anatomia interna dental rielson

7/29/2019 Anatomia Interna Dental Rielson

1/10

ANATOMIA DENTAL INTERNA E

CIRURGIA DE ACESSO

1 O C APTULO

C ANAL

DENTINRIO

C ANAL

CEMENTRIO

OBJETIVOS DO CAPTULO:

Conhecer as caractersticas gerais e

particulares de cada grupamento dental

Reconhecer a importncia da

anatomia interna dental para o sucesso

da terapia endodntica

Associar as caractersticas anamicas

com as necessidades prprias da

cirurgia de acesso cmara pulpar

Conhecer cada passo da cirurgia de

acesso para proceder de maneirasegura e eficaz

Reconhecer a importncia de se

associar o conhecimento anatmico s

caractersticas radiogrficas

Reconhecer o volume da cmara

pulpar e sua localizao

Compreender que a forma de

contorno determinada de dentro dacmara para fora

Aprender a determinar o ponto de

eleio e a direo de trepanao mais

seguros para o acesso endodntico

Reconhecer a necessidade de se

adequar o acesso convenientemente ao

tratamento (forma de convenincia)

Rielson Jos Alves Cardoso

Mary Caroline Skelton Macedo

Nilden Carlos Alves Cardoso

Joo Humberto Antoniazzi

A utilizao do material aqui contido encontra-se soblicena Creative Commons:

Atribuio-Uso no-comercialCompartilhamento pela mesma licena
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/


2/10

Anatomia Dental Interna eCirurgia de Acesso

Para que se possa atuar dentro dos limites biolgicos

e alcanar desta maneira o sucesso da terapia

endodntica necessrio que se conhea o espao

endodntico: a autoridade do conhecimento da

normalidade permite que as alteraes possveis

sejam facilmente reconhecidas e bem administradas

durante a terapia endodntica.

CARACTERSTICAS GERAIS

Aspecto Tridimensional

A cavidade endodntica constituda pela Cmara

Pulpar (poro coronria) e o Canal Radicular. A

poro radicular pode ser dividida em canaldentinrio (envolto por dentina) e canal cementrio

(envolto por cemento). Ambos podem ser

identificados como dois cones truncados unidos pelas

bases menores na rea denominada Limite CDC

(canal - dentina - cemento).

Na rea correspondente mpaco alimentar dos

dentes anteriores existir uma aposio mineralizada

denominada cotovelo de dentina.

Anatomia digna de respeito

Curvaturas e achatamentos completam o quadro decaractersticas anatmicas importantes para que se

estabelea a estratgia correta de tratamento. Na

arcada superior, a partir do incisivo lateral,

caminhando-se para a distal da cavidade oral, o

achatamento radicular se inicia timidamente, mas

separa a raiz do primeiro pr-molar em duas e raiz

msio-vestibular do 1 o molar imprime a condio de

apresentar um quarto canal por palatal.

Nos dentes inferiores essa condio observada

acentuadamente nos incisivos (dentes mais achatados

de toda a arcada dentria).

A penetrao do feixe vsculo-nervoso nas reas

determinadas para a formao dos vrios elementos

dentais (de distal para mesial) exige respeito na

formao do tero apical, o que faz com que a maioria

dos elementos apresente sada foraminal para-apical

distalizada.

Por causa das caractersticas peculiares, os maiores

insucessos endodnticos so apresentados pelos

laterais superiores (curvatura apical), prs inferiores

(anatomia irregular) e raiz mesio-vestibular dos 1os

molares superiores (achatamento mesio-distal) .

C ANALRADICULAR

CANAL DENTINRIO E CANAL

CEMENTRIO - DOIS CONESTRUNCADOS UNIDOS PELAS BASES

MENORES NA REA DE CDC (LIMITE

CANAL - DENTINA - CEMENTO)

SISTEMA DEC ANAIS

RADICULARES

A - PRINCIPAL

B - COLATERAL

C - LATERAL

D - SECUNDRIO

E - ACESSRIO

F - INTERCONDUTO

G - RECORRENTE

H - CAVO

DELTA APIC AL

AO FINALIZAR A FORMAO RADICULAR, A DEPOSIO

CEMENTRIA RESPEITA A PENETRAO DO FEIXE VSCULO-

NERVOSO, FAZENDO SURGIR ASSIM O QUE SE DENOMINA DELTA

APICAL, POR SE ASSEMELHAR AO DELTA

DE UM RIO OU COPA DE UMA RVORE SEM FOLHAS

(INMERAS RAMIFICAES CANALICULARES).

a

b

c

d

e

h

g

f

C ANAL

DENTINRIO

C ANAL

CEMENTRIO

JAVIER CAVIEDES

COPA DE UMAPAINEIRA

Licena Creative Commons
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/


3/10

Caractersticas Prprias

Curvatura:

. reto - 90%

. curvo - 10%

Nmero de Raizes e Canais:

. nica raiz e nico canal - 100%

Achatamento mesio-distal:

. quase nulo

Ao corte transversal:

. tero cervical - canal ligeiramente

triangular

. teros mdio e apical - canal circular

Calibre do canal:

. 1mm do forame - de 0,3 a 0,45mm


ngulo de insero na arcada:

. 15 para a palatina e 3 para a distal.

Posio foraminal:

. para-apical (distal) - 45% das vezes

Medidas

Comprimentos mdios:

. total - 22mm

. raiz -11,5mm

. coroa - 10,5mm

Distncias da cmara:

. vestibular - 2,0mm

. s proximais e ao cngulo - 1,5mm

Acesso

Ponto de Eleio - na face palatal, em

cima do cngulo, equidistante das faces

proximais (broca esfrica de calibre

menor que o volume M-D da cmara,

revelado na radiografia de estudo);

Direo de trepanao - 45 com o

longo eixo do dente;

Forma de contorno - dada pela

projeo da cmara pulpar na face

palatal (de dentro para fora),

aproximando-se do contorno externo

da coroa (triangular com base incisal).

Forma de Convenincia - paredes lisas e

expulsivas para a parede palatal;

remoo do cotovelo de dentina

(preparo da entrada do canal).

INCISIVOS CENTRAIS SUPERIORES

VESTIBULAR PALATAL

CIRURGIA DE ACESSO

DENTES ANTERIORES

- broca esfrica de calibre menor que o volume mesio-distal da cmara pulpar,

observado na radiografia de estudo.- penetrao em 45 com o longo eixo do dente (a broca deve ser conduzida rea

de maior volume da cmara, correndo-se menor risco de desgastes desnecessrios e

erros tcnicos diversos)

- abre-se espao suficiente para que a cabea da broca trabalhe com liberdade, na

direo proposta

- aps trepanar a cmara, a broca deve assumir direo paralela ao longo eixo para a

remoo completa do teto da cmara, por encaixe da

cabea esfrica sob a rea do teto, em movimentos de retrocesso (para fora da

cmara)

- remover o cotovelo de dentina (da parede palatal interna no tero cervical da raiz)

com brocas tronco-cnicas sem corte na ponta (ex:

3083, endo Z, Largo, Gates-Glidden, LA Access )

- alisar paredes com as mesmas brocas.

DISTAL - MESIAL



4/10


Curvatura:

. apical disto-palatal acentuada




. mais evidente


. tero cervical e mdio - canal

alongado no sentido vestibulo-palatino

. tero apical - canal circular

Calibre do canal:





Posio foraminal:

. para-apical (distal) - a 1 ou 2mm do

vrtice anatmico

Medidas

Comprimentos mdios:

. total - 22,5mm

. raiz - 9,6mm

. coroa - 12,9mm

Distncias da cmara:


. s proximais - 1,5mm

. ao cngulo - 2,0mm

Acesso

Ponto de Eleio - na face palatal, emcima do cngulo, equidistante das faces















INCISIVOS LATERAIS SUPERIORES

CIRURGIA DE ACESSO

ADAPTAO

- a forma de contorno do ILS ficar mais alongada em sentido cervico-incisal com relao ao ICS em funo do achatamento MD da coroa

- alisar paredes brocas tronco-cnicas, imprimindo maior divergncia da parede mesial, como desgaste compensatrio por c ausa da

curvatura apical acentuada.

VESTIBULAR PALATAL DISTAL - MESIAL



5/10


Curvatura:

. reta - 40%

. para a distal - 20%

. para a vestibular - 13%




. mais evidente

Ao corte transversal:. tero cervical e mdio - canal



Calibre do canal:





Posio foraminal:

. para-apical (distal) - principalmentenos curvos

Medidas

Comprimentos mdios:

. total - 26,5mm

. raiz - 16,5mm

. coroa - 10,0mm

Distncias da cmara:



. ao cngulo - 2,5mm

Acesso












da coroa (losangular com eixo maior

cervico-incisal).





CANINOS SUPERIORES

- a forma de c ontorno oferecida pela projeo da cmara pulpar dos c aninos superiores na face palatal se assemelha ao contorno externo

da coroa: losangular, com eixo maior no sentido cervico-incisal

CIRURGIA DE ACESSO

ADAPTAO

VESTIBULAR PALATAL MESIAL - DISTAL



6/10


Curvatura:

Raiz vestibular:

. reta - 28% / para a palatal - 37%

Raiz Palatal:

. reta - 44% / para a vestibular - 27%


. 2 razes - 42%

. 1 raiz - 35,5%

. 2 canais - 80%

. 1 canal - 20%


. bastante evidente, de coroa e raiz


. tero cervical - canal nico e alongado

(VP)

. teros mdio e apical - 2 canais

circulares

Calibre do canal (2 canais):





Posio foraminal:

. para-apical, prximo ao vrtice

anatmico

Medidas

Comprimentos mdios:

. total - 21,0mm

. raiz - 12,8mm

. coroa - 8,2mm

Distncias da cmara:

. vestibular e palatal - 2,5mm


. oclusal - 3,5mm

Acesso

Ponto de Eleio - na face oclusal, na

fosseta central, equidistante das faces




Direo de trepanao - paralela ao

longo eixo do dente, com ligeira

inclinaco para o corno pulpar palatal;

Forma de contorno - dada pelaprojeo da cmara pulpar na face

palatal: elptica.


expulsivas para a parede oclusal;

preparo das entradas dos canais

(eliminar constries)

Os pr-molares superiores apresentam

um grande achatamento MD da coroa,

o que faz com que a cmara pulpar

esteja tambm bastante achatada.

Durante a penetrao da broca para a

trepanao da cmara pulpar

necessria ateno dobrada para que

no se imprima desgaste desnecessrio

nas paredes proximais, correndo-se

assim menor risco inclusive de

perfuraes totalmente indesejadas.

1os PR-MOLARES SUPERIORES

- broc a esfrica de c alibre menor que o volume mesio-distal da cmara pulpar, observado

na radiografia de estudo.

- penetrao paralela ao longo eixo do dente (a broca deve ser conduzida rea de

maior volume da cmara: o corno pulpar palatal)

- aps trepanar a cmara,, deve-se proceder a remoo completa do teto da cmara, por

encaixe da cabea esfrica sob a rea do teto, em movimentos de retrocesso (para fora da

cmara)

- alisar paredes promovendo maior divergncia da parede mesial como desgaste

compensatrio para facilitar entrada de luz, instrumentos e viso.

CIRURGIA DE ACESSO

ADAPTAO

VESTIBULAR PALATAL

CUIDADO!

MESIAL - DISTAL



7/10


Curvatura:

. para a palatal - 38%

. para a distal - 30%

. em baioneta - 20%


Razes:

. 1 - 35,5%

. 2 - 42%

Canais:

. 1 - 65%

. 2 - 35%

Achatamento mesio-distal:. pronunciado, de coroa e raiz


. tero cervical - canal alongado no

sentido vestibulo-palatino

. teros mdio e apical - canal circular

Calibre do canal (1 canal):





Posio foraminal:

. para-apical (distal)

Medidas

Comprimentos mdios:

. total - 21,5mm

. raiz - 13,6mm

. coroa - 7,9mm

Distncias da cmara:


. palatal - 2,0mm


. oclusal - 3,0mm

Acesso












da coroa (losangular com eixo maiorcervico-incisal).



preparo da entrada do canal eliminando

constries.

Os pr-molares superiores apresentam

um grande achatamento MD da coroa,o que faz com que a cmara pulpar

esteja tambm bastante achatada.

Durante a penetrao da broca para a

trepanao da cmara pulpar

necessria ateno dobrada para que

no se imprima desgaste desnecessrio

nas paredes proximais, correndo-se

assim menor risco inclusive de

perfuraes totalmente indesejadas.

2os PR-MOLARES SUPERIORES

FACE OCLUSAL

CIRURGIA DE ACESSO

VESTIBULAR PALATAL DISTAL - MESIAL

CUIDADO!



8/10


Curvatura:

. DV reta - 54%

. Palatal para a vestibular - 55%

. MV - acentuada em 78%


Razes:

. 3 - 95% (fusionadas - 5%)

Canais:

. 4 - 75%

. 3 - 35%


. pronunciado na raiz MV


Canais P e DV:

. circular nos 3 teros

Canal MV:

. teros cervical e mdio - achatado

. tero apical - circular

Calibre dos canais:

MV:



DV e P:. 1mm do forame - de 0,15 a 0,4mm


ngulo de insero na arcada:. 15 para a palatina e 0 para a distal.

Posio foraminal:


Medidas

Comprimentos mdios:

. total - 19,0mm

. raiz V - 11,7mm

. raiz P - 13,7mm

. coroa - 7,3mm

Distncias da cmara:. vestibular e palatal - 2,5mm


. oclusal - 2,5mm

Acesso

Ponto de Eleio - na face oclusal, na

fosseta central (broca esfrica de calibre

menor que o volume da cmara);

Direo de trepanao - paralela ao longo

eixo do dente, com ligeira inclinao

visando encontrar o corno palatal;

Forma de contorno - dada pela projeo

da cmara pulpar na face palatal (de

dentro para fora), aproximando-se do

contorno externo da coroa (triangular

com base vestibular).



preparo das entradas dos canais,

removendo constries e realizando-se

desgaste compensatrio anticurvatura

no canal MV.

FACE OCLUSAL

1os MOLARES SUPERIORES

CIRURGIA DE ACESSO




9/10


Curvaturas:. P - 63% reta

. MV - 54% para a distal

. DV - 54% reta


. 3 raizes - 100%

. 4 canais - 45% / 3 canais - 45%


. pronunciado na raiz MV


. tero cervical e mdio - canal



Calibres do canal:

Canal MV:



Canal DV e P:

. 1mm do forame - 0,15 a 0,4mm

. 2mm do forame - 0,15 a 0,55mm


. 11 para a palatal e 5 para a distal.

Posio foraminal:


Medidas

Comprimentos mdios:

. total - 20,0mm

. raiz - 12,8mm

. coroa - 7,2mm

Distncias da cmara:


. distal e palatal - 2,0mm

. oclusal - 3,5mm

. mesial - 1,0mm

Acesso

Ponto de Eleio - na face oclusal, fosseta

central (broca esfrica de calibre



Direo de trepanao - paralela ao

longo eixo do dente, com ligeira

inclinaco para o corno pulpar palatal;



oclusal (de dentro para fora),


da coroa (triangular com base

vestibular).Forma de Convenincia - paredes lisas e


preparo das entradas dos canais.

Para que se encontre o canal DV: trace uma

reta imaginaria que una a entrada do P com

o MV: sua metade o raio de um semi-

crculo traado para a distal. A entrada do

canal DV estar em algum ponto da metade

vestibular do hemi-crc ulo.

2os MOLARES SUPERIORES

FACE OCLUSAL

- o acesso tem incio da mesma

maneira do 1o molar superior, porm

o 2o tem um grande achatamento

MD da coroa, que faz com que a

entrada do canal DV assuma um

posio notadamente mesializada, por

vezes na linha que une o P ao MV

(ver Regra de Marmasse).

CIRURGIA DE ACESSO

ADAPTAO

VESTIBULAR PALATAL

MARMASSE

MESIAL - DISTAL



10/10


Curvatura:. reto - 67% no ICI

. reto - 54% no ILI


. nica raiz - 100%

. 1 canal - 59%

. 2 canais - 41%


. o grupamento dental de maior grau

de achatamento de toda a arcada


. tero cervical e medio - canal

alongado


Calibre do canal:





Posio foraminal:


Medidas

Comprimentos mdios:

. total - 20,5mm

. raiz -11,6mm

. coroa - 8,9mm

Distncias da cmara:


. s proximais e ao cngulo - 1,0mm.

Acesso

Ponto de Eleio - na face lingual, em





Direo de trepanao - 45 com o longo

eixo do dente;








remoo do cotovelo de dentina;

adaptao com maior desgaste para a

cervical e cuidado na remoo docotovelo de dentina quando existe a

possibilidade de um segundo canal por

lingual.

INCISIVOS INFERIORES

FACE PALATAL

- segue as mesmas condies dos anteriores superiores,

com a cautela de se observar o achatamento MD da

coroa, o que faz com que o acesso fique bastante

alongado no contorno final.

- na possibilidade de um segundo canal, este se

encontrar por lingual, exigindo desgaste

compensatrio no sentido cervical e remoo

cuidadosa do cotovelo de dentina.

CIRURGIA DE ACESSO

ADAPTAO



anatomia interna dental rielson

Documents