apost solos mineralogia e petrologia

25
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS AGRÁRIAS GEORREFERENCIADAS UNIVERSIDADE ESTATUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS SOLOS – MINERALOGIA E PETROLOGIA Profa. Célia Regina Lopes Zimback Botucatu Junho - 2003

Upload: ivanise-amaral

Post on 07-Dec-2015

232 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

A presente apostila trata da mineralogia dos solos e sua constituição. Também temos abordagens sobre a petrologia de cada estrutura do solo.

TRANSCRIPT

Page 1: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS AGRÁRIAS GEORREFERENCIADAS

UNIVERSIDADE ESTATUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

SOLOS – MINERALOGIA E PETROLOGIA

Profa. Célia Regina Lopes Zimback

Botucatu

Junho - 2003

Page 2: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

Mineralogia e Petrologia

1. GLOBO TERRESTRE 1.1. Constituição da terra

A terra tem forma aproximadamente esférica com diâmetro equatorial igual a

12.712km e Ø polar de 12.555km. Atinge-se no máximo 7.000m de profundidade, com

sondagens, sendo o conhecimento da crosta resultante de método indiretos não tendo sido

comprovado.

A terra é constituída de várias camadas com composição definidas. Além da

atmosfera constituída de gases e da hidrosfera constituída de água, existe uma parte mais

externa denominada crosta terrestre, constituída de uma camada delgada com espessura

variável de 50 a 100km (litosfera). A litosfera se divide em duas camadas: sial e seina.

Abaixo da crosta, começam as camadas mais espessas sendo a mais interior em estado

de fusão, sobre a qual se supõe estarem assentados os continentes.

O quadro seguinte resume a constituição mais aceita da constituição da terra.

Profundidade

(km)

Nome Constituição Densidade Temperatura oC

15 a 25 SiAl Sedimentos, granitos

2,7 600

LITOSFERA 50 a 100 SiMa Rochas basal- ticas

2,9 1.200

1.200 Manto Pteridófitos (assideritos)

3,3 3.400

2.900 Camada intermediária

Sulfetos e óxi- dos(meteoritos)

4,7 4.000

6.370 Núcleo Ferro metálico com Ni (sideritos)

12,2 4.000

Tanto a Geologia como a Petrologia cuidam somente dos envoltórios mais externos da

terra, isto é, do SiAl e SiMa. A litosfera, constituída de rochas, é o cenário de todos os

fenômenos geológicos e, portanto, de todos os processos que dão origem às rochas ou as

modificam.

2

Page 3: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

1.2. Composição da litosfera A composição litológica da litosfera é a seguinte: rochas magmáticas .......................... 95% rochas argilosas ................................ 4% arenitos ............................................... 0,75% calcários ............................................. 0,25% Quanto a área ocupada, as rochas magmáticas ocupam 25% e as sedimentares 75%. rochas sedimentares ........................ 6,2% granodioritos ..................................... 38,3% andesitos ........................................... 0,1% dioritos ............................................... 9,5% basaltos ............................................. 45,8% SiAl ⇒ continentes Sima ⇒ fundo dos oceânos A composição mineralógica e química da crosta coincidem com as das rochas

magmáticas, que são as mais abundantes.

feldspatos 59,5% quartzo 12,0% anfibólios e piroxênios 16,8% mica 3,8% olivina - feldspatóides 0,1% minerais de Ti 1,5% apatita 0,6% outros acessórios 6,8%

A composição química da terra é muito semelhante ao tilito (rocha formada de sedimentos

glaciais).

Si02 59,14% Al2O3 15,34% Fe2O3 3,08% FeO 3,80% MgO 3,49% CaO 5,08% Na2O 3,84% K2O 3,13% H2O 1,15% TiO2 1,05% P2O5 0,30%

3

Page 4: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

MnO 0,12% Quanto aos elementos:

O 46,60%

Si 27,72%

Al 8,13%

Fe 5,00%

Ca 3,63%

Na 2,83%

K 2,59%

Mg 2,09% A temperatura no interior da terra até uma profundidade de 10 a 20m, é influenciada

pela temperatura média anual da atmosfera, daí para baixo aumenta continuamente. Designa-

se grau geotérmico o número de metros em profundidade na crosta terrestre necessários para

haver o aumento de temperatura de 1oC. O grau geotérmico normal é de ± 30m, existindo

porém variações muito grandes.

2 - MINERALOGIA

2.1. Espécie Mineral Espécie mineral ou mineral é qualquer substância inorgânica, de ocorrência

natural, com composição química definida e que possui estrutura cristalina. Uma espécie

mineral se define, pois, por 4 condições necessárias e suficientes:

A) caráter inorgânico: substâncias orgânicas estão excluídas, mas algumas espécies

minerais tem origem orgânica como a calcita.

B) ocorrência natural: toda espécie mineral encontra-se espontaneamente na natureza,

excluindo-se os produtos artificiais.

4

C) composição química: toda espécie mineral tem composição química definida, podendo

ser variável dentro de certos limites constituindo uma unidade mineralógica (Mg,

Page 5: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

Fe)2 SiO4 mas constituindo uma única espécie mineral (Olivina).

D) estrutura Cristalina: precisa ter estrutura cristalina para ser mineral pois substância

inorgânica, de ocorrência natural e composição química definida sem estrutura cristalina

são mineralóides (opala amorfa).

A composição química e o tipo de estrutura cristalinas são as propriedades essenciais de

uma espécie mineral, pois, da sua interação resulta o conjunto das propriedades da

espécie.

Da interação das propriedades essenciais resultam os princípios básicos de mineralogia:

1 - Cada espécie mineral possui um conjunto de propriedades que a distingue das demais.

2 - Uma espécie mineral exibe o mesmo conjunto de propriedades onde quer que se

encontre.

2.2. Classificação dos minerais de acordo com a natureza química

a) Elementos nativos: grafita, S, diamante, ouro

b) Óxidos:

alumïnio - Al2O3 - corindon

- Al(OH)3 - gibsita

Magnésio - Mg (OH2) - brucita

Titânio - TiO2 Rutilo

- TiO2 - anatasio

Ferro - Fe2O3 hematita

- cor preta

- traço vermelho

- FeO2 Gibsita

- Lepidocrosita: FeOOH

- avermelhada (mosqueado)

- Fe5(H3O4)3 - Ferrihidrita

Criptocristalina

- FeO2 hidratado. Limonita

5

Page 6: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

- Cor amarelada.

c) Sulfetos:

- Fe2S - Perita

- Pb S - Galena

d) Halóides:

- NaCl - halita

- Kcl - selvita

- CaF2 - fluorita

e) Carbonatos:

- CaCO3 - calcita

- MgCO3 -

- MgCa(CO3) - dolomita

- FeCO3

f) Nitratos:

- NaNO3

- KNO3 - nitro

g) Sulfatos:

- CaSO4 - anidrita

- CaSO4 . 2H2O - gipsita

h) Fosfatos:

- Ca5 (F, Cl, OH) (PO4) - apatita

i) Silicatos: derivados do ácido Silícico

H4SiO4 SiO2 + 2H2O .

Os silicatos podem ser divididos em:

1 - Nesossilicatos

- Olevinas

- Granadas

6

Page 7: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

- Zerconita

2 - Sorossilicatos

- epidoto

3 - Ciclossilicatos

- benitoita

- neptunita

- berilo

- turmalina

4 - Inossilicatos

- peroxênios

- anafibolios

5 - Filossilicatos

- talco

- micas

- minerais de argila

6 - Tectossilicatos

- quarto

- calcedônea: agata, silex e jaspe

- opala

- feldspatos

- feldspatóides.

2.3. Minerais secundários - minerais de argila

O termo argila é empregado com dois sentidos: granulometricamente, constitui a

fração mais fina dos sedimentos com Ø menor a 0,002mm; mineralogicamente, constitui um

grupo de minerais, que são silicatos hidratados de Alumínio.

7

Page 8: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

Os minerais de argila são os principais constituintes da fração argila dos sedimentos,

de máxima importância para o estudo dos solos, responsáveis que são por muitas de suas

propriedades físicas e químicas dos solos.

São minerais secundários, resultante da decomposição dos primários principalmente

feldspatos e feldspatóides, possuindo:

- Hábito terroso

- cor branca coloridos por impurezas principalmente óxido de ferro.

- infusíveis

- insolúveis.

Os principais grupos dos minerais de argila:

1) Grupo da caolinita

2) Grupo da Montmorilonita

3) Grupo de Ilita ou Mica hidratada

4) Alofanita

5) Atapulgita

6) Serpentina

7) Clorita

8) Vermiculita

1 - Grupo da Caolinita:

Estrutura T-O (argila 1:1) isto é, uma folha de siloxana +1 de gibsita ou octaedro.

Usada em end. Cerâmica porcelana, papel borracha, etc.

Ocorrência: rochas sedimentares e metamórficas e no solo.

Reconhecimento:

- hábito terroso

- cor branca ou colorida por pigmentos

- densidade 2,6

- infusível

- insolúvel

Exemplos: Caolinita

8

jOSÉ GARCIA HONÓRIO PIRES
caolinita
Page 9: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

diqueta

nacrita

anauxita

haloisita.

CTC: 3 Å 12 emg/100g

2 - Grupo da montmorilonita:

X0,8 [Si 7,7 Al0,3]IV [Al2,6 Fe0,9 Mg0,5]VI 020(OH)4

Estrutura t-o-t (argilas 2:1), isto é, 2 folhas de tetraedro e 1 de ocataedro. A espessura

da lâmina + espaço entre elas é de 9,6 Å a 21,4 Å.

Ocorrem grande quantidade de substituição isomorfa: no tetraedro o silicio é

substituído por Al e no octaedro o alumínio é substituído por Mg, Fe, Zn, etc. Originam

cargas elétricas negativas que atrairão cátions por adsorção além de originar o fenômeno de

expansão da estrutura.

Expansão: propriedade destas argilas de se expandirem quando molhadas e retrairem pelo

secamento.

Ocorrência: rochas sedimentares e solo

Reconhecimento: igual a caolinita

C T C: 80 - 150 emg/100g

Exemplos: Montmorilonita

Beidelita

Nontronita

Saponita

Hectorita

3 - Grupo da ilita (Hidromica)

Estrutura T-O-T- (argilas 2:1) com espessura de 10 Å.

O potássio torna a estrutura não expansiva.

Ocorrência: rochas sedimentares e solo

Exemplos: Grundita

9

Page 10: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

Bramalita

Sarospatita.

C T C: 10 - 40 emg/100g

4 - Alofana:

Tetraedros de Si e octaedros de Al ou Fe, formando um agregado amorfo, com forma

de partículas nodulosas e amorfas.

CTC: 40 emg/100g.

5 - Atapulgita: Mg5(OH)2 Si8O208H2O semelhante a montmorilonita, mais porosa com

retenção de água e cátions nesses espaços.

C T C: 20 - 30 emg/100g

6 - Serpentina: Mg6(OH)8 (Si2O5)2 produto da decomposição de Olivinas peroxênios e

anfibolios.

Reconhecimento:

- coloração verde

- brilho gorduroso

- caráter fibroso (asbesto)

- dureza 2 a 5 usualmente

- densidade 2,2

- infusível

- decomposta em Hcl

C T C :

7 - Grupo das cloritas:

Estrutura 2:2 ou 2:1:1

(Mg, Fe, Al)6 (OH)8 (Al, Si)4 O10

Ocorrência: principalmente rochas metamórficas (clorita - xistos). Aparecem como produto

de alteração de Biotita, peroxênios e anfibölios.

Reconhecimento:

- cor verde

10

Page 11: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

- hábito micáceo

- clivagem perfeita

C T C: 10 - 40 emg/100g

8 - Vermiculita:

(Mg,Fe)3 (OH)2 (Al, Si)4 O10 4H2O

Estrutura t-o-t (2:1) semelhante a biotita + moléculas de água.

Ocorrência: resultante da alteração da biotita, flogopita ou clorita.

Reconhecimento:

- clivagem semelhante as micas

- expande com esfoliação e perde água por aquecimento.

C T C: 120 - 150 emg/100g

Decomposição: indecomponível.

2.4. Tectossilicatos

1. Calcedônea

SiO2 . SiO2 . nH2O

Ocorrência: rochas magmáticas

Reconhecimento:

- massas botróidais ou estalactiticas

- ou revestem cavidades das rochas (geadas)

- brilho ceroso

- dureza 7

- densidade 2,6

- insolúvel

- infusível

Decomposição: indecomponível

Variedades:

Ágata: em camadas concêntricas diversamente coloridas.

Sílex: muito compacto, usado como pedra de isqueiro.

Jaspe: amarelo, vermelho ou preto

11

Page 12: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

2. Opala: SiO2 . nH2O

Ocorrência: rochas magmáticas, metamórficas e sedimentares.

Reconhecimento:

- massas botroidais ou estalactíticas

- brilho resinoso

- dureza 5,5 a 6

- densidade 1,9 a 2,3

- infusível

- insolúvel.

Decomposição: indecomponível.

3 - Grupo dos Feldspatos:

Ocorrência: 60% dos minerais das rochas magmáticas e algumas metamórficas. Forma por

decomposição, a maior parte dos minerais de argila.

Ocorre substância isomorfa Si por Al.

São divididos em dois grupos:

3.1. Feldspatos Potássicos

3.1.1. Feldspatos monoclínicos:

Ex.: ortoclase KA e Si3O8

3.1.2. Feldspatos triclínicos:

Ex.: microclina K AlSi3 O8

3.2. Feldspatos Calco-Sódicos ou Plagioclássios

Na Al Si3 O8 albita

plagioclássio

Ca Al2 Si2 O8 anortita

12

Page 13: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

plagioclássicos:

albita 100 alb

oligoclasita 70 alb

andesita 50 alb

labradorita 30 alb

bitounita 10 alb

anortita 0 alb

Reconhecimento:

- cristais com dois planos de clivagem fazendo entre si um ângulo reto.

- brilho vítreo

- cores claras: incolor, branco, cinza claro, amarelo, rosado, etc.

- dureza 6

- funde-se com dificuldade

- ortoclase, microclina e albita são insolúveis. A anortita é solúvel com aparecimento de silica

gelatinosa.

Decomposição: redecompõem com bastante facilidade e devido a clivagem fácil, se quebram

resultando grânulos pequenos, o que facilita a ação química.

Ácido

Feldspatos + carbônico argila + carbonato + Sélica

K Al Si3O8 + 2 H2O + CO2 Al2(OH)4 Si2O5 + K2CO3 + 4SiO2

ortoclase caolinita

4 - Grupo dos Feldspatóides

Semelhante aos feldspatos só que com menos sílica (magma + pobre em sílica por isso

13

Page 14: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

feldspatóide nunca ocorre com quartzo.)

Ex. Leucita K Al Si2 O6

Nefelina Na Al SiO4

Além dos íons K e Na que compensam a substituição de Si Por Al, outros íons como:

Cl sodalita

CO3 cancrinida

SO4 lazurita

Leucita: K Al Si2 O6

Ocorrência: rochas vulcânicas recentes, pobres em sílica e ricas em K.

Reconhecimento:

- cristais trapedoedricos

- coloração clara (branca ou cinza claro)

- brilho vítreo

- dureza 5,5 a 6

- densidade 2,5

- infusível

- solúvel em Kcl

Decomposição: se decompõem facilmente dando argila.

Nefelina: Na Al SiO4

Ocorrência: rochas magmáticas, semelhante a quartzo enfumaçado.

Reconhecimento:

- semelhante ao quartzo

- fusível

- solúvel em Hcl

- dureza 5 a 6

- densidade 2,6

Decomposição: se decompõem com facilidade dando argila.

14

Page 15: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

2 Na Al SiO4 + 2 H2O + CO2 Al2(OH)2 Si2O5 + Na2CO3 + Na2CO3

nefelina caolinita

3. PETROLOGIA

3.1. CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS

Agregado natural formado de um ou mais minerais (inclusive vidro e matéria orgânica),

constituinte essencial da crosta terrestre.

Elas se formam por diferentes processos:

a) Rochas magmáticas, ígneas ou eruptivas.

B) Rochas metamórficas

c) Rochas sedimentares.

3.2. ROCHAS MAGMÁTICAS

São formadas pelo resfriamento e consequente consolidação do magmas no interior da

crosta.

Magma: é material em estado de fusão, formado por uma solução de silicatos, constituído de

3 fases:

a) fase líquida - solução mútua de silicatos (predomina tetraedros)

b) fase gasosa - predomina água

c) fase sólida - cristais em suspensão.

A medida que o magma vai se resfriando aumenta a fase sólida. Um magma

privado da fase líquida e gasosa passa a ser uma rocha magmática.

3.2.1. Características:

15

Page 16: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

1 - dureza alta

2 - total ausência de fósseis e M.O.

3 - ausência de estratificação

4 - apresentam minerais típicos (nefelina leucita, tridimita.

5 - matéria vetrea pode fazer parte da composição.

6 - apresentam estruturas típicas (granitóide, porfirítica, pegmatítica).

3.2.2. Composição do magma:

SiO2 30 - 80%

Al2 O3 3 - 25%

FeO + Fe2O3 0 - 13%

MgO 0 - 25%

CaO 0 - 16%

Na2O 0 - 11%

K2O 0 - 10%

Quanto ao teor de sílica, as rochas magmáticas e magma podem ser classificadas:

- ácidas - > 65% SiO2

- neutros - 52 - 65% “

- básicas - < 52% “

Temperatura do magma: 800 - 900oC e na superfície 1000-1200oC

Viscosidade do magma: depende essencialmente da temperatura e da composição do magma.

Magmas, ácidos, ricos em SiO2, são mais viscosos por possuírem maior polimerização.

Resfriamento do magma: os minerais se forma obedecendo a uma ordem determinada pelos

princípios de solubilização do mineral ditados pela composição química, temperatura e

pressão do magma.

Seqüência de cristalização: quando o magma passa do estado líquido para o sólido seus

constituintes cristalizam-se como minerais.

16

Page 17: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

Seqüência de Bowen:

Olivina Plag. Calcicos

Peroxênio Plag. Cálcio-sódicos

Anfibólios Plag. Sódico-cálcico

Biotita Plag. Sódico

Feldsp. Potássicos

Moscovita

Quartzo

As associações mineralógicas mais estáveis e prováveis são as que ocorrem a um

mesmo nível de temperatura. Daí, pode-se dizer:

1 - Quartzo e olivina não ocorrem na mesma rocha.

2 - Moscovita não se associa a peroxênios e olivina.

3 - Em rochas ricas em sílica os ferro-magnesianos mais frequentes são as micas, nas

intermediárias os anfibólios e nas pobre os piroxênios.

4 - Quartzo não se associa a plagioal cálcicos.

5 - Se uma rocha tem ortoclase, moscovita, quartzo e plagioal, este e sódico.

6 - Rochas ricas em plagioclásios calcicos não tem quartzo.

7 - Rochas ricas em plagioal sódicos (dioritos) podem ter quartzo.

8- Magmas muito deficientes em sílica os feldspatos são substituídos por feldspatóides:

nefelina no lugar de albita e leucita no lugar da ortoclase.

3.2.3. Jazimento: Ocupação de câmaras no interior da crosta e podem ser de duas

formas.

A) Formas concordantes: paralelas aos planos de estratificação ou xistosidade das rochas

encaixantes.

1 - Sill: em forma de lençol com espessura variando de alguns centímetros até centenas de

metros e alcançando grandes extensões (sul do Brasil, até 300m).

2 - Lacócito: (cogumelo) formado por magmas de alta viscosidade. (Ex. Angatuba -

espessura 300m, distância 5km).

17

Page 18: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

3 - Lopólito: (taça) (em Duluth nos E.E.U.U.)

4 - Lopólito: (foice)

B) Formas discordantes: formas inclinadas ou perpendiculares ao plano de estratificação ou

xistosidade das rochas encaixantes.

1 - Dique: tabular, preenchendo uma fenda. Suas dimensões podem variar desde

centímetros até dezenas de metros de espessura e vários quilômetros de comprimento.

Ocorrem diques de diabásio no sul e pegmatito no nordeste do Brasil.

2 - Nech: formas cilíndricas, verticais, com diâmetro variando de poucos metros a 1.500m.

Ocupam antigas chamines de vulcões.

3 - Batólito: são os maiores corpos magmáticos intrusivos conhecidos na natureza,

aparentemente sem limitação no fundo, onde se acham em contato com a zona de

fusão do magma. Batólito no alaska com 2.000 km de comprimento e 80km largura.

4.2.4. Grau de cristalinidade: nos permite ter uma idéia da quantidade de material

vítrio (amorfo) e material mineral, que participam da constituição de uma rocha.

Podem ser:

1 - Rocha holocristalinas ou cristalinas exclusivamente material cristalino.

2 - Rochas holovíticas ou holohialinas exclusivamente vidro.

Rochas magm. Intrusivas holohialinas ou hipocristalinas.

Cor: função da composição mineralógica.

1 - Leucocratas: coloração clara, prectom. Minerais incolores como quartzo, feldspatos,

moscovita. Compreende a maioria das rochas ácidas.

2 - Melanocráticas: rochas escuras onde predomina material ferro-magnesiano como: augita,

hornblenda, biolita, olivina, magnetita. Compreende a maioria das rochas básicas.

18

Page 19: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

3 - Mesocráticas: coloração intermediária.

Granulação: tamanho apresentado pelos constituintes de uma rocha. Podem ser:

1 - Afaníticas: granulação fina, invisíveis a olho nu (<0,5mm).

2 - Fanesíticas: visíveis a olho nu.

ESTRUTURA: distribuição ou arranjo = textura.

1 - Granular: grânulos minerais bem evidentes (intrusivas).

2 - Compacta: constituintes muito pequenos (rochas afaníticas)

3 - Porfirítica: presença de fenocristais destacando-se em contraste a base.

4 - Vítrea: toda superfície lisa e sem vestígio de material cristalino (obsidiana).

5 - Vacuolar ou Visicular: grande nº de vesículas ou bolhas - pornito.

6 - Amidalóide: textura visicular cujas vesículas estão preenchidas de material sólido.

3.3. ROCHAS SEDIMENTARES

Rochas sedimentares: 5% litosfera em volume

75% litosfera em superfície

1. Intemperismo:

- ação mecânica água

- físico:

- ação temperatura

oxidação

redução

- químico carbonatação

hidratação

hidrólise

dissolução

19

Page 20: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

- biológico

2 - Transporte e deposição

água

agentes vento

geleiras

3 - Diagênese:

sedimentos + cimento Rocha sedimentar

sílica

carbonatos

cimento: argilas

oxidos de ferro

Matéria orgânica

Composição mineralógica dos sedimentos:

- minerais decomponíveis tendem a desaparecer.

Estrutura: partículas ou grânulos + matriz + cimento: 2 tipos

a) Estrutura dendrítica ou clástica

b) Estrutura cristalina

Granulometria:

a) tamanho: - escalas de tamanho

- escala interncional ou Atterberg

- escala Wentworth ou Americana

areias - peneiras

silte + argila - velocidade de sedimentação

b) Forma

1. esfericidade:

- esferoidal

20

Page 21: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

- achatado

- cilíndrico ou prisma

- laminar

2. Arredondamento:

- angular

- subangular

- subarredondado

- arredondado

c) Textura da superfície das partículas (materiais grosseiros)

1. Grau de polimento:

- fosco

- brilhante

2. Grau de uniformidade:

- uniforme

- não uniforme

d) Grau de consolidação:

1. Não consolidados

- areias

- argilas

2. Consolidados

- conglomerado

- brechas

- arenitos

- siltitos

- argilitos

- folhelhos

3. Não dedríticos precipitação química

21

Page 22: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

- calcários

- silex

- fosforitas

- guanos

- turfas

- carrões

- sedim. Betuminoso

- evaporitos.

3.4. ROCHAS METAMÓRFICAS

Rochas podem se transformar em outras rochas - evolução litológica.

Metamorfismo: é o reajustamento mineralógico e estrutural decorrente da mudança de

condições físico - químicas. A composição química permanece constante se ela se altera tem-

se o metassomatismo.

Agentes de metamorfismo:

- calor

- pressão

- água

Divisão do metamorfismo

1) Metamorfismo de contato (calor predomina) contato entre rochas pré-existentes e corpos

magmáticos

CaCO3 + SiO2 CaSiO3 + CO2

calcita sílica wollastonita

Minerais metamórficos de contato

- tremolita

- espinélio

- olivina

- flogopita

22

Page 23: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

- diopsídio

- granadas

- grafita

- vescivianita

- epidoto.

2) Metamorfismo regional (pressão predomina)

O aumento da pressão favorecem as reações que se fazem com a diminuição do

volume molecular total.

Ca Al2 SiO2 O8 + 2 CaCO3 + SiO2 Ca3 Al2 (SiO4)3

anodita calcita granada

Minerais metamórficos regional

- granada

- cianita

- titanita

- glaucofanita

- talco

- serpentina

- clorita

- sericita

- estaurolita

- epídoto

- turmalina.

Metassomatismo

a) Pneumatolítico - saída de gases

b) Hidrotermal - águas quentes.

23

Page 24: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

4. PRINCÍPIOS DE ESTRATIGRAFIA

Estratigrafia refere-se ao estudo da disposição das rochas na Litosfera. A seguir será

mostrado a disposição das camadas rochosas na Bacia Sedimentar do Paraná.

BACIA DO PARANÁ

MESOZÓICO Período Grupo Formação Descrição

Marília

Arenitos de granulação fina a grossa, podendo ocorrer lentes de de siltitos, argilitos e arenitos finos. Presença de nódulos carbonáticos.

Adamantina

Arenitos finos e muito finos podendo ter cimentação e nódulos carbonáticos podendo ter lentes de siltitos arenosos e argilitos.

Santo Anastácio

Arenito finos a médio, mal selecionados apresentando localmente cimento e nódulos carbonáticos.

JURÁSSICO / CRETÁCIO

BAURU

Cauiá

Arenitos de fino a médio grãos bem arredondados, coloração arroxeada típica, estratificação cruzada localmente ocorrem cimento e nódulos carbonáticos.

Serra Geral

Rochas vulcânicas (derrames basálticos de cinza a negro, podendo ter lentes de arenitos.

Botucatu

Arenitos eólicos avermelhados de granulação fina a média, estrat. cruzada e camadas de argilas e siltitos lacustres.

TRIÁSSICO

São Bento

Pirambóia

Depósitos fluviais, arenitos de fino a média avermelhados, siltico-argilosos de plano-paralela com folhelhos e arenitos argilosos de cores variegadas.

PALEOZÓICO Corumbataí

Depósitos marinhos, argilitos, folhelhos e siltitos, cinza arroxeados de avermelhados, bancos carbonáticos e arenitos finos.

PERMIANO SUPERIOR

Passa -dois Irati

Siltitos, argilitos e folhelhos siltícos de cor cinza clara e escura, folhelhos picobetuminosos, em alterações rítmicas com calcáreo creme sIlicificado.

Tatuí

Depósitos marinhos com estratificação plano-paralela, arenitos, siltitos finos, calcáreo e silex, coloração arroxeada na parte inferior e esverdeado na base.

24

Page 25: Apost Solos Mineralogia e Petrologia

Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia

Itararé

Depósitos glaciais continentais, glacio-marinhos, fluviais deltaicos lacustres e marinhos, arenitos de granulação variada, conglomerados, tilitos, siltitos, folhelhos ritmitos e raras camadas de carvão.

Aquidauana

Depósitos coulinentais com arenitos de médio a grosso, feldspáticos de coloração vermelho arroxeado, siltitos folhelhos ritmicos e conglomerados.

Ponta Grossa

Não aflorante

DEVONIANO

Paraná Furnas

Depósitos marinhos predominância de arenitos de granulação grossa, feldspáticos estrat. Cruzada, arenitos finos, arenitos conglomeráticos e conflomerados.

25