apostila de teologia 1 2014 - cópia

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2 TEOLOGIA SISTEMÁTICA 1 A NATUREZA DA TEOLOGIA (1) A teologia como doutrina: A doutrina cristã é a declaração das crenças fundamentais do cristianismo: crenças sobre a natureza de Deus, Sua ação sobre os homens, sobre o que Ele fez para nos trazer à comunhão consigo. São declarações sobre questões fundamentais da vida como: Quem sou eu? Qual é o sentido último do universo? Para onde vou? De onde vim? A doutrina trata de verdades atemporais sobre Deus e a realidade. O estudo da doutrina é chamado de teologia. Literalmente teologia significa a doutrina de Deus. É uma análise criteriosa e sistemática da doutrina cristã. 1. A teologia é bíblica: Seu fundamento principal são o V.T. e N.T. Também podemos obter informações teológicas da criação, mas o conteúdo principal é a Bíblia. 2. A teologia é sistemática: Isto é, ela não investiga os livros da Bíblia isoladamente, mas procura reunir toda a informação em um todo coerente sobre o que toda a Bíblia declara de um determinado assunto, como por exemplo, a doutrina da salvação. 3. A teologia é elaborada no contexto da cultura humana: Por essa razão ela deve relacionar os ensinos da Bíblia com as informações fornecidas em outras disciplinas que tratam do mesmo assunto em questão. Ex. A origem do homem. 4. A teologia é contemporânea: O trabalho da teologia é reconceituar verdades da Bíblia

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TEOLOGIA SISTEMTICA 1

A NATUREZA DA TEOLOGIA (1) A teologia como doutrina: A doutrina crist a declarao das crenas fundamentais do cristianismo: crenas sobre a natureza de Deus, Sua ao sobre os homens, sobre o que Ele fez para nos trazer comunho consigo. So declaraes sobre questes fundamentais da vida como: Quem sou eu? Qual o sentido ltimo do universo? Para onde vou? De onde vim?A doutrina trata de verdades atemporais sobre Deus e a realidade. O estudo da doutrina chamado de teologia. Literalmente teologia significa a doutrina de Deus. uma anlise criteriosa e sistemtica da doutrina crist.1. A teologia bblica: Seu fundamento principal so o V.T. e N.T. Tambm podemos obter informaes teolgicas da criao, mas o contedo principal a Bblia.2. A teologia sistemtica: Isto , ela no investiga os livros da Bblia isoladamente, mas procura reunir toda a informao em um todo coerente sobre o que toda a Bblia declara de um determinado assunto, como por exemplo, a doutrina da salvao.3. A teologia elaborada no contexto da cultura humana: Por essa razo ela deve relacionar os ensinos da Bblia com as informaes fornecidas em outras disciplinas que tratam do mesmo assunto em questo. Ex. A origem do homem.4. A teologia contempornea: O trabalho da teologia reconceituar verdades da Bblia atemporais para que se tornem compreensveis ao homem de hoje.5. A teologia prtica: O que estudamos na teologia devemos colocar em prtica.A NECESSIDADE DO ESTUDO DA DOUTRINA1. Uma crena correta fundamental no relacionamento entre o cristo e Deus. Ex. A doutrina da ressurreio de Cristo a pedra de toque do cristianismo. Sem essa doutrina no h cristianismo verdadeiro.2. Uma crena correta fundamental devido ligao existente entre a verdade e a experincia. A poca em que vivemos da muito valor a experincia. A experincia o que norteia a vida de um homem.3. Uma crena correta fundamental porque existem muitos sistemas de pensamentos religiosos e seculares que lutam por nossa fidelidade. Ex. O marxismo exigiu durante muito tempo a devoo de muitas pessoas.A TEOLOGIA COMO CINCIAMuitas pessoas questionam porque ensinar teologia em Instituies de ensino de curso superior. Na tica de tais pessoas a teologia uma ferramenta para doutrinamento religioso. Isto verdade, para ser ensinada em instituies governamentais a teologia no pode ter ligaes com nenhuma religio. Por exemplo, um professor de ensino religioso no pode favorecer a religio crist, mas mostrar o contedo de todas as religies. Porm, isto no impede que exista um estudo objetivo e cientfico do cristianismo e de outras religies. Em instituies privadas e especialmente crists, o estudo doutrinrio bem adequado.A teologia deve usar os critrios tradicionais do conhecimento cientfico:1. Um objeto definido de estudo;2. Um mtodo para investigar o objeto em questo e para verificar suas declaraes;3. Objetividade no sentido de que o estudo lida com fenmenos externos experincia imediata do pesquisador, sendo, portanto acessvel investigao de outros;4. Coerncia entre as proposies do objeto em questo, de modo que o contedo forme um corpo definido de conhecimento, no uma srie de fatos desconexos ou pouco relacionados entre si.A teologia que vamos enfocar nesta obra preenche os critrios acima relacionados:1. Aceita as mesmas regras da lgica que as outras disciplinas. Surgindo dificuldades, a teologia no invoca simplesmente um paradoxo ou a incompreensibilidade;2. comunicvel, pode ser expressa em forma verbal proposicional;3. Emprega mtodos usados por outras disciplinas especficas, especialmente a histria e a filosofia.4. Partilha alguns objetos de estudo com outras disciplinas. Assim, existe a possibilidade de pelo menos algumas de suas proposies serem confirmadas ou refutadas por outras disciplinas, tais como a cincia natural, a cincia do comportamento ou a histria.O PONTO DE PARTIDA PARA O ESTUDO DA DOUTRINA CRISTAs fontes da doutrina crist:1. Teologia natural: O universo criado estudado para determinar certas verdades acerca de Deus e da natureza humana.2. Tradio: Pesquisa-se o que vem sendo adotado e ensinado por indivduos e organizaes que se identificam como cristos. Assim, o que tem sido crido torna-se norma para o que deve ser crido.3. As Escrituras: A Bblia tida como o documento definidor ou a constituio da f crist. Portanto, ela especifica em que se deve crer e o que se deve fazer.4. Experincia: Considera-se que a experincia religiosa de um cristo hoje prov informaes divinas autorizadas.Esta obra ir utilizar a terceira abordagem. Uma prtica semelhante tem sido usada por vrias instituies e organizaes religiosas que possuem algum tipo de carta rgia, constituio ou artigos de incorporao definindo o que deve ser a instituio e os procedimentos que deve seguir.O MTODO DA TEOLOGIA1. A coleta dos materiais bblicos: O primeiro passo ser identificar todas as passagens bblicas importantes que tratam do tpico que est sendo investigado e, depois, interpret-las com muito critrio. Esse o processo conhecido como EXEGESE. O exegeta desejar usar os melhores instrumentos e mtodos. Esses instrumentos incluem concordncias, comentrios, gramticos e lxicos.Usando estas ferramentas o exegeta deve ser criterioso. Deve considerar a posio do autor do comentrio, por exemplo. Deve pelo menos ter noo da perspectiva teolgica do autor, a fim de que pressupostos incongruentes com a orientao geral do exegeta no sejam importados de forma inconsciente.Deve o exegeta determinar com preciso o que o autor estava dizendo sua audincia especfica. Isto implicar o estudo do contexto histrico da Bblia, de modo que compreendamos, por assim dizer, o interlocutor do dilogo. Ler uma passagem bblica um pouco como ouvir metade de uma conversa telefnica.A pesquisa bblica deve envolver o exame de vrios tipos de materiais bblicos. Em alguns casos, estudar palavras; por exemplo, pode-se determinar o significado de f pelo estudo de todas as ocorrncias do substantivo grego pistis e do verbo pisteuo. Muitas vezes ser til examinar passagens didticas das Escrituras em que algum autor discorra de forma direta sobre um tpico em particular. As passagens narrativas so mais difceis, mas muito importantes. Nelas obtemos descries de aes divinas e frequentemente como ilustraes de verdades doutrinrias. Em alguns casos o autor fornece uma interpretao ou uma explicao em que se evidencia a implicao doutrinria.A UNIFICAO DOS MATERIAIS BBLICOS fundamental compreender o que um autor bblico fala em diferentes contextos sobre um tema. A doutrina no uma simples descrio do que os autores bblicos declaram. Por esse motivo devemos reunir suas declaraes formando um sistema coerente. Neste prisma, o telogo, utiliza o mesmo procedimento adotado em outras disciplinas. Por exemplo, na psicologia o pesquisador primeiro observaria os pontos comuns entre os psiclogos de cada escola de pensamento e, logo aps, averiguaria se as diferenas parecidas so divergncias concretas.Este trabalho exegtico tem como pressuposto a unidade e coerncia entre os vrios materiais e testemunhos bblicos.A ANLISE DO SIGNIFICADO DOS ENSINOS BBLICOSLogo aps os dados doutrinrios serem reunidos e formado um sistema coerente o exegeta deve buscar o seu verdadeiro sentido. Aqui o exegeta deve ser criterioso para no atribuir os significados contemporneos s referncias bblicas, estes erros chamaram de eisegese. Pode ocorrer quando debatemos com pessoas que esto habituadas com uma interpretao do texto bblico, elaborar um conceito, como por exemplo, o novo nascimento, como sendo compreendido da mesma forma por todas as pessoas.Por essa razo o telogo toda vez tem que repetir esta pergunta: Qual o verdadeiro sentido disso? Para que os conceitos da Bblia sejam interpretados com preciso para a nossa poca, fundamental que tenham sido compreendidos de forma correta. Seno haver uma impreciso ainda maior nas prximas etapas e o erro se multiplicar.O EXAME DAS INTERPRETAES HISTRICAS fundamental para o telogo a utilizao da teologia histrica porque nesta ferramenta ele vai ter a oportunidade de comparar suas interpretaes com as dos telogos do passado. A razo desta comparao no extrair delas um denominador comum, mas compreender que nossas interpretaes so paralelas a outras mais antigas. Outro benefcio da utilizao da teologia histrica aprender a fazer teologia observando como os outros fizeram.A IDENTIFICAO DA ESSNCIA DA DOUTRINAA Bblia no foi escrita para ns, mas para as pessoas daquela poca. Devemos entender que o cenrio histrico e cultural de nossa poca bastante diferente da poca em que a Bblia foi escrita. Por essa razo devemos ser criteriosos para no reexpressarmos a interpretao da mesma forma original, porque nossa poca diferente e exige respostas diferentes. Se no observarmos isto poderemos sofrer duas consequncias:a. Insistir em uma frmula particular de determinado ensino. Por exemplo: Continuar utilizando o sistema sacrificial do Velho Testamento.b. Procurando declarar a mensagem, podemos alter-la de tal forma que passe a ser, de fato, um novo gnero, ao invs de ser uma espcie diferente do mesmo gnero. Por exemplo: No sistema de sacrifcios do Velho Testamento, o que permanente e imutvel no a forma do sacrifcio, mas a verdade de que necessrio haver um sacrifcio vicrio pelos pecados da humanidade. O trabalho de identificar o que permanente do que temporrio na Bblia de fundamental importncia.A ILUMINAO POR MEIO DE FONTES EXTRABBLICASAs Escrituras so nossa principal fonte para fazer teologia, mas no a nica. Possumos, tambm, a criao e a histria humana. O exame destas fontes nos ajudar a compreender melhor a Bblia.Por exemplo, a imagem de Deus no ser humano. A Bblia nos ensina que Deus criou os homens Sua prpria imagem e semelhana. Apenas pelo texto bblico no conseguimos identificar as implicaes dessa imagem no homem. Com a ajuda das cincias do comportamento podemos coletar alguns dados que nos ajudaro com algumas informaes acerca dessa imagem.Devemos observar, com protesto de muitos telogos, que algumas disciplinas no bblicas tm sido muito valiosas para o nosso conhecimento teolgico. Por exemplo: O esforo acadmico para identificar se os dias mencionados em Gnesis 1 so dias de 24 horas ou perodos mais longos. Outro exemplo: O estudo da Geologia tem contribudo muito para nosso conhecimento do que Deus fez.O telogo deve ter critrio nos seguintes aspectos:a. Ter a Bblia como autoridade principal em seus estudos;b. Evitar concluses precipitadas acerca da relao entre materiais bblicos e no bblicos;c. No colocar a razo acima da f.

A EXPRESSO CONTEMPORNEA DA DOUTRINADepois que o telogo identificar o contedo permanente da doutrina chega a hora de express-la de forma inteligvel para o homem moderno. Este o grande desafio teolgico para todas as pocas.O primeiro passo questionar a nossa poca em que vivemos. No se trata apenas de questes existenciais imediatas enfrentadas pelas pessoas, mas de todo o modo pelo qual a cultura vigente enxerga a realidade. Esse questionamento ser o ponto de partida para a nossa apresentao da mensagem crist; isto quer dizer que, devemos fazer a ligao entre o pensamento de nossa poca e o pensamento da teologia bblica. No deixemos, porm, que a agenda no crist dite as normas, porque muitas vezes possui pressupostos no cristos. Contudo esse questionamento da nossa poca fundamental.Vrios temas atuais so frteis para a expresso da mensagem crist. Vivemos em uma poca de indiferena, despersonalizao e relativismo o que faz com que as pessoas rejeitem a mensagem bblica com a mente, mas necessite dela com o corao, formando assim uma dicotomia neurotizante. aqui que a mensagem crist expressa adequadamente pode fazer a diferena na vida das pessoas. Depois do iluminismo a humanidade achou que a tecnologia poderia resolver todos os problemas dos homens, mas existe hoje a conscincia de que os problemas humanos so muito mais amplos complexos e ameaadores do que se imaginava. Os seres humanos so o maior problema para si mesmo. Neste contexto histrico-existencial o poder e a providncia de Deus ganham uma importncia relevante.Na teologia atual o conceito missiolgico mais pertinente a contextualizao da mensagem crist, quando surge a necessidade de traduzir conceitos da cultura ocidental para as culturas do terceiro mundo. Existem trs dimenses no processo da contextualizao.a. A primeira chamada de comprimento. Significa buscar a mensagem nos tempos bblicos e trazer para o presente, reexpressando-a;b. A segunda chamada de largura. O cristianismo pode assumir diferentes formas de expresso em diferentes culturas. Os missionrios ocidentais devem ser criteriosos para no estarem simplesmente carregando a prpria cultura a outras partes do mundo. O missionrio deve identificar as caractersticas filosficas de cada cultura para desenvolver a habilidade de expressar conceitos como pecado e expiao de maneira culturalmente relevante, pois esses conceitos formam a essncia da mensagem crist.c. A terceira chamada de altura. Uma mensagem pode ser expressa em diferentes nveis de complexidade e refinamento. Isto depende da idade dos ouvintes. Por exemplo, no se pode comunicar da mesma forma, a mensagem crist para uma criana e para um professor universitrio.A habilidade de expressar a verdade bblica em tempos e lugares diferentes para ouvintes diferentes vital.O DESENVOLVIMENTO DE UM TEMA CENTRAL INTERPRETATIVONem todas s vezes so necessrias que o cristo formule um tema central e sua teologia. Porm, na maioria das vezes til. Por vezes esse tema represente a denominao da qual a pessoa faz parte. Por exemplo, os calvinistas enfatizam a soberania de Deus enquanto os arminianos do nfase justia de Deus e o seu relacionamento com os homens.A forma como tratamos nossa teologia est relacionada com nossa personalidade e formao.A ESTRATIFICAO DOS TPICOS fundamental decidirmos quais so os temas mais importantes da teologia e seus subpontos. Quanto maior a importncia de um ponto, tanto maior deve ser o seu grau de tenacidade com que trabalharemos ele. Isto deve ser feito fazendo um esboo da teologia.A ATUALIZAO DA MENSAGEM CRIST (2)O CONTEXTO CONTEMPORNEO DA TEOLOGIAA forma de se fazer teologia variou muito durante a histria da igreja, existiram perodos de uniformidade teolgica e metodolgica. O perodo do escolasticismo catlico romano um exemplo dessa uniformidade. Do lado protestante o perodo ps-reforma tambm demonstrou uniformidade semelhante. Hoje existe uma considervel diversidade.A nossa poca marcada por teologias curtas. A teologia de Agostinho perdurou por oito sculos. A teologia de Toms de Aquino durou dois sculos e meio. A teologia de Joo Calvino possuiu trs sculos de durao. Depois do sculo XVIII o liberalismo de Friedrich Schleiermacher durou pouco mais de um sculo. A teologia de Karl Barth foi suprema durante vinte e cinco anos e a teologia de Rudolf Bultmann durou apenas doze anos.Na poca atual ocorre a decadncia das grandes escolas de pensamento teolgico. Na dcada de 50 era possvel identificar um telogo atravs de sua escola teolgica, fosse ele liberal neo-ortodoxo ou ortodoxo e etc. Hoje s existem telogos e teologias individuais. A maioria dos telogos no esposa um sistema teolgico pronto.Mas, o que aconteceu? Os grandes da teologia j saram de cena. Telogos como Karl Barth, Paul Tillich e Reinhod Niebhur j se foram, e recentemente poucos se igualam a estes, e ningum arrebanha seguidores como eles. Na maior parte cada um por si.A teologia evanglica conservadora no participa desta decadncia. Por terem a Bblia como fonte, os evanglicos no sofrem com flutuaes de pensamento quanto sua experincia ou tradio, nem debatem se o foco da religio esta na experincia ou na tica. Surgem muitas variaes teolgicas atravs das eras, mas a preocupao dos evanglicos simplesmente investigar o que a Bblia disse sobre um tema e reunir todas as concluses em um todo coerente. A metodologia desta apostila mantm esta postura bsica da teologia evanglica.Existem critrios que precisamos aprender com essa rpida viso da teologia contempornea.a. Precisamos tomar cuidado para no nos identificarmos demais com a cultura contempornea. Como a cultura est mudando muito rpido com a exploso do conhecimento e com as transformaes nos fatores sociais, as teologias que se ligam de modo muito estreito s evolues contemporneas tornar-se-o igualmente obsoletas. fundamental se ter um equilbrio entre a formulao da essncia atemporal da doutrina crist e a contextualizao dela em uma situao especfica. Se precisarmos decidir entre as duas devemos priorizar a primeira.b. Aprendemos com o cenrio contemporneo que possvel utilizarmos um pouco do ecletismo no fazer teolgico. Isto no significa que podemos unir teologias contrrias de forma acrtica. Pelo contrrio, o que estamos dizendo que nenhum sistema possui um ponto de vendas exclusivo bem na esquina do mercado teolgico, sendo possvel, portanto, aprender de vrias teologias diferentes.c. importante manter algum grau de independncia ao estudar as ideias de um telogo. valioso ser discpulo de algum desde que analisemos tudo criticamente.

ABORDAGENS PARA ATUALIZAR A MENSAGEM CRISTH um distanciamento muito grande do mundo atual para o mundo dos tempos bblicos com diferenas significativas. Exemplo, os meios de transporte so muito diferentes. Na poca da Bblia se montava em cavalos e jumentos, isso restringia as viagens de longa distncia. Em sua grande maioria as pessoas se restringiam ao local onde nasceram. Hoje o cenrio bem diferente, temos automveis, avies, trens, navios e etc., que podem percorrer grandes distncias em pouco tempo. Viagens espaciais lua j foram realizadas, e ainda, h projetos para se viajar para outros planetas do sistema solar. As comunicaes progrediram assustadoramente, hoje podemos observar o mundo inteiro apenas de um nico ponto. Possumos satlites de televiso para isso, enquanto no mundo bblico se levava semanas para se enviar uma mensagem de Roma at a Palestina.A cultura em seus vrios aspectos sofreu mudanas astronmicas. A maneira de se ler o mundo muito diferente hoje do que nos tempos da Bblia. Exemplo, nos tempos bblicos pensava-se em cu/alto e inferno/baixo: o cu ficava em algum lugar muito acima da terra. Hoje, compreendemos que tal pensamento relativo. No vivemos em uma terra plana, colocada debaixo dos cus. Sabemos que o termo cu significa uma dimenso diferente que est distante de ns.Encontramos hoje um problema para resolver: expressar estas verdades da Bblia usando figuras que faam sentido hoje para o homem ps-moderno. Algumas vezes esta tarefa simples. Exemplo fcil encontrarmos hoje equivalentes para as figuras bblicas do pastor e das ovelhas. Contudo, outras vezes este labor torna-se difcil. Exemplo, hoje encontramos dificuldades de encontrar figuras equivalentes para explicar a possesso demonaca. As pessoas pensam em doenas apenas sob o aspecto de bactrias e vrus e no acreditam em seres espirituais invisveis.Existem algumas formas de transmitir o sentido da Bblia para o homem moderno, vamos analis-las agora:a. Devemos apresentar os conceitos bblicos usando a terminologia da Bblia (fundamentalistas). No tarefa do cristo tornar a Bblia inteligvel para o homem moderno, esta tarefa pertence ao Esprito Santo conforme Jo 16.8. No precisamos fazer nenhuma traduo ou interpretao da mensagem para que ela tenha uma expresso contempornea porque o mundo ps-moderno se ope a tudo o que sobrenatural. Tornar a mensagem bblica inteligvel para o mundo ps-moderna seria pervert-la.b. Devemos eliminar algumas partes da Bblia porque se tornaram obsoletas (Liberais). No existem meios de se tornar a mensagem bblica inteligvel para o homem ps-moderno porque esta mensagem foi trazida de uma poca onde predominava a ignorncia humana. Exemplo: quem esta acostumado a usar a tecnologia moderna no deve ser instado a crer em respostas sobrenaturais a oraes. Isso seria exigir um sacrifcio do intelecto. Assim, devemos renunciar a certas partes da mensagem crist. Crenas em mensagens antigas como anjos, demnios e inferno devem ser abandonadas. No processo de reformulao da mensagem crist em certas ocasies partes fundamentais da doutrina crist precisaram ser alteradas.c. A abordagem dos tradutores da mensagem crist (conservadores). preciso manter a mensagem original da Bblia e ao mesmo tempo traduzi-la para os conceitos modernos. Os tradutores se esforam para tornar a mensagem da Bblia compreensvel para o homem ps-moderno, porm no necessrio que ela torne-se aceitvel para os padres ps-modernos. Fazer a mensagem bblica aceitvel aos padres da ps-modernidade seria apostatar do verdadeiro evangelho.O ELEMENTO PERMANENTE NO CRISTIANISMOa. O permanente institucional. Essa a posio da Igreja Catlica Romana. O que permanente e permanece atravs dos tempos a instituio da Igreja Catlica. Seu ensino o que deve ser mantido. Segundo a Igreja Catlica uma tradio oral que descende dos apstolos foi confiada Igreja Catlica. Por meio da sua histria, a igreja explicita o que est implcito na tradio e a promulga como doutrina. b. O permanente a experincia. Harry Emerson Fosdick afirma que o cristianismo , em essncia, experincias duradouras que so expressas em categorias mutveis. Isto quer dizer que, por exemplo, que no precisamos acreditar na segunda vinda de Cristo, porque ela uma categoria temporria que foi usada para expressar a confiana no triunfo final de Deus. Fosdick acredita que a idia de progresso substitui a doutrina da segunda vinda de Cristo. No um progresso automtico e invarivel, mas a idia de que o mundo est avanando. Uma pessoa que tem esperana no futuro, o que lembra a esperana dos primeiros cristos, guarda o elemento essencial do cristianismo, embora as categorias ou doutrinas tenham sofrido grandes mudanas.c. Outra abordagem defende que certas aes ou um certo tipo de vida constitui o elemento permanente. O telogo Walter Rauschenbusch defendeu este pensamento, ele foi o principal expoente do evangelho social. Afirmou que so os ensinos de Jesus acerca da vida tica e do reino de Deus que constituem o fator duradouro ou permanente. Se por acaso a pessoa adotar conceitos particulares de Deus, do mundo e da vida ressurreta de Jesus, isso no um problema crucial. O que interessa se a pessoa segue os ensinos morais de Jesus e vive como Jesus e seus discpulos viveram. O fator permanente no ensino de Jesus encontrado em amars ao teu prximo, como a ti mesmo do que em vou preparar-vos lugar [...] voltarei e vos receberei.d. Por ltimo existem os que ensinam que o elemento permanente encontra-se nas doutrinas. J. Gresham Machen defendeu com fervor essa posio. Destacou que no suficiente apenas adotar os ensinamentos morais de Jesus. Tome-se, por exemplo, a regra urea. Na realidade, ela pode no atuar para o bem, mas para o mal. Se, por exemplo, os antigos companheiros de um alcolatra em recuperao fizessem a ele o que gostaram que lhes fosse feito, dariam outro drinque a ele. Dessa forma, a eficcia da regra urea depende do carter moral e espiritual da pessoa que a pratica.Quando se tenta separar o ato moral dos ensinos doutrinrios de Jesus surgem dificuldades. Jesus ensinou regras ticas de tal forma que virtualmente impossvel separ-las dos seus ensinos acerca de si mesmo. Se algum entende que Jesus no era o Filho de Deus, mas um mero professor de moral, ento, ou ele declarava falsidades a respeito de si mesmo ou sofria perturbao mental. Tanto em um caso como em outro, haveria pouco sentido em seguir os seus ensinos ticos.Outro problema similar quando consideramos que o elemento permanente do cristianismo seja a experincia independente da doutrina. Alm do que, no processo de migrao da crena em um estabelecimento sobrenatural do reino divino pela volta do Senhor para a crena no progresso humano, estamos apenas trocando uma experincia por outra. Na segunda afirmao estamos colocando nossa confiana em uma avaliao da capacidade humana, j na primeira afirmao, colocamos a confiana na obra divina e sobrenatural. Ainda que a doutrina no seja todo o elemento permanente do cristianismo um dos elementos indispensveis.A NATUREZA DA ATUALIZAOA atualizao da mensagem crist deve manter o significado original do ensino bblico e ao mesmo tempo aplic-lo a situao contempornea. Deve-se mudar a forma, no o contedo do ensino.Como encontrar equivalentes do sculo XXI para conceitos do sculo? Precisamos determinar a essncia da doutrina do sculo I. A melhor maneira adotar alguns princpios consagrados no ensino das lnguas. Por exemplo: Ensinar que tal palavra em uma lngua equivale a tal palavra em outra lngua. Exemplo: estudando alemo as pessoas aprendem que der Stihl = a cadeira. Mas tal mtodo no faz com que o aluno raciocine de fato em alemo. O melhor mtodo usado nos cursos em que os alunos no falam a mesma lngua. O professor aponta para uma cadeira e diz der Stuhl, depois toca a parede e diz die Wand. O alvo fazer com que os alunos pensem der Stuhl quando vem uma cadeira. O que se focaliza o significado comum que existe em todas as lnguas.De uma forma parecida devemos distinguir entre a essncia permanente de um conceito e suas formas temporrias de expresso. Usando o exemplo citado, a essncia permanente do que conceito de que Deus habita no cu a transcendncia de Deus Ele diferente de ns e superior a ns em muitos aspectos. Essa a verdade que deve ser mantida desde os tempos bblicos at o presente. Dizer que Deus est muito acima de ns no aspecto espacial simplesmente uma forma de expressar tal idia em determinada poca.OS CRITRIOS DE PERMANNCIA NA DOUTRINAComo distinguir entre a doutrina atemporal e suas expresses temporrias? Algumas vezes esta tarefa fcil, exemplo: Sl 100.5 Por que o Senhor bom, a sua misericrdia dura para sempre, e, de gerao em gerao a Sua fidelidade. No difcil saber que o texto fala da natureza atemporal divina. Em outros casos difcil, vai ser necessrio extrair a verdade atemporal de uma narrativa ou de um ensinamento escrito para certo grupo ou indivduo, a fim de tratar de um problema especfico. Nestes casos existem critrios que devem ser aplicados para facilitar a identificao do fator permanente:1. Presena em vrias culturas. O texto bblico esta envolto em uma variedade de ambientes temporais, geogrficos, lingusticos e culturais. Muitos sculos separam a escrita dos primeiros livros do Velho Testamento e os ltimos livros do Novo Testamento. Os cenrios geogrficos e culturais abrangem desde ambientes pastoris na antiga Palestina at o ambiente urbano da Roma imperial. Apesar de muitas vezes ter sido exageradas, as diferenas entre as culturas e as lnguas hebraicas e gregas so reais. Se, portanto, conseguirmos identificar fatores que so encontrados em vrios desses ambientes, bem possvel que estejamos lidando com elementos permanentes ou imutveis da mensagem. Ex. o princpio da expiao sacrificial juntamente com a rejeio de todo tipo de justificao por obras. Esse princpio encontrado no sistema sacrificial do Velho Testamento e no ensino do Novo Testamento acerca da morte expiatria de Jesus. Outro exemplo a centralidade da crena em Jesus Cristo, ensino reforado tanto no contexto judaico como no gentlico. Pedro, por exemplo, pregou-a a judeus de vrias culturas, em Jerusalm, no Pentecostes. Paulo a declarou em um ambiente gentlico ao carcereiro filipense (At 16.31).2. Aplicao universal. Algumas doutrinas so ensinadas de maneira enftica demonstrando que possui uma aplicao universal. Por exemplo, a doutrina do batismo. Existem vrias referncias bblicas a situaes especficas em que o ritual era praticado, alm disso, o batismo faz parte da grande comisso conf. Mt 28.18-20. Devemos observar que existem trs aspectos com aplicao universal;a. A afirmao de Jesus dizendo que toda autoridade lhe foi dada insinua que, quando ele transfere autoridade para seus discpulos, tem em mente uma tarefa que deve ser desempenhada indefinidamente.b. Todas as naes do a entender uma universalidade de lugar e cultura conforme At 1.8.c. Jesus estaria sempre com os discpulos, at o fim dos tempos. Isso indica que a grande comisso deve ser aplicada permanentemente.Fundamentados nestas consideraes, podemos concluir que o batismo no foi praticado apenas em algumas pocas e lugares, mas possui aplicabilidade permanente.Muitos consideram o lava-ps como uma prtica universal (Jo 13). Porm, no texto em apreo no existem afirmaes gerais ou universais. verdade que Jesus disse: tambm vs deveis lavar os ps uns dos outros, v.14, contudo nada disse acerca da durao de tal ato. Apesar de ter dito que tinha feito para deixar o exemplo para os discpulos, v.15, o motivo de sua ao era para afirmar que o servo no maior que o seu senhor, v.16. Na realidade a verdadeira inteno de Jesus era ensinar aos seus discpulos o princpio da humildade. Naquela cultura lavar os ps dos outros simbolizava muito bem este princpio. Em outra cultura outro ato pode expressar o princpio de modo mais eficaz. Outros textos bblicos ensinam o princpio da humildade sem fazer meno do lava-ps, Mt 20.27; 23.10-12; Fp 2.3. Assim, chegamos a concluso de que a atitude de humildade, no o ato especfico de lavar os ps, o elemento permanente no ensino de Jesus.3. Um fator reconhecidamente permanente por fundamento. Citamos como exemplo o casamento. O que Jesus ensina sobre o casamento fundamenta-se no fato de que Deus criou os seres humanos em forma masculina e feminina, afirmando que os dois tornam-se um (Mt 19.4-6 citando Gn 2.24). Essa ao de Deus aconteceu de uma vez por todas, seu pronunciamento acerca da unio de macho e fmea deveria possuir valor permanente. Citando o pronunciamento de Deus, Jesus est declarando que o relacionamento conjugal deve ser permanente.4. Ligao indissolvel com uma experincia essencial. O telogo Rudolf Bultmann tentou fazer separao entre a questo da veracidade da ressurreio de Jesus e a experincia de renovao da esperana e da abertura para o futuro. Porm, Paulo diz em 1 Co 15.17 que no possvel manter a experincia independente da ressurreio de Cristo. Alm disso, se nossa experincia da ressurreio real e permanente, a ressurreio de Cristo tambm deve ser real, permanente e universal. Qualquer modificao nessa doutrina resultar numa alterao correspondente na experincia.5. Posio final dentro da revelao progressiva. Muitas formas de expresso da religio judaico-crist foram substitudas porque eram apenas prenncios imperfeitos da obra final de Deus na poca do Novo Testamento ou da nova aliana. Quando Deus se revelou de forma mais completa, as expresses posteriores se desenvolveram e progrediram acima das expresses anteriores. Ex. nas bem aventuranas Jesus disse com frequncia: Ouvistes o que foi dito [...] Eu, porm, vos digo... Nestas ocasies Jesus deu expresso final de uma verdade que havia sido apresentada de forma incompleta.Ao realizarmos todos os passos acima mencionados devemos tomar o cuidado de compreender que a nossa interpretao influenciada pelas nossas prprias circunstncias histricas, para que no caiamos no erro de identificarmos erroneamente a forma pela qual expressamos um ensino bblico com sua essncia permanente.A REVELAO DE DEUS (3)A Revelao Universal de DeusA natureza da revelao Sendo o homem finito e Deus infinito, no podemos conhecer a Deus a no ser que Ele se revele para ns, ou seja, a menos que Ele se manifeste aos homens de tal forma que estes possam conhec-lo e ter comunho com ele. Existem dois tipos de revelao: A revelao Geral que significa que Deus comunicando a respeito de si mesmo a todas as pessoas de todos os tempos e de todos os lugares. A revelao especial que abrange comunicaes particulares e manifestaes de Deus para pessoas especficas em pocas especficas, comunicaes e manifestaes estas a que, hoje, s existe acesso pela consulta a livros sagrados. A revelao geral a auto manifestao de Deus por meio da natureza, da histria e da personalidade do homem. geral por causa de duas caractersticas: sua disponibilidade universal ( acessvel a todas as pessoas em todos os tempos) e o contedo da mensagem ( menos particularizado e detalhado que o da revelao especial). Precisamos tratar de algumas questes. Primeiro a genuinidade da revelao. Ela de fato existe? Ela eficaz? possvel construirmos uma teologia natural?Os Meios da Revelao GeralNs temos: a natureza, a histria e a constituio do ser humano. A Bblia fala sobre a revelao geral: Sl 19.1; Rm 1.20. Essas e outras numerosas passagens deixam claro que Deus deixou provas a respeito de si mesmo no mundo que criou.O segundo meio de revelao geral a histria. O exemplo clssico de que Deus se revela na histria a preservao de Israel. Essa pequena nao vem sobrevivendo ao longo dos sculos, em ambientes hostis, muitas vezes enfrentando grandes oposies. Quem investigar a histria de Israel vai encontrar um padro notvel.O terceiro meio da revelao geral o homem. A revelao de Deus vista na estrutura fsica, mental e moral do homem. Mas, na parte moral que ns podemos perceber o carter de Deus. Os homens fazem julgamentos morais, ou seja, julgamentos sobre o que certo e o que errado. Isto envolve mais do que preferncia pessoal, gostar ou no gostar, e mais do que mero utilitarismo. A revelao geral tambm encontrada na natureza religiosa do homem. Em todas as culturas, em todos os tempos e lugares, os homens vm crendo na existncia de uma realidade superior a si mesmo, e at em algo superior raa humana como um todo. Embora a natureza exata da crena e as prticas de adorao variem de uma religio para outra, muitos vem nessa tendncia para a adorao do que santo a manifestao de um conhecimento de Deus no passado, uma percepo interna da deidade, a qual, embora talvez desfigurada e distorcida, ainda est presente e ativa na experincia humana.A realidade e a eficcia da revelao geralA teologia naturalExistem opinies diferentes quanto eficcia da revelao geralA revelao geral vlida e objetiva em nos mostrar Deus na natureza, na histria e na personalidade humana. Esta posio sustenta que possvel construir uma teologia natural. Para isso ela possui vrios pressupostos:a. Deus se fez conhecer atravs da natureza de forma objetiva, mesmo que ningum perceba, entenda, nem aceite essa revelao.b. A pessoa humana ntegra e percebe e aprende a partir da criao. Nem as limitaes do homem, nem os efeitos do pecado impedem as pessoas de reconhecer e interpretar corretamente a criao.c. Existe uma congruncia entre a mente humana e a criao ao nosso redor. A ordem da mente humana basicamente igual ordem do universo.d. Pressupe a validade das leis da lgica. A teologia natural nega assiduamente os paradoxos e as contradies lgicas, considerando que sero removidas.e. Entende que o paradoxo um sinal de indigesto intelectual; caso fosse mais bem mastigado desapareceria.f. A essncia da teologia natural a idia de que possvel chegar a um conhecimento genuno de Deus tendo como base apenas a razo, sem um compromisso de f anterior como as crenas do cristianismo e sem nenhuma dependncia de alguma autoridade especial, tais como uma instituio (a igreja) ou um documento (a Bblia). Razo neste caso refere-se capacidade humana de descobrir, compreender, interpretar e avaliar a verdade.g. O telogo mais notvel que utilizou a teologia natural foi Toms de Aquino. Para ele todas as verdades pertencem a dois campos. O campo inferior o da natureza, o superior o da graa. Apesar dos ensinos do campo superior estar submissos autoridade, os ensinos do campo inferior podem ser conhecidos pela razo.h. Este telogo elaborou argumentos para provar algumas crenas por intermdio da razo pura: a existncia de Deus, a imortalidade da alma e a origem sobrenatural da igreja catlica. Elementos mais especficos da doutrina, como a trindade, no podiam ser conhecidos apenas pela razo, precisando ser aceitos em submisso autoridade. So verdades da revelao e no da razo. A razo rege o nvel inferior, enquanto a f rege o nvel superior.i. Sobre a existncia de Deus Toms elaborou alguns argumentos: O argumento cosmolgico: 1. no campo da nossa experincia tudo o que conhecemos causado por algum outro fator. 2. Porm, no pode haver uma regresso infinita de causas, pois, nesse caso, toda essa srie de causas jamais teria comeado. 3. Portanto, deve existir alguma causa INCAUSADA (motor imvel) ou um ser necessrio. A este, ns (todas as pessoas) chamamos de Deus. O argumento teleolgico: 1. Ordem e adaptao implicam uma causa inteligente. 2. O universo caracteriza-se por ordem e adaptao til. 3. O universo teve um causador inteligente. O argumento antropolgico: este foi formulado por Imannuel Kant. 1. Todos possumos um impulso moral ou imperativo categrico. 2. A obedincia a esses impulsos, traduzida num comportamento moral, nem sempre bem compensada nesta vida. Ser bom nem sempre adianta. 3. Nesse caso, porque algum deveria ser moral? Deve haver alguma base para a tica e a moralidade, algum tipo de prmio que, por sua vez, envolva vrios fatores imortalidade e uma alma que no morra, um tempo futuro de julgamento e um Deus que estabelea e sustente os valores e que premie o bem e castigue o mal. Assim a ordem moral (em contraste com a ordem natural) exige a existncia de Deus. O argumento Ontolgico: At aqui os argumentos apresentados, todos eles so empricos, ou seja, surgem da observao do universo pela experincia sensorial. O argumento ontolgico ele intelectual: 1. Deus o maior de todos os seres concebveis. 2. Mas um ser que no existe no pode ser o maior de todos os seres concebveis. 3. Portanto, necessrio que Deus exista. Este argumento foi formulado por Anselmo na sua obra Proslogion.Uma Crtica a Teologia NaturalA teologia natural teve um importante papel, e ainda tem, na defesa e na explicao racional da f crist, mas sozinha no suficiente para levar o homem ao conhecimento de Deus. Seus argumentos so vlidos, porm no so suficientes para convencer a todos, mesmo quando apresentados de modo adequado. No so poucos os filsofos e telogos que tm levantado crticas contra os argumentos da teologia natural sobre a existncia de Deus. Se as provas sobre a existncia de Deus forem apresentadas de forma inadequada trar mais dificuldades do que benefcios. Algum ao criticar rejeitar tais provas poder rejeitar tambm a mensagem crist.O problema com estes argumentos esto situados nos seus pressupostos. Toms de Aquino considerou como um axioma que no pode haver uma regresso infinita de causas. Hoje muitas pessoas discordam desta colocao alegam que no h necessidade de se buscar uma causa ltima, e, mesmo que se busque existe a possibilidade de um crculo de causas, em que cada causa dentro de um sistema fechado, provoca outra. Da mesma forma o pressuposto de que o movimento precisa ter uma causa ou explicao no aceita de forma universal em nossa poca. A realidade pode muito bem ser dinmica e no esttica.Existem crticas contra o procedimento de estender o argumento do observvel para o que est alm da experincia. Por exemplo, quando encontramos um relgio na areia, temos algo que pode ser verificado pela experincia sensorial. Podemos conferir com a empresa cujo nome aparece no relgio e averiguar se foi por ela fabricado. Alm disso, reconhecemos que o relgio similar a outros relgios que j vimos antes. Dessa forma podemos transcender com base nas experincias passadas. No caso do universo, no entanto, no possumos algo que possa ser to facilmente verificado por outra experincia sensorial. Quantas vezes vimos algum universo sendo criado? A pressuposio que o universo um elemento de uma classe de objetos aos quais podemos compar-lo e que, assim, podemos fazer julgamentos racionais acerca de seu propsito. S que isto deve ser estabelecido e no pressuposto, para que o argumento da analogia do relgio tenha resultado.Vamos supor que algum consiga provar, com um argumento vlido, que este mundo deve ter tido uma causa. Apesar disso no podemos concluir que tal causa precisa ser infinita. Podemos afirmar que existiu uma causa suficiente que foi responsvel por esse efeito. O fato de algum poder levantar um peso de 50 quilos no garante que possa levantar mais do que isso. De forma semelhante no podemos provar a existncia de um criador infinito a partir da existncia de um universo finito. Outro argumento necessrio para provar que a causa suficiente do universo o Deus do cristianismo e, tambm, que os deuses que constituem as concluses dos vrios argumentos de Toms so, todos, a mesma entidade. Se tivermos uma teologia natural, ela deve ser fundamentada somente na razo humana sem o auxlio de outra autoridade.O argumento teleolgico tambm sofreu e sofre crticas. Desde Charles Darwin, o apelo usual complexidade e beleza do reino biolgico no exerce muito poder de persuaso sobre os que aceitam a teoria da evoluo biolgica. Os evolucionistas acreditam que as mudanas nas caractersticas surgiram de variaes acidentais chamadas mutaes. Algumas delas foram benficas e outras prejudiciais. Na luta pela sobrevivncia ocasionada pela fecundidade da natureza, qualquer caracterstica que permita a sobrevivncia da espcie ser transmitida, enquanto os ramos da espcie que no possuem essa caracterstica desaparecem. Nesse modelo, o processo de seleo natural produziu as qualidades notveis que o argumento teleolgico alega apontar para uma ordem e um Ordenador. A crtica contra o argumento teleolgico possui falhas, mas as pessoas que aceitam a evoluo no concordam com a afirmao de Toms de que existe um carter compulsrio e necessrio no agrupamento teleolgico.O argumento teleolgico tambm enfrenta a crtica disteteolgica. Se o argumento deve ser totalmente emprico, deve, naturalmente, levar em conta todos os dados. Porm, o argumento se desenvolve com base em indicaes visveis de um Deus sbio e benevolente que controla a criao. Porm, existem aspectos no mundo que so perturbadores como, por exemplo, as catstrofes naturais, doenas, a crueldade e injustia dos homens para com o seu semelhante. Se Deus todo-poderoso e completamente bom, como pode haver tais coisas? Destacando esses pontos, possvel construir um argumento em favor tanto da inexistncia de Deus como da existncia de um Deus que no bom. Ainda, o argumento teleolgico pode se transformar em um argumento a favor, no da existncia de Deus, mas do diabo. Analisando estas consideraes esse argumento torna-se pouco expressivo.Uma anlise de passagens bblicas importantesSalmos 19.1-4, este texto ensina que a natureza declara a glria de Deus. Romanos 1.1-2 tambm se refere revelao geral. O captulo um nos versos 18 e 32 destacam a revelao de Deus na natureza, enquanto o captulo dois dos versos quatorze aos dezesseis trata especificamente da revelao de Deus atravs da personalidade humana. O tema de romanos esta no captulo um nos versos dezesseis e dezessete. A justia de Deus revelada de f em f. Essa justia de Deus em prover a salvao pressupe a ira de Deus revelada dos cus contra toda impiedade e perverso humana conforme o versculo dezoito. Paulo mostra a ira de Deus como sendo justa. As pessoas em que esta ira recai tm a verdade, mas a suprimem com a injustia v. 18b. Deus lhes mostrou claramente o que se pode conhecer a respeito de si. Essa auto manifestao continua desde a criao do mundo, sendo percebida nas coisas que Deus fez.Deus nos deu uma revelao objetiva, vlida e racional acerca de si mesmo por meio da natureza, da histria e da personalidade humana. Ela acessvel a todas as pessoas que queiram observ-la.Outra passagem Atos 14.15-17. O povo pensou que Paulo e Barnab eram deuses. Comearam a ador-los. Tentando impedir a ao Paulo enfatizou que eles deveriam adorar a Deus que havia feito o cu e a terra.A ltima passagem At 17.22-31. Paulo fala no arepago e apresenta o Deus desconhecido. Proclamou este como o verdadeiro Deus criador dos cus e da terra.Revelao geral, porm sem teologia natural.A revelao geral no a natureza interpretada por aqueles que conhecem a Deus por outros meios, ela j est presente, pela criao e pela providncia contnua de Deus.O pecador no percebe esta revelao por causa do pecado. A criao ficou sujeita a maldio Gn 3.17-19, futilidade Rm 8.18-25 e aguarda ser liberta. O resultado que seu testemunho ficou distorcido, borrado pelo pecado. O homem ficou cego espiritualmente 2 Co 4.4.A revelao geral no leva o pecador ao conhecimento de Deus. Para conhecer a Deus o homem precisa de acordo com Calvino dos culos da f. Quando o pecador olha para a natureza ele v com uma viso embotada, quando ele coloca os culos da f sua viso fica clara. Quando o pecador recebe e aceita a revelao especial do evangelho sua mente clareada pela obra da regenerao, a partir da ele capaz de reconhecer na natureza a Deus.Portanto, conclumos que existe uma revelao geral objetiva, mas que ela no pode ser usada para construir uma teologia natural.

A Revelao Particular de DeusA definio e a necessidade da revelao especialRevelao especial a auto manifestao de Deus para certas pessoas em tempos e lugares definidos, permitindo que tais pessoas entrem num relacionamento redentor com ele. A palavra hebraica para revelar galah. A palavra grega usual apokalypto. Estas palavras expressam a idia de desvelar o que est encoberto. O grego phaneroo transmite a idia de manifestao usada, tambm, com frequncia.Por que a revelao especial foi necessria? Devido queda o homem perdeu seu relacionamento com Deus e perdeu o conhecimento de Deus. Esse conhecimento precisava ir alm da revelao geral.O objeto da revelao especial est no campo do relacionamento. O propsito desta revelao fazer o homem conhecer a Deus de forma plena.No tocante a relao entre revelao geral e especial alguns telogos ensinam que a revelao especial posterior revelao geral. Frequentemente ela considerada remediadora.Contudo quando lemos o texto de gnesis observamos Deus procura de Ado e Eva no jardim depois da queda deles Gn 3.8. Ficamos com a impresso de que esse foi um de vrios encontros especiais que ocorreram. Tambm, as instrues dadas aos homens Gn 1.28 acerca da posio e da atividade deles na criao sugere uma comunicao especial do criador com a criatura. No parece que tais instrues fossem meramente inferidas pela observao da ordem criada, sendo assim, a revelao especial anterior queda.A insuficincia da revelao geral exige uma revelao especial. E a revelao especial exige uma revelao geral. Sem a revelao geral no teramos os conceitos a respeito de Deus que nos permitem conhecer e compreender o Deus da revelao especial. A revelao especial constri sobre a revelao geral.O estilo da revelao especialA natureza pessoal da revelao especialEsta revelao pessoal. Um Deus pessoal apresenta-se a pessoas. Deus se revela anunciando o prprio nome. Nada mais pessoal que o nome Ex 3.14. Deus firmou alianas pessoais com indivduos e com a nao de Israel.Toda a Escritura pessoal quanto natureza. O que encontramos no um conjunto de verdades universais, mas uma srie de pronunciamentos particulares sobre ocorrncias e fatos concretos. A Escritura tambm no uma apresentao teolgica formal, com argumentos e contra-argumentos. A Escritura no faz digresses sobre assuntos de interesse puramente histrico. Ela no preenche as lacunas no conhecimento do passado. Ela no se concentra em detalhes biogrficos. O que Deus revela principalmente a si mesmo, como pessoa e, em especial, suas dimenses mais significativas para a f.A natureza antrpica da revelao especialNo podemos subir para encontrarmos a Deus, foi necessrio que Ele descesse. Assim Deus se revela de forma antrpica. Isto no um antropomorfismo, mas que Deus se revela com a linguagem humana e em categorias humanas de pensamento e ao.A natureza analgica da revelao especialDeus utiliza elementos do nosso universo de conhecimento que podem servir como paralelos da verdade no campo divino ou podem transmiti-la parcialmente. Sua revelao emprega linguagem analgica. A palavra analogia significa comparar duas realidades para verificar as diferenas e as semelhanas. A revelao de Deus assim ela compara a realidade do homem com a realidade divina, onde o divino desce at o humano.A analogia utilizada na revelao quer dizer igual em qualidade, isto quer dizer que a diferena de grau, no de espcie ou gnero. Deus todo-poderoso, o homem apenas poderoso. O que torna possvel a revelao analgica o fato de que Deus quem seleciona os componentes por ele usados.Os meios da revelao especialOs eventos histricosO discurso divinoA encarnaoA revelao especial: proposicional ou pessoal?Existem trs conceitos a respeito da revelao divina: o conceito liberal que entende que no existe revelao sobrenatural, a revelao simplesmente a capacidade racional de interpretar o mundo; o conceito neo-ortodoxo que ensina que a revelao pessoal e no proposicional, a revelao consiste num encontro pessoal entre Deus e o homem, e no em palavras escritas ou livros publicados; o conceito ortodoxo que ensina que a revelao tanto pessoal quanto proposicional, Deus se revela de forma pessoal para o homem e o inspira a registrar esta revelao de forma escrita atravs de proposies. A concepo liberal completamente racionalista, a concepo neo-ortodoxa apresenta duas dificuldades. A primeira estabelecer uma base sobra a qual possa firmar a f. Quem defende a neo-ortodoxia podem ter certeza de que o que encontram realmente o Deus de Abrao, Isaque e Jac? Para confiarmos em uma pessoa, precisamos ter algum conhecimento a seu respeito.A segunda dificuldade a teologia, os defensores da neo-ortodoxia, apesar de rejeitarem a revelao escrita, preocupam-se em fazer teologia. Isso no faz nenhum sentido.A revelao especial tanto pessoal como proposicional: Deus se revela, dizendo-nos algo a respeito de si mesmo.A Preservao da Revelao: A Inspirao (4)Definio de inspirao: uma influncia sobrenatural do Esprito Santo sobre o pecador que o capacita a escrever a mensagem de Deus isenta de falhas ou erros.A Bblia foi escrita para o povo de sua poca, mas era necessrio uma revelao permanente de Deus para as geraes futuras. Deus escolheu a escrita para transmitir e preservar a revelao, e atravs da inspirao capacitou os homens a escrev-la.Inspirao no revelao. A revelao o ato divino pelo qual Ele descobre a mente do homem verdades que de outra forma ele no poderia saber. A revelao no contm a idia de preservao e transmisso da verdade revelada a outrem, essa tarefa compete a inspirao.Inspirao no iluminao. A iluminao ato divino pelo qual a mensagem de Deus se torna clara para o homem. Atravs da iluminao o homem regenerado passa a compreender as verdades sobre Deus.A revelao trata da origem do descobrimento e comunicao da verdade, a iluminao trata da compreenso da verdade j revelada e a inspirao trata do registro e garante a transmisso fiel da verdade. Em 1 Co 2.9-13 encontramos os trs conceitos: Revelao, Deus no-la revelou pelo seu Esprito, v. 10; Iluminao, ningum sabe as coisas de Deus, seno o Esprito de Deus... recebemos o Esprito que provm de Deus, para que pudssemos conhecer, v. 11-12; Inspirao, falamos com as palavras que o Esprito Santo ensina, v. 13. Estes conceitos podem operar juntos ou de formas separadas, como por exemplo: Inspirao sem revelao, Lc 1.1-4 e o livro de Atos; Inspirao junto com revelao, o apstolo Joo recebeu ordem para escrever o que lhe havia sido revelado, Ap 1.1-11; Inspirao e revelao sem iluminao, os profetas, 1 Ped 1.10-11 e 2 Ped 1.21; Inspirao e iluminao, 1 Co 2.12; Revelao sem inspirao, Ex 20.1-12 e Ap 10.3-4; Iluminao sem inspirao, os pregadores modernos.Definio Teolgica de InspiraoNa nica vez em que o NT usa a palavra inspirao, ela se aplica aos escritos, no aos escritores. A Bblia que inspirada, e no seus autores humanos. O adequado, ento, dizer que: o produto inspirado, os produtores no. Os autores escreveram e falaram sobre muitas coisas, como, por exemplo, quando se referiram a assuntos mundanos, pertinentes a esta vida, os quais no foram divinamente inspirados. Todavia, visto que o Esprito Santo, conforme ensina Pedro, tomou posse dos homens que produziram os escritos inspirados, podemos, por extenso, referir-nos inspirao em sentido mais amplo. Tal sentido mais amplo inclui o processo total por que alguns homens, movidos pelo Esprito Santo, enuncia ram e escreveram palavras emanadas da boca do Senhor; e, por isso mesmo, palavras dotadas da autoridade divina. esse processo total da inspirao que contm os trs elementos essenciais: a causalidade divina, a mediao proftica e a autoridade escrita.Causalidade divinaDeus a Fonte Primordial da inspirao da Bblia. O elemento divino estimulou o elemento humano. Primeiro Deus falou aos profetas e, em seguida, aos homens, mediante esses profetas. Deus revelou-lhes certas verdades da f, e esses homens de Deus as registraram. primeiro fator fundamental da doutrina da inspirao bblica, e o mais importante, que Deus a fonte principal e a causa primeira da verdade bblica. No entanto, no esse o nico fator.Mediao profticaOs profetas que escreveram as Escrituras no eram autmatos1. Eram algo mais que meros secretrios preparados para anotar o que se lhes ditava. Escreveram segundo a inteno total do corao, segundo a conscincia que os movia no exerccio normal de sua tarefa, com seus. Estilos literrios e seus vocabulrios individuais.As personalidades dos profetas no foram violentadas por uma intruso sobrenatural. A Bblia que eles produziram a Palavra de Deus, mas tambm a palavra do homem.Deus usou personalidades humanas para comunicar proposies divinas. Os profetas foram a causa imediata dos textos escritos, mas Deus foi a causa principal.Autoridade escritaO produto final da autoridade divina em operao por meio dos profetas, como intermedirios de Deus, a autoridade escrita de que se reveste a Bblia. A Escritura " divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, repreender, corrigir, instruir em justia.A Bblia a ltima palavra no que concerne a assuntos doutrinrios e ticos. Todas as controvrsias teolgicas e morais devem ser trazidas ao tribunal da Palavra escrita de Deus.As Escrituras receberam sua autoridade do prprio Deus, que falou mediante os profetas. No entanto, so os escritos profticos e no os escritores desses textos sagrados que possuem e retm a resultante autoridade divina.Todos os profetas morreram; os escritos profticos prosseguem. Em suma, a definio adequada de inspirao precisa ter trs fatores fundamentais:Deus, o Causador original.

Os homens de Deus, que serviram deinstrumentos

A autoridade escrita, ou Bblia Sagrada, que oproduto final

Distines Importantes(1) A inspirao em contraste com a revelao e a iluminao.H dois conceitos inter-relacionados que nos ajudam a esclarecer, pela contraposio, o que significa inspirao, a saber: A revelao diz respeito exposio da verdade; A iluminao, devida compreenso dessa verdade descoberta. No entanto, a inspirao no consiste nem em uma, nem em outra. A revelao prende-se origem da verdade e sua transmisso; a inspirao relaciona-se com a recepo e o registro da verdade. A iluminao ocupa-se da posterior apreenso e compreenso da verdade revelada. A inspirao que traz a revelao escrita aos homens no traz em si mesma garantia alguma de que os homens a entendam. necessrio que haja iluminao do corao e da mente. A revelao uma abertura objetiva; a iluminao a compreenso subjetiva da revelao; a inspirao o meio pelo qual a revelao se tornou uma exposio aberta e objetiva. A revelao o fato da comunicao divina; a inspirao o meio; a iluminao, o dom de compreender essa comunicao.(2) Inspirao dos originais, no das cpiasA inspirao e a consequente autoridade da Bblia no se estendem automaticamente a todas as cpias e tradues bblicas. S os manuscritos originais, conhecidos por autgrafos, foram inspirados por Deus.Os erros e as mudanas efetuados nas cpias e nas tradues no podem ser atribudos inspirao original. Por exemplo: 2 Reis 8.26 (ARC) diz que Acazias tinha 22 anos de idade quando foi coroado rei, enquanto 2Crnicas 22.2 diz que tinha 42 anos. No possvel que ambas as informaes estejam corretas.O original autorizado; a cpia errnea no tem autoridade. Outros exemplos desse tipo de erro podem encontrar-se nas atuais cpias das Escrituras (e.g., cf. lR s 4.26 e 2Cr 9.25). Portanto, uma traduo ou cpia s autorizada medida que reproduz com exatido os autgrafos.O grandioso contedo doutrinrio e histrico da Bblia tem sido transmitido de gerao a gerao, ao longo da histria, sem mudanas nem perdas substanciais.As cpias e as tradues da Bblia, encontradas no sculo XX, no detm a inspirao original, mas contm uma inspirao derivada, uma vez que so cpias fiis dos autgrafos.De uma perspectiva tcnica, s os autgrafos so inspirados; todavia, para fins prticos, a Bblia nas lnguas de nossa poca, por ser transmisso exata dos originais, a Palavra de Deus inspirada.Visto que os originais no mais existem, alguns crticos tm contestado a inerrncia dos autgrafos que no podem ser examinados e nunca foram vistos. Eles perguntam como possvel afirmar que os originais no continham erro, se no podem ser examinados.A resposta que a inerrncia bblica no um fato conhecido empiricamente, mas uma crena baseada no ensino da Bblia a respeito de sua inspirao, bem como baseada na natureza altamente precisa da grande maioria das Escrituras transmitidas e na ausncia de qualquer prova em contrrio.Afirma a Bblia ser a declarao de um Deus que no pode cometer erro. verdade que nunca se descobriram um nico autgrafo original falvel. Temos, pois, manuscritos que foram copiados com toda preciso e traduzidos para muitas lnguas, dentre as quais o portugus.Portanto, para todos os efeitos de doutrina e de dever, a Bblia como possumos hoje representao suficiente da Palavra de Deus, cheia de autoridade. Inspirao do ensino, mas no de todo o contedo da Bblia.Cumpre ressaltar tambm que s o que a Bblia ensina foi inspirado por Deus e no apresenta erro; nem tudo que est na Bblia ficou isento de erro. Por exemplo, as Escrituras contm o relato de muitos atos maus, pecaminosos, mas de modo algum a Bblia os elogia; tampouco os recomenda. Ao contrrio, condena essas prticas malignas.A Bblia chega a narrar algumas das mentiras de Satans (e.g., Gn 3.4). Portanto, a simples existncia dessa narrao no significa que a Bblia ensine serem verdadeiras essas mentiras. A nica coisa que a inspirao divina garante aqui que se trata de um registro verdadeiro de uma mentira satnica, de uma perversidade real de Satans.s vezes no est perfeitamente claro se a Bblia registra apenas um mero relato do que algum disse ou fez, ou se ela est ensinando que devemos proceder de igual forma.Teorias da InspiraoTeorias a respeito da inspirao bblica tm variado segundo as caractersticas de trs movimentos teolgicos: a ortodoxia, o modernismo e a neo-ortodoxia.Mesmo que estas no se limitem a um nico perodo, suas manifestaes iniciais so caractersticas de trs perodos sucessivos na Histria da Igreja. Historicamente sempre prevaleceu a viso ortodoxa, a saber: a Bblia a Palavra de Deus. Surgindo o modernismo, muitos vieram a crer que a Bblia meramente contm a Palavra de Deus. Recentemente, sob a influncia do existencialismo contemporneo, os telogos neo-ortodoxos ensinam que a Bblia torna-se a Palavra de Deus quando o indivduo tem um encontro pessoal com Deus em suas pginas.Ortodoxia: A Bblia a Palavra de Deus.Em 18 sculos de Histria da Igreja, prevaleceu a opinio ortodoxa da inspirao divina. Os pais da Igreja, em geral, com raras manifestaes menos importantes contrrias, ensinaram firmemente que a Bblia a Palavra de Deus escrita.Telogos ortodoxos ao longo dos sculos vm ensinando, todos de comum acordo, que a Bblia foi inspirada verbalmente, isto , o registro escrito por inspirao de Deus. No entanto, tem havido tentativas de procurar explicao para o fato de o registro escrito ser a Palavra de Deus e ao mesmo tempo em que o Livro foi composto por autores humanos, dotados de estilos diferentes; essas tentativas conduziram os estudiosos ortodoxos a duas opinies divergentes:1) Alguns abraaram a idia do "ditado verbal", afirmando que os autores humanos da Bblia registraram apenas o que Deus lhes havia ditado, palavra por palavra.(2) Outros estudiosos que preferiam a teoria do "conceito inspirado", segundo qual Deus s concedeu aos autores pensamentos inspirados, e estes tiveram liberdade de revesti-los com palavras prprias.Modernismo: A Bblia contm a Palavra Divina.Ao surgir o idealismo germnico e a crtica da Bblia, surgiu uma nova viso evoluda da inspirao bblica, junto ao modernismo ou liberalismo teolgico.Opondo-se opinio ortodoxa tradicional que a Bblia a Palavra de Deus, os modernistas ensinam que a Bblia meramente contm a Palavra de Deus. Certas partes dela so divinas, expressam a verdade, outras so obviamente humanas e apresentam erros.Tais autores acham que a Bblia foi vtima de sua poca, como acontece a qualquer livro. Dizem que ela teria incorporado muito das lendas, dos mitos e das falsas crenas relacionadas cincia. Sustentam que, o fato dos elementos no terem sido inspirados por Deus, devem ser rejeitados pelos homens iluminados de hoje; tais erros seriam resqucios1 de uma mentalidade primitiva indigna de fazer parte do credo cristo. Somente as verdades divinas, entremeadas nessa mistura de ignorncia antiga e erro grosseiro, que de fato teriam sido inspiradas por Deus. Alguns modernistas afirmam que os homens que escreveram a Bblia tiveram apenas uma intuio, dizendo que houve apenas manifestao do conhecimento natural da verdade.A intuio faz parte do ser humano normal, e muitas vezes leva-os a escreverem livros sagrados, cientficos, filosficos e desse modo se pode at conhecer a verdade, sem necessidade da inspirao do Esprito de Deus. Essa teoria, entretanto procura negar a pessoa de Deus, que a verdade suprema e o nico que a possa revelar.Outra teoria diz que apenas foram inspiradas as ideias da Bblia, ficando a palavra a cargo dos escritores.

Neo-Ortodoxia: a Bblia torna-se a Palavra de Deus.No incio do sculo XX, a reviravolta nos acontecimentos mundiais e a influncia do pai dinamarqus do existencialismo, Soren Kierkegaard, deram origem a uma nova reforma na teologia europeia. Estudiosos comearam a voltar-se de novo para as Escrituras, a fim de ouvir nelas a voz de Deus. Sem abrir mo de suas opinies crticas a respeito da Bblia, comearam a levar a Bblia a srio, por ser a fonte da revelao de Deus aos homens.Criando um novo tipo de ortodoxia, afirmavam que Deus fala aos homens mediante a Bblia; as Escrituras tornam-se a Palavra de Deus num encontro pessoal entre Deus e o homem. semelhana das outras teorias a respeito da inspirao da Bblia, a neo-ortodoxia desenvolveu duas correntes.(1) Na extremidade mais importante estavam os demitizadores, que negam todo e qualquer contedo religioso importante, factual ou histrico, nas pginas da Bblia, e crem apenas na preocupao religiosa existencial sobre a qual desenvolve os mitos.(2) Na outra, procuram preservar a maior parte dos dados factuais e histricos das Escrituras, mas sustentam que a Bblia de modo algum revelao de Deus. Antes, Deus se revela na Bblia nos encontros pessoais, no, porm, de maneira proposicional.Cremos que qualquer criatura pode experimentar o poder da Bblia em sua vida, basta deixar as teorias e viver na prtica a Palavra de Deus. Vamos, portanto observar algumas dessas teorias:Teoria da Inspirao Mecnica ou do Ditado Formulao do conceito: O autor bblico um instrumento passivo na transmisso da revelao de Deus. A personalidade do autor posta de lado para preservar o texto de aspectos humanos falveis. Objees ao conceito: Se Deus houvesse ditado a Escritura, o estilo, o vocabulrio e a redao seriam uniformes. Mas a Bblia indica diferentes personalidades e modos de expresso nos seus escritores.Teoria da Inspirao da Intuio ou Natural Formulao do conceito: Indivduos talentosos dotados de excepcional percepo foram escolhidos por Deus para escreverem a Bblia. A inspirao semelhante a uma habilidade artstica ou ao talento natural.Objees ao conceito: Esta concepo torna a Bblia no muito diferente de outras obras literrias religiosas ou filosficas inspiradoras. O texto bblico afirma que a Escritura vem de Deus por meio de homens (2Pe 1.20-21).Teoria da Inspirao Verbal, Plenria Formulao do conceito: Elementos tanto divinos quanto humanos esto presentes na produo da Escritura. Todo o texto da Escritura, inclusive as prprias palavras, um produto da mente de Deus expresso em termos e condies humanas. Objees ao conceito: Se toda palavra da Escritura fosse uma palavra de Deus, ento no existiria o elemento humano que se observa na Bblia.Teoria da Inspirao Parcial Formulao do conceito: A inspirao diz respeito apenas s doutrinas da Bblia que no podiam ser conhecidas pelos autores humanos. Deus proporcionou as ideias e tendncias gerais da revelao, mas deu ao autor humano, liberdade ria maneira de express-la. Objees ao conceito: No possvel inspirar ideias gerais de modo infalvel sem inspirar as palavras da Escritura. A maneira como as palavras de revelao foram dadas aos profetas e o grau de conformidade s prprias palavras da Escritura por parte de Jesus e dos escritores apostlicos indicam a inspirao de todo o texto bblico, at das palavras.Teoria da Inspirao - Graus de InspiraoFormulao do conceito: Certas partes da Bblia so mais inspiradas que outras, ou inspiradas de modo diferente. Essa concepo admite erros de diferentes tipos na Escritura. Objees ao conceito: No se encontra no texto nenhuma sugesto de graus de inspirao (2Tm 3.16). Toda a Escritura incorruptvel e no pode falhar (Jo 10.35; IPe 1.23).Teoria da Inspirao da Iluminao ou MsticaFormulao do conceito: Os autores humanos foram capacitados por Deus a redigirem a Escritura. O Esprito Santo intensificou as suas capacidades normais.Objees ao conceito: O ensino bblico indica que a revelao veio por meio de comunicaes divinas especiais, e no por meio de capacidades humanas intensificadas. Os autores humanos expressam as prprias palavras de Deus, e no simplesmente as suas prprias palavras.0 Ensino Bblico a Respeito da InspiraoObjees tm sido levantadas contra as teorias da inspirao, partindo de diferentes concepes, com variados graus de legitimidade, independentemente do ngulo de observao da pessoa que as formula.Visto que o objetivo deste estudo levar ao leitor a compreender o carter da Bblia; o critrio analtico que escolhemos, visa avaliar essas teorias, levando em considerao o que as Escrituras revelam a respeito de sua prpria inspirao.Comearemos com o que a Bblia ensina formalmente sobre essa questo e, depois, examinaremos o que se acha implcito nesse ensino.O que a prpria Bblia ensina a respeito de sua inspirao.A Bblia declara ser um livro dotado de autoridade divina, resultante de um processo pelo qual, homens movidos pelo Esprito Santo escreveram textos inspirados (soprados) por Deus. Vamos agora examinar em mincias1 o que significa essa declarao.No mesmo assunto, destacam-se ainda duas posies que os modernistas no conseguem negar, embora no concordem com:1. A inspirao plena e verbal da Bblia;2. A inspirao e inerrncia das Escrituras.Quando dizemos inspirao verbal para denotar cada palavra, e, inspirao plena, para dar o sentido de completo, inteiro; o que contraria o conceito de inspirao parcial.Compreendendo a inspirao divinaPara que sua palavra chegasse a ns, Deus usou homens, que foram auxiliados e diretamente assistidos pelo Esprito Santo, a fim de no permitir que eles cometessem erros quando escreviam o registro fiel e verdadeiro da Palavra de Deus.Foram inspirados, nas ocasies em que Deus pelo seu Esprito atuava em seus coraes (2Pe 1.21). Eram homens cheios de fraquezas, dvidas, negaes, divergncias, etc, mas quando estavam sob a atuao do Esprito de Deus, jamais falharam, pois estavam nas mos de Deus.O apstolo Paulo, homem de Deus, afirma a inspirao da Palavra dizendo: "toda a Escritura divinamente inspirada proveitosa" (2Tm 3.16). Paulo cria na inspirao da Bblia.Os autores dos livros histricos, por exemplo, puderam separar a verdade do erro quando buscavam as bases para suas narrativas. Na verdade, os livros histricos tm ensinos vitais para as nossas vidas. Paulo falou disso (ICo 10.11).Temos um livro que os registros foram inspirados por Deus e que todo o ensino necessrio acerca das coisas da vida fosse transmitido de maneira singular. "Uma das artimanhas de Satans desacreditar a Bblia, como a palavra inspirada, usando fatos e argumentos contra a ela".Entretanto, Deus (Hb 1.1) tem falado aos homens, inspirando outros, movidos pelo seu Esprito Santo para comunicar com exatido a mensagem divina, tornando a Bblia, O Livro Singular! "Conhecer a Inspirao Divina da Bblia conhecer o prprio Deus, movendo-se atravs do tempo, usando vidas chamadas e consagradas (Is 6.8) para realizar seus propsitos".Com inspirao queremos dizer que os manuscritos originais da Bblia nos foram concedidos pela revelao de Deus, exatamente por isso, detm a absoluta autoridade de Deus, para formar o pensamento e a vida crist. Isso significa que tudo quanto a Bblia ensina constitui tribunal de apelao infalvel.A inspirao verba!.O texto de 2 Timteo 3.16 declara que as graph, i.e., os textos, que so inspirados. "Moiss escreveu todas as palavras do Senhor..." (x 24.4). O Senhor ordenou a Isaas que escrevesse num livro a mensagem eterna de Deus (Is 30.8). Davi confessou: "O Esprito do Senhor fala por mim, e a sua Palavra est na minha boca" (2 Sm 23.2). Era a Palavra do Senhor que chegava aos profetas nos tempos do AT. Jeremias recebeu esta ordem: "... no te esqueas de nenhuma Palavra" (Jr 26.2).Jesus e seus apstolos ressaltaram a revelao registrada ao usar repetidamente a expresso "est escrito" (Mt 4.4,7; Lc 24.27,44).Paulo testemunhou: "... falamos, no com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Esprito Santo ensina..." (ICo 2.13). Joo nos adverte quanto a no "t irar quaisquer palavras do livro desta profecia" (Ap 22.19).As Escrituras (i.e. os escritos) do AT so continuamente mencionadas como Palavra de Deus. No clebre sermo da montanha, Jesus declarou que no s as palavras, mas at mesmo os pequeninos sinais diacrticos de uma palavra hebraica vieram de Deus: "Em verdade vos digo que at que a terra e o cu passem nem um jota ou um til se omitir da lei, sem que tudo seja cumprido" (Mt 5.18).Portanto, o que se diz como teoria a respeito da inspirao das Escrituras, fica bem claro que a Bblia reivindica para si mesma toda a autoridade verbal ou escrita. Diz a Bblia que suas palavras vieram da parte de Deus.Inspirao verbal significa que, na preparao das Escrituras, a superintendncia do Esprito Santo se estende s prprias palavras empregadas. A Bblia constantemente afirma que as suas palavras foram dadas ou dirigidas pelo Esprito Santo (At 28.25; 1co 2.13; 2Pe 1.21).A inspirao plenaA inspirao plena da Bblia fato incontestvel porque assuntos vitais como expiao, salvao, ressurreio, recompensas e castigo futuros requerem a direo de um Esprito infalvel a fim de se evitarem informaes que levem ao erro. Inspirao plena significa que toda a Bblia inspirada em todas as suas partes.Cristo nunca fez distino entre os livros da Bblia quanto sua origem divina e autenticidade, mas aplica a expresso "Palavra de Deus" a todo o cnon do Antigo Testamento. O mesmo fez os apstolos (2Tm 3.16).Na verdade, os escritores bblicos escreveram suas mensagens com palavras de seu prprio vocabulrio, porm, inspirados e influenciados pelo Esprito Santo.Ele guiou os escritores na escolha das palavras de acordo com a personalidade e o contexto cultural de cada um. Apesar de conter palavras humanas, a Bblia a Palavra de Deus.Deus deu a Palavra e providenciou o modo de garantir a autenticidade da sua Palavra, que os homens de Deus haveriam de escrever. Ele no escreveu nenhuma parte da Bblia. Uma vez escreveu com o seu dedo os Dez Mandamentos em duas tbuas de pedra, em ambas as bandas (x 32.15,16), porm, Moiss quando viu o bezerro de ouro que os israelitas haviam feito, arremessou as tbuas, quebrando-as ao p do monte (x 32.19). Jesus escreveu uma s vez na terra (Jo 8.8).Deus, ao dar aos homens o Livro Divino, escolheu e preparou para isto servo seus, dando plena inspirao pelo Esprito Santo a eles (1 Pe 1.10-12; 2Pe 1.21; l Tm 3.16, J 32.18-20, etc).Cada autor escreveu conscientemente conforme o seu estilo e vocabulrio e a sua maneira individual de se expressar, mas todos sob a influncia da inspirao do Esprito Santo. Assim as palavras, com que registraram o que receberam de Deus, foram-lhes ensinadas pelo Esprito ( I Co 2.13).Davi, que era rei e profeta, disse: "O Esprito de Deus falou por mim e a sua palavra esteve na minha boca" (2 Sm 23.2). Desta maneira ficou toda a Bblia inspirada pelo Esprito Santo. realmente um milagre! O mesmo Esprito que inspirou Moiss a escrever os primeiros cinco livros da Bblia (x 24.1-4, Nm 33.2), cerca de 1.550 anos antes de Cristo, inspirou tambm o apstolo Joo a escrever o seu Evangelho, e as suas trs Epstolas e o Apocalipse, no ano 90 d.C.Esta inspirao plena atinge at as palavras usadas, inclusive a sua forma gramatical. Temos vrios exemplos na Bblia que mostram como a forma gramatical adequada, que os autores aplicaram, serviu para explicar grandes e importantes doutrinas (cf. Mt 22.32), onde Jesus empregou o verbo "ser", na forma de presente (Eu sou o Deus de Abrao, etc) para provar a real existncia de vida aps morte.Em Glatas 3.16 vemos como a forma singular do substantivo "posteridade" foi usada para dar um importante ensino, como a promessa dada a Abrao se cumpriu na pessoa de Jesus. O mesmo pode ver tambm em Hebreus 12.27; Joo 8.57 e em muitos outros exemplos.A teologia modernista no aceita a doutrina sobre a inspirao plenria da Bblia. Eles concordam em aceitar que as ideias ou pensamentos da Bblia podem ser inspirados, mas que as palavras usadas, no texto, so um produto de autores, os quais esto sujeitos a erros.Outros reconhecem a Bblia como autoridade em assuntos meramente espirituais, porm, em tudo que se relaciona com cincia, biologia, geologia, histria, etc, a Bblia no pode ser considerada uma autoridade.Eles dizem abertamente: "Errar humano". Para dar uma aparncia de piedade e respeito s coisas de Deus eles dizem: "A Bblia contm a Palavra de Deus, mas ela no o ". Infelizmente esta crtica materialista contra a veracidade da Bblia tem se espalhado. A falsamente chamada "cincia" faz com aqueles que a professem se desviem da f ( l Tm 6.20,21).Para os crentes convictos da sua salvao, que vivem em comunho com Deus e sentem a operao do Esprito Santo em suas vidas, esta crtica no gera problemas. Eles simplesmente rejeitam terminantemente qualquer afirmativa contrria Bblia. Eles o fazem com convico. A base desta rejeio segura. Vejamos: Rejeitamos toda a crtica contra a Bblia, porque Jesus considerou a Bblia como a "Palavra de Deus (Mc 7.13). E o apoio dEle vale mais que as ideias afirmativas de quem querem que seja. Rejeitamos a crtica modernista, contra a veracidade da Bblia, porque seria uma ofensa contra Deus que perfeito (Mt 5.48), afirmar que a sua Palavra contm erros e mentiras. A Bblia afirma: "A lei do senhor perfeita" (SI 19.7). " provada" (SI 18.30), e "fiis so todos os seus mandamentos" (SI 111.7).A Palavra da "Cincia" tambm nunca a "ltima palavra". "O que hoje se afirma em nome da Cincia, amanh outros o desfazem".Um grande telogo alemo, A. Luescher constatou em uma de suas obras, que no ano de 1.850 os crticos contra a Bblia apresentaram 700 argumentos cientficos contra a veracidade da Bblia. Hoje, 600 destes argumentos j foram deixados por descobertas mais atualizadas.O que a Bblia afirma como uma rocha, que no muda por causa das ondas do mar que se lanam contra ela. No queremos trocar a nossa f na Palavra de Deus levando em conta, homens que consideram a sua sabedoria mais que a de Deus, e sim, que a nossa f se apoie no na sabedoria humana, mas no poder de Deus ( ICo 2.5).Negar a inspirao plena das Escrituras, portanto, desprezar o testemunho fundamental de Jesus Cristo (Mt 5.18; 15.3-6; Lc 16.17; 24.2527,44 45; Jo 10.35), do Esprito Santo (Jo 15.26; 16.13; ICo 2.12-13; lTm 4.1) e dos apstolos (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21). Alm disso, limitar ou descartar a sua inerrncia depreciar sua autoridade divina.A inspirao atribui autoridadeO termo "Escritura", conforme se encontra em 2 Timteo 3.16, refere-se principalmente aos escritos do Antigo Testamento (2 Tm. 3.15). H evidncias, porm, que os escritos do Novo Testamento j eram considerados escritura divinamente inspirada por volta do perodo em que Paulo escreveu 2 Timteo (l Tm 5.18, cita Lc 10.7; 2 Pe 3.15,16). Para ns, a Escritura refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do AT quanto do NT, isto , a Bblia. So (os escritos) as mensagens originais de Deus para a humanidade, e o nico testemunho infalvel da graa salvfica de Deus para todos.Paulo afirma que toda a Escritura inspirada por Deus. A palavra "inspirada" (gr. theopneustos) provm de duas palavras gregas: Theos, que significa "Deus"; Pneu, que significa "respirar".Sendo assim, "inspirado" significa "aquilo que soprado ou respirado por Deus". Toda a Escritura, portanto, "respirada" por Deus; a prpria vida e Palavra de Deus. Deste modo, entendemos que o Esprito inspirou cada palavra da Bblia, capacitando os escritores a registrarem de modo correto e preciso a revelao divina.A Bblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, inerrante; sendo verdadeira fidedigna e infalvel. Esta verdade permanece inabalvel, no somente quando a Bblia trata da salvao, valores ticos ou morais, como tambm est isenta de erro em tudo aquilo que ela trata inclusive a histria e o cosmos (cf. 2 Pe 1.20,21).Os escritores do AT estavam conscientes em dizer e escrever ao povo que era realmente a Palavra de Deus (Dt 18.18; 2 Sm 23.2). Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expresso: "Assim diz o Senhor". Jesus tambm ensinou que a Escritura a inspirada Palavra de Deus at em seus mnimos detalhes (Mt 5.18). Afirmou que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e verdadeiro (Jo 5.19,30, 31; 7.16; 8.26). Ele falou da revelao divina ainda futura (isto , a verdade revelada do restante do NT), da parte do Esprito Santo atravs dos apstolos (Jo 16.13; cf. 14.16,17; 15.26,27).Na sua ao de inspirar os escritores pelo seu Esprito, Deus, sem violar a personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21; ver I Co 2.12,13).A inspirada Palavra de Deus a expresso da sabedoria e do carter de Deus e pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual atravs da f em Cristo (Mt 4.4; Jo 6.63; 2Tm 3.15; IPe 2.2).A Bblia um testemunho infalvel e verdadeiro de Deus, na sua atividade salvfica a favor da humanidade, em Cristo. Ela incomparvel, eternamente completa e incomparavelmente obrigatria. Nenhuma palavra de homens ou declaraes de instituies religiosas iguala-se autoridade delas. Qualquer comentrio, explicao, doutrina, interpretao e tradio devem ser julgadas e validadas pelas palavras e mensagens da Bblia (Dt 13.3). A Bblia como Palavra divina deve ser recebida, crida e obedecida como a autoridade suprema em todas as coisas pertencentes vida e piedade (Mt 5.17-19; Jo 14.21; 15.10; 2Tm 3.15,16).Na Igreja, a Bblia deve ser a autoridade final em todas as questes: de ensino, repreenso, correo, doutrina e instruo na justia (2Tm 3.16,17).Ningum pode submeter-se ao senhorio de Cristo sem estar submisso a Deus e sua Palavra como a autoridade mxima (Jo 8.31,32, 37). E s podemos entender devidamente a Bblia se estivermos em harmonia com o Esprito Santo. Ele quem abre nossas mentes para compreendermos o seu sentido, e d-nos testemunho em nosso interior de sua autoridade.Devemos nos firmar na inspirada Palavra de Deus para vencermos o poder do pecado, de Satans e do mundo (Mt 4.4; Ef 6.12,17; Tg 1.21).Nota:No devemos deixar de observar que a Bblia infalvel na sua inspirao somente no texto original dos livros que lhe so inerentes. Logo, sempre que acharmos nas Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invs de pressupor que o escritor daquele texto bblico cometeu um engano, deve ter em mente trs possibilidades no tocante a tal suposto problema:1. As cpias existentes do manuscrito bblico original podem conter inexatido;2. As tradues atualmente existentes do texto bblico grego ou hebraico podem conter falhas;3. A nossa prpria compreenso do texto bblico pode ser incompleta ou incorreta.A Credibilidade da Palavra de Deus: A Inerrncia (5)Vrios Conceitos de Inerrncia1. Inerrncia Absoluta: Ensina que a Bblia inclui anlises bem detalhadas de assuntos cientficos e histricos, totalmente verdadeira.2. Inerrncia Plena: Ensina que a Bblia completamente verdadeira. O objetivo principal da Bblia no fornecer informaes cientficas e histricas, porm as informaes cientficas e histricas que ela fornece so completamente verdadeiras. A diferena desta afirmao para a anterior somente como se entende as questes cientficas e histricas na Bblia.3. Inerrncia Limitada: Ensina que a Bblia inerrante e infalvel em suas referncias doutrinrias salvao. Quanto s referncias cientficas e histricas contidas na Bblia refletem o pensamento da poca em que foi escrita. Os escritores bblicos estavam sujeitos s limitaes do seu tempo. A revelao e a inspirao no colocaram os escritores acima do conhecimento habitual. Deus no lhes revelou a cincia e a histria. Por essa razo a Bblia pode conter equvocos nas declaraes cientficas e histricas, porm sem consequncias doutrinrias.A Importncia da InerrnciaPor que a igreja deve se preocupar com a inerrncia?Por que importante para a teologiaJesus, Paulo e outras grandes personalidades no Novo Testamento entendiam que detalhes das Escrituras possuam autoridade e os usavam como tal. Se Deus onisciente, ento ele conhece todas as coisas! Ele no pode ignorar um assunto nem se enganar a respeito de outro. Se Deus onipotente, ento ele capaz de influenciar os escritores bblicos, de tal forma que nenhum erro entre no produto final. Se Deus verdadeiro, ento com certeza desejar usar essas habilidades de um modo que os homens no sejam desorientados pelas Escrituras. Dessa forma a idia de inspirao nos leva de forma lgica inerrncia bblica. A inerrncia um corolrio da doutrina da inspirao plena.Por que importante para a histria da igrejaHistoricamente a igreja tem se apegado inerrncia da Bblia. Apesar de ser uma terminologia nova, no trata de algo novo dentro do cristianismo.Quando se abandona a doutrina da inerrncia da Bblia os telogos com frequncia comeam a negar ou alterar doutrinas bblicas tradicionais como a divindade de Cristo, a Trindade e etc.Uma vez que a histria um laboratrio em que a teologia testa suas ideias, conclumos que o abandono da crena na completa fidedignidade da Bblia um passo muito srio para a apostasia.Por que importante epistemologicamenteComo sabemos? Se o nosso fundamento para conhec-lo o que a Bblia ensina muito importante que a Bblia se prove fidedigna em todas as suas declaraes. Se conclussemos que qualquer ensino histrico ou cientfico contido na Bblia no so verdadeiros, as implicaes para as teses teolgicas seriam inmeras. medida que os evanglicos abandonam a posio de que tudo o que ensinado ou afirmado pelas Escrituras verdadeiro, procuram-se outras bases para a doutrina. Podemos citar como exemplo o pai da teologia liberal Friedrich Schleiermacher que tirou o fundamento da religio da Bblia e colocou em seu lugar a experincia.A Inerrncia e os FenmenosA doutrina da inerrncia das Escrituras no fundamentada numa anlise da natureza de toda a Bblia, mas no ensino dos autores bblicos acerca de sua inspirao. Esse ensino s nos diz que a Bblia plenamente veraz. No diz qual a natureza da inerrncia e nem a maneira exata pela qual a Bblia ensina sem incorrer em erros. Para isso, precisamos examinar os prprios fenmenos das Escrituras.Existem diversos tipos de narrativas bblicas problemticas. Por exemplo, o relato bblico contm aparentes divergncias com referncias na histria secular e com afirmaes da cincia. Tambm h contradies entre passagens paralelas nas Escrituras, tais como nos livros de Samuel, Reis e Crnicas, no Antigo Testamento, e nos evangelhos no Novo Testamento. Essas contradies incluem questes de cronologia, nmeros e outros detalhes. Existem, at, aparentes pontos discrepantes no campo tico. Pode-se ter idia dos vrios tipos de problemas comparando Marco 6.8 com Mateus 10.9-10 e Lucas 9.3; Atos 7.6 com xodo 12.40-41; 2 Samuel 10.18 com 1 Crnicas 19.18; 2 Samuel 24.1 com 1 Crnicas 21.1; Tiago 1.14 com 1 Samuel 18.10.Como tratar com estes problemas? Vrias posies tm sido tomadas. Benjamin Warfield sustentou que o ensino doutrinrio da inerrncia bblica em si um fator to forte que os fenmenos podem ser praticamente ignorados. Alguns telogos como Dewey Beegle, ensinam que os fenmenos problemticos exigem que abandonemos a crena na inerrncia bblica. Outros como Louis Gaussen tentam eliminar os fenmenos problemticos harmonizando todas as diferenas, algumas de suas explicaes parecem artificiais.Nenhuma destas formas de tratamento satisfatria como soluo. Devemos ser sbios e seguirmos o caminho da harmonizao moderada. Nessa abordagem os problemas so resolvidos quando possvel ter acesso a informaes que permitam explicaes plausveis. Com respeito a alguns problemas, entretanto, no temos informaes suficientes para uma compreenso completa. Ainda assim, podemos continuar nos atendo inerrncia, fundamentados nas prprias alegaes da Bblia, sabendo que, se tivssemos os dados, os problemas seriam resolvidos.Definio de InerrnciaSignifica que a Bblia quando corretamente interpretada de acordo com o nvel a que a cultura e os meios de comunicao haviam chegado na poca em que foi escrita e de acordo com os propsitos a que foi destinada, plenamente fidedigna em tudo o que afirma. Esta definio assume a posio de inerrncia plena.1. A inerrncia diz respeito ao que afirmado ou declarado, no ao que apenas registrado. A Bblia registra declaraes falsas feitas por mpios. A presena dessas declaraes nas Escrituras no significa que sejam verdadeiras, garante apenas que esto corretamente registradas. Ao afirmar que tudo o que est na Bblia verdade, a pessoa no obrigada a afirmar que toda verdade est dentro da Bblia. Assim, as referncias de Judas a livros no cannicos v. 9, 14,15 no cria necessariamente um problema, pois no se exige com isso que a pessoa creia que Judas afirme em erro ou que Enoque e Assuno de Moiss sejam livros inspirados por Deus, devendo ser includos no cnon do Antigo Testamento. Ser que a inerrncia pode ser aplicada a perguntas? A Bblia contm perguntas, desejos e ordens, bem como afirmaes. As perguntas no suscetveis ao julgamento do tipo verdadeiro ou falso. Dessa forma parece que a inerrncia no se aplica a eles. Contudo dentro da Bblia existem declaraes ou afirmaes (explcitas ou implcitas) de que algum fez tal pergunta, expressou tal desejo ou pronunciou tal ordem. Por exemplo, embora a afirmao Amai vossos inimigos no possa ser considerada verdadeira ou falsa, a afirmao Jesus disse: Amai os vossos inimigos suscetvel de julgamento do tipo verdadeiro ou falso. E, sendo uma afirmao da Bblia, inerrante.2. Precisamos julgar a fidedignidade da Bblia de acordo com aquilo que as afirmaes significavam no ambiente cultural em que foram expressas. Devemos julgar a Bblia de acordo com as formas e os padres de sua prpria cultura. Por exemplo, no devemos esperar que os padres de exatido em citaes a que estamos acostumados nesta nossa poca de imprensa e distribuio em massa estejam presentes no primeiro sculo. Quando falamos em inerrncia, queremos dizer que as afirmaes da Bblia so plenamente verdadeiras dentro da cultura da poca.3. As afirmaes da Bblia so plenamente verdadeiras quando julgadas de acordo com o propsito para o qual foram escritas. Neste caso a exatido varia de acordo com o propsito do material especfico. Um exemplo hipottico, suponhamos que a Bblia registra uma batalha na qual 9.746 homens tenham-se envolvido. Qual seria o relato correto ou infalvel? 10.000, 9.000, 9480, 9.475 ou 9.476 seria o nico correto? A resposta que isso depende do propsito do escritor. Se o relato for um documento militar oficial que um subalterno deve submeter a seu superior, o nmero deve ser exato. Esse seria o nico meio de verificar se existiu algum desertor. Se por outro lado o propsito do escritor foi apenas dar uma idia da dimenso da batalha, um nmero redondo como 10.000 seria o mais adequado e, nesse contexto, correto. Devemos considerar o propsito do texto quando se julga se algo verdadeiro, e isso se aplica no apenas ao uso de nmeros, mas tambm a temas como a ordem cronolgica em narrativas histricas, a qual por vezes foi modificada nos evangelhos.4. Os registros de acontecimentos histricos e assuntos cientficos esto mais em linguagem fenomenolgica que tcnica. Ou seja, o escritor relata de acordo com o que as coisas aparentam aos seus olhos.5. As dificuldades para explicar o texto bblico no devem ser prejulgadas como indcios de erro. Exemplo, em Mateus 27.5 Judas cometeu suicdio, enforcando-se; At 1.18, no entanto, afirma que ali caiu de cabea, seu corpo partiu-se ao meio, e todas as suas vsceras se derramaram (NVI). O termo grego especfico usado em Atos, causando dificuldades com relao morte de Judas PRENES. Por um bom perodo, entendeu-se que significava cair de cabea. No sculo XX, porm, as investigaes de papiros antigos revelaram que essa palavra tem outro significado no grego coin. Ela tambm significa inchar. Agora possvel tecer, sobre o fim de Judas, uma hiptese que parece acomodar todos os fatos. Depois de enforcado, o corpo de Judas no foi logo encontrado. Nessa situao, os rgos viscerais comeam a degenerar primeiro, provocando uma dilatao do abdome, caracterstica de cadveres que no foram devidamente embalsamados. Assim, inchando-se seu corpo partiu-se ao meio, e todas as suas vsceras se derramaram.Questes secundrias1. Ser que o termo inerrncia prprio ou deve ser evitado? H certos problemas ligados a ele. Um, que tem a tendncia de implicar extrema especificidade; conotao que palavras como correo, confiabilidade, veracidade, fidedi