anatomia de superfície e palpatória da coxa e joelho - prof. me. leandro nobeschi

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  • 8/2/2019 Anatomia de superfcie e palpatria da coxa e joelho - Prof. Me. Leandro Nobeschi

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    Anatomia de superfcie e palpatria

    da coxa e joelhohttp://www.imagingonline.com.br/

    Esse captulo descreve a anatomia de superfcie e procedimentospalpatrios simples para a coxa e articulao do joelho.

    2010

    Autor: Prof. Me. Leandro Nobeschi

    Apoio: Instituto de Imagem em Sade - CIMAS

    06/11/2010

    Figura The sartorius.- Fonte:http://hippie.nu/~unicorn/tut/xhtml/

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    Anatomia de superfcie e palpatria da coxa e joelho

    Autor: Prof. Me. Leandro Nobeschi Pgina 2

    1. COXA

    A coxa o segmento entre o quadril e o joelho. A difise do fmur totalmente revestida

    pela forte e abundante musculatura. Os msculos da coxa esto organizados em trs

    compartimentos, divididos pelos septos intermusculares provenientes da fscia lata. Os

    compartimentos so: anterior, medial e posterior.

    Os msculos do compartimento anterior so flexores do quadril e extensores do joelho,

    inervados pelo n. femoral.

    Os msculos do compartimento medial so adutores do quadril (e alguns flexores do

    joelho), inervados pelo n. obturatrio.Os msculos do compartimento posterior so extensores da coxa e flexores do joelho,

    recebendo inervao do n. isquitico.

    As aes aqui descritas so de simples aplicaes, entretanto, convm lembrar que

    alguns desses msculos atuam em movimentos rotacionais do joelho, um estudo

    biomecnico se torna necessrio para o entendimento.

    Msculos anteriores da coxa: m. pectneo, m. iliopsoas, m sartrio e o m. quadrceps

    femoral.

    Testes musculares para avaliao: o m. pectneo, m. iliopsoas, m. sartrio e o m. reto da

    coxa produzem a flexo da coxa. Posicione o paciente sentado, coloque uma de suas

    mos sobre a face anterior da coxa, na extremidade distal (prximo articulao do

    joelho). Solicite que o paciente realize a flexo da coxa contra sua resistncia. O m.

    sartrio produz o movimento de cruzar as pernas (flexo, abduo e rotao lateral da

    coxa, associado flexo da perna). Para testar o m. quadrceps, mantenha o paciente na

    posio sentada. Posicione sua mo na regio anterior e distal da perna (prximo da

    articulao do tornozelo), solicite que o paciente faa a extenso da perna, contra suaresistncia.

    [LN1] Comentrio: Formado pelosmsculos: reto da coxa, vastos lateral,intermdio e medial.

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    Anatomia de superfcie e palpatria da coxa e joelho

    Autor: Prof. Me. Leandro Nobeschi Pgina 3

    Msculos mediais da coxa: denominado de grupo adutor, formado pelos msculos: m.

    adutor longo, m. adutor curto, m. adutor mnimo, m. adutor magno, m. grcil e m.

    obturador externo. O m. grcil o mais superficial e o nico que cruza a articulao do

    joelho, agindo no movimento da perna (flexo da perna) e, o mais delgado dos

    msculos adutores. Para testar os msculos adutores solicite a aduo da coxa, contra

    uma resistncia, podendo ser essa a mo do avaliador ou uma bola, por exemplo.

    Msculos posteriores da coxa: conhecidos como msculos do jarrete ou isquiotibiais:

    m. semitendneo, m. semimembranceo e m. bceps da coxa. Com exceo da cabeacurta do m. bceps da coxa, que s age na flexo da perna, os outros msculos produzem

    a extenso da coxa e a flexo da perna.

    Msculo semitendneo: nomeado assim devido ao seu longo tendo de insero, que

    cruza a regio posterior e medial do joelho.

    Estratgia para a palpao: com o paciente em decbito ventral, posicione a articulao

    do joelho em flexo (cerca 30) e, oferea uma resistncia na regio distal da perna emsentido da extenso, solicitando para o paciente manter a posio inicial. Observe na

    regio posterior e medial do joelho a elevao formada pelo tendo do m. semitendneo,

    e nesse momento palpe seu tendo e, em direo proximal, seu ventre (fig.60).

    Msculo semimembranceo: por possuir um tendo de origem com aparncia de uma

    larga membrana o msculo citado foi nomeado. Cruza a regio posterior e medial do

    joelho, profundamente ao m. semitendneo.

    Estratgia para a palpao: a posio inicial a mesma executada no m. semitendneo.

    Aps localizar o tendo do msculo semitendneo procure palpar profundamente o m.

    semimembranceo (fig.60).

    [LN2] Comentrio: Utilizadofreqentemente em reparos doligamento cruzado anterior.

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    Anatomia de superfcie e palpatria da coxa e joelho

    Autor: Prof. Me. Leandro Nobeschi Pgina 4

    Msculo bceps da coxa: possui uma cabea longa, biarticular, que cruza as articulaes

    do quadril (extenso da coxa) e joelho (flexo da perna); uma cabea curta que cruza

    apenas a articulao do joelho. Ambas as cabeas se inserem na cabea da fbula, assim,

    o m. bceps da coxa se localiza na regio posterior e lateral do joelho.

    Estratgia para a palpao: a posio inicial a mesma executada no m. semitendneo.

    Localize na regio lateral e posterior do joelho o tendo do m. bceps da coxa, inserindo-

    se na cabea da fbula (fig. 60).

    Fig. 60 Face posterior do joelho. M. semitendneo (3), m. semimembranceo e m. bceps da coxa (4).Fonte: TIXA, 2009.

    Trgono femoral: localizado na regio anterior e proximal da coxa. um espao fascial

    triangular com pice dirigido distalmente. O trgono aparece como uma depresso

    quando a coxa flexionada e ligeiramente abduzida (fig. 61). Os limites do trgono

    femoral so: o ligamento inguinal proximalmente, o m. adutor longo medialmente e o m.

    sartrio lateralmente. O soalho do trgono femoral formado pelos mm. pectneo e

    iliopsoas, o teto formado pela fscia lata e fscia cribriforme, tecido subcutneo e pele.Seu contedo de medial para lateral: v. femoral e suas tributrias; a. femoral e seus

    ramos e o nervo femoral com seus ramos.

    Estratgia para a palpao: a palpao da artria femoral importante para avaliar o

    pulso nesse vaso e a perfuso para o membro inferior. A artria femoral est localizada

    em uma distncia mdia entre o tubrculo pbico e a espinha ilaca ntero-superior (fig.

    [LN3] Comentrio:A veia e artriafemoral so envolvidas pela bainhafemoral. A bainha femoral apresenta 3compartimentos: medial para a v.femoral; intermdio para a a. femorale; medial chamado canal femoral, quecontm tecido conectivo frouxo, gordurae linfonodos (linfonodos de Cloquet).

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    Autor: Prof. Me. Leandro Nobeschi Pgina 5

    62). Lateralmente a artria, podemos projetar a trajetria do n. femoral e, medialmente

    a veia femoral.

    Fig. 62 Paciente em decbito dorsal. Espinha ilaca ntero-superior (A), tubrculo pbico(B). A palpaodo pulso femoral entre o ponto A e B.

    Fossa popltea: depresso localizada posteriormente a articulao do joelho Seus

    limites so: proximal - em sua parte lateral pelo m. bceps femoral e, em sua parte

    medial pelos mm. semitendneo e semimembranceo; distal - sua regio lateral pela

    cabea lateral do m. gastrocnmio e m. plantar, e na sua regio medial, limitada pela

    cabea medial do m. gastrocnmio; soalho - formado pela face popltea do fmur,

    ligamento poplteo oblquo, pela fscia sobre o m. poplteo; teto - pela tela subcutnea e

    pele.

    Seu contedo: v. safena parva, v. popltea, a. popltea, nn. tibial e fibular comum, n.

    cutneo femoral posterior e linfonodos poplteos.

    A

    B

    62

    [LN4] Comentrio:A veia poplteapossui uma posio mais superficialcomparada com a artria.

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    Autor: Prof. Me. Leandro Nobeschi Pgina 6

    Pulso poplteo: estratgia para a palpao: como a artria popltea muito profunda,

    pode ser difcil sentir o pulso poplteo. Posicione o paciente em decbito dorsal, com os

    joelhos fletidos e a planta dos ps apoiadas na maca. A flexo do joelho produz o

    relaxamento da fscia popltea e dos msculos do jarrete. A palpao feita lateralmente

    ao tendo do m. semitendneo.

    2. JOELHO

    uma articulao sinovial do tipo condilar, biaxial (eixos para flexo/extenso e rotao

    medial/rotao lateral). As estruturas sseas do joelho so facilmente palpveis. O

    joelho uma articulao composta, formada por trs ossos e trs articulaes,

    envolvidas pela mesma cpsula articular. A epfise distal do fmur se articula com a

    epfise proximal da tbia (articulao tbio-femoral) e, a face anterior e distal do fmur se

    articula com a face posterior da patela (articulao femoro-patelar).

    Na articulao do joelho, podemos palpar os elementos sseos: patela e suas margens,

    cndilos femorais e tibiais, epicndilos do fmur e tuberosidade da tbia; e elementos

    moles: tendo do quadrceps, ligamento da patela, ligamentos colaterais tibial e fibular, e

    os meniscos medial e lateral.

    Patela e ligamento da patela: o maior osso sesamide do corpo, a patela aumenta a

    fora de contrao do m. quadrceps (funciona como uma polia) e protege a articulao

    do joelho.

    Estratgia para a palpao: a patela totalmente subcutnea. Posicione o membro

    inferior do paciente na maca com extenso da perna. Solicite para o paciente manter o

    m. quadrceps relaxado. Desta forma, voc poder deslocar a patela lateralmente e

    medialmente e identificar suas margens: medial e lateral, sua base (local de insero do

    tendo do m. quadrceps) e seu pice (local de insero do ligamento da patela) (fig. 63).

    [LN5] Comentrio: Local em queocorre muita sobrecarga e compressoda articulao: sndrome ou compressofemoro-patelar, evoluindo paracondromalcea e osteoartrose.

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    Autor: Prof. Me. Leandro Nobeschi Pgina 7

    Fig. 63 Paciente com extenso do joelho. Patela (A). O indicador do avaliador indica o ligamento dapatela.

    Cndilos femorais: os cndilos femorais se articulam com a face articular superior da

    tbia. O cndilo medial maior que o lateral.

    Estratgia para a palpao: com o joelho posicionado em flexo, localize a patela e

    deslize os dedos no sentido lateral e medial, de encontro com o fmur. Palpe o contorno

    arredondado dos cndilos femorais (fig. 64).

    Cndilos tibiais: os cndilos tibiais recebem os grandes cndilos do fmur.

    Estratgia para a palpao: aps a localizao dos cndilos do fmur, deslize o dedo

    distalmente, passando a depresso (rea interarticular), at a os macios cndilos tibiais

    (fig. 64).

    O tendo do m. quadrceps e o ligamento da patela: o tendo do m. quadrceps se

    insere na base da patela, envia prolongamentos laterais patela, para formar os

    retinculos medial e lateral do joelho. Sua continuao, o ligamento da patela estende-se

    do pice da patela para a tuberosidade da tbia (fig. 64).

    Tuberosidade da tbia: elevao na face anterior e proximal da tbia. Local onde ocorre

    o apoio sseo quando a pessoa ajoelha.

    A

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    Anatomia de superfcie e palpatria da coxa e joelho

    Autor: Prof. Me. Leandro Nobeschi Pgina 8

    Estratgia para a palpao: localize o pice da patela, siga pelo ligamento da patela, at

    alcanar a grande elevao formada pela tuberosidade da tbia (fig. 64).

    Fig. 64 Paciente com joelho flexionado. Patela (A); tendo do m. quadrceps (F) inserido na patela;menisco lateral (D) e menisco medial (E) na rea interarticular. As setas indicam as posies dos cndilosfemorais e as cabeas de setas indicam a posio dos cndilos tibiais.

    Ligamentos colaterais e meniscos: na rea interarticular do joelho, deslize os dedos

    lateralmente e medialmente, exercendo uma presso maior para a palpao dos

    meniscos lateral e medial respectivamente. Na regio lateral do joelho, estendendo-se do

    epicndilo lateral do fmur para a cabea da fbula est localizado o ligamento colateral

    fibular (fig. 66); na regio medial, do epicndilo medial para a face medial e proximal da

    tbia, o ligamento colateral tibial (fig. 67).

    Fig. 66 Palpao do ligamento colateral fibular. Fig. 67 Palpao do ligamento colateral tibial.

    A

    B

    D E

    F

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    Autor: Prof. Me. Leandro Nobeschi Pgina 9

    3. REFERNCIAS

    BACKHOUSE, Kenneth M.; HUTCHINGS, Ralph T. Atlas Colorido de Anatomia de Superfcie

    Clnica e Aplicada. So Paulo: Manole, 1989.

    DI DIO, John Alphonse Liberato. Tratado de Anatomia Sistmica Aplicada. So Paulo:

    Atheneu, 2002.

    DRAKE, Richard L; VOGL, Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray: anatomia para estudantes.

    Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

    GARDNER, Ernest; GRAY, Donald J; ORAHILLY, Ronan. Anatomia: estudo regional do corpo

    humano. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.

    GOSS, Charles Mayo. Gray Anatomia. 29.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.

    MOORE, Keith L; DALLEY, Arthur F. Clinically Oriented Anatomy. 5.ed. Toronto: Lippincott

    Williams & Wilkins, 2006.

    TIXA, Serge. Atlas de Anatomia Palpatria. 3.ed. volume 2. So Paulo: Manole, 2009

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo ao Prof. Me. Fbio Redivo Lodi, pelo auxlio prestado na preparao e aquisio

    das fotos e, aos modelos que participaram do projeto.

    AUTOR

    Prof. Me. Leandro Nobeschi

    Fisioterapeuta Universidade do Grande ABC (UniABC)Tecnlogo em Radiologia Centro Universitrio Anhanguera de SantoAndr (UniA)Mestre em Morfologia Universidade Federal de So Paulo (Unifesp)E-mail: [email protected]