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1 Anexo I Notas de Campo 1ª nota de campo: Hoje, dia 19 de setembro de 2016, segunda-feira, foi o meu primeiro dia de estágio na Creche e Aparece, situada no Parque das Nações, numa rua perpendicular ao Centro Comercial Vasco da Gama a Rua do Pólo Norte. Encontrei-me com a Diretora Técnica e Coordenadora da Creche, a Dra. Fernanda Nisa, perto das 9h50 na receção da mesma e, depois de nos cumprimentarmos, pediu-me que calçasse umas proteções para os pés, de forma a não sujar o chão com o calçado que tinha trazido da rua. Previamente, numa troca de emails, já me tinha comunicado que seria necessária a utilização de um outro calçado para utilizar dentro da instituição mas, como não se proporcionou, neste dia não usei os ténis que tinha levado comigo. Entramos pela porta que ali havia, percorrendo um pequeno corredor até que viramos à esquerda e entramos na sala que fica logo na esquina. Havia uma certa agitação por aquele espaço e depressa percebi que ali passavam os pais que iam deixar as suas crianças nas respetivas salas. A Dra. Fernanda chamou por uma senhora que se encontrava no interior da sala, que depressa veio ter connosco. Depois de me apresentar e dizer que seria a estagiaria que ali ficaria, a Dra. Fernanda afirmou ter de ir tratar de alguns assuntos, deixando a promessa que voltaria mais tarde para me dar a conhecer as instalações, aproveitando para me relembrar da utilização de um calçado diferente no dia seguinte. A educadora Sara colocou-me bastante à vontade, dizendo-me que poderia colocar os meus pertences (mala) em cima da bancada mas que, futuramente, poderia deixá-la em cima dos cacifos das educadoras e auxiliares, numa outra sala, onde também poderia trocar de calçado. De seguida, apresentou-me à sua auxiliar Sónia. De seguida, pediu aos meninos da sua sala, que se sentassem à mesa. Uma mesa oval, onde os meninos se sentaram à sua volta bem como a educadora, a auxiliar e eu mesma. A educadora Sara disse que iriam fazer o registo do fim-de-semana mas antes tinham de se apresentar a uma amiga nova que sou eu - da sala vermelha (a sala deles). Depois de todos dizerem o seu nome, idade, cidade e país onde moram, fiquei a saber que, naquele dia, estavam na sala oito meninos de cinco anos e dois meninos com três anos. Fiquei a saber, também, que ainda faltava um menino polaco e uma outra menina que naquele dia não iam.

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Anexo I – Notas de Campo

1ª nota de campo:

Hoje, dia 19 de setembro de 2016, segunda-feira, foi o meu primeiro dia de estágio

na Creche e Aparece, situada no Parque das Nações, numa rua perpendicular ao Centro

Comercial Vasco da Gama – a Rua do Pólo Norte.

Encontrei-me com a Diretora Técnica e Coordenadora da Creche, a Dra. Fernanda

Nisa, perto das 9h50 na receção da mesma e, depois de nos cumprimentarmos, pediu-me

que calçasse umas proteções para os pés, de forma a não sujar o chão com o calçado que

tinha trazido da rua. Previamente, numa troca de emails, já me tinha comunicado que seria

necessária a utilização de um outro calçado para utilizar dentro da instituição mas, como

não se proporcionou, neste dia não usei os ténis que tinha levado comigo.

Entramos pela porta que ali havia, percorrendo um pequeno corredor até que

viramos à esquerda e entramos na sala que fica logo na esquina. Havia uma certa agitação

por aquele espaço e depressa percebi que ali passavam os pais que iam deixar as suas

crianças nas respetivas salas. A Dra. Fernanda chamou por uma senhora que se encontrava

no interior da sala, que depressa veio ter connosco. Depois de me apresentar e dizer que

seria a estagiaria que ali ficaria, a Dra. Fernanda afirmou ter de ir tratar de alguns assuntos,

deixando a promessa que voltaria mais tarde para me dar a conhecer as instalações,

aproveitando para me relembrar da utilização de um calçado diferente no dia seguinte.

A educadora Sara colocou-me bastante à vontade, dizendo-me que poderia colocar

os meus pertences (mala) em cima da bancada mas que, futuramente, poderia deixá-la em

cima dos cacifos das educadoras e auxiliares, numa outra sala, onde também poderia

trocar de calçado. De seguida, apresentou-me à sua auxiliar – Sónia.

De seguida, pediu aos meninos da sua sala, que se sentassem à mesa. Uma mesa

oval, onde os meninos se sentaram à sua volta bem como a educadora, a auxiliar e eu

mesma. A educadora Sara disse que iriam fazer o registo do fim-de-semana mas antes

tinham de se apresentar a uma amiga nova – que sou eu - da sala vermelha (a sala deles).

Depois de todos dizerem o seu nome, idade, cidade e país onde moram, fiquei a saber

que, naquele dia, estavam na sala oito meninos de cinco anos e dois meninos com três

anos. Fiquei a saber, também, que ainda faltava um menino polaco e uma outra menina

que naquele dia não iam.

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Individualmente, começaram a relatar à educadora Sara, o que tinham feito no fim

de semana que havia passado. A educadora tinha várias folhas na sua posse, com várias

linhas e ia escrevendo o que eles lhe diziam deixando uma linha de intervalo em branco

entre cada frase. Assim que entregou a primeira folha ao primeiro menino, percebi que

teriam de copiar as letras do que acabara de escrever. A educadora explicou, ainda, que

teriam de fazer a ilustração do que se tinha passado no fim-de-semana.

À medida que iam terminando a tarefa, a educadora Sara indicou que poderiam

começar a explorar as áreas. A sala tem bastante espaço, a mesa encontra-se a meio da

sala, mais ou menos, e de um dos lados há um armário onde a educadora guarda os seus

materiais pessoais e do outro lado o armário com lavatório para que possam beber água,

já que os copos com os nomes dos meninos se encontram ao lado.

Assim que entramos na sala, do lado direito existe um quadro retroprojetor e do seu

lado a área da casinha. Ao lado do armário da educadora, existe a área da matemática,

seguida da pequena biblioteca e da área da escrita, no canto oposto ao da casinha. É

percetível que em cada uma destas áreas existem jogos e atividades relacionadas com as

mesmas e que existe o número a indicar quantos meninos podem estar ao mesmo tempo

na área.

Do outro lado, no canto em frente ao da área da escrita, encontra-se a área das

ciências onde podem fazer experiências ou ver os animais. Têm, nesse espaço, um aquário

com dois peixes. Junto do armário do lavatório, do lado direito da porta, existe um outro

armário com vários materiais que os meninos podem pegar: canetas de feltro, lápis de cor,

lápis de cera, tesouras de pontas redondas ou pincéis.

Enquanto os meninos exploram as áreas, eu e a educadora Sara conseguimos ter um

bocadinho para falar. Explico-lhe que a minha licenciatura é em ciências da educação e

que, agora, estou no mestrado de desenvolvimento social e cultural. A educadora contou-

me também da sua formação, sendo ela licenciada em educação básica, frequentou um

curso da escola moderna tendo feito mesmo um estágio com eles.

Neste momento de conversa aproveitou, também, para me explicar que às sextas-

feiras existe o conselho de turma entre ela, a auxiliar e os meninos, para decidir quem é

eleito de presidente e secretário da sala, bem como decidir o que se faz na semana

seguinte. Assim, dá para perceber que já existem muitas atividades pensadas pela

educadora, mas muitas delas partem da vontade das crianças. Neste momento recorda-se

que ainda não foram marcadas as presenças e chama a presidente para ir chamando, um

a um, os meninos para marcarem a sua presença no quadro dos registos. Aproveitamos

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para fazer o acordo das horas que seriam o meu estágio, ficando combinado que entro às

10h e saiu às 16h, tendo uma hora para almoçar.

Depois de um momento de exploração das áreas, os responsáveis (escolhidos pela

educadora) vão por a mesa para o almoço e, pouco depois de regressarem, todos formam

comboio para irem almoçar.

Pausa para almoço

Regresso à sala, reparando que os mais velhos estão a contar histórias e os mais

pequenos foram fazer a sesta. Poucos minutos depois de estar na sala, a Dra. Fernanda

entra nela, pedindo-me se a poderia acompanhar. Explica que teve imenso trabalho e que

só agora conseguiu ter um bocadinho para me ir mostrar as instalações.

Logo a seguir à sala onde estou (a vermelha), está a sala dos meninos de quatro anos

(a rosa). A Dra. Fernanda aproveita para me informar que o fato de ser uma sala

heterogenia (a sala vermelha onde estou) é uma experiencia piloto na creche.

Mais à frente a dos meninos de três anos (a sala verde). Todos estão na hora da

sesta. Subimos as escadas para o andar superior, onde pude ver o berçário onde estavam

os bebés, a sala dos meninos de um ano e duas outras salas com meninos de dois anos.

Depois de descermos pelo elevador, voltei à sala vermelha reparando que já havia

meninos a explorar as áreas e que um estava sentado junto da auxiliar. Depressa percebi

que estavam a aprender a apertar os atacadores dos ténis através do livro “Como atar os

atacadores”.

A Educadora Sara chega da sua hora de almoço e a auxiliar ausenta-se para ir ela

almoçar. Pede aos meninos que se sentem à volta da mesa, trazendo para a mesma o mapa

das atividades, dividido pelos dias da semana. Assim, foram relembrar o que tinham

decidido no conselho de turma que iriam fazer naquela semana. Como sabiam que na

quarta-feira seria o dia da culinária, surgiu a ideia de fazer um bolo de abóbora e pão

(porque uma das meninas não gosta de pão). Queriam fazê-lo naquele dia mas, depois de

enumerarem os ingredientes que seriam precisos para o bolo, como não haviam esses

ingredientes, tal não foi possível.

Depois de preenchido todo o mapa, aproveitaram para ir um pouco até ao recreio.

É do comprimento de toda a creche, estando situado na lateral da mesma. Ao fundo existe

o escorrega, um jogo do galo e cordas para subirem, tendo todo o outro espaço livre para

puderem brincar com os triciclos disponíveis.

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Regressaram à sala perto da hora do lanche para fazerem o comboio, indo depois à

casa de banho para lavar as mãos e lancharem de seguida.

2ª nota de campo:

Hoje, dia 20 de setembro de 2016, aconteceu o segundo dia do meu estágio.

Cheguei, novamente, por volta das 9h50 e, depois de cumprimentar quem estava na

recepção, dirigi-me ao corredor da creche. Em vez de ir para a sala vermelha, fui até ao

espaço dos cacifos, que fica à direita, para puder trocar o meu calçado e deixar a minha

mala naquele espaço.

Fui, depois, até à sala e já estavam os meninos quase todos sentados à volta da mesa.

Reparei que faltava uma menina que tinha estado lá no dia anterior e, depois de os

cumprimentar, sentei-me perto deles. Já estavam a desenhar a lista de compras para a ida

ao continente do centro comercial Vasco da Gama. A educadora Sara, aproveitou para

me explicar que aquela sala é a de acolhimento, ou seja, é onde alguns pais deixam os

seus filhos em vez de os deixar nas devidas salas. Assim, como os seus já estavam ali há

algum tempo, começou a trabalhar com eles quando os que não são da sala vermelha

foram embora.

Estava já, também, uma folha grande com a receita que a educadora tinha escrito,

com todos os passos para a realização da mesma. À medida que iam desenhando numa

folha mais pequena os ingredientes, a educadora fazia questão de os voltar a enumerar.

Entretanto, chegam duas meninas (uma delas não tinha estado no dia anterior) e a

educadora Sara afirma que já estão todos. Assim, naquele dia estariam dez meninos de

cinco anos e dois meninos de três anos.

Perto das 10h30 tinham tudo pronto e começaram a colocar os chapéus para irem

para a rua. Aproveitei este momento para ir trocar de sapatos novamente e, ao voltar ao

corredor, já eles tinham formado o comboio dois a dois. Saímos logo de seguida da

creche, fazendo o caminho perpendicular ao centro comercial, até que chegamos a uma

curva e descemos a rua.

Já que moro aqui perto, conheço a zona e percebi que, em vez de entrarmos pelas

portas da entrada principal do centro comercial, iríamos entrar pelas traseiras que ficam

em frente do Meo Arena porque, assim, não precisaríamos de descer escadas ou elevador

com os meninos. Assim que entramos no centro comercial, percorremo-lo daquela ponta

até à outra, chegando ao continente. Ao longo do caminho fui tirando algumas fotografias

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como telemóvel da educadora, contudo não o possa fazer sem autorização dos pais dos

meninos com o meu telemóvel. O que é compreensível.

Na entrada do continente, a educadora chamou pela responsável da lista de compras,

que a retirou logo do seu bolso. Perguntou do que é que iam precisar e o primeiro

ingrediente que disse foi abóbora. Percorremos os corredores do continente, chegando à

secção dos legumes. Houve, ali, uma pequena baralhação entre os meninos já que

pensavam que a abóbora era papaia. Depois de perceberem que era abóbora, voltou-se a

pedir a lista de compras e seguiu-se este processo até estarem todos os ingredientes dentro

do cesto das compras.

Quando chegamos à fila para as caixas, a educadora aproveitou para lhes explicar

que no visor que estava por cima deles, iria aparecer um número e era esse número que

seria a caixa onde tinham de ir pagar as suas compras. O número apareceu e o primeiro

da fila depressa o identificou. Formaram uma fila junto da caixa registadora e, depois de

saber quanto tinham de pagar, a educadora Sara deu ao primeiro da fila a quantia de

dinheiro que teria de entregar à senhora da caixa. Fizemos o caminho de regresso à creche,

exatamente igual ao que fizemos para chegar ao continente.

Assim que chegáramos à creche, enquanto eles foram para a sala, eu e a educadora

Sara fomos trocar de sapatos, enquanto a auxiliar utilizava as suas proteções nos pés.

Depois de um momento de exploração das áreas, os responsáveis por pôr a mesa foram

fazê-lo e, depois de regressarem, foram lavar as mãos para almoçar.

Pausa para almoço

Assim que cheguei à sala, estavam eles a fazer o registo dos ingredientes que tinham

comprado naquela manhã. Numa folha A4, haviam dois rectângulos: o que estava no topo

da folha seria para desenharem os sete ingredientes que o bolo iria levar (tinham os

ingredientes na sua frente), e no rectângulo debaixo teriam de fazer o desenho da

preparação do mesmo (depois de fazerem o bolo).

Quando tinham tudo terminados e a educadora e a auxiliar estavam na sala,

começou-se a fazer o bolo. A educadora Sara começou por ler a receita, parando à medida

que havia uma tarefa para fazer. começaram por, um a um, abrir e deitar num recipiente

quatro ovos, depois adicionaram a quantidade de açúcar que a educadora tinha colocado

no medidor, juntando-lhe a abóbora. Por último adicionaram a farinha e a canela. Cada

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um dos meninos teve oportunidade de adicionar um ingrediente e de mexer a massa do

bolo.

Assim que se colocou a massa nas formas, esta foi para o forno e os meninos

aproveitaram para ir ao recreio. Nota-se o interesse das crianças em querer ser elas a fazer

tudo e a estarem envolvidas numa tarefa que por elas foi pedida, ao contrário do que

muitas vezes se vê, de meninos a andarem contrariados a fazer as tarefas.

Neste dia, já o menino polaco estava presente. Ele percebe espanhol e fala espanhol,

havendo pouca coisa do português que ele compreender e verbaliza. Nota-se, também,

que tem algum problema de comportamento, talvez seja hiperativo. A educadora

comentou que ele é um pouco agitado, tem algumas reações menos desejáveis mas que

está a trabalhar para o acalmar.

Saíram do recreio para irem para o comboio lavar as mãos e seguirem para o

refeitório lanchar (o refeitório fica em frente da sala cor de rosa). Lancharam iogurte com

pão e ainda uma fatia do seu bolo. Também me ofereceram uma, o que foi um gesto bonito

da parte da educadora e auxiliar.

3ª nota de campo:

No terceiro dia de estágio, dia 21 de setembro de 2016, cheguei um pouco mais

cedo à creche, indo logo trocar os meus sapatos de rua pelos que tenho para usar dentro

da instituição.

Quando cheguei à sala já os meninos estavam em volta de mesa, a conversar

naquele momento. A auxiliar chegou pouco depois de mim, trazendo com ela alguns

ingredientes que reconheci serem para fazer o pão. A educadora começou por ler a receita

aos meninos, mostrando todos os ingredientes que iriam precisar. Começou, com ajuda

da auxiliar, a juntar os ingredientes todos para começar depressa a amassar a massa para

esta ter tempo de crescer. Assim que a massa estava toda uniforme, a educadora tapou-a,

deixando-a em cima da bancada. Disse ao meninos para começarem a explorar as áreas,

visto que a massa ainda demoraria a crescer.

Passei o tempo a ajudar alguns meninos a fazerem os seus nomes nos trabalhos, a

evitar que o menino polaco tivesse alguma reação menos boa. A determinada altura, a

auxiliar verifica que a massa já cresceu o suficiente e a educadora coloca-a em cima da

mesa, pedindo aos meninos que se sentem. Enquanto a educadora colocava farinha na

mesa em frente dos meninos, a auxiliar começava a dividir a massa entre todos.

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Assim que tiveram autorização começaram a amassar a sua pequena porção de pão,

colocando sementes que a educadora tinha trazido para decorar. Quando todos os

pequenos pãezinhos estavam no tabuleiro, levaram-nos ao forno para que pudessem cozer

e os meninos foram até à casa de banho lavar as mãos para almoçar.

Pausa para almoço – surge a primeira ideia para desenvolver o meu projeto:

desenvolver instrumentos de avaliação do projeto curricular da sala vermelha.

Chego à sala e a educadora está sentada à mesa com um menino a seu lado, enquanto

os outros exploram as áreas. A educadora sara explicou-me que está a começar a

introduzir problemas de matemática, como aquele que estavam a fazer naquele momento:

a adição. Numa folha A3, havia um quadrado com pintas pretas no seu interior de um

lado, seguido do sinal de mais, novamente um quadrado apenas com uma pinta e o sinal

de igual. Assim, os meninos iam somando as várias pintas para colocarem no quadrado

em frente do sinal de igual.

A educadora explica-me, também, que alguns deles já começam a desenvolver a

capacidade do calculo mental e sabem que x número de pintas mais uma pinta vai dar x

pintas, outros têm de contar todas para saber quantas são no final.

Quando todos fazem aquela atividade, têm mais um momento de exploração das

áreas e, como o menino com um comportamento mais difícil, começa a dispersar, a

educadora acha uma atividade especifica para ele: “desenhar” os números.

Quando a auxiliar volta da sua hora de almoço, iniciam a atividade do registo dos

ingredientes. Tal e qual como no dia anterior quando o fizeram para o bolo de abóbora.

Desenham os cinco ingredientes que utilizaram para fazer o pão no rectângulo no topo da

folha e, depois, desenham a preparação da massa do pão no rectângulo debaixo.

Terminam aquela atividade indo até à casa de banho para irem lanchar o pão que

fizeram.

4ª nota de campo

Chego ao quarto dia de estágio – 22 de setembro de 2016 – indo trocar de sapatos

para puder andar na instituição. Vou para a sala vermelha, onde alguns meninos estão na

mesa a fazer desenhos. A educadora explica-me que está à espera que cheguem mais

alguns para que possa começar a trabalhar nos trava-línguas.

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Quando já está a auxiliar na sala e os dez meninos de cinco anos e apenas um de

três, a educadora selecciona um trava-língua para começarem a aprender:

Copo, copo, jericopo,

Jericopo, copo cá;

Quem não disser três vezes

Copo, copo, jericopo,

Jericpo, copo cá,

Por este copo não beberá.

Linha a linha, vai dizendo e pedindo que repitam consigo. Surpreende-se quando

uma das meninas consegue dizer todo o trava-línguas sozinha. Percebendo que já estavam

a dispersar, a educadora pergunta o que é que querem fazer e surge a ideia de um deles

em fazer histórias.

Assim, a educadora vai buscar folhar para todos para que possam desenhar as suas

histórias. Escreve na capa de cada um o nome, deixando espaço para eles copiarem as

letras do título. Com esta atividade pretende desenvolver os interesses dos meninos

trabalhando as questões relacionadas com autor, ilustração, páginas, etc., já que todos os

pequenos “livros” dos meninos têm o seu título, o nome de quem o escreveu e, no final,

as páginas que o compõem.

Enquanto os meninos mais velhos desenvolviam as suas histórias, a educadora Sara

optou por trabalhar com o menino de três anos as cores primárias. Dispondo-lhe três copos

com guaches: vermelho, amarelo e azul. Ia pedindo ao menino que lhe fosse dizendo que

cores estava a utilizar e era percetível que ele já conseguia dizer bastante bem as cores

que tinha na sua frente.

Quando os meninos de cinco anos começaram a terminar as suas histórias, houve a

preocupação de continuar a manter o menino com o comportamento mais destabilizador

ocupado, uma vez que assim, ele conseguia estar concentrado, desenvolvendo as suas

capacidades.

Depois quando já há um número elevado de meninos que terminou a tarefa vão

explorar as áreas por breves minutos, já que a hora de almoço se aproxima. Formam o

comboio antes de ir para a casa de banho lavar as mãos e, posteriormente, almoçar.

Pausa para almoço

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Quando regresso do meu almoço, a auxiliar está com os meninos a recordar o trava-

língua da manhã. Pelo que percebi, não se trata apenas de eles fixarem algo, aqui a questão

será o estímulo da fala, de procurarem trabalhar com eles a forma como dizem as palavras.

Passam parte da tarde em torno das áreas. Enquanto uns procuram desenvolver

autonomamente a sua escrita (escrevendo o seu nome no cantinho da escrita) outros

optaram por pegar em livros que têm o sistema solar e começaram a identificar os planetas

do sistema solar e outros optaram ainda por fazer desenhos.

Quando o ambiente da sala já estava a começar a dispersar, a educadora Sara optou

por ligar o quadro interativo, pedindo aos meninos que formassem uma linha com

cadeiras à frente do quadro e se sentassem depois. Procurou fazer com eles alguns jogos

didácticos, muitos deles de associação de letras e números, havendo depois espaço para

ouvirem e interagirem com histórias didáticas. Conforme iam ouvindo as histórias,

tinham de ser eles próprios a ir ao quadro e deslocar os elementos da história para o

cenário para que pudessem continuar a ouvir o narrador a contar a história.

No final destas atividades, formaram um comboio indo lavar as mãos para o seu

lanche.

5ª nota de campo

Dia 26 de setembro de 2016, começou o quinto dia de estágio com a mesma rotina:

ir à sala dos cacifos trocar os meus sapatos indo logo de seguida até à sala.

Reparei que ainda ano estavam todos presentes mas que a maioria já ali estava,

então, a educadora já trabalhava com eles no registo do fim-de-semana. Mantendo o

registo do primeiro dia que tive a oportunidade de ver este registo: a educadora escreveu

deixando uma linha de intervalo, para que depois os meninos copiassem as letras e

ilustrassem no fim o seu trabalho. À medida que iam fazendo, os meninos que faltavam

foram chegando, bem como a auxiliar que chegou logo depois de mim.

Assim que todos terminaram, a educadora Sara pegou num livro sentando-se de

novo na mesa. Era hora de recordar a história “O pato amarelo e o gato riscado”, deu para

perceber que eles já conheciam a história e que a tinham trabalhado anteriormente.

Depois, abrindo página a página, a educadora foi perguntando quem queria desenhar a

página que mostrava uma vez que queria ir contar aquela história aos meninos da sala cor

de rosa.

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Depois de cada menino escolher a página que queria, ajudei a educadora a dividi-

los pelas mesas (já que a que estava ao centro eram três que estão juntas). Apoiei a Sara

enquanto a auxiliar dava apoio noutras salas, dando as tintas aos meninos e ajudando-os

com os desenhos do que tinham de fazer. Passaram a manhã a desenhar em folhas A3 os

cenários com guaches e em folhas A4 os personagens que na cena participavam, fazendo

um contorno preto do desenho e pintando-o depois.

À medida que iam acabando, ajudei-os a lavar as mãos e acabaram por explorar as

áreas fazendo tempo para a hora do almoço.

Pausa para almoço

Nesta tarde, os meninos que não tinham acabado os seus trabalhos da manhã

continuaram a fazê-los da parte da tarde. Até porque uma menina chegou perto da hora

de almoço e só conseguiu fazer o seu cenário. Assim, a tarde foi passada em torno daquele

projeto da sala, estando sempre em movimento para os ajudar a manusear as tintas.

Como este dia foi tão agitado, acabei por me perder com as minhas notas de campo

se calhar escapando detalhes importantes. Sei que tenho de melhorar isso para as

próximas, de forma a ter o máximo de informação que conseguir nelas.

6ª nota de campo

Sexto dia de estágio (27 de setembro de 2016), começado com a troca de sapatos e

a minha chegada à sala. Vários meninos já faziam alguns desenhos, enquanto outros

exploravam as áreas. A educadora explicou-me que quer fazer mais atividades mas que a

agitação na sala está muito alta e que ainda está a tentar encontrar estratégias para

conseguir controlar o menino mais mexido.

Enquanto os meninos exploram as áreas a fazerem autonomamente trabalhos na

área da escrita ou brincadeiras, a educadora começa a pendurar num fio, que se encontra

na porta de saída para o recreio, os cenários da história que os meninos fizeram no dia

anterior. Uma das meninas teve de fazer o trabalho naquele dia já que tinha faltado no dia

anterior. Enquanto isso, fomos chamando um a um os meninos para que fossem cortar os

desenhos das personagens que fizeram, identificassem os seus cenários da história e o

colassem nela.

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Mesmo com algumas interrupções pelo caminho, a manhã passou-se em torno

daquela atividade para que, de tarde, se pudessem plastificar as folhas A3 com os

desenhos.

Pausa para almoço – algumas dúvidas relativas à ideia que tive para desenvolver o

meu projeto

Quando regressei à sala, a auxiliar estava a trabalhar com os meninos, preparando-

lhes folhas A3 com um esquema para eles fazerem um trabalho de matemática. Num

quadrado havia um número (de 0 a 20) e num outro à frente nada havia neles. Pelo

trabalho que já estava feito, percebei que eles tinham de desenhar bolinhas dependendo

da quantidade que o número lhes indicava.

Comecei a ajudar a auxiliar a terminar as folhas que faltavam, bem como a ajudar

os meninos que mais dificuldade tinham em contar. Nota-se que alguns deles já

conseguem sem qualquer dificuldade contar até ao número 20, mas que outros ainda

trocam imensos números e, depois, acabamos (eu e a auxiliar) por transmitir isso mesmo

à educadora.

Quando todos terminaram aquela atividade da matemática, a educadora pediu a

duas meninas que fossem para a área da matemática (onde há uma mesa com cadeiras que

se pudessem sentar), e que levassem para lá a mala com letras que existe na área da escrita.

Colocou-lhes o livro do “O Pato Amarelo e o Gato Riscado” à frente, pedindo que

começassem a identificar as letras que no titulo existiam e pegassem nas letras que

estavam na caixa para que pudessem colar numa folha desenhada por um dos meninos de

três anos, o titulo da história. O mesmo fizeram com a última folha, desenhada pela

menina de três anos, onde se escreveu FIM.

A determinada altura ficaram sem o livro porque a educadora precisou dele para

ver o número das páginas, pois começou a plastificar as folhas e a colar os números no

cantinho inferior direito os números. Ajudei-as a escrever o resto dos títulos, dizendo-

lhes as letras que iam faltando e, assim, foram identificando aquelas que faltavam.

7ª nota de campo

No dia 28 de setembro de 2016, o dia começou com a minha habitual chegada à

creche, indo logo trocar de calçado para entrar na sala vermelha de seguida. Os meninos

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andavam já a explorar as áreas, enquanto a educadora Sara trocava alguns dos trabalhos

que estão afixados nas paredes. Esses são mais antigos e esteve a trocar por uns mais

recentes que realizaram durante a semana.

Depois desse momento, a educadora começou a preparar o quadro interativo

pedindo aos meninos que se sentassem em frente do mesmo para que pudessem assistir à

atividade sem que tivessem um colega pela frente. Depois de uma agitação, lá

conseguimos que eles sossegassem e a educadora colocou um vídeo a dar com a música

das vogais. Transmitindo, assim, a ideia de que existem cinco vogais e quais os ditongos

que poderiam construir com a sua junção. Muitos deles já iam dizendo sozinhos as letras,

o que me deixou surpreendida já que conseguiam identificar as letras antes destas serem

pronunciadas pela narradora do vídeo.

De seguida, um outro vídeo é proposto pela educadora. Desta vez com o abecedário.

Ficaram bastante atentos, talvez por ser com desenhos animados a música que dava ser

mais apelativa, indo dizendo todas as letras que ouviam. Aqui nota-se que existe, ainda,

algumas dificuldades talvez devido há quantidade de letras que o nosso abecedário

contém.

Quando esta atividade terminou, a educadora começou por procurar vídeos sobre

instrumentos musicais descobrindo um jogo, através de um vídeo, onde os meninos

tiveram de identificar o som do instrumento que se escondia por detrás da cortina. Entre

muita risada, muita confusão e dispersão lá conseguiram identificar os instrumentos

todos.

A educadora, de seguida, fez uma atividade de dois estilos de dança. Colocando

primeiro um vídeo de hip-hop e de seguida um de ballet. A tarefa dos meninos seria imitar

o que estavam a ver já que poderão ter de fazer algo relacionado com dança na festa de

natal da creche. De salientar que o menino polaco com um comportamento mais agressivo

e hiperativo, a dada altura foi para o espaço da biblioteca, deitando-se sobre o pequeno

colchão não participando na atividade.

No fim destas atividades foram lavar as mãos para almoçarem logo de seguida.

Pausa para almoço

Quando regresso à sala vermelha, a auxiliar encontra-se a trabalhar com alguns

meninos. Percebo, depois de me sentar junto deles, que estão a trabalhar a sua escrita,

copiando os seus nomes próprios e apelidos. Numa folha A3, têm cinco linhas em que na

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primeira está o nome deles escrito pela auxiliar e eles copiam o seu por baixo nas linhas

restantes.

Voltaram, depois de terminada a tarefa, a ter um momento de exploração das áreas

bem como a ida ao recreio. Nota-se que as tarefas neste dia concentraram-se mais na parte

da manhã.

8ª nota de campo

Hoje o dia foi complicado. Para além de ter apontado pouquíssima coisa para as

minhas notas de campo, houve vários momentos de conflito entre os meninos. Talvez por

estarem cansados ou simplesmente por se “picarem” uns aos outros nas suas brincadeiras.

Para além dos vários momentos na manhã e na tarde para explorarem as áreas, os

meninos desenharam, individualmente, a sua percepção da cidade depois de visualizarem

um pequeno vídeo sobre a cidade onde vivem: Lisboa. A educadora pediu-lhes que

desenhassem o que, para eles, existe na cidade utilizando guaches das mais variadíssimas

cores.

Quando começaram a terminar, a educadora pediu-lhes que contornassem os seus

desenhos com a cor preta, como antigamente tinham aprendido. Os resultados dos

trabalhos foram bastante bonitos e ficaram postos a secar no chão da sala.

De tarde foram até ao recreio e ainda exploraram as áreas, fazendo um pequeno

trabalho de copiar os números depois do almoço.

Com tantas incidências e casos individuais que tiveram de ser resolvidos, sei que

esta nota de campo vai ficar pequena porque muitos dos pormenores me escaparam. Terei

de melhorar esta questão não próximas, adotando uma nova forma de sistematizar as

minhas notas de campo: na minha hora de almoço irei tentar escrever o máximo que

conseguir sobre os acontecimentos da manhã e, assim que chegue a casa, escreverei o que

se passou na parte da tarde. Penso que, com isto, foi um dia produtivo pessoalmente já

que me possibilitou focar mais no que se está a passar e no que está a fugir ao meu

controlo.

9ª nota de campo

No dia 3 de outubro de 2016, iniciei o meu dia junto dos meninos da sala vermelha

que estavam muito animados. Há medida que iam chegando, a educadora Sara dizia-lhes

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que poderiam identificar as suas páginas da história d’ “O Pato Amarelo e o Gato

Riscado” para que colocasse os números nas mesmas. Foi interrompida quando estava

perto de terminar, com a entrada de um novo menino para a sala. Tem 4 anos e só ficou

na sala a parte da manhã.

Depressa a educadora focou-se na integração do menino na sala. Procurou, com ele,

brincar com os outros meninos que exploravam as áreas, mostrar-lhe o que havia em cada

área e o que poderia fazer nelas e, ainda, ajudou-o a dar comida aos peixes. Manteve-se

sempre à conversa com os meninos e com a mãe deste novo que o acompanhou naquela

manhã.

Aproveitando que a mãe do menino se ausentou para que ele se integrasse na turma,

a educadora aproveitou para sair para o recreio com todos. Criando, assim, um momento

mais lúdico para que todos pudessem brincar num espaço maior do que o da sala. É

percetível que o menino novo ainda não esteve, ainda, nada à vontade, estando sempre

junto da educadora. Os meninos da sala vermelha é que se começaram a aproximar dele

para brincar.

Depois de cerca de 45 minutos passados no recreio, o novo menino foi embora com

a sua mãe e a educadora aproveitou para chamar os responsáveis para irem pôr a mesa e,

quando esses voltaram, foi altura de fazer o comboio para irem para a casa de banho lavar

as mãos e, de seguida, irem almoçar.

Depois de os ajudar com o almoço, regressamos à sala (enquanto os dois meninos

de três anos foram fazer a sesta noutra sala) a auxiliar, a pedido da educadora, começou

a explorar com eles os novos mapas da sala -> houve mudança de mês por isso, existe um

novo mapa de presenças e um novo mapa do que gostam e não gostam que esteja a

acontecer naquele dia e seja necessário apontar os nomes de alguém.

Pausa para almoço

Quando regresso à sala, a auxiliar está a trabalhar com os meninos o registo do fim

de semana. Habitualmente é feito na parte da manhã mas, como hoje houve a presença do

novo menino, esta tarefa foi passada para a tarde. A auxiliar já tinha feito alguns mas,

como aqueles que ainda não tinham feito o seu registo estavam a começar a dispersar,

sentei-me a seu lado começando a ajudá-la a manter os cinco que não tinham terminado

ocupados. Esta forma de eles serem “obrigados” a relembrar tudo o que fizeram no fim

de semana para, depois, copiarem as letras e ilustrarem o seu fim de semana parece-me

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uma estratégia muito bem conseguida por parte da educadora e da auxiliar, uma vez que

não só lhes estimula a memória, como trabalha as questões da escrita e do desenho.

No fim, quando todos tinham terminado os seus trabalhos, deu-se um momento de

exploração das áreas e a educadora regressou à sala. Tratou de colocar todos os trabalhos

dos meninos da história que tinham pintado em cima da mesa, chamando um a um para

identificar qual seria o seu e em que mola (no fio pendurado junto da porta que dá acesso

ao recreio, existe umas molas grandes que possibilita a educadora a pendurar as folhas) é

que iriam ficar.

Este momento, a meu ver, foi bastante importante já que possibilitou aos meninos

verem o seu trabalho concluído, ao mesmo tempo que comparavam o que tinham

desenhado com o desenho original da história. Na minha opinião, até agora, o trabalho

desenvolvido pela educadora e auxiliar, são bastante importantes não só na organização

das atividades, na planificação das mesmas e na sua execução.

Noto, contudo, que existe uma grande preocupação em fazer atividades para os

meninos mais novos. Aliás, a própria educadora confessa não estar a conseguir achar

maneira de fazer uma manhã ou uma tarde de atividades em que consiga fazer umas para

os mais velhos e outras para os mais novos.

10ª nota de campo

Quando cheguei à Creche e Aparece no dia 4 de outubro de 2016, os meninos que

já tinham chegado (seis), estavam divididos: enquanto três deles estavam sentados à mesa

com a auxiliar, os outros três estavam a explorar as áreas mas muito sossegados.

Sentei-me ao lado de uma das meninas, perguntando-lhe o que é que estavam a

fazer. Explicou-me que estava a recortar as compras e o preço. Tinham vários catálogos

do pingo doce e lidl e reparei que cortavam o que queriam “comprar”. Depressa a

educadora entrou na sala e, depois de me cumprimentar, explicou o que é que queria que

eles estavam a fazer: uma vez que queriam recortar pedaços de papel de folhetos de

compras, a educadora aproveita-os para, de tarde, resolverem um problema de

matemática. Entretanto, a educadora começa a recortar moedas e notas que tinha impresso

para a ajudarem na atividade da tarde.

Quando dois dos meninos ainda estavam a terminar a sua tarefa, chegou à sala

aquele que está agora a integrar-se na turma (no dia anterior já tinha passado a manhã

connosco) e a educadora, bem como a auxiliar, começaram por pedir aos meninos que

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explorassem as áreas com o novo amigo da sala. Enquanto andavam a explorar as áreas,

a educadora estava com eles a fazer o mesmo, mantendo assim o diálogo entre os meninos

que já se conhecem há mais tempo e aquele que agora entrou na sala.

Quando a auxiliar regressa à sala, depois de ter ido ajudar as suas colegas da

cozinha, a educadora opta por ir com todos até ao recreio. Reparando que a tarefa que a

educadora fazia estava em pausa, comecei por recortar algumas moedas e notas de papel,

enquanto eles brincavam no recreio. Assim poderia ajudar para a realização da atividade,

já que ainda tinham de ser plastificadas para que os meninos não as rasgassem. E,

também, fossem mais fáceis de manusear.

Tive de interromper aquele momento para ajudar a educadora Sara no recreio,

enquanto a auxiliar se ausentou e, até poucos minutos depois, fiquei sempre com eles no

recreio. Voltaram à sala, sentaram-se à mesa e ajudei a auxiliar a plastificar as moedas,

enquanto a educadora mantinha os meninos ocupados à mesa. Minutos depois foram

almoçar, levando o menino novo também no comboio. Notou-se que ele procurava a mãe

e, depois de estar sentado à mesa, começou a chorar não querendo comer. A educadora

teve de chamar a mãe para que o menino se acalmasse e pudesse ir com ela.

Pausa para almoço

Assim que cheguei à sala, os meninos estavam a explorar as áreas e logo de seguida

a educadora Sara chegou à sala (já que os meninos estavam acompanhados da auxiliar

que depois foi para a sua hora de almoço). A educadora mandou-os sentar à mesa,

sentando-se também junto a eles. Começou por contar uma história, de que tinha ido às

compras com a sua amiga e que esta tinha feito uma série de compras (seis maçãs, cinco

bolas, quatro bananas, três carros, duas bonecas e uma pêra). À medida que ia dizendo,

escrevia numa folha A3 tudo.

Indicou que os meninos teriam de desenhar nos retângulos, que desenhou na folha,

a quantidade certa dos elementos que a sua amiga tinha dito que tinha comprado. De

forma a rentabilizar o seu tempo, foi retirar fotocópias do exemplar que tinha feito,

voltando de seguida com uma folha para cada menino.

Muitos deles recordavam-se da quantidade certa de determinados elementos mas,

ainda assim, tanto a educadora como eu mesma, tivemos de os auxiliar para que

desenhassem tudo de acordo com o que estava escrito. Todos iam conseguindo fazer os

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seus desenhos e quando todos terminaram, a educadora começou por verificar quem tinha

ou quem não tinha feito a tarefa como tinha pedido.

Depois dessa verificação, a educadora Sara começou por perguntar que tipo de

compras tinha feito a sua amiga. Alguns começaram a dizer o que ela tinha comprado,

enquanto outros disseram que tinha comprado frutas. Depressa a educadora percebeu que

tinham chegado ao ponto que ela queria. Também eu percebi que, naquele momento,

estava a trabalhar com eles a identificação de grupos de elementos já que identificaram

as frutas e os brinquedos. Fizeram a contagem por grupos, colocando as frutas num lado

da folha e os brinquedos do outro. Chegaram ao resultado de um lado e do outro e,

surpreendendo a própria educadora, uma das meninas perguntou: “e no total?” – nota-se

bastante bem que muitos deles já procuram saber mais do que aquilo que lhes é pedido.

Este momento foi um bom exemplo disso. Acabaram por fazer a contagem de todos os

elementos, indo explorar as áreas de seguida.

A educadora Sara começou a colocar alguns dos trabalhos realizados durante a

semana anterior na parede e, quando reparou que estavam a ficar mais dispersos,

perguntou se queriam fazer o jogo das cadeiras. Todos disseram que sim, começando a

formar um círculo com cadeiras, a música começou a dar e todos jogaram àquele jogo.

11ª nota de campo

Quando cheguei à sala vermelha no dia 6 de outubro de 2016, a auxiliar estava com

os meninos na sala. Estava um ambiente bastante tranquilo, contrastando com o dos

últimos dias. Pouco tempo depois, a educadora entra na sala com uma grande taça com

alguns ingredientes no seu interior (leite, vinagre, detergente de lavar a loiça, bicarbonato

de sódio), anunciando que iam começar as experiências. Esperou mais uns minutos para

que pudessem chegar mais meninos, o que acabou por ser bom pois chegou uma das

meninas de três anos e o novo menino da sala. Nesta altura, estavam presentes na sala

nove meninos de cinco anos, dois meninos de três e o novo menino.

A educadora começou por perguntar quem queria fazer a experiência da espuma,

colocando tudo em cima da mesa. Pediu a uma menina que a ajudasse a colocar três

colheres de bicarbonato de sódio dentro de um copo de água, colocando-o depois dentro

de um prato. De seguida, pediu a outro menino que a ajudasse a colocar cinco colheres

de detergente da loiça dentro do copo com vinagre e, de seguida, pediu a outro que menino

que colocasse uma colher de café de corante alimentar. Misturaram, se seguida, essa

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mistura começando um a um, a colocá-la dentro da água com bicarbonato de sódio.

Começaram logo as reações de euforia ao verem a espuma sai pelo copo. Fui registando

em fotos o que ia acontecendo, mas essas fotografias são da educadora. Para eu ter

fotografias dos meninos terei de pedir autorização aos pais e ainda tenho de falar com a

educadora para lhe pedir autorização para tirar fotografias aos resultados dos trabalhos

dos meninos.

De seguida, começaram a segunda experiência. A educadora encheu o prato com

leite, pedindo a ajuda aos meninos para lhe colocarem, depois, gotas de corante alimentar

dentro e afastadas uma das outras. Assim que terminaram, a educadora colocou uma pinga

de detergente da loiça dentro da bola de corante alimentar, fazendo uma “explosão” das

cores. Repetiram esta experiência três vezes, sendo que não correram tão bem as

tentativas a seguir à da educadora, visto que os meninos começaram a mexer no leite

quando não deviam.

Quando as experiencias estavam terminadas, a educadora dividiu as mesas pedindo

aos meninos que se sentassem pois teriam de fazer o registo do que tinha acontecido.

Começaram por fazer o registo da experiência da espuma.

Nome da experiência

Ingredientes Preparação O que esperavam que fosse

acontecer

O que aconteceu

Dentro de cada área, os meninos teriam de desenhar o que lhes era pedido. Nesta

altura chega a menina de cinco anos que estava a faltar, sendo-lhe atribuída a mesma

tarefa que aos meninos de três anos: desenho livre. Quando todos terminaram as suas

tarefas, tiveram ainda uns minutos no recreio para brincar antes do almoço.

Pausa para almoço

Regressei à sala e estava uma outra funcionária da creche na sala. Já lá tinha estado

na sala mais vezes, quando tanto a auxiliar como a educadora não podem estar na sala.

Os meninos tinham estado a fazer uma atividade de sequencias das figuras geométricas.

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Tinham três figuras no inicio de uma linha, tendo de copiar na continuação dessa mesma

linha. Enquanto a educadora Sara não chegou, estiveram a explorar as áreas.

Um dos projetos da sala, é a elaboração de uma maquete da cidade e, por isso, já

num dia anterior tinham começado por desenhar a sua ideia de cidade e, neste dia, a

educadora pediu para eles se sentarem em frente do quadro projetor, já que tinha um vídeo

para lhes mostrar. Enquanto o vídeo não começou, estiveram todos um pouco distraídos,

mas assim que a Sara lhes pediu para se sentarem sossegados e verem o filme, acalmaram.

Durante a visualização desse vídeo, conseguiram identificar os vários tipos de

transportes, que existe fontes, sinais de transito pelas ruas e ainda identificar as casas, os

prédios e as pontes. Passado pouco tempo entra na sala a professora de inglês e, como

alguns meninos não tinham essa atividade extra-curricular, saíram da sala comigo e com

a educadora.

Os dois meninos de três anos e quatro com cinco, foram para uma zona mais ao

canto do refeitório, a pintar uma estrada preta numa tela e a pintar caixas de cerais de

branco para, futuramente, desenharem as janelas e portas do prédio. Já que todos aqueles

materiais serão para utilizar na maquete da cidade.

12ª nota de campo

No dia 7 de outubro de 2016, iniciei mais um dia de estágio. Já estava a maioria dos

meninos na sala, acabando por faltar a presidente da turma. A educadora e a auxiliar

começaram a reunir o conselho de turma, começando por relembrar tudo aquilo que

tinham feito durante o mês de setembro, até para transmitir ao novo menino da sala (que

esta semana só ficou as manhãs na sala).

Quando a presidente do conselho chegou, começaram a enumerar tudo aquilo que

iriam fazer no mês de outubro. As atividades e as visitas de estudo. Surgiu, neste

momento, a ideia de irem passear à rua. Assim foi, todos se prepararam e fomos passear

pelas zonas verdes do parque das nações.

Este momento foi bastante importante pois, em conversas de dias anteriores, já se

tinham falado sobre o Outono e que as folhas começavam a cair das árvores. Assim,

durante todo o caminho e quando pararam, apanharam as folhas secas que haviam pelo

chão, bem como algumas bolotas que ali se encontravam.

No caminho de regresso à creche, a educadora aproveitou para explorar o tema da

cidade. Começou por lhes dizer o que eram as pedras da calçada, o que eram os sinais de

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trânsito e os prédios que haviam na cidade. Os meninos mostravam-se sempre atentos e

curiosos com aquilo que iam vendo. Acho que se nota bastante bem que há uma grande

tendência para haver uma atenção especial àquilo que os meninos pedem para fazer,

aproveitando sempre para tornar tudo mais educativo.

Pausa para almoço

Depois de um momento de exploração das áreas, a educadora Sara começou a

explorar com eles um grande pedaço de cartão. A educadora pediu que começassem a

recortas bocadinhos de papel e que os colassem a seguir no cartão, iria utilizá-lo para ser

o fundo de cenário da maquete da cidade.

Quando todos os pedaços de papel estavam colados, começaram a pintar à volta dos

mesmos em várias cores. Alguns dos meninos começaram a explorar as áreas, havendo

alguns focos de conflito no que ao menino com hiperatividade diz respeito. Ele já se

começa a relacionar melhor com os meninos mas, nota-se que tem grandes dificuldades

em controlar a sua força e quando alguém diz algo de mal.

13ª nota de campo

A manhã do dia 12 de outubro de 2016 começou com a rotina habitual. Foi o meu

primeiro dia da minha quarta semana no estágio. Segunda e terça-feira, estive doente e

não pude ir à Creche & Aparece, assim sendo, só na quarta-feira consegui ir. Por ser uma

quarta-feira, os meninos estavam entusiasmadíssimos por irem fazer atividades de

culinária.

A educadora Sara e a auxiliar Sónia, começaram a colocar os ingredientes todos em

cima da mesa e, sempre que utilizavam um ingrediente que necessitasse de ser pesado,

utilizavam uma pequena balança para o fazer. Inicialmente iriam fazer bolachinhas de

leite e “cinnamon rolls”, contudo só se conseguiu fazer as bolachinhas de leite, uma vez

que a massa para a outra receita não cresceu. Depois de se juntar a farinha, com o leite,

um ovo, óleo e açúcar, conseguiu-se fazer uma massa uniforme, que foi distribuída pelos

meninos. Desta forma, conseguiram fazer, cada um, as suas bolachinhas da forma que

quiseram.

Foi uma manhã bastante preenchida, em torno desta atividade, já que a quantidade

de massa que havia deu para se fazer imensas bolachinhas. O tempo passou depressa e,

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quando terminaram aquela tarefa, cada um escolheu a área para onde queria ir e até à hora

de almoço, houve espaço para se dedicarem às várias áreas da sala.

Pausa para almoço

Quando regressei à sala, estavam todos sentados em frente do quadro interativo a

ver a história do “Rato do Campo e Rato da Cidade”. Como um dos grandes projetos da

sala será a representação da cidade, os meninos vêm alguns vídeos sobre a temática, bem

como ouvem histórias relacionadas com o tema. Quando a história terminou, houve

espaço para se falarem das grandes diferenças entre a vida na cidade e a vida no campo.

O mais curioso é que muitos deles se lembravam das falas que os próprios personagens

iam dizendo.

A educadora explorou o quadro interativo, dando-lhes alguns jogos para fazer.

enquanto isso, cinco meninos preparavam-se para irem para a natação. Sendo esta uma

das atividades extra-curriculares, às quartas-feiras é dia de irem à piscina (mas esta foi a

primeira semana em que isso aconteceu).

Os momentos seguintes foram dedicados à partilha de histórias interativas com os

meninos da sala verde, que também iam para a piscina, mas que ali ficaram para não

acordarem os meninos que na sua sala ainda dormiam. Partilhou-se bolachinhas feitas da

manhã e às 15h todos saíram da sala para irem à natação.

Na sala ficaram seis meninos, sempre sentados na mesa em conversa, que

esperavam a chegada dos pais de um deles visto que era o seu aniversário. Assim que os

pais chegaram, começou a preparar-se tudo para se cantar os parabéns.

Depois de se comer o bolo, o menino que fazia anos foi embora e todos os outros

aproveitaram para explorar as áreas.

14ª nota de campo

Assim que cheguei à sala no dia 13 de outubro de 2016, reparei que os meninos que

já estavam na sala (não eram todos) mexiam em duas grandes taças de alumínio.

Sentando-me ao pé deles, percebi que se tratava de areia cinética. Trata-se de uma areia

que não suja as mãos, dificilmente se espalha (a não ser que façam com que esta se

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espalhe) e não suja as mesas. A educadora já tinha falado neste tipo de areia, que gostaria

de ter na sala e hoje foi o dia em que chegou e a estavam a experimentar.

Notava-se o entusiasmo nos meninos e, à medida que os restantes iam chegando, a

surpresa não poderia ser maior. Dividiu-se areia entre todos para que pudesse fazer todo

o tipo de construções que quisessem. Tinham copos disponíveis para fazer os seus

castelos, formas com diferentes desenhos.

Quando já estavam a dispersar e alguma da areia a cair pelo chão, a educadora achou

por bem terminar-se com aquela atividade e partir para a exploração das áreas. Como a

quinta-feira é o dia das ciências, aquela tinha sido a atividade pensada: exploração e

construções na areia. Os meninos ocuparam o resto da sua manhã na exploração das áreas.

Pausa para almoço.

Quando chego à sala, a educadora Sara está a começar a fazer atividades de

matemática com os mais velhos, pedindo-me para ficar com os mais pequeninos no

quadro interativo para os manter ocupados. Trabalhei com eles algumas das cores e

figuras geométricas para que não estivessem apenas a fazer desenhos livres.

Perto das três da tarde, foi a hora do inglês. Os que têm esta atividade ficaram na

sala, enquanto eu, a educadora e quatro meninos saímos em direção do refeitório para, aí,

continuar-se a fazer as atividades da matemática.

Naquele momento, os meninos tiveram de representar os números que tinham num

quadrado em bolinhas num outro. Bem como treinar os grafismos dos números que as

representavam à frente. Nota-se que o menino polaco tem grande à vontade com os

números e já faz aquele tipo de atividades mais depressa que todos os outros.

Depois de um pequeno lanche, em que se juntaram os outros meninos a nós,

regressamos à sala para explorar novamente a areia cinética. Por ter estado doente, estes

dois dias tenho feito mais horas para puder compensar.

Ficaram todos, novamente, muito entusiasmados por irem brincar com a areia.

Ficaram a fazê-lo durante algum tempo sendo que terminaram aquela atividade quando a

educadora Sara começou a ver, novamente, imensa areia caída pelo chão. Terminou-se a

atividade, sendo que se foram sentar no tapete.

A educadora acabou por ir embora e a auxiliar ficou encarregue de tomar conta

deles até que os seus pais chegassem. Contou-lhes a história “Desculpa…por acaso és

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uma bruxa?” ao mesmo tempo que alguns pais chegaram nessa hora para levarem os seus

filhos.

15ª nota de campo

No dia 17 de outubro de 2016, cheguei à sala vermelha e eram poucos os meninos

que lá estavam. A educadora depressa me alertou que era o aniversário de um dos meninos

(dos mais pequenos), mas que ainda não tinha chegado, e iriam fazer a sua festa na parte

da manhã. Enquanto iam chegando todos os meninos, começou a fazer-se o registo do

fim de semana, ajudei a educadora Sara nesta tarefa, até que o aniversariante chegou.

Foi um momento muito animado já que, com ele, trazia a sua cadela. Um animal de

porte grande mas muito dócil para com as crianças. Os pais do menino colocaram-no

junto dos seus amigos e a mãe foi buscar o bolo. Assim que regressou, tudo foi posto na

mesa e cantou-se os parabéns.

Como todos estavam entusiasmados com a presença da cadela, foram até ao recreio

para puderem brincar com ela. Toda a manhã foi passada em torno do recreio, já que

tinham aquele elemento tão especial na sala e, também, o seu amigo fazia anos e ia embora

assim que a sua festa terminasse.

Quando o aniversariante e a sua família se foram embora, os meninos da sala

vermelha foram até à casa de banho lavar as mãos, seguindo-se o almoço.

Ao regressarem à sala, a educadora começou a mostrar-lhes trabalhos de Jackson

Pollock, um pintor norte-americano que em todas as suas obras, transmite a cor com

salpicados de tinta por uma tela. Logo de seguida, começamos a colocar no chão três

pedaços de papel para que os meninos pudessem criar as suas obras de arte inspiradas nas

de Pollock.

O grupo foi subdividido em três e cada um escolheu as cores que queria ter na sua

tela. Por ser um estilo de pintura diferente, notou-se que alguns estavam a medo ao inicio.

Contudo, foi uma atividade muito bem conseguida e nota-se o interesse de todos nas artes

já que, anteriormente, trabalharam as de Kandinski e assim que a educadora falou que

iam trabalhar obras de arte olharam para os desenhos que têm expostos na sala sobre essa

mesma temática.

Pausa para almoço

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Quando regressei à sala, reparei que os meninos estavam a explorar as áreas e a

auxiliar a recortar cartolinas para o trabalho de casa que terão de fazer com os pais num

futuro próximo. Ajudei-a nessa tarefa, enquanto os meninos exploravam livremente as

áreas.

O ambiente estava a ficar animado demais, alguns a falarem demasiado alto, pelo

que a auxiliar os chamou a atenção e pediu que arrumassem tudo e se sentassem na mesa.

Assim foi e, depois de todos estarem sentados, chegou a hora do inglês. Como quatro

deles não têm aquela atividade, formaram uma fila junto da porta para depois saírem

comigo e a auxiliar.

Fomos até ao refeitório e, como o aniversariante da manhã, lhes tinha deixado

alguns desenhos para colorir, foi exatamente isso que estiveram a fazer enquanto os outros

meninos estiveram no inglês.

Depois de um pequeno lanche, regressamos à sala e todos se sentaram à mesa. A

educadora Sara, explicou-lhes que iam fazer origamis. Mostrou-lhes numa folha que

iriam fazer a cabeça de um cachorro (visto que naquela manhã tinham estado com uma

cadela), ajudando-os depois a fazerem cada um o seu origami. Fui ajudando aqueles que

não estavam a acompanhar a explicação da educadora e, no fim de todos feitos, colaram-

se numa folha branca para que pudessem desenhar o resto do corpo do cão.

16ª nota de campo

Chegando à sala vermelha no dia 18 de outubro, a educadora Sara estava à mesa

com alguns dos meninos que já tinham chegado. Arrumavam uns trabalhos nas caixas

que cada um tem para deixar os trabalhos que vai fazendo ao longo do ano para, assim,

formarem o seu portefólio individual.

Depois de tudo arrumado, a educadora foi buscar um livro que trouxe de casa,

intitulado de “Tesouros de Arte” de Rosie Dickins . Nesse livro, foram conseguindo

identificar os trabalhos de grandes pintores que já haviam aprendido anteriormente como

Pollock, Kandinsky ou Van Gogh. Depressa começaram a identificar as pinturas que já

tinham visto, por serem aquelas que se tinham baseado para fazer os seus trabalhos

expostos na sala vermelha.

Houve um momento de exploração livre daquele livro, notando que existe uma

grande predisposição da educadora em trabalhar as artes com as crianças, sendo esta uma

temática que, por vezes, não é trabalhada com um público escolar tão novo.

25

A manhã foi passada em torno da exploração livre das áreas, bem com uma ida ao

recreio. Notou-se que os meninos estavam mais agitados, pelo que se sentiu a necessidade

de os levar até ao recreio.

Depois de almoçarem, foi o momento de se dedicarem à matemática. A educadora

e a auxiliar tinham construído dois cubos em género de dados grandes para que pudessem

fazer contas de somar com eles. Individualmente, cada menino lançava o seu dado,

marcando as pintas que lhe saiam na folha das contas. Repetiam o gesto, colocando o

número de pintas no quadrado em frente do sinal de mais. Por fim, contavam quantas

pintinhas tinham nos dois quadrados e desenhavam-nas em frente do sinal igual.

Pausa para almoço.

Quando voltei à sala, os meninos estavam sentados à mesa a brincar com a

plasticina. Alguns já estavam noutras áreas, enquanto a auxiliar tentava que todos

estivessem a fazer a mesma coisa. Quando todos começaram a dispersar, a auxiliar

indicou que deveriam arrumar a plasticina e que se deviam sentar de novo, desta vez

sossegados. E que iriam ficar assim até que chegasse a professora de música.

Como ainda faltavam cerca de 40 minutos para a chegada da professora e eles

acalmaram, por unanimidade decidiu-se que iriam brincar um pouco com a areia cinética.

Cerca de cinco minutos antes da hora de chegada da professora de música começou

a arrumar-se tudo para que, depois, se iniciasse a aula. Entre várias canções e sons

emitidos através do corpo, a aula de música acabou por ser um momento em que alguns

dos meninos se dedicaram a prestar atenção ao que a professora dizia e lhes pedia para

fazer. No final, foram lanchar porque já estava na hora habitual de o fazerem.

Depois do lanche, ainda consegui assistir à decisão de fazer bolo de laranja e

folhados de salsicha no dia seguinte, uma vez que era dia de culinária.

17ª nota de campo

Dia 19 de outubro, os meninos já estavam sentados à mesa a fazerem alguns

desenhos. Ficaram assim enquanto a auxiliar não chegou, já que a educadora estava

sozinha e iria precisar de mais ajuda para iniciar as atividades do dia.

Quando a auxiliar chegou, a educadora foi buscar à cozinha os ingredientes e

instrumentos necessários para a realização das receitas que tinham sido decididas no dia

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anterior. Assim que a educadora colocou tudo sobre a mesa, começou a fazer-se a receita

dos folhados de salsicha, esticando a massa folhada sobre a mesa e dividindo-a pelos

meninos em pequenas tiras.

Cada menino foi enrolando as salsichas na massa folhada, colocando-as sobre o

tabuleiro. À medida que a atividade ia decorrendo, alguns meninos que ainda não tinha

chegado foram aparecendo. Como é o caso do menino novo que, esta semana, é o primeiro

dia que vem porque esteve doente.

A educadora começou por tentar que ele se juntasse à atividade, enquanto eu e a

auxiliar continuávamos a distribuir a massa e as salsichas pelos outros meninos. O novo

menino não se quis juntar à atividade, ficando a assistir com a mãe.

Quando se terminou de fazer os folhadinhos, passou-se para a receita do bolo de

laranja que uma das meninas tinha trazido, já que tinha sido ela a responsável de a trazer

de casa. Enquanto a auxiliar foi colocar os folhadinhos na cozinha, a educadora começou

a colocar a farinha e o açúcar numa grande tigela, depois de os pesar numa balança. Neste

momento, a mãe do menino novo saiu da sala e o menino começou a chorar e a pedir que

a sua mãe regressa-se. Por alguns minutos a educadora dedicou-lhe a sua atenção e eu

acabei por avançar na receita, colocando o fermento na taça.

De seguida, a educadora conseguiu trazer o menino até à mesa, para começar a

separar as gemas das claras dos ovos. Só assim conseguiu que ele ficasse um pouco

sossegado. Nesta parte ainda se tentou ter a participação dos meninos mas, por se ter de

fazer a separação da gema e da clara, foi complicado de todos ajudarem.

Enquanto a educadora foi, a seguir, bater as claras em castelo afastada da mesa com

o menino novo, dediquei-me a raspar a casca da laranja para dentro da taça, bem como a

espremer o sumo da mesma. Neste momento a auxiliar entra na sala, começando a ajudar

e a limpar aquilo que já se tinha sujado.

Quando as claras estavam batidas, a educadora começou a bater o restante do

preparado sempre com o menino junto a ela sem o conseguir acalmar. Nota-se que fica

bastante nervoso quando a mãe não está por perto, estando sempre a chorar e a gritar.

Quando o bolo estava preparado, a auxiliar colocou-o em duas formas levando-o

para a cozinha de novo. Tratei de ajudar a limpar a mesa, enquanto a educadora reunia

todos os meninos para irem ao recreio já que era a única forma de tentar acalmar o menino.

E assim foi, no recreio enquanto todos brincavam o menino conseguiu acalmar-se

e brincar com os seus amigos. Foram, depois, almoçar.

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Ao regressarmos à sala, a educadora pediu que os meninos se sentassem em frente

do retroprojetor, pedindo a três deles que se sentassem na área da matemática comigo

para fazerem um trabalho.

Aqueles que ficaram em frente do retroprojetor estiveram a ver alguns vídeos sobre

a cidade de Lisboa, já que está a decorrer o projeto da cidade que, no futuro, se irá

construir a maquete da cidade. Viram alguns vídeos sobre os pasteis de Belém e o fado,

como grandes símbolos da cidade. No fim fizeram o registo daquilo que tinham visto para

ficar exposto na sala.

Enquanto essa atividade decorria, eu e os meninos que a educadora tinha dito

ficamos na área da matemática. Li-lhes um documento sobre Jackson Pollock (o pintor

que tinham trabalhado no dia 17/10/2016) onde ficaram a conhecer onde tinha nascido o

pintor, onde e o que tinha estudado, como se caraterizava a sua pintura e mais informações

sobre a sua vida, já que tinham pedido à educadora para saber mais sobre o pintor.

No fim de lhes ler mais de uma vez aquele documento, comecei a perguntar-lhes

algumas coisas (como “onde nasceu?”, “onde estudou?”, “como pintava?”), ao que eles

me foram respondendo e eu fui registando tudo numa grande folha para, depois ficar

exposta junto do trabalho que fizeram.

Pausa para almoço

Quando regressei à sala vermelha já lá estava a auxiliar, que tinha feito a sua hora

de almoço, e a educadora tinha ido ela almoçar.

Os meninos estavam a explorar as áreas mas depressa se instalou uma confusão

com o menino mais irrequieto, fazendo com a auxiliar optasse por lhes ordenar que

arrumassem tudo das áreas e se sentassem à mesa.

Assim foi. Arrumaram tudo e ficaram sentados sem fazer barulho. A auxiliar teve

uma longa conversa com eles sobre não fazer barulho, já que há meninos a dormir a sesta

nesta hora nas salas do lado, para não andarem a correr ou a bater aos outros amigos.

Como “castigo” por não terem cumprido as regras da sala vermelha, ficaram

sentados enquanto a auxiliar verificava se faltavam peças nos puzzles. Quando tudo

estava mais calmo, pediu a ajuda deles deixando-os fazer os puzzles.

A educadora chegou perto da hora do lanche e, quando eram 15h45 formou-se o

comboio para irem lanchar o bolo e os folhadinhos que tinham feito de manhã.

28

18ª nota de campo

Assim que cheguei à sala no dia 20/10/2016, o menino novo já lá estava e a chorar

bastante a pedir pela sua mãe. A educadora tentou sempre acalmá-lo, percebendo que iria

ser difícil e que, assim, não iria conseguir fazer a atividade de ciências que tinha planeada.

A auxiliar chegou e a educadora acabou por pedir que todos se sentassem e o

menino novo sentou-se junto a mim para que a educadora fosse buscar luvas de plástico.

Quando voltou, anunciou que iriam ver o que tinha causado a morte de um dos peixinhos

da sala (faleceu durante a noite).

O menino novo aceitou as luvas e mostrou-se mais calmo a ver o que os outros

meninos faziam. Todos tinham calçado as luvas e individualmente iam analisando o peixe

com a lupa para tentarem perceber o que se tinha passado. Várias foram as teorias que

surgiram, mas aquela que predominou foi que morreu “por causa do barulho que nós

fazemos”.

Aproveitando que era o dia das ciências, a educadora foi buscar um dos vasos das

plantas que têm na sala, visto que também tinham morrido. Retirou-a da terra, separando

as raízes e dando uma a cada um dos meninos. Novamente, individualmente, foram

analisando cada parte da planta.

No fim, a educadora deu uma folha de registo a cada um, colocando com fita cola

o pedaço da planta sobre a mesma. Trabalhou com eles a questão da raiz, do caule e das

folhas, indicando que é através da raiz que as plantas recebem a água que sobre pelo caule

até chegar às folhas. Escreveu, ao lado da planta, o nome de cada parte e os meninos

tiveram de fazer o seu desenho ao lado, com a mesma legenda. Por fim, a educadora

perguntou o que tinham aprendido e todos iam dizendo as suas aprendizagens, falando na

questão da agua ir pelas raízes.

Depois de terminada a atividade foram até ao recreio cerca de meia hora para,

depois irem almoçar. Ao regressarem do almoço, a educadora chamou dois meninos que

não tinha feito a atividade da manhã, terminando-a assim naquele momento.

Pausa para almoço

Quando regressei à sala, estavam todos a explorar as áreas e, à semelhança do que

aconteceu no dia anterior, a auxiliar teve de os mandar arrumar tudo e sentá-los na mesa

29

para os manter sossegados. Ficaram assim cerca de 20 minutos até que chegou a

professora de inglês.

Quatro meninos não têm esta atividade extra, pelo que foram comigo e a auxiliar

até ao refeitório para fazer atividades de adição com os jogos disponíveis na sala. Ficaram

os 45 minutos que dura a aula entre esse trabalho e desenharem já que os meninos de 3

anos acabaram por acordar e juntarem-se a nós.

19ª nota de campo

Iniciei o dia 24 de outubro de 2016 mais cedo que o habitual, chegando à Creche &

Aparece perto das 8h30. Hoje foi dia de visita de estudo, pelo que os meninos tinham de

chegar mais cedo (9h00). Assim, quando chegue ajudei a educadora que estava a por as

mesas para o almoço com meninos de outras salas, ficando depois na sala vermelha à

espera que todos chegassem. À medida que iam chegando, a educadora ia colocando-lhes

as pulseiras que os identificam enquanto crianças que frequentam a Creche & Aparece.

Perto das 9h30, dirigimo-nos ao exterior para irmos para o autocarro. Quando todos

estavam sentados e em seguranças, o motorista arrancou rumo ao Teatro Politeama.

Quando chegamos, ajudei a educadora e auxiliar da sala verde a levarem os seus meninos,

já que eram mais do que os da sala vermelha.

O espetáculo “A Pequena Sereia” iniciou-se por volta das 11h, sendo que foi

bastante visível todo o entusiasmo das crianças, portando-se sempre muito bem e sem

fazer barulho.

No fim do espetáculo, regressamos ao autocarro da mesma forma como fomos

regressando depois à instituição. Os meninos foram almoçar todos, indo depois os mais

pequenos fazerem a sua pausa para a sesta.

Pausa para almoço

Quando regressei à sala vermelha, os meninos estavam a fazer o registo livre em

desenho sobre as partes que mais tinham gostado do teatro, ao mesmo tempo que iam

contando a história.

Depois deste momento estiveram a explorar as áreas, sendo que alguns deles

estavam a fazer a representação da história que tinham visto de manhã.

30

20ª nota de campo

No dia 25/10/2016, os meninos da sala vermelha iniciaram o dia fazendo o registo

em papel se tinham gostado ou não do espetáculo que tinham ido ver. Numa folha,

pintaram o desenho representativo do “Gosto” ou “Não Gosto”, bem como o desenho das

suas personagens preferidas.

A educadora já tinha uma tela enorme com um desenho da pequena sereia, pronto

para ser pintado. Sentou-se com alguns meninos no chão a fazer os contornos do mesmo

e o desenho das letras. Ajudei-a para que conseguissem pintar as letras de forma clara.

Depois de explorarem um pouco as áreas foram almoçar. A seguir ao almoço, os

meninos mais pequenos foram fazer a sesta e os maiores regressaram à sala para fazer a

atividade da tarde. Como a auxiliar não esteve presente neste dia, fiquei com eles

enquanto a educadora foi almoçar.

Antes de sair, a educadora estipulou a atividade que tinham de desenvolver e eu

ajudei-os a cumpri-la. Numa folha, tinham de fazer a associação das pintas de uma peça

do dominó com os números, registando depois o resultado final em numeração ordinal.

Pausa para almoço

Quando regressei à sala vermelha, estavam todos em torno dos livros que a

educadora tinha na mesa, sendo que alguns exploravam as áreas. Ficaram assim alguns

minutos até que chegou a professora da aula de música.

Fizemos a aula todos juntos, já que esta atividade extra são todos os meninos que a

têm.

21ª nota de campo

No dia 26/10/2016, os meninos da sala vermelha já estavam sentados à mesa com

aquele que é o projeto da cidade na sua frente. Uma tira de papel grande representa o

alcatrão, caixas de cereais os prédios. Naquele momento estavam a representar a rua onde

está situada a escola deles.

Como ainda faltavam alguns meninos, à medida que eles foram chegando tornou-

se mais complicado de conseguir que todos estivessem a fazer a mesma coisa. O menino

que é mais recente na turma chegou, trazendo consigo alguns elementos alusivos aos

31

bombeiros (capacete, casaco e livros). Assim, a educadora conseguiu dividi-los indo com

alguns para uma mesa e outros ficaram comigo e com a auxiliar no projeto da cidade.

Enquanto os do projeto da cidade pintavam as caixas dos cereais parecendo os

prédios da rua, os que estavam com a educadora Sara iam fazendo o projeto dos

bombeiros. Em breve irá acontecer uma visita ao quartel dos bombeiros e estiveram a

preparar as perguntas que têm para fazer aos bombeiros, quem é que vai participar e o

que é que querem ver.

Depois de almoçarem, vieram para a sala vermelha e, enquanto uns terminavam as

tarefas do dia anterior do registo do teatro, outros estiveram comigo a explorar os livros

dos bombeiros.

Pausa para almoço

Quando cheguei à sala vermelha estavam todos os meninos a explorar as áreas e a

educadora a organizar o móvel com os materiais. Depressa começaram a dispersar ainda

mais e, por estar algum calor na sala, a educadora decidiu ir para a rua para explorar o

livro dos bombeiros com todos.

Um dos meninos fez uma birra que ainda estive com ele algum tempo sozinho na

sala para que se acalmasse e, depois, fosse lá fora pedir desculpa aos amigos por não ter

tido um comportamento adequado. Sentamo-nos os dois junto do grupo e ouvimos aquilo

que a educadora e todos os meninos tinham a dizer.

Perto das 15h40 foram lanchar e, depois, foram até ao recreio podendo já fazer

barulho uma vez que antes não o podia fazer porque os meninos das outras salas estavam

a dormir.

22ª nota de campo

Quando cheguei à sala vermelha no dia 27/10/2016, a educadora estava a preparar

o microscópio. Era o dia das ciências. Ainda estivemos algum tempo a tentar achar a

melhor forma de lhes mostrar, até que surgiu a ideia de irmos para a rua por ter mais

claridade.

Assim, cada um dos meninos ia vendo o que estava nos microscópios (existiam

dois) e iam registando através dos desenhos aquilo que estavam a ver (mosca da fruta e

32

pêlo do coelho). Numa folha desenhavam, então, aquilo que conseguiam ver pelo

microscópio.

No fim de todos fazerem o seu registo, tiveram tempo de brincar no recreio

enquanto não foi horas de almoço.

Pausa para almoço

A auxiliar estava com os meninos reunidos na mesa e com os registos da manhã na

mão. Estavam a portar-se menos bem, pelo que a auxiliar fez um discurso ainda longo

sobre o que se tinha passado e do que queria que eles fizessem de bem.

Depois, individualmente, foi perguntando o que é que tinham concluído da parte da

manhã ao verem as diferentes amostras no microscópio.

Quando todos terminaram, foram explorar as áreas para depois irem lanchar.

23ª nota de campo

No dia 31 de outubro de 2016, iniciou-se o dia na sala vermelha com o registo do

fim de semana. Desta vez, a educadora procurou trabalhar com eles de outra forma: em

vez de, como habitualmente, escrever o que os meninos lhe diziam, registou a frase

principal do seu fim de semana e, depois, explicou-lhes que aquela frase estaria

constituída por palavras.

Assim, começou a trabalhar-se a constituição frásica para que possam ter a noção

do que é uma frase, o que são as palavras e, ainda, aquilo que são as letras. Depois de

todos registarem o seu fim de semana, houve um momento de exploração das áreas.

A educadora perguntou se eu sabia jogar ao UNO, ao qual respondi

afirmativamente. Assim, fiquei com dois meninos para lhes ensinar a jogarem a este jogo

de associação de números, cores e símbolos. Para além de se manterem distraídos,

consegue trabalhar-se as questões das associações de uma forma bastante prática.

Depois da pausa de almoço dos meninos, alguns deles estiveram a jogar ao UNO já

de forma bastante individual e como tinham aprendido de manhã.

Pausa para almoço

33

Quando cheguei à sala vermelha, os meninos estavam a trabalhar com o geoplano.

Com elásticos iam fazendo os desenhos ou letras que queriam e, posteriormente,

registando tudo numa folha exatamente como tinham feito no instrumento.

Enquanto isso, começou a ver-se alguns vídeos sobre a metamorfose da libelinha,

já que se está a começar a trabalhar no projeto. Todos ficaram bastante interessados

naqueles vídeos e na informação que a educadora ia transmitindo com fotografias.

Perto das 15h foi altura da aula de inglês, pelo que eu e a auxiliar fomos para o

recreio com os meninos que não tinham inglês. Naquele dia, só estavam dois meninos de

5 anos e 2 de 3 anos que, durante algum tempo não estiveram connosco por estarem a

fazer a sesta.

Por ser dia de halloween, terminou-se o dia com um lanche no recreio para todos

em jeito de uma pequena festa.

24ª nota de campo

Comecei o dia 02/11/2016 com uma atividade para os três meninos de três anos.

Com folhas de árvores apanhadas na saída que se fez há algum tempo, trabalharam a

questão do grande e do pequeno colando, dentro de um circulo grande a folha grande e

no circulo pequeno a folha pequena.

Enquanto isso, a educadora e a auxiliar começaram a trabalhar com os meninos na

maquete da rua onde está situada a Creche & Aparece, fazendo o esquema de como irá

ficar a maquete.

Perto do meio dia foi altura de arrumar tudo o que se estava a fazer para os meninos

irem almoçar.

Pausa de almoço

Quando regressei da minha hora de almoço, em conjunto com a auxiliar e os

meninos continuamos a maquete da cidade. Fez-se a pintura das caixas de cereais para

fazerem de prédios, o corte de algumas caixas para serem prédios mais pequenos e colou-

se tudo o que havia a colar naquele momento.

A educadora regressou da sua hora de almoço e foi altura de ela se dedicar ao

projeto da libelinha com os meninos, trabalhando em papel o ciclo da metamorfose da

libelinha. Quando ambos os projetos já tinham avançado um pouco e os meninos estavam

34

mais distraídos foi altura de eles explorarem as áreas já que, de seguida, alguns iam para

a natação enquanto os outros foram fazer o seu lanche.

Depois do lanche regressamos à sala para terminar de colar todos os detalhes da

rua: as pontes, as pessoas a caminharem pela mesma bem como todos os prédios que

ainda estavam por colar.

25ª nota de campo

No dia 03/11/2016, sendo quinta-feira era dia das ciências e, por isso, começaram

o dia a observar no microscópio as asas da libelinha que se recolher na rua. Depois, ao

mesmo tempo que eu e dois meninos terminávamos os detalhes da rua (postes de

eletricidade, passadeiras e mais pessoas), a educadora começou a fazer o molde em papel

para que, depois, se possa vir a fazer uma libelinha grande para colocar na sala.

Quando esta tarefa estava terminada, os meninos que estavam no projeto da

libelinha foram até à biblioteca recolher informações sobre este tipo de animal. Ao

regressarem, colocaram tudo sobre a mesa e fomos para o recreio para que pudessem

brincar um pouco antes de almoço.

Pausa para almoço

Depois de almoçar, regressei à sala vermelha e estavam de volta dos materiais que

tinham recolhido da parte da manhã na biblioteca. Recortaram e colaram tudo numa folha

grande para, depois, expor na sala juntamente com os restantes materiais construídos para

este projeto.

Seguiu-se um momento de exploração das áreas antes do lanche.

26ª nota de campo

Dia 07/11/2016 o dia na sala vermelha iniciou-se com o típico registo de fim-de-

semana para ficar exposto na sala. Assim que todos os que estavam presentes o fizeram,

começamos a desenvolver as atividades relativas ao dia da feira de São Martinho

(11/11/2016). Para isso, a educadora ensinou-se como fazer pequenas caixas de papel

para, depois, se colocarem os porta-chaves que os meninos fizeram na sexta-feira.

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Durante toda a manhã foi exatamente isso que fiz, enquanto os meninos iam

pintando aquelas que já estavam feitas e exploravam as áreas. Os porta-chaves vão ser

vendidos na feira e, por isso, vão numa caixa para que não se estraguem.

Passamos a manhã de volta desta tarefa, incluindo a hora em que os meninos

estiveram a almoçar. Esta é uma tarefa que se teve de fazer com alguma rapidez e urgência

visto que a feira é já esta semana.

Tive de sair mais cedo este dia, contudo sei que os meninos iriam continuar em

volta desta tarefa e da pintura dos porta-chaves para que amanhã nos possamos dedicar a

outras tarefas para a feira.

27ª nota de campo

Na semana de dia 08/11/2016 a 11/11/2016, foi-me bastante difícil fazer notas de

campo diárias. As atividades sucederam-se em torno da Feira de São Martinho que se

realizou no dia 11. Resolvi fazer as minhas notas de campo pela semana já que durante

todos os dias foram-se terminando tarefas que estavam pendentes do dia anterior.

Assim, para que a feira de são Martinho, foram feitos porta-chaves realizados pelas

crianças da sala vermelha, de acordo com o que a educadora me disse, ajudei-a a fazer a

montagem de caixas para os colocar depois. Esta técnica de dobragens também foi

assimilada por algumas crianças que demonstraram o interesse em o fazer (M.L; C.P; A;

J). Irei, a partir de agora, colocar as iniciais do nome de cada crianças para conseguir

distinguir o que aconteceu de relevante. Fico bastante impressionada e surpreendida pela

vontade de eles mesmos quererem fazer parte do processo de construção das coisas que

estão a ser planeadas.

Na quarta-feira, por ser o dia da culinária, preparou-se bolachas de aveia (que levou

os seguintes ingredientes: açúcar, aveia, farinha, canela). Cada criança participou no

processo de as realizar, sendo eles que lhes deram forma. Neste dia, o importante seria

perceber se as bolachas ficavam boas para puderem vender na feira.

Para além das atividades que se realizavam na sala para a feira e das extra-

curriculares, houve ainda tempo para alguns exercícios de adição e escrita.

Na quinta-feira de manhã os meninos pintaram, em papel de cenário, um jardim que

se assemelhasse ao Outono. Para, assim, se decorar a banca onde iriam estar as coisas

feitas por eles na feira. A banca utilizada foi a existente no espaço da casinha, juntamente

com uma mesa.

36

Na sexta-feira, dia da feira, ainda se fizeram bolachas com cobertura de pasta de

açúcar. A mãe da E foi quem ajudou neste processo, uma vez que é especialista no assunto

e conseguiu ensinar às crianças como fazer este tipo de bolachas. Na parte da tarde,

quando os pais começaram a chegar para levar os seus filhos para casa, foi-lhes dada uma

folha (feita pela direção da Creche & Aparece) com algumas rimas. Conforme os pais

iam procurando as respostas (presentes em cada uma das bancas da feira), iam vendo o

que cada sala tinha feito de especial para a feira.

Acho que, com esta atividade, se conseguiu ver bastante bem a interação que existe

entre os pais, os educadores, as crianças e os membros da direção para que se consiga um

ambiente muito apelativo e acolhedor.

28ª nota de campo

Por ser segunda feira, as crianças da sala vermelha começaram o seu dia fazendo o

registo do fim de semana. Desta vez, a educadora começou a incutir-lhes a ideia de que

existem frases, que são constituídas por palavras. Assim, depois de lhe dizerem o que

fizeram no fim de semana, a educadora escrevia num papel e dava-lhes para que

recortassem. Depois, cada um dos meninos, teria de voltar a agrupar a frase e a ilustrar o

seu registo do fim de semana.

Em reunião de conselho, surgiu a ideia de irem aos bombeiros. Assim, depois de se

fazer o registo do fim de semana, a educadora optou por dividir os meninos em dois

grupos: aqueles que estavam mais interessados sobre o tema ficaram com ela no projeto

dos bombeiros e os restantes ficaram comigo e com a auxiliar no projeto da libelinha.

No projeto dos bombeiros, foram procurando fazer perguntas para, depois, fazerem

aos bombeiros na visita que vão realizar ao quartel dos bombeiros. No projeto da

libelinha, estiveram a terminar de construir o “esqueleto” da libelinha com folhas de papel

e cola.

A pedido das crianças, a educadora trouxe um calendário novo para que se

colocassem os dias dos aniversários de cada um. Como era pequeno demais, fiquei

durante a hora de almoço a construir o calendário de forma a que se pudessem colocar as

fotografias dos meninos em cada retângulo.

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Quando regressaram do almoço, e enquanto eu estive na sala, estiveram a trabalhar

as vogais. A educadora escreveu o nome dos meninos que estavam presentes e, assim,

procurarem as vogais neles existentes.

Pausa para almoço

Quando regressei da minha hora de almoço, a auxiliar estava com as crianças da

sala vermelha que não tinha a atividade extra de inglês. Assim esteve com aqueles que

não tinham feito o registo do fim de semana para, depois de terminarem, irmos até ao

recreio. Um momento em que os meninos puderam brincar e jogar.

Quando a hora do inglês terminou, regressamos para o interior da creche e foi a

hora do lanche para todos. Assim que terminaram, regressaram a sala para darem

continuação ao projeto da libelinha.

29ª nota de campo

Nos dias 16 e 17 de Novembro, as crianças da sala vermelha estiveram dedicadas a

terminar o projeto da libelinha, bem como ao projeto dos bombeiros, visto que no dia 18

de Novembro foram todos ao quartel como haviam combinado.

30ª nota de campo

No dia 21/11/2016 realizou-se o dia do pijama na Creche & Aparece. Como

combinado, todos apareceram de pijama naquele dia. Crianças e adultos. As educadora

do jardim de infância e da creche, realizaram pequenas casas para as fadas que iriam

visitar aquela escola (isto porque durante a semana anterior também se contou a história

das fadas que ilustra este dia).

Durante a parte da manhã, os meninos da sala vermelha estiveram algum tempo na

sala a ouvir histórias mas, depois, foram para a porta da sala para assistirem ao desfile de

todas as salas.

Depois de almoçarem, fiquei com eles e realizaram a atividade que a educadora lhes

tinha deixado: desenhar para as fadas que os iam visitar.

Pausa para almoço

38

Enquanto as crianças do inglês estiveram a ter a sua aula, os restantes ficaram com

a educadora no refeitório a fazer desenhos. Quando eu cheguei, fomos todos para junto

das casas feitas pelas educadoras para que se tirassem algumas fotografias.

Depois de terminar a aula do inglês, as crianças da sala vermelha foram lanchar.

Por fim, para dar um outro toque de magia neste dia, a C.L tinha trazido uma tenda.

Depois de se montar, em pequenos grupos os meninos foram para dentro da tenda

“procurar” fadas.

31ª nota de campo

22/11/2016

Durante a manhã, as crianças da sala vermelha estiveram em torno do projeto dos

bombeiros a elaborar cartazes explicativos das situações de emergência em que os

bombeiros atuam. Exploraram, ainda, as áreas antes de seguirem para o almoço.

Fiquei com eles na hora a seguir ao almoço, já que a educadora foi almoçar, com a

atividade do código das cores para fazer. numa ficha, havia a sequencia de cores que

tinham de respeitar. Optei por trabalhar em pares, enquanto dois faziam as fichas, os

outros estiveram a explorar as áreas.

Quando todos terminaram esta atividade, a B. pediu-me para a lhe dizer as letras

que constituíam o meu nome. Assim, juntei todos em torno da ardósia preta e estivemos

a trabalhar as letras, de acordo com os nomes de todas as crianças da sala.

A educadora chegou pouco depois, ficando com eles durante a minha hora de

almoço. Neste dia, tinham a aula de música durante a minha pausa para almoçar.

ALMOÇO

Quando voltei à sala vermelha, a aula de música já tinha terminado e os meninos

da sala vermelha estavam a explorar as áreas. A educadora aproveitou a minha chegada

para lhes pedir que ajudassem a arrumar a sala já que tínhamos de começar a ensaiar para

a festa de natal a realizar-se no dia 16/12/2016.

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Depois de todos se sentarem, ficamos a pensar em ideias para a festa. Era certo que

as meninas iriam ser as princesas das neves (como no filme “Frozen”). Quanto aos

meninos não houve uma decisão. Ou seriam os duendes ou os bonecos de neve.

Treinou-se, com as meninas, a música “Já Passou” do filme “Frozen” para que

conseguissem começar a decorá-la para a festa.

Seguiu-se o lanche e, quando voltamos à sala estiveram a trabalhar no projeto dos

bombeiros, fazendo desenhos para serem expostos na sala.

32ª nota de campo

23/11/2016

Neste dia, os meninos de três e cinco anos estiveram divididos nas mais variadas

áreas da sala. Divididos em grupos, os de três e cinco anos estiveram a fazer pinturas com

tintas e aguarelas e outros no quadro interativo a fazer desenhos num programa especifico.

Duas crianças de cinco anos que não estavam nas pinturas e no quadro, estiveram a

fazer o jogo de fazer pares com as cartas do baralho do jogo UNO e duas outras estiveram

a pintar a libelinha que ainda se encontrava por pintar.

Depois de todas estas tarefas realizadas, começou o ensaio para a festa de natal – a

musica das meninas e a entrada dos meninos que seriam, afinal, bonecos de neve.

De seguida as crianças foram almoçar e, quando regressamos, voltei a estar com

eles sozinha. Fiz a atividade da sequencia de figuras geométricas e cores. Nas folhas,

desenhei várias figuras geométricas pintadas e eles tinham de as replicar pela mesma

ordem.

Quando todos fizeram esta atividade, exploraram as áreas até que chegou a

educadora e fui para a minha hora de almoço. Acho que me consegui organizar de forma

a dar-lhes atividades que já tinham um exemplo por onde fazer e que foi de encontro ao

que a educadora trabalha com eles.

ALMOÇO

Quando voltei do almoço, estivemos a decorar árvores de Natal pintadas pelas

crianças num papel, inspiradas em pintores famosos, até que foi a hora do inglês. Nessa

40

altura, fomos com os meninos de três anos e aqueles que não têm inglês para o refeitório

enquanto faziam alguns desenhos.

Seguiu-se o lanche e, depois de voltarmos à sala, estivemos novamente a decorar

árvores de natal.

33ª nota de campo

24/11/2016

O dia foi todo passado em torno das decorações de natal, árvores e bolas de natal

inspiradas em pintores famosos, bem como no desenho livre. Houve tempo, ainda, para a

exploração das áreas.

Posso, aqui, fazer uma reflexão já que não consegui escrever muito mais durante o

dia uma vez que as atividades se repetiram da parte da manha e da tarde. Foi interessante

perceber que eles já tinham uma destreza para os pintores que estavam a trabalhar e

recordavam aquilo que tinham aprendido.

34ª nota de campo

29/11/2016

Na parte da manhã, eu e a educadora contamos a história “Uma Prenda de Natal”

aos meninos da sala vermelha, já que iriam decorar as portas de toda a Creche & Aparece

com retratos dessa mesma história. Depois de ouvirem a história, a educadora foi traçar

o projeto do desenho da porta, enquanto fiquei com os meninos a desenhar arvores e bolas

de natal com os mesmos pintores que já tinham trabalhado.

Depois deste momento estiveram a explorar as áreas, enquanto a educadora

chamava um a um para a começarem a ajudar na pintura do desenho que já tinha

delimitado.

Ao meio dia foram almoçar e, ao voltarmos para a sala, estive a fazer com eles a

atividade que a educadora me tinha deixado: escrever a carta ao pai natal para mais tarde

irem entregar aos correios. A auxiliar estava a dar apoio à sala rosa, daí estar sozinha

neste momento.

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Quando terminaram esta atividade, voltei a trabalhar com eles nas decorações de

natal.

ALMOÇO

Quando regressei à sala vermelha, os meninos que não tinham inglês estavam de

volta das pinturas de esferovite e papel para as decorações de natal, enquanto os outros

estavam na aula de inglês.

Seguiu-se o lanche e, quando terminaram, a educadora e a auxiliar foram com eles

aos correios deixar a carta ao pai natal. A pedido da coordenadora fiquei a dar apoio à

auxiliar da sala rosa que se encontrava sozinha naquele dia.

Quando os meninos regressaram, voltei para junto deles na sala, estando novamente

dedicados à pintura de esferovite para as decorações de natal. Quando terminaram

exploraram as áreas.

35ª nota de campo

05/12/2016 a 16/12/2016

Nestas duas semanas não consegui fazer notas de campo diárias. Para além de ter

estado sempre até mais tarde todos os dias, foi bastante cansativa e ia-me esquecendo de

as fazer.

Foram duas semanas muito intensas com os preparativos da festa de natal. Entre

ajudar a fazer flocos de neve para colocar nos chapéus de chuva das meninas, fazer os

narizes de papel laranja para os meninos serem bonecos de neve e ajudar em tudo o que

a educadora me pedia, as notas de campo ficaram um pouco esquecidas.

Todos os dias ensaiávamos para festa, ajudei na concepção dos fatos dos bonecos

de neve, sendo que fui um deles já que os pais de um dos meninos não poderia estar

presente na festa. Os pais dos meninos foram todos participantes da festa, assim ele iria

precisar de alguém que substitui-se o pai e eu exerci esse papel.

Para além dos preparativos com a festa, foi necessário terminar as decorações de

natal e coloca-las espalhadas pela creche, fazer atividades de letras e matemática com os

meninos enquanto não estavam ocupados com a festa.

42

Todo o trabalho culminou numa festa muito bem conseguida. Nesse dia fui com a

educadora para o local da festa ajudar a montar o cenário e a receber as crianças que

chegavam da sala vermelha. O espetaculo correu melhor do que o esperado e foi um

sucesso entre as famílias.

36ª nota de campo

Nos dias 19/12/2016 e 20/12/2016, estive com a educadora e a auxiliar a trabalhar

nas prendas que os meninos iam levar para casa para as famílias. Começamos na segunda-

feira por fazer os moldes dos presentes em massa branca, esperando que secassem para

no dia seguinte os pintarmos.

A seguir às horas de almoço ficavam comigo a fazer atividades de labirintos e

descoberta de vogais, alusivos ao Natal. Penso que está tudo a correr bem e estão a gostar

do meu trabalho, pelo menos espero que esteja a ser útil. Eu sinto que sim.

Na terça-feira pintaram-se as figuras feitas com a massa, fez-se os sacos de papel

onde as crianças desenharam inspirados em Pollock. Continuaram com as suas atividades

extra, sendo bastante interessante perceber que ainda falavam sobre a festa nestes dias.

37ª nota de campo

26/12/2016

Comecei o dia com a informação de que não havia qualquer criança na sala

vermelha. Por ser o dia seguinte ao Natal, notou-se que a afluência à creche e jardim de

infância estava mais reduzida. A educadora não estava presente, uma vez que esteve este

dia de férias, pelo que estive com a auxiliar a organizar a sala enquanto esperávamos para

ver se chegava alguém.

Como o tempo começou a passar, fomos ajudar na copa, uma vez que chegou o

senhor que distribui os iogurtes. Durante as horas seguintes, estive a ajudar nas tarefas da

copa: arrumar os iogurtes, colocar os utensílios de cozinha para as crianças prontos para

serem utilizados no almoço, lavar loiça e arrumá-la.

Depois da hora de almoço das crianças, fui com a auxiliar para o berçário onde

estivemos a vigiar os bebés que lá se encontravam, enquanto as suas auxiliares faziam a

hora de almoço.

43

Foi um dia curto, já que me vim embora perto das 14h, mas foi bastante bom para

me integrar nos trabalhos da instituição, bem como com os profissionais que, muitas

vezes, não estão diariamente comigo.

38ª nota de campo

27/12/2016

Quando cheguei à sala vermelha só haviam duas crianças naquele espaço. Depois

de os cumprimentar e falar com a educadora sobre a falta de crianças do dia anterior e do

dia de hoje.

Passamos a manhã em torno da questão do registo do que foram as refeições de

cada um no Natal, já que a educadora pretende iniciar o projeto da alimentação em breve,

bem como na exploração das áreas. Entretanto deu-se a chegada de mais uma criança.

Seguiu-se a hora de almoço das crianças.

ALMOÇO

Quando regressei da minha pausa de almoço, as crianças que lá estavam

exploravam as áreas e ouviam musica clássica ambiente. A educadora ausentou-se para o

seu almoço, deixando-me à vontade para fazer o que quisesse com eles.

Aproveitei que o quadro interativo estava ligado para lhes dar a liberdade de

jogarem alguns jogos educativos (no site que a educadora sempre utiliza para o efeito).

Um a um, iam escolhendo o jogo que queriam fazer e jogavam.

Quando o ambiente começou a ficar mais instável, desliguei o quadro e o

computador, pedindo-lhes que viessem comigo para a mesa. Os dois meninos presentes

pediram para fazer desenhos, enquanto a menina me pediu para fazer um puzzle. Até que

a educadora chegou, passamos o tempo desta forma.

Perto das 15h chegou a professora de música e iniciou-se a aula. Enquanto isso, eu

e a educadora fomos a uma das arrecadações perceber se existiam alguns tapetes para se

colocar na sala e organizamos os trabalhos que se tinham realizado na semana passada.

Depois da aula de música fomos com as crianças lanchar para, depois, regressar à

sala para explorarem as áreas.

44

39ª nota de campo

28/12/2016

O dia iniciou-se com as mesmas duas crianças do dia anterior. O menino explorava

as construções e a menina conversava com a educadora. Quando me sentei junto delas, o

menino arrumou o que estava a fazer, pegou na plasticina e sentou-se junto de nós.

Pouco depois a educadora coloca algumas fichas sobre a mesa para trabalhar um

pouco com eles. Trabalhou, neste momento, a questão dos grafismos e da forma como

devem manusear a caneta.

Quando as duas crianças terminaram, um outro menino juntou-se a eles e

começamos a organizar os trabalhos das capas de cada um. Dividindo os trabalhos pelas

áreas temáticas: escrita, matemática, ciências, culinária e desenho, com a ajuda dos

meninos foi-se organizando as caixas de todos até que foi hora de almoço.

Depois de almoçarem, chegou uma outra menina e houve espaço para elas

brincarem na área da casinha enquanto os meninos trabalharam comigo. O que tinha

chegado mais tarde fez o trabalho da manhã e, ainda fizeram uma ficha de figuras

geométricas onde tinha de contar os triangulo, quadrados, retângulo e círculos existentes

na imagem e pintar as colunas de acordo com o número de cada figura.

Quando os meninos terminaram, chamei as meninas para fazerem o mesmo.

ALMOÇO

Quando regressei do almoço, a educadora estava a furar as folhas dos trabalhos das

crianças, para colocar nos dossiers de cada um. As meninas ajudavam, enquanto os

meninos exploravam as áreas.

A tarde passou-se em torno destas duas tarefas, até que foi hora do lanche e de

começarem a ir embora as quatro crianças.

40ª nota de campo

29/12/2016

45

O dia iniciou-se com apenas uma criança na sala. Estava a fazer construções com

peças de um jogo, enquanto a educadora trabalhava no seu computador as grelhas de

avaliação das crianças. Comecei por ajudar a organizar os trabalhos das crianças para

colocar nos portefólios, furando as folhas e colocando-as nas argolas, já que a maioria

ainda não trouxe dossiers próprios.

Entretanto chegou uma menina à sala, que fez companhia ao menino que já lá

estava. A educadora aproveitou para ir tirar fotocopias de mandalas (técnica de pintura

em simetria) para que pudessem fazer logo de seguida. Chegou mais um menino que se

juntou aqueles dois para fazer a atividade. Passados alguns minutos, o menino que estava

sozinho no inicio da manhã ausenta-se como já tinha sido previsto na sua chegada.

Enquanto as duas crianças que ficaram na sala trabalhavam as mandalas, a

educadora continuou o seu trabalho das grelhas de avaliação e eu continuei a organizar

os portefólios até que foi hora de ir almoçar.

Quando regressamos do almoço, os meninos da sala vermelha começaram a brincar

com a areia sinética. Passaram a maior parte do tempo naquela atividade, enquanto a

educadora foi para a sua pausa de almoço. Ainda tentei que fizessem outras atividades

mas não me pareceu que fosse uma ideia do agrado deles.

ALMOÇO

Quando regressei à sala vermelha, já mais uma menina estava na sala. E os três

continuavam a brincar com a areia enquanto a educadora trabalhava no seu computador.

Regressei à minha tarefa de separar os trabalhos por áreas de conhecimento (escrita,

matemática, ciências, pintura, culinária e saídas/visitas de estudo).

Hoje era para ter havido inglês, contudo a professora não se sentiu bem da parte da

manhã e não foi dar a aula. Pelo que os meninos continuavam a brincar com a areia

cinética até à hora do lanche.

Depois de lanchar, regressamos à sala e, enquanto a educadora e os meninos

jogavam ao jogo de descobrir o animal (colocavam uma fotografia num suporte em torno

da cabeça, enquanto os outros diziam as caraterísticas do animal para quem estava com a

fotografia na testa adivinha-se) continuei a organizar os trabalhos dos meninos.

Perto das 17h foram para outra sala, onde ficaram com a auxiliar que lá estava a dar

apoio neste dia.

46

41ª nota de campo

02/01/2017

Assim que cheguei à sala vermelha, depressa reparei que estavam a fazer o registo

do fim de semana e já haviam mais crianças naquela hora do que nos dias da semana

anterior. Depois de os cumprimentar, bem como à educadora, sentei-me junto a eles,

ouvindo o que iam transmitindo à educadora sobre o fim de semana.

O que mais me chamou à atenção foi a questão de todos afirmarem que à meia noite

de sábado chegaram ao ano novo. Notei que estavam todos bastante despertos para a

questão da mudança de ano.

Fomos interrompidos pela chegada de um menino novo para a sala. Tem cinco anos

e irá ficar connosco o resto dos meses. A adaptação, inicialmente, foi um pouco a receio,

talvez devido à vergonha, mas como já tinham estado juntos na sala verde (dois anos

antes), já todos se conheciam. Enquanto a educadora manteve uma conversa de largos

minutos com a mãe deste menino, ajudei as crianças que estavam na mesa a terminar o

registo da semana.

Quando todos terminaram e a mãe do novo menino já não se encontrava na sala, a

educadora ausentou-se para ir buscar papel de cenário para me explicar um novo projeto

da sala que se vai iniciar.

Enquanto as crianças exploravam as áreas, chamou um a um para delimitar a

silhueta de cada um no papel de cenário. Indicou-me que, a partir daquelas silhuetas,

vamos trabalhar as questões do vestuário, da saúde e higiene, do sistema circulatório, do

sistema respiratório e do sistema digestivo. Já que se vai abordar as questões da

alimentação, será provável a aplicação de algumas atividades sobre a reciclagem em

determinado momento.

Depois de vermos que a hora de almoço se aproximava, pedimos às crianças que

começassem a arrumar as áreas em que estavam. Assim que se arrumou tudo, fomos para

o refeitório para que as crianças almoçassem.

Assim que terminou o almoço, as duas crianças de três anos foram dormir, enquanto

as de cinco anos regressaram à sala vermelha. Enquanto a educadora foi para a sua pausa

de almoço, estive com as crianças a trabalhar os números até 10 e, depois de terminarem,

fizeram desenhos.

47

Notei, neste momento, que alguns deles ainda encontram algumas dificuldades na

altura de fazer números como o: 2, 8 ou 9. Ajudei-os quando solicitaram a minha ajuda,

estando sempre a observar aquilo que estavam a fazer e a corrigir quando faziam algo que

não estava correto.

Antes de sair para a minha hora de almoço, estive a ver um relatório de estágio que

a educadora encontrou e que me poderá ser útil para a elaboração do meu próprio

relatório.

ALMOÇO

Por ser segunda-feira, quando regressei à sala, os meninos estavam na aula de inglês

e a educadora preparava algumas coisas para, aqueles que não têm esta opção, irem para

o refeitório fazer alguns trabalhos.

Assim, depois de irmos para o refeitório, o menino de três anos começou a fazer

algumas figuras geométricas, enquanto que o menino de cinco anos começou a trabalhar

as letras manuscritas. Pelo que a educadora me tem transmitindo, esta forma de eles

contatarem com os dois tipos de letra (já que utilizam a letra à máquina para escrever os

nomes deles), vai fazer com que não sintam o choque para quando chegaram ao 1º ciclo.

Estivemos em torno destas atividades até à hora do lanche. Quando os meninos do

inglês saíram da sala, todos lancharam.

Quando regressamos à sala vermelha, a educadora terminou com eles as silhuetas

dos meninos que faltavam, enquanto os outros exploravam as áreas. O dia foi bastante

interessante, uma vez que com a presença de um novo menino na sala, os outros poderiam

não ter uma reação tão boa e não foi isso que se notou. Todos comunicavam entre si,

ajudavam-se e partilhavam os brinquedos. Foi uma adaptação bastante fácil.

De salientar que, em breve, iremos receber na sala mais meninos de três anos.

42ª nota de campo

03/01/2017

48

O dia iniciou-se com a aula de ginástica. Assim que cheguei à sala vermelha, um

pouco atrasada, a educadora começou a preparar tudo para dar às crianças a aula de

ginástica.

A aula iniciou-se com o aquecimento, onde a educadora os colocou a dançar,

seguindo-se um circuito de exercícios. No primeiro as crianças tinham de saltar para os

círculos no chão de acordo com o número que lá se encontrava. Se estivesse o numero

um, só podiam saltar com um dos pés, se estivesse o numero dois teriam de o fazer com

os dois pés juntos. No exercício seguinte tinham de rebolar sobre o colchão no chão,

seguindo para as cadeiras e passando por cima delas. No quarto exercício tinham de andar

sobre andas até ao risco desenhado no chão para, aí, lançarem bolas até aos pinos para os

derrubar.

Depois de um relaxamento, foi tempo de ir almoçar.

Quando regressamos à sala vermelha, estive a trabalhar com eles as questões da

quantidade. Numa ficha que a educadora tinha disponibilizado, tinham de colorir os

efeitos de natal de acordo com o número que tinham a indicar a quantidade. Exploraram,

ainda, as áreas.

ALMOÇO

Quando regressei da minha pausa de almoço, reparei que as crianças da sala

vermelha não estavam na habitual aula de música. A professora sentiu-se indisposta e,

por isso, não houve essa aula. As crianças estavam, assim, a explorar as áreas. A

educadora estava a recortar as silhuetas que tinha feito no dia anterior com as crianças e

a expô-las na parede.

Enquanto isso, ajudei a recordar e organizar alguns materiais para o mapa da data.

Depois de algumas destas tarefas feitas, foi altura do lanche. Quando regressamos, de

novo, à sala, as meninas que teriam dança neste dia foram-se preparar e todos os outros

estiveram a explorar as áreas.

43ª nota de campo

04/01/2017

49

O dia iniciou-se com a atividade do autorretrato. Um a um, as crianças da sala

vermelha visualizavam-se ao espelho e desenharam aquilo que viam. Ganhando, assim,

maior noção das suas caraterísticas. Enquanto uns faziam esta atividade, os outros

exploravam as áreas. Seguindo-se a hora de almoço.

ALMOÇO

Quando regressei da minha pausa de almoço, as crianças de cinco anos estavam na

sala com uma outra auxiliar e eu acabei por ficar com eles para que esta fosse para a sua

pausa de almoço. Enquanto estive com eles, exploraram as áreas, fizeram os grafismos

dos números e desenhos livres.

Perto da hora do lanche chegou a educadora e fomos para o refeitório para os

meninos lancharem.

Regressando à sala vermelha, aqueles que ainda não tinham terminado o

autorretrato estiveram a fazê-lo, enquanto os restantes exploravam as áreas. Aproveitei

este espaço de tempo para colocar os trabalhos de algumas das crianças nos dossiers que

trouxeram, para os portefólios.

44ª nota de campo

09/01/2017

O dia iniciou-se com o registo do fim-de-semana. Uma a uma, cada criança disse

aquilo que tinha feito ao longo do fim-de-semana. A educadora procurou criar, como

sempre, um momento de perguntas, de conversa entre as crianças. Depois de registar o

que iam dizendo, a educadora entregou a folha a cada um para que pudessem copiar as

letras e ilustrar o seu fim-de-semana.

Quando alguns começaram a terminar o registo, foram explorar as áreas e ao meio

dia deu-se a pausa para almoço das crianças. Depois de regressarmos à sala, as crianças

e a educadora sentaram-se à mesa para terem reunião de conselho que não existiu na

sexta-feira.

ALMOÇO

50

Quando regressei à sala vermelha, as crianças trabalhavam as letras manuscritas

para terem contato com os dois tipos de letra. Depois de terminarem aquela tarefa, dei-

lhes folhas para que pudessem fazer um desenho livro. Enquanto isso, dois deles

perguntaram-me se poderiam fazer um puzzle ao que lhes disse que sim.

A educadora surpreendeu-os com a sua chegada, trazendo uma joaninha viva para

que pudessem observar à lupa. Passaram alguns minutos a visualizar algumas

caraterísticas daquele ser vivo. Ao estarem a visualizar este animal, surgiu a ideia de

fazerem um projeto sobre joaninha.

Assim, a educadora aproveitou para recordar os projetos sobre os quais tinham

falado durante a reunião do conselho: o do corpo humano, o dos dentes, o dos países, das

árvores e da reciclagem.

Saímos da sala com os três meninos que não tinham inglês, visto que a hora da aula

de inglês tinha chegado. Enquanto estivemos com os quatro meninos (um juntou-se

posteriormente já que estava a dormir), a educadora trabalhou alguns elementos do corpo

humano com os meninos de cinco anos, enquanto eu supervisionei os mais pequenos a

fazerem construções.

Por fim, foi hora do lanche e, quando regressamos à sala, a educadora esteve a fazer

o autorretrato com um dos meninos de três anos que não tinha estado presente enquanto

os restantes faziam desenhos na mesa. Quando terminou aquela tarefa com o menino de

três anos foi ter uma conversa informal com a mãe de dois meninos fora da sala.

45ª nota de campo

10/01/2017

O dia iniciou-se com uma das meninas a contar uma história a outra que se

encontrava na sala. Eram as duas únicas que lá estavam. À medida que foram chegando,

a educadora reuniu-os para lhes mostrar o vídeo que fez para a reunião de pais a realizar-

se no dia de amanhã. Nesse vídeo apareciam diversos momentos do período de tempo em

que decorrem as atividades da sala vermelha.

Depois de vermos o vídeo e de todos terem chegado foi o momento da ginástica.

Começou-se o aquecimento com danças de vários estilos, passando logo de seguida para

uma série de exercícios que as crianças tiveram de realizar. Depois de um relaxamento

foi altura de almoço.

51

Quando regressamos à sala vermelha, estive com as crianças a fazer fichas de vogais

e grafismos. Assim que iam terminando uns optaram por fazer puzzles enquanto outros

me pediram para desenhar.

ALMOÇO

Ao regressar à sala vermelha, a educadora estava a fazer um puzzle de sílabas e

palavras com os de cinco anos. Enquanto os restantes exploravam as áreas. Depressa

chegou a professora de música, dedicando cerca de 40 minutos àquela aula.

Quando a aula terminou aproveitamos que estava um pouco de sol para ir com as

crianças ao recreio. Seguiu-se o momento do lanche e, ao regressarmos à sala, as crianças

exploraram livremente as áreas, enquanto eu ajudei a educadora a terminar os portefólios

para serem entregues aos pais na reunião. Enquanto isso, ela preparava uma régua em

tamanho grande para colocar ao redor da sala.

46ª nota de campo

11/01/2017

O dia iniciou-se com conversas com a criança que retomou de férias após mais de

um mês fora do país. Para além disso, as crianças da sala vermelha estavam a jogar ao

jogo das sílabas, bem como a fazer um puzzle. Perto das 10h15 a educadora juntou os

meninos de três anos para iniciarem o projeto dos animais da quinta.

Estiveram a ver alguns vídeos sobre os animais, enquanto as crianças de cinco anos

continuavam as mesmas atividades. Depois de visionarem o vídeo, as crianças de três

anos foram com a educadora até à biblioteca disponível na creche e aparece para

procurarem livros sobre os animais. Enquanto isso, fiquei com as crianças de cinco anos

a continuar as atividades da manhã.

Quando as crianças voltaram foi altura de arrumar toda a sala para se prepararem

para a hora de almoço. Depois de feita a higiene, foram até ao refeitório para almoçarem.

Ao regressarem à sala vermelha, as crianças de cinco anos estiveram a trabalhar os

grafismos das letras manuscritas. Conforme iam terminando, iam explorando as áreas.

ALMOÇO

52

Quando regressei à sala vermelha, algumas das crianças da sala vermelha de cinco

anos estavam a fazer exercícios de matemática. Enquanto outras exploravam as áreas com

as crianças de três anos. a educadora começou a preparar a mesa para o lanche dos pais

já que hoje seria a reunião. Ao perceber que se tinha esquecido do lanche, pediu-me para

lhe ir buscar. Estive, por isso, alguns minutos mais fora da creche para ajudar a educadora

neste aspeto.

Ao regressar à sala vermelha, as crianças estavam a explorar os livros da sala e a

contarem histórias. Enquanto isso, a educadora arrumava alguns materiais. Perto das 16h

começou-se a arrumar todos os livros para se ir fazer a higiene e lanchar.

Depois do lanche estive com as crianças da sala vermelha no recreio, juntamente

com uma auxiliar de outra sala, enquanto a educadora preparou a sua apresentação para

a reunião.

47ª nota de campo

16/01/2017

O dia iniciou-se com o registo do fim de semana para as crianças de cinco anos e o

projeto das galinhas para as de três anos. Enquanto a educadora se dedicava ao projeto

dos três anos, eu e a auxiliar registamos o fim de semana das crianças de cinco anos.

Quando as crianças de cinco anos terminaram o seu registo, foram para o projeto

dos dentes. Havia papel de cenário no chão, com duas bocas desenhadas e com os dentes

que a compunham. Um representando a boca de uma criança e outra do adulto. As

crianças foram pintando os espaços que faltavam pintar.

Foi uma manhã muito mais organizada, mais tranquila em que se conseguiu dividir

o trabalho entre todas e dar a devida atenção a todas as crianças da sala. O fato de ser um

grupo heterogéneo de idades, por vezes torna-se difícil dar resposta a todas as crianças da

mesma forma.

Depois de explorarem um pouco as áreas, ao meio dia fomos todos fazer a higiene

para, de seguida, ir para o refeitório para o almoço. Depois de terminada a refeição,

voltamos para a sala, para realizar algumas atividades de matemática.

ALMOÇO

53

Quando regressei à sala vermelha, as crianças que tinham inglês estavam na sala

para a atividade extra e os que não tinham já se encontravam no refeitório a brincar com

algumas figuras de animação e a fazer puzzles. A educadora acabou por juntá-los para

terminarem o projeto de “porque caem os dentes?”, que consistia na exploração de

imagens que demonstram como são os dentes quando são pequenos e como vão ficando

à medida que crescem.

Quando terminou o inglês, reuniu-se as crianças de novo na sala para explorar o

jogo do “Rei Manda” enquanto não era horas de lanchar. Assim que a hora chegou, fomos

fazer a higiene e as crianças lancharam.

Ao regressar à sala vermelha, as crianças exploraram livremente até à hora em que

começaram a chegar os pais. Uma das mães esteve algum tempo à conversa com a

educadora para saber como tinha corrido o dia do filho, questões relacionadas com o seu

comportamento e a relação com as outras crianças na sala.

48ª nota de campo

17/01/2017

O dia iniciou-se com a aula de ginástica. Durante essa aula, a educadora

proporcionou momentos ligados à dança como aquecimento e, de seguida, exercícios de

equilibro e tentativas de acertar com bolas no alvo. Depois da aula terminar, dedicaram-

se ao relaxamento antes de irem almoçar.

Ao regressarmos à sala vermelha, a auxiliar teve a iniciativa de fazer um exercício

de correspondência de quantidades com as figuras geométricas. Foi uma atividade que

achei que as crianças estiveram bastante à vontade e até a aproveitarem para descontrair

enquanto a faziam.

ALMOÇO

Ao regressar à sala vermelha, as crianças estavam envolvidas na aula de música.

Estive a ajudar a educadora a avançar no projeto das silhuetas, colocando as fotografias

das crianças nas suas cabeças.

54

Quando a aula de música terminou, as crianças reuniram-se na mesa para se

dedicarem à história da fada dos dentes. Cada um começou por contar um bocadinho da

história, enquanto os outros continuavam à sua vontade.

Às 16h deu-se o momento do lanche, sendo seguido pela continuação da atividade

que estavam a desenvolver antes de ir lanchar.

49ª nota de campo

18/01/2017

O dia iniciou-se com uma reunião de conselho extraordinária. Esta reunião deveu-

se ao facto de existirem dois novos mapas a serem incluídos na sala. Um não lhes era

estranho, uma vez que se tratava do mapa da planificação da semana, mas que teve de ser

refeito. O outro mapa é novo, tratando-se da planificação diária onde se registou o que

iríamos fazer no dia.

Logo de seguida iniciaram-se as atividades com a germinação do milho. Estive

responsável por essa tarefa. Chamando dois a dois, juntei as crianças para colocarem um

bocado de algodão no fundo de um copo de plástico e, de seguida, colocarem o grão de

milho em cima do mesmo. Por fim, colocaram água deixando os copos em cima do

parapeito da janela. Repeti esta tarefa com todas as crianças da sala.

Enquanto isso, a auxiliar trabalhava com dois meninos no projeto dos dentes,

pintando cartão. E, ainda, a educadora ajudava algumas das meninas no projeto dos

fantoches (que surgiu pela história do dia anterior – as crianças queriam mostrar as suas

histórias às crianças da outra sala e surgiu a ideia de fazer um teatro de fantoches).

Depois de arrumarem todos os materiais foi o momento de irem para o almoço.

ALMOÇO

Ao regressar à sala vermelha, a auxiliar tinha as crianças reunidas na mesa e

estavam a falar sobre as partes do corpo. Ao chegarem à língua, chegaram algumas

curiosidades que a auxiliar acabou por tentar explicar com exemplos práticos.

Para isso, foi buscar alguns ingredientes para se fazer a prova dos mesmos e, assim,

perceberem o que é doce, o que é salgado ou amargo. E, também, a exploração das

texturas.

55

Quando esta atividade terminou, a educadora regressou da sua pausa de almoço e

iniciou-se, de novo, o projeto dos fantoches. Ajudei as crianças que tinham a vontade de

se dedicar àquele trabalho, enquanto a educadora ajudou outras que queriam fazer a

experiencia do vulcão. Deu-lhes autonomia para juntar os ingredientes estando apenas a

supervisionar.

50ª nota de campo

19/01/2017

Iniciou-se o dia com a planificação daquilo que queriam fazer neste dia. Depois de

se fazer a decisão e se dividirem pelos projetos, iniciaram-se as atividades.

Como um dos meninos trouxe livros sobre os animais da quinta, surgiu a ideia de

os meninos de três anos fazerem eles o projeto dos animais da quinta. Assim, depois de

verem o livro a educadora foi com eles procurar mais livros sobre o mesmo tempo.

Enquanto isso, as crianças que no dia anterior se tinham dedicado ao projeto dos

fantoches voltaram a dedicar-se a eles. Enquanto outras exploravam as áreas livremente.

Até que chegou o meio dia e todos foram almoçar.

Ao regressar à sala vermelha, a educadora expos a história “O dia em que os lápis

a casa” de Drew Daywalt e Oliver Joffers. As crianças estiveram bastante atentas ao que

a educadora lhe contava. No fim, cada um fez um desenho livre.

ALMOÇO

Ao regressar à sala, as crianças exploravam as áreas enquanto algumas terminavam

uma atividade de matemática que a auxiliar lhes tinha pedido para fazer. Às 15h iniciou-

se a aula de inglês e fomos com aqueles que não tinha esta atividade extra, para o

refeitório. As crianças estiveram a fazer construção de puzzles.

Quando terminou o inglês, todas as crianças foram lanchar e, no fim, regressaram

à sala para terem um período de contato com cinco crianças da sala lilás que vão passar a

frequentar a sala vermelha. Estas crianças têm três anos e vão ser incluídas no grupo que

agora existe na sala.

51ª nota de campo

56

23/01/2017

Quando cheguei à Creche & Aparece, as crianças já iam para o almoço. Tive uma

consulta no dia de hoje e só cheguei perto do meio dia. Assim que terminou o almoço, as

crianças regressaram à sala onde a educadora começou por registar numa cartolina

quantos dentes tinham caído a cada um dos meninos.

De seguida deu-lhes uma atividade que tinham de ligar em conjuntos de dois ou

três, os círculos que ela tinha desenhado na folha. Conforme iam terminando, começavam

a explorar as áreas.

ALMOÇO

Ao regressar, as crianças que não tinham inglês já estavam no recreio, pelo que me

juntei a eles e à auxiliar para realizar as atividades. Os meninos de três anos faziam

desenhos livres, enquanto o menino de cinco anos treinava os grafismos e a escrita com

uma carta que se irá enviar a um amigo.

Quando terminou o inglês, foram todos lanchar e, de seguida, regressamos à sala

para estar em contato com um coelho que a auxiliar tinha trazido no dia. De manhã já o

tinham feito e registado o que tinham visto através do desenho.

Deu-se um momento de exploração das áreas, enquanto alguns meninos

começavam a sair. Quando já estavam menos, a auxiliar dedicou-se novamente à escrita

das cartas para os amigos.

52ª nota de campo

24/01/2017

O dia iniciou-se com a aula de ginástica. A educadora estabeleceu o aquecimento

como o momento de danças para todos. Seguindo-se os exercícios: o primeiro onde

tinham de saltar a pés juntos para dentro de quatro arcos, o segundo onde rebolavam pelo

tapete, o terceiro onde colocavam os pés dentro de uns sacos para saltarem ao saco, o

quarto onde tinham de andar sobre andas, o quinto seria o de passar por cima das cadeiras

e, por fim, escorregarem por um pequeno escorrega.

57

A dado momento os cinco meninos da sala lilás que vão passar para a sala vermelha,

apareceram na sala para se dar o momento de integração. A educadora incluiu-os na aula

de ginástica sendo que, depois, juntou o grupo em duas mesas para brincarem com a areia

sinética.

Antes de irmos para o lanche, três crianças da sala vermelha quiseram explorar a

área das ciências comigo, para verem ao microscópio diversos elementos (parte da asa de

uma borboleta e pelo de coelho). De seguida fez-se o comboio para ir em direção do

refeitório para almoçar.

Ao regressarmos à sala vermelha, três crianças da sala rosa estavam lá presentes

(uma vez que já não fazem sesta) e a auxiliar explorava com as crianças se elas saberiam

o seu nome completo e a morada das suas casas.

ALMOÇO

A educadora estava a explorar o livro sobre o corpo humano que uma das crianças

trouxe naquele dia. Quando se terminou de explorar o livro, a educadora lembrou-se de

que ainda não tinha sido realizado o projeto dos fantoches neste dia.

Assim, começamos a tratar de fazer o fantocheiro que as crianças vão utilizar para

fazer a apresentação na sala rosa que deve acontecer amanhã. Depressa chegou a hora da

aula de música e, enquanto as crianças estavam dedicadas a esta atividade, eu e a

educadora adiantamos o fantocheiro.

Quando terminou a aula de música ainda se proporcionou às crianças alguns jogos,

sendo que logo de seguida foram para o refeitório lanchar.

Regressando à sala vermelha, a educadora começou por fazer um trabalho com os

meninos de três anos onde pintaram, com o auxilio de um rolo de papel, círculos.

Enquanto isso, as crianças de cinco anos faziam desenhos livres. Aproveitei para

continuar o trabalho do fantocheiro.

Ao final do dia, enquanto algumas meninas foram para a aula de dança, a auxiliar

trabalhou a ficha de autoavaliação com as crianças que ficaram na sala e não tinham

aquela atividade extra.

53ª nota de campo

58

25/01/2017

Depois de um momento de exploração das áreas e de arrumação e exposição na sala

de alguns trabalhos, deu-se um momento de integração das crianças da sala lilás onde se

desenvolveram algumas atividades.

Num primeiro momento houve tempo para a exploração das áreas, sendo que a

educadora e auxiliar juntaram as crianças na mesa. Começaram por fazer a experiencia

do vulcão, seguindo-se a das cores. Quando as experiencias terminaram, voltaram a

explorar as áreas, sendo que quatro meninos me pediram para irem para a área das

ciências ver no microscópio. Ajudei-os a colocar tudo operacional até que os deixar ver

aquilo que escolheram.

Quando este momento terminou, a auxiliar levou as crianças da sala lilás para o

almoço, enquanto a educadora conversou com as crianças da sala vermelha para as

preparar, também, para o almoço.

Ao regressarmos à sala depois da hora de almoço, a auxiliar reuniu as crianças na

mesa, para voltar a questioná-los sobre o nome completo e as moradas de cada um. Depois

disto, deu-se um momento de exploração das áreas.

A educadora regressou à sala (vindo de uma reunião) e a auxiliar ausentou-se para

ir à sua reunião. Enquanto ali ficamos, a educadora pediu-me para ir recortando algumas

imagens referentes à higiene oral. A auxiliar regressou à sala depois de terminar a sua

reunião e a educadora foi para a sua pausa de almoço. enquanto ali estive, a auxiliar e eu

trabalhamos com as crianças a pintura das imagens que tinha recortado.

ALMOÇO

Ao regressar à sala vermelha, as crianças continuavam a trabalhar sobre aquele

mesmo tema. Ajudei a educadora a realizar a atividade com as crianças de três anos,

enquanto havia exploração das áreas.

Enquanto ajudava a educadora com a organização de alguns trabalhos, as crianças

exploraram as áreas até à hora do lanche.

54ª nota de campo

26/01/2017

59

Quando cheguei à sala vermelha, notei que os meninos da sala lilás já se

encontravam lá. A educadora contava-lhes a história da Carochinha. A dado momento

começaram a chegar mais crianças e a educadora pediu à auxiliar que ligasse o quadro

interativo, uma vez que queria explorá-lo com as crianças de três anos que estavam agora

a ser incluídas na sala vermelha.

Enquanto começavam a explorar o quadro e as áreas da sala, eu e uma das meninas

que se voluntariou, começamos a decorar o fantocheiro. Um dos meninos acabou por se

juntar a nós para desenhar também algumas coisas.

A auxiliar e a educadora juntaram as crianças na mesa, para começar a construir o

esqueleto para ficar exposto na sala.

Quando chegou o meio dia, fomos para o almoço com todas as crianças.

Ao regressarmos à sala, com aqueles que não fazem a sesta, a auxiliar continuou a

montagem do esqueleto, enquanto as crianças exploravam as áreas e o quadro interativo.

Eu acabei por me dedicar a terminar os fantoches com a ajuda de duas crianças.

ALMOÇO

Ao regressar da minha pausa de almoço, as crianças que tinham inglês estavam na

sala, enquanto as outras se encontravam no refeitório a fazer desenhos. Por ali ficaram

até que terminou a aula de inglês, e voltamos para a sala. Antes de lanchar estiveram,

ainda, a brincar com a plasticina.

Depois do lanche, regressamos à sala e estiveram todos a explorar a areia cinética

enquanto os pais não chegaram.

55ª nota de campo

30/01/2017

O dia iniciou-se com a partilha individual de cada criança sobre o que tinham

realizado durante o fim de semana. A educadora registou o que cada criança de três anos

dizia e elas, de seguida, faziam a sua ilustração. A auxiliar fazia o registo das crianças de

cinco anos e ela, de seguida, copiavam as letras que compunham as frases e ilustravam.

60

De seguida, as crianças começaram a explorar as áreas, sendo que a educadora

chamou as crianças de três anos para fazerem o projeto dos animais da quinta. Cada um

pintou o seu copo de amarelo para, posteriormente, se ir fazer as galinhas. Enquanto as

crianças de três anos faziam isto comigo e a educadora, a auxiliar registava o que as

crianças de cinco anos queriam fazer no dia de hoje.

Depois de um momento de exploração das áreas, o meio dia chegou e fomos todos

para o refeitório para almoçar.

Ao regressar à sala vermelha, eu e a educadora começamos a recortar notas e

moedas de brincar para plastificar. As crianças de cinco anos juntaram-se a nós para

começarem a sua brincadeira de faz de conta, onde iam à mercearia comprar o que

queriam. Foi fácil perceber que, associaram a adição às moedas chegando mesmo a haver

um menino que disse: “um euro mais um euro, são dois euros”.

ALMOÇO

Ao regressar à creche & aparece, a auxiliar estava com os meninos que não têm

inglês no refeitório a fazerem desenhos. Assim foi até que o inglês terminou e nos

juntamos todos às crianças que estavam na sala. Depois d eum momento de exploração

das áreas, deu-se o lanche.

Depois do lanche, houve tempo para brincar com plasticina e nas áreas da sala.

56ª nota de campo

31/01/2017

O dia iniciou-se com a aula de ginástica dada pela educadora. Depois de um

primeiro momento de aquecimento com dança, a educadora passou aos exercícios que

tinha planeado para o dia: passarem por dentro de arcos sem tocar neles, saltar para dentro

de dois arcos a pés juntos e rebolar por cima do tapete.

Depois de todos realizarem este circuito de exercícios, a educadora proporcionou

um momento de relaxamento às crianças, sendo que neste momento duas crianças

chegaram atrasadas. É de salientar que, nestes momentos, em que se dá a chegada de

alguém atrasado ou quando os pais estão a chegar para os irem buscar, o grupo perde a

concentração daquilo que se está a passar.

61

Seguiu-se o almoço e, ao regressarmos à sala vermelha, a auxiliar começou a

trabalhar com algumas crianças a técnica de stencil em desenhos associados à higiene

oral. Enquanto essas crianças faziam esse trabalho, aquelas que já o tinham realizado

foram explorar as áreas.

ALMOÇO

Ao regressar à sala, a educadora estava a reunir as crianças na mesa para lhes contar

uma história. Naquele momento conseguiram ficar tranquilos, enquanto a educadora lhes

contava a história.

Assim que se terminou aquele momento, a educadora disse-lhes para formarem o

comboio, para irem lanchar. Depois de feita a higiene, a educadora e auxiliar começaram

a trazer os lanches para as crianças.

Ao voltar para a sala, as crianças estiveram a brincar com a areia cinética e a

explorar as áreas.

57ª nota de campo

01/02/2017

Até cerca das 11h30, as crianças da sala vermelha estiveram divididos por grupos.

As crianças de três anos dedicaram-se ao projeto das galinhas, estando a colar as asas das

galinhas (feitas a partir de formas de bolos). Enquanto elas faziam essa parte com a

auxiliar, eu estive a preparar as patas das galinhas com palhinhas.

Enquanto este projeto decorria, a educadora trabalhou com três crianças as silhuetas

que anteriormente tinha feito. Cada criança desenhou no seu corpo as veias e artérias,

fazendo o coração em papel vermelho. A educadora transmitiu-lhes a informação de

acordo com um livro que havia trazido.

Houve, ainda, crianças que aproveitaram o tempo para explorar as áreas.

A hora de almoço chegou e, depois de se fazer o comboio e ir fazer a higiene, todas

as crianças foram até ao refeitório.

Regressando à sala, a auxiliar esteve a trabalhar com eles no calendário do mês de

fevereiro, sendo este um dos instrumentos de regulação. Fizeram o balanço de que

62

atividades iam acontecer, já que vão haver saídas ao exterior e visitas de uma higienista

oral e uma escritora à Creche & Aparece.

Depois deste momento, as crianças sentaram-se na mesa de reunião e a auxiliar

começou a distribuir os copos com a germinação do milho que tínhamos feito. Depois de

lhes dar as folhas de registo, cada criança desenhou aquilo que observava naquele dia.

ALMOÇO

Ao regressar à sala vermelha, as crianças estavam reunidas na mesa, a trabalharem

as vogais. À medida que iam terminando, iam fazendo desenhos livres. As crianças de

três anos começaram a regressar da sesta, começando a explorar as áreas da sala.

Fui fazendo algumas tarefas que a educadora me pediu: coloquei o registo das

observações na parede, realizando, ainda, com duas crianças a observação que ainda não

tinham feito; legendei os autorretratos das crianças com os seus nomes.

Quando chegou as 16h as crianças formaram o comboio, indo com a educadora para

a casa de banho fazer a higiene. Deu-se o momento do lanche.

Para terminar o dia, a educadora deixou algumas atividades para as crianças

fazerem: colagem de figuras geométricas, desenhos, jogos de construções e exploração

das áreas.

Proporcionou-se, ainda, um momento de longa conversa entre a educadora e um pai

de uma das crianças, uma vez que houve um momento com um comportamento menos

apropriado, aquando a chegada do pai da criança em questão.

58ª nota de campo

02/02/2017

O dia iniciou-se com a educadora a contar às crianças da sala vermelha, a história

“A Galinha Ruiva” de António Torrado. Assim que terminou, pediu à auxiliar que

começasse a distribuir pasta de moldar para que as crianças construíssem algumas figuras

tridimensionais. Enquanto isso, eu cortei algumas palhinhas para que as crianças

pudessem fazer as suas figuras.

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Ficaram a parte da manhã em torno desta atividade, até que foi hora de fazer a

higiene e ir almoçar.

Ao regressarmos à sala, surgiu um novo projeto pedido por uma das crianças. A M.

queria saber qual o número que calçava. Assim, juntaram-se as crianças de cinco anos (já

que as de três foram fazer a sua sesta) para perceberem qual o número que cada um

calçava. Depois de verificarem todos os números, desenharam o formato do seu sapato

num papel para expor.

O projeto foi bastante espontâneo e logo houve bastante interesse das crianças para

o fazerem. Quando o terminaram, começaram a explorar as áreas e a registar o que

aconteceu no fim de semana.

ALMOÇO

Ao regressar à sala vermelha, as crianças que têm inglês estavam na sala e aquelas

que não tem esta atividade extra, encontravam-se no refeitório a fazer alguns desenhos e

construções.

Quando terminou o inglês, regressaram todos à sala e estiveram a explorar os livros

que a educadora colocou em cima da mesa para as crianças explorarem. Pouco tempo

depois formou-se o comboio para ir fazer a higiene e lanchar.

Voltando à sala vermelha, a educadora distribuiu folhas pelas crianças para que

fizessem desenhos. As de cinco anos com aguarelas e as de três anos com tintas.

Conforme foram acabando os seus trabalhos, começaram a explorar livremente as

áreas da sala.

59ª nota de campo

08/02/2017

O dia iniciou-se com alguma agitação, já que é dia da vinda de uma higienista oral

e dentista à sala vermelha. Soube que era tia de um dos meninos da sala. De forma a tentar

controlar todo aquele entusiasmo, a educadora reuniu-os na mesa para cantarem músicas

alusivas ao tema.

A dentista e a tia da criança chegaram pouco depois das 10h e, com isso, as crianças

conseguiram ficar atentas ao que se estava a passar. Depois de uma introdução e de um

64

momento explicativo do que eram os dentes, de que tipo de alimentos beneficiam ou

prejudicam a saúde oral e de como são formadas as cáries, as crianças assistiram a um

vídeo sobre o tema.

Quando aquele vídeo terminou, a higienista passou por todas as crianças para

escovarem um molde de dentadura em tamanho ampliado para aprenderem a escovar os

dentes.

Depois deste momento, à medida que iam terminando, as crianças começaram a

desenhar aquilo que se tinha passado naquela manhã. À medida que iam terminando

começaram a explorar as áreas. Enquanto ajudei a colocar as mesas para o almoço, soube

que algumas crianças se começaram a portar menos bem e a educadora levou algumas

para o recreio. Ao meio dia foram almoçar.

Ao regressar à sala, a educadora reuniu-os na mesa, começando a fazer uma

exposição sobre o corpo humano. Falando dele como se se tratasse de uma casa e o que

cada parte significava. Depois deste momento, as crianças começaram a explorar as áreas

e a educadora disse que, se eu quisesse poderia terminar o projeto da escova de dentes

que estava pendente.

Com a ajuda de duas crianças que se voluntariaram, ficamos numa mesa a pintar e

decorar a escova de dentes em tamanho grande que se tinha feito.

ALMOÇO

Ao regressar à sala, a auxiliar estava a tentar que as crianças arrumassem os

brinquedos com que já não estavam a brincar. Durante algum tempo foi complicado, mas

acabaram por começar a arrumar as coisas e a explorar as áreas de forma mais pacifica.

Às 16h fomos todos para o refeitório lanchar e, ao regressar de novo à sala, as

crianças dedicaram-se à exploração das áreas.

60ª nota de campo

09/02/2017

Quando cheguei à sala vermelha, as crianças escutavam atentamente uma história

que a educadora lhes contava. Já estava bastante avançada pelo que, assim que terminou,

a educadora avançou para a atividade seguinte.

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As crianças de cinco anos começaram por desenhar dois dentes em tamanho grande,

para que depois conseguissem recortar e colar alimentos que faziam bem e mal aos dentes.

Enquanto esta atividade decorria, as crianças de três anos que chegaram da outra sala,

foram ter a aula de inglês nessa sala.

Dedicou-se a manhã a toda aquela atividade, bem como à exploração das áreas.

Perto da hora de almoço, duas das meninas foram colocar a mesa para o almoço e, ao

regressarem à sala com a educadora, formaram o comboio para irem almoçar.

Depois do almoço, reunidos na mesa, a auxiliar começou a trabalhar com eles os

nomes coletivos. Notou-se que alguns deles já sabiam, visto que a educadora já tinha

trabalhado com eles aquela questão, quando estavam noutra sala. Cada uma das crianças

desenhou um animal que a auxiliar lhes atribuiu. De seguida, anunciavam qual o nome

coletivo e desenhavam o conjunto.

ALMOÇO

Voltando à sala vermelha, algumas das crianças estavam reunidas no refeitório, já

que na sala se encontravam as crianças que tinham inglês. Neste momento, a educadora

continuava a trabalhar com as crianças de cinco anos as questões dos nomes coletivos,

enquanto as de três faziam construções com legos e desenhos.

Quando terminou o inglês, regressamos à sala e as crianças foram uns minutos ao

recreio. Perto das 16h, a educadora chamou-os para a sala e fomos para o refeitório para

lanchar.

Assim que o lanche terminou, começaram a explorar as áreas na sala, até que às 17h

as crianças que chegaram da outra sala, que têm dança foram para a aula. Os restantes

estiveram a explorar a areia cinética e a pintura com aguarelas.

61ª nota de campo

10/02/2017

O dia iniciou-se com a continuação da atividade do dia anterior. Em que cada

menino tinha de recortar alimentos que faziam bem e mal aos dentes, a partir de folhetos.

De seguida, as crianças de cinco anos tinham de desenhar o seu próprio dente para, depois,

66

colarem os papeis que haviam recortado. Enquanto que as crianças de três anos colavam

logo nos exemplares que a educadora deixara preparados.

À medida que iam terminando a atividade, as crianças começavam a explorar as

áreas. O meio dia chegou e foram todos para o refeitório para almoçarem.

Ao regressar à sala vermelha, fiquei com uma auxiliar da creche, uma vez que a

educadora neste dia não pode estar presente. Contei-lhes a história d’ “A Galinha Ruiva”

e, depois, cada criança desenhou uma parte da história. À medida que iam terminando,

iam explorando as áreas. Fui almoçar quando a auxiliar chegou.

ALMOÇO

Quando cheguei à sala vermelha, a auxiliar falava com as crianças para lhes explicar

que havia certas coisas que não podiam fazer que, ao que percebi, foram feitas na minha

ausência. Enquanto algumas crianças estavam à mesa, havia outras a explorar as áreas.

A hora do lanche chegou e, depois de terminado, regressamos à sala para dar inicio

à atividade da mão esquerda e mão direita. Cada criança contornou uma das suas mãos,

pintando a outra para deixar a marca no papel. Enquanto isso as crianças de três anos

dedicavam-se à areia sinética.

62ª nota de campo

13/02/2017

O dia iniciou-se com uma história sobre “A Quinta”. Onde a educadora contou às

crianças da sala vermelha as mais diversas coisas sobre os animais da quinta (porcos,

ovelhas, cabras, bois, patos, galos e galinhas), bem como sobre os instrumentos utilizados

numa quinta e o que se produz. Tudo isto porque, na próxima quarta-feira dia 15/02/2017,

iremos realizar uma visita de estudo à Quinta Pedagógica dos Olivais.

Quando esta atividade terminou, a educadora dividiu as crianças em grupos.

Deixou, sobretudo, as crianças de três anos a desenharem livremente, enquanto que

algumas crianças de cinco anos começaram a fazer, comigo, os preparativos para os fatos

para o desfile de carnaval. Depois de encher um balão, as crianças com a minha ajuda

começaram a colocar tiras de jornal com cola sobre o mesmo.

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A hora de almoço chegou e, depois de tudo arrumado, fomos todos para o refeitório

para almoçar.

ALMOÇO

Quando regressei à sala vermelha, a auxiliar trabalhava com as crianças o registo

do fim de semana. De seguida, pediu-me se poderia continuar o trabalho da manhã. com

duas crianças, dedicamo-nos a fazer mais um balão.

A educadora, entretanto, regressou da sua hora de almoço, decidindo dividir as

crianças pelas áreas, enquanto continuava a fazer os balões com as crianças. Perto das

15h arrumamos tudo, para se dar inicio à aula de inglês.

No refeitório, com as crianças que não têm esta atividade, retomamos a tarefa dos

balões. Enquanto isso as crianças de três anos faziam construções. Quando a aula de

inglês terminou, fomos até à sala para reunir as crianças e trazê-las para o refeitório para

lanchar.

Depois do lanche, houve tempo para uma dramatização da história da carochinha,

seguido de um momento de exploração das áreas e, por fim, algumas atividades de escrita

e matemática para as crianças de cinco anos que ainda ficaram na sala (4).

63ª nota de campo

14/02/2017

O dia iniciou-se com a aula de ginástica dada pela educadora. Hoje dedicou-se aos

vários estilos musicais e à dança. Assim, durante perto de 45 minutos, as crianças da sala

vermelha dançaram livremente, bem como seguindo algumas coreografias de ballet e hip

hop.

Quando a aula de ginástica terminou, as crianças foram divididas em pares para se

continuar a preparar os fatos do carnaval. Em grupos de três, foram colocando tiras de

jornal com cola por cima do balão para fazer as cabeças dos golfinhos.

À medida que iam terminando, as crianças iam para as áreas explorando-as

livremente. Perto das 11h30 duas meninas que se voluntariaram foram colocar a mesa

para o almoço com a minha ajuda. Seguiu-se a hora de almoço e, quando terminou, as

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crianças de três anos foram fazer a sesta enquanto as de cinco regressaram à sala com a

auxiliar.

ALMOÇO

Ao regressar à sala vermelha, as crianças estavam divididas entre a mesa de reunião

e as áreas. Enquanto umas exploravam as áreas, outras trabalhavam na mesa as vogais

manuscritas.

A educadora regressou da sua hora de almoço, reunindo as crianças na mesa. Por

se tratar do dia dos namorados, a educadora deu a cada criança um coração e uma folha

com vários corações para puderem pintar livremente.

Perto das 15h começou a preparar-se a sala para a aula de música. Enquanto

decorreu a aula de música, ajudei a educadora a colocar os trabalhos das crianças, que

estavam por dividir, nas capas de cada um.

Quando terminou a aula de música, a educadora formou a fila para irem fazer a

higiene das mãos e prepararem-se para o lanche.

No resto do dia, houve tempo para fazer a adaptação de uma nova criança à sala

vermelha, num momento em que todas as crianças estavam a explorar as áreas. Notou-se

que o grupo ficou bastante descontrolado.

64ª nota de campo

15/02/2017

Hoje o dia começou mais cedo. As crianças da sala vermelha tiveram um passeio o

que fez com que tivesse de chegar para cedo para partirmos. Às 9h30 todas as crianças da

sala vermelha já se encontravam na sala, prontas para sair.

De autocarro, dirigimo-nos à quinta pedagógica dos olivais. Como as crianças de

três anos exploravam o projeto dos animais da quinta, nada melhor que ver esses mesmos

animais no seu meio. Ao longo da visita, foram vendo pavões, burros, coelhos, porcos,

vacas, patos, cavalos, galinhas e galos, entre outros animais.

No fim da visita à quinta tiveram, ainda, a oportunidade de participar num atelier

de tosquia da lã. Onde viram um pequeno vídeo de como se procedia à tosquia, à lavagem

da lã e a todo o processo para a tornar aquilo que quiserem.

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Saímos da quinta pedagógica perto das 11h30, em direção de uma clínica dentária

que existia ali perto. Um familiar de um dos meninos trabalha nesta clínica, pelo que nos

foi possível fazer esta visita. Durante a visita, puderam ver como é um gabinete de dentista

e todos os instrumentos que este tem à sua disposição.

Às 12h30 regressamos à creche. O almoço foi mais rápido que o costume, pois todas

as outras crianças já tinham almoçado e as crianças de três anos iriam precisar de se

despachar para, também elas, fazerem as suas sestas. Já se começava a notar que estavam

impacientes.

Ao regressar à sala, as crianças de cinco anos aproveitaram o momento para fazerem

um desenho da quinta. Com todos os animais que tinham visto naquela manhã.

ALMOÇO

Ao regressar à sala vermelha, as crianças estavam a explorar as áreas e a educadora

preparava-se para ir buscar papel de cenário. Depois de o ir buscar, começou-se a

desenhar o esquema da quinta e onde tinham visto cada animal.

Depois desse momento, as crianças tiveram oportunidade de ouvir algumas músicas

alusivas ao tema da quinta, até que chegou a hora do lanche.

A seguir ao lanche, regressamos à sala e as crianças exploraram livremente as áreas.

65ª nota de campo

20/02/2017

O dia iniciou-se com o registo do fim de semana. As crianças de três anos fizeram

um desenho de acordo com o que disseram à educadora. Enquanto que as crianças de

cinco anos copiavam as letras que a auxiliar fazia.

Depois de terminar o registo do fim de semana, as crianças começaram a explorar

as áreas e, algumas, a ajudar na execução dos fatos de golfinho para o carnaval. Depois

de algum tempo em torno desta atividade, as crianças tiveram um tempo para irem brincar

ao recreio.

Perto das 12h, formaram um comboio para irem almoçar.

70

Ao regressar à sala, retomou-se o trabalho dos fatos dos golfinhos. Cada criança

ajudou a pintar a parte da cabeça que lhes correspondia. Enquanto isso, haviam crianças

a explorar as áreas.

ALMOÇO

Ao regressar à instituição, a auxiliar estava com as crianças que não tinham inglês

no refeitório. As crianças faziam construções e alguns desenhos. Quando a aula de inglês

terminou, regressamos à sala e a educadora tentou mantê-los na mesa, para depois formar

um comboio para irem lanchar.

Depois do lanche, houve tempo de regressar ao recreio para ouvirem uma história

e brincarem.

66ª nota de campo

21/02/2017

Ao chegar à sala vermelha, a aula de ginástica já estava a ser dada pela educadora.

As crianças aqueciam os membros do corpo, através da dança. A educada pediu-me se

lhe terminava as cabeças de golfinhos e assim o fiz. Comecei por terminar aquelas que

faltavam enquanto a aula de ginástica decorria.

Quando a aula terminou, as crianças relaxaram durante alguns minutos, sendo que

no fim acabaram por ir para o recreio com a auxiliar e comigo. Voltei à sala com

verificando que a educadora estava a recordar os moldes para os fatos das crianças.

Ajudei-a a contar aqueles que já tinha e aqueles que ainda lhe faltavam.

As crianças regressaram à sala e, enquanto a educadora terminou de recortar os

fatos, eles mantiveram-se sentados a ver o que estava a fazer. Por fim, quando já estavam

todos os fatos recortados, juntei as mesas no centro da sala e as crianças sentaram-se.

A educadora colocou uma música sobre boas maneiras e, no momento em que

surgiu a palavra “parabéns” a educadora colocou a música em pausa e cantaram-me os

parabéns, por ser o meu dia de anos.

Quando retomou a música, chegou uma criança e a educadora manteve-se um pouco

em conversa com a mãe da mesma. O meio dia aproximava-se e a educadora formou o

comboio para irem fazer a higiene e almoçar.

71

Ao regressar à sala vermelha, todas as crianças respeitaram o que a educadora lhes

pediu: que a ajudassem a ela e a mim. Enquanto uns me ajudavam a pintar as cabeças dos

golfinhos, outros brincavam mas sem se aproximar da zona onde estava a educadora a

fazer o forro dos fatos. Depois de recortado o plástico com a forma de golfinho, a

educadora esteve depois de almoço a recortar sacos de plástico preto para colocar entre

dois pedaços de plástico cinzento, como se fosse um forro. Futuramente, esse espaço entre

o forro preto e o plástico cinzento será preenchido por dracalon.

Passamos a hora de almoço da auxiliar em torno destas duas atividades. Quando foi

o momento da troca entre a auxiliar e a educadora, eu também saí não regressando por ter

aproveitado para ter o resto da tarde de folga.

67ª nota de campo

22/02/2017

O dia iniciou-se com a adaptação de uma nova menina à sala vermelha. O tempo da

manhã foi, por isso, passado entre proporcionar momentos de convívio entre as crianças

nas diferentes áreas e a continuação da preparação dos fatos de carnaval.

As crianças foram, ainda, ao recreio brincar, enquanto eu estive a ajudar a

educadora com a questão de por as mesas para o almoço. Até ao meio dia, as crianças

estiveram ainda a ouvir algumas musicas de Maria Vasconcelos. Ao meio dia deu-se a

hora de almoço.

Ao regressarmos à sala vermelha, a menina que hoje chegou foi-se embora com a

mãe e eu fui para a sala cor-de-rosa para adormecer as crianças de três anos, uma vez que

as crianças que costumam estar naquela sala, hoje foram a uma visita de estudo e ainda

não tinha chegado ninguém que ficasse com eles. Quando chegou a educadora à sala,

regressei à sala vermelha, ajudando a educadora com o enchimento dos fatos com

dracalon.

ALMOÇO

Ao regressar à sala vermelha, as crianças estavam a explorar as áreas, sendo que

houve um momento em que uma das meninas não concordou com o que a auxiliar lhe

72

disse, gerando um momento de tensão. A educadora, entretanto, chegou e depois de

vestiram as batas, fomos com eles para o lanche.

A seguir ao lanche regressamos à sala vermelha, depois de vestirem os casacos,

para irem ensaiar com as crianças da sala verde e sala cor-de-rosa, o que tinham de realizar

no desfile de carnaval a decorrer no dia 24/02/2017.

Deu-se, de seguida, um momento em que estiveram todos a brincar, enquanto eu e

a educadora continuamos a encher os fatos e a adiantar trabalho.

68ª nota de campo

23/02/2017

O dia passou-se em torno dos preparativos para o desfile de carnaval. As crianças

estiveram, maior parte do tempo, na exploração das áreas e a auxiliar-nos nas tarefas que

fazíamos. Terminar os fatos de golfinhos, pintar o barco para levar para o desfile e

experimentarem, cada um, o seu fato.

Tivemos, ainda, de realizar três fatos de golfinhos para mim, a educadora e a

auxiliar. Pois também precisaríamos de estar caraterizadas para os acompanhar no desfile.

Foi um dia bastante desafiante, pois algumas coisas estavam bastante atrasadas e

tiveram de ser feitas em tempo recorde para que, amanhã, tudo estivesse pronto pela

manhã para o desfile.

69ª nota de campo

24/02/2017

Cheguei à creche perto das 9h15 para ajudar a educadora e a auxiliar a vestir as

crianças. Cada uma foi com o seu fato e, depois de tudo preparado, as três salas de creche

juntaram-se para rumar até à FIL para o desfile de carnaval.

Fomos das primeiras escolas a chegar e, como tínhamos crianças com três anos,

fomos os segundos a atuar, logo a seguir a uma escola profissional que fez o número de

abertura.

Depois de terminar o nosso desfile regressamos à creche e eu fui-me embora por

ter aula na faculdade. Soube, mais tarde, que tínhamos ficado em terceiro lugar.

73

70ª nota de campo

27/02/2017

As crianças da sala vermelha encontravam-se, na sua maioria, fantasiadas com

disfarces de carnaval escolhidos por eles. O dia decorreu com grande normalidade, mais

brincadeiras que o habitual mas mantendo sempre as rotinas de almoço e lanche.

Houve, ainda, tempo para fazer desenhos alusivos ao carnaval e para a exploração

das áreas.

71ª nota de campo

28/02/2017 a 03/03/2017

Estes dias foram passados em torno da celebração do carnaval e na realização de

experiencias. Foi complicado de fazer notas de campo de cada dia, por se tratar de uma

semana em que nos primeiros dias só houve carnaval e, depois, só houve experiencias.

72ª nota de campo

06/03/2017

O dia iniciou-se com a preparação para a celebração do dia do pai. As crianças

fizeram desenhos do seu próprio pai em pedaços de cartolina. Essa cartolina, depois, seria

coberta com uma folha branca a formar uma bata de cientista.

Depois de terminar os desenhos, as crianças exploraram as áreas da sala até ser hora

de almoço.

ALMOÇO

Ao regressar à sala, as crianças que não tinham inglês foram para o recreio com a

educadora para ouvir uma história e eu acabei por ficar a terminar as dobragens das folhas

brancas para todos os cartões das crianças.

74

Quando terminou o inglês, as crianças que estavam na sala juntaram-se a nós e até

à hora do lanche estiveram no recreio a brincar.

Voltamos para a sala para formar o comboio, indo lanchar logo a seguir. Depois do

lanche, regressaram à sala para explorar as áreas.

73ª nota de campo

07/03/2017

O dia iniciou-se com a aula de ginástica no exterior. Depois de alguns exercícios de

aquecimento (corridas e alongamentos), a educadora preparou um circuito de exercícios

para as crianças (equilíbrio e saltos). A aula terminou e acabaram por ficar algum tempo

no recreio a brincar, até que voltaram à sala para irem almoçar.

Ao regressarmos à sala, depois do almoço, começamos a fazer experiencias com

gesso para ver se se conseguia fazer a forma da mão para entregar como prenda aos pais

no dia do pai. Depressa se percebeu que só o gesso não iria dar, pois a massa ficava

bastante mole e sem consistência para se aguentar firme.

Avançou-se com o projeto do corpo humano, completando as silhuetas com

elementos do corpo humano decidido pelas crianças. Enquanto umas faziam isso com a

educadora, mantive-me com as restantes que ainda não tinham realizado o seu cartão para

o dia do pai.

ALMOÇO

Regressei à sala e começamos a por as mesas no exterior para que se lanchasse lá

fora. As crianças, claro, mostraram-se bastante entusiasmadas e, também, mais calmas na

hora de fazer o comboio para saírem para o recreio.

Depois de lancharem, alguns aproveitaram que as mesas estavam no exterior para

fazer desenhos, enquanto outros foram para o parque.

74ª nota de campo

Semana de 13/03/2017 a 17/03/2017

75

A semana foi toda dedicada a trabalhos alusivos ao dia do pai. Começando com o

desenho em aguarelas do pai para expor na sala no dia em que se vai celebrar o dia do pai

na creche, passando pela experiencia da mão e de terminar os cartões.

Na sexta feira fomos ao Meo Arena para assistir ao Disney On Ice, onde as crianças

puderem ver das suas histórias preferidas (Frozen) em patinagem no gelo.

75ª nota de campo

20/03/2017

Passamos o dia a preparar a atividade do final de tarde. Terminando de pintar as

prendas que as crianças ofereceram aos pais, embrulhando-as e colocando tudo em

exposição que as crianças fizeram.

Perto das 17h, os pais das crianças começaram a chegar para o workshop de ciências

que tinham à sua espera. Em cada mesa havia uma experiencia que fizeram com os seus

filhos que estavam com as suas batas de cientistas.

76ª nota de campo

21/03/2017

O dia começou com a aula de ginástica, com dança incluída. Houve espaço para um

percurso de exercícios de equilibro, saltos e coordenação. Depois da aula de ginástica, as

crianças foram para o recreio, até que foi hora de irem almoçar.

Depois de almoço, a educadora explorou um pouco das contas de subtração com as

crianças, subtraindo sempre um elemento aos que tinha na mão. Depois deste momento,

as crianças começaram a explorar as áreas.

ALMOÇO

Quando regressei à sala vermelha, estava na hora de irem lanchar, uma vez que a

aula de música iria começar às 16h e essa é a hora em que, normalmente, saem da sala

para lanchar. Saindo mais cedo, as crianças acabaram por fazer menos conflitos uma vez

que alguns meninos ainda se encontravam a acordar nas outras salas.

76

Depois do lanche, regressaram à sala para a aula de música.

77ª nota de campo

07/04/2017

Começou-se o dia com uma reunião de conselho. A educadora fez o levantamento

dos projetos que as crianças tinham pedido, mais um que tinha surgido no começo do dia.

Um dos meninos trouxe uma torre Eiffel em miniatura e queria fazer um projeto sobre

isso. A educadora, aproveitou o momento para lhes perguntar se queriam saber para onde

vai o lixo. Depressa houve várias perguntas e as crianças foram divididas logo de seguida.

Os de três anos ficaram comigo a desenhar os seus ovos da Páscoa, os que queriam fazer

o projeto da torre Eiffel ficaram com a educadora e os restantes com a auxiliar a fazer

desenhos livres.

Quando as crianças de três anos terminaram os seus desenhos, pouco tempo depois

saíram da sala para a aula de inglês. A educadora aproveitou esse momento para me

entregar uma folha de planificação de projeto para fazer com aqueles que queriam

explorar o tema “Para onde vai o lixo?” e juntei-me com algumas das crianças que

começaram a questionar-me sobre aquele tema.

Depois deste momento, ficaram a ver vídeos sobre a torre Eiffel, até que as crianças

de três anos regressaram e foram todos para o recreio. Perto das 11h3 fui com três crianças

colocar a mesa para o almoço.

Ao meio dia formou-se o comboio para fazer a higiene e irem almoçar.

Regressando à sala vermelha, as crianças de cinco anos estiveram a desenhar os

seus ovos da Páscoa, fazendo, também, coelhos para decorar a sala.

ALMOÇO

Regressando à sala vermelha, as crianças que tinham inglês estavam fora da sala

(passaram a ter o inglês num gabinete) e os que não tinham, exploravam as áreas. Quando

os do inglês regressaram, foi tempo de começar a arrumar a sala para irem lanchar.

Depois do lanche, houve tempo para irem ao recreio brincar.

78ª nota de campo

77

17/04/2017 - 28/04/2017

Durante estas duas semanas foi bastante difícil de realizar notas de campo diárias,

uma vez que nos dedicamos à preparação do dia da mãe. Durante a primeira semana,

estive apenas com a educadora e dedicamo-nos à conceção dos postais para entregar às

mães, com as crianças de cinco anos. ainda nessa semana, avançou-se com o projeto da

torre Eiffel, onde as crianças aproveitaram para ver vídeos sobre a mesma.

Na segunda semana, eu e a auxiliar dedicamo-nos a terminar os retratos das mães e

a fazer os postais com as crianças de três anos.

No dia 26/04/2017 reuni as crianças em três grupos depois de me disserem com que

ecoponto é que queriam ficar. Depois de entregar uma folha colorida a cada grupo, de

acordo com as cores dos ecopontos, entreguei-lhes folhetos de supermercados para que

recortassem aquilo que podiam e o que não podiam colocar nos ecopontos.

Depois de realizada esta tarefa, coloquei uma caixa de cartão grande junto da mesa,

começando por dividi-la em três. As crianças depressa perceberam que seria para os três

ecopontos e deram a ideia de fazer a abertura para cada um dos ecopontos. Depois de tudo

pronto, pintaram os ecopontos com as respetivas cores, colando a informação que tinham

nas folhas no ecoponto a que diz respeito. Notei que, desde o primeiro momento em que

lhes comecei a falar da atividade, demonstraram estar com bastante interesse e

participativos.

79ª nota de campo

02/05/2017 – 04/05/2017

A educadora regressou das suas férias e começamos logo a preparar os materiais

para a prenda do dia da mãe. Recortei 21 telas com 30cmx20cm para que as crianças

pudessem fazer um desenho livre para entregarem como prenda às mães.

Nesta semana, na terça-feira um dos pais de uma das crianças, por ser professor de

educação física, combinou com a educadora em ir dar a aula de ginástica naquele dia. Foi,

nesse momento, que me dediquei ao recorte das telas. Na quarta-feira, uma mãe foi à sala

fazer atividades de matemática com as crianças.

Com a semana terminada, as crianças tinham os presentes das mães prontos para na

segunda feira as receberem lá na escola.

78

79ª nota de campo

08/05/2017

O dia foi passado em torno da decoração da sala para a celebração do dia da mãe, a

embrulhar as últimas prendas e a preparar a sala para as receber. À semelhança do que

aconteceu no dia do pai, com o workshop das ciências, no dia da mãe aconteceu o

workshop das artes.

Em cada mesa havia um pintor com uma obra sua a acompanhar e, crianças e mães,

tinham de fazer a sua representação das mesmas de forma livre. Foi mais um momento

de ligação entre a família e a escola que, a meu ver, foi muito bem-sucedido.

1

Anexo II – Guião de Entrevista

Tema: O Movimento da Escola Moderna na Sala Vermelha da Creche & Aparece

Objetivos: conhecer o percurso do entrevistado e a sua perceção da sala vermelha;

compreender o funcionamento da sala; e analisar o papel do Movimento da Escola

Moderna na sala

Data:

Local:

Duração:

Blocos Objectivos específicos Questões Tópicos

orientadores

A –

Legitimação

da entrevista

- Recordar objectivos da

entrevista.

- Garantir a

confidencialidade e o

anonimato.

- Pedir autorização para

gravar (relembrar).

- Informar da duração da

entrevista.

- Esta entrevista é

realizada no âmbito do

relatório de estágio

inserido no Mestrado de

Educação e Formação,

na especialidade de

Desenvolvimento

Social e Cultural, e tem

como objetivo…

- Se pretender

poderemos manter o

anonimato desta

entrevista, sendo ela

utilizada para fins

académicos

- Posso fazer a gravação

áudio da entrevista?

- Esta entrevista terá a

duração de mais ou

menos 45 minutos

B – A sala

vermelha da

Creche &

Aparece

- consolidar informação

sobre a sala vermelha

- Quando é que se inicia

a preparação de um ano

letivo, enquanto

educadora de infância?

- O projeto educativo da

sala é fixo? Ou podem

haver alterações ao

longo do ano?

- Planificações

2

- Conhecer o percurso do

entrevistado

- Há quanto tempo se

encontra a trabalhar na

Creche & Aparece?

- Qual o seu percurso

académico e

profissional?

- licenciatura,

mestrado, pós

graduação

C – Análise

conceptual

- Percepção do

entrevistado em relação

ao modelo educativo da

Escola Moderna

- Espaço da sala

vermelha

- O tempo na sala

vermelha

- O que entende por

Movimento da Escola

Moderna?

- Quando se deu o

primeiro contato com o

MEM? E quando

começou a aplicá-lo?

- Como é que vê o

papel deste movimento

na sala vermelha?

- Que instrumentos de

pilotagem utiliza? E

como faz a sua

avaliação dos mesmos?

- Que áreas tem na

sala? Qual a razão da

sua escolha?

- Na sua perspetiva, que

importância é que a

organização do espaço

e dos materiais tem para

a criança?

- Pode descrever uma

rotina diária e semanal

típica da sala?

- Até que ponto existe

flexibilidade nestas

rotinas?

- princípios,

valores e

orientações

- Processos de

avaliação

- Quais são os

objetivos de

cada tempo do

dia

3

- O papel dos

partcipantes

- Qual o papel das

crianças, da educadora

e da auxiliar?

- No modelo

pedagógico do MEM a

gestão curricular

realiza-se em

cooperação. Como é

que envolve as crianças

nestas atividades?

- Qual é o papel dos

pais e famílias?

- Que avaliação faz do

trabalho realizado até

ao momento? O que

corre melhor? O que

poderia ser melhorado?

D –

Finalização

da Entrevista

- Saber se o entrevistado

tem alguma questão.

- Saber se o entrevistado

quer acrescentar alguma

informação.

- Agradecer a

disponibilidade.

- Quer colocar alguma

questão?

- Quer acrescentar

alguma informação?

- Obrigada pela sua

colaboração!

1

Anexo III – Entrevista à Educadora

1. Quando é que se inicia a preparação de um ano letivo, enquanto educadora de

infância?

Na minha humilde perspetiva o ano letivo inicia-se desde o momento da adaptação de

cada criança, onde se procura conhecer cada uma, os seus interesses e necessidades.

Depois basta ir ao encontro desses seus interesses e necessidades, mas para tal é

importante que a organização do espaço educativo, da planificação semanal, do plano

diário...que toda a dinâmica da sala seja realizada com a criança, com o grupo e que o

educador seja um mediador e não esteja o "poder" centrado (no educador), mas que esse

"poder" seja partilhado com as crianças.

2. O projeto educativo da sala é fixo? Ou podem haver alterações ao longo do

ano?

O Projeto da sala como se pode verificar não tem qualquer tema, mas sim linhas

orientadoras fundamentadas nas Orientações Curriculares para a Educação Pré escolar. A

atividade de aprendizagem requer um clima de "expressão livre" alicerçado pelo grupo,

nas experiências de vida e ideias das crianças. Neste sentido, a vida das crianças constitui

o ponto de partida para os educadores alargarem as competências de comunicação e a

aprendizagem das crianças.

3. Há quanto tempo se encontra a trabalhar na Creche & Aparece?

Eu encontro-me a trabalhar há três anos na Creche&Aparece.

4. Qual o seu percurso académico e profissional?

Eu licenciei-me em 2004 e comecei logo a trabalhar nesse mesmo ano letivo. Desde

então, ainda não parei. Poderei dizer que já tenho treze anos de serviço e ainda tenho

muito para aprender. A minha preocupação foi desde sempre realizar várias formações de

modo a realizar cada vez melhor o meu trabalho. Também tirei uma pós-graduação em

2

Educação Especial, porque considero que o Educador de Infância não tem formação

suficiente para aprender a lidar com determinadas patologias que possam surgir na sua

sala. Há dois anos tirei uma oficina de iniciação ao Modelo Pedagógico do Movimento

da Escola Moderna, pois o Colégio segue este modelo pedagógico e por iniciativa própria

fui a primeira a tirar esta formação. No ano seguinte, tirei o estágio do modelo Pedagógico

do Movimento da Escola Moderna. Acredito que este modelo é sem dúvida o que marca

a diferença para uma educação de qualidade das nossas crianças e com o qual me

identifico, embora claro ainda tenha muito que aprender.

5. O que entende por Movimento da Escola Moderna?

O Movimento da Escola Moderna centra-se num conjunto de profissionais que procura

estar sempre em formação, que tem consciência da importância da partilha de

experiências profissionais, vivencias e conhecimentos adquiridos para o sucesso do

ensino. Afinal um educador de infância que vive isolado na sua sala com o seu grupo,

torna-se mais "limitado", do que aquele que partilha as suas vivências num grupo, onde

existe partilha, opiniões, conhecimentos. As crianças têm um ensino com maior qualidade

e o educador de infância também se torna um melhor profissional.

O Modelo do MEM é aquele que sublinha que as crianças devem ser iniciadas em

diferentes literacias que incluem, não somente os conteúdos (conceitos, saberes-fazer e

conhecimentos), mas também os processos e instrumentos usados nas diferentes áreas

(artes, ciências e humanidades). Este modelo dá também importância a que as crianças

adquiram controlo sobre os processos de aprendizagem, tomando consciência dos passos

constituintes de um processo (projeto) para a obtenção de um resultado ou produto.

Assim, o conhecimento constrói-se pela consciência do percurso da própria construção.

Em conclusão, este modelo propõe um currículo baseado em problemas, situações com

as quais a criança se depara no seu dia a dia e motivações da vida real, apresentados de

modo funcional e pragmático.

3

6. Quando se deu o primeiro contato com o MEM? E quando começou a aplicá-

lo?

O meu primeiro contacto como o Modelo do MEM, ocorreu com a oficina de iniciação

ao modelo pedagógico do MEM e desde essa altura fui colocando em prática, à medida

que ia aprendendo...

7. Como é que vê o papel deste movimento na sala vermelha?

Este modelo vai ser sem dúvida aquele que irei implementar no meu dia a dia, pois é

sem dúvida o melhor para as crianças e foi este o seu papel na sala vermelha, contribuindo

para o sucesso das aprendizagens.

8. Que instrumentos de pilotagem utiliza? E como faz a sua avaliação dos

mesmos?

Os instrumentos de pilotagem ajudam o educador e as crianças a orientar/regular

(planear e avaliar) o que acontece (individualmente e em grupo).

Estes instrumentos são os seguintes:

- Mapa de presenças - onde as crianças registam a sua presença e avaliam quem faltou

mais durante o mês ou foi mais assíduo.

- Mapa de atividades - antes de começar a trabalhar as crianças planeiam e registam as

suas áreas de trabalho. Cada criança coloca uma bola na sua área escolhida e depois se

terminou o seu trabalho pinta a bola toda por dentro, mas se ainda não finalizou pinta só

metade da bola. Este é a forma que permite a avaliação do mapa.

- Diário do grupo - este mapa é onde se realiza o registo semanal de incidentes, do que

querem fazer, relatos de conflitos ou acontecimentos...É composto por quatro colunas:

"Não gostamos", Gostamos", "Fizemos" e "Queremos". Cada criança poderá fazer o seu

registo no mesmo ou pedir ajuda ao adulto para escrever. No fim da semana, durante a

reunião de Conselho de sexta-feira, são analisados e discutidos os conteúdos por todo o

grupo. É neste momento que se definem regras, organiza a semana, decidem-se projetos

onde todos partilham!

Também tínhamos o mapa de tarefas, o mapa do tempo e o calendário, onde

registávamos a data.

4

9. Que áreas tem na sala? Qual a razão da sua escolha?

As áreas da sala são: área da escrita, área da matemática, área das ciências, área da

biblioteca, área expressão plástica, área da informática, área da casinha e área da garagem.

As áreas foram surgindo tendo em conta os interesses das crianças.

10. Na sua perspetiva, que importância é que a organização do espaço e dos

materiais tem para a criança?

Uma vez que procuro a gestão cooperada da vida do grupo e do currículo, a gestão do

espaço e dos materiais é realizada em conjunto com o grupo recorrendo aos instrumentos

de pilotagem de modo a que as crianças sejam autónomas e responsáveis pela gestão do

espaço e dos materiais.

11. Pode descrever uma rotina diária e semanal típica da sala?

O tempo está dividido em dois tempos distintos: a manhã e a tarde.

A manhã destina-se ao trabalho de projeto, onde estão integradas as atividades

escolhidas pelas crianças. A parte da tarde é destinada ao trabalho curricular

comparticipado pelo grupo e as sessões de animação cultural, sessões dinamizadas por

convidados, pelas crianças ou pela educadora. É claro que se os convidados só tiverem

disponibilidade de manhã a visita se realizará de manhã (è flexível).

A existência de uma rotina (flexível) permite o desenvolvimento de uma forma gradual

e natural, de noções temporais, adquirindo a consistência de dia, semana e mês. À sexta-

feira realizamos a nossa reunião de Conselho, onde refletimos sobre a semana, o que já

foi feito, o que falta terminar, o que gostaríamos de trabalhar, as regras do grupo, as

responsabilidades, as tarefas...

12. Até que ponto existe flexibilidade nestas rotinas?

Como já referi, este modelo parte do interesse das crianças, daí as rotinas serem

também flexíveis.

5

13. Qual o papel das crianças, da educadora e da auxiliar?

Todos têm um papel importante na vida do grupo e na construção das aprendizagens.

14. No modelo pedagógico do MEM a gestão curricular realiza-se em cooperação.

Como é que envolve as crianças nestas atividades?

Uma vez que as crianças têm um papel ativo no dia a dia do grupo, elas estão sempre

envolvidas, pois tudo parte dos seus interesses, motivações de vida, preocupações,

vivencias...

15. Qual é o papel dos pais e famílias?

Outra ideia é que a aprendizagem e o desenvolvimento são intrinsecamente sociais daí

o papel importante das famílias e da comunidade para validação dos conhecimentos. De

forma direta as famílias envolvem-se nos projetos das crianças. No desenvolvimento

cultural da criança o espaço escolar está sempre aberto às famílias e comunidade

envolvente.

16. Que avaliação faz do trabalho realizado até ao momento? O que corre

melhor? O que poderia ser melhorado?

Este ano foi sem dúvida atípico, uma vez que iniciei metade do grupo com crianças de

cinco anos e depois em janeiro recebi a outra metade constituída por um grupo de crianças

de três anos. Ainda, tive sempre adaptações e integrações ao longo de todo o ano letivo,

além de que a auxilia faltou constantemente ao longo do ano, tendo tido apoio de outras

auxiliares, o que condicionou a estabilidade de todo o grupo. No ano anterior tive um

grupo estável desde o inicio do ano letivo e foi possível realizar-se outra dinâmica em

sala, muito mais produtivo! Neste sentido, o que condicionou em muito toda a dinâmica

do grupo foi sem dúvida esta enorme instabilidade!!

1

Anexo IV – Grelha de Análise de Entrevista

Categorias Subcategorias Indicadores Unidade de Registo

Caraterização do

Entrevistado

Formação

Académica

Licenciatura “Licenciei-me em

2004 em Educação

Básica”

Pós-Graduação “tirei uma pós-

graduação em

Educação

Especial”

Movimento da

Escola Moderna

“há dois anos tirei

uma oficina de

iniciação ao

Modelo

Pedagógico do

Movimento da

Escola Moderna”

“no ano seguinte,

tirei o estágio do

modelo pedagógico

do Movimento da

Escola Moderna”

Carreira

Profissional

Percurso “Poderei dizer que

já tenho treze anos

de serviço”

“realizar várias

formações”

“encontro-me a

trabalhar há três

anos na “Creche &

Aparece”

Movimento da

Escola Moderna

Contato com o

MEM

Primeira vez “O meu primeiro

contacto como o

Modelo do MEM,

ocorreu com a

oficina de iniciação

ao modelo

pedagógico do

MEM”

“desde essa altura

fui colocando em

prática, à medida

que ia aprendendo”

Inicio do Ano

Letivo

“o ano letivo

inicia-se desde o

momento da

2

adaptação de cada

criança, onde se

procura conhecer

cada uma, os seus

interesses e

necessidades”

Projeto educativo “O Projeto da sala

como se pode

verificar não tem

qualquer tema, mas

sim linhas

orientadoras

fundamentadas nas

Orientações

Curriculares para a

Educação Pré-

escolar”

“requer um clima

de "expressão

livre" alicerçado

pelo grupo, nas

experiências de

vida e ideias das

crianças”

“a vida das crianças

constitui o ponto de

partida para os

educadores

alargarem as

competências de

comunicação e a

aprendizagem das

crianças”

Princípios teóricos No olhar da

educadora

“Acredito que este

modelo é sem

dúvida o que marca

a diferença para

uma educação de

qualidade das

nossas crianças”

“centra-se num

conjunto de

profissionais que

procura estar

sempre em

formação, que tem

consciência da

importância da

partilha de

3

experiências

profissionais,

vivencias e

conhecimentos

adquiridos para o

sucesso do ensino”

“é aquele que

sublinha que as

crianças devem ser

iniciadas em

diferentes literacias

que incluem, não

somente os

conteúdos”

“mas também os

processos e

instrumentos

usados nas

diferentes áreas”

“o conhecimento

constrói-se pela

consciência do

percurso da própria

construção”

“este modelo

propõe um

currículo baseado

em problemas,

situações com as

quais a criança se

depara no seu dia a

dia e motivações da

vida real,

apresentados de

modo funcional e

pragmático”

“a aprendizagem e

o desenvolvimento

são intrinsecamente

sociais daí o papel

importante das

famílias e da

comunidade para

validação dos

conhecimentos.”

O papel do MEM

na Sala Vermelha

“Este modelo vai

ser sem dúvida

aquele que irei

implementar no

meu dia a dia”

4

“é sem dúvida o

melhor para as

crianças”

“foi este o seu

papel na sala

vermelha,

contribuindo para o

sucesso das

aprendizagens”

Os instrumentos de

pilotagem

“Os instrumentos

de pilotagem

ajudam o educador

e as crianças a

orientar/regular

(planear e avaliar)

o que acontece

(individualmente e

em grupo)”

“Mapa de

presenças”

“Mapa de

atividades”

“Diário do grupo”

“Também tínhamos

o mapa de tarefas,

o mapa do tempo e

o calendário, onde

registávamos a

data”

As áreas da sala “área da escrita,

área da

matemática, área

das ciências, área

da biblioteca, área

expressão plástica,

área da

informática, área

da casinha e área

da garagem”

“As áreas foram

surgindo tendo em

conta os interesses

das crianças”

A importância da

organização do

espaço

“procuro a gestão

cooperada da vida

do grupo e do

currículo”

“a gestão do espaço

e dos materiais é

realizada em

5

conjunto com o

grupo recorrendo

aos instrumentos de

pilotagem”

“pilotagem de

modo a que as

crianças sejam

autónomas e

responsáveis pela

gestão do espaço e

dos materiais”

O papel dos

agentes da sala de

aula

“educador seja um

mediador e não

esteja o "poder"

centrado (no

educador), mas que

esse "poder" seja

partilhado com as

crianças”

“um educador de

infância que vive

isolado na sua sala

com o seu grupo,

torna-se mais

"limitado", do que

aquele que partilha

as suas vivências

num grupo, onde

existe partilha,

opiniões,

conhecimentos”

“as crianças

adquiram controlo

sobre os processos

de aprendizagem,

tomando

consciência dos

passos constituintes

de um processo”

“Todos têm um

papel importante na

vida do grupo e na

construção das

aprendizagens.”

O papel das

famílias

“De forma direta as

famílias envolvem-

se nos projetos das

crianças”

6

“No

desenvolvimento

cultural da criança o

espaço escolar está

sempre aberto às

famílias e

comunidade

envolvente.”

Rotinas Manhãs “A manhã destina-

se ao trabalho de

projeto, onde estão

integradas as

atividades

escolhidas pelas

crianças”

Tardes “A parte da tarde é

destinada ao

trabalho curricular

comparticipado

pelo grupo e as

sessões de

animação cultural,

sessões

dinamizadas por

convidados, pelas

crianças ou pela

educadora”

Flexibilidade “se os convidados

só tiverem

disponibilidade de

manhã a visita se

realizará de manhã

(é flexível)”

“A existência de

uma rotina

(flexível) permite o

desenvolvimento

de uma forma

gradual e natural,

de noções

temporais,

adquirindo a

consistência de dia,

semana e mês”

“À sexta-feira

realizamos a nossa

reunião de

Conselho”

7

“refletimos sobre a

semana, o que já

foi feito, o que falta

terminar, o que

gostariamos de

trabalhar, as regras

do grupo, as

responsabilidades,

as tarefas”

Avaliação Dificuldades “Este ano foi sem

dúvida atípico”

“iniciei metade do

grupo com crianças

de cinco anos e

depois em janeiro

recebi a outra

metade constituída

por um grupo de

crianças de três

anos”

“tive sempre

adaptações e

integrações ao

longo de todo o ano

letivo”

“a auxiliar faltou

constantemente ao

longo do ano, tendo

tido apoio de outras

auxiliares”

“condicionou a

estabilidade de

todo o grupo”

“o que condicionou

em muito toda a

dinâmica do grupo

foi sem dúvida esta

enorme

instabilidade”