apostila bradesco 1

55
Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 1 Curso Preparatório para o Exame da CPA 20 - Certificação ANBID Índice Geral do Programa de Treinamento (válido a partir junho/05) Módulo Tema Participação % no Exame 1 Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística & Conta Investimento de 6% a 15% 2 Produtos de Investimentos, Derivativos & Oferta Pública de Títulos e Valores Mobiliários de 17% a 25% 3 Fundos de Investimento de 15% a 20% 4 Tributação & Órgãos de Regulação, Auto-Regulação, Fiscalização e Participantes do Mercado de 10% a 20% 5 Compliance, Legal e Ética de 10% a 20% 6 Mensuração e Gestão de Risco e Performance de 17% a 25% Recursos deste Programa de Treinamento Recursos deste Programa de Treinamento Caro treinando, Este é o material de estudo do programa de treinamento que vai preparar você para prestar o próximo exame de Certificação ANBID – CPA 20. Eu sou seu professor virtual e vou aparecer muitas vezes ao longo das apostilas para ajudá-lo, chamando sua atenção para os pontos de maior importância, sugerindo discussões, fazendo perguntas, enfim, utilizando diversos recursos para atingirmos, juntos, nosso objetivo final: sua aprovação no próximo exame de certificação ANBID. Detetive Fique de olho no seu detetive. Ele indicará pontos que caíram nos exames passados e têm grande chance de caírem novamente no próximo exame que você esta rá prestando. Mini-simulados Ao término de cada apostila será aplicado um mini-simulado para testar seu conhecimento sobre o tema específico do programa. R

Upload: leandro-luiz

Post on 02-Aug-2015

1.195 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 1

Curso Preparatório para o Exame da CPA 20 - Certificação ANBID

Índice Geral do Programa de Treinamento (válido a partir junho/05)

Módulo Tema Participação % no Exame

1 Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística & Conta Investimento

de 6% a 15%

2 Produtos de Investimentos, Derivativos & Oferta Pública de Títulos e Valores Mobiliários

de 17% a 25%

3 Fundos de Investimento de 15% a 20%

4 Tributação & Órgãos de Regulação, Auto-Regulação, Fiscalização e Participantes do Mercado

de 10% a 20%

5 Compliance, Legal e Ética de 10% a 20%

6 Mensuração e Gestão de Risco e Performance de 17% a 25%

Recursos deste Programa de TreinamentoRecursos deste Programa de Treinamento

Caro treinando,

Este é o material de estudo do programa de treinamento que vai preparar você para prestar o próximo exame de Certificação ANBID – CPA 20.

Eu sou seu professor virtual e vou aparecer muitas vezes ao longo das apostilas para ajudá-lo, chamando sua atenção para os pontos de maior importância, sugerindo discussões, fazendo perguntas, enfim, utilizando diversos recursos para atingirmos, juntos, nosso objetivo final: sua aprovação no próximo exame de certificação ANBID.

DetetiveFique de olho no seu detetive. Ele indicará pontos que caíram nos exames passados e têm grande chance de caírem novamente no próximo exame que você esta rá prestando.

Mini-simuladosAo término de cada apostila será aplicado um mini-simulado para testar seu conhecimento sobre o tema específico do programa. R

Page 2: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 2

PARTE 1Princípios Básicos de Economia, Princípios Básicos de Economia, Finanças e EstatísticaFinanças e Estatística

METAS DE APRENDIZADO

A Parte 1 representade 6% a 15% do exame

Princípios Básicos de Economia

Princípios Básicos de Finanças

Princípios Básicos de Estatística

Sistemas de Negociação, Liquidação e Custódia

Conceito de Benchmark e Índices de Referência

MA1

MA2

MA3

MA4

MA5

Em caso de dúvidas, envie e-mail para: [email protected]

Page 3: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 3

PARTE 1 - Índice

I Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística de 10% a 15%

1. Princípios Básicos de Economia

1.1. Indicadores Econômicos (definição) 5

1.1.1. PIB 6

1.2 Política Monetária 7

1.2.1 Metas de Inflação 7

1.2.2. Instrumentos de Política Monetária: 8

a. Open Market 8

b. Redesconto 8

c. Depósito Compulsório 8

1.2.3 Copom – Comitê de Política Monetária 10

1.2.4. IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo 11

1.2.5 IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado 12

1.2.6 Taxa Selic (Meta e Taxa Over) 13

1.2.7 Taxa DI – Deposito Interbancário 13

1.2.8 TR – Taxa Referencial 14

1.2.9 Relação entre juros e atividade econômica 15

1.3. Política Fiscal: necessidade de financiamento do setor público; implicações sobre a dívida pública

16

1.4. Política Cambial: dívida pública indexada ao câmbio; cupom cambial; reservas internacionais; regimes de taxa de câmbio. Relações e conceitos

17

1.5. Contas externas (conceitos): balança comercial, transações correntes, conta de capital.

18

2. Conceitos Básicos de Finanças

2.1. Taxa de juros nominal e Taxa de juros real: relação entre elas e o conceito de indexador

21

2.2. Capitalização simples versus capitalização composta: conceito, desconto, equivalência e proporcionalidade

22

2.5. Fluxo de Pagamentos. Relações e conceitos 23

2.5.1. Valor presente e taxa de desconto 25

2.5.2. Fluxo de Caixa: cupom e amortizações 26

2.5.3. Zero Cupom 26

2.5.4. Prazo médio e Maturity 26

2.5.5. Taxa interna de retorno (TIR) 27

2.6. Custo de Oportunidade. Conceito 29

2.7. Taxa Livre de Risco. Conceito 31

28. Custo médio ponderado de capital 31

2.8.1. Conceito 31

2.8.2. Alavancagem financeira: custos de captação (dívidas e/ou capital) 32

(Continua)

Page 4: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 4

PARTE 1 - Índice (continuação)

3. Princípios Básicos de Estatística

3.1. Medidas de Posição: média, mediana, moda 32

3.2. Medidas de Dispersão: variância, desvio padrão 33

3.3. Correlação, Covariância e Coeficiente de Determinação (R2) 34

3.4. Distribuição normal: relação entre a média e desvio-padrão (1 e 2 desvios-padrão) e a probabilidade de ocorrência dos eventos

37

3.4.1. Intervalo de confiança (conceito) 38

4. Negociação, Liquidação e Custódia

4.1. SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Conceito e principais títulos custodiados: LFT, LTN, NTN-C e NTN-D

43

4.2. CETIP Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos. Conceito e principais títulos custodiados: CDB, Swap, debêntures e letras hipotecárias

45

4.3. Câmaras de Liquidação e Custódia: definição de Clearing

4.4 Conta Corrente Investimentos 50

5. Conceito de Benchmark e Índices de Referência

5.1. Renda variável: Ibovespa e IBX 51

5.2. Renda Fixa: DI, SELIC, Câmbio (PTAX) e IGP-M 52

Page 5: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 5

O que é?

Produto Interno Bruto, é o conjunto da produção final de bens e serviços realizada em território nacional independente da nacionalidade dos agentes econômicos, num determinado período de tempo (por exemplo, 1 ano civil).

Desta forma, a produção realizada pela General Motors (Multinacional Americana) no Brasil, faz parte do PIB Brasileiro. Por outro lado, toda riqueza gerada pela Petrobrás, multinacional brasileira, será considerado PIB do país onde estará sendo gerada esta riqueza.

Guia sobre o PIB:

É a melhor medida do desempenho econômico de uma economia. Em termos mais precisos, PIB é igual é a renda total de todas as pessoas na economia ou a despesa total da economia na produção de bens e serviços.

Algumas regras para cálculo do PIB:

O valor dos bens intermediários não é computado no cálculo do PIB, visto que está incluído dentro do valor dos bens finais. Com o objetivo de computar o valor dos bens e serviços finais, soma-se o valor adicionado em cada etapa de produção.

Tome por exemplo a fabricação de um carro: em relação à montadora de veículos será considerado apenas o que ela adicionou para sua fa bricação, caso contrário o aço, por exemplo, seria considerado duas vezes para efeito de PIB.

Economia informal: o PIB exclui os valores das mercadorias produzidas e vendidas nesta economia. Exemplo: emprego doméstico sem carteira, comércio de drogas, etc.

PIB Nominal: é o valor dos bens e serviços medidos a preços correntes de mercado.

PIB Real: é o valor dos bens serviços medidos a preços constantes.Faça uma analogia com seu salário : Seu salário anual nominal será a soma algébrica dos 12 meses do ano. Suponha R$ 1.000,00 x 12 = R$ 12.000,00.Todavia este valor final de R$ 12.000,00 não é o valor Real de seus rendimentos se levarmos em conta a inflação.Imagine agora que a inflação média no ano foi de 5%. Logo seu salário real será : R$ 12.000,00 menos 5% = R$ 11.400,00O mesmo ocorrerá quanto quisermos saber o PIB real. Devemos deflacionar (descontar a inflação) do período que estará sendo analisado.

Deflator do PIB: É o índice de preços oficial utilizado para se descontar a inflação do PIB nominal (Exemplo : Dólar, IGP-M, IPCA, etc.)

1. Princípios Básicos de Economia MA1

1.1. Indicadores Econômicos

1.1.1. PIB - Produto Interno Bruto

PIB Produto Interno Bruto

§ Produção total de bens e serviços de um país durante o ano, independente da nacionalidade dos agentes.§ Conceito de Valor Agregado.§ Seu cálculo pode ser feito por três óticas diferentes: produção, renda, e dispêndio.§ É valorizado a preços de mercado.

Page 6: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 6

§ Componentes do PIBConsumo(C )Investimento (I )Despesa do Governo (G)Exportações Líquidas (NX)

§ PIB = C + I + G + NX

§ Consumo: refere-se a todos os bens e serviços comprados pelas famílias e divide-se em três subcategorias: bens não-duráveis, bens duráveis e serviços.

§ Investimento: consiste nos bens adquiridos para uso futuro. Essa categoria divide-se em duas subcategorias: investimento fixo das empresas (formação bruta de capital fixo) e variação de estoques.

§ Despesa do Governo: são os bens ou serviços adquiridos pelos governo federal, estadual ou municipal.

§ Exportações Líquidas: na verdade é a diferença entre exportações e importações.

Para que serve o PIB?

A evolução do PIB é a medida que sinaliza o crescimento ou não da economia. Em fase de crescimento o consumo aumenta; na recessão o consumo diminui.

Componentes do PIB

Page 7: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 7

1.2 Política Monetária

1.2.1 Metas de Inflação

A principal característica desse regime é o compromisso do Banco Central em ter como objetivo prioritário a manutenção da taxa de inflação em torno de determinado nível. O termo “prioritário” é extremamente relevante nesse contexto, pois implica que o Banco Central não perseguirá outras metas, como manutenção da taxa de câmbio em determinado nível ou garantir o crescimento econômico.

O Banco Central tem por objetivo manter a inflação em um patamar preestabelecido. Para tanto é necessário:

a) que exista um mecanismo de transmissão (depósito compulsório bancário, venda de títulos públicos, etc.) que permita que a política monetária influencie a inflação; b) que o Banco Central conheça o mecanismo de transmissão, acima descrito, e disponha de instrumentos necessários.

É claro que o objetivo final de qualquer política econômica num sentido mais amplo é melhorar o bem-estar da população que, necessariamente, requer crescimento da economia. Não há contradição, entretanto, em dizer que o Banco Central não deve se comprometer com taxas de crescimento.

O desafio essencial das políticas de estabilização é evitar o processo inflacionário, ou seja, essa alta generalizada e persistente de preços que afeta o próprio funcionamento da economia, pois torna ainda mais incertos os resultados das atividades produtivas e das operações financeiras.

Particularidades do Regime de Metas de Inflação no Brasil

No Brasil, a meta para a inflação foi definida em termos da variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE. O IPCA, como o nome indica é um índice de preços ao consumidor, em oposição a outros índices, como de atacado ou gerais.

A escolha de um índice ao consumidor é freqüente na maioria dos regimes de metas para a inflação e a principal justificativa para a sua escolha é o fato da inflação ao consumidor ser a mais adequada para, dada uma evolução de salários nominais, avaliar o poder aquisitivo da população.

Dentre os índices ao consumidor, o IPCA foi escolhido por ser, à época da implantação do regime de metas, dentre os dois índices com cobertura nacional que inclui em sua amostra, domicílios com renda entre 1 e 40 salários mínimos.

No nosso sistema, o Banco Central dispõe de autonomia operacional, isto é, ele tem liberdade para fixar a taxa SELIC e utilizar outros instrumentos de política monetária como lhe convier para atingir a meta. A definição da meta, entre tanto, não é decisão do Banco Central, mas do Conselho Monetário Nacional.

Programa de Metas de Inflação

§ A definição das metas inflacionárias é de competência do Conselho Monetário Nacional;

§ Cabe ao Banco Central do Brasil procurar cumpri-las;

§ O IPCA é o índice escolhido pelo governo para medir a meta oficial de inflação.

A avaliação do Banco Central é feita ao final de cada ano. Considera -se que a meta foi atingida caso a inflação observada ao final do ano se situe dentro do intervalo de tolerância previamente estabelecido. Caso não consiga cumprir a meta, o Presidente do Banco Central deve escrever uma carta aberta justificando os motivos que levaram a isso, quais a s medidas de política monetária serão tomadas e em quanto tempo se espera que a inflação retorne àmeta.

Índice de InflaçãoTodo índice de inflação mostra o comportamento médio dos preços nos vários setores da economia.

Page 8: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 8

1.2.2 Instrumentos de Política Monetária

A Política Monetária representa a atuação das autoridades monetárias por meio de instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito de controlar a liquidez global do sistema econômico.

Os principais instrumentos de Política Monetária utilizados pelo governo são:

§ Open Market

§ Redesconto

§ Depósito Compulsório

Open Market

O mercado aberto funciona com base numa rede nacional de negociadores de títulos federais. Semanalmente, o Tesouro Nacional emite títulos, cujo montante, é leiloado pelo Banco Central do Brasil às instituições financeiras participantes do sistema financeiro nacional.

O mercado aberto permite ao Banco Central:

a) adequar continuamente o volume dos meios de pagamento às necessidades da economia, atuando no curto prazo com títulos de efeito quase-moeda;

b) Regular a taxa de juros praticada pelos agentes econômicos.

Redesconto

É uma concessão de assistência financeira do Banco Central do Brasil a instituições do Sistema Financeiro Nacional na forma de empréstimos de liquidez destinados a atender eventuais problemas de liquidez, de natureza circunstancial e de curto prazo.

O mercado interbancário pode realizar opera ções para suprir suas necessidades normais através do CDI – Certificado de Depósito Bancário. A utilização do redesconto da autoridade monetária se restringe aos casos mais graves ou a valores que o sistema não pode auto-financiar.O redesconto tem um caráter punitivo já que opera com taxa de juros mais altas que as praticadas pelo mercado.

Os efeitos do redesconto se fazem sentir no médio prazo já que os bancos que estão utilizando essa assistência financeira procuram reformular suas posições em busca do equilíbrio na liquidez.

Depósito Compulsório

Trata-se de um recolhimento feito pela rede bancária de determinado percentual sobre seus depósitos à vista e/ou a prazo, de acordo com a política estabelecida pelo Banco Central do Brasil.O recolhimento é feito em moeda ou em títulos federais da dívida pública.A política de reservas compuls órias afeta indistintamente todos os bancos e reflete diretamente na quantidade de dinheiro que cada banco pode oferta r ao mercado via operações de crédito. É considerado um instrumento de política monetária de longo prazo.

Efeito no mercado

Instrumento Finalidade

Curto prazo Open Market Controle diário da liquidez do sistema financeiro

Médio prazo Redesconto Empréstimos de liquidez

Longo prazo Reserva Compulsória Conter a expansão do crédito

Page 9: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 9

Uma Política Monetária Restritiva

Engloba um conjunto de medidas que tendem a reduzir o crescimento da quantidade de moeda e a encarecer os empréstimos bancário, tendo como principais Instrumentos:

§ Recolhimento compulsório: Esse instrumento é ativo, pois atua diretamente sobre o nível de reservas bancárias. Quando o governo eleva o percentual exigido de reserva compulsória ele reduz o efeito multiplicador e, conseqüentemente , a liquidez da economia.

§ Assistência financeira de liquidez: o Banco Central empresta dinheiro aos bancos comerciais sob determinado prazo e taxa de pagamento. Quandoesse prazo é reduzido e a taxa de juros do empréstimo é aumentada, a taxa de juros da própria economia aumenta, causando uma diminuição na liquidez.

§ Venda de títulos públicos: quando o Banco Central vende títulos públicos ele retira moeda da economia que é trocada pelos títulos. Desta forma há uma contração dos meios de pagamento e da liquidez da economia.

Uma política Monetária Expansiva

É formada por medidas que tendem a acelerar a quantidade de moeda e a baratear os empréstimos (baixar as taxas de juros). Incidirá positivamente sobre a demanda agregada e tem como principais instrumentos:

§ Diminuição do recolhimento compulsório: o Banco Central diminui os valores que toma em custódia dos bancos comerciais possibilitando um aumento do efeito multiplicador e da liquidez da economia como um todo.

§ Assistência financeira de liquidez: o Banco Central, ao emprestar dinheiro aos bancos comerciais, aumenta o prazo do pagamento e diminui a taxa de juros. Essas medidas ajudam a diminuir a taxa de juros da economia, e a aumentar a liquidez.

§ Compra de títulos públicos: quando o Banco Central compra títulos públicos há uma expansão dos meios de pagamento que é a moeda dada em troca dos títulos. Com isso, ocorre uma redução na taxa de juros e um aumento da liquid ez.

O que nós vamos verificar agora é que, dependendo da política adotada pelo governo, o instrumento pode gerar oferta ou escassez de liquidez na economia.Vamos então aprender o impacto desses instrumentos no mercado. Acompanhe.

Política Monetária Restritiva Efeito na Taxa

de Juros

Open Market

BACEN vende títulos públicos - retira dinheiro - contração dos meios de pagamento e da liquidez da economia

Redesconto Prazo reduzido e taxa de juros do empréstimo elevada - causa redução na liquidez do sistema.

Compulsório O governo eleva o percentual exigido de reserva compulsória - reduz o efeito multiplicador e, conseqüentemente, a liquidez da economia.

Política Monetária Expansiva Efeito na Taxa de Juros

Open Market

BACEN compra títulos públicos - coloca dinheiro - expansão dos meios de pagamento e da liquidez da economia

Redesconto Prazo ampliado e taxa de juros do empréstimo reduzida – efeito positivo na liquidez do sistema.

Compulsório O governo reduz o percentual exigido de reserva compulsória - aumenta o efeito multiplicador e, conseqüentemente, a liquidez da economia.

Page 10: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 10

COPOMEstabelece as diretrizes da Política Monetária e define a taxa de juros básica da economia.

Taxa SELICUma das funções do COPOM é determinar a meta da taxa SELIC que mede a taxa média dos financiamentos diários realizados no mercado interfinanceiro com lastro em títulos públicos federais.

COPOM – Comitê de Política Monetária

§ Composto pela Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil;

§ Define a meta da taxa SELIC e seu eventual viés;

§ Estabelece as diretrizes da Política Monetária.

1.2.3 COPOM Comitê de Política Monetária

O COPOM foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.

A criação do Comitê buscou proporcionar maior transparência e ritual adequado ao processo decisório. Atualmente, uma vasta gama de autoridades monetárias em todo o mundo adota uma prática semelhante, facilitando o processo decisório, a transparência e a comunica ção com o público em geral.

Desde 1996, o Regulamento do COPOM sofreu uma série de altera ções no que se refere ao seu objetivo, periodicidade das reuniões, composição, e atribuições e competências de seus integrantes. Essas altera ções visaram não apenas aperfeiçoar o processo decisório no âmbito do Comitê, como também refletiram as mudanças de regime monetário.

Formalmente, os objetivos do COPOM são:

§ Estabelecer diretrizes de política monetária,

§ Definir a meta da taxa SELIC e seu eventual viés,

§ Analisar o Relatório de Infla ção.

A taxa de juros fixada na reunião do COPOM é a meta para a taxa SELIC (taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê.

Se for o caso, o COPOM também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao Presidente do Banco Central para alterar a meta para a taxa SELIC a qualquer momento entre as reuniões ordinárias.

O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil:

§ o presidente, que tem o voto de qualidade; e os diretores de:

§ Política Monetária, § Política Econômica, § Estudos Especiais, § Assuntos Internacionais, § Normas e Organização do Sistema Financeiro, § Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e § Administração.

Também participam do primeiro dia da reunião os chefes de Departamentos do Banco Central.

Page 11: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 11

1.2.4 - IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

Qual sua finalidade?O IPCA é um índice utilizado pelo Banco Central do Brasil para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de infla ção, adotado a partir de julho de 1999, para o balizamento da política monetária.

Público Alvo de AnáliseA população-objetivo do IPCA é referente a famílias com rendimento mensais de 1 a 40 salários mínimos.

Abrangência Geográfica As regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Brasília, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Goiânia.

Quem calcula?É calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), criado em 1980.

Variáveis investigadasOs preços obtidos são os efetivamente cobrados ao consumidor, para pagamento àvista. A Pesquisa é realizada em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, domicílios e concessionárias de serviços públicos.

MetodologiaOs índices são calculados para cada região, através do cálculo da média aritmética simples de pre ços do produto que, comparadas em dois meses consecutivos, resultam no relativo das médias. A variável de pondera ção do IPCA é o rendimento total urbano (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD/96).

PeriodicidadeMensal, o período de coleta do IPCA estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência.

Divulgação Aproximadamente 8 (oito) dias úteis após o término da coleta.

ComposiçãoA ponderação das despesas das pessoas para se verificar a varia ção dos custos foi definida do seguinte modo:

O IPCA é o índice utilizado pelo COPOM para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação.

Veremos isto em um capítulo específico mais à frente.

Alimentação 25%

Despesas pessoais

16%

Vestuário12%

Habitação 11%

Saúde e cuidados pessoais

9%

Artigos de residência

8%

Transportes e comunicação

19%

Page 12: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 12

1.2.5 -IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado

Qual sua finalidade?É o índice mais utilizado para a correção de contratos de aluguel e como indexador de algumas tarifas como energia elétrica.

Público Alvo da Análise Indicador com ampla cobertura que, além de refletir a evolução de preços de atividades produtivas, também representam o movimento das opera ções de comercialização no atacado, no varejo e na construção civil.

ComposiçãoÉ composto pela média ponderada do IPA (60%), IPC (30%) e INCC (10%). (veja ilustra ção no final desta p ágina)

Quem calcula?Ibre - Instituto Brasileiro de Economia da FGV - Fundação Getulio Vargas

MetodologiaOs pesos convencionados, representam a importância relativa de cada um desses índices no cômputo da despesa interna bruta.

PeriodicidadeDo dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência.

Divulgação Divulgado no último dia útil do mês de referência.

IPC – Índice de Preços ao ConsumidorMedir o movimento médio de preços, mensal, de determinado conjunto de bens e serviços no mercado varejista, de abrangência Nacional, com pesquisa de preços realizada nos principais centros consumidores do país: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, pesquisando famílias com renda de 1 a 33 salários mínimos.

INCC – Índice Nacional de Custo da Construção

Mede o ritmo evolutivo dos preços dos materiais de construção, serviços e mão-de-obra, relativos a construção civil. Sua abrangência é Nacional, com pesquisa de preços realizada em doze capitais: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

IPA - Índice de Preços por Atacado

Mede o movimento médio no atacado de pre ços em todas as capitais brasileiras .

IPA

60%

IPC30%

INCC10%§ O IGP-M corrige a NTN-C Nota Tesouro Nacional série C

§ É benchmark dos Fundos IGP-M e alguns Fundos Multi-índice

§ Composto por IPA (60%), IPC (30%) e INCC (10%)

§ Calculado e divulgado pela FGV Fundação Getúlio Vargas

Page 13: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 13

1.2.6 Taxa SELIC

Taxa SELIC – Meta

O Comitê de Política Monetária (Copom) estabelece a meta para a taxa Selic, tomando como base a previsão de inflação ajustada para o exercício. E tem a prerrogativa de fixar um viés de taxa de juros (de elevação ou de redução), que autoriza o presidente do BC a alterar a meta para a Selic na direção do viés, sempre que alguma mudança significativa na conjuntura econômica for esperada.

Taxa SELIC – Over Também conhecida como taxa overnight do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), expressa na forma anual, base 252 dias úteis, é a taxa média ponderada pelo volume das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos federais e realizadas no sistema SELIC.

1.2.7 Taxa DI – Depósito Interfinanceiro

Taxa média ponderada das operações realizadas entre instituições financeiras pelo prazo de um dia, com lastro em emissão do CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro, que é um título privado.

Antes do SPB essas operações eram liquidadas via sistema de compensação de títulos e documentos e seu valor operado só afetaria a conta de reserva bancária em D+1.

Após a implementação do SPB – Sistema de Pagamentos Brasileiro, essas operações são liquidadas em reserva através da CETIP, que é o órgão responsável por apurar e divulgar essa taxa diariamente.

São excluídas da média apurada eventuais opera ções que tenham sido realizadas entre instituições do mesmo grupo.

A partir de 01/01/1998 a taxa é divulgada em % ao ano, considerando ano base de 252 dias úteis.

§ Taxa Selic Over - Taxa média das operações realizadas entre 2 instituições financeiras, prazo de 1 dia, com lastro em títulos públicos federais;

§ COPOM divulga periodicamente a meta da taxa SELIC a ser praticada pelo mercado;

§ Corrige a LFT – Letra Financeira do Tesouro;

§ Calculada e divulgada diariamente pela SELIC – Serviço Especial de Liquidação e Custódia.

Page 14: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 14

1.2.8 TR – Taxa Referencial de Juros

Foi criada com a intenção de ser uma taxa básica que daria referência para o mercado a respeito de quais deveriam ser os juros praticados naquele mês.

O seu cálculo se baseia em uma média mensal ponderada da taxa prefixada dos CDB de 30 instituições financeiras, excluindo-se sempre as duas de maior e menor taxa.

Para cada dia do mês - dia de referência, o Banco Central deve calcular e divulgar a TBF - Taxa Básica Financeira, para o período de um mês, com início no próprio dia de referência e término no dia correspondente ao dia de referência no mês seguinte.

Para cada TBF obtida, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplicação de um redutor "R". A taxa calculada considera o número de dias úteis do período de referência em rela ção ao ano de 252 úteis. Atualmente, o cálculo da TR tem como base o seguinte:

TR = 100 X { [ ( 1 + TBF / 100 ) / R ] - 1 }

R = ( a + b X TBF / 100 )

O valor de a é 1,005 e o valor de b é determinado de acordo com uma tabela específica em função da meta estabelecida para a taxa SELIC, em termos percentuais ao ano, pelo BC.

Este método de cálculo tem o objetivo de reduzir a instabilidade da TR pela variação dos dias úteis do mês e tornar transparente seu cálculo, minimizando as flutuações na remuneração entre a caderneta de poupança e os depósitos a prazo (CDB/RDB).

TR – Taxa Referencial

§ Seu cálculo deriva da TBF – Taxa Básica Financeira, que é a taxa média paga pelos 30 maiores bancos na captação de recursos através de CDBs;

§ É calculada e divulgada diariamente pelo Banco Central do Brasil;

§ É utilizada para corrigir os depósitos em Poupança antes do crédito dos juros de 0,5% ao mês.

Taxa CDI CETIP

§ Taxa média das operações realizadas entre 2 instituições financeiras, prazo de 1 dia, lastro em títulos privados;

§ Utilizada para corrigir operações de taxas pós-fixadas, como CDBs, por exemplo;

§ Benchmark dos Fundos Renda Fixa – DI;

§ Corrige os CDBs de taxa pós-fixada;

§ Calculada e divulgada diariamente pela CETIP – Central de Custódia e Liquidação.

Page 15: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 15

1.2.9 Relação entre juros e atividade econômica

A política monetária objetiva primordialmente a expansão econômica, o pleno emprego, o controle da inflação e o equilíbrio da balança de pagamentos.

A taxa de juros básica da economia é definida pelo Banco Central do Brasil através de decisões do Comitê de Política Monetária – COPOM. A partir da taxa básica é definida a estrutura de juros da economia em termos de prazo e dos tomadores de crédito – empresas e indivíduos.

Essa taxa de juros básica, portanto, estabelece o custo que irá financiar o setor produtivo, determinando um maior ou menor desenvolvimento econômico em função de seu nível.

Taxa de Juros menores desestimulam o investimento especulativo, favorecem o desenvolvimento econômico, aumentam geração de emprego, incrementa o poder de compra da população.

Taxa de juros muito elevada, por sua vez, estimula o investimento especulativo, inibe o desenvolvimento econômico e compromete a oferta de emprego.

Instrumentos de Política

Metas Operacionais

Metas Intermediárias

Metas Finais de Política

Recolhimentos Compulsórios

Redesconto de Liquidez

Operações de Mercado Aberto

Taxa de juros de curto prazo Reservas agregadas

Taxa de Juros de longo prazo Agregados monetários

Inflação

Nível de Atividade Econômica

Taxa de Desemprego

Estabilidade do Sistema

Financeiro

Page 16: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 16

1.3 - Política Fiscal

Política Fiscal é a administra ção e adequação das receitas (tributos) e dos gastos do governo para regular a atividade econômica. Ela é usada para neutralizar as tendências à recessão e à inflação.

Política Fiscal expansiva

É usada quando há uma insuficiência de demanda agregada em relação àprodução de pleno - emprego. Isto acarretaria o chamado "hiato deflacionário“, onde estoques excessivos se formariam, levando empresas a reduzir a produção e seus quadros de funcionários, aumentando o desemprego. As medidas nesse caso seriam:

§ Aumento dos gastos públicos;

§ Diminuição da carga tributária, estimulando despesas de consumo e investimentos;

§ Estímulos às exporta ções, elevando a demanda externa dos produtos;

§ Tarifas e barreiras às importações, beneficiando a produção nacional.

Política Fiscal restritiva

É usada quando a demanda agregada supera a capacidade produtiva da economia, no chamado "hiato inflacionário", onde os estoques desaparecem e os preços sobem. As medidas seriam:

§ Diminuição dos gastos públicos;

§ Elevação da carga tributária sobre os bens de consumo, desencorajando esses gastos;

§ Elevação das importações, por meio da redução de tarifas e barreiras.

Financiamento do Setor Público x Dívida Pública

Quando o governo gasta mais do que arrecada, provocando um déficit, ele deve lançar títulos da dívida pública, vendê-los no mercado e com o dinheiro arrecadado fechar a diferença.

Para convencer o público a comprar um título de d ívida, o emissor (o governo) paga juros e assume a obrigação de devolver o dinheiro emprestado na data do vencimento. Se nesse momento o governo ainda não tiver um fluxo positivo de recursos via arrecadação de impostos, por exemplo, terá de apelar outra vez para a emissão de mais títulos, pois apresentará novamente um déficit em suas contas.

O nível da taxa de juros exigida pelo mercado e o prazo do vencimento dos títulos emitidos dependerá da credibilidade do governo junto ao público investidor:

§ Se o nível de confiança está elevado, a taxa de juros cai e o prazo dos títulos se alonga;

§ Se o nível de confiança está baixo, a taxa de juros sobe e o prazo dos títulos ficam mais curtos.

É interessante notar que as despesas dos juros são tão relevantes que as informações sobre o d éficit público aparecem em dois conceitos:

§ O déficit primário que não inclui as despesas com juros;

§ O déficit operacional ou nominal que considera as despesas com juros.

A conclusão é que a existência de déficits sucessivos leva ao aumento da d ívida interna. Os juros que ela implica podem ser o fator decisivo para um novo déficit, uma dívida maior ainda e assim por diante.

Receitas§ Tributos§ Taxas§ Contribuições Sociais

Despesas§ Pagamento de Pessoal§ Custeio§ Juros§ Investimentos

Déficit é coberto por colocação de títulos de dívida pública.

Page 17: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 17

Nosso próximo assunto é Política Cambial.Numa economia aberta ao exterior, um novo ativo monetário entre em cena no mercado: a moeda estrangeira. A incorporação das transações com moeda estrangeira na análise do mercado monetário altera o seu funcionamento e o impacto na política monetária.

O ponto de partida para examinar a relação entre a moeda doméstica e a estrangeira deve ser o mercado de câmbio, que é o local onde estes dois ativos são trocados.

As operações ali realizadas refletem a oferta e a demanda de cada uma das moedas. O preço da mercadoria nele negociada é a taxa de câmbio.

Vamos conhecer um pouco mais sobre esse mercado. Acompanhe.

1.4 - Política Cambial1.4.1 – Regime Cambial

Vamos primeiro revisar os três regimes cambiais que tivemos recentemente :

Regime de Câmbio Fixo

§ A fixação da taxa de câmbio é responsabilidade das autoridades monetárias - e não do mercado;

§ O Banco Central precisa dispor de reservas internacionais para intervir no mercado de câmbio e com isso garantir a manutenção da paridade fixa.

§Ela visa principalmente o controle de preços e inflação, barateando a entrada de produtos importador para fazer concorrência aos nacionais ou até mesmo suprir demandas eventuais.

Regime de Câmbio Flutuante

§ A taxa de câmbio é determinada, exclusivamente, através da operação das forças de mercado.

§Este regime visa basicamente o equilíbrio das contas externas, onde o mercado, baseado nas necessidade ou excesso de divisas do país, é quem determina o nível adequado da taxa de câmbio.

§Conhecido por trazer um nível maior de volatilidade à taxa de câmbio utilizada nas transações internacionais.

Regime de Flutuação “Suja”

No Memorando de Política Econômica enviado ao Fundo Monetário Internacional em 1999 o Banco Centra l justifica eventuais intervenções no mercado para manter o câmbio próximo a um nível considerado de equilíbrio.

O estabelecimento, em julho de 1999, da política de metas inflacionárias, juntamente com a avaliação, pelo Banco Central, de que variações na taxa de câmbio constituem um fator importante na determinação da inflação esperada, ampliou o leque de justificativas para intervenções no mercado de câmbio, a partir de determinadas cotações, não explicitadas pelo governo.

Dessa forma, pode-se considerar a política cambial brasileira instaurada em 1999 s ituando-se entre um Regime de Flutuação “suja” e um Regime de Câmbio Flutuante.

Dívida Pública Indexada ao Câmbio

Como sabemos, o governo utiliza a emissão de títulos federais para captar recursos visando “fechar” seu orçamento. Dessa forma, ele emite títulos de dívida e vende esses títulos no mercado para captar os recursos financeiros que necessita.

Para satisfazer a necessidade de hedge cambial demandada pelo mercado, o governo emite títulos de dívida corrigidas pela variação da taxa de câmbio do real (R$) frente ao dólar norte -americano – a NTN-D – Nota do Tesouro Nacional série D.

Então, parte da dívida interna do governo, representada por todas as obrigações de dívida em Reais (R$), é corrigida pela variação cambial. Maior ou menor quantidade desse tipo de operação na composição da dívida interna reflete o nível de confiança do público no governo, demonstrando maior ou menor busca por operações de hedge cambial.

Page 18: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 18

1.4.2 Cupom Cambial

Como a rentabilidade esperada de um título deve refletir a taxa básica de juros da economia - que podemos denominar como sendo o custo do dinheiro – haverá um componente no preço desse título que, em conjunto com o índice de correção cambial, alcance um fluxo equivalente ao do custo do dinheiro.

Esse componente adicional ao índice de correção é determinado por uma taxa de juros e é denominado de CUPOM.

O mercado define essa taxa de juros (cupom cambial) em função da expectativa da variação da taxa de câmbio para que, no conjunto, obtenha um retorno esperado equivalente ao custo do dinheiro.

Esperada Cambial Variação(Selic) Dinheiro do Custo

Cupom =

Custo doDinheiro

(taxa SELIC)

=

Variação Cambial Esperada

CupomCambial

Taxa de câmbio: relações de causa e efeito

A variação cambial é causa ou efeito da inflação? Quais as relações entre a variação no valor da moeda estrangeira frente à moeda nacional e a variação nos preços do país?

A taxa de câmbio reflete uma rede de relações de causa e efeito por vezes difícil de ordenar.

Quando a taxa de câmbio sofre uma desvalorização (ou seja, a moeda estrangeira fica mais cara), todos os produtos importados ficam mais caros em reais. É uma pressão de custos que, transferida aos preços dos bens e serviços que usam esses insumos importados, causa inflação.

Por outro lado, se o objetivo da política econômica é preservar a estabilidade da taxa real de câmbio, qualquer elevação da inflação pode gerar uma depreciação nominal da taxa cambial.

Sendo assim, no curto prazo, variações da taxa de câmbio por qualquer razão, tendem a ser vistas como a causa da inflação. No longo prazo, entretanto, o nível da inflação -determinada aqui pela qualidade das políticas monetária e fiscal - torna-se o fator determinante da taxa de câmbio, ou o preço do dólar, uma vez que a taxa de câmbio real (ou efetiva) costuma apresentar uma tendência à estabilidade ao longo do tempo.

Reservas Internacionais

Quando um país não consegue cobrir o déficit em transações correntes do Balanço de Pagamentos com a entrada de capitais (empréstimos e financiamentos, investimentos diretos, etc.), ele geralmente recorre às suas reservas para realizar esse equilíbrio.

A pergunta natural é saber de onde vêm tais reservas.Normalmente, elas têm origem em superávits do Balanço de Pagamentos obtidos em anos anteriores. Esse saldo positivo é canalizado para um piscinão denominado “reservas”. É como se uma grande barragem fosse recebendo água para enfrentar um período de estiagem. Quanto maiores forem as reservas em moeda forte, maiores serão as garantias para uma economia enfrentar eventuais déficits futuros.

A existência de grandes reservas garante também a estabilidade da taxa de câmbio. Por quê? A resposta é que, se o déficit em transações correntes não for coberto pela conta de capital, o governo poderá lançar mão de suas reservas para fazê-lo, sem ter de desvalorizar o câmbio.

Finalmente, em casos excepcionais o Governo pode lançar mão de linhas de crédito que detemos junto ao FMI – Fundo Monetário InTernacional ou outros organismos multilaterais de ajuda financeira.

Page 19: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 19

Transações Correntes

Balança Comercial Exportações menos Importações

Conta de Serviços Os itens mais significativos dessa conta são as despesas com o pagamento de juros da dívida externa e as remessas de lucros e dividendos do capital estrangeiro investidor no país.

Transferências Unilaterais

Fluxo de recursos de entrada de remessas de brasileiros que trabalham no exterior para o Brasil menos fluxo de recursos de saída de estrangeiros para seus países de origem.

Balanço de Pagamentos

Transações Correntes § Balança Comercial § Conta de Serviços § Transferências Unilaterais

Movimento de Capitais Autônomos

Empréstimos, financiamentos, investimento externo direto, amortização de empréstimos obtidos, reinvestimentos e capitais de curto prazo.

Movimento de Capitais Compensatórios

Inclui a conta de caixa do Banco Central, que mede a variação de reservas internacionais (em moeda estrangeira) do país, empréstimos de regularização e atrasados comerciais.

1.5. Contas Externas

Além de uma conta em Reais (R$) o governo administra e controla um fluxo de pagamentos em moeda estrangeira – o dólar norte -americano.

Quando a imprensa noticia um “déficit externo em transações correntes” estão indicando que o Brasil gastou mais do que arrecadou no comércio, no serviço e nas transferências unilaterais – são contas que registram as relações econômicas e financeiras de um país com o exterior.

Um déficit nessas três contas significa que as receitas em dólares foram inferiores às despesas, embora possa ter havido uma receita maior do que a despesa numa delas em particular, mas superada pelo déficit registrado nas demais.

Verifique na tabela abaixo o significado de cada uma das três contas que, juntas, resultam no saldo das “transações correntes” ou “conta corrente”:

Agregadas ao movimento de capitais, as três contas das “transações correntes” completam os elementos essenciais do chamado Balanço de Pagamentos.

Verifique na tabela abaixo esses elementos em conjunto:

Page 20: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 20

1.6 Taxa de Câmbio - PTAX

A taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira expresso em moeda local. Para comprar ou vender dólares, é preciso gastar um montante em reais. A maior ou menor escassez de dólares no mercado determina a taxa de câmbio.

No caso de moedas de livre curso internacional, seus pre ços são determinados em boa medida pela relação entre oferta e procura no mercado global. Assim, o valor do dólar em relação ao euro ou ao iene reflete movimentos de oferta e procura em escala internacional e não apenas a procura por ienes ou euros nos mercados norte -americanos.

No caso brasileiro o Banco Central divulga a Taxa PTAX como a cotação oficial das moedas estrangeiras em relação ao Real.

O PTAX é a informação oficial sobre a cota ção das moedas estrangeiras no Brasil. No Sisbacen, que é o sistema através do qual todas as instituições financeiras se comunicam com o Banco Central, é possível consultar o Ptax de todas as moedas.

Como o dólar é a moeda mais negociada no país, quando se fala em PTAX , o termo é logo associado à moeda norte -americana. O PTAX é a cotação oficial da moeda e é definido através da média ponderada das negociações do d ólar - no caso da moeda norte -americana - no decorrer do dia.

Digamos que, num determinado dia, é fechado um negócio entre duas instituições no valor de US$ 10 milhões a cota ção de R$ 1,90. Logo depois, éfechado outro negócio de US$ 20 milhões a R$ 2,00. PTAX e a média ponderada dos dois negócios, no caso R$ 1,9666. Acompanhe o cálculo:

Esse cálculo é feito levando em conta as várias operações efetuadas durante o dia.

O Banco Central divulga PTAX parciais, em intervalos de meia hora e, depois, divulga a PTAX do dia. São levadas em conta as operações com liquidação em dois dias, que é o prazo padrão do mercado.

O PTAX serve com parâmetro em várias situações. Por exemplo, um título indexado ao dólar paga a variação do dólar mais uma remuneração. Essa variação do d ólar é medida pela variação do Ptax contado a partir do dia da compra do papel até o PTAX do dia da venda ou sua liquidação.

Importante salientar que o PTAX que serve de parâmetro para liquidar as operações de swap, futuros, papéis do governo que vençam hoje, é a taxa que reflete as opera ções de câmbio que ocorreram em D-1.

Suponhamos que a taxa PTAX de hoje seja R$ 1,9666 como no nosso exemplo anterior, mas que ao se iniciar as operações de hoje no mercado spot, o dólar apresentou forte alta, indicando que a nova PTAX referente às operações de hoje ficará em torno de R$ 2,1557, por exemplo.

Neste caso, ninguém, em sã consciência, venderia um ativo que sabemos vale R$ 2,1557 por R$ 1,9666 apenas por que o Bacen publica a taxa PTAX baseada nas operações de D-1. O mercado ajusta no cupom de juros esta distorção.

PTAXA taxa média ponderada das negociações da moeda estrangeira no decorrer de um dia.

Utilização da Taxa PTAXEla é utilizada para corrigir os títulos federais, contratos de swap e futuros.

Taxa PTAX

§ É a informação oficial sobre a cota ção das moedas estrangeiras no Brasil.

§ É utilizada também para corrigir os títulos federais indexados a taxa cambial,como por exemplo a NTN-D, contratos de swap e futuros.

9666,1$Rmilhões20$USmilhões10$US

)2$milhõesxR20$US()90,1$milhõesxR10$US(Ptax =

++=

Page 21: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 21

Resumo – Princípios Básicos de Economia

R§ O PIB Produto Interno Bruto é o total de bens e serviços produzidos num país, em um ano, independentemente da nacionalidade dos agentes econômicos que atuam.

§ O IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo - é o índice utilizado pelo Banco Central para o acompanhamento das metas de inflação do governo. Calculado pelo IBGE, reflete a variação dos preços das cestas de consumo das famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos.

§ O IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado – é calculado pela FGV Fundação Getúlio Vargas e é composto pelo IPA (60%), IPC (30%) e INCC (10%). Corrige a NTN-C Nota do Tesouro Nacional, série C.

§ A Taxa SELIC é a taxa básica da economia brasileira. Calculada e divulgada diariamente pela SELIC - Serviço Especial de Liquidação e Custódia, reflete a taxa média dos negócios realizados entre instituições financeiras pelo prazo de 1 (um) dia com lastro em títulos públicos federais.

§ A taxa DI é calculada e divulgada diariamente pela CETIP – Central de Custódia e Liquidação e reflete a taxa média dos negócios realizados entre instituições financeiras pelo prazo de 1 (um) dia com lastro em título privado.

§ A TR – Taxa Referencial é calculada e divulgada diariamente pelo Banco Central do Brasil. Deriva da TBF (taxa Básica Financeira) que é a taxa média paga pelos 30 maiores bancos na captação de recursos através de CDBs e RDBs. Corrige os depósitos em poupança.

§ A PTAX e a taxa média ponderada das negociações de uma moeda estrangeira no decorrer de um dia. É calculada pelo Banco Central do Brasil e é utilizada para corrigir os títulos federais (NTN-D), contratos de swap e futuros.

§ O cupom cambial é o rendimento em dólar, pago ao investidor que assume risco de investir em outra moeda (no caso brasileiro, o real), bem como a taxa de juro paga nos títulos com correção cambial. A diferença entre a taxa de juros interna e a desvalorização da taxa de câmbio do país equivale ao juro pago em dólar, ou seja, cupom cambial.

§ Os instrumentos de política monetária são: reservas compulsórias (recolhimento de determinado percentual sobre os depósitos feito pelos bancos ao Banco Central); redesconto bancário (concessão de assistência financeira para atender eventuais problemas de liquidez de natureza circunstancial e temporária) e operações do mercado aberto (open market) onde é regulada a liquidez do sistema via compra e venda de títulos públicos.

§ O COPOM – Comitê de Política Monetária é composto pela Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, define a meta da taxa SELIC e seu eventual viés e estabelece as diretrizes da Política Monetária.

§ Política Fiscal é a política de receitas e despesas do Governo. Envolve a definição e a aplicação da carga tributária sobre empresas e pessoas físicas, e a definição dos gastos do Governo com base nos tributos arrecadados. Exerce um forte impacto na política monetária.

§ Política Monetária é o conjunto de medidas que definem o controle da oferta de moeda e conseqüentemente das taxas de juros, visando garantir a liquidez ideal para cada momento econômico. O executor dessas políticas é o Banco Central e os instrumentos clássicos utilizados são o d epósito compulsório, o redesconto e as operações de open market.

§ Política Cambial é o conjunto de medidas tomadas pelo governo que afetam a formação da taxa de câmbio. É diferente da política monetária por atuar mais diretamente sobre todas os fatores relacionados às transações econômicas do país com o exterior.

§ O saldo da balança comercial é a diferença entre o volume de exportações e o volume de importações de produtos e serviços realizadas pelo país em determinado período. Quando o valor das exportações supera o das importações, dizemos que há um superávit comercial. No caso contrário, temos um déficit comercial.

§ O Balanço de Pagamentos é o resumo das transações ocorridas entre o país e o resto do mundo. Ele apresenta duas grandes contas: o saldo em transações correntes, que se refere às transações de bens e serviços realizadas pelos brasileiros com o exterior; e, o saldo de capitais que reflete o fluxo de moedas entre o país e o resto do mundo.

MA1

Page 22: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 22

2. Conceitos Básicos de FinançasMA2

Antes de iniciarmos o módulo de Finanças gostaríamos de fazer alguns comentários a respeito de seu exame:

§ Não haverá qualquer tipo de cálculo ou necessidade de se levar calculadora.

§ As questões farão referência apenas aos conceitos dos assuntos aqui tratados.

§ Utilizamos exemplos numéricos apenas para facilitar a explicação dos assuntos.

2.1 Taxa de Juros Nominal e Taxa Real de Juros

Taxa Nominal

É a taxa que encontramos nas opera ções correntes, ou seja a taxa que é visível aos participantes de uma transação. Exemplo: Contratos de empréstimos e financiamentos, aplicações financeiras, etc.

Normalmente, vem escrita em um documento, como por exemplo, um contrato ou título de crédito.

Podemos dividir o rendimento que ela proporciona em duas partes:

§ a primeira será a mera recupera ção do poder de compra do investidor remunerando-o pela inflação;

§ a outra parte refere -se ao ganho acima da inflação que visa remunerar também o risco de investimento. Chamamos esta segunda parte de rendimento real.

Veja a fórmula:

Em que:iN = Taxa Nominal

iR = Taxa Real

INFL = Índice de Inflação

Exemplo 1: Imagine uma determinada taxa de juros real de 3,80% ao mês e um índice de inflação de 3,22% ao mês. Baseado na formula acima, procure calcular a taxa nominal de juros.

Logo: a taxa nominal de juros será de 7,14% ao mês

Exemplo 2: Dada uma taxa de juros real de 2,0% ao mês e um índice de inflação de 0,5% ao mês, calcular a taxa nominal de juros.

Logo: a taxa nominal de juros será de 2,51% ao mês.

( ) ( )[ ] 1001INFL1iR1iN ×−+×+=

Taxa NominalPodemos também dizer que, do ponto de vistaeconômico, a Taxa Nominal de Juros (iN) é a taxa na qual está embutida a recomposição do poder de compra do dinheiro, baseado em um índice de inflação, acrescido de uma taxa de remuneração pelo capital ou taxa real.

( ) ( )[ ] 10010322,01038,01iN ×−+×+=

( ) ( )[ ] 1001005,0102,01iN ×−+×+=

Page 23: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 23

Exemplo 1: Considerando que uma taxa nominal de juros é de 7,14% ao mês e a inflação do período medida pelo IGP-M, por exemplo, foi de 3,22%, veja o cálculo da taxa real de juros, baseado na fórmula acima:

iR = 3,80% ao mês

Exemplo 2: Considere a Taxa SELIC de 26% ao ano e um índice de inflação previsto para o ano de 9%. Calcule a taxa real de juros.

iR = 15,59% ao ano

10010322,010714,01iR ×

++=

100109,0126,01iR ×

++=

Taxa Real

É calculada a partir da taxa nominal de juros, descontando-se os efeitos inflacionários. O objetivo é determinar o quanto se ganhou ou perdeu, desconsiderando a inflação, neste caso medida por qualquer índice disponível (IGP-M, IPCA, etc.). Observe a fórmula abaixo:

Onde: iR = Taxa Real de JurosiN = Taxa Nominal de JurosINFL = Índice de Inflação 1001

INFL1iN1iR ×

+

+=

Taxa RealIndica qual foi o ganho que o investidor teve efetivamente no seu investimento depois de excluído o índice da inflação.

2.2 Capitalização Simples e Composta

No regime de capitalização simples a taxa de juros incide apenas sobre o capital inicial, portanto a taxa de juros será aplicada sempre sobre o mesmo capital pelos seus diversos períodos.

Exemplo: Uma aplicação de R$100 feita por 3 meses a uma taxa de 2% ao mês. Qual o rendimento acumulado no final de 3 meses?

0 1 2 3 meses Juro = 2 Juro = 4 Juro = 6

Capital = 100 Capital = 100 Capital = 100 Montante = 102 Montante = 104 Montante = 106

Já no regime de capitalização composto a taxa incide sobre o capital inicial acrescido dos juros do período anterior, ou seja, os juros de cada período são gerados pela aplicação de sua taxa sobre a soma do capital anterior e seu respectivo juro.

Observe o fluxo de caixa do exemplo abaixo:

0 1 2 3 meses

Juro = 2,00 Juro = 2,04 Juro = 2,08 Capital = 100,00 Capital = 102,00 Capital = 104,04 Montante = 102,00 Montante =104,04 Montante = 106,12

Regime de Capitalização Simples.Os juros são gerados e por conseguinte aplicados exclusivamente pelo capital inicial investido.

Regime de Capitalização CompostoNeste regime de capitalização, os juros são formados ao final de cada intervalo unitário de tempo. São gerados pelo montante (principal + juros anterior) existente no início de cada intervalo.

Page 24: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 24

Taxa Proporcional

Duas taxas são proporcionais quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização simples de juros.

Exemplo: dada a taxa de 12% ao ano, calcular a taxa mensal.

Neste caso podemos dizer que a taxas de 1,00 % ao mês e 12% ao ano são proporcionais, pois quando aplicadas sobre o mesmo valor pelo mesmo período (1 mês) produzirão o mês resultado, no regime de capitalização simples.

Taxa Nominal x Taxa Efetiva de Juros

Taxa Nominal: as taxas são ditas nominais quando são expressas em uma unidade de tempo que não coincide com o período no qual os juros são capitalizados ou pagos. Exemplo: a taxa de juros nominal da poupança é de 6% ao ano. Isto porque o período em que os juros da poupança são pagos (mensalmente) não coincide com o período em que a taxa foi expressa (anualmente).

Taxa Efetiva: as taxas são ditas efetivas quando são expressas em uma unidade de tempo que coincide com o período no qual os juros são capitalizados ou pagos. Exemplo: a taxa de juros efetiva da poupança é de 0,5% ao mês. Isto porque período em que os juros da poupança são pagos (mensalmente) coincide com o período em que a taxa foi expressa.

100tenhoquero

100i

iquero ×

×

=

iq = taxa que eu queroit = taxa que eu tenhoq = prazo que eu querot = prazo que eu tenho

%00,1100121

10012

imensal =×

×

=

Taxa Nominaltaxa expressa em uma unidade de tempo que não coincide com o período de capitalização.

Taxa EfetivaExpressa em uma unidade de tempo que coincide com o período de capitalização.

2.3 Taxa Equivalente versus Taxa Proporcional

Taxa EquivalenteDuas taxas são equivalentes quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização composto de juros.

1001

tenhoquero

100i1queroi ×

+=

iq = taxa que eu queroit = taxa que eu tenhoq = prazo que eu querot = prazo que eu tenho

Exemplo: Dada a taxa de 12% ao ano, calcular a taxa mensal.

%95,01001121

10012

1mensali =×

+=

Neste caso podemos dizer que as taxas de 0,95% ao mês e 12% ao a no são equivalentes, pois aplicadas sobre o mesmo valor pelo mesmo período (1 mês) produzirão o mês resultado, no regime de capitalização composto.

Taxa EquivalenteRegime de Capitalização Composto

Taxa ProporcionalRegime de Capitalização Simples

Conheça agora o conceito matemático de taxa nominal e taxa efetiva

Page 25: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 25

2.4 Relação entre Preço Unitário, Taxa de Desconto e Prazo

O Preço Unitário (PU) de um título de taxa prefixada é calculado quando se desconta seu valor de resgate pela taxa de juros de mercado, pelo prazo a decorrer até o seu vencimento. Observe a fórmula:

Onde:

i = taxa de mercado

n = prazo a decorrer

Esta terminologia é muito utilizada nos leilões primários de títulos do Tesouro Nacional onde você deve informar o PU e a quantidade de títulos a que está interessado.

Exemplo: Imagine que você precisa calcular o PU de um título para se candidatar àsua compra em um leilão do Tesouro Nacional. Você tem os seguintes dados:

Trata-se de uma LTN cujo valor de resgate é de R$ 1.000,00, cujo prazo de maturidade é de 6 meses. A rentabilidade que você deseja é de 25% ao ano. Pede-se qual o PU que você deverá entrar neste leilão?

Vamos entender agora qual a relação entre Taxa de juros (desconto) e Preço (PU)

Perceba que o cálculo demonstrado acima DESCONTA o valor de resgate pela taxa de juros. Assim, quanto maior a taxa – menor seu PU. A relação é, portanto, inversamente proporcional.

4272.894

10025

1

00,000.1PU

126

=

+

=

PU x Taxa de JurosPerceba que a relação entre taxa de juros e preço é inversamente proporcional.

n

100i1

ResgateValor P.U.

+

=PU Preço UnitárioÉ o valor presente de um título calculado a partir de seu valor de resgate.As variáveis que afetam seu preço são:§ Taxa de juros (desconto)§ Prazo a decorrer

PU Preço UnitárioNormalmente o PU é expresso com 4 casas decimais após a vírgula.

Prazo a decorrer maior

PU menor

Prazo a decorrer menor

PU maior

Vamos entender agora qual é a relação entre Prazo (a decorrer) e o Preço (PU)

Neste caso, mais uma vez, existe uma relação de proporção inversa. Quanto maior o prazo a decorrer de um determinado título, menor será seu preço ou PU. Da mesma forma, quanto menor o prazo a decorrer, maior será o preço ou PU de um título.

Taxa juros maior

PU

menor

Taxa juros menor

PU

maior

Page 26: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 26

2.5 – Fluxo de Pagamentos

2.5.1 – Valor Presente e Taxa de Desconto

A exemplo do que acontece com o PU de um título, cujo valor move-se para cima ou para baixo em função da taxa de juros vigente no mercado, o valor presente de um título e sua taxa de desconto têm comportamento similares, veja porque:

n

100i1

VR.U.P

+

= ni

VFVP

+

=

1001

.

Perceba que o denominador destas equações funciona como taxa de desconto, sendo que no caso específico do VP seu valor é produto da divisão do VF (valor futuro) pela taxa de desconto em forma de fator.

Quanto ao seu comportamento e, a exemplo do PU, o VP move -se inversamente proporcional a taxa de desconto de um fluxo de caixa futuro. Quanto maior a taxa de desconto menor será o VP e vice-versa.

=

2.5.2 – Fluxo de Caixa: Cupom, Amortizações, Prazo Médio e Maturidade de Títulos de Renda Fixa.

O fluxo de caixa de um título pode se apresentar nas mais diversas formas.

Pode pagar principal e juros por períodos, pode pagar somente juros por períodos e principal no final, pode não pagar juros ou principal intermediários, mas somente no final ou no seu resgate, etc.

Vamos abaixo demonstrar graficamente algumas destas situações e suas implicações para seu prazo médio e sua maturidade.

1 2 3 (coluna 2/$135)

4 Prazo Médio

Período meses

Cupons ($)

Ponderação Coluna 3 x 1

1 5 0,0370 0,0370

2 5 0,0370 0,0740

3 5 0,0370 0,1110

4 5 0,0370 0,1480

5 5 0,0370 0,1850

6 5 0,0370 0,2220

7 105 0,7780 5,4460

Total 135 1 6,2230 meses

Neste exemplo, um fluxo de caixa de 7 meses apresenta um prazo médio ponderado de 6,2230 meses.

Cupom de Juros periódico e Principal no final

100

5

1055 5 5 5 5

Page 27: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 27

Cupom de Juros + Amortizações periódicas

100

30 30 30 30

1 2 3 (coluna 2/$120)

4 Prazo Médio

Período Meses

Cupons ($)

Ponderação Coluna 3 x 1

1 30 0,25 0,25

2 30 0,25 0,50

3 30 0,25 0,75

4 30 0,25 1,0

Total 120 1 2,50 meses

Neste exemplo, um fluxo de caixa de 4 meses apresenta um prazo médio ponderado de 2,50 meses.

70

100

Título “Zero Cupom”

Os títulos “zero cupom” são negociados com deságio e não pagam cupom de juros. O prazo médio é igual ao prazo de maturidade do título, que neste caso é de 4 períodos.

Você deve ter percebido que cada um destes 3 títulos têm fluxo de caixa diferente, inclusive com vencimento ou maturidade (maturity) diferentes.

Esta relação entre prazo médio e maturidade é o ponto importante deste item.

Para gestores tanto o prazo médio ponderado como o prazo final do título, ou sua maturidade, têm muita importância em composição de carteiras.

O prazo médio ditará o fluxo de caixa da carteira enquanto o prazo final trará uma visão mais analítica de quando estes fluxos de caixa ocorrerão.

Você terá oportunidade de ter contato com estes conceitos em nossos módulos de Renda Fixa e Gestão de Risco, quando estaremos tratando de conceitos mais complexos destes títulos.

Até lá, fixe bem estes conceitos.

Page 28: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 28

2.5.3 Taxa Interna de Retorno

Como já vimos, títulos de renda fixa e até mesmo projetos e outros tipos de investimentos apresentam fluxos de caixa nas mais diversas formas.

É praticamente impossível olharmos para estes fluxos e dizer qual sua taxa de retorno.O conceito de TIR ou Taxa Interna de Retorno é um dos mais importantes instrumentos para esta avaliação.

Conceitualmente podemos definir a TIR como sendo:

a) A taxa de retorno iguala os fluxos de caixa de um título ou investimento a zero. Ou seja, trazendo todos seus fluxos a Valor Presente, e deduzindo-o de seu Valor Inicial chegaremos a zero.

b) Quando não conhecemos o Valor Inicial do Fluxo de Caixa, podemos dizer que, dado determinada TIR conheceremos o seu Valor Presente, sabendo desta forma, qual o Valor Inicial ou VP daquele fluxo.

Vamos ver estes dois casos nos exemplos abaixo:

Utilizando-se uma calculadora, do tipo HP 12C, chegaremos a uma TIR para este fluxo de 30%.

Vamos agora ao primeiro conceito de que a TIR, que aplicada a cada parcela deste fluxo fará com que cheguemos a zero, ou seja o valor presente das parcelas é 90,20 que confrontados aos (– 90,20) iniciais resultada-se em zero.

17,75302

18,21403

35,011004

Total

1

Parcelas

90,20

19,2325

Valor Presente

Valores do Fluxo de Caixa Cada parcela do Fluxo de caixa foi trazida

a VP pela seguinte fórmula:

n

10030

1

Parcelas dasValor VP

+

=

- 90,20

+25 +30 +40 100

Page 29: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 29

Neste segundo caso, conhecemos as parcelas do fluxo de caixa e que ao aplicarmos determinada TIR chegaremos a um VP que representa o quanto podemos pagar por um título ou investimento para obtermos a TIR desejada, por exemplo de 10%.

Veja como:

16,53202

22,54303

68,301004

Total

1

Parcelas

116,46

9,0910

ValorPresente

Valores do Fluxo de Caixa

+

=

10010

1

Parcelas dasValor VP

Neste caso também cada parcela foi trazida a valor presente à ta xa de 10%. Concluímos que para se obter um retorno de 10% neste fluxo caixa , podemos

pagar, no máximo, $ 116,46.

?

+10 +20 +30 100

Page 30: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 30

2.6 Custo de Oportunidade

Para a teoria econômica, o custo de oportunidade ou custo alternativo surge quando se opta, por exemplo, por determinada alternativa de investimento em detrimento de outrastambém viáveis. Sendo assim, representa o benefício que foi desprezado ao seu escolher uma alternativa em relação a outras.

Então, se você escolhe algo, se você obtém algo, normalmente terá que abandonar algo. E isso que é “desistido”, sacrificado ou do que se abre mão, refere-se justamente ao custo de oportunidade.

É interessante notar que quando escolhemos algo, temos a tendência a olhar apenas para aquilo que foi obtido com a escolha, não atentando para os benefícios que foram sacrificados pelo fato de não se ter escolhido outras alternativas.

O conceito de custo de oportunidade está sempre presente quando a aceitação de uma alternativa exclui outras. Assim, “representa o custo de oportunidade ou quanto um investidor, por exemplo, sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés de outra.”

Exemplificando: Dentre várias alternativas de investimentos, suponhamos que a mais óbvia e fácil seja aplicar recursos em um Fundo de Investimento DI de curto prazo, mas que em função de uma melhor remuneração opte -se por um fundo Multi-Mercado.Neste caso podemos dizer que o Custo de Oportunidade do dinheiro é a taxa de CDI – que foi preterida em detrimento de um rendimento melhor para o investimento.

2.7 – Taxa Livre de Risco

Vamos aqui fazer uma diferenciação do que é: Taxa livre de risco de Ativos livre de risco.

A primeira propriedade da taxa livre de risco é que seu retorno deve ser completamente não correlacionado com o de outros ativos presentes na economia o que, na prática, não se mostra muito fácil de se conseguir.

Nos EUA aproximações razoáveis para esta situação seriam os retornos das Letras do Tesouro (Treasury Bills) e outros títulos do Governo Federal Americano de 10 e 30 anos de duração.

Outra questão fundamental ainda para o que se pode chamar de taxa livre de risco está relacionada ao risco de liquidez de um título e risco de crédito de seu emissor.

Neste ponto focamos nossa discussão para Ativos livres de risco, ou seja papéis com grande liquidez de mercado e que seu emissor não represente risco de crédito.

Desta forma, para se enquadrar em Ativos livres de risco (mercado, crédito e liquidez) os mesmos deveriam satisfazer as seguintes condições:

“O investidor sabe exatamente o valor que receberá no final do prazo do investimento, seja este investimento indexado ou não a um índice econômico ou financeiro.”

Como sabemos, tanto no Brasil como em outros mercados emergentes, a participação governamental nos mercados de juros pode ser muito importante. Muitas vezes, os chamados ativos livres de risco podem ter comportamento de rentabilidade acima dos chamados ativos de mercado, o que pode ser considerado estranho para um Ativo Livre de Risco, que normalmente deveria apresentar rentabilidade histórica menor porem mais constante do que os ativos com maior risco.

Citamos como exemplo no caso brasileiro, a taxa de CDI (Certificado de Depósito Interbancário), no período de abrangência do Plano Real, que vai de janeiro de 1995 à dezembro de 2002, onde, apesar do longo período de análise a taxa livre de risco(CDI) superou em 45,63 pontos percentuais o retorno do Ibovespa.

Page 31: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 31

Podemos, para efeito de exercício teórico, dizer que no caso brasileiro as taxas de CDI, SELIC e da Poupança se aproximam do que poderíamos chamar de taxas livres de risco e os Ativos cupons zero de emissão do Governo (LFT) como sendo a melhor aproximação do que seriam os Ativos livres de risco, até porque têm seus rendimentos atrelados ao rendimento da taxa SELIC.

Normalmente as taxas livre de risco são utilizadas como custo de oportunidade para investimentos. Lembra -se deste conceito no item anterior?

2.8 - Custo médio ponderado de capital

2.8.1 – Conceito

O custo de capital é um conceito extremamente importante. Atua como o maior elo de ligação entre as decisões de investimento a longo prazo da co mpanhia e a riqueza dos acionistas ou proprietários. Na verdade, é o número mágico usado para decidir se um investimento corporativo proposto vai aumentar ou diminuir o valor da ação da companhia ou seu valor de mercado.

O Custo de Capital é estimado em um dado momento. Ele reflete o custo médio futuro dos fundos por um longo prazo, com base nas melhores informações disponíveis. Esse enfoque é coerente com a utilização do custo de Capital para decisões de investimentos financeiros a longo prazo.

A fim de entender o inter-relacionamento das fontes de capital, é necessário examinar seu custo combinado, ao invés do custo de cada fonte específica para financiar determinado projeto.

Verifique a ilustração abaixo e entenda esta relação:

Permanente

Máquinas e EquipamentosEdifícios

Circulante

Aplicações FinanceirasDuplicatas a ReceberEstoques

Ativos Aplicação de Recursos

PassivosFontes de Recursos

Patrimônio LiquidoAções Preferenciais Ações Ordinárias

Longo PrazoEmpréstimos

CirculanteFornecedoresSalários

Fontes de Capital

Nosso cálculo para fontes de capital estará focado nos empréstimos de longo prazo e Patrimônio Líquido.

Para este efeito teremos que calcular o custo de cada fonte específica de financiamento.

Vamos iniciar pela mais fácil que são os empréstimos de longo prazo.

Por definição, os juros pagos por esta fonte são dedutíveis do Imposto de Renda, logo seu custo final deverá levar isto em consideração através da seguinte fórmula:

Custo de Capital = Taxa de Juros x (1 – alíquota de IR)

Assim sendo, um empréstimo que tem sua taxa de juros efetiva anual de 20%, considerando-se uma alíquota de IR de 30%, deverá ser considerado para efeito de custo de capital:

Custo de Capital = 0,20 x (1 – 0,30) = 0,14 ou 14% ao ano.

Page 32: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 32

CMD

. CAP−

= 5 - 5050 de 15%. CAP =

=

= =16,66%

457,50. CAP ==

O terceiro e último item de nosso cálculo refere -se ao cálculo do custo da ação ordinária, que é idêntico ao da ação preferencial visto acima, acrescido de um fator de crescimento esperado nos dividendos a serem distribuídos.

Em outras palavras imagine agora uma emissão de ações ordinárias cujo crescimento esperado seja de 10% ao ano, cujo valor da ação de mercado seja de R$ 60,00 com custos de emissão de R$ 6 e dividendos esperados de 12%. Observe a formula de cálculo, onde:

CAP = Custo da Ação PreferencialD = DividendoM = Valor de Mercado da AçãoC = Custos de Emissão F = Fator de crescimento de dividendos

F x CM

D. CAP

−=

6 - 6060 de 12%

. CAP =

=

= = 14,66% 1,10 x % 0,1333 54

7,20. CAP ===

Podemos agora calcular o custo médio ponderado de capital baseado nas premissas anteriores e imaginando uma proporção para as 3 fontes de capital aqui especificadas. Confira:

5,1314,6635%Ações Ordinárias

14,63Custo Anual Médio Ponderado de Capital

2,5016,6615%Ações Preferenciais

71450%Empréstimos de Longo Prazo

% Custo Ponderado

% Custo Nominal

anual

Proporção do Capital

Total

Fontes de Capital

Já para as ações preferenciais seu custo é definido como sendo o valor dos dividendos recebidos dividido pelo preço de emissão da ação ou de seu valor de mercado em cada período de análise deduzidos os custos de emissão, como comissão para venda a mercado.

Desta forma, imagine uma empresa cujo valor da ação preferencial em bolsa seja de R$ 50,00 e que se imagine pagar de dividendos mínimo de 15%, com custo inicial de colocação de R$ 5, terá como custo final o seguinte:

CAP = Custo da Ação PreferencialD = DividendoM = Valor de Mercado da AçãoC = Custos de Emissão

Teremos que o custo de emissão da ação preferencial será:

Page 33: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 33

2.8.2 – Alavancagem Financeira

Podemos definir alavancagem financeira como sendo o grau de utilização de títulos de renda fixa (normalmente empréstimos) na estrutura de capital da empresa.

As empresas necessitam de capital para expansão, seja de origem própria ou de terceiros. A maneira pela qual a empresa organiza esta necessidade de capital é chamada estrutura de capital da empresa, que indica as proporções de financiamento com capital próprio e capital de terceiros de curto e longo prazo, visto no item anterior.

Apesar da estrutura de capital ser uma das áreas mais complexas na tomada de decisões financeiras devido ao seu inter-relacionamento com outras variáveis de decisões financeiras, uma determinada estrutura de capital pode maximizar os lucros da empresa e servir como excelente ferramenta de alavancagem financeira.

A essência deste sucesso está associada ao que alguns administradores financeiros chamam de estrutura de ótima de capital. Esta estrutura ótima de capital resulta do equilíbrio dos custos e o benefícios dos empréstimos, para minimizar o seu custo médio ponderado. (também visto no item anterior)

Resumindo a estrutura ótima de capital é o equilíbrio entre risco e retorno que maximiza o preço das ações ou o valor de mercado de uma empresa.

As fontes de recursos de um empresa, ou seu passivo, sempre estã o estruturados de alguma forma, independentemente desta estrutura ser o reflexo de um prévio planejamento ou não. Esta estrutura de capital, para que seja eficiente e sirva como alavanca para o desenvolvimento empresarial, precisa ser previamente definida de acordo com alguns princípios básicos a saber:

a) O risco do negócio: quanto maior for o risco inerente às operações da empresa, sua estrutura de capital deverá privilegiar um menor grau de endividamento.

b) Posição tributária: Uma das principais razões para se utilizar capitais de terceiros é que juros podem ser deduzidos para fins de imposto de renda, o que reduz o custo efetivo da dívida. No entanto se a maior parte do lucro da empresa já está protegido da tributação por algum mecanismo, este efeito de compensação tenderá a desaparecer

c) Flexibilidade Financeira: Ou capacidade de levantar capitais sob condições razoáveis em situação adversa. Sabemos que quando há redução de crédito na economia, ou quando uma empresa está passando por dificuldades operacionais, os provedores de capital preferem fornecer fundos a empresas com balanços patrimoniais fortes.

d) Conservadorismo ou agressividade: Está diretamente relacionado a cultura operacional da empresa. Algumas são mais agressivas outras mais conversadoras. A estrutura ótima de capital deverá ter isto em consideração.

Concluindo, o processo de escolha da estrutura de capital ótima e por conseguinte o nível adequado de alavancagem deve levar em conta tanto aspectos quantitativos como custo de empréstimos e Imposto de Renda, como aspectos não mensuráveis como alguns dos acima descritos.

Page 34: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 34

Resumo – Princípios Básicos de Finanças

RMA2

§ A Taxa Nominal de Juros é a taxa na qual está embutida a recomposição do poder de compra do dinheiro, baseado em um índice de inflação, acrescido de uma taxa de remuneração pelo capital ou taxa real.

§ A Taxa Real indica qual foi o ganho que o investidor teve efetivamente no seu investimento depois de excluído o índice da inflação.

§ No Regime de Capitalização Simples os juros são gerados e, por conseguinte, aplicados exclusivamente pelo capital inicial investido.

§ No Regime de Capitalização Composto os juros são formados ao final de cada intervalo unitário de tempo. São gerados pelo montante (principal + juros anterior) existente no início de cada intervalo.

§ A Taxa é dita Equivalente no Regime de Capitalização Composto e a Taxa é dita Proporcional no regime de capitalização simples.

§ PU - Preço Unitário- é o valor presente de um título calculado a partir de seu valor de resgate. As variáveis que afetam seu preço são:

§ Taxa de juros (desconto)§ Prazo a decorrer

§ A relação entre taxa de juros e preço (PU) é inversamente proporcional.

§ Os títulos “zero cupom” são negociados com deságio e não pagam cupom de juros. O prazo médio é igual ao prazo de maturidade do título.

§ Custo de oportunidade representa quanto um investidor, por exemplo, sacrificou em termos de remuneração, por ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés de outra.

§ Taxa livre de risco - o investidor sabe exatamente o valor que receberá no final do prazo do investimento, seja este investimento indexado ou não a um índice econômico ou financeiro. Pressupõe inexistência de risco de crédito, mercado e liquidez.

§ Podemos definir alavancagem financeira como sendo o grau de utilização de títulos de renda fixa (normalmente empréstimos) na estrutura de capital da empresa. A maneira pela qual a empresa organiza sua necessidade de capital é chamada estrutura de capital da empresa e indica a proporção de financiamento com capital próprio e capital de terceiros de curto e longo prazo.

Page 35: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 35

3. Conceitos Básicos de Estatística

Estaremos agora revisando alguns conceitos básicos de estatística que serão úteis para o entendimento de vários pontos de nosso programa. Vamos então encará-lo como sendo uma importante prepara ção, principalmente, para o ultimo módulo de nosso curso que tratará de Gestão de Risco e Medidas de Performance. Bom estudo!

3.1 - Medidas de Posição

São medidas que localizam o centro de uma amostra, sendo as três mais populares, a média, a mediana e a moda.

3.1.1 - Média

A média aritmética ou simplesmente média, é uma medida de localização do centro de uma amostra. Veja suas características.

Exemplo: Imagine que você queira determinar o valor médio das casas de uma determinada rua cujos valores estão abaixo descritos:

Casa 1 - $ 125.000,00Casa 2 - $ 150.000,00Casa 3 - $ 135.000,00Casa 4 - $ 120.000,00Casa 5 - $ 140.000,00Casa 6 - $ 110.000,00Casa 7 - $ 1.000.000,00Casa 8 - $ 100.000,00Casa 9 - $ 100.000,00

A média será a soma dos valores destas casas ($ 1.980.000,00) dividido pelo número de casas (9), que será de $ 220.000,00.

Embora todos os dados, menos um, estejam no intervalo [$100.000,00-$150.000,00], o valor obtido para a média está "bem afastado" deste intervalo, não é verdade?

O que acontece é que a média, apesar de ter como característica levar em conta todoselementos da amostra é muito sensível a valores muito grandes ou muito pequenos. No caso do exemplo foi o valor $ 1.000.000,00 que inflacionou a média.

3.1.2 – Mediana

A mediana é uma medida de localização do centro da distribuição dos dados definida do seguinte modo:

Ordenados os elementos da amostra utilizado no tópico anterior, a mediana é o valor (pertencente ou não à amostra), que a divide ao meio, isto é, em duas partes iguais.

Vamos utilizar o mesmo exemplo anterior, com seus valores em milhares de $:

1) O primeiro passo é colocar a amostra em ordem crescente;

[100], [100], [110], [120], [125], [135], [140], [150] e [1.000]

MA3

Page 36: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 36

2) A mediana será representada pelo seu elemento central, onde metade daamostra estará de seu lado direito e a outra metade de seu lado esquerdo.

3) Ela é especialmente útil quando trabalhamos com amostras com valoresextremos que distorcem a média aritmética.

4) Como medida de localização do centro da amostra, a mediana é mais robusta doque a média pois não é tão sensível a valores extremos.

Apenas uma dica: se a amostra total resultar em um número par, a mediana seráa média aritmética dos dois elementos centrais desta amostra.

3.1.3 - Moda

Para um conjunto de dados define-se moda como sendo: o valor que surge com mais freqüência. É uma medida muito utilizada por sindicatos para se obter o salá rio representativo de uma categoria.

Continuando no mesmo exemplo:

valores

casas

2201000150140135125120110100100

média987654321

mediana

Dividiu-se a amostra ao meio, deixando a mesma quantidade de elementos para cada lado, neste caso, quatro.

valores

casas

1000150140135125120110100100

987654321

Moda = 100 (valor que surge com maior freqüência)

Page 37: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 37

3.2 - Medidas de Dispersão

Um aspecto importante no estudo descritivo de um conjunto de dados é o da determinação de sua variabilidade ou dispersão desses dados relativamente à medida de localização do centro da amostra.

Repare nas três amostras seguintes - representam a idade de 3 grupos diferentes de pessoas que, embora resultem na mesma idade média, têm uma dispersão bem diferente. Como a medida de localização mais utilizada é a média , é em relação à ela que se define a principal medida de dispersão - a variância, apresentada logo a seguir:

Dispersão

Como você percebe, a idade média destas três amostras é comum a todas = 32,5.

Contudo a dispersão de seus dados é bem diferente, concorda?

3.2.1 – Variância

Obtem-se a variância da seguinte maneira:

a) Encontrada a média de uma amostra, calculam-se as diferenças de todos os seus elementos em rela ção à esta média;

b) Eleva-se ao quadrado todas estas diferenças (negativas e positivas);

c) Soma-se todas estas diferenças elevadas ao quadrado e, divide-se pelo número de elementos desta amostra.

Veja na próxima página.

Média = 32,5 anos

Nas três amostras a idade média será a soma dos quadradinhos escuros, divido pela sua quantidade. Faça o teste!

Eleva-se ao quadrado

Por que elevamos ao quadrado estas diferenças?

Primeira Amostra

6055

5045

40

3530

25

20

15

105

SegundaAmostra

45353020

TerceiraAmostra

6055

10

5

Page 38: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 38

Variância!?! Vamos entender o que realmente esta definição significa.Retomemos nossas três amostras da página anterior que sabemos têm médias iguais (32,5 anos ) e vamos ver quais são suas variâncias.

Pontos para observação

1) Comente as variâncias encontradas aqui

2) Os resultados encontrados são de fácil interpretação?

3) Quais suas conclusões?

TABELA NÚMERO 1

N X(i) idades

Média (x – média) (x – média)²

1 5 32,5 - 27,5 756,25

2 10 32,5 - 22,5 506,25

3 15 32,5 - 17,5 306,25

4 20 32,5 - 12,5 156,25

5 25 32,5 - 7,5 56,25

6 30 32,5 - 2,5 6,25

7 35 32,5 + 2,5 6,25

8 40 32,5 +7,5 56,25

9 45 32,5 +12,5 156,25

10 50 32,5 +17,5 306,25

11 55 32,5 +22,5 506,25

12 60 32,5 +27,5 756,25

Total 32,5 Zero 3.575

Variância = 3575/12 = 297,92

TABELA NÚMERO 2 N X(i)

idades Média (x –

média) ( x – média )²

1 20 32,5 -12,5 156,25

2 30 32,5 -2,5 6,25

3 35 32,5 +2,5 6,25

4 45 32,5 +12,5 156,25

Total 32,5 Zero 325

Variância = 325/4 = 81,25

TABELA NÚMERO 3

N X(i) idades

Média (x – média) ( x – média )²

1 5 32,5 -27,5 756,25

2 10 32,5 -22,5 506,25

3 55 32,5 +22,5 506,25

4 60 32,5 +27,5 756,25

Total 32,5 2.525

Variância =2525/4 = 631,25

Vamos conferir as conclusões nas páginas seguintes.

Grupo Eletrônico

Por que elevamos os resultados as diferenças ao quadrado?

Respondendo nossa pergunta da página anterior: Perceba que, caso não elevássemos as diferenças dos dados em relação à média ao quadrado, as diferenças positivas seriam anuladas pelas negativas, resultando em variância Zero.

Page 39: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 39

Bem... vamos aqui, em conjunto, tirarmos algumas conclusões sobre a variância:

1. Amostras de dados com médias iguais podem ter um nível de dispersão muito diferente.

2. O resultado obtido pelas variâncias de nossas três amostras demonstrou isto claramente, as amostras mais dispersas foram as que tiveram maiores variâncias.

3. Se observarmos com cuidado as três tabelas da página anterior, podemos perceber que elevamos ao quadrado todas as diferenças de seus elementos em rela ção a sua média. Por que será?

4. Bem, como salientamos, se não elevássemos ao quadrado estas diferenças, elas se anulariam (negativas com positivas).

5. O que a variância faz é neutralizar estes números negativos elevando-os ao quadrado.

6. Isto, porém, provoca um efeito na variância que é o que chamamos de forma “não organizada” de vermos uma dispersão. A unidade de medida da variância não é a mesma da média.

7. Precisamos então encontrar uma medida mais organizada para observarmos esta dispersão. Confira o próximo ponto.

3.2.2 – Desvio Padrão

Uma vez que a variância envolve a soma de quadrados de suas dife renças, ela perde um pouco a referência para efeitos de compara ção.

Assim, para obter uma medida da variabilidade ou dispersão com as mesmas unidades dos dados, tomamos a raiz quadrada da variância e obtemos o desvio padrão.

- Então quer dizer que o desvio padrão é simplesmente a raiz quadrada da variância?

- Isto mesmo, basta você tirar a raiz quadrada da variância que obteremos o desvio padrão de nossas três amostras. Vamos conferir:

Desvio Padrão

O desvio padrão é uma medida que só pode assumir valores positivos e quanto maior for, maior será a dispersão dos dados.

Primeira Amostra: Variância = 297,92

Desvio padrão =

Segunda Amostra: Variância = 81,25

Desvio padrão =

Terceira Amostra: Variância = 631,25

Desvio padrão =

anos 16,1792,297 =

anos 01,925,81 =

anos 12,2525,631 =

Page 40: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 40

O que você achou do desvio padrão como medida de dispersão, não é muito mais de ser analisado do que a variância?

Pois bem, para o estudo de Gerenciamento de Risco o Desvio Padrão será uma de nossas principais medidas estatísticas, por isso vale a pena entendê-la muito bem.

Vamos interpretar os resultado obtidos com o desvio padrão de nossas três séries.

Em primeiro lugar sabemos que os três grupos de pessoas analisadas têm a mesma idade média ouseja 32,5 anos.

Sabemos também que a dispersão das idades destas pessoas em relação à média é bem diferente para os três grupos. Vamos então analisar seus Desvios Padrões.

AmostrasDesvio Padrão

17,16 anos

9,01 anos

25,12 anos

Em primeiro lugar vamos interpretar os resultados dos desvios padrões obtidos.

a) Na primeira amostra temos que a idade média é de 32,5 anos e seu desvio é de 17,16 anos. Isto significa que o desvio médio em relação a esta média é de 1 7,16 anos para mais e para menos em relação aos 32,5 anos. Desta forma, é de se esperar que, na média, a idade desta primeira amostra fique assim:

b) Para a segunda amostra é de se esperar que a idade média situe-se entre 23,49 anos(32,5 – 9,01) e 41,51 anos (32,5 + 9,01)

c) Para a terceira amostra é de se esperar que a idade média situe-se entre 7,38 anos(32,5 – 25,12) e 57,62 anos (32,5 + 25,12)

Percebemos que a mostra número três tem a maior dispersão dentre todas.

Observação Final: Da mesma forma que a média, o desvio padrão é uma medida pouco resistente, pois é influenciado por valores muito grandes ou muito pequenos (o que seria de esperar já que seucálculo que é derivado da variância é baseado nas diferenças entre os dados e sua média).Assim, se a distribuição dos dados for bastante enviesada, isto é, com valores extremos elevados, não é conveniente utilizar a média como medida de localização, nem o desvio padrão como medida de variabilidade.Estas medidas só dão informação útil, respectivamente sobre a localização do centro dadistribuição dos dados e sobre a variabilidade, se as distribuições dos dados foremaproximadamente simétricas, cujo conceito você entenderá a seguir.

Média32,5 anos

Desvio Padrão (-)15,34 anos

Desvio Padrão (+)49,66 anos

32,5 – 17,16 = 15,34 anos 32,5 + 17,16 = 49,66 anos

Podemos dizer que, na média, os participantes deste grupo têm idade que varia entre 15,34 e 49,66 anos

Primeira Amostra

60555045403530252015105

SegundaAmostra

45353020

TerceiraAmostra

6055105

Page 41: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 41

3.3 - Distribuição Normal

Uma distribuição de dados dita como normal possui uma importante propriedade: seus dados possuem uma classe média predominante e as outras classes se distribuem à volta desta de forma aproximadamente simétrica e com freqüência a decrescer à medida que se afastam da classe média, da seguinte forma:

Aproximadamente 68% de seus elementos estão no intervalo de seu desvio padrão e ao calcularmos dois desvios padrões cobriremos aproximadamente 95% de seus elementos.

Observe o exemplo abaixo:

Imagine um grupo de 100 pessoas onde a idade média é de 30 anos, sendo seu desvio padrão de 10 anos. Desta forma teríamos a seguinte situação:

Continuando ainda no nosso exemplo, outra propriedade de uma distribuição considerada normal é que ao calcularmos dois desvios padrões estaremos cobrindo aproximadamente 95% de toda sua população.

Neste caso, dado a média do grupo de 30 anos e desvio padrão de 10 anos, se a distribuição for normal, aproximadamente 95% de seus participantes, neste caso 95 pessoas, terá entre 10 anos (30 anos de média menos 2 desvios padrões de 10 anos e 50 anos (30 anos de média mais 2 desvios padrões de 10 anos).

No caso deste grupo de 100 pessoas aproximadamente 68 teriam idade entre 20 e 40 anos, ou seja, dada a média do grupo de 30 anos e desvio padrão de 10 anos, se a distribuição for normal, aproximadamente 68% de seus participantes terá entre 20 anos (30 anos de média menos 10 de desvio padrão e 40 a nos (30 anos de média mais 10 anos de desvio padrão).

Uma distribuição normal tem a forma de um sino. Observe ao lado.

SimetriaSignifica que os dados -negativos e positivos - estão distribuídos de forma igualmente proporcionais em torno da média.

Page 42: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 42

3.4 - Intervalo de Confiança e Nível de Confiança

Um intervalo de confiança é uma faixa ou a extensão de valores ou dados que represente a probabilidade de conter um determinado parâmetro estatístico a ser estimado para um conjunto de dados representados por uma distribuição normal. Os intervalos de 95% e 99% são os mais utilizados para este fim. Para exemplificar o que estamos falando tomemos utilizar o exemplo do item anterior.

Imagine que tenhamos 100 pessoas com idade média de 30 anos, com desvio padrão de 10 anos, cuja amostra resultou em uma distribuição normal.

Desta forma, quando falamos em 95% de intervalo de confiança, estaremos falando que, aproximadamente 95% desta amostra terá pessoas entre 10 e 50 anos, isto porque, se a média é 30 anos e 95% de intervalo de confiança, representa 2 desvios padrões, teremos que adicionar e tirar 20 anos de cada lado desta média para saber sua amplitude.

Por dedução sabemos que este intervalo de confiança terá 95% de chances de conter um valor que se desvie da média na proporção de até dois desvios padrões.

Já um nível de confiança é uma probabilidade associada ao intervalo de confiança.

É normalmente expressa em forma percentual. Por exemplo, digamos que o nível deconfiança seja de 95% para a situação abaixo:

Suponha que uma pesquisa de opinião predissesse que, se a eleição ocorresse hoje, o Partido Político XYZ teria 60% dos votos. O responsável pela pesquisa associou à mesma um nível de confiança de 95%. Isto quer dizer que imagina-se que o partido XYZ poderá ter algo em torno de 57% a 63% dos votos, ou seja 5% de erro dos 60% dos votos que resultam em 3% , devem adicionados e tirados do percentual esperado de votos.

Não sei se você percebeu mas, introduzimos também uma nova maneira de ver dados estatísticos. Trata-se da distribuição de freqüência.

Imagine que você tenha 100 dados que queira organizá-los na chamada distribuição de freqüência. O eixo vertical determinará a quantidade de vezes que o dado apareceu e o eixo horizontal mostrará a característica do intervalo da amostra inclusive com sua média. Observe:

FreqüênciaQuantidade de vezesem que o dado apareceu.

40

30

20

10

21 24 27 30 33 36 39

Idade das pessoas

Page 43: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 43

A correlação é a medida padronizada da relação entre duas variáveis. Ela é calculada com base na covariância.§ Uma correlação próxima a zero indica que as duas variáveis não estão relacionadas.

§ Uma correlação positiva indica que as duas variáveis se movem juntas, sendo a relação mais forte quanto mais a correlação se aproxima de 1.

§ Uma correlação negativa indica que as duas variáveis se movem em direções opostas, sendo que a relação fica mais forte quanto mais próxima de menos 1 ela ficar.

Veja abaixo a hipótese de pre ços de duas a ções: Sadia (Série A) e Perdigão (série B)

Coeficiente de Correlação

Seu valor vai ficar entre menos 1 e mais 1 e será assim que poderemos observar a dependência entre duas variáveis.

Período Série A Série B

Cotação Ações Sadia

Cotação Ações Perdigão

Mês 1 10 11

Mês 2 15 13

Mês 3 20 19

Mês 4 25 21

Mês 5 30 29

Mês 6 35 27

Covariância 54,16667

Coeficiente de Correlação 0,96

Perceba o coeficiente de correlação destas ações. Vamos discuti-lo na próxima página.

O coeficiente de correlação também constitui-se em importante medida estatística. Tente se lembrar as várias vezes que você deve ter ouvido falar que existe uma forte correlação entre dólar e juros, ou entre a bolsa de valores e papéis emitidos no exterior. Pois bem, através do coeficiente de correla ção, sairemos do campo das suposições e teremos condições de realmente saber se existem tais correla ções. Veja como.

3.5. Coeficiente de Correlação

Dado duas séries de dados, existirão várias medidas estatísticas que podem ser usadas para analisar como as duas séries se movem através do tempo.

As duas mais largamente usadas são: a correlação e a covariância.

Para duas séries de dados, X (X1, X2,.) e Y(Y1,Y2,.), a covariância fornece uma medida não padronizada do grau no qual elas se movem, e é estimada tomando o produto dos desvios da média, para cada variável, em cada período.

O sinal na covariância indica o tipo de relação que as duas variáveis tem. Um sinal positivo indica que elas movem na mesma direção e, um negativo, que elas se movem em direções opostas. Enquanto a covariância cresce com o poder do relacionamento, ainda é relativamente difícil fazer julgamentos sobre o poder do relacionamento entre as duas variáveis observando a covariância, pois ela não é padronizada.

Covariância

Seu sinal, positivo ou negativo, indica o tipo de relação entre duas séries de dados.

Page 44: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 44

O que você notou de importante nestas séries de dados? Vamos tentar identificar os principais pontos juntos?

1. A Série “A” é uma série da dados que em 100% do tempo está em direção ascendente, começando com 10 e terminando com 35, sempre em intervalos de 5.

2. A Série “B” também é uma série de dados que, em praticamente 100% do tempo, (todos, exceto um), está em direção ascendente.

3. Como podemos observar, o coeficiente de correla ção destas duas séries para um mesmo período é muito forte, e aliás, não poderia deixar de ser. Elas movimentam-se de forma bem uniforme, pois todas sobem ao mesmo tempo e em padrões relativamente parecidos.

Vamos ver se o diagrama abaixo ajuda você a fixar melhor os conceitos aqui explicados.

Correlação Negativa Correlação Positiva

-1 - 0,5 0 +0,5 +1

Significa que duas séries movem-se em direção opostase, quanto mais próximo de – 1, mais forte é esta relação.

Significa que duas séries movem-se na mesma direçãoe, quanto mais próximo de 1, mais forte é esta relação.

• Perceba que a correlação hipotética das nossas duas ações (Sadia e Perdigão), ficou em 0,96, ou seja, bem próxima a +1.

• Agora imagine se ocorresse o contrário, se elas tivessem correla ção negativa (enquanto uma sobe de preços a outra cai), que efeito isto teria em uma carteira de ações?

• Voltaremos a este assunto e falaremos de sua aplicação na Apostila de Gestão de Risco.

Page 45: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 45

Qual a utilidade prática do coeficiente de correlação?

1. Para carteiras de Renda Variável Ao construir carteiras de renda variável, o coeficiente de corre lação pode nos ajudar a fazer uma diversificação eficiente, ou seja, escolher papeis com baixa correlação, que não subam e caiam de preço ao mesmo tempo.

2. Utilização na proteção de carteiras: “hedging”A proposta de cobertura, ou “hedging”, para determinado fator de risco de um passivo, por exemplo, nada mais é do que encontrar um ativo com o qual este passivo tenha forte correlação. Desta forma, todas as variações no passivo serão neutralizadas pelas mesmas variações no ativo.

3.6. Coeficiente de Determinação ou R2

O quadrado do coeficiente de correlação é chamado de coeficiente de determinaçãoou simplesmente R².

Será um número sempre positivo, variando de zero até 1, e demonstra quão forte é a relação entre duas variáveis, sendo 0 a mais fraca e 1 a mais forte.

É muito utilizada nas operações de proteção, conhecidas como “hedging” para sabermos qual o grau de proteção que estamos atingindo, ou sua e ficácia.

Exemplo:1) Suponha que você tem uma posição da ação “A” e queira fazer uma operação de proteção utilizando o índice Bovespa.

2) Suponha também que o coeficiente de correlação entre esta ação e o Ibovespa seja 0,8, ou seja, em 80% das vezes que o preço da ação sobe ou cai, o mesmo ocorre com o índice Bovespa.

3) O coeficiente R2 indicará a eficácia dessa proteção respondendo à seguinte pergunta: quanto da variação do preço da ação tem a ver com a variação do Ibovespa, através da seguinte fórmula:

Seu R² será : R² = (0,80) ² = 0,64

Assim sendo:

64% da variação dos preços da ação “A” pode ser explicada pela variação do Ibovespa. Cabe agora ao analista concluir se, com o coeficiente R² de 0,64, a operação fornece o nível de proteção adequado.

Page 46: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 46

Resumo – Princípios Básicos de Estatística

RMA3

§ Medidas de Posição são medidas que localizam o centro de uma amostra sendo as três mais populares, a média, a mediana e a moda.

§ A média tem como característica levar em conta todos os elementos da amostra e é muito sensível a valores muito grandes ou muito pequenos.

§ A mediana é representada pelo elemento central de uma série de dados sendo que metade da amostra estará de seu lado direito e a outra metade de seu lado esquerdo.

§ Para um conjunto de dados define-se moda como sendo o valor que surge com mais freqüência.

§ As medidas de dispersão – desvio-padrão e variância - determinam a variabilidade ou dispersão dos dados da série em relação ao centro da amostra.

§ O desvio padrão é uma medida que só pode assumir valores positivos e quanto maior for, maior será a dispersão dos dados. Trata -se da raiz quadrada da variância.

§ Uma distribuição normal possui uma importante propriedade: seus dados possuem uma classe média predominante e as outras classes se distribuem à sua volta de forma aproximadamente simétrica e com freqüência a decrescer à medida que se afastam da classe média.

§ Um intervalo de confiança é uma faixa ou a extensão de valores ou dados que representa a probabilidade de conter um determinado parâmetro estatístico a ser estimado para um conjunto de dados representados por uma distribuição normal.

§ A covariância fornece uma medida não padronizada do grau no qual duas séries de dados se movem, e é estimada tomando o produto dos desvios da média, para cada variável, em cada período.

§ A correlação é a medida padronizada da relação entre duas variáveis. Ela é calculada com base na covariância.

§ Uma correlação próxima a zero indica que as duas variáveis não estão relacionadas.§ Uma correlação positiva indica que as duas variáveis se movem juntas, sendo a relação mais forte quanto mais a correlação se aproxima de 1. § Uma correlação negativa indica que as duas variáveis se movem em direção oposta, sendo que a relação fica mais forte quanto mais próxima de menos 1 ela ficar.

Dúvidas? Anote -as aqui e agora.Utilize o grupo eletrônico e/ou traga para discussão na aula pre sencial tira-dúvidas.

Page 47: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 47

4. Sistemas de Negociação, Liquidação e CustódiaMA4

Vamos aprender como são liquidadas as operações realizadas pelos diversos agentes econômicos, ou seja, vamos entender como se processa o pagamento e o recebimento dos recursos financeiros e dos títulos e valores mobiliários transacionados no mercado.Vamos falar dos Sistemas de Liquidação e Custódia existentes, responsáveis por essa função.

4.1 - SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia

Criado em 1979 pela ANDIMA em parceria com o Banco Central, o SELIC é um sistema eletrônico que processa o registro, a custódia e a liquidação financeira das opera ções realizadas com títulos públicos, garantindo segurança, agilidade e transparência aos negócios.

Na década de 70, as operações financeiras implicavam o manuseio e a movimenta ção física desses títulos, com grande risco de fraude e extravio.

A partir do SELIC, títulos e cheques foram substituídos por simples registros eletrônicos, gerando enorme ganho de eficiência, já que as opera ções são fechadas no mesmo dia em que ocorrem.

O objetivo deste sistema é controlar e liquidar financeiramente as opera ções de compra e venda de títulos públicos federais e manter sua custódia física e escritural. É o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, dentre eles as LFT, LTN, NTN-C e NTN-D.

SELICSistema eletrônico que custodia e liquida as operações com títulos públicos federais.

Você vai aprender as características dos principais títulos públicos federais liquidados e custodiados pelo SELIC na Parte 2 deste programa de treinamento. Aguarde!

O que a Taxa SELIC Over tem a ver com esse Sistema de Liquidação e Custódia? Tudo a ver!

A taxa SELIC Over é a taxa média dos negócios realizados entre duas instituições financeiras, pelo prazo de 1 dia, com lastro em títulos públicos federais. Como todas as operações são liquidadas através deste sistema eletrônico, é ele que apura e divulga essa taxa diariamente.

A taxa de juros fixada na reunião do COPOM – Comitê de Política Monetária, é a meta para a taxa SELIC, a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê, a cada 5 semanas.

Page 48: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 48

4.2 - CETIP – Central de Liquidação e Custódia de Títulos

A CETIP - Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos é uma das maiores empresas de custódia e de liquidação financeira da América Latina e se constitui em um mercado de balcão organizado para registro e negociação de títulos e valores mobiliários de renda fixa.

Sem fins lucrativos, foi criada em conjunto pelas instituições financeiras e o Banco Central, em março de 1986, para garantir mais segurança e agilidade às operações do mercado financeiro brasileiro.

A Custódia é escritural, feita através do registro eletrônico na conta aberta em nome do titular, onde são depositados os ativos por ele adquiridos. Isso é uma garantia de que os ativos existem, estão registrados em nome do legítimo proprietário e podem ser controlados de forma segregada.

Ao utilizarem os serviços de Custódia da CETIP, as instituições financeiras podem ter Contas Próprias e Contas de Administra ção de Custódia de Terceiros.

Os ativos e contratos registrados na CETIP representam quase a totalidade dos títulos e valores mobiliários privados de renda fixa, além de derivativos, dos títulos emitidos por estados e municípios e do estoque de papéis utilizados como moedas de privatização, de emissão do Tesouro Nacional.

CETIP - Custodia e liquida operações com:

§ Títulos privados de renda fixa,§ Títulos emitidos por estados e municípios, § Estoque de papéis emitidos pelo Tesouro Nacional utilizados como moeda de privatização.

Você vai aprender as características dos principais títulos privados liquidados e custodiados pela CETIP na Parte 2 deste programa de treinamento. Aguarde!

Você deve estar lembrando da Taxa CDI CETIP, não é verdade?

Pois bem, ela é a taxa média dos negócios realizados entre duas instituições financeiras, pelo prazo de 1 dia, com lastro em CDI que, sendo um título privado, tem sua liquidação e custódia processada através da CETIP. Como todas as operações são liquidadas através deste s istema eletrônico, é ela que apura e divulga essa taxa diariamente.

Page 49: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 49

4.3 Clearings – Câmaras de Liquidação e Compensação

As Câmaras de Liquidação e Compensação (Clearing Houses) foram estruturadas para viabilizar o Sistema de Pagamentos Brasileiro -SPB.

Uma das condições necessárias ao perfeito funcionamento dos mercados financeiro e de capitais é a crença de seus participantes de que seus ganhos serão recebidos e de que suas opera ções de compra e venda serão liquidadas nas condições e no prazo estabelecidos.

Isso é proporcionado, pelas câmaras de registro, compensação e liquidação, ou Clearings, mediante um sistema de compensação que chama para si a responsabilidade pela liquidação dos negócios, transformando-se no comprador para o vendedor e no vendedor para o comprador, com estruturas adequadas ao gerenciamento de risco de todos os participantes.

Segurança na Liquidação

Uma das condições necessárias ao perfeito funcionamento dos mercados financeiro e de capitais é a crença de seus participantes de que seus ganhos serão recebidos e de que suas operações de compra e venda serão liquidadas nas condições e no prazo estabelecidos.

Clearings de Pagamentos COMPE - Serviço de Compensação de cheques e outros papéis

Esta câmara é a responsável pela compensação de diversos documentos, sendo os principais, os cheques, DOCs (documento de ordem de crédito) e bloquetos de cobrança. Os serviços da COMPE são regulados pelo Banco Central do Brasil e executados pelo Banco do Brasil e são oferecidos a todas as instituições financeiras. O Banco Central espera que na COMPE transitem, fundamentalmente, as operações de varejo, que envolvam grande volume físico de documentos mas, baixos valores, cujo somatório, banco a banco, não represente ameaça ao sistema, pois os mecanismos criados desestimularam os clientes bancários a emitir cheques ou DOCs de valores a partir de R$ 5 mil.

CIP – Câmara Interbancária de Pagamentos

Opcionalmente à tradicional forma de liquidação via COMPE (cheques, DOCs, etc) ou a novíssima forma de liquidação via STR, encontramos, no ambiente do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro, a liquidação financeira de pagamentos via CIP - Câmara Interbancária de Pagamentos. Para que os bancos possam efetuar transferências através da CIP, deverão, diariamente, destacar uma parte do saldo de suas contas Reservas Bancárias, depositando-a em favor daquela câmara, constituindo assim a garantia necessária para a liquidação das transferências que lhe encaminharão ao longo do dia. É o que o mercado chama de pré-depósito ou pré-funding.

Tecban – Câmara de Compensação

É a câmara eletrônica atualmente utilizada para a liquidação dos cartões de crédito.

Observe os tipos de Clearingsexistentes, seus conceitos e aplicações.

Page 50: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 50

4.4 Conta Corrente de Depósito para Investimentos (CCDI) ou simplesmente CI – Conta Investimento

4.4.1 Conceito e Finalidade

Uma conta destinada a depósitos de investimentos, aberta e utilizada com a finalidade única de troca de aplicações financeiras de Renda Fixa e/ou Variável, sem a incidência da CPMF, tendo como principais vantagens para os investidores:

§ Evitar a incidência da CPMF a partir da segunda aplicação financeira.

§ Migrar à vontade para vários tipos de investimentos, dentro da mesma instituição, sem incidência da CPMF.

§ Transferir investimentos, entre diferentes instituições financeiras, sem incidência da CPMF.

4.4.5 Titularidade e Fluxo de Recursos

O ingresso recursos na CCI poderá ocorrer por:

§ Transferência de Conta Corrente integrada para CCI (no mínimo 1 titular em comum, no caso de múltipla titularidade).

§ Por cheque cruzado e intransferível de emissão própria.

§ Via TED, de Conta Corrente de depósito à vista para CCI (no mínimo 1 titular em comum, no caso de múltipla titularidade),

§ Via TED, de CCI para CCI (titularidade idêntica, no máximo 2 titulares)

§ Não serão permitidos depósitos em espécie ou DOC.

A saída de recursos da CCI poderá ocorrer por:

§ Transferência de CCI para Conta Corrente integrada (no mínimo 1 titular em comum, no caso de múltipla titularidade).

§ Via TED, de CCI para Conta Corrente de depósito à vista (no mínimo 1 titular em comum, no caso de múltipla titularidade).

§ Via TED, de CCI para CCI (titularidade idêntica, no máximo 2 titulares).

4.4.2 Produtos Integrados a CCI

§ Títulos de Renda Fixa públicos e privados

§ Fundos de Investimento

§ Operações compromissadas

§ Derivativos

§ Opções flexíveis e Swap

4.4.3 Produtos não Integrados a CCI

§ Poupança antiga

§ Produtos de Previdência Privada: PGBL e VGBL

§ Títulos de capitalização

§ Depósitos judiciais e depósitos em consignação

§ Mercado Futuro (ajuste diário)

§ Mercado de Ações: ações no mercado à vista e Índice de Ações (opcional)

4.4.4 Movimentações e TransaçõesResgate: estoque versus dinheiro novo

§ Resgates de recursos relativos às aplicações realizadas até 30 de setembro de 2004 obedecerão às regras antigas, ou seja, deverão ser creditados em conta corrente, gerando, portanto, pagamento de CPMF quando reinvestidos.

§ Entretanto, com exceção dos depósitos em caderneta de poupança, se os recursos relativos a essas aplicações permanecerem aplicados até 30 de setembro de 2006, poderão ser resgatados diretamente em conta investimento, a partir de 1º de outubro de 2006, sem incidência da CPMF.

§ Todo investimento novo, a partir de 1º de outubro de 2004, dos produtos integrados a CCI, deverá, obrigatoriamente passar por esta conta.

Page 51: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 51

5. Conceito de Benchmark e Índices de ReferênciaMA5

Na última parte deste módulo vamos entender o que é um benchmark, conhecer os mais utilizados pelo mercado de renda fixa e de renda variável e compreender o benefício da sua aplicação.

5.1 Benchmark

É um parâmetro de comparação útil para o investidor analisar o desempenho de um ativo ou carteira de investimento.

Alguns indicadores financeiros e econômicos são amplamente utilizados como benchmark para avaliar a rentabilidade de fundos de investimentos, por exemplo.

Veremos a seguir que os benchmarks mais utilizados no mercado de Renda Fixa:

§ DI,

§ Selic,

§ Câmbio (Ptax) e

§ IGP-M.

e os benchmarks mais utilizados no mercado de Renda Variável:

§ Ibovepa;

§ IBX.

Você conheceu no item 1.1 desta apostila, que se inicia na página 8, os principais indicadores do mercado de Renda Fixa.

Volte, se necessário, para recordar o conceito de cada uma delas. O comentário importante que podemos acrescentar é que esses indicadores são utilizados como benchmark de diversas opera ções no mercado financeiro.

§ A taxa DI, por exemplo, é benchmark dos conhecidos Fundos de Renda Fixa DI;

§ O IGP-M é o benchmark dos Fundos IGP-M e de alguns Fundos Multi-índices;

§ A Taxa PTAX é adotada por muitos Fundos Cambiais para o cálculo do valor da cota.

Vamos conhecer agora os dois principais benchmarks do mercado de Renda Variável: o IBOVESPA e o IBX.

Page 52: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 52

5.1.2 – Ibovespa

O Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cota ções do mercado de a ções brasileiro.

Sua relevância advém do fato do Ibovespa retratar o comportamento dos principais papéis negociados na BOVESPA e também de sua tradição, pois o índice manteve a integridade de sua série histórica e não sofreu modificações metodológicas desde sua implementação em 1968.

O que é o Índice Bovespa?

É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de a ções constituída em 02/01/1968, a partir de uma aplicação hipotética.

Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição de proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e manutenção em carteira das ações recebidas em bonificação).

Dessa forma, o índice reflete não apenas as varia ções dos pre ços das a ções, mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que avalia o retorno total de suas ações componentes.

Finalidade

A finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador médio do comportamento do mercado. Para tanto, sua composição procura aproximar-se o mais possível da real configuração das negociações à vista (lote -padrão) na BOVESPA.

Representatividade do Ibovespa

• Em termos de liquidezAs ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro verificados no mercado à vista (lote -padrão) da BOVESPA.

• Em termos de capitalização bursátilAs empresas emissoras das ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa são responsáveis, em média, por aproximadamente 70% do somatório da capitalização bursátil de todas as empresas com ações negociáveis na BOVESPA.

Transparência

Uma metodologia de cálculo simples, com seus dados à disposição do público investidor, assegura uma grande confiabilidade ao Índice Bovespa. Isto pode ser constatado pela chancela do mercado, traduzida pelo fato do Ibovespa ser o único dos indicadores de performance de ações brasileiras a ter um mercado futuro líquido (um dos maiores mercados de contrato de índice do mundo).

Segurança, Confiabilidade e Independência

A BOVESPA é responsável pela gestão, cálculo, difusão e manutenção do Ibovespa. Essa responsabilidade assegura a observância estrita às normas e procedimentos técnicos constantes de sua metodologia.

Page 53: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 53

Critérios de Inclusão de Ações no Índice

A carteira teórica do Ibovespa é composta pelas a ções que atenderam cumulativamente aos seguintes critérios, com relação aos doze meses anteriores à formação da carteira:

§ estar incluída em uma relação de ações cujos índices de negociabilidade somados representem 80% do valor acumulado de todos os índices individuais;

§ apresentar participação, em termos de volume, superior a 0,1% do total;

§ ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período.

Critérios de Exclusão de Ações no Índice

Uma ação selecionada para compor a carteira s ó deixará de participar quando não conseguir atender a pelo menos dois dos critérios de inclusão anteriormente indicados.

Deve-se ressaltar que companhias que estiverem sob regime de concordata preventiva, processo falimentar, situação especial ou sujeitas a prolongado período de suspensão de negociação não integrarão o Ibovespa.

Vigência da Carteira

Para que a representatividade do Ibovespa mantenha-se ao longo do tempo, sua carteira é reavaliada ao final de cada quadrimestre, utilizando-se os procedimentos e critérios integrantes desta metodologia. Nas reavaliações, identificam-se as altera ções na participação relativa de cada ação no índice, bem como sua permanência ou exclusão, e a inclusão de novos papéis.

A carteira teórica do Ibovespa tem vigência de quatro meses, vigorando para os períodos de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro.

Ajustes do Índice

De forma a medir o retorno total de sua carteira te órica, o Índice Bovespa será ajustado para todos os proventos distribuídos pelas companhias emissoras das a ções integrantes de seu portfólio.

O ajuste é efetuado considerando-se que o investidor vendeu as a ções ao último preço de fechamento anterior ao início da negociação "ex-provento" e utilizou os recursos na compra das mesmas a ções sem o provento distribuído ("ex-provento").

5.1.3 O IBrX – Índice Brasil

ApresentaçãoO IBrX - Índice Brasil é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica composta por 100 a ções selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA, em termos de número de negócios e volume financeiro. Essas a ções são ponderadas na carteira do índice pelo seu respectivo número de ações disponíveis à negociação no mercado.

Ações Elegíveis para o ÍndiceO índice IBrX será composto por 100 papéis escolhidos em uma rela ção de a ções classificadas em ordem decrescente por liquidez, de acordo com seu índice de negociabilidade (medido nos últimos doze meses), observados os demais critérios de inclusão descritos abaixo.

Page 54: apostila bradesco 1

Programa ANBID CPA20 - © Bankrisk 2005 54

Critérios de Inclusão de Ações no ÍndiceIntegrarão a carteira do IBrX - Índice Brasil as 100 a ções que atenderem cumulativamente aos critérios a seguir:

a) estarem entre as 100 melhores classificadas quanto ao seu índice de negociabilidade, apurados nos doze meses anteriores à reavaliação;

b) terem sido negociadas em pelo menos 70% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação da carteira.

Cumpre ressaltar que companhias que estiverem sob regime de concordata preventiva, processo falimentar, situação especial, ou ainda que estiverem sujeitas a prolongado período de suspensão de negociação, não integrarão o IBrX.

Critérios de ExclusãoUma ação será excluída do índice, nas reavaliações periódicas, quando deixar de atender aos critérios de inclusão.

Se, durante a vigência da carteira, a empresa emissora entrar em regime de concordata preventiva ou falência, as a ções de sua emissão serão excluídas da carteira do índice.

No caso de oferta pública que resultar em retirada de circulação de parcela significativa de a ções do mercado, suas a ções serão excluídas da carteira. Nessas eventualidades, serão efetuados os ajustes necessários para garantir a continuidade do índice.

Vigência da CarteiraA carteira teórica do índice terá vigência de quatro meses, vigorando para os períodos de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro.Ao final de cada quadrimestre a carteira será reavaliada, utilizando-se os procedimentos e critérios integrantes desta metodologia.

Ajustes no ÍndiceQuando da distribuição de proventos por empresas emissoras de ações pertencentes ao índice, efetuar-se-ão os ajustes necessários de modo a assegurar que o índice reflita não somente as variações das cotações da a ção, como também o impacto da distribuição dos proventos.

Em função desta metodologia, o IBrX - Índice Brasil é considerado um índice que avalia o retorno total ("total return") das ações componentes de sua carteira.

IBrXMede o retorno de uma carteira teórica de ações composta pelas 100 ações mais negociadas do mercado.

IBrX-50

O IBrX-50 é um índice que mede o retorno total de uma carteira teórica composta por 50 ações selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação.

Ele foi desenhado para ser um referencial para os investidores e administradores de carteira, e também para possibilitar o lançamento de derivativos (futuros, opções s obre futuro e opções sobre índice).

O IBrX-50 tem as mesmas características do IBrX – Índice Brasil, que é composto por 100 ações, mas apresenta a vantagem operacional de ser mais facilmente reproduzido pelo mercado.

Tanto o IBOVESPA quanto o IBrX são muito utilizados como benchmark dos Fundos de Ações Índice que se caracterizam por fundos passivos com o objetivo exclusivo de acompanhar a variação da carteira teórica do Índice de referência.

Você mais aprender tudo sobre esses fundos na Parte 3 deste programa de treinamento. Aguarde.

Page 55: apostila bradesco 1

a. Documento (Modulo I - Princípios Básicos de Economia e Finanças e Estatística) b. Válido até: Indeterminado c. Responsabilidade: 4636-1/Dep.de Treinamento d. Seção/ramal do responsável : 004/45332 e. Homologado por: Antonia Clarice de Oliveira f. Restrições de reprodução. Exemplos: x Não há restrição Público alvo: Agências x Departamentos Usuários específicos (contas de e-mail) Todos os usuários g. Classificação. Confidencial x Uso interno Uso público h. Tamanho do arquivo: 507 kbytes i. Criado no MS Word 97 e convertido em PDF