos os adoradoresde Deus aceitaram a existência de Deus como um ato de fé. Alguns teólogos, tais comoSoren Kierkegaard e Karl Barth, rejeitam toda teologia geral ou natural e afirmam queDeus só pode Ser conhecido por um ato de fé. Todavia, a fé possuída pelo crente não écega nem irracional. A fé é um dom de Deus (Rm 10:17); todavia, ela é sustentada por evidências claras para a mente imparcial. O salmista diz, como consolo para os crentes:³Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas: mãos´(S1 19:1). Paulo destaca em Romanos, capítulo um, que mesmo aqueles que não têmuma revelação da Escritura não possuem uma justificativa para a sua incredulidade:

³ P orquanto o que de Deus se pode conhecer é manifestoentre eles, porque Deus lhes manifestou.  P orque osatributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente sereconhecem, desde o princípio do mundo, sendo

  percebidos por meio das cousas que foram criadas. Taishomens são por isso indesculpáveis: porquanto, tendoconhecimento de Deus não o glorificaram como Deus...´(Rm 1:19-21).

Assim, podemos ver que a Bíblia sustenta a validade de uma teologia natural.

Devemos lembrar, no entanto, que, apesar de uma teologia natural poder indicar umcriador poderoso, sábio e benévolo, nada diz para resolver os problemas do pecado dohomem, sua dor, seu sofrimento e sua necessidade de redenção. Também não podeafirmar, com João Batista: ³Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!´ (Jo1:29). Além disso, e importante lembrar que os argumentos da existência de Deus, taiscomo os fornecidos por uma teologia natural, não constituem uma demonstraçãoabsoluta. Os seres finitos não podem demonstrar a existência de um Deus infinito. J. O.Buswell afirma:

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³Não existe um argumento conhecido por nós que, comoargumento, leve a uma conclusão provável  ( altamente

 provável).  P or exemplo, acredita que o sol irá levantar-seamanhã cedo, mas se fôssemos analisar as evidências, osargumentos que levam a essa conclusão, seríamos for queeles, por melhores que sejam, são caracterizados pela

  probabilidade. Os argumentos teístas não são umaexceção à regra de que todos os argumentos indutivos

 sobre o que existe são argumentos de probabilidade. Esteé o ponto em que os argumentos, afirmam chegar.´

Os argumentos sobre a existência de Deus que se seguem não são umsubstituto para a revelação de Deus nas Escrituras, nem podem levar a uma fé salvadora.Eles são um consolo par o crente e podem servir ao pregador do evangelho paradespertar uma audiência atenta. Só o Espírito Santo suprirá a verdadeira fé em Deus.

PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Champlin conta que certa feita, estava pregando em uma igreja batista sobre as  provas da existência de Deus. Procurei usar algumas poucas referências bíblicas queconcordam em espírito com as provas filosóficas, mas que não se acham ali com o

 propósito específico de provar a existência de Deus. Fui severamente criticado devidoaquele sermão, e uma da senhoras chegou a dizer: ³Espero que o pastor não torne aconvidar aquele filósofo  para falar à igreja!´. Em uma outra ocasião, um jovem de umseminário batista, na cidade de São Paulo, referiu-se ao que aquela senhora dissera,concordando inteiramente com ela. Eu estava presente e ouvi a observação dele, masnão me dei ao trabalho de protestar. Mas eu sabia que tanto os cursos de filosofia comoteologia (da escola que ele freqüentava) incluíam a existência de Deus, naquelas

disciplinas. A ignorância dos fatos nunca leva a coisa alguma. Quanto maisaprendemos, tanto melhores ficamos. Os filósofos têm feito bem em examinar esseassunto: fazemos bem em ficarmos informados acerca do assunto. ± mesmo que não

  precisemos de tais provas para consubstanciar a nossa fé cristã. Pois os que ainda  pertencem ao mundo, talvez sintam que essas provas são úteis para elesconsubstanciarem sua fé na existência de Deus. Outrossim, muitas dessas provas têmuma sólida base bíblica, ainda que, na Bíblia, tais conceitos não sejam expostos como

 provas.

ARGUMENTOS DIVERSOS QUE COMPRAVAMA REALIDADE DA EXISTÊNCIA DE DEUS

1. Há a idéia do quinque viae exposta por Tomás de Aquino.

Antes de tudo destaca-se o princípio do impulsionador primário, isto é, aquelaforça que desencadeou o movimento que agora sustenta o mesmo. O mundo seria,essencialmente, ³matéria em movimento´. Precisamos explicar a existência tanto domovimento como da causa primária. Pois não é lógico entrarmos em um regressoinfinito, afirmando que um movimento foi causado por um antecedente, e este por um

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outro, anterior a ele, e assim indefinidamente. Precisamos finalmente chagar àdeclaração da origem do movimento. Em Col. 1:17 vemos que esse poder é atribuído aCristo (o  Logos), ao passo que no trecho de Atos 17:28 essa força é atribuída a DeusPai. Estes dois trechos foram declarações do Apóstolo Paulo. Por conseguinte, esseargumento de Tomás de Aquino já existe nas Escrituras, ainda que não na formarigorosa de um argumento, porém meramente como uma afirmação sobre a origem do

movimento e como o mesmo tem prosseguimento. O movimento assume muitas formasdiversas, e, segundo o conhecimento mais avançado do que dispomos, sobre a

  particularidade, o movimento mais elementar é aquele que se verifica no interior doátomo, e que envolve os elementos constitutivos do átomo. Existe igualmentemovimentos na formação das coisas, no desenvolvimento de qualquer r coisa a quechamamos de crescimento. Tais movimentos são governados por uma inteligênciaqualquer, porque, de outro modo, tudo não passaria do mais absoluto caos. Osmovimentos são dirigidos na direção de alvos fixos, levados a efeito com propósitodefinido. Somente uma inteligência elevada poderia assim ordenar e dirigir taismovimentos.

2. O argumento cosmológi co.

Temos a necessidade de explicar a origem da matéria. Poderíamos encetar umasérie infindável de retrocessos, supondo que há uma fileira interminável de causas, sem

 jamais chegarmos a uma causa primária - mas isso é simplesmente contrário à razão.Assim sendo, precisamos supor que existe uma causa, maior do que qualquer dos seusefeitos, causa essa que originou a matéria. Com base na grandiosidade da criação,

  podemos averiguar algo da grandiosidade da inteligência de Deus, bem como de seu

extraordinário poder. A única alternativa possível a essa posição é aquela que afirmaque a matéria é eterna; essa idéia entretanto, é muito menos satisfatória do que aquelaque fala de uma Causa inteligente de todas as coisas. Causa essa que é eterna, mas que

  produziu a criação dentro do tempo. Coisa alguma, de tudo quanto existe, pode ser declarado como sua própria causa, por quanto sempre podemos encontrar uma causa

  para qualquer coisa, e outra causa para essa causa, e assim por diante. Finalmente, porém, somos forçados a pôr ponto final nesse retrocesso, supondo a existência de umacausa primária. Essa é a solução mais razoável, para o problema da origem, dentre todasas soluções que têm sido apresentadas pelos homens.

Myer Pearlman nomenclatura esse argumento como sendo ³Argumento daCriação´. Esse teólogo sustenta que a razão argumenta que o universo deve ter tido um

 princípio. Todo efeito deve ter uma causa suficiente. O universo, sendo o efeito, por conseguinte deve ter uma causa. Consideremos a extensão do universo. Nas palavras deJorge W. Grey: ³O universo, como o imaginamos, é um sistema de milhares e milhõesde galáxias. Cada uma delas se compõe de milhares e milhões de estrelas. Perto dacircunferência de uma dessas galáxias - a Via Láctea - existe uma estrela de tamanhomédio e temperatura moderada, já amarelada pela velhice - que é o nosso Sol.´ Eimaginem que o Sol é milhões de vezes maior que a nossa pequena Terra! Prossegue omesmo escritor: ³O Sol está girando numa órbita vertiginosa em direção àcircunferência da Via Láctea a 19.300 metros por segundo, levando consigo a Terra e

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todos os planetas, e ao mesmo tempo todo o sistema solar está girando num gigantescocircuito à velocidade incrível de 321 quilômetros por segundo, enquanto a própriagaláxia gira, qual colossal roda gigante estelar. Fotografando-se algumas seções doscéus, é possível fazer a contagem das estrelas. No observatório de Harvard College eu viuma fotografia que inclui as imagens de mais de 200 Vias Lácteas todas registradasnuma chapa fotográfica de 35 x 42 cm. Calcula-se que o número de galáxias de que se

compõe o universo é da ordem de 500 milhões de milhões.´

Consideremos nosso pequeno planeta e nele as várias formas de vidaexistentes, as quais revelam inteligência e desígnio divinos. Naturalmente surge aquestão: ³Como se originou tudo isso?´ A pergunta é natural, pois as nossas mentes sãoconstituídas de tal forma que esperam que todo efeito tenha uma causa. Logo,concluímos que o universo deve ter tido uma Primeira Causa, ou um Criador. ³No

 princípio - Deus´ (Gên. 1:1).Dum modo singelo este argumento é exposto no seguinte incidente: Disse um

  jovem céptico a uma idosa senhora: ³Outrora eu cria em Deus, mas agora, desde queestudei filosofia e matemática, estou convencido de que Deus não é mais do que uma

  palavra oca´. Disse a senhora ³Bem, é verdade que eu não aprendi essas coisas, mas

desde que você já aprendeu, pode me dizer donde veio este ovo?´ ³Naturalmente dumagalinha´, foi a resposta. ³E donde veio a galinha?´ ³Naturalmente dum ovo´. Então,indagou a senhora: ³Permita-me perguntar: qual existiu primeiro, a galinha ou o ovo?´³A galinha, por certo´, respondeu o jovem. ³Oh, então, a galinha existia antes o ovo?Oh, não, devia dizer que o ovo existia primeiro. Então, eu suponho que você quer dizer que o ovo existia antes da galinha´. O moço vacilou: ³Bem, a senhora vê, isto é,naturalmente, bem, a galinha existiu primeiro´. ³Muito bem´ ² disse ela ² , ³quemcriou a primeira galinha de que vieram todos os sucessivos ovos e galinhas?´ ³Que éque a senhora quer dizer com tudo isto?´ ² perguntou ele. ³Simplesmente isto´ ² replicou ela: ² ³Digo que aquele que criou o primeiro ovo ou a primeira galinha éaquele que criou o mundo. Você nem pode explicar, sem Deus, a existência dum ovo ouduma galinha, e ainda quer que eu creia que você pode explicar, sem Deus, a existência

do mundo inteiro!´

3. O argumento alicerçado da contingência ou da possi bilidade.

Esse argumento tem por fundamento a verdade empírica que mostra que tudo

quanto conhecemos, através de nossa experiência, é ³contingente´. Em outras palavras,depende de alguma outra coisa para explicar a sua existência. Isso subentende que amenos que exista alguma coisa ³necessária´, que ³não possa deixar de existir´, todas ascoisas, finalmente cessariam de existir, porquanto dependem ou são contingentes dessacoisa necesária. Uma vez mais poderíamos iniciar um retrocesso infinito, supondo quetodas as coisas realmente dependem de alguma coisa, sem jamais chegarmos a um ³ser necessário´, independente, que não depende do que quer que seja para sua existência.Porém, essa idéia é muito menos razoável do que supormos que ao longo do caminho deretrocesso, em algum lugar, se encontra aquela vida necessária, que não depende de

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qualquer outra coisa para a sua existência , mas antes, é sua própria causadora e existeindependentemente de tudo o mais. A esse ser independente é que denominamos³Deus´. O evangelho de João encerra esse conceito em trechos como João 5:25,26 e 6:57, onde se lê que esse tipo de vida independe, imortal e necesária foi conferida ao Filhode Deus (através das ressurreição), pelo poder de Deus Pai, e então, por intermédio doFilho, a todos quantos nele crêem. Esse é um dos conceitos mais elevados da religião,

revelada ou não. O homem, através da doação, vem participar da ³vida independente´de Deus, e assim virá a participar do mesmo tipo de imortalidade que Deus Pai possui.Essa é a autêntica vida eterna. 

4. Argumento axiológi co 

Em outras palavras, há uma forma ou graus de perfeição? Sempre queexaminamos a bondade, a justiça, a beleza, a nobreza, ou qualquer outra das qualidadesmorais, observamos neste mundo muitos graus de perfeição. Ora, a própria idéia de

³grau´ subentende a necessidade de um grau máximo, ou seja, da perfeição ± um³maxime ens´ ou ³ens realissimus´. Esse entre mais real chama-se ³Deus´ que é o ápicede todos os graus de perfeição.

5. O argumento teleológi co.

O argumento teleológico também é chamado pelos pensadores cristãos como³Argumento do Desígnio. Esses estudiosos argumentam que o desígnio e a formosuraevidenciam-se no universo; mas o desígnio e a formosura implicam um arquiteto;

  portanto, o universo é a obra dum Arquiteto dotado de inteligência suficiente paraexplicar sua obra. O grande relógio de Estrasburgo tem, além das funções normais dumrelógio, uma combinação de luas e planetas que se movem, mostrando dias e meses coma exatidão dos corpos celestes, com seus grupos de figuras que aparecem e desaparecemcom regularidade igual ao soarem as horas no grande cronômetro.

Declarar não ter havido um engenheiro que construiu o relógio e que esteobjeto ³aconteceu ,́ seria insultar a inteligência e a razão humana. É insensatez presumir que o universo ³aconteceu´, ou, em linguagem científica, que procedeu ³do concursofortuito dos átomos´!

Suponhamos que o livro ³O Peregrino´ fosse descrito da seguinte maneira: oautor tomou um vagão de tipos de imprensa e com pá os atirou ao ar. Ao caírem no

chão, natural e gradualmente se ajuntaram de maneira a formar a famosa história deBunyan. O homem mais incrédulo diria: que absurdo! E a mesma coisa dizemos nós dassuposições do ateísmo em relação à criação do universo.

O exame dum relógio revela que ele leva os sinais de desígnio porque asdiversas peças são reunidas com um propósito prévio. Elas são colocadas de tal modoque produzem movimentos e esses movimentos são regulados de tal maneira quemarcam as horas. Disso inferimos duas coisas: primeiramente, que o relógio tevealguém que o fez, e em segundo lugar, que o seu fabricante compreendeu a suaconstrução, e o projetou com o propósito de marcar as horas. Da mesma maneira,

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observamos o desígnio e a operação dum plano no mundo e, naturalmente, concluímosque houve alguém que o fez e que sabiamente o preparou para o propósito ao qual estáservindo.

O fato de nunca termos observado a fabricação dum relógio não afetaria essasconclusões, mesmo que nunca conhecêssemos um relojoeiro, ou que jamais tivéssemosidéia do processo desse trabalho. Igualmente, a nossa convicção de que o universo teve

um arquiteto, de forma nenhuma sofre alteração pelo fato de nunca termos observado asua construção, ou de nunca termos visto o arquiteto.

Do mesmo modo a nossa conclusão não se alteraria se alguém nos informasseque ³o relógio é resultado da operação das leis da mecânica e explica-se pelas

 propriedades da matéria´. Ainda assim teremos que considerá-lo como obra dum hábilrelojoeiro que soube aproveitar essas leis da física e suas propriedades para fazer funcionar o relógio.

Da mesma forma, quando alguém nos informa que o universo é simplesmenteo resultado da operação das leis da natureza, nós nos vemos constrangidos a perguntar:³Quem projetou, estabeleceu e usou essas leis?´ Isso, em razão de ser implícita a

 presença de um legislador uma vez que existem leis.Tomemos para ilustrar a vida dos insetos. Há uma espécie de escaravelho

chamado ³Staghorn´ ou ³Chifrudo´. O macho tem magníficos chifres, duas vezes maiscompridos do que o seu corpo; a fêmea não tem chifres. No estágio larval, elesenterram-se a si mesmos na terra e, silenciosamente, esperam na escuridão pela suametamorfose. São naturalmente meros insetos, sem nenhuma diferença aparente e, noentanto, um deles escava para si um buraco duas vezes mais profundo do que o outro.Por quê? Para que haja espaço para os chifres do macho se desenvolverem com

 perfeição. Por que essas larvas, aparentemente iguais, diferem assim em seus hábitos?Quem ensinou o macho a cavar seu buraco duas vezes mais profundo do que o faz afêmea? É o resultado dum processo racional? Não, foi Deus, o Criador, quem pôsnaquelas criaturas a percepção instintiva que lhes seria útil.

De onde recebeu esse inseto a sua sabedoria? Alguém talvez pense que aherdara de seus pais. Mas um cão ensinado, por exemplo, transmite à sua descendênciasua astúcia e agilidade? Não. Mesmo que admitamos que o instinto fosse herdado, aindadeparamos com o fato de que alguém havia instruído o primeiro escaravelho chifrudo. Aexplicação do maravilhoso instinto dos animais acha-se nas palavras do primeirocapítulo de Gênesis: ³E disse Deus´ - isto é: a vontade de Deus. Quem observa ofuncionamento dum relógio sabe que a inteligência não está no relógio mas sim norelojoeiro. E quem observa o instinto maravilhoso das menores criaturas, concluirá quea primeira inteligência não era a delas, mas sim do seu Criador, e que existe uma Mentecontroladora dos menores detalhes da vida.

O Dr. Whitney, ex-presidente da Sociedade Americana e membro da AcademiaAmericana de Artes e Ciências, certa vez disse que ³um ímã repele o outro pela vontadede Deus e ninguém pode dar razão melhor.´ ³Que quer o senhor dizer com a expressão:

a vontade de Deus?´ alguém lhe perguntou. O Dr. Whitney replicou: ³Como o senhor define a luz?. . . Existe a teoria corpuscular, a teoria de ondas, e agora a teoria doquantum; e nenhuma das teorias passa duma conjetura educada. Com uma explicaçãotão boa como essas, podemos dizer que a luz caminha pela vontade de Deus. . . Avontade de Deus, essa lei que descobrimos, sem a podermos explicar - é a única palavrafinal.´

O Sr. A J. Pace, desenhista do periódico evangélico ³Sunday School Times´,fala de sua entrevista com o finado Wilson J. Bentley, perito em microfotografia(fotografar o que se vê através do microscópio). Por mais de um terço de século esse

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senhor fotografou cristais de neve. Depois de haver fotografado milhares desses cristaisele observou três fatos principais: primeiro, que não havia dois flocos iguais; segundo:todos eram de um padrão formoso; terceiro: todos eram invariavelmente de formasextavada. Quando lhe perguntaram como se explicava essa simetria sextavada, elerespondeu: ³Decerto, ninguém sabe senão Deus, mas a minha teoria é a seguinte: Comotodos sabem, os cristais de neve são formados de vapor de água a temperatura a

temperaturas abaixo de zero, e a água se compõe de três moléculas, duas de hidrogênioque se combinam com uma de oxigênio. Cada molécula tem uma carga de eletricidade

  positiva e negativa, a qual tem a tendência de polarizar-se nos lados opostos. Oalgarismo três, portanto, figura no assunto desde o começo´.

³Como podemos explicar estes pontinhos tão interessantes, as voltas e ascurvas graciosas, estas quinas chanfradas tão delicadamente cinzeladas, todas elasdispostas com perfeita simetria ao redor do ponto central?´ perguntou o Sr. Pace.

Encolheu os ombros e disse: ³Somente o Artista que os desenhou e os modelouconhece o processo.´

Sua declaração acerca do ³algarismo três que figura no assunto´ me pôs a  pensar. Não seria então que o trino Deus, que modela toda a formosura da criação,rubrica a própria trindade nestas frágeis estrelas de cristal de gelo como quem assina seu

nome em sua obra-prima? Ao examinar os flocos de neve ao microscópio, vê-seinstantaneamente que o princípio básico da estrutura do floco de neve é o hexágono ou afigura de seis lados, o único exemplo disso a todo o reino da geometria a este respeito.O raio do círculo cirncunscrevente é exatamente igual ao comprimento de cada um dosseis lados do hexágono. Portanto, resultam seis triângulos equiláteros reunidos aonúcleo central, sendo todos os ângulos de sessenta graus, a terça parte de toda a áreanum lado duma linha reta. Que símbolo sugestivo do trino Deus é o triângulo! Aquitemos unidade: um triângulo, formado de três linhas, cada: parte indispensável àintegridade do conjunto.

A curiosidade agora me impeliu a examinar as referências bíblicas sobre a  palavra ³neve´, e descobri, com grande prazer, este mesmo ³triângulo´ inerente naBíblia. Por exemplo, há 21 (3 x 7) referências contendo o substantivo ³neve´ no AntigoTestamento, e 3 no Novo Testamento, 24 ao todo. Então achei 3 referências que falamda ³lepra tão branca como a neve´. Três vezes a purificação do pecado é comparada àneve. Achei mais três que falam de roupas ³tão brancas como a neve´. Três vezes aaparência do Filho de Deus compara-se à neve. Mas a maior surpresa foi ao descobrir que a palavra hebraica, ³neve´, é composta inteiramente de algarismos ³três´! É fato,embora não seja geralmente conhecido que, não tendo algarismos, tanto os hebreuscomo os gregos usavam as letras do seu alfabeto como algarismos. Bastava um olhar casual de um hebreu à palavra SHELEG (palavra hebraica que quer dizer ³neve´) paraver que ela significa algarismo 333, ba como significa ³neve´. No hebraico a primeiraletra, que corresponde à nossa ³SH ́ , vale 300; a segunda consoante ³L´ vale 30; e aconsoante final, o nosso ³G´, vale 3. Somando-as, temos 333, três algarismos de três.

Curioso, não é verdade? Mas por que não esperar exatidão matemática dum livro plenamente inspirado, tão maravilhoso quanto o mundo que Deus criou?Acerca de Deus disse Jó: ³Faz grandes coisas que não podemos compreender.

Pois diz à neve: Cai sobre a terra´ (Jó 37:5, 6). Eu já gastei dois dias inteiros para copiar com pena e tinta o desenho de Deus de seis cristais de neve e fiquei muito fatigado. Ecomo é fácil para ele fazê-lo! ³Ele diz à neve´ - e com uma palavra está feito.

Imaginem quanto são milhões de bilhões de cristais de neve caem sobre umhectare de terra durante uma hora, e imaginem, se pudera, o fato surpreendente de quecada cristal tem sua individualidade própria, um desenho e modelo sem duplicata nesta

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ou em qualquer outra tempestade. ³Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim;elevado é, não o posso atingir´ (Sal. 139:6). Como pode uma pessoa ajuizada, diante detal evidência de desígnios, multiplicados por um sem-número de variedades, duvidar daexistência e da obra do Desenhista, cuja capacidade é imensurável?! Um Deus capaz defazer tantas belezas é capaz de tudo, até mesmo de moldar as nossas vidas dando-lhes

 beleza e simetria.

Champlin declara que todos os aspectos da vida e do ser demonstram umdesígnio extremamente completo. Tudo quanto é vida possui propósito em seu ser, alémde um esquema muito complexo de funções físicas, o que demonstra o mais estupendodesígnio. A complexidade de desígnios existente, por exemplo, no olho humano, é ademonstração suficiente da existência de uma inteligência cheia de propósito paraconfundir um milhão de ateus. A ordem que impera no universo físico é exata emaravilhosa para nossa apreciação. Ora, por detrás de todo esse propósito e desígniodeve haver um grande Planejador, ou seja, a mais elevada inteligência que se podeimaginar, ± que foi capaz de pôr em movimento uma criação magnífica que sempredesperta a nossa observação. O  P lanejador é Deus e sua inteligência é atualmentedemonstrada no mundo por ele criado. Por exemplo, há uma vaidade de mariposa que

 possui dez tipos diferentes de antenas, e que São receptores de luz. Por meio do seu uso,

esse inseto é capaz de dirigir o seu vôo e a sua vida em geral. A ciência dos homensainda não foi capaz de descobrir a utilidade específica de cada uma dessas variedades deantenas, mas os cientistas se maravilham extasiados ante o fenômeno. O engenhohumano jamais foi capaz de desenvolver antenas com essa sensibilidade. No entanto,alguns animais possuem receptores de luz ainda mais complicados e prefeitos, aos quaischamamos de olhos. Por detrás de desígnios tão inteligentes, deve haver um  IntelectoSupremo. E essa inteligência extraordinária se chama Deus. Até mesmo as coisasinanimadas têm desígnio, e essas coisas, juntamente com outras coisas de desígnio maiscomplexo, adicionam o seu testemunho em favor do grande Planejador.

6. O argumento da efi cácia da razão.

A razão humana, com sua extraordinária complexidade e com muitíssimassutilezas e seus poderes abstratos, comprova a necessidade de admitirmos, em nossaontologia, o Criador e Planejador desses poderes, sendo, ele mesmo, o Intelectosupremo. A razão humana é apenas uma pequena demonstração da razão divina. Atémesmo as tentativas racionais do homem, par provar que Deus não existe, não passamde demonstrações que Deus verdadeiramente existe, porquanto essas tentativas são umuso e uma exibição da razão, o que, quando devidamente examinado, inevitavelmentenos conduz de volta a Deus. Esse argumento é uma faceta do argumento teológico,

discutido acima, no ponto anterior.Alguns teólogos dividem esse argumento didaticamente em fases. A

 primeira fase deste argumento é de ³causa e efeito´. Ao nosso redor existem efeitos taiscomo matéria e movimento. Há três alternativas para a sua explicação: (1) eles existemeternamente; (2) surgiram do nada ou (3) foram causados. Vamos examinar essasalternativas em ordem. Primeiro, não é provável que o universo tenha existidoeternamente, pois toda evidência indica um universo que está se desgastando. De acordocom a segunda lei da termodinâmica, o sol e as estrelas estão perdendo energia emconsiderável proporção. Se tivessem existido desde a eternidade, já estariam esgotados.

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Os materiais radioativos estão perdendo a sua radiação. Os estudos espectográficos dasestrelas mostram que todos os corpos estão viajando para fora a partir do centro,indicando um começo. Segundo, dizer que a matéria e o movimento emergiram do nadaé uma contradição: ³Do nada, nada surge.´ Terceiro, a explicação mais razoável é que amatéria e o movimento foram criados num ponto do tempo. Atualmente, a maioria doscientistas data o universo de maneira variada, entre cinco e vinte bilhões de anos de

antigüidade. Alguns propõem uma série de emergências ou um criador impessoal, mas,considerando a existência de inteligências e a grande complexidade da criação, é mais

 provável que o universo seja obra de um Criador inteligente, como exposto na Bíblia. Não é provável que uma fonte suba mais alto que seu manancial, ou que seres racionaissurjam de uma fonte irracional.

Outra fase do argumento a partir da razão é que o homem possui umconhecimento inato de Deus. Isto se evidencia pela crença universal num ser supremode algum tipo. É difícil encontrar uma tribo que não acredite num ser ou força superior.³O homem é incuravelmente religioso´. Isto não significa que todos os homens tenhamuma crença completamente firmada em Deus, mas parece indicar que a crença religiosae a tendência para adorar uma divindade são naturais ao homem. Até mesmo o ateu, que

nega a existência de Deus, demonstra que é confrontado com a idéia de Deus e deve dealgum modo dispor do conceito.

7. O argumento moral .

Em sua forma original, esse argumento assevera que o elevado senso de

moralidade que algumas pessoas possuem pode ser melhor explicado se supormos euesse senso se assemelha ao do grande Ser moral. Essa explicação é melhorada queatribuímos tal moralidade a fatores meramente biológicos ou físicos. De conformidadecom esse ponto de vista, aceitamos que elevado senso moral se deriva da influênciaexercida por um Deus santo.

Em suas formas mais complexas, compreendemos que esse argumento mostraque até mesmo o vocabulário da moralidade, que se refere a conceitos como ³bondade´,³justiça´, e ³conduta ideal´ subentende um elevadíssimo Padrão de moralidade, o qualinspira a moralidade no homem, o que por sua vez, é refletido na própria natureza dalinguagem humana. Outrossim, o argumento moral, em suas formas mais complexas,afirma que existe na mente humana a intuição de que deve haver uma retribuição

apropriada às ações morais dos homens, subentendem que deve haver um juiz capaz dedispensar retribuições na forma de bênção ou punição. Além disso a experiência e aobservação humanas demonstram que, nesta existência terrena, a injustiça pode

 prevalecer e freqüentemente o faz, pelo que a injustiça, neste lado terreno da vida, nãose cumpre. A razão também nos diz, por conseguinte, que deve forçosamente haver aimortalidade, pois é no ³outro lado´ da existência que a justiça terá de ser satisfeita. Orasomente o Juiz absoluto pode fazer os ajustamentos necessários para que a justiçarepouse sobre todos, através da bênção ou através do castigo.

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A este Juiz nós chamamos ³Deus´. O raciocínio da pura moral humana requer a existência de Deus. Outrossim, alicerçados em bases bíblicas, como vemos em Rm.1:19,20, ou como se vê em João 16:8-11, percebemos que esse Juiz transmite

 pessoalmente aos homens quais sejam as exigências morais deste mundo.Reiterando toda essa idéia, o homem dispõe de natureza moral, isto é, a sua

vida é regulada por conceitos do bem e do mal. Ele reconhece que há um caminho reto

de ação que deve seguir e um caminho errado que deve evitar. Esse conhecimentochama-se ³consciência´. Ao fazer ele o bem, a consciência o aprova; ao fazer ele o mal,ela o condena. A consciência, seja obedecida ou não, fala com autoridade. Assim disseButler acerca da consciência: ³Se ela tivesse poder na mesma proporção de suaautoridade manifesta, governaria o mundo, isto é, se a consciência tivesse a força de por em ação o que ordena, ela revolucionaria o mundo. ´Mas acontece que o homem édotado de livre arbítrio e, portanto, pode desobedecer àquela voz íntima. Mesmoestando mal orientada, sem esclarecimento, a consciência ainda fala com autoridade, efaz o homem sentir sua responsabilidade. ³Duas coisas me impressionam´, declarouKant, o grande filósofo alemão, ³o alto céu estrelado e a lei moral em meu interior.´

Qual a conclusão que se tira deste conhecimento universal do bem e do mal?Que há um Legislador que idealizou uma norma de conduta para o homem e fez a

natureza humana capaz de compreender esse ideal. A consciência não cria o ideal; elasimplesmente testifica acerca dele, registrando a sua conformidade ou não-conformidade. Quem originalmente criou esses dois poderosos conceitos do bem e domal? Deus, o Justo Legislador! O pecado ofuscou a consciência e quase anulou a lei doser humano; mas no Monte Sinai Deus gravou essa lei em pedras para que o homemtivesse a lei perfeita para dirigir a sua vida. O fato de que o homem compreende esta lei,e sente a sua responsabilidade para com ela, manifesta a existência dum Legislador quecriou o homem com essa capacidade.

Qual é a conclusão que podemos tirar desse sentimento de responsabilidade?Que o Legislador é também um Juiz que recompensará os bons e castigará os maus.Aquele que impôs a lei finalmente defenderá essa lei.

 Não somente a natureza moral do homem, como também todos os aspectos dasua natureza testificam da existência de Deus. Até as religiões mais degradadasdemonstram o fato de que o homem, qual cego, tateando, procura algo que sua almaanela. A fome física indica a existência de algo que a possa satisfazer. Quando o homemtem fome, essa fome indica que há alguém ou algo que o possa satisfazer. Aexclamação, ³a minha alma tem sede de Deus´ (Sal. 42:2), é um argumento a favor daexistência de Deus, pois a alma não enganaria o homem com sede daquilo que nãoexistisse. Assim disse certa vez um erudito da igreja primitiva: ³Para ti nos fizeste, enosso coração estará inquieto enquanto não encontrar descanso em ti.´

8. O argumento axiológi co, em sua forma mais complexa.

Todas as sensibilidades humanas, no que diz respeito às perfeições darealidade, das qualidades morais, das qualidades estéticas, das qualidades políticas e da

  busca pela perfeição, em qualquer campo de conhecimento humano, requerem queexista o Valor supremo na direção do qual todos os demais valores apontam, e cujo

  padrão esses valores seguem como linha diretriz. Há uma subcategoria desseargumento, denominado ³argumento henológico´, o qual afirma que há uma espécie de

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unidade em todos os conceitos de valor, isto é, o Grande Padrão de valor, que age comoo alvo e o unificador de todos os valores, a despeito do que essa disciplina porventuraenvolva. Essa unidade dos valores exige a aceitação da existência do Unificador detodos os valores, que é Deus. 

9. O argumento derivado da autoridade.

Os livros sagrados, as experiências místicas que dão conteúdo que dão conteúdoas esses livros sagrados, a tradição histórica da igreja cristã, os escritos e predições oraisdos profetas, o cumprimento dessas suas profecias, etc., mostram-nos que existem³autoridades´ de natureza religiosa, o que comprova a existência de um Deus que nostransmitiu a autoridade apropriada para representar a sua própria pessoa.

10. O argumento baseado na experiência religiosa. 

A experiência religiosa, como regeneração, e as demais experiências místicas,como as curas, diversas experiências psíquicas, ou milagres, etc., provam que devehaver uma realidade na fé religiosa, cujo ponto mais elevado é o Ser supremo quedenominamos ³Deus´, o qual, também, é a fonte originária válida de toda a experiênciareligiosa autêntica.

11. O argumento baseado na esperança religiosa.

Existe uma crença universal dos homens na existência de Deus, que os leva aterem ³esperança´. A remoção da esperança deste mundo deixaria a raça humana emestado de miséria íntima. Essa esperança é justificada porque é outorgada por Deus,sendo comprovada pelo consenso humano universal. Os homens esperam em Deus, anão ser quando ensinamos ao contrário, por algum sistema perverso, que os condicionea isso.

12. O argumento baseado na realidade dos milagres.

A ciência não conta com qualquer explicação e nem com qualquer teoria geral que

explane as muitas maravilhas extraordinárias que se verificam neste mundo. Somente averdade religiosa pode explicar tais fenômenos. O princípio religioso afirma a existênciade Deus como o grande poder que há por detrás dos milagres. Existem leis maiselevadas do que aquelas que são explicadas pela ciência humana, e que podemultrapassar as supostas limitações, impostas pela ciência natural. Deus é controlador dasleis cósmicas, e, se assim quiser fazer; pode agir contrariamente a elas, fazendointervenção, ultrapassando-as ou utilizando-se de leis superiores a elas, a fim de

 produzir acontecimentos que desafiam qualquer explicação ³lógica´, de conformidadecom a lógica científica.

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13. O argumento do consensus gentium.

Essas palavras latinas significam ³opinião popular´. Sempre fez parte daopinião de todas as culturas humanas que existe algum Ser supremo, ou existem algunsseres divinos. O ateísmo, em contraste com isso, precisa ser aprendido; não ocorrenaturalmente a quem quer que seja. Não existe um único ser humano, à face da terra queseja ateu de nascimento. Usualmente os indivíduos aceitam o ateísmo nas escolasseculares e profanas, onde os mestres, inchados de orgulho intelectual, pensam ser suficientes para si mesmos, sem necessitarem de qualquer Poder Supremo. Todavia, emtodas as culturas onde a sofisticação do ceticismo ainda não penetrou, à a crença naexistência de Deus, ou pelo menos, de vários deuses. A opinião geral da humanidade,entretanto, não nos pode conduzir à natureza exata de Deus, mas, pelo menos podeconduzir-nos à ³idéia de existência da divindade´ ± Deus existe.

Alguns teólogos chamam esse argumento de ³argumento da crençauniversal´. A crença na existência de Deus é praticamente tão difundida quanto a

  própria raça humana, embora muitas vezes se manifeste em forma pervertida ougrotesca e revestida de idéias supersticiosas. Esta opinião tem sido contestada por alguns que argumentam existirem raças que não têm a menor concepção de Deus. Mas oSr. Jevons, autoridade no assunto de raças e religiões comparadas, diz que esta opinião,³Como é do conhecimento de todos os antropólogos, já foi para o limbo dascontrovérsias mortas. . . todos concordam que não existem raças, por mais primitivasque sejam, totalmente destituídas de concepção religiosa! Embora alguém cite exceções,sabemos que a exceção não inutiliza a regra. Por exemplo, se fossem encontradosalguns seres humanos inteiramente destituídos de todo sentimento humano e

compaixão, isso não serviria de base para dizer que o homem é essencialmente umacriatura destituída de sentimentos. A presença de cegos no mundo não prova que todosos homens são cegos.´ Como disse William Evans: ³o fato de certas nações nãoconhecerem a tabuada de multiplicação não afeta a aritmética.´

Como se originou esta crença universal? A maior parte dos ateus pareceimaginar que um grupo de teólogos se tenha reunido em sessão secreta na qualinventaram a idéia de Deus, a qual depois apresentaram ao povo. Mas os teólogos nãoinventaram Deus como também os astrônomos não inventaram as estrelas, nem os

 botânicos as flores. É certo que os antigos mantinham idéias erradas acerca dos corposcelestes, mas esse fato não nega a existência dos corpos celestes. E visto que ahumanidade já teve idéias defeituosas acerca de Deus, isso implica que existe um Deusacerca do qual podiam ter noções errôneas.

14. O argumento baseado na revelação e no misti cismo.

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Deus tem achado por bem revelar-se a si mesmo aos homens: e isso ele temfeito por intermédio de visões e sonhos. Essa revelação aparece em forma mais concretanas Santas Escrituras. O senhor Deus simplesmente dá conhecimento de si mesmo comoum dom aos homens, porque sabe que precisam desse conhecimento. Essa revelação seorigina em sua graça e sua bondade. Que o misticismo é uma realidade é fato que se

  pode provar facilmente, através de pesquisas e da mera observação. O impulso que há

 por detrás de todas as experiências místicas, quer se trate de milagres ou de visões, é aMente divina. E formas falsas de misticismo não eliminam o que é verdadeiro: e, alémdisso, qualquer grau de misticismo já serve de prova sobre a existência de Deus. Asexperiências místicas conseguem descrever Deus, em certo sentido, não sendomeramente uma afirmação de sua existência.

15. O argumento baseado na feli cidade do crente.

A profunda felicidade e senso de confiança que têm os crentes em Deus, a

alegria e a segurança que a fé teísta confere aos possuidores, servem de provas davalidade da crença na existência de Deus.

16. O argumento baseado na melhor crença.

Sendo inquiridores sérios da verdade, sentimos a necessidade de escolher entreas muitas idéias que existem, e, ao sermos defrontados por tal necessidade de escolha, a³melhor fé´, obviamente é a teísta. Essa crença explica melhor a existência da criação,de seu desígnio, das experiências místicas e dos milagres. Isso é uma explicação melhor do que a idéia da mera ³chance´, da ³evolução´ ou da ³seleção natural´, ou mesmo dacoincidência sem desígnio, das ³forças naturais e cósmicas´, que são suas alternativas, acrença em Deus fica melhor fundada, psicologicamente falando, na realidade das coisas,do que o ateísmo, e é muitíssimo mais satisfatória. O ateísmo perde a sua utilidadequando o indivíduo morre.

17. O argumento da aposta, apresentado por Blaise Pascal .

Pascal ensinava que é impossível provar ou negar a existência de Deus, masdizia que, sob bases pragmáticas, a crença em Deus é superior à descrença, porquantoessa crença agrada a Deus, ao passo que o ateísmo lhe é desagradável. De acordo comessa idéia, quando um homem morre, se porventura descobrir que Deus não existe, ouse ele mesmo simplesmente deixa de existir, nada terá perdido. Por outro lado se umhomem, ao morrer, descobrir que Deus realmente existe, então só terá a ganhar com asua crença teísta. Essa idéia entretanto, não é válida, pois é extremamente imperfeita.Pois Deus existe, e, segundo podemos estar plenamente certos, não é nenhum tolo, oque significa que não ficará satisfeito com alguém que se aferra à crença teísta somente

 por motivo de vantagens egoísticas. De fato, talvez Deus se sinta mais agradado com

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um ateu sincero e honesto do e não com um teísta jogador com a sorte. Essa forma decrença é uma hipocrisia, e jamais poderá agradar a Deus. Outrossim, do ponto de vistateológico, a mera crença na existência de Deus não é mais vantajosa do que a crençaque têm os poderes demoníacos na existência de Deus, pois os demônios crêem eestremecem.

18. O argumento do teísmo pragmáti co.

Paralelamente ao argumento anterior, alguns pensam que é pragmaticamentemelhor ser alguém religioso, não somente no que tange à questão da crença naexistência de Deus, ma também no que diz respeito à questão da prática religiosa. O

ateísmo não oferece qualquer futuro a quem quer que seja, e nem mesmo reivindicaoferecer isso. É melhor ,portanto, do ponto de vista do pragmatismo prático, lançarmosnossa sorte à religião, com a existência de Deus e da alma, fazendo profissão geral e

  prática da religiosidade. Se, ao descobrirmos que estávamos equivocados em nossascrenças, nada poderemos com isso. Por outro lado, se alguma parte ou a totalidade dascrenças religiosas estiverem de conformidade com a realidade, descobrirmos quefizemos uma acertada decisão, ao seguirmos a fé teísta e as práticas religiosas,

  porquanto, presumivelmente, obteremos algum mérito com isso. Do ponto de vistaevangélico, entretanto, essa ³fé pragmática´ não se reveste de valor algum, porquantosomente uma fé verdadeira em Jesus Cristo pode transformar os remidos segundo a sua

 própria imagem. Seja como for, o teísmo pragmático é melhor do que o ateísmo, com oexpressão para a existência terrena presente.

19. Deus é a melhor explicação possível para a conjuntura.

A existência de Deus é a melhor explicação possível  para tudo quanto estáenvolvido em todos esses argumentos, considerados como um conjunto. Aoexaminarmos a gama inteira das possibilidades, dos argumentos, das teses e dascontrateses, o teísmo mostra-se mis convincente do que o ateísmo. Isso é verdade, aindaque não possamos chegar a uma conclusão racional definitiva. A melhor idéia é a teísta,e esse ;é o resultado líquido de todos os argumentos, considerados em sua totalidade.

20. Argumento alicerçado na fé pura.

Alguns cristãos especialmente nas igrejas evangélicas, têm chegado àconclusão de que nenhum argumento ³racional´ ou ³físico´ verdadeiramente demonstraa existência de Deus, mas antes, que essa certeza só ocorre através da fé bíblica. Nasigrejas evangélicas, que seguem o ensinamento bíblico, acredita-se que essa fé éconferida pelo próprio Deus, o qual dá, dessa maneira, certeza de sua existência,

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inteiramente à parte de evidências externas. Alguns crentes chegam mesmo a alegrar-senessa idéia, rejeitando totalmente quaisquer outras idéias, como se estivessem próximasda blasfêmia, as quais dizem ser necessário ser comprovada a existência de Deus paraque nela possamos acreditar. Porém, apesar das escrituras Sagradas em parte alguma selançarem à tarefa de tentarem provar que Deus existe, contudo, passagens bíblicas comoaquela de Rm. 1:20 dão a entender que verdadeiramente existem provas, físicas e

racionais, acerca dessa existência. Portanto, não é crime procurarmos delinear avalidade de tais provas, pois, para os incrédulos, esse delineamento pode ser muito útil evalioso. Um dos primeiros passos que uma alma pode dar na direção de Cristo, pode ser a crença firme na existência de Deus. Ninguém poderá jamais avizinhar-se de Cristo,segundo um sério ponto de vista evangélico, se for um ateu convicto. (Esse argumento

 baseado na ³fé pura´ na realidade é uma variedade do argumento ³místico´, que apareceno décimo quarto lugar nesta lista de argumentos sobre a existência de Deus.

Para fortalecer a fé daqueles que já crêem. Eles estudam as provas, não paracrer, mas sim porque já crêem. Esta fé lhes é tão preciosa que aceitarão com alegriaqualquer fato que a faça aumentar ou enriquecer.

21. O argumento da história.

A marcha dos eventos da história universal fornece evidência de um poder eduma providência dominante. Toda a história bíblica foi escrita para revelar Deus nahistória, isto é, para ilustrar a obra de Deus nos negócios humanos. ³Os princípios dodivino governo moral encontram-se na história das nações tanto quanto na experiênciados homens´, escreve D.S. Clarke. (Sal. 75:7; Dn. 2:21; 5:21.) ³O protestantismo inglêsvê a derrota da Armada Espanhola como uma intervenção divina. A colonização dosEstados Unidos por imigrantes protestantes salvou-os da sorte da América do Sul, edesta maneira salvou a democracia. Quem negaria que a mão de Deus estivesse nessesacontecimentos?´ A história da humanidade, o surgimento e declínio de nações, como

Babilônia e Roma, mostram que o progresso acompanha o uso das faculdades dadas por Deus e a obediência à sua lei, e que o declínio nacional e a podridão moral seguem adesobediência´ (D.L. Pierson). A.T. Pierson, em seu livro, ³Os Novos Atos dosApóstolos´ expõe as evidências da dominante providência de Deus nas missõesevangélicas modernas.

Especialmente o modo de Deus tratar com os indivíduos fornece provas de suaativa presença nos negócios humanos. Charles Bradlaugh, que foi em certo tempo o ateumais notável na Inglaterra, desafiou o pastor, Charles Hugh Price, para um debate. Foiaceito o desafio e o pregador, por sua vez, desafiou o ateu da seguinte maneira: comotodos sabemos, Sr. Bradlaugh, ³o homem convencido contra a própria vontade mantémsempre seu ponto de vista´, e, visto que o debate, como ginástica mental que é,

  provavelmente não converterá a ninguém, proponho-lhe que apresentemos algumas

evidências concretas da validade das reivindicações do cristianismo na forma dehomens e mulheres redimidos da vida mundana e vergonhosa pela influência docristianismo e pela do ateísmo. Eu trarei cem desses homens e mulheres, e desafio-o afazer o mesmo.

Se o Sr. Bradlaugh não puder apresentar cem, contra os meus cem, Ficareisatisfeito se trouxer cinqüenta homens e mulheres que se levantem e testifiquem queforam transformados duma vida vergonhosa pela influência dos seus ensinos ateus. Senão puder apresentar cinqüenta, desafio-o a apresentar vinte pessoas que testifiquemcom rostos radiantes, como o farão os meus cem, que tenham um grande e novo gozo na

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sua vida elevada, em resultado dos ensinos ateus. Se não puder apresentar vinte, ficareisatisfeito se apresentar dez. Não, Sr. Bradlaugh, desafio-o a trazer um só homem ouuma só mulher que dê tal testemunho acerca da influência enobrecedora dos seusensinos. Minhas pessoas redimidas trarão prova irrefutável quanto ao poder salvador deJesus Cristo sobre as suas vidas redimidas da escravidão do pecado e da vergonha.Talvez, senhor Bradlaugh, essa será a verdadeira demonstração da validade das

reivindicações do cristianismo.O Sr. Bradlaugh retirou o seu desafio!Para Guy P. Duffield e Nathaniel M. Van Cleave o argumento da história se

apóia sobre o alicerce da divina providência. Os estudantes de história, a não ser quesejam cegos ou parciais, irão descobrir a obra da divina providência. Isto não significaque um propósito sábio é visível em todos os eventos. Deve-se ter em conta que ohomem é pecador e rebelde e, ate certo ponto, um agente moral livre. Deus não causacada evento individual, mas está no controle do fluir dos eventos, executando seus

  propósitos. Ele cumpre suas profecias inspiradas que se acham registradas na suaPalavra. Se alguém estudar a Bíblia junto com a história, irá perceber um modelo divinoenfocando Jesus Cristo, o Filho de Deus. Este enfoque não é apenas sobre a vida terrenade Jesus. O propósito de Deus em Cristo é visto na história de Israel e na sua esperança

de um redentor (Gn 12:13; Is 52:10-53:12); na encarnação, vida, morte e ressurreição deCristo; no triunfo da igreja através de múltiplas oposições; e na indestrutibilidade deIsrael através dos séculos.

A originalidade de Cristo foi bem expressa por Napoleão em uma carta aoGeneral Bertrand:

³Efeitos divinos me obrigam a crer numa causa divina. É verdade, existe uma causa das causas« existe um ser infinito, comparado com o qual você, general, não passade um átomo; comparado com o qual eu, Napoleão, comtodo o meu gênio, nada sou realmente; puramente nada.

  Eu o percebo - Deus. Eu o vejo, tenho necessidade dele,creio nele, pior para você. Mas você, general, crerá umdia em Deus.  P osso perdoar muitas coisas, mas sintohorror diante de alguém ateu e materialista« os deuses,os legisladores da Índia e da China, de  Roma e de Atenas,nada possuem que possa espantar-me sobremaneira«masisso não acontece com Cristo. Tudo nele me assombra.Seu espírito me faz ficar maravilhado e sua vontade mecontunde. Não existe termo de comparação entre Ele equalquer pessoa no mundo. Ele, em si mesmo, éverdadeiro. Suas idéias e seus sentimentos, as verdadesque anuncia, sua maneira de convencer não são

explicadas por organização humana, nem pela naturezadas coisas. Seu nascimento e a história da sua vida; a

  profundidade da sua doutrina, que luta com as maioresdificuldades, a mais admirável solução; seu evangelho«

  sua marcha através das idades e dos reinos, tudo paramim e um prodígio, um mistério insolúvel, que me fazmergulhar num desvaneio do qual não posso escapar,diante de meus olhos está um mistério, o qual não posso

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negar nem explicar« procuro encontrar em vão nahistória alguém igual a Jesus Cristo.´

22. O argumento que apresenta o homem como imagem e semelhança deDeus:

A Palavra de Deus declara que o homem foi criado à imagem de Deus.³Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossasemelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre osanimais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou´ (Gn 1:26-27). Não devemos buscar a imagem de Deus no homem físico, poisDeus é Espírito (Jo 4:24). Em lugar disso, devemos procurar a imagem de Deus nohomem espiritual: ³...e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno

conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou...´ (Cl 3:10).A imagem de Deus no homem é vista no fato de ele ter domínio sobre ascriaturas inferiores e especialmente em sua capacidade e desejo ardente de comunhãocom Deus. A outra marca da imagem divina é vista na natureza moral do homem, seusenso de dever e responsabilidade, e na posse de uma consciência: ³Estes mostram anorma da lei gravada nos seus corações, testemunhando-lhes também a consciência, e osseus pensamentos mutuamente acusando-se ou defendendo-se...´ (Rm 2:15). C.S. Lewisdiz: ³Estes são, portanto, os dois pontos que eu queria ressaltar. Primeiro, que os sereshumanos, em toda a terra, têm esta idéia curiosa de que devem comportar-se de certamaneira, e não conseguem livrar-se dela. Segundo, eles na verdade não se comportamdeste modo. Eles conhecem a lei da natureza e a quebram. Esses dois fatos são a base detodo pensamento claro a respeito de nós mesmos e do universo em que vivemos.´

Um Deus pessoal nos faz responsáveis por nossa conduta e atitude. Devemosrender-nos à vontade dele ou viver com a consciência pesada. É possível cauterizar aconsciência ou silencia-la, enganando-nos a nós mesmos. Mas, desse modo, o indivíduoirá então invariavelmente criar seu próprio sistema de valores. A experiência mostrouque o sistema bíblico de ética, afinal de contas, e o mais adequado à natureza moral dohomem, criado por Deus.

23. O argumento da Escritura

Esse argumento se apóia sobre as declarações e na exatidão das SagradasEscrituras. A Bíblia afirma ser a Palavra inspirada de Deus (2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:20,21; 1 Co 2:12, 13; Tt 1:1-13). Nenhum livro na terra foi tão amplamente aceito comouma mensagem de Deus. Seus oponentes e os céticos lançaram todo tipo de ataqueconcebível contra ele, mas sua popularidade permanece. Sua exatidão tem sidorepetidamente impugnada, mas a pá dos arqueólogos confirma a cada instante aexatidão de alguma passagem posta em dúvida. O Dr. W.F. Albright, reconhecidoarqueólogo, escreve: ³Nada que tenda a perturbar a fé religiosa do judeu ou do cristão

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foi descoberto... Descoberta após descoberta têm estabelecido a exatidão de inúmerosdetalhes e trazido maior reconhecimento do valor da Bíblia como um livro fonte dahistória.´ Nenhum outro livro se compara com a Bíblia no que diz respeito aos seusensinos morais e espirituais; escrita há centenas de anos, ela é mais moderna que os

 jornais de hoje. Nunca deixa de falar com poder, sanando os problemas mais profundosda alma e do espírito.