antropologia filosofica

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PARADIGMAS PARADIGMAS ANTROPOLÓGICOS ANTROPOLÓGICOS

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filosofia.

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PARADIGMAS PARADIGMAS ANTROPOLÓGICOSANTROPOLÓGICOS

PROPOSTA DE TRABALHOPROPOSTA DE TRABALHOa) a) A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA A origem da pergunta pelo homemA origem da pergunta pelo homem Antropologia na perspectiva filosóficaAntropologia na perspectiva filosófica O ser humano na hipermodernidadeO ser humano na hipermodernidadeb) b) PARADIGMAS ANTROPOLÓGICOSPARADIGMAS ANTROPOLÓGICOS Antropologia mítico-trágica- entre Apolo e DionísioAntropologia mítico-trágica- entre Apolo e Dionísio Antropologia essencialista - racionalista e dualista - Antropologia essencialista - racionalista e dualista - Orfismo-Orfismo-

pitagorismo- Platãopitagorismo- Platão Antropologia essencialista-racionalista-monista- Hilemorfismo Antropologia essencialista-racionalista-monista- Hilemorfismo

aristotélicoaristotélico Antropologia estóica e hedonista – Estoicismo e EpicuroAntropologia estóica e hedonista – Estoicismo e Epicuro Antropologia dionisíaca – NietzscheAntropologia dionisíaca – Nietzsche Antropologia materialista – Feuerbach – Marx Antropologia materialista – Feuerbach – Marx Antropologia existencial relacional – Kierkegaard, Jaspers, K. Barth, Antropologia existencial relacional – Kierkegaard, Jaspers, K. Barth,

HeideggerHeideggerc) c) TEMAS ANTROPOLÓGICOSTEMAS ANTROPOLÓGICOS A MorteA Morte O AmorO Amor O malO mal

a) A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA - Pressupostos

• A ORIGEM DA PERGUNTA PELO HOMEM

• “CONHEÇA-TE A TI MESMO”

• O ENIGMA: Decifra-me ou devoro-te

A PERGUNTA PELO HOMEM(IMMANUEL KANT)

O que posso saber? (teoria do conhecimento)O que posso esperar? (religião – teologia)O que devo fazer? (ética e política)Quem é o homem? (antropologia)

ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

ANTROPOLOGIA

FÍSICA CULTURAL FILOSÓFICAEstuda o homem na sua Dimensão da ação criativa Estuda o homem na dimensão físico-geográfica sua constitiução essencial-Totalidade

(Corpo, psíquico-mente, espírito)

(quem é, qual o sentido)

Arqueologia Etnografia Etnologia SocialArqueologia: Estuda as culturas extintas e as culturas atuais na sua fase pré-letrada valendo-se de testemunhos culturais não escritos: cerâmica, arte plástica, desenhos e pinturas, ferramentas....Etnografia: estuda descritivamente uma determinada cultura.Etnologia: Faz estudo comparativo entre as culturas.Social: Estuda as estruturas das relações sociais (econômicas, políticas, jurídicas, simbólica, ritual, rural, urbana etc,...)

CIÊNCIAS HUMANAS:(Sociologia, Psicologia, Economia, História, Geografia, Medicina)ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA: O ser humano na relação com o transcendente

O SER HUMANO NA PERSPECTIVA DA TOTALIDADE

O SER HUMANO NA HIPERMODERNIDADE- Aproximação O SER HUMANO NA HIPERMODERNIDADE- Aproximação fenomenológicafenomenológica

Pré-moderno Moderno Pós-moderno ou Hipermoderno Conceito ambíguo. Fala-se em condição pós-moderna (Lyotard) e hipermodernidade (Lipovetsky) ou modernidade como processo inacabado (Habermas). O que é evidente é uma nova sensibilidade. O que seria próprio dessa nova sensibilidade?Segundo Lypovetsky (Um tempo do excesso do próprio moderno, do pós ao hiper: Hiperpresente, hiperconsumo, hipercorpo, hipermercado, hiperliberdade, hiperterrorismo, hiperaceleração, civilização narcísica, da era do vazio, do individualismo, do efêmero e da moda, do crepúsculo do dever e da militância. Tempos da sedução e da beleza, do lúdico, do emocional, do luxo e das marcas. Por outro lado uma obsessão com futuro-incerto, com a saúde, com um bom emprego, com uma sociedade dos direitos humanos, da democracia... etc...). Segundo Lyotard (fim das metanarrativas explicativas – marxismo- idealismo –cientificismo. Tempo do fragmentário, fim da metafísica do Um, tempo do pluralismo-diversidade, império da técnica e da exigência da eficiência que se legitima por si só). Segundo os marxistas (liberalismo em forma avançada, individualismo consumista próximo da barbárie – exploração-exclusão, um único valor sólido= o dinheiro- lucro). Zygmunt Bauman: modernidade líquida: amor líquido (Ficar), valores líquidos, sociedade líquida, medo líquido (tudo o que é sólido desmancha no ar)... uma realidade ambígua, multiforme, sem solidez, fluída...nova vivência do espaço e tempo... Michel Maffesoli: tempo das tribos, fim das ideologias, fim do político, desencanto com o futuro, fim da idéia de sacrifício em nome do presente...JOVEM= Fim da rebeldia, engajamento- participação – o novo sonho é o CONSUMO MATERIAL... Elementos comuns:

Economia urbana-indústria (trabalho livre-salário).Autoridade da Razão- ciência- técnica.Progresso- Futuro-Revolução. Escatologia realizada- história racional...Autonomia-emancipação e liberdade -heteronomiaIgualdade formal (instituições - leis e burocracia).Estado racional – democracia.Capitalismo x socialismo.Antropocentrismo-secularizaçãoDeusa razão – sem vassalagem Luzes –Prometeu

Economia agrária (escravidão)

Estrutura hierarquizada, voltada para o passado-tradição.

Cultura dependente do religioso, centrada na razão da autoridade,

Forte coesão social e ausência do “indivíduo” autônomo.

Teocêntrica

TENDÊNCIAS DA HIPERMODERNIDADETENDÊNCIAS DA HIPERMODERNIDADECrepúsculo das instituições (religião tradicional, família, Estado), sociedade pós-disciplinar.

Desencanto com a política –crise da representação

Império do consumo e desejo infinito – a transcendência como sinônimo de “o novo produto”...

Cultura do efêmero- imediato - império da lógica do descartável – Ser= poder consumir

Habitat : Shopping Centers. Substituição do engajamento pela festa, pela praça de alimentação

Império do estético – culto ao corpo – beleza como promessa de felicidade

Relativismo? – perspectivismo – ética utilitarista - moral à la carte – levar vantagem em tudo...

Coquetel moral, coquetel religioso etc...

Sísifo...autódromo...Internet

Do “penso, logo sou” para o “sinto, logo sou”.

Da valorização do passado (pré-moderno) e do futuro (moderno), para o presente, Carpe diem (colha o dia)...Incertezas do futuro – riscos

Retorno do religioso reprimido, mas à margem das grandes tradições – pluralismo religioso – Biodiversidade – fundamentalismo

Pequenas utopias (novos sujeitos), felicidade pessoal (JOVENS- profissão, estudo, casa, carro)....voluntariado- solidariedade.

Sensibilidade feminina, feminismo, eco-logia....ética da responsabilidade, sustentabilidade....

BIBLIOGRAFIA

BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. BAUMAN, Zygmunt. A modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1993. JAMESON, Fredric. Pós-modernismo - A lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 2002. LIPOVETSKY, Gilles.  O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo : Companhia das Letras, 2005. LIPOVETSKY, Gilles. A sociedade da decepção. Barueri : Manole, 2007 LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal : ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo. São Paulo : Companhia das Letras, 2007. LIPOVETSKY, Gilles. A sociedade pós-moralista: o crepúsculo do dever e a ética indolor dos novos tempos democráticos. Barueri : Manole, 2005. LIPOVETSKY, Gilles.  Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2005. SANTOS, Jair Ferreira dos. O que é pós-modernismo. Coleção Primeiros Passos, Brasília: Brasiliense, 1992.LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. Rio de Janeiro:José Olympio, 2002.

PARADIGMAS ANTROPOLÓGICOS- Abordagem histórica sistemáticaCONCEPÇÃO DE HOMEM NA PERSPECTIVA MÍTICA GREGA

TRES LINHAS EXPLICATIVAS DOMINANTESEm termos gerais poderíamos caracterizar a explicação mítica do homem através de três linhas dominantes que irão influenciar a nossa tradição cultural ocidental:LINHA TEOLÓGICA OU RELIGIOSA:

DEUSES –poderosos, imortais, bem- aventurados.SEPARAÇÃO-OPOSIÇÃO ENTRE

HUMANOS – frágeis – carentes, mortais, infelizes.

Essa condição provoca a Hybris (orgulho, desafio, provocação, insolência, excesso) por parte dos homens, recaindo sobre eles a Moira, o destino implacável dos deuses. O desfecho é quase sempre trágico. Há uma ordem no mundo e se alguém desordenar será castigado para que a ordem se restabeleça. Ex: Mito de Prometeu e Pandora (Adão e Eva), Mito de Sísifo, Mito de Édipo. Sabedoria = nada em excesso, moderação, conheça-te a ti mesmo.

LINHA COSMOLÓGICA: O mundo é um cosmos ordenado e por isso belo. O belo e a ordem causam admiração. Admiração que é justamente a atitude básica do filosofar segundo Platão e Aristóteles. E com ela um estilo de vida que o homem grego reivindicará como sendo próprio: a vida teorética. HOMOLOGIA: Ordem do universo --- ordem jurídica e políticaNECESSIDADE X LIBERDADE.

APOLÍNEO – Luz, medida, harmonia – arte da individuação, equilíbrio, razão ordenadora, ciência= CABEÇA

LINHA ANTROPOLÓGICADIONISÍACO – Sombra, desmedida, excesso, embriaguez, dança,

desordem, festa – música = CORAÇÃO

DUALISMO ÓRFICO-PITAGÓRICO E PLATÔNICO

ORFISMO – Religião dos mistérios (Séc. VII – VI a. C). Orfeu - Eurídice

CRENÇA:

a) No homem há uma alma imortal, diferentemente da concepção de Homero, mas sujeita a um círculo penoso de sucessivas encarnações – metempsicose - transmigração das almas de um corpo a outro.b) Prescrevia uma forma ascética de vida, ou vida órfica, a qual, junto com ritos iniciáticos secretos, deveria garantir não apenas o desprendimento do tal círculo penoso mas também uma comunhão com deus (es).c) Advertia sobre uma punição pós-morte por certas transgressões cometidas durante a vida (Não é possível que os bons e maus tenham o mesmo destino...)d) A “salvação” é facultada para os que freqüentam os ritos e a ética vegetariana - RELIGIÃO

PITAGORISMO – FILOSOFIA-CIÊNCIA-CRENÇA Sociedade secretaTudo é número – matematização do mundoDefende a teoria da imortalidade e transmigração da almaConhecer é o caminho para a purificação – Gnose - CIÊNCIA

SÓCRATES - O inventor filosófico da PSIQUE (ALMA, DAIMON, Voz da consciência). A nobreza no homem é sua vida interior. Conheça-te a ti mesmo – vida virtuosa= conhecimento e prática do bem – alma imortal - FILOSOFIA

PLATÃO – O Sistematizador

PLATÃO (428 a. C – 347 a. C)

ANTROPOLOGIA METAFÍSICA-DUALISTA PLATÔNICA

RELAÇÃO DE OPOSIÇÃO-EXCLUSAO

IDÉIAS-ESSÊNCIA ► M. INTELIGÍVEL ►IMUTÁVEL ► ETERNO ►VERD. SER ► CIÊNCIA ► ALMA

Coisas individuais ► M. Empírico ►Transformação► Efêmero ► Aparência ► Opinião ► Corpo

DEUS ►ALMA ► ORAÇÃO ► TEORIA► IGREJA ► CÉU ► V. RELIGIOSA

Homem ►Corpo ► Ação ► Prática ► Mundo ► Terra ► Vida Profana

RELAÇÃO DE REVERSÃOHOMEM ► CORPO ► AÇÃO ► PRÁTICA ► MUNDO ►TERRA ► VIDA PROFANA DEUS ► ALMA ► ORAÇÃO ► Teoria ► Igreja ► Céu ► Vida Religiosa

RELAÇÃO DE JUSTAPOSIÇÃO

ALMA - CORPO

RELAÇÃO DE INTEGRAÇÃO

Alma

Corpo

Oração

AçãoAs duas são essenciais, mas não circulam, são estanques. Permanece o traço divisor.

PLATONISMO NA RELIGIÃO CRISTÃ

CORPO COMO ANTÍTESE DA ALMACORPO COMO ANTÍTESE DA ALMA

- - Nada mais do que a separação da alma e do corpo, não é? Estar morto consiste nisso: apartado Nada mais do que a separação da alma e do corpo, não é? Estar morto consiste nisso: apartado da alma e separado dela, o corpo isolado em si mesmo; a alma, por usa vez, apartada do corpo e da alma e separado dela, o corpo isolado em si mesmo; a alma, por usa vez, apartada do corpo e separada dela, isolada em si mesma. A morte é apenas isso?separada dela, isolada em si mesma. A morte é apenas isso?- Sim, consiste justamente nisso.- Sim, consiste justamente nisso.- Examinemos agora, meu caro se te é possível compartilhar deste modo de ver, pois nisso reside, - Examinemos agora, meu caro se te é possível compartilhar deste modo de ver, pois nisso reside, com efeito, uma condição do progresso de nossos conhecimentos sobre o presente objeto de com efeito, uma condição do progresso de nossos conhecimentos sobre o presente objeto de estudo. Crês que seja próprio do filósofo dedicar-se avidamente aos pretensos prazeres tais como estudo. Crês que seja próprio do filósofo dedicar-se avidamente aos pretensos prazeres tais como o de comer e de beber? o de comer e de beber? - Tão pouco quanto possível, Sócrates – Respondeu Símias.- Tão pouco quanto possível, Sócrates – Respondeu Símias.- E aos prazeres do amor?- E aos prazeres do amor?- Também não!- Também não!- E quando aos demais cuidados do corpo, pensas que possam ter valor para tal homem? Julga, - E quando aos demais cuidados do corpo, pensas que possam ter valor para tal homem? Julga, por exemplo, ele se interessará em possuir vestimentas ou uma sandália de boa qualidade, ou que por exemplo, ele se interessará em possuir vestimentas ou uma sandália de boa qualidade, ou que não se importará com essas coisas se a força maior duma necessidade não o obrigar a utilizá-las? não se importará com essas coisas se a força maior duma necessidade não o obrigar a utilizá-las? - Acho que não lhe dará importância, se for verdadeiramente filósofo.- Acho que não lhe dará importância, se for verdadeiramente filósofo.- De forma que, na tua opinião – prosseguiu Sócrates -, as preocupações de tal homem não se - De forma que, na tua opinião – prosseguiu Sócrates -, as preocupações de tal homem não se dirigem, de modo geral, para o que diz respeito ao corpo, mas, ao contrário, à medida que lhe é dirigem, de modo geral, para o que diz respeito ao corpo, mas, ao contrário, à medida que lhe é possível, elas se afastam do corpo, e é para a alma que estão voltadas?possível, elas se afastam do corpo, e é para a alma que estão voltadas?- Sim, sem dúvida.(Fédon, 64 C – 65 D).- Sim, sem dúvida.(Fédon, 64 C – 65 D).

O CORPO COMO “TÚMULO”- “CÁRCERE DA ALMA”

“Alguns chamam o corpo túmulo da alma, como se ela aí se encontrasse sepultada na vida presente. Todavia, parece-me que esse nome foi atribuído sobretudo pelos seguidores de Orfeu, dado que para eles a alma paga a pena das culpas que deve expiar, e tem esse invólucro, imagem de uma prisão, para que se salve. Este, portanto, como sugere o próprio nome, é “custódio” da alma, enquanto ela não tiver pago o seu débito” (Crátilo, 400 C).

Eu não ficaria admirado se Eurípedes afirmasse a verdade quando disse: “Quem pode saber se viver não é morrer e morrer não é viver?” Também nós, na realidade, talvez estejamos mortos. De fato, já ouvi também homens sábios dizerem que nós, agora, estamos mortos e que o corpo é o túmulo para nós” (Górgias, 492 E).

Críton, devemos um galo a Esculápio; não te esqueças de pagar essa dívida (Fédon, 118 A).

ARISTÓTELES (384 a.C - 322 a.C)

ANTROPOLOGIA ARISTOTÉLICA -HILEMORFISMO

A ANTROPOLOGIA MONISTA – Física e Metafísica

Aristóteles não é dualista. Não há duas substâncias separadas e independentes. Crítico de Platão.

HILEMORFISMO:Teoria, primeiro elaborada por Aristóteles, segundo a qual todos os seres corpóreos são compostos de matéria e forma. ALMA COMO FORMA DO CORPO.

MATÉRIA – potencialidade de ser – do que o ser é feito

SUBSTÂNCIA FORMA – o que faz o ser ser o que é - Essência

Deus?

HOMEM

ANIMAL

VEGETAL

MINERAL

Pensamento que se pensa a si próprio

Qual a posição do homem na estrutura hierárquica da natureza?

ÉTICA E POLÍTICA: “A VIRTUDE ESTÁ NO MEIO”

Zoon PolitikónNão tem alma – é matéria pura, sem forma

Alma vegetativa-nutritivaFunção: alimentação e reprodução

Alma sensitivaAlimentaçãoreprodução sensibilidadeAuto-movimento

Alma racionalAlimentação, reproduçãosensibilidade - auto-movimentoRazão-pensamento Capacidade de contemplaçãoTELOS da Natureza

O HOMEM É UM ANIMAL RACIONAL

Zoon logikón

O ser se diz de várias formas

Nos seres vivos a forma equivale a ALMA

ANTROPOLOGIA ESTÓICA

Zenão de Cício (336-264 a. C), Cícero (106 a. C – 43 a.C), Sêneca (4 a. C – 65 d . C) – Marco Aurélio (121 -180 d. C)

CONTEXTO: filosofia pós-Pólis e Pós-especulativa – eminentemente prática em vista da vida Feliz. Centrada na ética.

►Metafísica do LOGOS – No início há o LOGOS- O KOSMOS (universo ordenado) é a manifestação do LOGOS.

►Natureza racional – O que é real é racional e o racional é real. Nada é por acaso – Destino expresso nas leis da natureza e humanas. A alma no homem participa do LOGOS DIVINO.

O QUE É A VIDA BOA E FELIZ?

►CONFORMAR-SE AO DESTINO – Não querer mudar o que é e como é. A liberdade consiste em querer o que deve ser. Os maiores dissabores na vida são colhidos por querer mudar o que não pode ser mudado. Resignação altiva sem se abater....

►Imperturbabilidade da alma (ataraxia). Indiferente às vicissitudes da vida.

►Suportar serenamente tanto as glórias quanto os sofrimentos.

►A felicidade consiste em dirigir a vida pela razão evitando as paixões (raiva, ódio, inveja, rancor,

ressentimento, vingança, ter-poder-prazer) que só trazem pertubações. Moral ascética. Controle racional para manter a imperturbabilidade da alma.

“Dai-me força para mudar o que pode ser mudado, e paciência para aceitar o que deve ser aceito é uma oração estóica”.

►LICENÇA PARA O SUICÍDIO

EPICURO (341 a.C. - 270 a.C.)

EPICURO:

► Filósofo grego do período helenístico. Filósofo do Jardim. Defende uma filosofia essencialmente prática com um único objetivo: a felicidade. A felicidade é possível ser alcançada na interioridade da alma. Para isso Epicuro defendia a idéia de que a filosofia deveria ser eminentemente terapêutica (remédio-cura). Seu poder terapêutico deveria curar dos males (O SOFRIMENTO- DOR) para liberar a vida para o maior dos bens = O

PRAZER (Hedoné). TETRAPHARMACON PARA A VIDA FELIZ: Medicina da alma. Não se trata de auto-ajuda, mas de filosofia.

1- Não temer os deuses. Os deuses existem, mas a idéia que se tem dos deuses se baseia em opiniões falsas.

a) Crê-se que os deuses causam benefícios aos bons e malefícios aos maus. Nada mais falso. Eles vivem no Olimpo junto aos seus semelhantes e não se importam com os humanos e suas vicissitudes. Os deuses não julgam, não condenam ou absolvem e por isso não devem se temidos. Devem ser imitados.

b) Acredita-se que podemos atingir os deuses com preces, louvores, súplicas, oferendas etc...Inútil. Eles não são atingíveis e não se preocupam com os sofrimentos humanos. Os deuses só se interessam com a vida deles. Não há de se preocupar com os de “outra raça”.

PARADOXO DE EPICURO:

“Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo é contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto, nem sequer é Deus. Se pode e quer, o que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então a existência dos males? Por que razão é que não os impede?”

O MISTÉRIO DO MAL: Soluções propostas para o dilema de EPICURO:Santo Agostinho (354 – 430): homem culpado.Leibniz (1646 – 1716): Teodicéia- “melhor dos mundos possíveis”.Voltaire(1694-1778): cuide do teu jardimHannah Arendt (1906-1975): Banalidade do malJó: para além da teologia da retribuição, abertura ao mistério.Jesus Cristo: Paixão e compaixão- ressurreição.

2- Não há razões para se preocupar com a MORTE. Pensar na morte aflige a alma e por isso o sábio a desdenha. E por que a morte não nos deve preocupar?

• A morte não é um mal, ela não é nada. Ausência das sensações. • É tolo quem diz ter medo da morte. “Quando estamos vivos, a morte não está

presente; quando a morte está presente, nós é que não estamos”. Enquanto nós somos ela não é e quando ela é, já não somos.

3- A dor-sofrimento é suportável. E o que fazer quando somos atingidos por algum mal físico? Se é leve é suportável, se é agudo passa logo e se é agudíssimo nos leva a morte imediata, que é o fim da dor. Psicologicamente suporta-se a dor na lembrança de uma alegria ausente e na esperança futura.

4- A felicidade é facilmente obtida: O primeiros três elementos são como que negativo. O positivo é a vida feliz na vivência do prazer e na ausência da dor – sofrimento. Como?

O PRAZER É O SUMO BEM

VIDA FELIZ ATRAVÉS DE UM HEDONISMO SOFISTICADO. O FIM ÚLTIMO É O PRAZER. DISCRIMINAÇÃO DOS PRAZERES.

EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE PRAZER

NATURAIS E NECESSÁRIOS NATURAIS E NÃO NECESSÁRIOS NEM NATURAIS NEM NECESSÁRIOS

Ligados à conservação Prazeres supérfluos Prazeres vãos da glória, honra ,

Devem ser Buscados - Comer e beber com refino riquezes, poder, etc.

por eliminarem a dor -Comer quando se tem fome

-Beber quando se tem sede - Abrigar-se no luxo, etc

-Repousar quando com sono, etc. - Vestir-se sofisticadamente

Os do primeiro grupo estão ligados à eliminação da dor-sofrimento. Os do segundo grupo não têm LIMITES, pois não subtrai a dor do corpo, mas estão em função do prazer pelo prazer. Os do terceiro grupo, além de não eliminarem a dor, causam perturbação da alma. Por isso a felicidade requer pouca coisa, o supérfluo atrai o supérfluo. “A quem não basta pouco, nada basta”, diz Epicuro.

“Quando então dizemos que o fim último é o prazer, não nos referimos aos prazeres dos intemperantes ou aos que consistem no gozo dos sentidos, como acreditam certas pessoas que ignoram o nosso pensamento, ou não concordam com ele, ou o interpretam erroneamente, mas ao prazer que é ausência de sofrimentos físicos e de perturbações da alma”. Se o prazer momentâneo causar um sofrimento maior que o prazer, então é sábio negar o prazer. Assim como um desprazer momentâneo causar um maior prazer futuro, então é sábio optar pelo desprazer, mas em favor do prazer...

NIETZSCHE (1844 – 1900)

ANTROPOLOGIA DIONISÍACA - NIETZSCHEANTROPOLOGIA DIONISÍACA - NIETZSCHE

Filosofia a golpes de martelo

Desconstrução:

Crítica à metafísica – uma ilusão que chegou ao fim

Crítica à moral – moral nobre x moral de escravo

Crítica ao cristianismo: ”O Evangelho morreu na cruz.“

Paulo o ressentido

Reconstrução:

SUPER-HOMEM – Além do homem

MORTE DE DEUS – Niilismo ativo

ETERNO RETORNO - AMOR FATI – sem fundamento e sem escatologia – ultrapassagem do niilismo

• Ódio ao corpo

• Niilismo

• Vida decadente

ANTROPOLOGIA DIONISÍACA DE NIETZSCHE

DEUS ESTÁ MORTO!O homem louco. – Não ouviram falar daquele homem louco que em plena manhã acendeu uma lanterna e correu ao mercado, e pôs-se a gritar incessantemente: ‘Procuro Deus! Procuro Deus!’? – E como lá se encontrassem muitos daqueles que não criam em Deus, ele despertou com isso uma grande gargalhada. Então ele está perdido? perguntou um deles. Ele se perdeu como uma criança? disse um outro. Está se escondendo? Ele tem medo de nós? Embarcou num navio? Emigrou? – gritavam e riam uns para os outros. O homem louco se lançou para o meio deles e trespassou-os com o olhar. ‘Para onde foi Deus?’, gritou ele, ‘já lhe direi! Nós o matamos – vocês e eu. Somos todos os seus assassinos! Mas como fizemos isso? Como conseguimos beber inteiramente o mar? Quem nos deu a esponja para apagar o horizonte? Que fizemos nós para desatar a terra do seu sol? Para onde se move ela agora? Para onde nos movemos nós? Para longe de todos os sóis? Não caímos continuamente? Para trás, para os lados, para frente, em todas as direções? Existe ainda um ‘em cima’ e um ‘embaixo’? Não vagamos como que através de um nada infinito? Não sentimos na pele o sopro do vácuo? Não se tornou ele mais frio? Não anoitece eternamente? Não temos que acender lanternas de manhã? Não ouvimos o barulho dos coveiros a enterrar Deus? Não sentimos o cheiro da putrefação divina? – também os deuses apodrecem! Deus está morto! Deus continua morto! E nós o matamos! Como nos consolar, a nós, assassinos entre assassinos? O mais forte e mais sagrado que o mundo até então possuíra sangrou inteiro sob nossos punhais – quem nos limpará este sangue? Com que água poderíamos nos lavar? Que ritos expiatórios, que jogos sagrados teremos de inventar? A grandeza desse ato não é demasiado grande para nós? Não deveríamos nós mesmos nos tornar deuses, para ao menos parecer dignos dele? Nunca houve um ato maior – e quem vier depois de nós pertencerá, por causa desse ato, a uma história mais elevada que toda a história até então!’ Nesse momento silenciou o homem louco, e novamente olhou para seus ouvintes: também eles ficaram em silêncio, olhando espantados para ele. ‘Eu venho cedo demais’, disse então, ‘não é ainda meu tempo. Esse acontecimento enorme está a caminho, ainda anda: não chegou ainda aos ouvidos dos homens. O corisco e o trovão precisam de tempo, a luz das estrelas precisa de tempo, os atos, mesmo depois de feitos, precisam de tempo para serem vistos e ouvidos. Esse ato ainda lhes é de mais distante que a mais longínqua constelação – e no entanto eles o cometeram!’ – Conta-se também que no mesmo dia o homem louco irrompeu em várias igrejas, e em cada uma entoou o seu Requiem aeternam deo. Levado para fora e interrogado, limitava-se a responder: ‘O que são ainda essas igrejas, se não os mausoléus e túmulos de Deus?’ (NIETZSCHE, Gaia Ciência, 25).

ANTROPOLOGIA DIONISÍACA- NIETZSCHEANTROPOLOGIA DIONISÍACA- NIETZSCHEO ETERNO RETORNO – AMOR FATIO ETERNO RETORNO – AMOR FATI

E se um dia, ou uma noite, um demônio lhe aparecesse furtivamente em sua mais desolada solidão e dissesse: “Esta vida, como você a está vivendo e já viveu, você terá de viver mais uma vez e incontestáveis vezes; e nada haverá de novo nela, mas cada dor e cada prazer e cada suspiro e pensamento, e tudo o que é inefavelmente grande e pequeno em sua vida, terão de lhe suceder novamente, tudo na mesma seqüência e ordem – e assim também essa aranha e esse luar entre as árvores, e também esse instante e eu mesmo. A perene ampulheta do existir será sempre virada novamente – e você com ela, partícula de poeira!”. – Você não se prostraria e rangeria os dentes e amaldiçoaria o demônio que assim falou? Ou você já experimentou um instante imenso, no qual lhe responderia: “Você é um deus e jamais ouvi coisa tão divina!”. Se esse pensamento tomasse conta de você, tal como você é, ele o transformaria e o esmagara talvez; a questão em tudo e em cada coisa, “Você quer isso mais uma vez e por incontestáveis vezes?”, pesaria sobre seus atos como o maior dos pesos! Ou o quanto você teria de estar bem consigo mesmo e com a vida, para não desejar nada além desta última, eterna confirmação e chancela? (Gaia Ciência, 341).

KARL MARX (1818 – 1883)

KARL MARX (1818-1883)Introdução: Filosofia, história e políticaInfluências: Concepção de História- História= palco do desenvolvimento do Espírito

HEGEL Concepção de Dialética: movimento, contradição...

Crítica à Religião – Consciência invertida – O homem cria DeusFEUERBACH Materialismo – “somos o que comemos”. O pensamento vem do ser.

Dois conceitos fundamentaisa) Alienação – “estar fora de si” – estranhamento – um conceito não político, mas econômico.b) Infra-estrutura e Superestrutura (Materialismo histórico e dialético) A) ALIENAÇÃO1- Alienação ReligiosaCrítica filosófica-antropológica da religião – O homem faz a religião-Deus e não o contrário.Crítica Política da religião – “ópio do povo”.2- Alienação Econômica a) alienação do produtor em relação ao produto do trabalho b) alienação no processo mesmo da produção – divisão do trabalho c) alienação da espécie- com os “outros”. d) Fetichismo da mercadoria

B) INFRA- ESTRUTURA E SUPERESTRUTURA (Materialismo Histórico e dialético)

ESTADO AS LEIS - DIREITO DETERMINISMO-Reflexo MORAL RELIGIÃO EDUCAÇÃO - ESCOLA

DIALÉTICA ARTE, CULTURA, RELIGIÃO - FILOSOFIA

PRÁXIS SUPERESTRUTURA IDEOLÓGICA = Consciência -------------------------------------------------------------------------

INFRA-ESTRUTURA MATERIAL = Base econômica

Forças ProdutivasRelações de produção

Meios de Produção Força do trabalho (Terra, fábrica, energia, ( Trabalho humano) Proletário Burguesia meios de transporte etc) Não-proprietário Proprietário

MODO DE PRODUÇÃO

Escravocrata Feudalista Capitalista Socialista

Reprodução da vida material. Homem é um ser natural – necessidades naturais: fome, frio, satisfação na relação social. Indivíduo - sociedade

CONDICIONAMENTO

M

A

T

E

RIALISMO

PREFÁCIO A CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA DE 1859A conclusão geral a que cheguei e que, uma vez adquirida, serviu de fio condutor aos meus estudos, pode formular-se resumidamente assim:Na produção social da sua existência, os homens estabelecem relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção, que correspondem a um determinado grau de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. O conjunto destas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e a qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina a sua consciência. Em certo estádio de desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes ou, o que é a sua expressão jurídica, com as relações de propriedade no seio das quais se tinham movido até então. Estas relações transformam-se de formas de desenvolvimento das forças produtivas em seus entraves. Abre-se então uma época de revolução social. Com a transformação da base econômica, toda a imensa superestrutura se transforma com maior ou menor rapidez. ...Assim como não se julga um indivíduo pelo que ele pensa de si próprio, também não se pode julgar uma tal época de revolução pela consciência que ela tem de si própria, é preciso, pelo contrário, explicar esta consciência pelas contradições da vida material, pelo conflito entre as forças produtivas sociais e as relações de produção. Uma formação social nunca declina antes que se tenha desenvolvido todas as forças produtivas que ela é suficientemente ampla para conter e nunca surgem novas relações de produção superiores antes de as suas condições materiais de existência se terem gerado no próprio seio da velha sociedade. É por isso que a humanidade nunca se propõe senão tarefas que pode levar a cabo, já que, se virmos bem as coisas, chegaremos sempre à conclusão de que a própria tarefa só surge se as condições materiais da sua resolução já existem ou estão, pelo menos, em vias de se formarem.

ANTROPOLOGIA MARXISTAO homem é homem faber, homem que trabalha, produz, transforma a natureza. O que essencializa o homem é o seu trabalho social. Ultrapassar o ciclo da natureza, pelo trabalho, mais do que o pensar, é que essencializa o homem.

No capitalismo o trabalho é alienado, “exploração do homem pelo homem”. O problema está no sistema, o homem é bom, mas o sistema é degradante, explorador, selvagem etc...O sistema de propriedade é a causa do mal....

O socialismo é o fim da exploração do homem pelo homem e a instauração da humanização –desalienação – é o reino da liberdade pois o reino das necessidades satisfeitas

Antropologia da Práxis sócio-histórica – os filósofos explicaram o mundo de várias formas, cabe transformá-lo.

Antropologia ingênua, romântica, idealista, mesmo que materialista....

HOBBES E FREUD

THOMAS HOBBES (1588- 1679) FREUD (1856 – 1939)

VOLUNTÁRIOVITAL

DESEJO AVERSÃO

AMAR ODIAR

BEM MAL

PRAZER DESPRAZER

VIDA MORTE

THOMAS HOBBES

O HOMEM É MOVIMENTO

PODER

“O HOMEM É O LOBO DO PRÓPRIO HOMEM”

FREUD

EROS E THANATOS

“Os comunistas acreditam ter descoberto o caminho para nos livrar de nossos males. Segundo eles, o homem é inteiramente bom e bem disposto para com seu próximo, mas a instituição da propriedade privada corrompeu-lhe a natureza. A propriedade da riqueza privada confere poder ao indivíduo e, com ele, a tentação de maltratar o próximo, ao passo que o homem excluído da posse está fadado a se rebelar hostilmente contra seu opressor.

Se a propriedade privada fosse abolida, possuída em comum toda a riqueza e permitida a todos a partilha de sua fruição, a má vontade e a hostilidade desapareceriam entre os homens. Como as necessidades de todos seriam satisfeitas, ninguém teria razão alguma para encarar outrem como inimigo; todos, de boa vontade, empreenderiam o trabalho que se fizesse necessário. Não estou interessado em nenhuma crítica econômica do sistema comunista; não posso investigar se a abolição da propriedade privada é conveniente ou vantajosa. Mas sou capaz de reconhecer que as premissas antropológica – psicológicas em que o sistema se baseia são uma ilusão insustentável...a agressividade já se apresenta no quarto das crianças [...] e se estende a todas as formas das relações humanas....” (FREUD, O mal estar na civilização, p. 70).

ANTROPOLOGIA EXISTENCIAL ANTROPOLOGIA EXISTENCIAL RELACIONALRELACIONAL

1- Contexto histórico-filosófico – séc XIX- XX. Cientificismo- Marxismo- hegelianismo – Otimismo- esperança x desespero

2- Traços comuns ou característicos:

a) Situação existencial do pensador – vivência existencial

b) Uma nova concepção da existência – a existência precede a essência

c) Uma filosofia da subjetividade – intersubjetividade – comunicação

d) Crítica a cultura das massas – contra o “espírito de manada” - vida autêntica

e) Temas comuns: escolha, possibilidade, liberdade, projeto, angústia, finitude, autenticidade, morte, sentido da vida, desespero e fé....

f) Distinções fundamentais nos representantes- Ateus e cristãos

g) Representantes principais

KIERKEGAARD (1813 – 1855)

Sören Kierkegaard (1813-1855)

O pensamento- a) As críticas1) O anti-hegelianismo – O sistema é inautêntico – a existência não cabe no conceito2) Contra a massificação – a multidão é a inverdade -o indivíduo absoluto3) contra o cristianismo oficial – o cristianismo não é religião, mas fé-adesão subjetiva.

b)Três categorias básicas: A existência – possibilidade de ser X essênciaA subjetividade – a verdade é a subjetividade – “uma verdade para a qual vale a pena

viver e morrer”.O Indivíduo diante de Deus – “como ser tornar cristão”

c) Os três estágios no caminho da vida – em busca da apropriação de si

ESTÉTICO ÉTICO RELIGIOSO•Caçador de emoções- império dos sentidos

•Intensidade do prazer do Instante –Fruição

•Busca da diversidade - Infiel

•O bom é o que é agradável

•Foge do futuro – vive o momento presente

•Tem aversão ao compromisso e a promessa

•Afasta-se da monotonia e a repetição e ao que exige fidelidade – a fidelidade escraviza

•Ávido pela novidade, recusa-se ao engajamento

•Ama mais o desejo do que o objeto do desejo. Importa a conquista e não o conquistado....

O PROTÓTICO = DOM JUAN - AMANTE

DESESPERO

Primado do dever racional

A moral como regulador da vida

Alia-se ao geral renunciando ser exceção –submetido ao geral

Seguidor de regras

Bem comportado, segue modelos edificantes

Escravo da conduta séria, comprometido e fiel

Procura estar de acordo com o DEVER e isso o justifica

É o estágio da continuidade – estabilidade.

Quando faz o mal advém o sentimento de culpa – má consciência

Eleição e repetição

PROTÓTIPO – O MARIDO – TRABALHADOR RESPONSÁVEL – HERÓI - AGAMENON

ARREPENDIMENTO

Primado do dever da fé

Suspensão do ético

Relação entre dois absolutos –Indivíduo e Deus – Relação sem exterioridade

Reconhecimento do eu como pecador e sem justificação

É O CASO ABRAÂO: TEMOR E TREMOR

No limite da ética Abraão é criminoso

Do ponto de vista da fé ele é o PAI da Fé.

KANT: nunca se deve mentir, nunca se deve matar, nunca se deve usar o outro como meio – só é justificado aquilo que pode ser universalizado

ABRAÃO só pode ser entendido para além do ético. Fora da fé, Abraão é um fanático ou assassino potencial.

A ética não é um absoluto, acima dela está o estágio da FÉ –RELIGIOSO.

O PROFETA – SÃO FRANCISCO

Entre Deus e o homem há uma relação intraduzível em linguagem racional. A fé é um abismo, é um salto, o salto da fé. O secreto, a vocação pessoal.....sacrifício daquilo que consideramos o mais precioso – é tudo ou nada...

ANGÚSTIA - FÉ

MARTIIN HEIDEGGER (1889-1976)

SER E TEMPO

ANALÍTICA EXISTENCIAL- ONTOLOGIA FUNDAMENTAL

Método fenomenológico – “voltar às coisas mesmas” – Deixar o ser, ser – Como acessar ao SER? Do “o que é” , para qual o sentido do SER.

A REALIDADE HUMANA – Ser-aí – Da-sein

1- Ser-no mundo2- Ser com os outros3- Ser para a morte4- A temporalidade5- O CUIDADO

“Certo dia, ao atravessar um rio, Cuidado viu um pedaço de barro. Logo teve uma idéia inspirada. Tomou um pouco do barro e começou a dar-lhe forma. Enquanto contemplava o que havia feito, apareceu Júpiter. Cuidado pediu-lhe que soprasse espírito nele. O que Júpiter fez de bom grado.Quando, porém, Cuidado quis dar um nome à criatura que havia moldado Júpiter o proibiu. Exigiu que fosse imposto o seu nome. Enquanto Júpiter e o Cuidado discutiam, surgiu, de repente, a Terra. Quis também ela conferir o seu nome à criatura, pois fora feita de barro, material do corpo da Terra. Originou-se então uma discussão generalizada. De comum acordo pediram a Saturno que funcionasse como árbitro. Este tomou a seguinte decisão que pareceu justa: - Você, Júpiter, deu-lhe o espírito; receberá, pois, de volta este espírito por ocasião da morte dessa criatura. - Você, Terra, deu-lhe o corpo; receberá, portanto, também de volta o seu corpo quando essa criaturamorrer.- Mas como você, Cuidado, foi quem, por primeiro, moldou a criatura, ficará sob seus cuidados enquanto ela viver. E uma vez que entre vocês há acalorada discussão acerca do nome, decido eu: esta criatura será chamada Homem, isto é, feita de húmus, que significa terra fértil”.

JASPERS (1883 -1969) SARTRE (1905 – 1980)

SIMONE DE BEAUVOIR (1908-1986)

GABREL MARCEL (1889/1973) MERLEAU PONTY (1908- 1961)

TEMAS ANTROPOLÓGICOS

1- AMOR

2- MORTE

EROS = desejo de posse exclusiva. Platão, Schopenhauer, Freud. Desejo do outro para mim...carência, falta - completude

AMOR FILIA = amor de amizade -comunidade compartilhada - reciprocidade – Interesse -Aristóteles

ÁGAPE = Amor cáritas – Gratuidade, desinteressado, não exige reciprocidade e por isso o amor maior é aos inimigos e aos mortos. Amor ao próximo – não por falta, mas por excesso. DEVER DE AMAR O PRÓXIMO – Contradição? Revelação...

FREUD

“Um amor que não discrimina me parece privado de uma parte de seu próprio valor, por fazer uma injustiça a seu objeto, e, em segundo lugar, nem todos os homens são dignos de amor” (2002, p. 57).

SÓCRATES – Filosofia= preparar-se para morrer

Viver é morrer – morrer é viver

SCHOPENHAUER - Morre o indivíduo – espécie imortal Imortalidade no todo do ser -natureza

MORTE

UNAMUNO – Não quero querer morrer

HEIDEGGER – Quando se nasce está-se em idade suficiente para morrer – A morte – angústia antecipada – vida autêntica

Dissolução do eu no todo

Imortalidade na especie

Ressurreição gloriosa