apostila com histórias de chico xavier (grupo de estudo allan kardec)

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  • APOSTILA COM HISTRIAS DE CHICO XAVIER

  • GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC

    http://grupoallankardec.blogspot.com

    BREVE BIOGRAFIA DE CHICO XAVIER

    Francisco Cndido Xavier, conhecido como Chico Xavier, nasceu em Pedro Leopoldo, interior de Minas Gerais, no dia 2 de Abril de 1910 numa famlia humilde.

    Foi um dos mais conhecidos espritas do Brasil.

    Foi educado na f catlica, mas teve seu primeiro contato com os Espritos desencarnados aos 4 anos de idade.

    Sua me desencarnou quando ele tinha 5 anos de idade.

    O pai, sem ter condies de criar os 9 filhos, os distribuiu entre os familiares.

    Chico ficou por 2 anos na casa da madrinha Rita de Cssia que logo se mostrou cruel ao aplicar-lhe torturas terrveis.

    O esprito da me desencarnada aparecia para ele e recomendava "pacincia, resignao e f em Jesus".

    O pai casou-se novamente e a madrasta Cidlia exigiu reunir os 9 irmos. O casal teve mais 6 filhos. Chico comeou a vender legumes da horta da casa para ajudar na despesa.

    Chico era motivo de chacota na escola por ver e falar com espritos. O pai pensou em intern-lo, mas o padre Scarzelli disse que era apenas "fantasias de menino". Aconselhou que ele comeasse a trabalhar. Ento, ingressou como operrio em uma fbrica de tecidos, onde foi submetido rigorosa disciplina do trabalho fabril, que lhe deixou sequelas para o resto da vida; depois foi servente de cozinha no bar de Claudovino Rocha; caixeiro no armazm de Felizardo Sobrinho e aposentou como inspetor agrcola na Fazenda Modelo, onde trabalhou de 1930 at ao final dos anos 1950. Hoje, a Fazenda Modelo tornou-se o Espao Cultural Chico Xavier.Em 1924 terminou o curso primrio e nunca mais voltou a estudar.

  • Quando ele estava com 17 anos sua madrasta desencarnou e ele comeou a estudar o Espiritismo.

    Sofria com doena complexa nas vistas: o deslocamento do cristalino e estrabismo. Sofreu crises de angina e dois enfartes.

    Em 1931 teve o primeiro contato com Emmanuel e publicou o primeiro livro "Parnaso de Alm Tmulo".

    Psicografou mais de quatrocentos livros, e nunca admitiu ser o autor de nenhuma obra. Pois insistia dizer que reproduzia o que os espritos ditavam.

    Nunca aceitou o dinheiro lucrado com a venda de seus livros, doando os direitos autorais para instituies espritas.

    A venda dos livros ajudava e ainda ajuda pessoas necessitadas.

    O seu nome foi muito conhecido no Brasil, por sua humanidade e assistncia ao prximo.Chico dizia que gostaria de desencarnar no dia em que o povo brasileiro estivesse feliz. Seu pedido foi atendido. Ele desencarnou em 2002 j com 92 anos de idade no dia em que o Brasil ganhou a Copa do Mundo. Merecimento por tantos anos de dedicao a causa esprita crist. Pensou at o ltimo instante na dor alheia e mostrou mais um ato de humildade. No queria a ateno s para si.

    PSICOGRAFIAS DE CHICO XAVIER FORAM ESTUDADAS CIENTIFICAMENTE

    O pesquisador da Universidade Estadual de Londrina Carlos Augusto Perandra, durante 13 anos, estudou cientificamente 400 cartas psicografadas por Chico Xavier em transes medinicos, utilizando as mesmas tcnicas com que avalia assinatura parabancos, polcias e o Poder Judicirio, a grafoscopia. Pandra comparou a letra (padro) dos indivduos antes da morte e depois nas cartas psicografadas, chegando concluso de que todas as psicografias possuem autenticidade grfica dos referidos mortos. Em 1991, o pesquisador publicou o resultado desse estudo em seu livro

  • chamado "A Psicografia Luz da Grafoscopia". O estudo tambm foi publicado na Revista Cientfica da Universidade de Londrina, a Revista Semina, em 1990, e igualmente apresentado, em outra oportunidade, em um Congresso Nacional, diante de mais de 500 profissionais e peritos da rea, sem uma nica contestao.

    DINHEIRO DOS LIVROS PSICOGRAFADOS POR CHICO XAVIER

    Chico Xavier psicografou 451 livros, sendo 40 publicados aps a morte .

    Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os espritos lhe ditavam.

    Por esse motivo, no aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros.

    Vendeu mais de cinquenta milhes de exemplares em portugus, com tradues em ingls, espanhol, japons, esperanto, italiano, russo,romeno, mandarim, sueco e braile.

    Psicografou cerca de dez mil cartas de mortos para suas famlias.

    Cedeu os direitos autorais, em cartrio, para instituies de caridade desde o primeiro livro.

    CHICO XAVIER FOI ACUSADO DE FRAUDE

    Durante dcadas, Chico produziu cartas psicografadas para pais e mes que o procuravam para ter notcias de seus filhos no alm. Segundo um estudo de 1990 da Associao Mdico-Esprita de So Paulo, nomes de parentes apareciam em 93 por cento das cartas e 35 por cento delas tinham assinaturas semelhantes s dos falecidos. Sempre havia citaes que davam impresso de familiaridade aos leitores a quem eram dirigidas.

    A fonte dessas informaes sempre esteve sob suspeita. Alega-se que funcionrios do centro esprita conversavam com os presentes antes das psicografias e que Chico entrevistava previamente as pessoas que o procuravam em busca de contato com os espiritos dos mortos[carece de fontes]. Mesmo assim eram tidas como legtimas pelos familiares, e chegaram a ser usadas como provas em trs julgamentos.

    Alm das cartas, houve a polmica com os muitos livros de poesia e prosa que Chico produziu em nome de espritos de escritores famosos do Brasil, como Olavo Bilac e Castro Alves. Chico s estudou at a quarta srie primria, mas era leitor voraz e tinha uma biblioteca com quinhentos livros de autores diversos[carece de fontes], inclusive

  • em ingls, francs e hebraico. Colecionava tambm cadernos com recortes de textos e poesias, notadamente dos autores espirituais que o procuravam.

    O verdadeiro escndalo veio quando Amauri Pena Xavier, sobrinho de Chico, disse poder imitar as psicografias dele e acusou o tio de ser um impostor. Depois, sentindo-se culpado, retirou a acusao.

    Durante transes medinicos, eletroencefalogramas do mdium mostraram que ele apresentava caractersticas comuns da epilepsia, mas clinicamente Chico Xavier nunca foi epilptico.

    HOMENAGENS CHICO XAVIER

    Chico Xavier o brasileiro que mais recebeu ttulos de cidado honorrio na histria. Mais de cem cidades brasileiras o concederam esse ttulo.

    Cantores como Roberto Carlos, Gilberto Gil, Fbio Jnior, Moacir Franco, Nando Cordel e Vanusa compuseram msicas em sua homenagem.

    Em 1981 e 1982, Chico Xavier foi indicado ao prmio Prmio Nobel da Paz, tendo havido uma mobilizao de cerca de dois milhes de pessoas que deram suas assinaturas em todo Brasil e em organizaes de 29 pases pedindo o Nobel da Paz para ele.

    Em 2000, Chico Xavier foi eleito o "Mineiro do sculo XX", seguido por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek, em um concurso popular realizado pela Rede Globo Minas, tendo vencido com 704.030 votos.

    Tambm em 2000, o Governo de Minas Gerais instituiu a "Comenda da Paz Chico Xavier", que vem sendo outorgada anualmente a pessoas ou entidades que trabalham pela paz.

    Aps Chico Xavier falecer, a casa onde ele morou entre 1948 e 1959 e a casa em que ele morou entre 1959 e 2002 foram transformadas em museus sem fins lucrativos em referncia a sua vida e obra.

    Em 2006, em uma votao popular promovida pela Revista poca, ele foi eleito o "O Maior Brasileiro da Histria".

    Em 2009, a Lei n 12.065 deu o nome Chico Xavier ao trecho da rodovia BR 050, entre a divisa dos Estados de So Paulo e Minas Gerais e a divisa dos municpios de Uberaba com Uberlndia.

    Em 2010, o Correio Brasileiro lanou o selo e o carto postal comemorativo em homenagem ao centenrio do mdium.

  • Tambm em 2010, a Casa da Moeda do Brasil lanou a "Medalha Comemorativa do Centenrio de Chico Xavier".

    Em Outubro de 2012, no programa O Maior Brasileiro de Todos os Tempos, transmitido pelo SBT, Chico foi eleito, por voto popular, como "O maior brasileiro de todos os tempos". Na semifinal do programa, disputou com Ayrton Senna, venceu com 63,8% dos votos. Na final do programa, Chico disputou com Santos Dumont e Princesa Isabel, vencendo com 71,4% dos votos.45

    Atualmente o Instituto Chico Xavier e a Prefeitura de Uberaba esto construindo um Memorial em homenagem a ele na cidade.

    Observao: So homenagens que ele, Chico Xavier, ficava e, temos certeza, que fica grato mas, que no fazia e no faz questo. Tamanha sua humildade. Certas homenagens podem levar a vaidade e a idolatria de muitos por ele. A melhor homenagem que fazemos a ele comprar e ler os livros por ele psicografado. J que estes sustentam instituies.

    O BVIO - Chico Xavier

    Certa vez, um amigo abordou o mdium Chico Xavier e lhe perguntou:

    - Chico, em sua opinio, qual o homem mais rico?

    - Para mim, - respondeu ele, - o homem mais rico o que tenha menos necessidades.

    Arriscando nova pergunta, o companheiro quis saber:

    - E o homem mais justo e sbio?

    Com o fraterno sorriso de sempre, ele voltou a responder:

    - O homem mais justo e sbio o que cumpre com o dever.

    - Mas voltou a insistir o homem, certamente querendo uma resposta ou revelao diferente o que voc est me dizendo o bvio!

  • Sem parar o que estava fazendo e, com a espontaneidade de sempre, Chico terminou dizendo:

    - Meu filho, tudo que est no Evangelho o bvio! No existem segredos nem mistrios para a salvao da alma. Nada mais bvio que a verdade! O nosso problema justamente este: QUEREMOS ALCANAR O CU, VIVENDO FORA DO BVIO NA TERRA!

    O querido mdium da paz, na sua humildade de sempre, mostrou excelsa sabedoria ao apontar uma caracterstica humana dos dias atuais: a de complicar o que extremamente simples.

    Assim criamos frmulas, palavras mgicas, receitas e esquemas mil, para entender o que sempre esteve to claro nas palavras do Evangelho.

    Por vezes, parece que a fuga do bvio fuga da responsabilidade.

    Responsabilidade de quem j sabe o que deve fazer, de quem j tem o conhecimento, mas deixa a ao, a mudana, a renovao sempre para amanh.

    Por que relutamos tanto em entender o bvio? Ser entendimento o que falta? Acreditamos que no. Nossa gerao j tem entendimento e inteligncia suficientes.

    O que falta o movimento interior da mudana, de deixar as paixes negativas para trs.

    Viver de acordo com as lies de um mestre, como Jesus, no ser fantico religioso, extremista e cego. No, de forma alguma. O verdadeiro cristo discreto, porm atuante e firme nas aes.

    No enxerguemos Jesus como um santo, inatingvel, que serve apenas para ser adorado. J passamos desse tempo.

    Hoje tempo de v-lO como um exemplo, um referencial, num mundo onde as referncias so to pueris.

    A lio do Evangelho o bvio. O bvio to necessrio para acalmar nossas almas angustiadas com as incertezas do mundo.

    via segura nossa frente, conduzindo to sonhada felicidade.

  • Redao do Momento Esprita

    A SOPA - reflexo

    Uma pessoa que, ao observar os necessitados tomando sopa, perguntou para Chico Xavier:

    - O senhor acha que um prato de sopa vai resolver o problema da fome no mundo?

    Chico, sem titubear respondeu:

    - O banho tambm no resolve o problema da higiene no mundo, mas nem por isso podemos dispens- lo.

    Emmanuel aconselha na mensagem "Crtica e Servio":

    "Se muitos companheiros esto vigiando os teus gestos procurando o ponto fraco para criticarem, outros muitos esto fixando ansiosamente o caminho em que surgirs, conduzindo at eles a migalha do socorro de que necessitam para sobreviver.

    impossvel no saibas quais deles formam o grupo de trabalho em que Jesus te espera."

  • Observao de Rudymara: Uns vigiam nossos gestos para criticar, outros nos aguardam para receber a migalha que levamos para eles e que necessitam para sobreviver. Que grupo Jesus espera que faamos parte? O grupo que trabalha ou o que critica?

    CHICO XAVIER E O HOMEM ASSALTADO

    Certa vez, bateu na porta humilde da casa de Chico Xavier um sujeito pouco conhecido na cidade. Mas o nome do Chico j havia decolado, o sujeito descobriu onde ele morava e foi direto pra l. Era trs horas da madrugada e ele dando murros na porta acordando a casa inteira. Quando ele foi atender, deparou-se com um cara todo rasgado, machucado, cheio de hamatomas... Da ele disse ao sujeito:

    - Pois no!- O senhor o Chico Xavier??

    - Sim, sou...- Chico, aconteceu uma desgraa! Fui assaltado...

    - Puxa, mas que bom...- Acho que o senhor no entendeu, eu estou dizendo que fui assaltado e ainda quebraram a minha cara.

    - Meu Deus, que timo...- Escuta aqui senhor Chico Xavier, eu estou dizendo que fui assaltado, que quebraram a minha cara, levaram meus documentos e dinheiro, alis levaram tudinho. E o senhor fica debochando???? No esperava isso do senhor no...

    - Eu no estou debochando! que voc no se deu conta de uma coisa: Agora quem vai ter que pagar o mal que fez o ladro espancador e no voc!!! Voc est isento de culpa. Deus sempre

  • sabe o que faz...

    Sabe-se que o cara, abaixou a cabea em pose reflexiva e nunca mais apareceu.

    Observao: Culpa de que? Todos temos dbito com a lei divina. Talvez o homem assaltado tenha sido um assaltante no passado. E o ocorrido tenha quitado seu dbito. O assaltante no nasceu para assaltar algum, mas como ele resolveu cometer este ato, ou seja, usou mal seu livre arbtrio, o homem assaltado foi impelido a passar no local para que pudesse ressarcir o dbito. No livro "E a vida continua . . ." de Andr Luiz, o benfeitor Ribas esclareceu: "Somos mecanicamente impelidos para pessoas e circunstncias que se afinem conosco ou com os nossos problemas." A Lei de Causa e Efeito uma legislao criada por Deus, que tem a finalidade de manter a justia perfeita no Universo. infalvel, justa e perfeita porque, no sendo de origem humana, mas sim divina, isenta de falibilidade, imperfeio e corrupo. A execuo dessa lei administrada por espritos das mais altas hierarquias, sabedorias e competncia. E Jesus a ensinou, afirmando: "A cada um ser dado segundo as suas obras." (Mt 16:27)

    Aparecimento dos efeitos: O retorno de uma ao, boa ou m, o aparecimento dos seus efeitos pode se dar:

    - de imediato: pratica-se um ato e, logo, a curto prazo ou um pouco mais tarde, recebe-se a conseqncia, a reao, mas ainda dentro desta encarnao;

    - aps a morte: s vezes, o efeito do que fizemos como encarnados somente aparece na vida espiritual;

    - na reencarnao: o que fizemos numa existncia pode vir a se refletir em outra de nossas vidas, em outra reencarnao.

    Assim, certas falhas (que no parecem punidas nesta vida) e certas virtudes (que no parecem recompensadas) tero certamente os seus efeitos; se no for nesta vida, o ser na vida espiritual ou em nova existncia corprea.

    BATISMO E CHICO XAVIER

  • Cezar Carneiro de Souza, no seu livro Encontros com Chico Xavier, editado pela Editora e Livraria do Centro Esprita Aurlio Agostinho, de Uberaba, Minas Gerais conta que, muitas mes, agradecidas pela assistncia recebida e pelo carinho que devotavam ao nosso estimado amigo Chico Xavier, pediam que este aceitasse ser padrinho de batismo de seus filhos. E numa dessas ocosies, Cezar estava ao lado de Chico quando este explicou com muito respeito que no Espiritismo no existem tais cerimnias, e concluiu:- Mas a senhora me d o nome da criana e dos pais, que irei ao cartrio para registr-la. Ficarei, assim, sendo seu padrinho espiritual...

    O QUE PRETENDIA JOO COM O BATISMO?Alm de anunciar a vindo do Cristo, Joo pretendia com o ato simblico do batismo no rio Jordo, ressaltar ser indispensvel o arrependimento, o reconhecimento dos deslizes do passado, para receber as bnos que o mensageiro divino traria. A imerso era precedida de uma confisso pblica e da profisso de f do iniciado, que se dispunha renovao, combatendo as prprias fraquezas. o que fica evidente, em passagens como estas: Arrependei-vos, fazei penitncia, porque chegado o reino dos cus; Eu na verdade, vos batizo com gua para vos trazer penitncia; mas aquele que vem aps mim mais poderoso do que eu; cujas alparcas no sou digno de levar; ele vos batizar com o Esprito Santo e com o fogo. Aqui, Joo deixa claro que, Jesus batizaria as pessoas no mais com gua, mas com o Esprito Santo e com o Fogo.

    MAS O QUE O BATISMO COM FOGO E COM O ESPRITO SANTO? Batismo de fogo o esforo de vencermos nossos instintos e hbitos inferiores, procurando praticarmos o bem. Este esforo uma luta dentro de ns e em meio a tudo e a todos. E o batismo com o Esprito Santo a sintonia com os benfeitores do plano invisvel, atravs de manifestaes medinicas ostensivas (ver, ouvir, etc., os desencarnados) ou sutis (pressentir, intuir, etc.). Os discpulos receberam um magnfico Batismo do Esprito Santo, no dia de Pentecostes, quando os Espritos do Senhor se manifestaram atravs deles, em diversos idiomas, aos habitantes e visitantes de Jerusalm (Atos, cap.2).

    Ento, para os espritas, o batismo, foi to somente um divisor de guas, o marco de uma vida nova. Disse Emmanuel que: "A renovao da alma pertence queles que ouviram os ensinamentos do Mestre Divino, e que exercitam atravs da prtica. Pois, muitos recebem notcias do Evangelho, todos os dias, mas somente os que ouvem e praticam estaro transformados." E como disse Allan Kardec: Reconhece-se o esprita, pelo esforo que ele faz para melhorar-se; O esprita deve ser hoje melhor do que foi ontem, e ser amanh melhor do que foi hoje. Este deve ser o batismo de fogo dos espritas.

    Compilao de Rudymara

    PERGUNTAS INTEIS SOBRE JESUS - Chico Xavier

  • Certa vez, algum perguntou a Chico Xavier, sobre o que os Espritos dizem a respeito da natureza do corpo de Jesus, ele respondeu:

    - Jesus como o Sol num dia de cu azul, e ns somos apenas palitos de fsforo acesos, hora do meio-dia. O que importante saber, e discutir, sobre os seus ensinamentos e sua Vivncia Gloriosa.

    De fato, a Humanidade tem deixado de lado os Ensinamentos Morais do Cristo, para discutir coisas que em nada nos modifica as disposies interiores. Exemplo: como a natureza do corpo de Jesus, como Ele conseguiu ficar quarenta dias com os apstolos, o que foi feito de seu corpo aps a ressurreio, qual sua aparncia fsica, etc. Somos ainda pequeninos palitos de fsforo acesos, hora do meio-dia, e distantes nos encontramos de absorvermos todas as verdades contidas no Universo, para nos determos nestas questes que a muitos ainda confundem.Certamente, vivenciando seus ensinamentos e crescendo em Esprito e Verdade, futuramente teremos condies de apreender todo este conhecimento por processos naturais(...)

    (Maria T Compri no livro Evangelho no Lar, captulo IV)

    POR QUE CHICO XAVIER MUDOU DE NOME?

  • Uma influente autoridade religiosa de Belo Horizonte implicou com os Xavier, principalmente com o Chico Xavier, cujo nome comeava a se projetar junto com as suas obras medinicas.

    Escrevendo para o Sr. Rmulo Joviano, o chefe da Fazenda Modelo, onde Chico trabalhava, aquela autoridade exigia que o Chico fosse despedido do trabalho.O assunto era srio e precisava ser solucionado. quela poca, por decreto do presidente

    Getlio Vargas, todo brasileiro que ainda no se houvesse registrado, poderia faz-lo, gratuitamente, por um perodo de 5 anos.

    Pensando no problema, o Sr. Rmulo props a Chico registrar-se novamente, porque assim ele forneceria dita autoridade religiosa de Belo Horizonte uma nova relao dos funcionrios da Fazenda Modelo, em Pedro Leopoldo, esclarecendo que no havia mais nenhum Xavier na repartio e que suas ordens tinham sido cumprida risca.Chico concordou e assim foi feito.

    Olhando no calendrio, o Sr. Rmulo observou que o dia 2 de abril, data de aniversrio do Chico, era consagrado So Francisco de Paula e sugeriu que, para Chico no deixar de ser Chico, ao invs de Francisco Cndido Xavier ele passasse a assinar Francisco de Paula Cndido. Assim ele continuaria a ser Chico e Cndido, como sempre o fora.A providncia inteligente do Sr. Rmulo, que era um homem enrgico, mas muito humano, evitou que Chico perdesse o emprego numa poca em que ele tratava de 14 pessoas em sua casa, entre as quais um sobrinho paraltico de nome Emmanuel Luiz, filho de Jos.

    A autoridade religiosa se acalmou, recebendo a merecida lio, e o Chico continuou a trabalhar recolhendo-se paz de temporrio anonimato.

    Em 2 de abril de 1910 nascia Chico Xavier.

    Um homem que passou muitas humilhaes, mas nunca revidou uma agresso ou sentiu dio e rancor.

    Em seu corao s cabia perdo, humildade, caridade, tolerncia, enfim, todo sentimento que deriva do AMOR.

    Jesus profetizou dizendo aos seus apstolos: "se me perseguiram, tambm perseguiro vocs. Se obedecerem a minha palavra, tambm obedecero a de vocs."

    Jesus sabia que depois de sua partida, seus discpulos seriam perseguidos. Mas, alertou dizendo que, se eles fizessem o que pregassem as pessoas os respeitariam. Foi o que aconteceu com o apstolo Chico Xavier. O que ele pregava ele vivia. Ele no foi cristo s no rtulo, mas principalmente nas atitudes. Por isso, muitos o respeitavam e

  • respeitam, at mesmo pessoas de outras religies.

    Esta nossa singela homenagem nesta data onde lembramos seu nascimento.

    O HOMEM DOS VINTE CONTOS

    Um amigo de Belo Horizonte disse, um dia, ao Chico:

    Tenho ido ao Centro LUIZ GONZAGA, sempre que me possvel, e, nas preces, tenho rogado a Loteria.

    E vendo a estranheza do Mdium acentuou:

    Se eu ganhar,darei ao LUIZ GONZAGA vinte contos.

    Os dias correram e o homem ganhou a sorte grande. Duzentos mil cruzeiros.

    Quando isso aconteceu, sumiu de Pedro Leopoldo

    Se via o Chico por Belo Horizonte, evitava-lhe a presena.

    Imaginem! costumava dizer na prosperidade crescente que o Cu lhe concedera em minha ingenuidade, prometi uma ddiva a um Centro Esprita, se melhorasse de sorte! Quanta asneira falamos sem perceber!

    Catorze anos rolaram e o homem da sorte grande morreu Passados alguns dias, apareceu, em esprito, numa das sesses do Centro Esprita LUIZ GONZAGA.

    Chico! Chico! disse ao Mdium, buscando abra-lo, preciso pagar a minha dvida! Estou devendo vinte contos ao LUIZ GONZAGA e vou trazer o dinheiro

  • Acalme-se, meu amigo, agora tarde respondeu o Mdium, o cmbio mudou para voc. No se preocupe. A sua fortuna est em outras mos.

    Por que? Nada disso O dinheiro meu

    J foi, meu irmo! Voc est desencarnado.

    A entidade gritou gritou e acabou perguntando em lgrimas:

    E, agora, que fazer?

    Mas o Chico lhe respondeu:

    Esquea-se da Terra, meu amigo. Ns todos somos devedores de Jesus. Paguemos a Jesus nossas contas e tudo estar bem. Amparado pelos benfeitores espirituais da casa, o homem dos vinte contos, j desencarnado, retirou-se chorando.

    CHICO XAVIER E O VERME

    Um confrade entusiasta elogiava o Chico queima-roupa, ao fim de movimentada sesso pblica, e o Mdium desapontado, exclamou:

    No me elogie desta maneira. Isso desconcertante. No passo de um verme neste mundo.

    Emmanuel, junto dele, ouvindo a afirmao, falou-lhe paternal:

    O verme um excelente funcionrio da Lei, preparando o xito da sementeira pelo trabalho constante no solo e funciona, ativo, na transmutao dos detritos da terra, com extrema fidelidade ao papel de humilde e valioso servidor da natureza... No insulte o verme, pois, comparando-se a ele, porquanto muito nos cabe ainda aprender para sermos fiis a Deus, na posio evolutiva que j conseguimos alcanar...

    O Mdium transmitiu aos circunstantes o ensinamento que recebeu,

  • ensinamento esse que tem sido igualmente assunto de interesse em nossas meditaes.

    Do livro: Lindos casos de Chico Xavier

    CHICO E A MALEDICNCIA ESPRITA

    No incio da dcada de 30, quando Chico, em casa, efetuava a reviso de algumas pginas medinicas que seriam inseridas no livro Parnaso de Alm-Tmulo, ele comeou a sentir, de inesperado, no olho esquerdo, o problema que haveria de acompanh-lo a vida inteira.

    Tendo ficado com a viso prejudicada e sofrendo muitas dores, inclusive acompanhadas de constantes hemorragias, o mdium resolveu consultar um especialista, em Belo Horizonte, o qual, poca, diagnosticou uma espcie de catarata inopervel, com o prognstico de que, muito provavelmente, ficaria cego daquele olho, ainda com o risco de que o direito tambm se comprometesse.

    Ento, por orientao do mesmo oftalmologista, Chico, periodicamente, passou a freqentar o consultrio em Belo Horizonte, com a finalidade de receber tratamento preventivo, consistindo na aplicao, diretamente no olho esquerdo, de injees de corticide.

    As dores, segundo ele, eram terrveis! Repercutiam por toda a cabea, e, quando se faziam acompanhar por crises hemorrgicas, ele praticamente ficava impedido de caminhar sozinho, quanto mais de pegar o trem na estao ferroviria de Pedro Leopoldo e dirigir-se capital do Estado.

  • Ento, uma de suas irms se ofereceu para acompanh-lo ao consultrio do mdico, localizado numa das avenidas mais movimentadas de Belo Horizonte. Quando desciam do trem, Chico dava o brao irm e, quase guiado por ela, os dois seguiam a p, entrando, depois de percorrido determinado trecho, num pequeno prdio de dois ou trs andares.

    O tempo correu e, certo dia, o mdium estava numa das reunies semanais do Centro Esprita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo, quando j quase no encerramento, foi interpelado por um grupo de espritas da Capital Mineira. Rodeado pelos demais, um deles, que Chico preferiu deixar em piedoso anonimato, tomou a palavra e disse-lhe sem rodeios:

    Chico, ns estamos aqui para lhe fazer uma fraterna advertncia. Voc tem sido visto, praticamente toda semana, em Belo Horizonte, em atitude suspeita e de muita intimidade com uma mulher, que sequer sabemos se casada, ou no! Est certo que voc solteiro, mas o que est acontecendo no fica bem para a sua condio de mdium. Em plena luz do dia, voc trocando sorrisos com uma mulher e, de braos dados com ela, entrando num prdio de movimentada avenida!... Dizem que voc, quando sai de l, depois de quase duas horas, certamente para no ser reconhecido, tenta esconder o rosto com um leno!

    Constrangido com a situao, o jovem Chico, com pouco mais de 20 anos de idade, deixou que os confrades falassem vontade, dando ao fato a interpretao e o colorido que s a maledicncia humana sabe dar quando deseja.

    Quando, por fim, terminaram, alguns deles fazendo girar nas mos, pela aba, os chapus bem cuidados, imaginando terem-se desincumbido de um alto dever que lhes fora, qui, conferido pela Espiritualidade Superior, ouviram o mdium dizer-lhes, candidamente:

    Meus irmos, eu creio estar havendo um engano. O prdio a que vocs se referem onde fica o consultrio do oftalmologista que se ofereceu para tratar, de graa, deste meu olho esquerdo, do qual, de algum tempo para c, estou ficando cego. A senhora que lhes disseram andar de braos dados com muita intimidade comigo, simplesmente minha irm, que me guia como algum que guia um cego pela rua. Quanto ao leno com o qual eu cubro o rosto,um deles este aqui disse, retirando do bolso da cala um leno todo amarrotado e manchado de sangue! , porque, depois das aplicaes com as injees de corticide diretamente no olho, as hemorragias pioram muito. De modo que eu no sei do que os senhores esto falando...

    Carlos A. Baccelli

    COMO A NOSSA F? Certa vez, Chico Xavier chegou ao Centro Esprita e viu uma multido na porta. Ele perguntou:

    - O que estas pessoas querem?

  • - Eles vieram buscar passe. - respondeu um trabalhador da casa.Chico respondeu:

    - Eles no precisam de passe, precisam de "p".

    Os ensinamentos de Jesus pedem "p", ou seja, trabalho no campo do esprito: sacrifcio, renncia, esforo, fora de vontade, transformao moral, atitude ...

    Precisamos aprender a no olhar para Deus e Jesus somente com interesse de pedir-lhes algo. Deveramos nos desvincular da idia de que frequentando uma casa religiosa e realizando liturgias, rituais, dogmas e pagando o dzimo j estamos agradando Deus. Por pensar assim, sculos de evoluo foram perdidos. Pois, dentro da casa religiosa muitos seguem as exigncias dos religiosos e fora dela transgridem as leis de Deus por acharem que j cumpriram sua obrigao dentro dela. Se cada vez que sassemos de uma casa religiosa nos comprometssemos, com ns mesmos, a praticar uma boa ao naquela semana, em nosso favor e/ou a favor do prximo, j estaramos entendendo o propsito da vinda do Cristo Terra. Em nosso favor deixar de reclamar, cultivar bons pensamentos, boas palavras, boas atitudes, deixar de fazer comentrios maldosos e humilhantes de algum, perdoar ou relevar uma ofensa, diminuir ou eliminar o cigarro, a bebida alcolica, cuidar do corpo fsico, etc. E em favor do prximo significa fazer o bem a algum. Mas, infelizmente, muitas pessoas s buscam o centro esprita para solucionar problemas, para pedir algo, sendo que o Espiritismo explica a causa dos problemas, a necessidade da transformao moral, da prtica da caridade com o prximo e com ns mesmos, etc. Querem atacar as causas de suas dores e aflies ao invs de atacarem os efeitos. preciso agir na preveno. Enfim, busquemos Jesus para aprender seus ensinamentos para coloc-los em prtica onde estivermos. Porque Ele deixou bem claro que: a f sem obras morta, ou seja, acreditar Nele e no fazer o que Ele pediu intil. Ento perguntemos: "Como a nossa f?" "Com ou sem obras?" Pensemos nisso!

    Rudymara

    V COM DEUS

    Eram oito horas da manh de um sbado de maio. Chico levantara-se apressado. Dormira demais. Trabalhara muito na vspera, psicografando uma obra erudita de Emmanuel.No esperara a charrete. Fora mesmo a p para o escritrio da Fazenda.

  • No andava, voava, to velozmente caminhava.Ao passar defronte casa de D. Alice, esta o chama:- Chico, estou esperando-o desde as seis horas. Desejo-lhe uma explicao.- Estou muito atrasado, D. Alice. Logo na hora do almoo lhe atenderei.D. Alice fica triste e olha o irmo, que retomara os passos ligeiros a caminho do servio.Um pouco adiante, Emmanuel lhe diz:- Volte, Chico, atende irm Alice. Gastar apenas cinco minutos, que no iro prejudica-lo.Chico volta e atende.- Sabia que voc voltava, conheo seu corao.E pede-lhe explicao como tomar determinado remdio homeoptico que o carovelDr. Bezerra de Menezes lhe receitara, por intermdio do abnegado Mdium.Atendida, toda se alegra. E despedindo-se:- Obrigada, Chico. Deus lhe pague! V com Deus! Chico parte apressado. Quer recobrar os minutos perdidos.Quando andara uns cem metros, Emmanuel, sempre amoroso, lhe pede:- Pare um pouco e olhe para trs e veja o que est saindo dos lbios de D.Alice e caminhando para voc.Chico para e olha: uma massa branca de fludos luminosos sai da boca da irm atendida e encaminha-se para ele e entra-lhe no corpo...- Viu, Chico, o resultado que obtemos quando somos serviais, quandopossibilitamos a alegria crist aos nossos irmos?E concluiu: - Imagine se, ao invs de V COM DEUS, dissesse, magoada, "v com odiabo". Dos seus lbios estariam saindo coisas diferentes, como cinzas, ciscos, algo pior...E Chico, andando agora naturalmente, sem receio de perder o dia, sorri satisfeito com a lio recebida. Entendendo em tudo e por tudo o SERVIO DO SENHOR, refletindo nos menores gestos, com os nomes de Gentileza, Tolerncia, Afabilidade, Doura, Amor.

    Extrado do livro "Lindos Casos de Chico Xavier" de Ramiro Gama

    Caridade e Mudana de Vida

    Em 1928, um mendigo cego sofreu um acidente ao cair de um

  • viaduto, numa altura de quatro metros, e foi levado por algumas pessoas at o centro Luiz Gonzaga para que lhe dessem ajuda. Chico fez o que pde pelo pobre homem, ajudando-o noite (o perodo em que tinha tempo para isso). Apesar da assistncia dada pelo mdium, o acidentado precisava de cuidados durante o dia. Assim, Chico publicou uma nota no jornal semanal de Pedro Leopoldo pedindo ajuda, independentemente de serem catlicos, espritas ou ateus. Seis dias depois, surgiram no local duas conhecidas meretrizes da cidade, dizendo que tinham lido o pedido e estavam dispostas a ajudar. E o fizeram, ficando durante o dia com o enfermo e saindo quando Chico retornava. Antes de irem embora, oravam com ele. O cego ficou melhor depois de um ms e, quando Chico terminou uma orao de agradecimento, os quatro choraram, e uma das mulheres disse a ele que a prece havia modificado suas vidas. As duas estavam se mudando para Belo Horizonte para trabalhar. Uma foi trabalhar numa tinturaria, e a outra se tornou enfermeira.

  • gua da PazUma das histrias mais conhecidas a respeito de Chico a da gua da Paz. Dizem que era muito comum, antes de se iniciarem as sesses no centro esprita Luiz Gonzaga, ocorrerem algumas discusses a respeito de mediunidade, especialmente provocadas por pessoas pouco esclarecidas sobre o assunto. Essa situao comeou a provocar certa irritao em Chico, que tentava explicar o que acontecia, mas nem sempre era compreendido.Num dos momentos de irritao, sua me apareceu a ele mais uma vez e ensinou-lhe uma forma simples para acabar com essa situao. Para terminar suas inquietaes, ela falou, use a gua da Paz. Chico ficou contente com a soluo e comeou a procurar o medicamento nas farmcias de Pedro Leopoldo sem sucesso. Procurou em Belo Horizonte, e nada. Duas semanas depois, ele contou me que no estava encontrando a gua da Paz, ao que ela lhe disse: No precisa viajar para procurar. Voc pode conseguir o remdio em casa mesmo. Quando algum lhe provocar irritaes, pegue um copo de gua do pote, beba um pouco e conserve o resto na boca. No jogue fora nem engula. Enquanto durar a tentao de responder, deixe-a banhando a lngua. Esta a gua da paz. Chico entendeu o conselho, percebendo que havia recebido mais uma lio de humildade e silncio.

    Espritos Brincalhes

  • Um caso bem-humorado era contado pelo prprio Chico, envolvendo um estudioso da doutrina, de Uberlndia que tinha o hbito de abrir O Evangelho Segundo o Espiritismo para encontrar as orientaes adequadas, sempre que sentia necessidade uma prtica comum entre muitos espritas. Certo dia, quando se encontrava em sua chcara, uma tempestade violentssima desabou sobre a cidade, com muitos raios e relmpagos, assustando a todos. Um raio caiu bem prximo de onde ele e outras pessoas se encontravam, chegando a matar um gato. O homem reuniu os parentes, avisando que o pior no tinha acontecido graas proteo dos espritos, e pegou o Evangelho, abrindo-o numa pgina ao acaso. A mensagem que leu comeava assim: Se fosse um homem de bem, teria morrido... Foi o que bastou para que todos, apesar do clima de meditao, cassem na gargalhada. Diz-se que os prprios espritos providenciaram a brincadeira.

    Pagamento na Hora Certa

  • Quando Jos irmo de Chico que dirigia as sesses do centro morreu, Chico ficou com a tarefa de cuidar da famlia e, alm disso, tambm de uma dvida deixada pelo irmo referente a uma conta de luz, no valor de onze cruzeiros. Na poca, a quantia era elevada para Chico, cujo ordenado mal dava para as necessidades bsicas. Quando pensava em como faria para pagar a dvida, Emmanuel lhe disse para no se preocupar e esperar. Algumas horas depois, algum bateu porta. Chico atendeu e viu um senhor da roa que lhe disse ter sabido da morte de seu irmo Jos, e que estava ali para pagar uma dvida que tinha com ele, de uma bainha para faca que Jos havia feito para ele h tempos. O homem lhe deu um envelope e se foi. Quando Chico abriu, encontrou a quantia exata de onze cruzeiros.

    A horta educativa

  • Quando dona Cidalia reuniu os filhos menores de dona Maria Joo de Deus, observou que eles precisavam do grupo escolar. O senhor Joo Cndido Xavier, pai de numerosa famlia, foi consultado.

    Entretanto, a situao era difcil. 1918, a poca a que nos referimos, marcara a passagem da gripe espanhola.

    Tudo era crise, embarao... E o salrio, no fim do ms, dava escassamente para o necessrio.

    No havia dinheiro para cadernos, lpis e livros. A madrasta, alma generosa e amiga, chamou o enteado e lembrou:

    - Chico, vocs precisam ir escola. E como no h recurso para isso, vamos plantar uma horta.

    Adubaremos a terra, plantarei os legumes e voc far a venda na rua... Com o resultado, espero que tudo d certo...

    - A senhora pode contar comigo, - prometeu o menino.

    A horta foi plantada.

    Em algumas semanas, Chico j podia sair rua com o cesto de verduras.

    - Olhe a couve, a alface! Almeiro e repolho! E o povo comprava.

    Cada molho de couve ou cada repolho valia um tosto.

    Dona Cidalia guardava o produto financeiro num cofre.

    Em dezembro de 1918, j haviam ajuntado trinta e dois cruzeiros.

    Quando abriram o cofre, dona Cidalia, feliz, falou para o enteado:

    - Voc est vendo o valor do servio? Agora vocs j podem freqentar as aulas do grupo.

    E foi assim que, em janeiro de 1919, Chico Xavier comeou o ABC.

  • O Benzedor de Cobras

    Quando o Chico estava na Comunho Esprita Crist, certo casal de jovens fazendeiros aproximou-se dele em pblico, buscando orientao tal, que, de primeiro momento, nos pareceu infantil, mas trazendo-nos, ao contrrio, interessantes ensinamentos.

    - Procuramos o senhor, porque estamos apavorados. Em nossas terras, em Ituiutaba, existe grande quantidade de cobras cascavel. Meu pai j foi ofendido sete vezes! Por sorte, ele no morreu... Est agora hospitalizado, em estado grave. Por isso viemos aqui.

    Estimulado pela ateno que lhe era dispensada, prosseguiu:

    - Ser que no existe um jeito de espantar essas cobras? Ns j perdemos muitas reses e cavalos, picados por elas. L na fazenda, ns corremos srios riscos...

    O jovem, aguardando a resposta do mdium, mal sabia do espanto que nos causava tal solicitao, mas o Chico, mostrando entender com naturalidade o drama exposto, respondeu:

    - Coloquem nitrato de prata, aos montinhos, nos lugares mais comuns onde as cobras costumam aparecer. Isto, s vezes, d resultado. Mas se no adiantar...(vimos, ento, o mdium de Pedro Leopoldo aprumar-se, num gesto muito seu, sorridente, observando-nos surpresos) procurem um benzedor!

    - Algum pode no acreditar - continuou - mas eu, que sou do interior de Minas Gerais, conheo inmeros casos que deram bons resultados com a

  • benzedura. Vocs vo encontrar algum - asseverou - Levem-no fazenda. Mesmo se ele cobrar, paguem o que ele pedir. Quando ele fizer suas oraes, as cobras iro embora.

    Como que isso pode acontecer? pergunta algum.

    - O benzedor, naturalmente mdium de fluidos materializantes. E, quando ele fizer suas oraes, os espritos que cuidam da Natureza utilizaro esses fluidos, tocando as cobras dali para uma regio de menos perigo.

    Percebendo, talvez, que desejariam pedir-lhe que fosse fazer tais oraes na fazenda, antecipou bem humorado:

    - Mas se o Chico Xavier for l, no adiantar nada: elas no iro embora... A minha tarefa com os livros!

    Jos Silvrio Horta - Chico Xavier Pai Nosso, que ests nos Cus

    Na luz dos sis infinitos,Pai de todos os aflitos

    Neste mundo de escarcus.Santificado, Senhor,

    Seja o Teu nome sublime,Que em todo Universo exprime

    Concrdia, ternura e amor.

    Venha ao nosso corao,O teu reino de bondade,

    De paz e de claridadeNa estrada redeno.

    Cumpre-se o teu mandamentoQue no vacila e nem erra.

    Nos Cus, como em toda a TerraDe luta e de sofrimento.

    Evita-nos todo o mal,D-nos o po no caminho,

    Feito de luz, no carinho

  • Do po espiritual.

    Perdoa-nos, meu Senhor,Os dbitos tenebrosos,

    De passados escabrosos,De iniqidade e de dor.Auxilia-nos tambm,

    Nos sentimentos cristos,A amar aos nossos irmosQue vivem longe do bem.

    Com a proteo de JesusLivra a nossa alma do erro,Neste mundo de desterro,

    Distante da vossa luz.Que a nossa ideal igreja,Seja o altar da Caridade,Onde se faa a vontade

    Do vosso amor ... Assim seja.

    Mensagem recebida pelo mdium Francisco Cndido Xavier, ditada pelo

    EspritoMonsenhor Jos Silvrio Horta, constante do livro "Parnaso de Alm-Tmulo,(12 Ed. - FEB).

    O VENTO - Chico Xavier

    Certa vez, uma senhora foi at Uberaba e l, diante do Chico, comeou a se queixar de que no conseguia nada do que precisava, mesmo trabalhando na Doutrina e orando dia e noite.

    Ao ouvir suas queixas, Chico lhe disse:

    - Quando a gente tem f, quando confia, eles ajudam, minha filha!Uma vez, em Pedro Leopoldo , eu ensinava catecismo s crianas, mas, um dia, me proibiram.

    Eu ensinava catecismo para quarenta crianas... e fui proibido porque me tornara esprita. Fiquei em casa.

    Mas as crianas queriam o tio Chico...

    Ento as famlias levaram as crianas l em casa.

    E eu fiquei com muita pena, porque na igreja elas tinham lanche. J eram duas horas e eu s tinha gua e uns pedacinhos de po em casa.

    Eram quarenta crianas... Como eu iria alimentar aquelas crianas?

  • Eu fiz uma prece e pedi a Deus que me ajudasse, porque elas no podiam ficar sem comer.

    Como que eu iria fazer?

    Estvamos embaixo de uma rvore.

    E, ento, um vento muito estranho comeou a balanar as folhas da rvore.

    O vento uivava entre os galhos daquela rvore.

    Uma vizinha saiu e perguntou:

    Chico, que isso? Que barulho esse?

    O vento...

    O vento?!... E essas crianas a?

    Catecismo!...

    Voc no deu nada para elas comerem?

    No tenho!...

    Oh, Chico! Eu tenho, aqui, bolo e po.

    E a outra vizinha do lado tambm apareceu e perguntou:

    O que foi isso, Chico? Que vento foi esse?

    O vento...

    E essas crianas a?

    O catecismo...

    E assim, doze famlias se reuniram e passaram a oferecer o alimento, o lanche daquelas crianas, por causa do vento.

    Do livro: Minuto com Chico Xavier.

    Observao: Chico pediu ajuda Deus, e Ele no veio trazer lanche para as crianas, mas achou um meio de chamar a ateno das pessoas para que elas ajudassem o Chico. Assim acontece conosco. Em todos os momentos estamos sendo chamados para ajudar algum ou algum lugar. Mas no nos importamos.

  • Geralmente s lembramos de nossos pedidos a Ele. Esquecemos que Ele tambm est pedindo algo para ns, todos os dias.

    CHICO XAVIER NO FOI KARDEC afirma J. Raul Teixeira

    Porque que h tanto mistrio em torno de Allan Kardec? Nas Obras Pstumas, que no faz parte da codificao, diz que ele voltaria para completar a sua obra. Uns dizem que o Allan Kardec poderia ter sido o Chico, outros dizem que podia ser o Divaldo Franco porque tem todo o perfil de educador, outros dizem que podia ser o Raul, outros dizem que ele est no mundo espiritual, se est porque que ele no se comunica, se ele se comunica, se usa pseudnimos ou no usa, porqu tanto mistrio quando as coisas so to simples?

    J. Raul Teixeira Existem nessas suas abordagens algumas questes equivocadas. H muitos anos, Chico Xavier disse-me, pessoalmente, numa conversa que tivemos em Uberaba, que a mensagem mais autntica de Allan Kardec que ele tinha lido, tinha sido recebida pela mdium brasileira D. Zilda Gama, professora, que se achava num livro chamado Dirio dos Invisveis. Eu procurei esse livro, que est esgotado, encontrei-o e estava l a mensagem de Allan Kardec. Depois disso, ns tivemos uma mensagem de Allan Kardec recebida por vrios mdiuns na Frana, no Brasil. Como que ns podemos dizer que o Chico Xavier Allan Kardec se ele dizia que a D. Zilda Gama recebera a mais autntica mensagem? Se enquanto Chico estava encarnado outros mdiuns receberam mensagens de Allan Kardec? O Reformador publicou essas mensagens. Ento, no que ns queiramos fazer complexidade, que as pessoas ficam tirando proveito da ignorncia alheia. Quanto menos o povo sabe, eu posso dizer as minhas tolices. Agora as pessoas dizem isso, alegam que era por ele ser humilde; ento ele enganou-me, porque podia ser humilde e no dizer nada. Mas se ele me disse aquela mensagem, ele era merecedor de crdito, eu no podia duvidar do que falava. Se ele diz a outras pessoas a mesma coisa, ele no podia estar a fingir, seno eu perco o crdito que eu dava mediunidade de Chico Xavier e ao homem que ele era. De modo que no existe confuso, existem exploradores. O Chico estando desencarnado, toda a gente fala dele o que bem entende, o que bem deseja, e ele no est a para defender-se, de modo que ns, os espritas que temos de ter bom-senso, e bom-senso e gua fluidificada no nos fazem mal jamais. Eu no posso acreditar em tudo o que dizem, eu tenho que ver aquilo que tem senso, que tem nexo, e se Allan Kardec estivesse aqui reencarnado, qual seria a vantagem disso para ns? O nosso problema viver o Espiritismo e no Allan Kardec. Porque tambm j dizem que Jesus Cristo est aqui reencarnado, e no Brasil h um que diz ser Jesus Cristo.

  • Entrevista concedida pelo Dr. Jos Raul Teixeira ao Jornal de Espiritismo, da ADEP, Portugal, no 6 Congresso Esprita Mundial, Valncia, Espanha, Outubro 2010)

    CHICO XAVIER FALA SOBRE AS DROGAS

    Eu no sei como as autoridades competentes no resolvem o problema das drogas, que, em ltima anlise, diz respeito a todos... Quem que no tem hoje, prximo ou distante, um parente envolvido com elas?! Tenho escutado muitos pais, muitas mes, muitos avs... Nos Estados Unidos, as drogas praticamente esto comprometendo uma gerao. Devemos combater, com veemncia, este problema: nas escolas, nos ambientes de trabalho e, sobretudo, nos lares... No podemos assistir, impassveis, aos nossos jovens sendo vtimas de traficantes. A propaganda contra as drogas ainda muito tmida. De meia em meia hora, a Televiso deveria combater o problema, o rdio, o jornal... Os livros escolares deveriam, no processo de alfabetizao, j comear esclarecendo a criana contra o perigo das drogas um vrus que tem matado mais gente que os agentes virticos mais violentes. A propaganda contra o uso de drogas tem que ser macia nos intervalos dos shows, nas partidas de futebol, nas missas, nas reunies espirituais...

  • CHICO XAVIER FALA SOBRE OBSESSO EM CRIANAS

    "J PRESENCIEI ALGUNS CASOS DE OBSESSO COM CRIANAS, MAS MUITO RARAMENTE ACONTECEM. NO PERODO DA INFNCIA, O ESPRITO CONTA COM A PROTEO NATURAL

  • QUE O IMUNIZA CONTRA ATAQUES DE SEUS DESAFETOS DESENCARNADOS. MAS, QUANDO O DIO MUITO ENTRANHADO, QUANDO O COMPROMISSO RECENTE, O ESPRITO OBSESSOR SE MOSTRA IMPLACVEL. ENQUANTO NO CONSEGUE OS SEUS OBJETIVOS DE VINGANA, ELE NO ABANDONA A VTIMA. POR ESTE MOTIVO, VEMOS CRIANAS MORREREM BARBARAMENTE OU, AINDA, SEREM ALVO DE SEQUESTROS, ESTUPROS, PANCADARIA POR PARTE DOS PAIS, COM SEQUELAS CEREBRAIS IRREVERSVEIS.

    Esta observao de Chico Xavier nos faz pensar que a criana, que julgamos inocente, nada mais que um esprito encarnado que traz uma histria de outra encarnao que pode ser de maldade, de abusos, de trapaas, vcios e outras mazelas. apenas um esprito velho em um corpo novo. Aquele que foi lesado por este esprito poder ter se tornado um obsessor que o acompanha buscando vingana. Quando no consegue atingi-lo diretamente, poder influenciar os que convivem com ele para atingi-lo.

    "OS ESPRITOS OBSESSORES, MUITOS DELES, SO ALTAMENTE TREINADOS NA TCNICA DE HIPNOTIZAR: QUASE SEMPRE ELES HIPNOTIZAM AS SUAS VTIMAS QUANDO ELAS SE RETIRAM DO CORPO NO MOMENTO DO SONO. POR ESTE MOTIVO, MUITA GENTE ACORDA MAL-HUMORADA E VIOLENTA. SE SOUBSSEMOS O QUE NOS ESPERA NO ALM, NO DORMIRAMOS SEM RECORRER AOS BENEFCIOS DA PRECE. OS ESPRITOS QUE SO NOSSOS DESAFETOS NOS ESPREITAM; SE NO TIVERMOS DEFESA, ELES FARO CONOSCO O QUE BEM ENTENDEREM. H OBSESSES TERRVEIS QUE SO PROGRAMADOS DURANTE O SONO; TODA NOITE UMA SESSO DE HIPNOSE. DE REPENTE, UMA AGRESSO VIOLENTA DENTRO DE CASA, UM CRIME INEXPLICVEL.

    Esta outra observao de Chico Xavier nos mostra que, todos ns estamos sujeitos a este assdio. No sabemos quem fomos ou quem foram nossos entes queridos. No sabemos se fizemos um inimigo no passado que hoje nos assedia ou assediar. Sabemos apenas que todos temos dbitos contrados nesta ou em outra encarnao e que teremos que reparar. Ningum que encarna neste planeta inocente. Portanto, no julguemos as atitudes alheias. Desconhecemos o que pode ter acontecido com aquela pessoa para que ela tenha cometido aquele ato. No sabemos se ns ou um dos nossos cometeremos algo igual ou parecido. Aprendemos que os obsessores s conseguem nos influenciar atravs de nossas falhas morais ou nossa invigilncia. E, como ainda somos espritos imperfeitos, falveis e muitas vezes invigilantes, no atiremos pedra no telhado dos outros porque o nosso de vidro.

    ANIMAL NO PLANO ESPIRITUAL

  • No livro "Testemunhos de Chico Xavier", de Suely Caldas Schubert, FEB, tem o seguinte depoimento de Chico:

    "Em 1939, o meu irmo Jos deixou-me um desses amigos fiis (um co). Chamava-se Lorde e fez-se meu companheiro... Em 1945, depois de longa enfermidade, veio a falecer. Mas, no ltimo instante, vi o Esprito de meu irmo aproximar-se e arrebat-lo ao corpo inerte e, durante alguns meses, quando o Jos, em Esprito, vinha ter comigo, era sempre acompanhado por ele... A vida

    uma luz que se alarga para todos..."

  • O EVANGELHO EST ULTRAPASSADO?

    Chico Xavier disse que Emmanuel contou que de vez em quando ele vai ao plano espiritual assistir cursos de Evangelho e l ele se sente pequeno. Por que? Porque o Evangelho est h pelo menos 20 bilhes de anos a nossa frente. Nosso olhar hoje para o Evangelho um. Daqui um milho de anos ser outro e assim por diante.

    Um companheiro esprita, certa vez, disse Chico Xavier:

    - Chico, o Evangelho est ultrapassado.

    Chico respondeu:

    - Emmanuel est aqui e pede para dizer a vocs

  • que o Evangelho s vai ficar ultrapassado o dia em que toda a humanidade coloc-lo em prtica.

    CHICO XAVIER RECUSA DOAO DE DINHEIRO

  • Quando Frederico Figner (1866 1947), direto da Federao Esprita Brasileira, desencarnou, deixou para Chico Xavier , em testamento, um valor que aplicado lhe garantiria rendimento suficiente para deixar de trabalhar, a fim de dedicar-se exclusivamente prtica medinica.

    Ao ter notcia da concesso, o mdium, surpreso, comentou:

    - Senhor! O que ser que esse dinheiro quer fazer comigo?

    E recusou a doao, assim como muitas outras ao longo de seu apostolado.

    Tentou devolve-la s filhas de Figner. Estas se recusaram a receber, alegando cumprir o desejo do pai.

    Chico resolveu o assunto, encaminhando o dinheiro ao departamento editorial da Federao Esprita Brasileira, a ser utilizado para divulgao do livro esprita.

  • Histrias de Chico Xavier que nos ensinam

    Narrou-nos, certa vez, Sr. Euclides, um grande amigo e fiel trabalhador do Espiritismo, diante de seus mais de noventa anos, uma histria que muito nos comoveu. Trata-se do casamento de um sobrinho seu, de uma cidade do interior de Minas Gerais. Ele, esprita, atuante, orador...

    Ela, catlica, atuante, evangelizadora. Fizeram um acordo: nenhum imporia a sua religiosidade ao outro nem impediria as realizaes das tarefas de que deveriam se desincumbir.

    E assim se deu, em perfeito respeito mtuo. Chegavam as datas religiosas catlicas. Ela pedia para ir at Aparecida e ele a levava fraternalmente, sem nenhum constrangimento.

    Sentia ele vontade de visitar os trabalhos de Chico Xavier, em Uberaba; ela o acompanhava sem nenhum questionamento. E foi em uma dessas visitas, quando estavam na periferia da cidade participando do trabalho de assistncia social, que o mdium mineiro ali realizava h anos, junto das famlias mais carentes, levando o agasalho, o alimento e, algumas vezes, alguma ajuda monetria, que se deu o fato que ele nos contou.

    No final da tarde, quando se aproximava a hora de partirem, o marido esprita se surpreendeu ao ver sua esposa, catlica e pregadora, conversando tranquilamente com Chico. Assim que ela voltou daquele encontro, ele perguntou sobre o que falavam. Ela, pedagoga, estudiosa e sempre interessada em aprender mais, disse ter-se aproximado do mdium para perguntar como podiam trabalhar daquela forma, com tanta gente, mais de quinhentas pessoas, fora os que vinham de fora s para conhecer o trabalho? Como era feita a organizao naquele espao simples, num terreno baldio, a cu aberto? Como mantinham aquelas pessoas ali?

    Chico respondeu:

  • Ns no organizamos nada, minha irm, a fome, a necessidade quem organiza tudo.

    E, ento, ela voltou a questionar:

    E essa moedinha que vejo voc tirar do bolso do palet, para dar a alguns mais pobres, de que adianta isso?

    E ouviu do dedicado servidor:

    o amor, minha irm. Aqui eles sabem que so amados. No dar as costas queles que nos pedem uma ddiva dos ensinos de nosso Senhor.

    Ento, Euclides, emocionado, voltou os olhos para longe, como quem recorda um passado de luz e nos diz, num tom de exclamao, para concluir aquele caso: Hoje ela uma pregadora esprita.

    ( Jornal O Imortal - JOS ANTNIO V. DE PAULA)

    O NATAL DE CHICO XAVIER

    A distribuio natalina que Chico Xavier promove, juntamente com diversos amigos, h vrios anos, desde os tempos de Pedro Leopoldo, tem inspirado diversos grupos espritas de todo o Brasil. As chamadas "reparties" de Natal constituem hoje o carto de apresentao do trabalho assistencial desenvolvido pelos espritas.

    No ms de Dezembro, jamantas carregadas de viveres, bolas, bonecas, roupas, doces, enxovais para recm-natos, etc., chegam a Uberaba, procedentes de So Paulo, para a grande festa da fraternidade.

    Cerca de 4.000 pessoas, entre adultos e crianas, so beneficiadas pela distribuio sem

  • que haja qualquer tumulto ou acontecimento deprimente.

    O prprio Chico fazia questo de entregar simbolicamente, algum dinheiro aos irmos que tm, igualmente, as suas mos osculadas por ele.

    Mas quem imagina que o Natal de Chico Xavier se restringe a essa grande distribuio que muitos interpretam erroneamente, esto equivocados.

    Na vspera de Natal, na noite do dia 24, sem que ningum o veja, Chico sai com reduzido nmero de amigos para visitar aqueles que nem sequer podem se locomover de seus barracos ...

    Acobertado pelo manto da noite, percorre vrios bairros carentes de Uberaba, visitando pessoalmente, em nome de Jesus, os doentes, as vivas, os filhos do infortnio oculto ...

    Alm de levar algum presente para cada um, Chico conta casos, sorri com eles, lembra a sua infncia, toma caf e, depois de orar, segue em frente ...

    Poucas pessoas sabem que Chico passa o Natal peregrinando. Enquanto muitos se renem em torno da mesa faustosa, sem qualquer crtica a eles, ou a ns, esse verdadeiro apstolo de Jesus na Terra caminha quase solitrio, levando um pouco de alegria aos lares e aos coraes dos que enfrentam rudes provas.

    Para muitos, Chico um verdadeiro pai. Ainda h pouco tempo, uma senhora j bastante velhinha nos disse:

    - O so Chico tem sido nem sei o que pra mim ... Deus que vai abeno ele pro resto da vida... Quando o meu marido morreu, mandei avis ele ... Nis num tinha dinheiro nem pro enterro ... Ele feiz tudo e mand me dize que vai me interr tumm ...

    Chico no s o mdium missionrio que conhecemos, cuja produo medinica no encontra similar no mundo inteiro, seja em volume ou em variedade de temas de incontestvel qualidade; ele reconhece que no basta estar empunhando lpis ou falando aqui e acol ou tendo o seu nome nas pginas dos jornais... Na simplicidade de suas atitudes est a grandeza do seu Esprito.

    Se a vida de Chico nas pginas abertas bonita, nas pginas que ningum conhece, naquelas que s o Senhor pode ler, ela muito mais, porquanto o seu amor pelo Cristo algo que transcende, se perdendo na noite insondvel dos sculos ...

    O Natal de Chico Xavier assim ...

    Do livro CHICO XAVIER mediunidade e corao, de CARLOS ANTNIO BACCELLI

    Meu amigo, no te esqueas,

    Pelo Natal de Jesus,

  • De cultivar na lembrana

    A paz, a verdade e a luz.

    No esquea a orao

    Cheia de f e de amor,

    Por quem passa, sobre a Terra,

    Encarcerado na dor.

    Vai buscar o pobrezinho

    E o triste que nada tem . . .

    O infeliz que passa ao longe

    Sem o afeto de ningum.

    Consola as mes sofredoras

    E alegra o rfo que cai

    Pelas estradas do mundo

    Sem os carinhos de um pai.

    Mas escuta: No te esqueas,

    Na doce revelao,

    Que Jesus deve nascer

    No altar do teu corao.

    (Do livro Antologia Medinica do Natal pelo esprito Casimiro Cunha pelo mdium Chico Xavier)

  • Conversando com o Chico

    Pergunta: Chico, ante as lutas que surgiram ao longo do tempo, algumas vez chegou a pensar em viver a sua prpria vida, deixando a mediunidade?

    Resposta: No princpio das tarefas, estranhei a disciplina a que devia submeter-me. Fiquei triste ao imaginar que eu era uma pessoa rebelde e, nesse estado de quase depresso, certa feita me vi, fora do corpo, observando um burro teimoso puxando uma carroa que transportava muitos documentos. Notei que o animal, embora trabalhando, fitava com inveja os companheiros da sua espcie que corriam livremente no pasto, mas viu igualmente que muitos deles entravam em conflitos, dos quais se retiravam com pisaduras sanguinolentas. O burro comeou a refletir que a vida livre no era to desejada como

  • supusera, de comeo. A viagem da carroa seguia regularmente, quando ele se reconheceu amparado por diversas pessoas que lhe ofereciam alfafa e gua potvel. Finda a viso-ensinamento, coloquei-me na posio do animal e compreendi que, para mim, era muito melhor estar sob freios disciplinares, do que ser livre no pasto da vida, para escoicear companheiros ou ser por eles escoiceado.

    Anurio Esprita (1988)

    UM CONTO DE CHICO XAVIER

    Conta o mdium Divaldo em uma de suas palestras, um belo caso de Francisco Xavier:

    "Chico Xavier tinha o hbito de visitar famlias que moravam sob uma velha ponte. Um dia esta ponte ruiu deixando aquelas famlias ainda em piores condies. Chico Xavier, sua irm Lusa e alguns amigos da cidade de Pedro Leopoldo se reuniram, a fim de conseguir vveres para serem doados quelas famlias. Os colaboradores, todos muito pobres, com salrios deficientes mas com muita boa vontade, coletavam os excedentes de legumes e verduras das feiras para distriburem, anonimamente, no Sbado, noite, aos necessitados da ponte.

    Houve um dia, porm, em que ele, Lusa e seus auxiliares no tinham absolutamente nada. Ficaram preocupados, porque aquela gente estava faminta.

    Apareceu-lhe Dr. Bezerra de Menezes e disse-lhe:

    coloque algumas bilhas d'gua, pois vamos magnetiz-las e voc distribuir essa gua s famlias da ponte. Ao menos voc levar alguma coisa. E usando o seu ectoplasma, o de Chico Xavier e das pessoas, a gua adquiriu suave odor.

  • Ento, depois da reunio convencional do Sbado, eles se dirigiram para a ponte. Quando l chegaram haviam umas duzentas pessoas entre carentes e doentes.

    No tinham como expressar a sua angstia, o seu constrangimento por no terem nada para lhes oferecer, a no ser a gua magnetizada que levavam.

    O povo no entendeu o que gua magnetizada e no sabe da sua importncia . . .

    Chico Xavier subiu numa parte da ponte e com muito carinho falou quelas pessoas:

    Meus irmos, hoje no tenho nada para lhes oferecer.

    As pessoas ficaram de mau humor, porque acostumaram-se que sempre lhes eram oferecidos donativos e alimentos. No aceitaram o fato de Chico Xavier estar de mos vazias, no tendo nada para lhes oferecer.

    Foram desrespeitosos e Chico Xavier comeou a chorar.

    De repente uma mulher se levantou e falou:

    Alto l, esse homem e essas mulheres vm sempre aqui nos ajudar. Hoje eles no tem nada para nos oferecer e cabe-nos dar-lhes a nossa alegria. Vamos cantar!

    Enquanto ela estava falando, chegou um caminho e o motorista gritou do outro lado da estrada:

    Quem Chico Xavier?

    O nosso Chico foi at l e o motorista o interrogou:

    Chico, voc se lembra do Dr. . . .

    E declinou-lhe o nome. Era um casal que havia perdido o filho e Chico compareceu-se muito da sua dor. Numa das suas reunies o filho desencarnado veio acompanhado por Dr. Bezerra e deu-lhe uma bonita mensagem.

    Um dia Chico, eu hei de retribuir-lhe de alguma forma - disse-lhe o pai comovido.

    E o homem ficou muito grato, tambm, a Dr. Bezerra de Menezes.

    Eu estou trazendo esse caminho de alimentos - continuou o motorista - mandado pelo Dr. . . . que me deu o endereo l do Centro Esprita. Tive um problema na estrada e me atrasei. Quando passei na porta do Centro estava tudo fechado e apareceu-me ento um senhor de idade, de barba branca e perguntou-me: "O que voc deseja meu filho?" Eu respondi-lhe que estava procurando pelo senhor Chico Xavier. Ele ento orientou-me, dizendo: "Siga em frente, ande por essa estrada at uma ponte cada, chegando l, chame por Chico Xavier e diga-lhe que fui eu quem lhe mandou."Ento perguntei-lhe: "Quem o senhor?" E ele respondeu: "Sou Bezerra de

  • Menezes".

    Chico muito contente exclamou, olhando para o povo:

    - Gente, chegou!

  • CHICO E A IGREJA

    Contou-nos o Prof. Lauro Pastor, residente em Campinas, amigo de Chico Xavier desde Pedro Leopoldo, que, certa vez, ao visit-lo, caminhando em sua companhia pelas ruas da cidade, se depararam com uma procisso... A igreja-matriz de Pedro Leopoldo ficava, como fica, na mesma rua onde se ergueu o Centro Esprita Luiz Gonzaga; poca, os catlicos organizavam algumas procisses ditas de desagravo contra os espritas...

    Observando que a procisso, com diversos acompanhantes e andores, se aproximava, o Prof. Lauro sugeriu a Chico que apressassem o passo, pois, caso contrrio, no poderiam depois atravessar a rua a menos que cortassem a procisso pelo meio, o que seria uma afronta.

    Pedindo ao amigo que no se preocupasse, Chico parou na esquina e, enquanto a procisso seguia o seu roteiro, manteve-se o tempo todo em atitude de respeito e de orao, ainda convidando o amigo para que ambos se descobrissem, ou seja, tirassem o chapu sim, porquanto, naqueles idos de 1950, Chico tambm usava chapu.

    O Prof. Lauro, disse-nos que nunca mais pde esquecer aquela lio de tolerncia religiosa que lhe foi dada por Chico, enfatizando ainda que foi dessa maneira que, aos poucos, o mdium venceu a resistncia de seus opositores da Doutrina.

    A narrativa do Prof. Lauro, me fez recordar um outro episdio digno de nota. Minha av materna, Dona Rola, como era carinhosamente conhecida por todos, havia desencarnado. Chico compareceu ao enterro conduzido por um txi. Quando o fretro parou na igreja de So Benedito, para que, segundo a tradio catlica, o vigrio lhe encomendasse a alma, Chico apeou e ... entrou na igreja. Eu, neto, esprita convicto, que estava l fora, sem querer entrar, at um tanto constrangido com aquela situao, no tive outra alternativa afinal, como ser mais realista do que o rei, no ?...

    Exemplos de Chico Xavier que, nem sempre, em nossa atual condio evolutiva, temos assimilado; fazemos da religio uma paixo clubstica,

  • sem atinarmos que Jesus no hesitava, inclusive, de comparecer s sinagogas dos judeus, sem significar, todavia, que lhes endossasse a ritualstica em que, a pretexto de longas oraes, devoravam as casas das vivas...

    A Flama Esprita - Uberaba, Agosto de 2000

    CHICO XAVIER E O AMOR AOS ANIMAIS

    De quando em vez, Chico nos fala dos animais. Ficamos admirados do seu amor por tudo que se refira Natureza, crescendo sempre mais o nosso respeito por esse esprito de escol...

    Sem dvida, preciso ter-se uma sensibilidade muito grande para "dialogar" com os animais, sim, pois Chico "conversa" com os seus gatos, com o seu cachorro "Pretinho", com o seu coelho...

    Talvez muita gente v pensar que estar envolvido com animais falta de tempo, ou at mesmo desequilbrio, mas no h o que estranhar, porque esses quase certo que no amem nem os semelhantes...

    H algum tempo um confrade, veterinrio, nos contou que Chico chorou feito criana abraado a um gatinho de estimao que morrera envenenado.

    Foi o prprio Chico que nos contou o que se segue. A sua casa era freqentada por um gato selvagem que no deixava ningum se aproximar... Todos os dias o Chico colocava num pires alguma alimentao para ele. Numa noite, quando retornava de uma das reunies, um amigo avisou que o gato estava morrendo estendido no quintal. Babava muito, mas ainda mantinha a cabea firme em atitude de defesa contra quem se aproximasse. O Chico ficou bastante penalizado, pensando que ele poderia estar envenenado. O amigo explicou que horas antes o vira

  • brincando com uma aranha e que, provavelmente, ele a engolira. E sugeriu que o Chico transmitisse um passe no felino...

    O gato, apesar de agonizante, estava agressivo. Ficando meia distncia, o nosso querido amigo comeou a conversar com ele...

    - Olha - falou o Chico - voc esta morrendo. O nosso amigo pediu um passe e eu, com a permisso de Jesus, vou transmitir... Mas voc tem que colaborar, pois est muito doente... Em nome de Jesus, voc fique calmo e abaixe a cabea, porque quando a gente fala no nome do Senhor preciso muito respeito...

    O gato teve, ento, uma reao surpreendente. Esticou-se todo no cho, permaneceu quieto at que o Chico terminasse o passe...

    Depois, tomando-o no colo, esse admirvel medianeiro do Senhor pediu que se trouxesse leite e, com um conta-gotas, colocou o alimento na sua boca...

    O gato tornou-se um grande amigo e ganhou at nome.

    Carlos A, Baccelli no livro Chico Xavier mediunidade e corao.

    QUEM DERA QUE VOC FOSSE O CHICO

    Numa livraria de Belo Horizonte, servia um irmo que, pelo hbito de ouvir constantes elogios ao Chico Xavier, tomou-se de admirao pelo Mdium. Leu, pois, com interesse, todos os livros de Emmanuel, Andr Luiz, Nio Lcio, Irmo X e desejou, insistentemente, conhecer o psicgrafo de Pedro Leopoldo. E aos fregueses pedia, de quando em quando:

    - Faam-me o grande favor de me apresentar o Chico, logo aqui aparea.

    Numa tarde, quando o Alosio, - pois assim se chamava o empregado -

  • reiterava a algum o pedido, o Chico entra na Livraria. Todos os presentes, menos o Alosio, se surpreendem e se alegram. Abraam o Mdium, indagam-lhe as novidades recebidas. E depois, um deles se dirige ao Alosio:

    - Voc no desejava ansiosamente conhecer o nosso Chico?

    - Sim, ando atrs desse momento de felicidade....

    - Pois aqui o tem.

    Alosio o examina; v-o to sobriamente vestido, to simples, to decepcionante. E correspondendo ao abrao do admirado psicgrafo, com ar de quem falava uma verdade e no era nenhum tolo, para acreditar em tamanho absurdo:

    - Quem dera que voc fosse o Chico, quem dera!...

    E Chico, compreendendo que Alosio no pudera acreditar que fosse ele o Chico pela maneira como se apresentava, responde-lhe, candidamente:

    - mesmo, quem me dera...

    E, despedindo-se, partiu com simplicidade e bonomia, deixando no ambiente uma lio, uma grande lio, que ira depois ser melhormente traduzida por todos, e, muito especialmente, pelo Alosio . . .

    Casos extrados do livro "Lindos Casos de Chico Xavier" - Ramiro Gama - 17 ed. So Paulo, Lake 1995

  • BATI NA PORTA

    Muita gente procurava Chico em seu emprego e isto comeou a causar-lhe problemas.

    Certa vez uma senhora, em adiantado estado de perturbao, foi procur-lo. O chefe no queria que ele atendesse ningum em seu ambiente de trabalho, ento, foi dito senhora que o Chico estava em casa. Para l se dirigiu ela, sendo informada que o Chico estava trabalhando. Voltou, novamente, ao emprego e disseram que o nosso amigo sara, a servio.

    Ela resmungou qualquer palavro e se foi.

    noite, quando as portas do Centro se abriram, ela avanou sobre ele e deu-lhe inmeros bofetes no rosto.

    Quando acabou de desabafar, atravs da agresso, falou com voz nervosa e trmula:

    - Est pensando que tenho tempo para andar atrs de voc para cima e para baixo? E, agora, j para aquela sala que voc vai me dar um passe, cachorro.

    A senhora sentou-se numa cadeira e ficou esperando.

    O Chico comeou a pensar:

    Senhor Jesus, para se transmitir um passe precisamos estar calmos, com o corao voltado para o amor ao prximo. O Senhor sabe todas as coisas e sabe que no estou com raiva dela, mas ela me deixou num estado meio diferente. Ajude-me, Senhor.

    Ento, o esprito de Emmanuel lhe aparece e diz:

    - Para ajud-la preciso alcanar-lhe o corao. Converse com ela.

    E o Chico, falou para a irm em sofrimento:

    - Minha irm, a senhora me perdoe ser uma pessoa to ocupada. No pude atend-la em meu emprego porque meu chefe no permite. A senhora compreende, estou ali para servir porque tenho muitos irmos para ajudar.

    Foi conversando... conversando, e a mulher se acalmando, para, em seguida, comear a chorar. O Chico, ento, transmitiu-lhe o passe e ela foi devolvida razo.

  • Depois de sua sada, o mdium perguntou ao esprito de Emmanuel:

    - Emmanuel, eu no estou com a razo?

    A resposta foi esta jia da caridade crist:

    - Voc est com a razo, mas ela est com a necessidade.

    No outro dia, quando o Chico chegou ao servio, estava com o rosto todo inchado. Seu chefe indagou o que ocorrera. E ele respondeu:

    - Bati na porta.

    Ele, ento, olhou-o por sobre os culos e perguntou, novamente:

    - Mas, dos dois lados?

    Do livro: Chico, de Francisco.

    Evoluo Lenta

    Em 1952, quando o Chico psicografava o livro Ave Cristo, certa noite visitou-o um esprito que viveu na poca de Moiss.

    Tentou conversar com o Chico mentalmente, mas o

  • Chico olhou para Emmanuel e lhe disse:

    - No entendi nada do que ele quis me dizer.

    Ento o bondoso guia explicou-lhe:

    - Ele est dizendo que no vem Terra aproximadamente h 4.000 anos. Que achou as construes um pouco diferentes, mas que a evoluo moral foi muito pequena.

    Livro: Momentos com Chico Xavier - Adelino da Silveira

  • CHICO XAVIER FALA DA EUTANSIA

    Chico visitou durante muitos anos um jovem que tinha o corpo totalmente deformado e que morava num barraco beira de uma mata. O estado de alienado mental era completo. A me deste jovem era tambm muito doente e o Chico a ajudava a banh-lo, aliment-lo e a fazer a limpeza do pequeno cmodo em que morava.

    O quadro era to estarrecedor que, numa de suas visitas em que um grupo de pessoas o acompanhava, um mdico perguntou ao Chico:

    - Nem mesmo neste caso a eutansia seria perdovel?Chico respondeu:

    - No creio doutor. Esse nosso irmo, em sua ltima encarnao, tinha muito poder. Perseguiu, prejudicou e com torturas desumanas tirou a vida de muitas pessoas. Algumas o perdoaram, outras no e o perseguiram durante toda sua vida. Aguardaram o seu desencarne e, assim que ele deixou o corpo, eles o agarraram e o torturaram de todas as maneiras durante muitos anos. Este corpo disforme e mutilado representa uma bno para ele. Foi o nico jeito que a providncia divina encontrou para escond-lo de seus

  • inimigos. Quando mais tempo agentar, melhor ser. Com o passar dos anos, muitos de seus inimigos o tero perdoado. Outros tero reencarnado. Aplicar a eutansia seria devolv-lo s mos de seus inimigos para que continuassem a tortur-lo.

    - E como resgatar ele seus crimes? Perguntou o mdico.- O irmo X costumava dizer que Deus usa o tempo e no a

    violncia.

    CHICO XAVIER FALA SOBRE DOAO DE RGOS

    Alguns espritas recusam-se a autorizar, em vida, a doao de seus prprios rgos aps o desencarne, alegando que Chico Xavier no era favorvel aos transplantes. Isso no verdade! preciso esclarecer que Chico Xavier quando afirmou "a minha mediunidade, a minha vida, dediquei minha famlia, aos meus amigos, ao povo. A minha morte minha. Eu tenho este direito. Ningum pode mexer em meu corpo; ele deve ir para a me Terra", fez porque quando ainda encarnado Chico recebeu vrias propostas (inoportunas) para que seu crebro fosse estudado aps sua desencarnao. Da o compreensvel receio de que seu corpo fosse profanado nesse sentido; depois pela sua idade, Chico no poderia doar seus rgos; e se pudesse, o receptor dos rgos, talvez fosse idolatrado.

    Em entrevista TV Tupi em agosto de 1964, Francisco Cndido Xavier comenta que o transplante de rgos, na opinio dos Espritos sbios um problema da cincia muito legtimo, muito natural e deve ser levado adiante. Os Espritos, segundo Chico Xavier - no acreditam que o transplante de rgos seja contrrio s leis naturais. Pois muito natural que, ao nos desvencilharmos do corpo fsico, venhamos a doar os rgos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utiliz-los com proveito.

  • "SEREMOS UMA ESTRELA DE 5 RAIOS"

    Quando psicografava o maravilhoso livro Paulo e Estevo, do Esprito Emmanuel, o Chico, via, ao seu lado, um sapo feio, gorducho, que o amedrontava muito...

    No princpio, distava-lhe alguns metros. Depois, proporo que a grande obra chegava ao fim, o sapo estava quase aos ps do mdium.

    Isto lhe dava um mal-estar intraduzvel.Emmanuel, observando-lhe o receio, diz-lhe:- O sapo um animal inofensivo, um abnegado jardineiro, que limpa os

    jardins dos insetos perniciosos. No compreendo, pois, sua antipatia pelo pobre batrquio... Procure observ-lo mais de perto, com simpatia, e acabar sentindo-lhe estima.

    Aps ponderao justa de seu Guia, o Chico comeou a ter simpatia pelo sapo, e achar-lhe at certa beleza, particular utilidade, um verdadeiro servidor.

    Terminou a recepo do formoso livro e Emmanuel, completando o acerto, pondera-lhe, bondoso:

    - O homem, Chico, ser um dia, uma Estrela de Cinco Raios, quando possuir os ps, as mos, e a cabea levantados, liberados. J possui trs raios: as mos e a cabea, faltando-lhes os dois ps, os quais sero libertados quando perder a atrao da Terra.

    Existem, no entanto, germens, animais, seres outros, com os cinco raios voltados para baixo, para a Terra, sugando-lhe o seio, vivendo de sua vida.

  • Assim o sapo, coitado, que luta intensamente para levantar um raio, pelo menos a cabea. O boi j possui a cabea levantada, j que progrediu um pouco.

    preciso, pois, que o Homem sinta a graa que j guarda e lute, atravs dos trs raios j suspensos, pela aquisio dos outros dois.

    Que saiba sofrer, amar, perdoar, renunciar, at libertar-se do erro, dos vcios, das paixes, e, desta forma, ter livres os ps para transformar-se numa Estrela de Cinco Raios e participar da vida de outras Constelaes, em meio das quais brilha uma Estrela Maior, que Jesus.

    (do livro Chico Xavier na intimidade, de Ramiro Gama)

    CARINHO AOS REEDUCANDOS

    Chico visita um presdio e participa de uma reunio, na hora de sair da sala, Chico disse ao diretor:

    Eu quero, antes de sair daqui, beijar e abraar a todos.

    Deus me livre. disse o diretor No, senhor. Voc no vai abraar, nem beijar ningum.

    Ento, Chico disse a ele:

    No senhor doutor, eu no viria aqui fazer prece, para depois me distanciar dos nossos irmos. No est certo. Haver tempo, o senhor disse que s precisar do salo daqui a uma hora e tanto... sendo assim... eu lhe peo licena para abraar.

    Chico, - explicou o diretor - nesse salo, no outro dia, mataram um guarda de 23 anos. Afiaram a colher at virar punhal. Mataram e no se sabe quem matou. Aqui tem criminosos com sentenas de 200 a 300 anos, eles podem te matar . . .

    Pouco importa, - disse Chico - vim aqui para o encontro e o senhor no me permite abraar?

    Ento voc vai abraar atravs da mesa. Ficam s duas senhoras tomando nota porque seus encontros sero rpidos e ns vamos colocar 18 baionetas armadas em cima. Se

  • houver qualquer coisa voc poder morrer tambm.

    Chico ficou na frente da mesa e comeou a abraar os 542 presos. Ele abraava e beijava; muitos falavam comigo, um segredinho, podia falar assim, meio minuto. Dos 542, s um, de uns 40 anos, chegou perto dele e ficou impassvel como uma esttua. O diretor estava ali perto, e Chico pediu s duas senhoras que dessem a cada um, uma rosa; quando aquele chegou e ficou parado Chico disse a ele:

    O senhor permite que eu o abrace?

    Perfeitamente, - respondeu-me. Ento eu o abracei, mas ele estava ereto.

    O Sr. deixa que eu o beije?

    Pode beijar.

    Ele beijou de um lado, de outro, beijou quatro vezes, a duas lgrimas rolaram dos olhos dele. Ento ele disse:

    Muito obrigado.

    E foi embora. Foi o nico que ficou ereto, e o nico que chorou...

    Mas todos receberam o abrao carinhoso de Chico.

    OBSERVAO: Quem estuda as obras de Andr Luiz percebe claramente que os Espritos orientadores jamais usam adjetivos depreciativos.

    No dizem:

    Fulano um cafajeste, um vagabundo, um pervertido, um mau carter, um criminoso, um monstro . . .

    Vem o irmo em desvio, o companheiro necessitado de ajuda, o enfermo que precisa de tratamento . . .

    Consideram que todo julgamento assunto para a Justia Divina.

    S Deus conhece todos os detalhes.

    Mesmo quando lidam com obsessores, tratam de socorr-los sem crticas, situando-os como irmos em desajustes.

    Por isso, Chico Xavier, que viveu esse ideal evanglico de fraternidade autntica, no pronunciava comentrios desairosos.

  • Se algum comete maldades, no diz tratar-se de um homem mau.

    apenas algum menos bom.

    Faz sentido!

    Somos todos filhos de Deus.

    Fomos criados para o Bem.

    O mal em ns apenas um desvio de rota, um equvoco, uma doena que deve ser tratada.

  • RETRATO DE MARIA

    Algum tempo aps tomarmos conhecimento de um novo quadro de Maria, Me de Jesus, divulgado num programa da TV Record, de So Paulo, com a presena de Francisco Cndido Xavier, procuramos esse mdium amigo para colher dele maiores esclarecimentos sobre a origem do mesmo.

  • Contou-nos ento, Chico Xavier, no final da reunio pblica do Grupo Esprita da Prece, em Uberaba, na noite de 1 de dezembro de 1984, que, com vistas s homenagens do Dia das Mes de 1984, o Esprito Emmanuel ditou, por ele, um retrato falado de Maria de Nazar ao fotgrafo Vicente Avela, de So Paulo. Esse trabalho artstico foi sendo realizado aos poucos, desde meados de 1983, com retoques sucessivos realizados pela grande habilidade de Vicente, em mais de vinte contatos com o mdium mineiro, na Capital paulista.

    Em nossa rpida entrevista, Chico frisou que a fisionomia de Maria, assim retratada, revela tal qual Ela conhecida quando de Suas visitas s esferas espirituais mais prximas e perturbadas da crosta terrestre; como, por exemplo, disse-nos ele, na Legio dos Servos de Maria, grande instituio de amparo aos suicidas descrita detalhadamente no livro Memrias de um Suicida, recebido mediunicamente por Yvonne A Pereira. *

    E, ao final do dilogo, atendendo nosso pedido, Chico forneceu-nos o endereo do fotgrafo-artista, para que pudssemos entrevist-lo oportunamente, podendo assim registrar mais algum detalhe do belo trabalho realizado.

    De fato, meses aps essa entrevista, tivemos o prazer de conhecer o sr. Vicente Avela, em seu prprio ateli, localizado na Rua Conselheiro Crispiniano, 343, 2 andar, na Capital paulista, onde nos recebeu atenciosamente.

    Confirmando as informaes de mdium de Uberaba ele apenas destacou que, de fato, no houve pintura e sim um trabalho basicamente fotogrfico, fruto de retoques sucessivos num retrato falado inicial, tudo sob a orientao medinica de Chico Xavier.

    Quando o sr. Vicente concluiu a tarefa, com a arte final em pequena foto branco-e-preto, ele a ampliou bastante e coloriu-a com tinta a leo (trabalho em que perito, com experincia adquirida na poca em que no havia filmes coloridos e as fotos em branco-e-preto eram coloridas a mos).

    Nesse encontro fraterno, tambm conhecemos o lindo quadro original vista em parede de seu escritrio, e ao despedirmo-nos, reconhecidos pela ateno, o parabenizamos por esse rduo e excelente trabalho, representando mais uma notcia da vida espiritual de Maria de Nazar, que continua amparando com imenso amor maternal a Humanidade inteira.

    * D. Ivonne Pereira (um dos mais belos mdiuns do sculo XX, que psicografou Memrias de um Suicida, entre outras obras monumentais), descreve no seu livro medinico referido a Legio dos Servos de Maria, constituda pelos Espritos que, no Alm-tmulo, se dedicam a socorrer os suicidas, levando-os para os hospitais espirituais. Em um desses nosocmios h uma grande composio artstica retratando a

  • Me do Mestre. Portanto no sabemos se Chico conheceu Maria pessoalmente ou apenas viu o quadro que retrata sua fisionomia.

    Do livro: Anurio Esprita 1986

    A CARIDADE E A ORAO

    "O Centro Esprita Luiz Gonzaga" ia seguindo para a frente...

    Certa feita, alguns populares chegaram reunio pedindo socorro para um cego acidentado. O pobre mendigo, mal guiado por um companheiro brio, cara sob o viaduto da Central do Brasil, na sada de Pedro Leopoldo para Matozinhos, precipitando-se ao solo, de uma altura de quatro metros.

    O guia desaparecera e o cego vertia sangue pela boca.

    Sozinho, sem ningum...

    Chico alugou pequeno pardieiro, onde o enfermo foi asilado para tratamento mdico.

    Caridoso facultativo receitou, graciosamente.

    Mas o velhinho precisava de enfermagem.

    O mdium velava junto dele noite, mas durante o dia precisava atender s prprias obrigaes na condio de caixeiro do Sr. Jos Felizardo.

    Havia, por essa poca, 1928, uma pequena folha semanal, em Pedro Leopoldo. E Chico providenciou para que fosse publicada uma solicitao, rogando o concurso de algum que pudesse prestar servios ao cego Ceclio, durante o dia, porque noite, ele prprio se responsabilizaria pelo doente.

    Algum que pudesse ajudar.

    No importava que o auxlio viesse de espritas, catlicos ou ateus.

    Seis dias se passaram sem que ningum se oferecesse.

    Ao fim da semana, porm, duas meretrizes muito conhecidas na cidade se apresentaram e disseram-lhe:

    - Chico, lemos o pedido e aqui estamos. Se pudermos servir...

    - Ah! Como no? - replicou o mdium - Entrem, irms! Jesus h de abenoar-lhes a

  • caridade. Todas as noites, antes de sair, as mulheres oravam com o Chico,ao p do enfermo.

    Decorrido um ms, quando o cego se restabeleceu, reuniram-se pela derradeira vez, em prece, com o velhinho feliz.

    Quando o Chico terminou a orao de agradecimento a Jesus, os quatro choravam.

    Ento, uma delas disse ao mdium:

    - Chico, a prece modificou a nossa vida. Estamos a despedir-nos. Mudamo-nos para Belo Horizonte, a fim de trabalhar.

    E uma passou a servir numa tinturaria, desencarnando anos depois e a outra conquistou o ttulo de enfermeira, vivendo, ainda hoje, respeitada e feliz.

    A SURRA DE BBLIA

    Lutando no tratamento das irms obsidiadas, Jos e Chico Xavier gastaram alguns meses at que surgisse a cura completa.

    No princpio, porm, da tarefa assistencial houve uma noite em que Jos foi obrigado a viajar em servio da sua profisso de seleiro.

    Mudara-se para Pedro Leopoldo um homem bom e rstico, de nome Manuel, que o povo dizia muito experimentado em doutrinar espritos das trevas.

    O irmo do Chico no hesitou e resolveu visit-lo, pedindo cooperao. Necessitava ausentar-se, mas o socorro s doentes no deveria ser interrompido.

    "Seu" Manuel aceitou o convite e, na hora aprazada, compareceu ao "Centro Esprita

  • Luiz Gonzaga", com uma Bblia antiga sob o brao direito.

    A sesso comeou eficiente e pacfica.

    Como de outras vezes, depois das preces e instrues de abertura, o Chico seria o mdium para a doutrinao dos obsessores.

    Um dos espritos amigos incorporou-se, por intermdio dele, fornecendo a precisa orientao e disse ao "seu" Manuel entre outras coisas:

    - Meu amigo, quando o perseguidor infeliz apossar-se do mdium, aplique o Evangelho com veemncia.

    - Pois no, - respondeu o diretor muito calmo, - a vossa ordem ser obedecida.

    E quando a primeira das entidades perturbadas assenhorou o aparelho medinico, exigindo assistncia evangelizante, "seu" Manuel tomou a Bblia de grande formato e bateu, com ela, muitas vezes, sobre o crnio do Chico, exclamando, irritadio:

    - Tome Evangelho! Tome Evangelho! . . .

    O obsessor, sob a influncia de benfeitores espirituais da casa, afastou-se, de imediato, e a sesso foi encerrada.

    Mas o Chico sofreu intensa toro no pescoo e esteve seis dias de cama para curar o torcicolo doloroso.

    E, ainda hoje, ele afirma satisfeito que ser talvez das poucas pessoas do mundo que tero tomado "uma surra de Bblia" . . .

    Do livro: Lindos Casos de Chico Xavier

    De: Ramiro Gama

  • ISSO TAMBM PASSA

    O Chico passava por grandes dificuldades. Problemas gigantescos se avolumavam sobre sua cabea. E to gigantescos que ele perguntou ao esprito Emmanuel se no era possvel rogar s esferas superiores um conselho de Maria de Nazar, que ajudasse naqueles dias to difceis.

    Alguns dias se passaram, quando o esprito de Emmanuel lhe disse que o generoso esprito de Maria havia atendido ao seu pedido, enviando-lhe a seguinte frase:

    Isso Tambm Passa.

    Disse-nos Chico:

    - A frase foi para mim como anestesia sobre uma dor imensa. Fez-me tanto bem que a escrevi num papel e o coloquei sobre a cabeceira de minha cama. Todas s noites e todas as manhs eu lia, sentindo grande consolo. Certo dia, um amigo ao entrar em meu quarto, achou a frase muito interessante, e disse;

    - Chico, vou fazer o mesmo; colocar esta frase sobre a cabeceira de minha cama.

  • - Faa isso mesmo, meu filho, mas no se esquea de que o esprito Emmanuel tambm me disse que ela serve tanto para os momentos tristes, como para os momentos alegres.

    Do livro: Kardec Prossegue

    De: Adelino da Silveira

    TESTE DE VALOR

    No te prendas a dor,

    Por ma