apostila de contabilidade de custos

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AULAS E EXERCÍCIOS – CONSISTENTES COM O PLANO DE AULA 1ª AULA TERMINOLOGIA CONTÁBIL – CUSTO, DESPESA E INVESTIMENTO. INTRODUÇÃO: A contabilidade de custos remonta aos primórdios da Revolução Industrial iniciada na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII. Em conseqüência do surgimento das primeiras indústrias, da descoberta de novas tecnologias e do aparecimento de sistemas produtivos complexos, houve a necessidade de se obter um controle das aplicações de capital e informações adequadas acerca dos custos de produção a fim de que as empresas industriais emergentes pudessem apresentar resultados positivos. Como técnica independente e sistemática, a contabilidade de custos apareceu pela primeira vez nos Estados Unidos no inicio do século XX com a escola clássica da Administração Científica, sobretudo estudando o problema da Mao de Obra e sua repercussão no custo industrial. Mais tarde passou a preocupar-se com os custos e controle da Matéria-Prima consumida nas operações produtivas e com os demais custos indiretos de fabricação. Fundamentalmente, a Contabilidade de Custos refere-se às atividades de coleta e fornecimento de informações para as tomadas de decisões, desde as relacionadas com as operações rotineiras, até as de natureza estratégica. CONCEITO: A Contabilidade de Custos é a parte da Contabilidade que identifica, mensura, controla e informa o custo de um produto ou serviço. OBJETIVOS Apurar o custo de um produto ou serviço; Controlar os custos de produção de bens e serviços; Contribuir para a melhoria dos processos e eliminação de desperdícios; Otimizar resultados; e Auxiliar a administração na tomada de decisões gerenciais. FINALIDADE: Fornecer à administração informações acerca dos custos de um produto ou serviço, dos gastos nos diversos centros de custos, do controle de operações, etc... a fim de avaliar a eficiência do processo operacional e subsidiá-la no planejamento, controle e tomada de decisões da atividade empresarial. TERMINOLOGIA EMPREGADA NA ÁREA DE GESTÃO DE CUSTOS GASTO – é o sacrifício econômico-financeiro assumido pela empresa visando a obtenção de um bem ou serviço. (Aquisição de matérias-primas, de máquinas e equipamentos, contratação de mão-de-obra). Dependendo da destinação o gasto pode ser classificado como: INVESTIMENTO – é o gasto com bens ou serviços ativados em função de sua vida útil ou de sua utilidade futura. (móveis e utensílios, máquinas, etc...).

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Page 1: Apostila de Contabilidade de Custos

AULAS E EXERCÍCIOS – CONSISTENTES COM O PLANO DE AULA

1ª AULA

TERMINOLOGIA CONTÁBIL – CUSTO, DESPESA E INVESTIMENTO.

INTRODUÇÃO:

A contabilidade de custos remonta aos primórdios da Revolução Industrial iniciada na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII. Em conseqüência do surgimento das primeiras indústrias, da descoberta de novas tecnologias e do aparecimento de sistemas produtivos complexos, houve a necessidade de se obter um controle das aplicações de capital e informações adequadas acerca dos custos de produção a fim de que as empresas industriais emergentes pudessem apresentar resultados positivos.

Como técnica independente e sistemática, a contabilidade de custos apareceu pela primeira vez nos Estados Unidos no inicio do século XX com a escola clássica da Administração Científica, sobretudo estudando o problema da Mao de Obra e sua repercussão no custo industrial. Mais tarde passou a preocupar-se com os custos e controle da Matéria-Prima consumida nas operações produtivas e com os demais custos indiretos de fabricação.

Fundamentalmente, a Contabilidade de Custos refere-se às atividades de coleta e fornecimento de informações para as tomadas de decisões, desde as relacionadas com as operações rotineiras, até as de natureza estratégica.

CONCEITO:

A Contabilidade de Custos é a parte da Contabilidade que identifica, mensura, controla e informa o custo de um produto ou serviço.

OBJETIVOS

Apurar o custo de um produto ou serviço;

Controlar os custos de produção de bens e serviços;

Contribuir para a melhoria dos processos e eliminação de desperdícios;

Otimizar resultados; e

Auxiliar a administração na tomada de decisões gerenciais.

FINALIDADE:

Fornecer à administração informações acerca dos custos de um produto ou serviço, dos gastos nos diversos centros de custos, do controle de operações, etc... a fim de avaliar a eficiência do processo operacional e subsidiá-la no planejamento, controle e tomada de decisões da atividade empresarial.

TERMINOLOGIA EMPREGADA NA ÁREA DE GESTÃO DE CUSTOS

GASTO – é o sacrifício econômico-financeiro assumido pela empresa visando a obtenção de um bem ou serviço. (Aquisição de matérias-primas, de máquinas e equipamentos, contratação de mão-de-obra). Dependendo da destinação o gasto pode ser classificado como:

INVESTIMENTO – é o gasto com bens ou serviços ativados em função de sua vida útil ou de sua utilidade futura. (móveis e utensílios, máquinas, etc...).

Page 2: Apostila de Contabilidade de Custos

CUSTO – é o gasto com bens ou serviços consumidos no processo fabril visando a produção de outros bens e serviços. (matéria-prima consumida na produção, salários e encargos do pessoal da fábrica, etc...).

DESPESA – é o gasto com bens e serviços incorridos nas áreas administrativas e comerciais, visando a obtenção de receitas. (salários e encargos do pessoal da administração e vendas, comissão sobre vendas, depreciação das máquinas da administração, etc...).

PERDA – é consumo não intencional (involuntário ou decorrente de fatores fortuitos) de um bem ou serviço. Por exemplo: perdas normais de matérias primas no processo produtivo, problemas com equipamentos, inundações e sinistros, deterioração de estoques, gastos com mão-de-obra no período de greve. As perdas decorrentes da atividade produtiva são consideradas custos e as decorrentes de fatores fortuitos despesas.

DESEMBOLSO – é o efetivo pagamento de um gasto. Pode ocorrer antes, durante ou depois da aquisição.

FÁBRICA – é o setor produtivo da empresa industrial. Engloba todos os departamentos de produção e os de apoio à produção.

DEPARTAMENTO – é a unidade operacional constituída por homens e máquinas de características semelhantes, que desenvolvem atividades homogêneas e que possui um responsável.

CENTRO DE CUSTOS – é a denominação dada aos departamentos da fábrica, onde se acumulam custos.

CENTRO DE DESPESAS – é a denominação dada as departamentos administrativos que acumulam despesas.

PREÇO DE VENDA – é o valor estabelecido pelo vendedor para efetuar a transferência da propriedade de um bem ou serviço.

RECEITA DE VENDA – é o produto da quantidade vendida de um bem ou serviço pelo respectivo preço de venda.

CUSTO DE PRODUÇÃO – é o custo envolvido na aquisição de materiais que serão utilizados na fabricação de um produto, acrescido dos demais gastos incorridos na produção do mesmo.

DESPESA DO PERÍODO – é todo gasto não incluído no custo de produção, ou seja os gastos realizados com vendas e administração.

2ª AULA

CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS E OS DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

EM RELAÇÃO À APROPRIAÇÃO AOS PRODUTOS FABRICADOS 1. Custos Diretos – são aqueles que podem ser apropriados diretamente aos

produtos fabricados porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação. Exemplos: Matéria-Prima, Mão-de-Obra, Material de Embalagem, Depreciação de equipamento, etc...

2. Custos Indiretos – são os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados aos diferentes produtos, portanto, são os custos apropriados indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as

Page 3: Apostila de Contabilidade de Custos

estimativas é o chamado de base ou critério de rateio. Exemplos: depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto, salários dos chefes de supervisão, aluguel da fábrica, gastos com limpeza da fábrica, etc...

EM RELAÇÃO AOS NÍVEIS DE PRODUÇÃO CONCEITOS:

1. Custos Variáveis são aqueles que se alteram em função do volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida, materiais indiretos consumidos, depreciação dos equipamentos quando se adotar a metodologia de horas máquinas trabalhadas, etc...

2. Custos Fixos são aqueles cujos os valores (no sentido de ocorrência) são os mesmos qualquer que seja o volume de produção da empresa. Os custos fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer do tempo. Exemplos: aluguel da fábrica, Imposto Predial, depreciação do equipamento (método linear), Prêmios de Seguro, etc...

3. Custos Semi-variáveis são custos que variam com o nível de produção, que, entretanto, têm uma parcela fixa mesmo que nada seja produzido. Exemplo: conta de energia elétrica que tem uma taxa cobrada mesmo que nada tenha sido consumido.

4. Custos Semi-fixos custos que são fixos em uma determinada faixa de produção, mas que variam se há uma mudança desta faixa.

As despesas também podem receber a classificação de Despesas Fixas e Variáveis, porém definidas em função do volume de vendas e não do volume de produção. Exemplo: comissões pagas aos vendedores (despesas variáveis), aluguel da dependência da administração (despesa fixa).

FORMAS DE APROPRIAÇÃO DE CUSTOS:

CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO:

Material Direto (MD) + Mão-de-Obra Direta (MOD) + Custos Indiretos de Fabricação (CIF) = CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO

MD – São aqueles que integram fisicamente o produto ou se destinam ao seu acondicionamento e cujo consumo é facilmente quantificado no mesmo. Exemplo: Matéria-Prima, Material secundário, Material de embalagem, etc...

MOD – Corresponde ao pessoal que age efetivamente na elaboração dos produtos ou na prestação de serviços, sendo facilmente identificado às unidades produzidas ou ao serviço prestado. Exemplo: marceneiro, montador, pintor, soldador, operador de máquinas, etc...

CIF – Compreende os demais custos necessários à obtenção do produto. Exemplos: materiais indiretos – materiais consumidos no processo produtivo que não integram fisicamente o produto, mas são necessários à sua fabricação, como graxa, cola, parafusos, etc...; mão-de-obra indireta – pessoal da fábrica que não age diretamente na elaboração dos produtos, como gerentes, supervisores, manutenção, almoxarifado, vigias, etc...

Page 4: Apostila de Contabilidade de Custos

CUSTO PRIMÁRIO

CUSTO PRIMÁRIO = MD + MOD

CUSTO DE CONVERSÃO OU TRANSFORMAÇÃO

CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO = MOD + CIF

Desenvolvimento de caso prático.

3ª AULA

CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS E OS DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

CUSTEIO POR ABSORÇÃO

Consisti em atribuir aos produtos ou serviços todos os custos de produção, sejam eles diretos e indiretos, com comportamento fixo ou variável. Os gastos não fabris (despesas) são excluídos.

A distinção principal no custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são contabilizadas imediatamente no resultado do período, enquanto somente os custos relativos aos produtos vendidos têm tratamento idêntico. Já os produtos em elaboração e acabados estarão ativados em conta de estoques.

O custeio por Absorção é o único aceito pela Auditoria Externa, porque atende aos princípios Contábeis da Realização da Receita, da Competência e da Confrontação das Receitas e Despesas. Além disso, é o único aceito pela Receita Federal do Brasil.

Principio da Realização da Receita – determina que as receitas sejam reconhecidas somente por ocasião da transferência de um bem ou serviço para terceiros (no momento da venda, para empresas industriais e comerciais).

Principio da Competência – a realização indica o momento do reconhecimento da receita. A competência ou a confrontação nos indicam o momento do reconhecimento das despesas e custos.

Principio da Confrontação – as despesas devem ser reconhecidas à medida que são realizadas as receitas que ajudam a gerar.

CUSTEIO VARIÁVEL

Consisti em atribuir aos produtos e serviços somente os custos variáveis de produção, quer sejam diretos ou indiretos. Os custos fixos são atribuídos ao resultado, juntamente com as despesas.

Não está em consonância com os princípios contábeis da Realização, Competência e Confrontação, não aceito pelas empresas de auditoria e a Receita Federal do Brasil, visto que, os custos fixos dos produtos ainda não vendidos são reconhecidos como despesa no resultado, diminuindo dessa forma o lucro tributável das empresas.

Utilizado pelas sociedades empresárias apenas para efeito gerencial, isto é, com a finalidade de tomada de decisões.

Page 5: Apostila de Contabilidade de Custos

CUSTEIO PADRÃO

Consisti em predeterminar os custos antes da produção, como sendo o custo normal de um produto ou serviço.

As diferenças entre o custo padrão e o custo real são objeto de análise da Contabilidade de Custos, com o objetivo de controle dos gastos e medida de eficiência.

CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES – ABC

Consisti inicialmente na identificação dos custos às atividades desenvolvidas pela Empresa, para, em seguida, alocar aos produtos com base em medida de consumo apropriada a cada atividade.

Desenvolvimento de caso prático.

4ª AULA

APLICAÇÃO DE EXERCÍCIOS:

1 . Exemplos de classificação de gastos em investimentos (I), Custos ®, Despesas (D), Perdas (P) e Desembolso (Db)

a) Compra a Vista de um televisor b) Pagamento de juros relativo a uma duplicata em atraso c) Depreciação o Prédio da Administração d) Perdas no processo de produção relativo a aparas de alumínio e) Pagamento de salários a empregados da fábrica f) Depreciação dos equipamentos da fábrica

2 . O gasto do Departamento de Faturamento, a depreciação das máquinas de produção, a compra de matéria prima e o tempo do pessoal em greve são respectivamente:

a) Despesa, perda, ativo, custo; b) Despesa, ativo, perda, custo; c) Despesa, custo, ativo, perda; d) Despesa, custo, perda, ativo; e) Despesa, ativo, custo, perda.

3 . Representa gasto:

a) O pagamento de dividendos; b) A contratação de um financiamento de longo prazo; c) O pagamento de compra efetuada a prazo; d) O aumento de capital da empresa; e) A aquisição de máquinas.

4 . Desembolso representa:

a) Pagamento pela aquisição de um bem ou pela obtenção de um serviço; b) Aquisição a prazo de móveis e utensílios; c) Depreciação de equipamentos da fábrica; d) A apropriação dos gastos de mão-de-obra; e) Constituição de provisão.

Page 6: Apostila de Contabilidade de Custos

5 . Investimento representa:

a) Qualquer desembolso para a aquisição de um serviço; b) Um gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de

benefícios atribuíveis a períodos futuros; c) Gasto com bens e serviços consumidos com a finalidade de obter receitas; d) Gasto de salários e encargos sociais do pessoal de vendas; e) Gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade

produtiva normal da empresa.

6 . Observe as informações abaixo, extraídas de escrituração de uma empresa industrial, relativas a um determinado período de produção:

Materiais requisitados do almoxarifado:

Diretos R$ 300.000

Indiretos R$ 50.000

Mão-de-Obra apontada:

Direta R$ 200.000

Indireta R$ 30.000

Aluguel da Fábrica R$ 40.000

Seguro da Fábrica R$ 20.000

Depreciação das Máquinas R$ 60.000

Pede-se: o Custo de Fabricação, o Custo Primário e o Custo de Transformação.

7. Observe os dados abaixo, representativos dos custos de uma empresa industrial:

CONTAS R$

Matéria-Prima 2.100.000

Encargos de depreciação (método linear) 27.000

Material de embalagem 30.000

Aluguéis de fábrica 80.000

Administração da fábrica 100.000

Mão-de-Obra Direta 1.500.000

Energia elétrica (fábrica) 50.000

Qual o valor dos custos fixos?

8 . A fábrica Delta Ltda. tem os seguintes elementos de custo de fabricação:

Força Motriz 6.000

Madeira 110.000

Lixa 2.000

Cola 8.000

Depreciação do Equipamento 11.000

Verniz 5.000

MOD 100.000

Contribuição do INSS – MOD 23.000

Salário do Supervisor 4.000

Seguro das Instalações fabris 7.000

Pede-se: o valor do Material Direto, da MOD e do CIF.

Page 7: Apostila de Contabilidade de Custos

9 . Considere os gastos abaixo, efetuados pela empresa Industrial Gama em denominado período:

Comissões sobre vendas 600.000

MOD 7.200.000

Encargos de depreciação – Máquinas de Produção 1.600.000

Matéria-Prima consumida 12.400.000

Salários dos supervisores 3.200.000

Publicidade 2.400.000

Energia elétrica consumida na fábrica 2.900.000

Quais foram os custos de transformação e os custos primários no período.

10 .

Encargos com Depreciação de Móveis e Utensílios 80.000

Mão-de-Obra Indireta 160.000

Matéria-Prima consumida 540.000

Outros gastos gerais de fabricação 120.000

Comissões sobre vendas 300.000

Encargos com depreciação de máquinas de produção 140.000

Aluguel do escritório de vendas 60.000

Salários dos vendedores 20.000

ICMS sobre vendas 600.000

MOD 220.000

Material de embalagem utilizado na Produção 40.000

Baseado nos dados acima responda:

a) Qual o total dos custos diretos? b) Qual o total dos custos indiretos? c) Quais foram os totais das despesas fixas e variáveis?

5ª AULA

CUSTEIO POR ABSORÇÃO – DETERMINAÇÃO

CONCEITO – Custeio por absorção é o método de apropriação de custos que consiste em atribuir aos produtos fabricados todos os custos de produção, sejam eles diretos ou indiretos, com comportamento fixo ou variável.

Único método de custeio aceito no Brasil pelas legislações societária e fiscal para fins de avaliação dos estoques, cujos saldos constam do Balanço Patrimonial e para apurar o Custo dos Produtos Vendidos, constante da Demonstração do Resultado do Exercício.

ESQUEMA BÁSICO DO CUSTEIO POR ABSORÇAO:

a) Separar os gastos entre custos e despesas; b) Separar os custos diretos e indiretos; c) Apropriar os custos diretos diretamente aos produtos; e d) Apropriar, mediante critério de rateio, os custos indiretos aos produtos.

Page 8: Apostila de Contabilidade de Custos

REGISTROS CONTÁBEIS (ROTINA CONTÁBIL)

Material Direto – MD – esta conta apresenta um saldo devedor no inicio do período representativo do estoque inicial (materiais não utilizados no período), recebendo a débito as compras durante o período, sendo que a contrapartida deste débito, se as compras foram efetuadas a vista é efetivado um crédito na conta de Banco/conta/Movimento se a prazo em Contas a Pagar.

As saídas de materiais requisitados para utilização na produção representam créditos nesta conta e débitos na conta de Produtos em Elaboração. No fim do período apura-se o Estoque Final de MD pela fórmula Estoque Inicial (EI) + Compras ® – Requisições para a produção ®.

Mão-de-Obra Direta – MOD – esta conta é debitada pelos gastos dos salários e encargos dos empregados ligados diretamente a produção e encerrada no final do período contra a conta de Produtos em Elaboração.

Os demais gastos da Folha de Pagamento da Instituição ficam por conta dos empregados ligados a atividade de apoio a produção, denominada Mão-de-Obra Indireta, classificada como Custos Indiretos de Fabricação – CIF, bem como do Pessoal ligados a Administração cujos gastos são contabilizados como despesas.

Custos Indiretos de Fabricação – CIF – esta conta recebe todos os gastos não ligados a MD e MOD, sendo encerrada no fim do período contra a conta de Produtos em Elaboração.

Produtos em Elaboração – esta conta recebe débitos dos três elementos de custos citados acima, MD, MOD e CIF; representa a área de produção, normalmente tem saldo inicial representativo dos MD não utilizados, visto que MOD e CIF são zerados no fim do período. Os créditos efetuados nesta conta representam a produção terminada no período.

Produtos Acabados – esta conta recebe débitos oriundos da conta Produtos em Elaboração, representativos da produção acabada. No balanço das empresas evidencia os estoques (custos) dos produtos disponíveis para venda, é creditada pelos produtos vendidos.

Custo dos Produtos Vendidos – esta conta recebe os débitos oriundos da conta Produtos Acabados sendo confrontados com a Receita de vendas dos mesmos.

ESQUEMA – APURAÇÃO DO CUSTO DO PRODUTO VENDIDO – CPV

1. ESTOQUE INICIAL DE MATERIAL DIRETO – EIMD 2. (+) COMPRAS DE MATERIAL DIRETO 3. (-) ESTOQUE FINAL DE MATERIAL DIRETO – EFMD 4. (=) MATERIAL DIRETO CONSUMIDO – MD 5. (+) MÃO-DE-OBRA DIRETA – MOD 6. (+) CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO – CIF 7. (=) CUSTOS DE PRODUÇÃO DO PERÍODO – CPP 8. (+) ESTOQUE INICIAL DE PRODUTOS EM ELABORAÇÃO – EIPE 9. (-) ESTOQUE FINAL DE PRODUTOS EM ELABORAÇÃO – EFPE 10. (=) CUSTO DE PRODUÇÃO ACABADA DO PERÍODO – CPA 11. (+) ESTOQUE INICIAL DE PRODUTOS ACABADOS – EIPA

Page 9: Apostila de Contabilidade de Custos

12. (-) ESTOQUE FINAL DE PRODUTOS ACABADOS – EFPA 13. (=) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS – CPV

ESQUEMA – APURAÇÃO DO RESULTADO

1. VENDAS LÍQUIDAS – VL 2. (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS – CPV 3. (=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO – LB = RESULTADO INDUSTRIAL – RI 4. (-) DESPESAS OPERACIONAIS 5. (+/-) OUTRAS DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS 6. (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO 7. (+/-) RESULTADO NÃO OPERACIONAL 8. (=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DOS IMPOSTOS E DAS PARTICIPAÇÕES 9. (-) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO 10. (-) IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS 11. (-) PARTICIPAÇÕES 12. (=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

Desenvolvimento de caso prático.

6ª AULA

DECOMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO NO CUSTEIO POR ABSORÇÃO

OBJETIVO – análise dos elementos de custos que fazem parte do custo de produção do período, ou seja material direto, a mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação e sua forma de apropriação aos estoques e ao custo dos produtos vendidos.

I – MATERIAIS DIRETOS

Problemas:

a) Forma de contabilizar o custo de aquisição; e b) Avaliação das saídas de material para a produção.

CUSTO DE AQUISIÇÃO

O custo abrange todos os gastos incorridos para colocação dos materiais em condição de uso na empresa:

a) O valor de aquisição dos materiais deve estar incluído todos os impostos incidentes sobre a compra e excluídos os recuperáveis (compras brutas).

b) As despesas com fretes e seguros, se cobradas em separado do valor dos materiais e de responsabilidade do comprador.

c) Devem ser deduzidos do custo de aquisição os descontos incondicionais obtidos e abatimentos sobre compras concedidos pelo fornecedor, bem como as devoluções de compras ao fornecedor.

Observação:

Page 10: Apostila de Contabilidade de Custos

a) as despesas financeiras com aquisição de materiais e os descontos financeiros obtidos não são considerados como custos ou deduções do custo e sim contabilizados como despesa e receitas financeiras.

b) Gastos com armazenagem e com a área organizacional de compras, tais como recepção, manuseio, etc. deveriam estar compondo o custo do material, mas na prática são apropriados como custos indiretos de fabricação.

ESQUEMA – CUSTO DE AQUISIÇÃO DOS MATERIAIS

1. COMPRAS BRUTAS 2. (+) FRETES E SEGUROS SOBRE COMPRAS 3. (-) ABATIMENTOS E DESCONTOS INCONDICIONAIS SOBRE COMPRAS 4. (-) DEVOLUÇÕES SOBRE COMPRAS 5. (=) CUSTO DE AQUISIÇÃO DOS MATERIAIS

ESQUEMA – COMPRAS BRUTAS

1. VALOR DE AQUISIÇÃO 2. (+) TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE COMPRAS 3. (-) TRIBUTOS RECUPERÁVEIS (ICMS e IPI) 4. (=) COMPRAS BRUTAS.

ROTINA CONTÁBIL DE AQUISIÇÃO DE MATERIAIS

DÉBITO: MATERIAIS DIRETOS

DÉBITO: ICMS A RECUPERAR

DÉBITO: IPI A RECUPERAR

CRÉDITO: BANCOS C/MOVIMENTO

AVALIAÇÃO DAS SAÍDAS

Material Direto adquirido para aplicação em uma ordem de produção – OP ou ordem por encomenda – OE, não haverá dúvidas na avaliação de saída pois será atribuído seu preço específico de aquisição.

Porém quando diversos itens de materiais iguais forem adquiridos por preços diferentes e forem intercambiáveis entre si, qual será a avaliação das saídas destes materiais?

Internacionalmente, temos três métodos que são aplicados:

PEPS – primeiro que entra é o primeiro que sai (por este método as saídas de materiais serão avaliadas pelas aquisições mais antigas);

UEPS – último que entra é o primeiro que sai (acontece o inverso)

CUSTO MÉDIO PONDERADO – avalia-se tanto as saídas como os estoques remanescentes pelo custo médio ponderado de aquisição.

No Brasil, a Receita Federal do Brasil aceita o método PEPS e o Custo Médio Ponderado de aquisição, não é aceito o UEPS, evidentemente as empresas em sua totalidade adotam o Método do Custo Médio Ponderado de aquisição.

Page 11: Apostila de Contabilidade de Custos

7ª AULA

Visando facilitar os cálculos para controle de estoque nestes três métodos apresentamos a ficha de Controle de Estoque:

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE – MÉTODO APLICADO DATA ENTRADAS SAÍDAS SALDO

DATA QTD. P.UNIT. P.TOT. QTD. P.UNIT. P.TOT. QTD. P.UNIT. P.TOT.

QTD – Quantidade

P.UNIT. – Preço Unitário da operação.

P.TOT. – Preço Total da operação.

PERDAS NORMAIS E ANORMAIS

Perdas normais de materiais são aquelas inerentes ao processo produtivo, fazendo parte do custo de produção, pois representa um sacrifício necessário para a obtenção da produção.

Perdas anormais são aquelas aleatórias e involuntárias, ocasionadas por sinistros, deterioração de materiais, obsolescência, etc. Neste caso este valor é contabilizado no resultado como despesa.

As perdas normais, isto é, no processo de produção ocasiona muitas vezes a geração de sucatas, que são alienadas sendo o valor negociado contabilizado como recuperação do custo de produção, diminuindo, dessa forma o custo de produção do período.

II – MÃO-DE-OBRA

MÃO-DE-OBRA DIRETA

Corresponde ao pessoal que age efetivamente na elaboração dos produtos ou na prestação de serviços, sendo facilmente identificado às unidades produzidas ou ao serviço prestado. Exemplo: marceneiro, montador, pintor, soldador, operador de máquinas, etc...

MÃO-DE-OBRA INDIRETA

Corresponde aos gastos do pessoal da produção que necessitam de algum critério de rateio para sua apropriação ao produto são classificados como Mão-de-Obra Indireta e classificados como Custos Indiretos de Fabricação – CIF. São os chamados custos de apoio a produção.

OCIOSIDADE

Os gastos relativos ao pessoal que trabalha diretamente na produção podem conter uma parcela de ociosidade, esta parcela deve ser classificada como MOI.

CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL

Os gastos de MOD são debitados diretamente nas contas de custos de produção, já os gastos com MOI são classificados como CIF e rateados aos diversos produtos.

Page 12: Apostila de Contabilidade de Custos

ORIGEM DAS INFORMAÇÕES DE MÃO-DE-OBRA – FOLHA DE PAGAMENTO

Gastos constantes das folhas de pagamento das empresas (salários e encargos sociais e trabalhistas) – Salários, Férias, Adicional de Férias, 13º salário, Contribuições Sociais como INSS, SENAI, SESI, Seguro com Acidente de Trabalho FGTS, etc...

CONTABILIZAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO.

OUTROS GASTOS RELACIONADOS A MÃO-DE-OBRA.

A empresa incorre em outros gastos como aquisição de vestuário adequado (Segurança do Trabalho), Vale Refeição ou com gastos com Restaurante próprio, vale transporte, assistência médica, etc...

III – CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO

São aqueles gastos que a empresa suporta na produção que não estejam enquadrados como MD e MOD. A grande maioria destes gastos não são diretamente atribuíveis aos produtos e precisam de critérios de rateios para sua alocação a cada produto.

Desenvolvimento de caso prático.

8ª AULA

EXERCÍCIOS:

1. Foram os seguintes os gastos feitos por uma empresa, num determinado período:

Matéria-Prima consumida 100.000

Mão-de-Obra Direta 60.000

Energia Elétrica da Fábrica 20.000

Salário da Administração 30.000

Depreciação das Máquinas da Fábrica (Método Linear) 10.000

Despesa de Entrega 40.000

Pede-se o valor do custo de produção do período.

2. Num determinado mês a escrituração contábil de uma empresa industrial registrou os seguintes dados:

CONTAS R$

Estoque de matérias primas no início do mês 60.000

Compras efetuadas durante o mês 120.000

Estoque de matérias-primas no final do mês 120.000

Despesas com mão-de-obra direta 40.000

Gastos gerais de fabricação 50.000

Produção em andamento no início do mês 24.000

Produção em andamento no final do mês 34.000

Qual o valor dos custos fabricados.

3. Os seguintes dados abaixo são relativos a um período de produção da Cia. Industrial Rubro e devem ser utilizados para a obtenção do:

Custo de Produção do Período;

Custo da Produção Acabada;

Custo dos produtos Vendidos;

Resultado Bruto Industrial; e

Page 13: Apostila de Contabilidade de Custos

Lucro Operacional Líquido da Companhia, considerando apenas as contas de resultado evidenciadas

ELEMENTOS R$

Compra de Materiais Diretos 100.000

Arrendamento mercantil de máquinas Industriais 80.000

MOD 110.000

Estoque Inicial de Produtos Acabados 20.000

Energia elétrica da fábrica 30.000

Despesas pós-fabricação 150.000

Vendas Líquidas 726.000

Estoque final de materiais diretos 15.000

Estoque inicial de produtos em elaboração 40.000

MOI 35.000

Depreciação das máquinas industriais 55.000

Estoque final de produtos acabados 28.000

Estoque inicial de materiais diretos 23.000

Constituição de Provisão de Férias e de 13º salário para MOD e MOI 17.000

Estoque final de produtos em elaboração 62.000

Demais custos indiretos de fabricação 19.000

4. A NILUK Industrial Ltda. apresentou os seguintes gastos num determinado período:

Matéria prima consumida 180.000

MOD 80.000

Comissões de vendedores 5.500

Salários da administração 21.500

Depreciação – administração 8.600

MOI 45.000

Despesas bancárias 1.350

Materiais diversos fábrica 12.000

Manutenção fábrica 20.000

Propaganda 15.000

Honorários da diretoria 25.000

Seguro – fábrica 30.000

Materiais de expediente 5.000

Energia elétrica – fábrica 35.000

Depreciação – fábrica 40.000

Total 523.950

Utilize o esquema básico do custeio por absorção para calcular o custo total de cada um dos produtos A e B que a empresa fabrica.

9ª AULA

EXERCÍCIOS:

1. A Cia. Estatal importou determinada matéria-prima no valor de R$ 20.000. Sobre a importação incidiram ainda os seguintes custos, que foram pagos à vista através de cheques de emissão da empresa:

Imposto de Importação 4.000

IPI 2.400

ICMS 4.600

Page 14: Apostila de Contabilidade de Custos

Frete e seguros de transporte das mercadorias 1.000

Total do desembolso 32.000

A empresa fabrica produtos sujeitos à incidência de IPI e ICMS, pede-se informar o custo de aquisição e a contabilização desta operação.

2. Com os dados constantes da tabela abaixo calcule na ficha de controle de estoques o custo do material direto aplicado na produção e o estoque final de Material Direto, com base no método de custo médio ponderado de aquisição móvel e fixo:

DADOS

DESCRIÇÃO PREÇOS

DATA OPERAÇÃO QUANTIDADE UNITÁRIO TOTAL

04/01/X1 Compra 500 420 210.000

20/01/X1 Compra 1.000 450 450.000

21/01/X1 Dev. De compras 200 450 90.000

23/01/X1 Venda 1.200 600 720.000

27/01/X1 Compra 2.000 460,8 921.600

30/01/X1 Venda 2.000 600 1.200.000

3. Utilizando os dados a seguir elabore a Ficha de Controle de Estoques pelos métodos: a) PEPS; b) UEPS; c) PMP móvel; e d) PMP fixo.

DADOS

DESCRIÇÃO PREÇOS

DATA OPERAÇÃO QUANTIDADE UNITÁRIO TOTAL

19x2

10/01 Compra 100 2,00 200

12/01 Compra 100 2,20 220

15/01 Requisição 150

18/01 Compra 100 2,30 230

30/01 Requisição 120

4. A empresa industrial ZETA apresentava em 01/03/2008 os seguintes saldos em suas contas de estoque:

Estoque de Material direto 100

Estoque de Produtos em Elaboração 120

Estoque de Produtos Acabados 80

No decorrer do mês, os seguintes fatos ocorreram:

a) Compra de material direto pelo valor de 200; b) Apropriação do consumo de energia elétrica do mês: fábrica 25 e Administração 15; c) Requisição de 150 de material direto pela Produção; d) Apropriação de serviços de limpeza executados por terceiros: fábrica 5 e

Administração Comercial 3; e) Apropriação de parcela vencida de seguro contra incêndio: fábrica 10 e Administração

Comercial 2; f) Folha de Pagamento do mês (inclui encargos) Pessoal da fábrica: MOD 42 e MOI 30,

Pessoal da área Administração Comercial 50; g) Apropriação dos encargos de depreciação: fábrica 18 e Administração Comercial 5;

Page 15: Apostila de Contabilidade de Custos

h) Foram transferidos dos seguintes valores: De MOD e CIF para Produtos em Elaboração 42 e 88 respectivamente; De Produtos em Elaboração para Produtos Acabados, correspondente à produção

acabada no período 350; De Produtos Acabados para Custo de Produtos Vendidos, correspondentes ao custo

dos produtos que foram vendidos no período: 400.

Pede-se contabilizar e calcular o Lucro Operacional Líquido correspondente ao mês de Março de 19X3, sabendo-se que as vendas líquidas neste mês totalizaram R$ 800 pagas à vista. Supondo-se, para fins de simplificação, que todos os gastos tenham sido efetuados sem desembolso e em contrapartida à conta sintética Contas a Pagar e que todas as despesas sejam lançadas na conta sintética Despesas operacionais.

10ª AULA

Prova P1.

11ª AULA

CUSTEIO POR ABSORÇÃO – DEPARTAMENTALIZAÇÃO

CONCEITO

Divisão de uma fábrica em segmentos denominados Departamentos, aos quais são acumulados todos os custos de produção neles incorridos. Unidade mínima administrativa constituída na maioria dos casos, por recursos humanos e materiais, sendo liderados por um responsável em termos organizacionais.

Podem ser divididos em dois grandes grupos: Departamentos de Produção e de Serviços.

DEPARTAMENTOS DE PRODUÇÃO

Atuam diretamente sobre os produtos e seus custos apropriados diretamente a estes produtos. Exemplos: Montagem, Acabamento, Usinagem. Perfuração, Refinaria, Engarrafamento, etc...

DEPARTAMENTOS DE SERVIÇOS

Não atuam diretamente na produção e objetiva prestar serviços aos Departamentos de Produção, seus custos são transferidos aos Departamentos de Produção que se beneficiam de seus serviços diretamente ou através de rateio. Exemplos: Manutenção, Almoxarifado, Limpeza, Expedição, etc.

CENTROS DE CUSTOS

A apropriação dos custos em uma fábrica cuja a estrutura organizacional seja departamentalizada, é efetivada através de codificar cada departamento por um centro de custo e neste são acumulados todos os custos incorridos neste departamento. Pode ter casos que a Administração queira analisar um departamento por setores, neste caso deve se atribuir um centro de custo para cada setor do departamento.

OBJETIVO

Melhor controle de custos; e

Determinação mais precisa do custo dos produtos.

Page 16: Apostila de Contabilidade de Custos

APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS – DEPARTAMENTALIZAÇÃO

O esquema lógico da apropriação dos custos na departamentalização consiste em:

Identificar os custos indiretos que podem ser atribuídos diretamente aos Departamentos;

Ratear os custos comuns entre todos os Departamentos;

Alocar os custos dos Departamentos de Serviços para os Departamentos de Produção, segundo uma ordem pré-determinada, de preferência primeiro os que tem mais custos a ratear; e

Após todos os custos alocados aos Departamentos de Produção, dividi-los entre os produtos segundo algum critério de rateio.

CRITÉRIOS DE RATEIOS

Conforme a natureza dos gastos adota-se um critério de rateio, como por exemplo, o gasto relacionado a imóveis adota-se o critério da área ocupada por cada Departamento, dessa forma temos como parâmetros de rateio: número de empregados, material direto aplicado, horas-máquina trabalhadas, quilowatt hora consumido, etc...

Desenvolvimento de caso prático.

12ª AULA

CUSTEIO POR ORDEM E POR PROCESSO.

O custeio por ordem e por processo são formas de custear muito parecidas com pequenas diferenças, por isto, vamos discutir uma e outra e após vamos compará-las mostrando evidenciando os procedimentos específicos da Produção por Ordem.

DIFERENÇA ENTRE A PRODUÇÃO POR ORDEM E PRODUÇÃO POR PROCESSO

Dois fatores determinam o tipo de custeio se por Ordem ou por Processo: a forma da empresa trabalhar. Quanto a forma, principal responsável pela distinção, se trabalha produzindo produtos iguais de forma continua para estoque, isto é, para venda, já se caracterizou por produção por processo. Produz-se atendendo a encomendas de clientes ou, então, produz para venda posterior, mas de acordo com determinações internas especiais não de forma continua, será classificada como produção por ordem.

Exemplos comuns da Produção por Processo: indústrias de cimento, química e petroquímica, de petróleo, de álcool, de açúcar, de produtos alimentícios, etc. Trabalham normalmente por Ordem as indústrias pesadas, fabricantes de equipamentos especiais, indústrias de móveis, empresas de construção civil, confecção de modas, etc.

Também se encontra empresas que trabalham das duas formas, como a indústria de fechaduras, por exemplo, fabrica pelo menos parte dos componentes em série, de forma continua (por processo), mas o setor de montagens produz por ordem.

Encontramos casos em pesquisas de empresas, que por conveniência, mudam sua forma de apropriar os gastos de por ordem para processo, como por exemplo uma empresa que tem uma encomenda cujo tempo de construção é de 2 anos, neste caso a mesma muda para produção por processo.

DIFERENÇA NO TRATAMENTO CONTÁBIL (APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS)

PRODUÇÃO POR ORDEM

Os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem ou encomenda. Essa conta só para de receber custos quando a ordem estiver encerrada. Se terminar um período contábil

Page 17: Apostila de Contabilidade de Custos

e produto estiver ainda em processamento, não há encerramento, permanecendo os custos até então incorridos na forma de bens em elaboração, no ativo, quando a ordem for encerrada, será transferida para estoque de produtos acabados ou para Custo dos Produtos Vendidos, conforme a situação

PRODUÇÃO POR PROCESSO

Os custos são acumulados em contas representativas das diversas linhas de produção; são encerradas essas contas sempre no fim de cada período. Não há encerramento das contas a medida que os produtos são elaborados e estocados, mas apenas quando do fim do período; na apuração por processo não se avaliam custos unidade por unidade, e sim à base do custo médio do período (com a divisão do custo total pela quantidade produzida).

Discussão de casos práticos.

13ª AULA

CUSTEIO POR ORDEM E POR PROCESSO.

RESUMO

Produção Continua ou por Processo reside na elaboração dos mesmos produtos ou na prestação do mesmo serviço de forma continuada por um longo período. Produção por Ordem consiste na produção de vários produtos de forma não contínua. Em termos de custos, a diferença reside em se apropriar para a primeira (por Processo) custos por tempo (mês, por exemplo), para divisão pelo número de unidades feitas, chegando-se assim ao custo médio de cada unidade, enquanto para a segunda (por Ordem) se alocam os custos até o término da produção do bem ou serviço.

As encomendas de longo prazo de duração podem ser tratadas diferentemente do que é normal na contabilidade: pode ter seu resultado apropriado a cada período proporcionalmente à parte executada, sem necessidade de se esperar o término e entrega do bem ou serviço. Os critérios para essa alocação intermediária podem ser: proporcionalidade ao custo total, ao custo de conversão, ao grau de dificuldade de cada fase, aos valores contratados para cada fase, etc.

Em alta inflação, é correto que todos os valores de custos ou receitas estejam a valor presente e corrigidos para a mesma moeda.

Isso não ocorre nas legislações societária e fiscal brasileira de hoje, apenas na Correção Integral.

Discussão de casos práticos.

14ª AULA

EXERCÍCIOS:

Assinalar a alternativa correta:

1. A unidade administrativa mínima, representada por pessoas e máquinas, em que se desenvolvem atividades homogêneas, é denominada:

a) Departamento; b) Segmento; c) Cadeia de valor; d) Setorial; e) Centro de custo. 2. A unidade mínima de acumulação de custos é denominada:

Page 18: Apostila de Contabilidade de Custos

a) Departamento; b) Segmento; c) Cadeia de valor; d) Setorial; e) Centro de custo. 3. Os departamentos que promovem algum tipo de modificação sobre os bens e os

serviços são denominados departamentos de: a) Receitas; b) Serviços; c) Produção; d) Análises; e) Espécies. 4. Os departamentos que não atuam sobre os bens e serviços, mas executam atividades

de apoio são denominados departamentos de: a) Receitas; b) Serviços; c) Produção; d) Análises; e) Espécies; 5. A empresa X produz dois produtos A e B, cuja produção no último período contábil foi

de 4.000 e 1.000 unidades, respectivamente. Seus custos departamentais e o número de empregados foram:

Departamentos Custos Nº de Empregados

Gerência Geral de Produção $ 1.050 2

Manutenção $ 1.110 4

Montagem $ 9.300 8

Acabamento $7.140 8

Pede-se calcular o valor do custo de cada produto considerando que: a) Os custos da Gerência Geral da Produção devem ser os primeiros a serem

distribuídos aos demais, e a base é o número de empregados. b) Em seguida, devem ser rateados os custos do Departamento de Manutenção: 75

para a Montagem. c) Finalmente, distribuir os custos da Montagem e do Acabamento, para os

produtos, proporcionalmente às quantidades produzidas.

MAPA DE APROPRIAÇÃO DE CUSTOS

Custos Indiretos

Gerência Geral de Produção

Manutenção Montagem Acabamento Total

Rateio da Administração

Soma

Rateio da Manutenção

Total

Produto A

Produto B

Total

6. A Cia. Pasteurizadora UVA produz leite tipos C e B, conhecidos no mercado pelas marcas UVA com Caroço – UVA CC e UVA sem Caroço – UVA SC, respectivamente, o

Page 19: Apostila de Contabilidade de Custos

ambiente de produção é composto por quatro departamentos: Pasteurização, Embalagem, Manutenção e Administração da Produção. O volume de leite processado em determinado período foi o seguinte, em litros: Tipo C 489.786 e Tipo B 163.262. Sua estrutura de custos, no mesmo período, foi a seguinte (em $): a) Custos diretos referentes aos produtos:

UVA CC 87.800

UVA SC 50.400

b) Custos Indiretos

Aluguel 8.500

Material 5.200

Depreciação 4.720

Energia Elétrica 7.300

Outros 6.600

Outros dados coletados no período:

Pasteurização Embalagem Manutenção Administração da Produção

Área (m2) 1.100 955 170 275

Consumo de Energia (KWh)

17.000 14.280 1.700 1.020

Horas de MO 24.000 12.000 2.000 2.000

As bases de rateio são as seguintes:

O aluguel é distribuído aos departamentos de acordo com suas áreas.

O número de horas de mão-de-obra utilizada em cada departamento é usado como base de rateio para: material, depreciação e outros custos indiretos.

Os custos da Administração da Produção são distribuídos aos demais departamentos com base no número de funcionários.

Nº de Funcionários Departamentos

Pasteurização 12

Embalagem 12

Manutenção 6

Conforme observado em períodos anteriores – e espera-se que se mantenha nos próximos – cabe ao departamento de Embalagem 1/5 do total dos custos de Manutenção.

A distribuição dos custos dos departamentos de produção aos produtos é feita em função do volume de leite processado.

Considerando que as quantidades obtidas em litros de produtos acabados foram: UVA CC 448.160, e UVA SC 146.935,80, pede-se:

1. Calcular: a) O custo total de cada produto; b) O custo unitário de cada produto; c) O custo que seria apropriado a cada produto se o rateio fosse feito à base dos

respectivos custos diretos. 2. Contabilizar: a) A apropriação dos custos (apurados em 1.a), utilizando o critério simples. b) Idem, pelo complexo.

Page 20: Apostila de Contabilidade de Custos

MAPA DE APROPRIAÇÃO DE CUSTOS

Custos Indiretos

Pasteurização Embalagem Manutenção Administração da Produção

Total

Aluguel

Material

Energia elétrica

Depreciação

Outros

Total

Rateio da Administração

Soma

Rateio da Manutenção

Total

UVA CC

UVA SC

15ª AULA

Exercícios:

1. Um fator que determina as características de um sistema de custeio (por ordem ou por processo) é:

a) Característica da atividade; b) Relevância do patrimônio; c) Negociação com o sindicato; d) Denominação da empresa; e) Pagamento de horas extras. 2. Em encomenda de longo prazo de execução, a transferência dos custos a débito do

resultado deve ser efetuada no: a) Momento do aumento do caixa; b) Reconhecimento da receita; c) Relatório de regime de caixa; d) Relatório do fluxo de caixa; e) Exercício anterior de caixa. 3. Um sistema de acumulação de custos por ordem de produção pode ser caracterizado

por: a) Custos acumulados e analisados por centros de custos; b) Custos acumulados e analisados por períodos contábeis; c) Contas de custos que expressam os diferentes modelos; d) Produtos padronizados produzidos em grande escala; e) Produção de cimento e de produtos petroquímicos. 4. São exemplos de atividades com sistema de produção continua: a) Empresa de telefonia e indústria naval; b) Escritórios de auditoria e petroleiras; c) Construção civil e indústria química; d) Empresas de energia e montadoras; e) Indústrias pesadas e de saneamento.

Page 21: Apostila de Contabilidade de Custos

5. Assinalar o falso (F) ou verdadeiro (V): a) Produção em série caracteriza-se pela elaboração do mesmo bem ou serviço de forma

não continuada por um longo período. ( ) b) Na produção continua, os custos são apropriados e reportados por período de tempo.

( ) c) Em períodos de alta inflação, o correto é que todos os valores de custos e receitas

estejam a valor presente e traduzidos para a mesma moeda. ( ) d) São exemplos de Produção Contínua as indústrias de cimento, de equipamento

pesado e de produtos alimentícios. ( ) e) Na Produção Contínua as contas de custos devem ser encerradas ao final de cada

período contábil. ( ) 6. Assinalar Produção por Ordem (O) ou Produção Contínua (C): a) Não há encerramento das contas de custos à medida que os bens ou os serviços são

elaborados, apenas no fim do período contábil. ( ) b) A conta só deixa de receber custos quando o pedido estiver encerrado. ( ) c) Os custos são acumulados em contas representativas das diversas linhas e etapas de

produção. ( ) 7. A Empresa YYY fechou com o Governo do Estado um contrato de pavimentação de

uma rodovia, em 01-01-X0, nas seguintes condições:

Quilometragem a ser pavimentada 2.000 km

Período previsto para execução da obra 3 anos

Custo estimado $ 10.000.000

Receita prevista $ 15.000.000

Condição de pagamento 40% na assinatura do contrato, 20% após um ano, 20% após dois anos e 20% na conclusão do serviço.

Em 01-01-X1, de acordo com os apontamentos efetuados pelos engenheiros, constatou-se que tinham sido completados 500 km de pavimentação. A partir do início do segundo ano, os custos aplicados na obra tiveram um aumento imprevisto de 10% em relação ao primeiro. O contrato não permite reajuste do preço. Em 01-01-X2, aferições técnicas constataram que 70% da obra tinham sido executados. Ao final do terceiro ano, a empresa concluiu seus trabalhos e o recebimento final foi realizado conforme descrito no contrato. Considerando-se que a empresa reconhece a receita proporcionalmente à execução da obra e que os custos também são incorridos naquela proporção, pede-se calcular: a) O custo da etapa completada do primeiro ano; b) O valor do lucro bruto do primeiro ano; c) O custo da etapa do serviço prestado no segundo ano; d) O valor do lucro bruto do segundo ano; e) O custo da etapa do serviço executado no terceiro ano; f) O valor do resultado bruto da empreitada.

8. A empresa Antártida produz seu único produto em série, continuamente, em um único departamento, em lotes de 10.000 unidades. A matéria-prima é totalmente aplicada logo no início do processo produtivo; porem a mão-de-obra direta e os custos indiretos de produção incide de maneira uniforme e proporcional ao longo de todo o processo. Nos dois primeiros meses de determinado ano – em que não havia estoques iniciais – a empresa incorreu nos seguintes custos (em $):

Page 22: Apostila de Contabilidade de Custos

Janeiro Fevereiro

Matéria-Prima 100.000 110.000

Mão-de-Obra Direta 46.000 51.700

Custo Indireto de Produção 73.600 82.720

O volume de produção e venda foi o seguinte (em unidades):

Janeiro Fevereiro

Acabadas 9.000 9.000

Vendidas 9.000 6.000

Em processamento no final do mês 1.000 2.000

Considerando-se que as unidades em processamento no final do mês encontravam-se em graus de acabamento de 20% e 30% respectivamente, em janeiro e fevereiro, pede-se calcular, pelo PEPS, para cada mês: a) O custo unitário do produto; b) O valor de custo da produção acabada; c) O custo dos produtos vendidos (CPV); d) O valor do custo do estoque final de produtos acabados; e) O valor de custo estoque final de produtos em elaboração.

16ª AULA

CUSTEIO VARIÁVEL – COMPARAÇÕES E VANTAGENS.

INTRODUÇÃO

O método adotado para avaliação de Estoques e apuração de Resultado no Brasil, conforme estabelece a Lei nº 6.404/76, é o Custeio por Absorção (ou custo Integral). Esse método como já vimos, considera que os produtos acabados absorvem todos os custos de produção, que sejam diretos ou indiretos, com comportamento fixo ou variável.

Para fins gerenciais, no entanto, o Custeio por Absorção é falho, em conseqüência da absorção dos custos fixos à produção, isto porque:

Os custos fixos existem independentemente da fabricação ou não de determinado produto. Assim, eles têm mais características de encargos necessários para manter a estrutura de produção da empresa, do que encargos de um produto específico.

Os custos fixos por serem indiretos (não estarem vinculados a nenhum produto especifico), são alocados aos produtos por meio de critérios de rateio, cujas bases contêm um certo grau de arbitrariedade, ou seja, uma simples mudança de critérios pode fazer um produto não rentável passar a sê-lo.

O valor dos custos fixos por unidade depende do volume de produção, isto é, aumentando o volume, os custos fixos por unidade diminuem, e diminuindo o volume, eles aumentam.

Por essas razões, o Custeio Variável (ou custeio Direto) é o método utilizado com fins gerenciais, isto é, para tomada de decisões.

CUSTEIO VARIÁVEL – CONCEITO

Tipo de custeamento que consiste em considerar como Custo de Produção do Período apenas os Custos Variáveis incorridos. Sendo que os custos fixos são considerados no resultado, como despesas.

OBJETIVO

O Custeio Variável é utilizado nas empresas como ferramenta auxiliar na tomada de decisão, porque é capaz:

Page 23: Apostila de Contabilidade de Custos

Informar qual produto contribui mais para a rentabilidade da empresa;

Determinar qual produto deve ter sua venda incentivada, reduzida ou excluída de produção;

Informar que produto proporciona a melhor rentabilidade quando existirem fatores que restringem a produção;

Determinar o nível mínimo de atividade em que o negócio passa a ser rentável;

Fixar preço de venda de um produto ou mix de produtos;

Decidir entre comprar ou fabricar;

Definir, em uma negociação com clientes, o limite de descontos que pode ser concedido;

Determinar o comportamento dos lucros em função de oscilações de venda.

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

A Margem de Contribuição (MC) é um conceito de extrema importância para o Custeio Variável e para tomada de decisões. Ela é potencialidade que cada produto tem de cobrir os gastos fixos (Custos fixos e despesas fixas) e ainda gerar lucro, e definida como a diferença entre a Receita Total de Vendas (RV) e os Gastos Variáveis (soma dos custos e despesas variáveis – CV e DV) , ou seja:

MC = RT-GV=> RT- (CV + DV).

Em termos unitários, a Margem de Contribuição é a diferença entre o Preço de Venda unitário e os Gastos Variáveis unitários (soma dos custos e despesas variáveis unitários), isto é:

MCu = PVu – GVu PVu – (CVu + DVu)

Despesas variáveis são aquelas que variam proporcionalmente ao volume de vendas, por exemplo: comissões de vendedores, fretes, seguros e impostos incidentes sobre as vendas.

Despesas fixas são aquelas que permanecem constantes qualquer que seja o volume de vendas, por exemplo: salários administrativos e de vendas, despesas financeiras, honorários da diretoria, etc.

Evidenciação de casos práticos.

17ª AULA

PONTO DE EQUÍLIBRIO – ANÁLISE CUSTO/VOLUME/LUCRO

INTRODUÇÃO

A globalização econômica ao acelerar o processo de competitividade tem exigido das empresas tomada de decisões rápidas, eficientes e eficazes, sobretudo quanto à maximização do lucro. Para tanto, elas necessitam conhecer o comportamento dos custos de produção em diferentes níveis operacionais e o comportamento dos níveis de vendas.

Nesse contexto, a análise Custo/Volume/Lucro é a ferramenta adequada. Ela pode ser utilizada como instrumento para projeção do lucro a ser obtido em diversos níveis de produção e vendas, assim como para analisar o efeito sobre o lucro decorrente de variações no preço de venda, nos custos, etc.

A análise do Custo/Volume/Lucro se baseia no conceito de Ponto de Equilíbrio e nas seguintes premissas:

O preço de venda unitário é constante para qualquer volume de produção e vendas. Com efeito, a Receita Total (RT = PVu x qtd. Produzida e vendida) tem comportamento linear.

Os gastos podem ser convenientemente separados em fixos e variáveis.

Page 24: Apostila de Contabilidade de Custos

As políticas administrativas em relação às atividades operacionais permanecem relativamente constantes. Assim, é razoável admitir a linearidade também dos gastos, isto é, os Gastos Fixos (GF) são custos e despesas que permanecem constantes para qualquer nível de produção e vendas, enquanto os Gastos Variáveis (GV) são custos e despesas que variam no total proporcionalmente às mudanças no volume de produção e de vendas, isto é, no total proporcionalmente as mudanças no volume de produção e de vendas, isto é, GV = GVu X qtd. Produzida e vendida.

O Gasto Total é a soma dos Gastos Fixos (custos e despesas fixos) com os Gastos Variáveis (custos e despesas variáveis): GT = GF + GV GT = GF + GVu x q.

Nas empresas com diversos produtos, o mix de vendas e os estoques são constantes.

PONTO DE EQUILÍBRIO

O Ponto de Equilíbrio (PE) é uma das técnicas mais úteis e facilmente aplicáveis da qualidade do desempenho de uma empresa e do planejamento de suas atividades. Ele é definido como o nível de atividade (volume de produção e vendas) em que a empresa não apresenta lucro nem prejuízo, ou seja, o resultado operacional é nulo. Nesse ponto então, a Receita Total é igual ao Gasto Total.

PE = RT = GT

A quantidade de produtos que proporciona essa situação é obtida da seguinte forma:

RT = GT RT = GF + GV PVu x q = GF = GVu x q PVu x q – Gvu x q = GF

q (PVu – Gvu) = GF q = GF / PVu – Gvu

Como PVu – Gvu = MCu, então q (e) = GF / MCu

Apresentação de Gráficos em sala de aula.

CLASSIFICAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO

O Ponto de Equilíbrio é classificado de três maneiras:

Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) – aquele em que a Margem de Contribuição unitária é capaz de cobrir todos os gastos fixos de um período e, consequentemente, o lucro apurado é nulo. É o conceito apresentado anteriormente. PEC (q) = GF / MCu e PEC ($) = q x PVu

Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) – aquele em que a Margem de Contribuição unitária é capaz de cobrir todos os Gastos Fixos de um período e mais o custo de Oportunidade (benefícios renunciados ao se escolher uma alternativa em detrimento de outra). PEE (q) = GF + CUSTO DE OPORTUNIDADE / MCu e PEE ($) = q x PVu O PEE é bastante utilizado quando se quer estimar a quantidade de vendas para atingir um lucro desejado (lucro-meta). Nesse caso, o Custo de Oportunidade assume o valor desse lucro desejado.

Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) aquele em que a Margem de Contribuição unitária é capaz de cobrir tão-somente os Gastos Fixos que geraram desembolso financeiro para a empresa no período. Dessa forma, a Depreciação contida nos Gastos Fixos é excluída por não representar desembolso.

Gráficos apresentados na aula.

18ª AULA

Exercícios:

1. A empresa GAMA Ltda. produz e vende 5.000 unidades de produto X por mês ao preço unitário de $ 150,00 e tem os seguintes custos unitários: $ 30,00 de matéria-

Page 25: Apostila de Contabilidade de Custos

prima e $ 40,00 de MOD. Por ocasião da venda, paga 5% de comissão aos vendedores e 17% de impostos sobre o preço de venda. Calcule a Margem de Contribuição Unitária e a Margem de Contribuição.

2. A Empresa China S.A. apresentou os dados seguintes no mês de janeiro:

CUSTOS FIXOS CUSTOS VARIÁVEIS

Aluguel da Fábrica 20.000 Materiais Diretos 6.000

Depreciação das Máquinas 5.000 Mão-de-Obra Direta 40.000

Outros Custos Fixos 4.000 Outros Custos Variáveis 10.000

Informações adicionais:

Despesas fixas do período 6.000 Despesas variáveis do período 4.000 Produção do período 1.000 unidades Vendas do período 800 unidades Preço unitário de venda (líquido) 300,00

Pede-se:

a) Cálculo do custo de produção unitário; b) Cálculo do custo variável das vendas e do estoque final de produtos acabados; c) Apuração do resultado operacional pelo custeio variável.

3. Suponhamos que você seja gerente de uma loja e tenha que decidir entre vender o produto X com ou sem embalagem. Sabe-se que o custo unitário desse produto sem embalagem é de $ 35,00 e a embalagem custa $ 4,50 cada; e que o preço de venda unitário do produto embalado é de $ 51,50 e sem embalagem é de $ 47,50. Qual a decisão a ser tomada de sorte que a empresa tenha o maior resultado (vendendo o produto embalado ou sem embalagem)?

4. A Sorte Grande Ltda. tem capacidade produtiva instalada de 13.000 unidades mês. No mês de fevereiro apresentou os seguintes dados: Produção efetiva = produção vendida: 10.000 unidades; Custos fixos: $ 130.000; Custos Variáveis: $ 20,00 unidade; Despesas Variáveis: $ 5,00 unidade; Despesas Fixas: $ 100.000; e Preço unitário de venda: $ 90,00.

Com base nesses dados, elabore a Demonstração de Resultado pelo Custeio Variável.

5. A empresa Petróleo Podre S.A. apresentou, num determinado mês, gasto variável unitário de $ 15,00; gastos fixos de $ 20.000,00 e preço de venda unitário de $ 25,00. Calcule o Ponto de Equilíbrio desta empresa.

6. Suponhamos os seguintes dados relativos a empresa industrial Papa Nicolau Ltda. num determinado mês: Gastos Variáveis unitários $ 60,00 Gastos Fixos do mês $ 140.000,00 Preço de Venda Unitário $ 130,00 Capital empregado pela Empresa $ 250.000,00

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Rendimento esperado para este capital 10% a.m. capital empregado Depreciação (inclusa nos Gastos Fixos) $ 20.000,00 Com base nesses dados calcule o PEC, PEE e PEF.

7. Uma empresa que seu produto vendido a $ 80,00 a unidade, operando com gasto variável unitário de $ 30,00 e gasto fixo mensal de $ 100.000, apresenta que ponto de equilíbrio (em quantidade e valor)?

8. Uma indústria que fabrica pincéis atômicos, elabora seus orçamentos com base nos gastos e preço abaixo: Custo variável unitário $ 1,50; Custo Fixo $ 44.000,00 Despesas Financeiras $1.200,00 Preço de venda unitário $ 4,00 a) Quantos pincéis a empresa deverá produzir e vender para alcançar o equilíbrio

contábil? b) Quais as perdas que a empresa vem enfrentando, considerando a magnitude das

despesas financeiras/ c) Quanto a empresa precisa produzir e vender após um aumento de 10% nos custos

totais, se ela deseja um lucro operacional de $ 41.815,00?

19ª AULA

PROVA – P2

20ª AULA

PROVA P6

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