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Associação Nacional de Intervenção Precoce PROJECTO “Consulta de Desenvolvimento na Comunidade” Fundação Calouste Gulbenkian Relatório Final do Projecto Julho 2006

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Intervenção Precoce

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  • Associao Nacional de Interveno Precoce

    PROJECTO

    Consulta de Desenvolvimento na Comunidade

    Fundao Calouste Gulbenkian

    Relatrio Final do Projecto

    Julho 2006

  • 2

    Projecto: Consulta de Desenvolvimento na Comunidade

    Entidade promotora: ANIP Associao Nacional de Interveno Precoce

    Entidade financiadora: Fundao Calouste Gulbenkian

    Servio de Sade e Desenvolvimento Humano

    Data de Aprovao: 27/3/2002

    Financiamento aprovado: 30.000,00

    INTRODUO

    Este relatrio reporta ao desenvolvimento e implementao das consultas

    realizadas no mbito do Projecto Consulta de Desenvolvimento na

    Comunidade, apoiado pela Fundao Calouste Gulbenkian, e desenvolvido pela

    ANIP, em colaborao com o Hospital Peditrico de Coimbra e DREC (Direco

    Regional de Educao do Centro). Este projecto teve incio efectivo no ano de

    2003 e terminou no final do ano de 2005, partido de uma primeira existncia

    desta resposta inovadora no Distrito de Coimbra no ano de 1998. O apoio da FCG

    foi neste perodo foi, mais uma vez, essencial para o aperfeioamento e

    consolidao da Consulta de Desenvolvimento na Comunidade 3 Fase,

    resposta inovadora e nica a nvel nacional. Assim, a primeira Parte deste

    relatrio apresenta o contexto terico subjacente a este projecto, onde

    realada a importncia da avaliao da criana nos seus contextos de vida, para

    uma adequada interveno junto da criana em alto risco ambiental. Na segunda

    Parte apresentado de forma esquemtica o Protocolo de Funcionamento da

    Consulta na Comunidade, com destaque para os procedimentos e materiais

    utilizados. A Parte III engloba a descrio das consultas realizadas nos 3 anos do

    projecto e a avaliao final.

  • 3

    I Enquadramento Terico

    a) A importncia da Avaliao da Criana em Interveno Precoce

    A avaliao fundamental para uma interveno com sucesso (Bricker,

    1993): sem uma avaliao cuidada do desenvolvimento da criana no possvel

    aos profissionais de Interveno Precoce desenvolverem um trabalho de

    qualidade junto das crianas e suas famlias.

    A avaliao do desenvolvimento da criana permite descrever o

    desempenho actual da criana, suas capacidades e dificuldades, bem como

    estabelecer comparaes ao longo do tempo, que iro permitir descrever o

    padro temporal do desenvolvimento da criana.

    A avaliao deve permitir descrever o repertrio de capacidades da

    criana em vrios domnios, os contextos que facilitam a expresso dessas

    capacidades, bem como aquelas situaes ou factores que dificultam a

    progresso do desenvolvimento normal da criana. Alm disso, a avaliao deve

    indicar o prximo nvel de competncias e informao que a criana dever

    adquirir, dados cruciais para a determinao dos futuros objectivos da

    interveno.

    Sem este conjunto de informaes, os profissionais de Interveno

    Precoce no renem dados sobre o nvel de desenvolvimento da criana nem,

    consequentemente, estaro em condies de determinar qual dever ser o foco

    dos esforos de interveno. Iniciar a interveno sem uma adequada avaliao

    formal da criana, bem como dos factores que facilitam ou impedem o seu

    adequado desenvolvimento, poder resultar em desperdcio de recursos e tempo

    para as crianas, famlias e profissionais.

    Desta forma, as crianas em Interveno Precoce devero ser avaliadas

    sistematicamente, seja para estabelecer o seu nvel de desenvolvimento actual,

    seja para monitorizar o progresso ao longo do tempo. Com o Despacho

    Conjunto 891/99, a regulamentao da Interveno Precoce est mais

    consolidada e cabe aos Centros de Desenvolvimento da Criana (estruturas

  • 4

    especializadas no desenvolvimento da criana) a realizao de avaliaes da

    criana com qualidade.

    b) Desenvolvimento e risco: importncia de uma abordagem

    contextual

    A viso contextual do desenvolvimento defende que deve ser tida em

    conta uma conceptualizao de mltiplos riscos na elegibilidade para a

    Interveno Precoce (IP), devendo ser recusada qualquer abordagem

    reducionista da categorizao do risco a que a criana est exposta (Epps e

    Jackson, 2000). A viso contextual do desenvolvimento da criana considera que

    o contexto ambiental em que a criana est inserida poder propagar ou

    diminuir o impacto dos factores de risco biolgico a que a criana est sujeita.

    Neste sentido, diversos autores (Meisels e Wasik, 1990; Sameroff, 1975, 1986)

    recomendam que a viso contextual do desenvolvimento deve ser adoptada

    desde a identificao das crianas para a IP, criando-se modelos de rastreio e

    avaliao compreensivos, que sejam multifacetados e peridicos, baseados em

    mltiplas fontes de dados (Epps e Jackson, 2000:54). Desta forma, os modelos

    de rastreio e avaliao devero incluir informaes, para alm das condies

    mdicas da criana e do seu nvel de desenvolvimento, sobre variveis familiares

    referentes a preocupaes, prioridades, recursos e qualidade de interaco

    prestadores de cuidados/criana. Fontes de informao mltipla provenientes de

    vrios membros da famlia, como de diferentes prestadores de servios, com

    recurso a vrias metodologias (observao, entrevista, etc.) so importantes

    factores para uma tomada de deciso acertada. Devido potencial variao da

    vida da criana e da famlia, em termos desenvolvimentais e outros, os autores

    recomendam igualmente reavaliaes peridicas da situao (Meisels e Wasik,

    1990; Raver, 1999).

    O Modelo Ecolgico de Bronfenbrenner (Bronfenbrenner, 1975) e o Modelo

    Transaccional de Sameroff e Chandler (Sameroff e Chandler, 1975) trouxeram

    contribuies inegveis para uma abordagem compreensiva do desenvolvimento

  • 5

    da criana, refutando-se abordagens simplistas que defendem a ocorrncia de

    forma isolada das variveis de risco biolgicas ou ambientais.

    As transaces contnuas entre diferentes factores de risco determinam

    qual a medida de risco que um indivduo enfrenta: os factores de risco

    aumentam a probabilidade de ocorrncia de problemas do desenvolvimento; em

    contrapartida, os factores de proteco / oportunidade diminuem essa

    probabilidade de ocorrncia de dificuldades desenvolvimentais. Os problemas de

    desenvolvimento tero maior probabilidade de ocorrncia quando existem

    barreiras mltiplas e simultneas ao desenvolvimento saudvel, e

    principalmente se esses mltiplos factores de risco persistirem ao longo do

    tempo.

    Desta forma, Meisels e Wasik (1990) sublinham a necessidade de

    identificar o nmero e peso dos factores de risco que aumentam a

    probabilidade de atraso no desenvolvimento: a natureza cumulativa do risco

    deve ser considerada no sistema de rastreio e avaliao na IP. Sameroff, Seifer,

    Barocas, Zax e Greenspan (1987), examinaram um conjunto de 10 variveis

    ambientais num estudo longitudinal de 215 crianas, e demonstraram que o

    nmero de factores de risco que prev a ocorrncia de resultados

    desenvolvimentais adversos. Estes investigadores provaram que o efeito

    cumulativo do risco o determinante crtico da severidade do atraso de

    desenvolvimento (Epps e Jackson, 2000; Singer e Zeskind, 2001).

    Neste enquadramento, provavelmente uma situao considerada de alto

    risco ser aquela de uma criana com condies fsicas vulnerveis, com

    prestadores de cuidados igualmente vulnerveis e sobrecarregados de

    dificuldades de vria ordem, inseridos num contexto comunitrio e social no

    suportivo (Epps e Jackson, 2000: 54).

    Tal como sugerido por Dunst (1993), o profissional de IP deve considerar

    no s a acumulao dos Factores de Risco em cada situao, como tambm a

    forma como esses factores de risco interferem com os Factores de Oportunidade

    que podem melhorar o desenvolvimento da criana. Em cada situao, podero

    existir factores de oportunidade que podem compensar os factores de risco e

    prevenir os seus efeitos potencialmente negativos no desenvolvimento (Singer e

  • 6

    Zeskind, 2001). A presena de certos factores de oportunidade pode ajudar a

    explicar porque que certas crianas consideradas em risco no desenvolvem

    problemas no seu desenvolvimento.

    O atraso de desenvolvimento actual de uma criana, bem como a sua

    condio mdica so apenas uma parte de uma equao multi-variada na qual

    tanto a famlia como outras variveis contextuais tm a capacidade de

    compensar ou potenciar as caractersticas de risco da criana de uma forma

    transaccional. Sem dvida que as crianas e famlias que esto expostas a

    mltiplos riscos enfrentam um caminho de desenvolvimento mais complexo e

    desafiante, pelo que devero ter uma ateno especial no campo da Interveno

    Precoce, no podendo de forma alguma ser descurada uma avaliao cuidada

    desde o incio da interveno. Enquanto que na criana que apresenta problemas

    de desenvolvimento a avaliao parece ser tida em conta na interveno, o

    mesmo no acontece com as crianas de risco ambiental, onde a avaliao do

    desenvolvimento relevada para ltimo plano.

    c) A Consulta de Desenvolvimento na Comunidade

    A Consulta de Desenvolvimento na Comunidade surgiu em 1998, com

    base neste contexto terico actual da Interveno Precoce, ao qual se juntam

    condies prticas de uma experincia do seu principal autor na Consulta de

    Desenvolvimento do Hospital Peditrico de Coimbra, Dr. Boavida Fernandes.

    A primeira justificao para a sua criao, foi o constatar de uma elevada

    taxa de absentismo das famlias consideradas de risco ambiental s consultas

    realizadas no Centro de Desenvolvimento da Criana, do Hospital Peditrico de

    Coimbra, o que motivou a reformulao da forma de atendimento das crianas

    em risco ambiental. Seja por precrias condies financeiras das famlias, pela

    grande disperso do Distrito de Coimbra, ou pela ateno das famlias noutras

    carncias bsicas que no o desenvolvimento da criana, ao longo de anos que se

    verifica no Hospital Peditrico a fraca adeso destas famlias s consultas

    regulares no Hospital Peditrico. Por outro lado, e de acordo com os resultados

    das primeiras consultas realizadas numa primeira fase, numerosas situaes de

  • 7

    atraso de desenvolvimento estavam encobertas pelo rtulo de risco ambiental,

    pelo que foi reforada a necessidade da continuao uma cuidada avaliao

    formal das crianas de famlias de risco ambiental, de forma a considerar uma

    Avaliao Contextual da criana, que permitisse a avaliao de factores de risco

    que no so directamente visveis em situao de avaliao em gabinete. Por

    ltimo, a continuidade da Consulta de Desenvolvimento na Comunidade,

    reformulada e adaptada s necessidades das famlias e profissionais da

    Interveno Precoce, justificou-se como resposta especializada num contexto de

    sucesso que teve nos primeiros anos de realizao.

  • 8

    II Protocolo da Consulta de Desenvolvimento na Comunidade (3 fase)

    Destinatrios:

    Crianas dos 0 aos 6 anos de idade, em situao de risco ambiental.

    Uma criana considerada em risco ambiental se as suas experincias de vida

    so substancialmente limitadas durante os primeiros anos de vida em relao a:

    cuidados maternos e familiares, organizao familiar, pobreza, cuidados bsicos

    de sade e nutrio, oportunidades para expresso de comportamentos

    adaptativos e padres de estimulao fsica e social.

    Prioridade:

    1 - Distrito de Coimbra (PIIP)

    2 - Restantes Distritos da Regio Centro.

    Objectivos da Consulta:

    - Promover o enfoque no desenvolvimento da criana e nos factores que

    o influenciam, numa perspectiva transaccional e ecolgica;

    - Avaliao da situao de risco;

    - Avaliao dos factores de oportunidade/proteco;

    - Avaliao Peditrica da Criana;

    - Ligar a avaliao da criana em risco ambiental interveno.

    Apoio s Equipas de Interveno Directa

    - na seleco de casos para Interveno Precoce;

    - em situaes complexas;

    - na planificao da interveno;

    - na articulao de servios locais.

  • 9

    Equipa da Consulta:

    Equipa multidisciplinar resultante de colaborao interservios, de forma

    a responder adequadamente s necessidades da criana e famlia:

    - Mdico Pediatra do Desenvolvimento: HPC CDC,

    - Psicloga do Desenvolvimento: ANIP/PIIP,

    - Educadora Especializada: DREC-DSTP.

    Organograma da Consulta:

  • 10

    Planificao

    - O pedido de consulta deve ser preenchido em impresso prprio, pela

    Equipa de Interveno Directa/Responsvel de Caso, explicitando o

    motivo e objectivo do pedido. Deve ser dada previamente informao

    famlia sobre a existncia da consulta: a famlia decide se quer ter

    acesso consulta, qual o melhor local (de preferncia o domiclio) e

    quem so as pessoas que devem estar presentes.

    - Deve ser avisado famlia que o livrinho do beb, bem como relatrios

    mdicos importantes, devem estar disponveis na consulta.

    Primeira consulta

    - Deve ser realizada de preferncia no domiclio da famlia, o que

    permite uma avaliao contextual. Estaro presentes os elementos

    familiares e profissionais que a famlia considere importantes (cf.

    Estrutura da Consulta).

    Estrutura da Consulta:

    Apresentao:

    Elementos da consulta

    Objectivos da consulta

    Explicao do procedimento da consulta

    Levantamento de preocupaes da famlia em relao ao

    desenvolvimento da criana (e outras)

    Observao da criana em interaco com prestadores de

    cuidados: permite observar o estilo de interaco prestador de

    cuidados/criana

    Observao da criana em jogo livre (inicio interaco com o

    facilitador da avaliao): permite uma abordagem de recolha de

    informao sobre o desenvolvimento da criana numa perspectiva

  • 11

    ecolgica e optimiza a validao da avaliao formal do

    desenvolvimento

    Avaliao formal do desenvolvimento da criana permite obter

    um perfil do desenvolvimento actual da criana (Escala Schedulle of

    Growing Skills)

    Rastreio Auditivo (Moatti)

    Avaliao mdica da criana

    Dilogo com pais, tcnicos e outros prestadores de cuidados, com

    recurso a instrumentos semi-estruturados (preocupaes e

    prioridades da famlia, capacidades e dificuldades da criana, rotinas

    dirias, interesses da criana, estilos de funcionamento, avaliao

    de necessidades, factores de risco e oportunidade, etc.)

    Reunio final (transmisso dos resultados da avaliao formal,

    resumo de todos os dados reunidos, propostas futuras: sugestes

    para planificao, apoio pontual em situaes de grave carncia,

    etc.).

    Segunda Consulta:

    De acordo com os dados da primeira consulta, ser acordado com a famlia

    as seguintes possibilidades:

    - Consulta de Seguimento no HPC-CDC - Se existir atraso de

    desenvolvimento preocupante, poder ser necessria a realizao de

    exames complementares de diagnstico, avaliao aprofundada do

    desenvolvimento (recurso Escala Griffiths), encaminhamento para

    especialidades, etc. Se necessrio, e aps articulao com os servios

    locais, poder ser cedido apoio financeiro s famlias para deslocao

    ao Hospital Peditrico.

    - Consulta de Reavaliao No prazo de 6 a 12 meses, para reavaliao

    do desenvolvimento e da situao em geral.

  • 12

    Caso no exista atraso de desenvolvimento, e a avaliao dos factores de

    risco e de proteco no indique uma situao de risco preocupante, ser

    sugerida alta da situao em IP, mas apenas no final do ano lectivo.

    Material da Consulta:

    - Escala Shedule of Growing Skills II rastreio do desenvolvimento

    - Caixa Moatti rastreio de audio

    - Materiais de Rastreio da Viso

    - Brinquedos apelativos, livros de imagens e para pintar, canetas, lpis,

    etc.

    - Manta para avaliao da criana

    - Documentos/Questionrios semi-estruturados e estruturados

    - Escalas Griffiths avaliao aprofundada do desenvolvimento

    - Verba para apoio pontual em situaes de graves carncias

    - Currculo Carolina Programa de Avaliao e Interveno

    Psicopedaggica (para apoio a sugestes a Responsveis de Caso)

    Mala Shedule of Growing Skills II

  • 13

    Exemplos de Materiais adquiridos e disponibilizados s famlias

  • 14

    III Actividades Desenvolvidas

    Este relatrio reporta s consultas realizadas no mbito do Projecto

    Consulta de Desenvolvimento na Comunidade. As consultas de

    desenvolvimento realizadas desde Maro de 2003 contaram com a participao

    dos elementos previstos em sede de candidatura: equipa multidisciplinar

    constituda por um pediatra do desenvolvimento, uma psicloga do

    desenvolvimento e uma educadora especializada. A disponibilidade do pediatra

    do HP-CDC constituiu-se um obstculo marcao das consultas, uma vez que

    existe uma lista de espera de consultas no Centro de Desenvolvimento que no

    tem resposta clere devido ao insuficiente nmero de pediatras nos quadros do

    Hospital. No entanto foi possvel dar resposta a todos os pedidos de Consulta na

    Comunidade, at final de Dezembro 2005 e as crianas/famlias que

    beneficiaram destas consultas obtiveram uma resposta muito rpida e evitando-

    se assim os meses de espera habituais na consulta de desenvolvimento na sede

    do HP. Durante todo o tempo de implementao do Projecto, todas as consultas

    foram realizadas aps correcta articulao com as Equipas de Interveno

    Precoce Locais, o que permitiu uma cuidada planificao de cada consulta

    realizada.

  • 15

    Consultas realizadas

    Durante o perodo de execuo do Projecto, foram realizadas 64 consultas de

    desenvolvimento na comunidade, nomeadamente: 8 consultas em Tbua, 13

    consulta em Oliveira do Hospital, 10 consulta no concelho de Gis, 14 consultas

    em Cantanhede, 7 consultas de Pampilhosa da Serra, 1 consulta em Montemor-o-

    Velho, 1 consulta em Condeixa-a-Nova, 1 consulta na Lous e 4 consultas de

    Miranda do Corvo, 2 consultas em Vila Nova de Poiares, 2 consultas em Penacova

    e 1 consulta no Tabuao, tal como se pode verificar pela Tabela 1.

  • 16

    Tabela 1

    CONSULTAS REALIZADAS em 2003/4/5

    Criana

    Concelho

    Data

    Propostas / Encaminhamento

    N. A. R. C.

    Tbua 27/03/2003 Apoio pela Interveno Precoce. Reavaliao

    aps 6 meses.

    R. F. G. C.

    Oliveira do

    Hospital 9/05/2003

    Apoio pela IP e Integrao na creche

    Aquisio brinquedos e cadeira auto

    Receita flor e desparasitante

    Consulta Centro de Sade

    Reavaliao aps 6 meses.

    J. N. S.

    Oliveira do

    hospital 9/05/2003

    Continuar apoio IP: ajudar a prever prximas

    etapas do desenvolvimento

    Consulta HP-CDC Maro 2004

    Aquisio Parque, brinquedos/material

    didctico e cadeira auto e esquentador

    J. P. G. A.

    Pampilhosa da

    Serra 10/07/2003

    Contacto Consulta Maus-tratos para enfoque

    relao me/filho

    Sensibilizao para maior colaborao entre

    IP e famlia

    C. A. A. S.

    Pampilhosa da

    Serra 10/7/2003

    Integrao creche em Setembro 2003

    Continuar apoio IP: controlo dos esfncteres

    Marcar consulta ORL

    Marcar consulta Desenvolvimento HP-CDC

    Encaminhar Terapia da Fala + Subsdio

    Educao Especial

    Aquisio brinquedos + cadeira auto

  • 17

    D. J. A. P. Oliveira do

    hospital 15/07/2003

    Continuar apoio IP: actualizar plano de

    interveno incluindo as actividades rotinas

    dirias

    Encaminhar Paralisia Cerebral (APPC)

    Aquisio de material didctico

    Apoio local em fisioterapia em articulao

    com IP + Subsdio Ed. Especial

    A. J. B. C. Oliveira do

    Hospital 15/07/2003

    Continuar apoio IP

    Aquisio de leite, fraldas, beliche,

    esquentador e parque + apoio materiais

    construo para quarto

    Encaminhar irmo para consulta HP-CDC,

    caso em Setembro continue encoprese

    F. I. M. M. Oliveira do

    hospital 16/10/2003

    Apoio da IP, com delineamento do plano de

    interveno urgente

    Integrao na creche + resoluo do

    problema de transporte para a creche

    Aquisio cadeira auto

    Reavaliao aps 6 meses

    M. M. M. Oliveira do

    hospital 16/10/2003

    Continuar apoio PIIP: estimular utilizao da

    mo esquerda

    Aquisio cadeira auto

    S. B. Gis 25/11/2003

    Criana com atraso global do

    desenvolvimento, mas sem factores de risco

    preocupantes.

    Continuao do apoio pela IP e articulao

    com consultas HP-CDC

    M. C. Gis 26/11/2003

    Criana sem atraso de desenvolvimento.

    Factores de risco pouco preocupantes.

    Devido no-aceitao do apoio por parte

    da me, sugeriu-se vigilncia pela IP local +

    creche

  • 18

    V. A. V. Gis 26/11/2003

    Criana sem atraso de desenvolvimento.

    Factores de risco pouco preocupantes e

    apoiados por instituio local. Sugeriu-se

    vigilncia pela IP.

    Encaminhamento para oftalmologia

    F. G. H. Gis 3/12/2003

    Criana sem atraso de desenvolvimento e

    sem factores de risco que justifiquem apoio

    pela Interveno Precoce

    Avaliar irmo mais novo em Maro 2004

    (gravidez de risco), pois nesta consulta

    estava doente, o que impossibilitou a

    avaliao do desenvolvimento.

    J. M. S.

    Tbua 7/01/2004 - Consulta no HP-CDC

    - Aquisio materiais ldicos.

    T. M. R. C.

    Oliveira do

    Hospital 29/01/2004

    - Marcao urgente de EEG no HP-CDC e, se

    necessrio, Encaminhamento para neurologia

    - Realizao de relatrio formal para creche

    da criana, para alertar para a necessidade

    de materiais mais adequados

    - Aquisio materiais ldicos

    - Apoio misto em colaborao com CPM.

    J. G. A. T.

    Oliveira do

    Hospital

    29/01/2004

    - Continuao de acompanhamento vrias

    especialidades no HP-CDC, principalmente

    cardiologia

    - Reforo da necessidade de articulao com

    me Proposta de apoio misto.

    D. M. D. C.

    Vila Nova de

    Poiares 16/02/2004

    - Reavaliao em 6 meses

    - Encaminhamento para otorrino - Encaminhamento para Terapia da Fala

    - Apoiar discusso sobre entrada do irmo no

    1 ciclo.

  • 19

    B. S. C. R.

    Tbua 8/03/2004

    - Reavaliao em Setembro 2004 (HP-CDC)

    - Aquisio material ldico

    - Sugestes de articulao com prestadores

    de cuidados.

    B. M.

    Penacova 10/03/2004

    - Aquisio cadeira auto

    - Aquisio leite e fraldas por 4 meses

    - Aquisio materiais ldicos

    - Medicamento para irm mais velha (em

    Junho).

    D. C. O.

    Cantanhede 29/03/2004

    - Reavaliao em Setembro no domicilio

    - Aquisio de material didctico e roupeiro

    - Rever possibilidade de integrao na

    creche local.

    E.

    Cantanhede 29/03/04

    Apesar de articulao inicial com a famlia, a

    consulta foi recusada no momento pela me;

    situao grave de risco, que dever ser tida

    em considerao assim que a equipa local

    consiga que a famlia o permita (Julho).

    R. H.

    Gis 2/06/2004

    - Reavaliao em 6 meses, apenas para

    vigilncia

    - No proposto apoio da IP, mas apenas

    acompanhamento SS.

    F. C.

    Gis 2/06/2004

    - Reavaliao em Outubro

    - De momento, a EID mantm vigilncia,

    atravs de Centro de sade.

    R. M. C. S.

    Oliveira do

    Hospital 16/06/2004 - Reavaliao no HP-CDC a 5/04/2005.

  • 20

    R. F. G. C.

    Oliveira do

    Hospital 16/04/2004

    - Consulta de reavaliao

    - Possvel aquisio mquina lavar roupa,

    caso no seja possvel pelos recursos da

    comunidade (SS)

    - Reavaliao no prazo de 1 ano (HP-CDC).

    M. A. J. R. Cantanhede 21/06/2004 - Aquisio de materiais ldicos, frigorfico e

    mquina da roupa (em Julho).

    M. F. M. C. Cantanhede 21/06/2004 - Marcar EEG e consulta em Agosto (HP-CDC)

    - Aquisio de brinquedos e roupeiro.

    M. B. M. A. Penacova 30/06/04 - Proposta de reeducao alimentar

    - Vigilncia de peso por Centro de Sade.

    T. S. Cantanhede 13/07/2004

    - Alta PIIP encaminhamento Jardim-de-

    infncia

    - Aquisio de roupeiro e material didctico.

    E. F. S. S. Cantanhede 13/07/2004 - Pela segunda vez, a famlia no recebeu a

    equipa da consulta. Colaborao com CPCJ.

    J. P. G. A.

    Pampilhosa da

    Serra

    16/07/2004

    - Regularizar consultas do Centro de Sade

    - Marcar consulta reavaliao H. P.

    - Aquisio material didctico.

    R. H. Gis 12/10/2004 - Reavaliao: continuao de apoio SS.

    F. C. Gis 26/10/2004 - Reavaliao com colab. Centro de Sade.

    H. S. A. Tbua 23/11/2004

    - Apoio domicilirio com ensino de

    competncias domsticas

    - Articulao com CPCJ e Centro de Sade

    - Articulao H.P.

    - Aquisio material ldico, aquecedor e

    estante.

  • 21

    D.M. D. C. V. Nova

    Poiares 15/12/04

    - Reavaliao.

    - Aquisio material ldico e apoio pontual

    fraldas irmo.

    R. C. Miranda do

    Corvo 17/12/04

    - Encaminhamento CRAIPDV

    - Reavaliao em 3 meses

    - Disponibilizao material ldico

    - Ponderar encaminhamento fisioterapia.

    M. A.

    Gis

    21/12/2004

    - Apoio domicilirio visando promoo da

    linguagem do M.

    - Aquisio material de estimulao da

    linguagem e aquecedor.

    G. C.

    Miranda do

    Corvo 26/01/2005

    - Marcao urgente de avaliao no HP-CDC

    (suspeitas de P.C.)

    - Aquisio esquentador

    J. C. S.M. Condeixa 23/02/05

    - Aquisio material avaliao/estimulao

    visual

    R. C. B.

    Tbua 23/02/2005 - Recusa do apoio por parte da famlia

    - Relatrio para EMAT

    J. P. G. A.

    Pampilhosa da

    Serra 14/03/2005

    - Re-avaliao do desenvolvimento

    - Proposta de reteno em J. I. (no aceite

    pela me)

    - Relatrio elaborado e enviado

    comunidade (incluindo famlia), reforando a

    necessidade de manter o J. P. no Jardim-de-

    infncia.

  • 22

    G. C.

    Miranda do

    Corvo 17/03/29005

    - Re-Avaliao do desenvolvimento

    - Encaminhamento para Ressonncia

    Magntica e APPC (fisioterapia e consultas

    especialidade).

    - Aquisio culos (no inicio prox. ano

    lectivo)

    D. C. M.

    Pampilhosa da

    Serra 30/03/2005

    - Encaminhamento para oftalmologia

    (despiste estrabismo)

    - Consulta reavaliao em 4 meses (conciliar

    com oftalmologia)

    - Enfoque na audio (despiste auditivo)

    - Aquisio matrias ldicos.

    B. L. F. M.

    Pampilhosa da

    Serra 30/03/2005

    - Reavaliao em 6 meses (local a pensar)

    - Verificao de processo de irm mais velha

    no HP-CDC

    - Proposta de apoio semanal com presena

    da me

    - Aquisio materiais ldicos

    T. F. R. A.

    Tbua 31/03/2005

    - Cont. Terapia da Fala

    - Entrada no J.I.

    - Apoio do PIIP: maior ateno a problemas

    de comportamento e segurana

    - Reavaliao no final de 2005 (HP-CDC)

    - Aquisio materiais ldicos

    P. F. A. Gis

    12/04/05

    - Em vigilncia pelo Centro de Sade

    - EID reavalia em Outubro

    D. M. Tabuao 18/04/05

    - Cr. com glaucoma, com perda de viso.

    - Vai transitar para escola e necessita

    mquina Braille para usar em casa

    - Aquisio Mquina Braille e apoio a

    deslocao Grupos Pais.

  • 23

    M. dos S. P.

    Cantanhede 02/06/2005

    - Consulta no HP-CDC

    - Encaminhamento oftalmologia (j foi vista

    e diagnosticado estrabismo convergente

    grave: prescritos culos e ocluso)

    - Aquisio mquina lavar roupa

    - Aquisio materiais didcticos

    V. S. S. Cantanhede 02/06/05

    - Avaliao analtica para despiste m

    progresso ponderal + Gentica

    - Cont. apoio domicilirio, enfatizando

    contacto materiais ldicos e apoio a controlo

    de birras

    - Avaliao no HP-CDC com apoio

    deslocao da famlia e encaminhamento

    irm mais velha para CDC (vistos a 14/07/05

    e volta a 16/08/05, tambm com apoio

    deslocao); reavaliao Nov./Dez. 2005 e

    novo apoio a deslocao

    - Aquisio materiais ldicos

    R. F. C. G.

    Oliveira do

    Hospital 03/06/2004

    - Promover interaco com pares

    - Acompanhamento mais sistemtico Centro

    Sade

    - Marcao consulta ortopedia (12/01/06)

    - Aquisio materiais ldicos

    - EID reavalia em Outubro e pondera alta.

    B. A. M.

    Pampilhosa da

    Serra 29/06/05

    - Reavaliao HP a 12/12/05 + Otorrino

    - Proposta de avaliao psicolgica na

    comunidade, com enfoque relacional e

    eventual interveno

    - Promoo de manuteno da situao no

    PIIP, caso seja necessrio acompanhamento

    psicolgico e articulao entre os

    profissionais

    - Aquisio materiais ldicos

  • 24

    B. A. R. S.

    Montemor-o-

    Velho 30/06/05

    - Manter apoio PIIP com apoio misto

    - Encaminhamento urgente para avaliao

    oftalmolgica

    - Reavaliao HP-CDC no prazo de 1 ano

    - Encaminhamento de TF (PIIP) em

    Setembro, com apoio deslocao pela

    consulta

    M. J. R.

    Cantanhede 13/07/05

    - Marcao urgente de Terapia de Fala

    - Verificar registos ORL e eventual

    encaminhamento

    - Eventual gentica

    - Manter apoio do PIIP

    - Aquisio materiais ldicos e beliche (no

    foi adquirido, por motivos de alterao de

    necessidades da famlia)

    J. S. M. T.

    Cantanhede 13/07/05

    - Reavaliao em 1 ano

    - Encaminhamento gentica (cataratas

    congnitas)

    - Apoio da EID na transio para Jardim-de-

    infncia e Apoios Educativos (em Setembro)

    - Aquisio materiais ldicos e mobilirio

    (cama para J.)

    R. A. C. S.

    Cantanhede 14/07/05

    - Reavaliao apenas se EID e famlia

    considerar importante

    - Cont. Apoio domicilirio

    - Aquisio materiais ldicos e mquina de

    lavar a roupa

    - Relatrio para Tribunal

  • 25

    A. M. S. P.

    Cantanhede 14/07/05

    - Promover articulao com HP-CDC

    (consulta de risco), PIIP e Maternidade BB

    - Reavaliao breve no HP-CDC para pesquisa

    de sinais evidenciados durante avaliao

    M. A. F. P. M. Tbua 20/10/05

    - Apoio pelo PIIP em regime misto,

    promovendo a articulao com a me

    - Consulta processo dos irmos do Marco (HP-

    CDC)

    - Aquisio materiais ldicos

    D. C. Tbua 20/10/05

    - Apoio pelo PIIP em regime misto,

    promovendo a articulao com a me

    - Aquisio materiais ldicos

    D. F. Garcia S.

    Oliveira do

    Hospital 04/11/05

    - Apoio no domiclio

    - Maior articulao com sade e Segurana

    Social

    - RX anca

    - Reavaliao em 6 meses (HP-CDC)

    V. dos S. A. S.

    Oliveira do

    Hospital 04/11/05

    - Encaminhamento para Terapia da Fala

    (PIIP)

    - Manter apoio pelo PIIP em regime

    domicilirio

    - Proposta de integrao em creche (com

    relatrio da consulta)

    - Apoio deslocao consulta de T.F.

    - Aquisio materiais ldicos e cadeira auto

    - Reavaliao no prazo de 6 ou 12 meses

    I.J.S.M Miranda Corvo 22/11/05

    - Sem atraso desenvolvimento

    - Sugesto: Alta do PIIP (com contactos

    regulares com o Centro de sade)

  • 26

    F. D. Lous 13/12/05

    - Proposta de maior articulao entre PIIP,

    me e Creche

    - Apoio integrao do Fbio na creche e

    recepo do beb

    J. F. C. O. Cantanhede 19/12/05

    - Situao Alto risco

    - Manuteno apoio domicilirio

    - Aquisio de leites e papas (entrega

    gradual, com responsabilizao da me)

    - Aquisio materiais ldicos

    - Re-avaliao do desenvolvimento apenas

    em sinal de alarme

    T. S. L. Cantanhede 19/12/05

    - Manter apoio misto, com apoio me

    - Reavaliao no prazo de 1 ano

    - Aquisio equipamento domstico

    (roupeiro e outros)

    - Aquisio material ldico

  • 27

    A avaliao das necessidades realizada pela equipa em parceria com a famlia e

    tcnicos envolvidos no apoio directo, revelou a necessidade de apoio pontual a

    40 crianas (algumas em duas ou mais fases) e suas famlias atravs da

    supresso provisria de algumas necessidades prementes manifestadas. Tal como

    j referido nos relatrios anteriores, o apoio pontual a cada criana feito com

    base na anlise conjunta das necessidades da famlia (equipa da consulta,

    famlia, profissionais de Interveno Precoce e outros profissionais/elementos da

    comunidade local) e sempre enquadrado no plano individual de apoio

    famlia/criana (PIAF). Neste sentido foi dado apoio na aquisio de:

    - Material didctico/brinquedos para promoo do desenvolvimento da

    criana;

    - Material de apoio avaliao / estimulao

    - Mquinas de lavar roupa; Esquentador; Fogo; Frigorfico;

    Aquecedores.

    - Mquina Braille

    - Mobilirio (roupeiros e estantes, etc)

    - culos e sapatilhas

    - Leites e papas

    - Cadeiras de Segurana Auto

    - Fraldas;

    - Camas de beb e roupas para essas camas;

    - Parques de beb;

    - Materiais para reparar o telhado de uma casa de habitao;

    - Cadeira de segurana auto

    - Apoio pontual urgente de aquisio de medicamento

    - Material domstico diverso (lenis, utenslios de cozinha)

    - Apoio a deslocaes de famlias a exames complementares de

    diagnstico/reavaliaes/consultas de outras especialidades fora da

    zona de residncia das famlias.

  • 28

  • 29

    A Equipa da Consulta teve sempre em ateno que as verbas disponveis da

    consulta s fossem propostas e utilizadas depois de esgotados os possveis

    recursos locais, valorizando-se sempre o envolvimento dos servios da

    comunidade local, tanto em termos de apoio interveno proposta, bem como

    em termos financeiros.

    De acordo com o referido na avaliao final do relatrio das actividades relativas

    aos anos de 2003 e 2004, foram adquiridos mais materiais de apoio avaliao,

    alguns dos quais foram deixados com as crianas e famlia aps avaliao. Nestes

    materiais de apoio avaliao esto includos: brinquedos atraentes para cativar

    ateno e confiana da criana junto do examinador, material de desgaste,

    tecidos e pelculas atraentes para avaliao da viso e jogos didcticos. Para

    alm destes materiais, foram adquiridos igualmente materiais de desgaste de

    apoio consulta (dossiers, separadores, etc.).

  • 30

    2. Execuo Financeira Geral

    Adiantamento efectuado pela FCG por Tranches: Total: 30.000.00

    1 Tranche: 2.000,00 (02/05/2002)

    2 Tranche: 1.277,00 (19/11/2002)

    2 Tranche: 1.723,00 (26/11/2003)

    3 Tranche: 2.000,00 (12/05/2004)

    4 Tranche: 4.000,00 (08/09/2004)

    5 Tranche: 3.000,00 (02/03/2005)

    6 Tranche: 12.411,24 (14/09/2005)

    7 Tranche 3.588.76 (09/03/2006)

    Total de Gastos efectuados at Final de 2005: Total: 29.982.72

    1.277,00 despesas apresentadas a 5/11/2002

    2.757,35 despesas apresentadas a 29/10/2003

    1.149,68 despesas apresentadas a 21/04/2004

    5.235,20 despesas apresentadas a 16/07/2004

    2.625,59 despesas apresentadas a 01/02/2005

    8.007,80 despesas apresentadas a 15/07/05

    (relatrio semestral 2005)

    5.358,62 despesas apresentadas a 10/08/05

    (reportam ainda a relatrio semestral 2005)

    3.571,48 despesas apresentadas a 08/02/2006

  • 31

    Gastos efectuados por rubricas:

    Materiais de diagnstico e avaliao: 3.918.33

    Ajudas de custo a tcnicos: 6.500.00

    - 130 deslocaes x 50,00 = 6.500.00

    Gasolina ou pagamento Kms para deslocaes da

    Equipa aos domiclios: 824.81

    - 14 Abastecimentos = 498.36

    - 8 Abastecimentos = 326.45

    Aquisio de um computador: 1.478.81

    Apoio directo famlia: 17.260.77

    Material Ldico/Didctico e apoio avaliao/consulta 10.824.03

    Mquinas de Lavar Roupa 1.012.99

    Fogo 261,49

    Frigorfico 149.00

    Utenslios de cozinha 18.50

    Esquentador 219,00

    Aquecedores 106.40

    Mquina Braille 892,50

    Apoio a deslocao das famlias 339.39

    culos (criana apoiada consulta G.C.) 94.00

    Sapatilhas 20,00

    Jogos de cama 111.55

    Leites e papas 251.15

    Fraldas 111.35

    Medicamentos 5.02

    2 parques bebs 117.00

    7 Cadeira Auto (transporte criana) 487.40

    Mobilirio 1.740.00

    Material reparar telhado de uma casa habitao 500.00

    Camas 260.00

  • 32

    3. Anlise Final

    Ao longo do perodo de execuo do projecto foram realizadas 64 consultas de

    desenvolvimento na comunidade, sendo possvel dar resposta a todos os pedidos

    de primeiras consultas recebidos. Destas 64 consultas, apenas sete foram re-

    avaliaes. De facto, esta resposta inovadora continua a ser uma forma de

    agilizar a resposta a pedidos de primeiras consultas a crianas da faixa etria da

    Interveno Precoce e que se encontrem em situao de alto risco ambiental,

    para alm de permitir uma avaliao cuidada do contexto onde a criana e sua

    famlia esto inseridas. As restantes situaes de re-avaliao (no

    contabilizadas aqui) foram realizadas em contexto de gabinete, no Centro de

    Desenvolvimento do Hospital Peditrico, tal como previsto no Protocolo da

    Consulta.

    Para alm de permitir uma resposta mais rpida do que a prpria consulta no

    Centro de Desenvolvimento, graas articulao dos servios envolvidos, cada

    consulta teve caractersticas nicas, que definem o carcter inovador e pioneiro

    deste projecto: cada visita durou em mdia 2 horas, foi realizada no domicilio

    da famlia e envolveu, para alm da avaliao mdica e de desenvolvimento da

    criana, uma discusso pormenorizada sobre recursos e necessidades da famlia,

    com vista planificao conjunta de uma interveno que promova da melhor

    forma o desenvolvimento da criana em questo. Privilegiou-se a promoo da

    articulao com os diversos servios envolvidos na interveno junto da criana

    em risco, nomeadamente com CPCJ, Hospital Peditrico, etc. Esta articulao

    realizada quer no espao da consulta, quer noutras reunies e contactos

    posteriores.

    A equipa da consulta continuou, posteriormente, a articular com a famlia,

    atravs da Equipa de Interveno Directa1 e permanece como elo preferencial

    de ligao ao Hospital Peditrico de Coimbra, servio responsvel pela

    1 EID Responsvel pelo apoio directo criana e famlia

  • 33

    realizao de exames complementares de diagnstico, quando necessrio, e pela

    continuidade de futuras consultas, aps idade de Interveno Precoce.

    A utilizao de instrumentos de avaliao adequados e de materiais apelativos

    adequados a cada etapa de desenvolvimento, bem como a formao

    multidisciplinar dos tcnicos envolvidos, quer da consulta, quer da comunidade

    local, so factores que consideramos facilitadores desta abordagem inovadora da

    Consulta de Desenvolvimento da Comunidade.

    Uma concluso importante e que tem servido de base a reflexes importantes

    no mbito da Interveno Precoce do Distrito de Coimbra, que a grande

    maioria das crianas avaliadas exibiu atraso de desenvolvimento, seja por

    condies da prpria criana, seja resultante do meio pouco estimulante onde

    est inserida ou da transaco entre ambos. Foram encontrados alguns

    problemas graves de desenvolvimento, encobertos (arriscamos at referir que

    at desvalorizados pelos profissionais que acompanham as crianas) pelo facto

    da criana se encontrar em situao de alto risco ambiental.

    Neste contexto, ser interessante salientar que o contacto das crianas com os

    materiais de avaliao revelou a pobreza de estmulos a que esto sujeitas no

    dia a dia, na medida em que muitas das crianas avaliadas demonstraram

    aprendizagem durante o prprio processo de avaliao. Ou seja, se

    adequadamente estimuladas podero revelar ganhos de desenvolvimento que

    constituem importantes pr-requisitos para as aprendizagens acadmicas

    futuras. Desta forma, a maioria das crianas avaliadas usufruiu de materiais

    ldicos e didcticos, atravs das verbas do projecto financiado pela FCG, no

    sentido de colmatar a ausncia desses no meio em que vivem, bem como a

    ausncia de frequncia de creche ou Jardim de Infncia.

    A aquisio de 4 Currculos de IP, traduzidos para a lngua portuguesa, para

    apoio na definio de objectivos de trabalho, a nvel de estimulao do

    desenvolvimento da criana, aos responsveis de caso das Equipas de

    Interveno Directa (EID), foi finalmente concretizada. A escassa existncia de

  • 34

    materiais de apoio estimulao da criana com necessidades especiais, em

    portugus, um obstculo ao delineamento de um plano de interveno

    adequado promoo do desenvolvimento da criana na faixa etria da IP.

    Assim, a consulta na comunidade, para alm do apoio criana em risco e sua

    famlia, apresenta igualmente a vantagem de apoiar o profissional responsvel

    de caso, no s na avaliao da criana, como tambm na planificao e

    implementao de estratgias adequadas ao desenvolvimento global da

    criana. De facto, a avaliao da criana em IP, s ganha sentido quando

    adequadamente relacionada com a consequente interveno (cf. Parte I).

    Outro dos contributos importantes deste projecto a possibilidade de apoiar as

    famlias nas deslocaes ao Hospital Peditrico, para a realizao de exames

    complementares de diagnstico ou re-avaliaes especificas. Algumas das

    famlias demonstram dificuldades econmicas para se deslocarem aos Hospitais

    Centrais (neste caso, em Coimbra), bem como ausncia de recursos na

    comunidade que lhes facilitem essa viagem; outras no consideram o

    desenvolvimento dos filhos como prioritrio e visvel, pelo que optam pelo

    desinvestimento nas consultas realizadas no Hospital Peditrico. Desta forma, a

    vertente de apoio a deslocaes a Coimbra, aps consulta com o pediatra no

    domiclio, assume um papel de vinculador da famlia aos cuidados de sade e

    desenvolvimento dos seus filhos. O apoio pontual s famlias continua a ser

    igualmente uma vantagem deste projecto, na medida em que, quando

    devidamente inserido no Plano de Apoio Famlia (realizado com o apoio das

    Equipas de Interveno Precoce), poder ter efeitos cumulativos no bem-estar

    da criana e famlia e, consecutivamente, no desenvolvimento das crianas.

    O carcter inovador deste projecto suscitou a ateno de servios que tm

    demonstrado o seu interesse em que seja permitido o acesso a esta consulta, a

    estagirios que realizem as suas actividades na rea do desenvolvimento e

    Interveno Precoce. Sendo assim, contmos com a participao pontual, em

    regime de observao, de estgios da Faculdade de Psicologia da Universidade

    de Coimbra, bem como do Centro de Desenvolvimento da Criana do Hospital

    Peditrico de Coimbra. Este interesse demonstrado por instituies de renome

  • 35

    parece-nos sem dvida valorizar o impacto que esta consulta tem vindo a

    alcanar, seja junto das famlias, como dos tcnicos envolvidos.

    A avaliao contnua desenvolvida na Interveno Precoce do Distrito de

    Coimbra, atravs da Superviso regular aos profissionais, permitiu verificar o

    efeito circular positivo que as Consultas de Desenvolvimento na Comunidade tm

    produzido no processo de interveno junto da criana e famlia em Interveno

    Precoce. De facto, atravs de uma consulta multidisciplinar, que permite uma

    viso poli-ocular e no contexto de vida da criana, possvel salientar e

    valorizar as questes de sade e desenvolvimento, habitualmente postas de

    parte no dia-a-dia da famlia de alto risco ambiental.

    Face ao atrs exposto, e atravs de uma anlise em equipa do trabalho realizado

    ao longo destes anos, podemos afirmar com segurana que as actividades

    levadas a cabo por este projecto no se esgotaram apenas na realizao pontual

    de cada consulta; de facto, cada iniciativa prevalece com efeitos duradouros ao

    longo da interveno realizada junto de cada criana e famlia que teve acesso a

    este recurso.

  • 36

    NOTA O sucesso da Consulta de Desenvolvimento na Comunidade, resposta

    inovadora no meio da Sade e apenas possvel pelo apoio da fundao, vai

    ser divulgado numa revista de Pediatria, atravs de um artigo clnico

    (aguarda publicao), que oportunamente faremos chegar ao conhecimento

    da FCG Servio de Sade e Desenvolvimento Humano.

  • 37

    BIBLIOGRAFIA

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    Paul Brooks Publishing C.

    Bronfenbrenner, U. (1975). The Ecology of human development. Cambridge,

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