virtualização de desktops
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Virtualização de Desktop
André Luiz Jesus Gonçalves, Márcio Inácio Oliveira, Marcos Gomes Salvador
Faculdade de Tecnologia SENAC Goiás
Av. Independência, Nº 1.002, Setor Leste Vila Nova
Goiânia-GO - CEP: 74645-010
andlj@hotmail.com, marcio.inacio@gmail.com, markosnet2004@hotmail.com
Resumo: O trabalho em questão propõe a comparação das tecnologias de
infraestrutura de virtualização de desktops oferecidas pelas ferramentas Open
Virtual Desktop e VMware View. Tal comparação é baseada na análise do uso
de CPU (Central Processing Unit), uso de memória RAM (Random Access
Memory) e tráfego de rede.
Palavras-chave: virtualização, virtualização de desktop, máquinas virtuais
desktops virtuais.
Abstract: The work in question proposes the comparison of technologies
infrastructure desktop virtualization tools offered by Open Virtual Desktop and
VMware View. This comparison is based on analysis of CPU (Central
Processing Unit) usage, RAM (Random Access Memory) usage and network
traffic.
Keywords: virtualization, desktop virtualization, virtual machines, virtual
desktops.
1. Introdução
O estudo a seguir, tem como objetivo principal comparar diferentes tecnologias de
virtualização de desktop.
Tecnologias estas, representadas neste trabalho, pelo Open Virual Desktop
(OVD) e pelo VMware View.
O paralelo entre elas sugere a observância de determinadas questões. Dentre as
quais, destacam-se as seguintes: Como realizar esta comparação? E como maximizar a
utilização do hardware através de experimentos com o OVD e o com VMware View?
De certa maneira, as respostas para tais questões serão firmadas em hipóteses e
deduções, provenientes de experimentos, coleta de informações e análise de resultados.
Para isso, serão configurados dois ambientes. Um para cada uma das
tecnologias estudadas. Em cada ambiente serão realizadas a inicialização do máximo
número de desktops virtuais possíveis e a execução de uma aplicação comum a todos os
desktops virtuais.
Tais tarefas ocorrerão com a finalidade de se obter a maximação do hardware,
em pelo menos um dos ambientes trabalhados.
A partir daí, parâmetros como: o uso da CPU (%), o uso da memória RAM (%) e
o tráfego de rede (Mb/s) serão devidamente coletados. Em seguida as informações
obtidas serão analisadas e comparadas entre si.
O resultado deste estudo é de considerável importância por apresentar
informações detalhadas acerca de uma tecnologia que ocupa atualmente, uma posição
promissora no mercado. Pois, a virtualização de desktop apresenta-se como uma solução
que oferece flexibilidade, praticidade, dinamismo, segurança e redução de custos.
Situações do dia a dia comprovam tal informação. Um exemplo seria a
necessidade de instalar um novo aplicativo em todas as estações de trabalho de uma
determinada organização. Dependendo da quantidade de máquinas, esta se tornaria uma
tarefa longa e dispendiosa.
Logo, é possível verificar que ocasiões desta natureza e outras inúmeras
situações podem ser contornadas com a configuração de um único computador e seu
posterior “compartilhamento” com os demais usuários.
2. Virtualização
A Virtualização está em evidência. As discussões em torno do tema é destaque quando o
assunto trata de novas soluções na área da Tecnologia da Informação. Tal fato remonta
uma tendência que teve início há mais de quatro décadas, quando surgiu a ideia de
particionar um único sistema computacional em vários outros (CARISSIMI, 2008).
Essa metodologia adotada para dividir os recursos de um computador em vários
ambientes de execução, através da aplicação de conceitos ou tecnologias como
particionamento de hardware e software, compartilhamento de tempo e simulação de
máquina, é o que define a Virtualização (RULE, 2007).
Em outras palavras, Virtualização é a maneira de se obter aplicações a partir da
abstração do hardware e componentes subjacentes (KAPPEL, 2009).
Embora não seja um conceito novo, esta é uma tecnologia que assume um
emergente espaço no mercado atual e de diferentes maneiras tem sido empregada.
Normalmente, sua utilização ocorre com o propósito de estabelecer melhores níveis de
performance, escalabilidade, disponibilidade, confiabilidade, agilidade e consolidação
de vários ambientes em um sistema único (KUSNETZKY, 2009).
Destacam-se três categorias que definem as formas de utilização da
virtualização. São elas: a virtualização do sistema operacional, a virtualização em nível
de software e a virtualização em nível de hardware.
A virtualização do sistema operacional (SO) é a tecnologia em que a camada de
virtualização localiza-se entre o próprio SO e as aplicações. Mecanismo este, que
permite a criação de partições lógicas em uma plataforma de maneira em que cada uma
delas seja vista como uma máquina isolada, mas que compartilham um único sistema
operacional.
Já a virtualização em nível de software é a tecnologia em que a camada de
virtualização nada mais é que um programa de aplicação do SO e tem como objetivo
definir uma máquina abstrata onde é executada uma aplicação desenvolvida em uma
linguagem de alto nível específica.
Por fim, a virtualização em nível de hardware caracteriza-se como a tecnologia
em que a camada de virtualização é posta diretamente sobre a máquina física. O que
permite apresentar às camadas superiores um hardware abstrato. Este tipo corresponde à
definição original de máquinas virtuais da década de sessenta (VERAS, 2011).
Alguns autores ainda enumeram tipos específicos, como a virtualização de
processamento, a virtualização de rede, a virtualização de armazenamento, a
virtualização de aplicações e a virtualização de acesso. Vale ressaltar, porém, que as
vantagens estão na possibilidade de combinar esses tipos, como no caso da
Virtualização de Desktop, objeto a ser tratado neste estudo.
2.1. Máquinas Virtuais
As Máquinas Virtuais são definidas como containers de softwares isolados, capazes de
executar um sistema operacional com aplicações próprias, assim como qualquer outro
servidor físico.
Elas podem ser gerenciadas pelos monitores de máquinas virtuais denominados
Hipervisores. Mais que isolar software e hardware, o hipervisor controla os recursos
disponibilizados à máquina virtual e entrega para o sistema operacional convidado, um
conjunto de instruções de máquina equivalente ao processador do servidor físico. Isso
permite que sistemas operacionais de diferentes configurações coexistam em um mesmo
hardware (VERAS, 2011).
2.2. Virtualização de Desktop
Esta é uma tecnologia que se apresenta ao mercado de um modo muito atrativo. Manter
uma organização equipada com desktops virtuais significa dizer que em qualquer
computador, a qualquer momento e onde quer que esteja, o usuário, devidamente
autorizado, terá acesso ao seu ambiente de trabalho, seus aplicativos e documentos.
O que torna isso possível é a virtualização de desktop, tecnologia que encapsula
o sistema operacional e as aplicações e as entregam a uma estação de trabalho remota.
Normalmente, o processamento das regras, o armazenamento de dados, a
interface do usuário e as aplicações que estão em execução, durante uma determinada
sessão, localizam-se em um servidor distinto, porém, de modo transparente ao usuário
final (KUSNETZKY, 2009).
Tais funções são gerenciadas pelos hipervisores, que também, são responsáveis
por disponibilizar os desktops virtuais de maneira individualizada e protegida.
No gerenciamento executado pelos hipervisores ocorre outro importante
processo. Trata-se da gestão da carga de trabalho, o que torna possível, por exemplo,
várias instâncias, de um mesmo aplicativo, serem executadas em mais de uma sessão
(VERAS, 2011).
Além da segurança, vinculadas à utilização de desktops virtuais, destacam-se
inúmeras outras vantagens, como por exemplo:
A mobilidade, pois o acesso ao desktop, através de vias externas à empresa,
poderá ocorrer de maneira adequada às normas de segurança já aplicadas
internamente;
A flexibilidade, pois diferentes dispositivos com sistemas operacionais diversos
e devidamente preparados poderão acessar os desktops virtuais;
O uso irrestrito de aplicações independentemente do sistema operacional do
dispositivo em questão;
O dinamismo em processos de instalação e atualização de softwares;
E a redução de custos com a manutenção.
Vantagens estas, fazem da virtualização de desktop uma tecnologia muito
interessante por apresentar soluções de economia bem significativas (KUSNETZKY,
2009).
A seguir, soluções de mercado para a virtualização de desktops serão abordadas
de maneira específica.
2.3. Soluções de mercado
Vários são os produtos encontrados no mercado com o fim de prover desktops virtuais.
Empresas como a Citrix Systems, a VMware e a própria Microsoft desenvolveram suas
soluções e se lançaram no mercado, a fim de consolidar-se também nesta ramificação da
virtualização, que desponta como uma área bem promissora.
Vale lembrar que soluções open source não ficaram para trás, um bom exemplo
é o Open Virtual Desktop (OVD), também denominado Ulteo, desenvolvido por Gaël
Duval (empresário e fundador da distribuição Mandrake Linux) e Thierry Koehrlen
(cofundador da Intalio, líder open source em sistemas de automatização em gestão de
processos de negócio), que surpreendentemente mostra-se como uma solução eficiente
dentro daquilo que propõe.
O estudo em questão faz uma análise comparativa da infraestrutura de
virtualização de desktops com a utilização das soluções OVD e VMware View.
3. Experimentos
Os experimentos foram definidos como a etapa do trabalho em que foi realizado todo o
desenvolvimento prático. A sessão que segue, apontará como esses experimentos foram
desenvolvidos, o planejamento estrutural para cada ambiente, o método adotado para
execução dos laboratórios, a inicialização dos desktops virtuais e a execução de uma
aplicação para cada sessão iniciada.
Os experimentos foram organizados em duas etapas, as quais foram
denominadas de “Laboratório OVD” e “Laboratório VMware”. O Laboratório OVD
constituiu-se como a etapa de testes e coleta de resultados no processo de utilização de
desktops virtuais, através da tecnologia Open Virtual Desktop. Enquanto que o
Laboratório VMware tratou dos testes e da coleta de resultados no processo de
utilização de desktops virtuais, através da tecnologia VMware.
Visando estabelecer uma justa equivalência de procedimentos, a proposta em
questão contou com cenários idênticos para a realização dos mesmos.
A estrutura física para a execução dos experimentos contou com um ambiente
informatizado composto por dois servidores iguais, equipados com processadores de 8
núcleos e 16 GB de memória RAM e quarenta estações de trabalho equipadas com
processadores de 2 núcleos e 4 GB de memória RAM, além destes, fez-se necessário
também, a utilização de um computador, com processador de 4 núcleos e 4GB de
memória RAM, específico para a coleta e análise dos resultados. Todos conectados e
configurados em uma mesma LAN.
Em cada servidor foi instalado o respectivo serviço de virtualização de desktop e
a partir das estações mencionadas, inicializadas as sessões.
A comparação entre as tecnologias procurou fazer-se justa, de modo a atenuar as
ações que porventura pudessem influenciar os resultados.
Até mesmo a maneira como estes foram coletados mereceu atenção específica,
ou seja, para tal tarefa utilizou-se uma ferramenta externa àquelas sugeridas pelo OVD e
pelo VMware View. Assim, ambos os laboratórios foram monitorados pelo Cacti,
solução gráfica de monitoramento que utiliza o sistema RRDtool, cujo objetivo é
armazenar e monitorar dados em série, obtidos durante um período de tempo pré-
determinado (URBAN, 2011).
Tais experimentos foram planejados com o propósito de obter-se a maximização
do hardware, observando os seguintes parâmetros: o uso da CPU (%), o uso da memória
RAM (%) e o tráfego de rede (Mb/s). Para isso o agente SNMP (Simple Network
Management Protocol) foi ativado em todos os servidores inseridos no contexto. Para
que assim, tais informações pudessem ser capturadas pelo Cacti
3.1. Laboratório OVD
A primeira tarefa para a realização do laboratório OVD foi a elaboração da estrutura que
guiaria todo o processo prático, conforme pode ser visto na Figura 1. Após essa
definição, foi instalado em um dos servidores o sistema operacional Linux, distribuição
CentOS v.6.3, o qual foi denominado “ServerOVD”. Em seguida, fazendo uso do
Kernel based Virtual Machine – KVM, que nada mais é que um composto carregável do
módulo do kernel, que oferece a infra-estrutura de virtualização do hardware (IBM,
2012), foram instaladas duas máquinas virtuais. A primeira denominada
“gerenciadorOVD” e a segunda “aplicacaoOVD”.
A VM gerenciadorOVD foi equipada também, com o sistema operacional Linux,
distribuição CentOS v.6.3. Em seguida, preparando-a para receber o serviço OVD
propriamente dito, fez-se necessário a instalação das ferramentas Apache (v.2.4.3),
MySQL Server (v.5.5) e PHP (v.5.4.8), que são requisitos básicos para o seu devido
funcionamento. A partir de então, o serviço OVD foi instalado, configurado e iniciado.
Já a segunda VM, aplicacaoOVD, foi equipada com o sistema operacional
Windows Server 2008 R2 e em seguida, efetuada a instalação do aplicativo Ulteo OVD
Application Server.
Figura 1: Esquema que ilustra a estrutura utilizada no laboratório OVD
Vale ressaltar que durante o processo de configuração do Ulteo OVD Application
Server, o servidor de aplicação OVD é vinculado ao servidor gerenciador, através do
registro realizado no painel de administração do OVD.
Assim, a área de trabalho, bem como as aplicações disponíveis, foram definidas
como aptas a servir desktops virtuais, via RDP – Remote Desktop Protocol.
Por sua vez, os desktops virtuais foram inicializados a partir das estações de
trabalho, anteriormente mencionadas.
Foi estabelecido que a partir de cada uma das estações físicas, cinco desktops
virtuais seriam conectados. Isso possibilitou atingir a margem de duzentas sessões,
dependendo é claro, da saturação do ambiente que disponibilizaria o serviço.
Com o cenário devidamente configurado, o passo seguinte tratou da execução
propriamente dita do plano experimental. As conexões ocorreram via browser Internet
Explorer v.9.
A cada novo desktop virtual inicializado, fez-se necessário manter um
movimento de tela contínuo e simultâneo entre as sessões. Logo, executou-se um ping
constante de 30 Kb a partir de cada um deles, o que permitiu uma aplicação ativa em
cada sessão.
A partir daí, esse cenário foi monitorado durante um intervalo de quarenta
minutos. Adiante, serão abordados os resultados obtidos.
3.2. Laboratório VMware
Através de um servidor de configurações idênticas àquele utilizado no
laboratório OVD, foi iniciado um segundo momento do trabalho: o Laboratório
VMware.
Antes de qualquer configuração houve a necessidade de um estudo detalhado
das ferramentas disponíveis para testes que a VMware oferece em seu site, para enfim
serem definidas aquelas que encaixariam no propósito em questão. Logo, foi definida a
utilização das seguintes ferramentas:
VMware Vcenter VIMSetup-all-5.0 – Software capaz de oferecer a gerencia de
um conjunto de hipervisores e máquinas virtuais vinculadas a estes.
VMware vSphere Hypervisor ESxi 5.1 – Nada mais é que o hipervisor da
VMware, ou seja, o software que atua como plataforma de virtualização, que por sua
vez é colocado diretamente sobre a máquina física.
VMware vSphere Client v.5.1 – Cliente de configuração do VMware vSphere
Hypervisor ESxi.
VMware View Manager Premier v.5.1.1 – Pacote que inclui vários softwares
condicionados a oferecer serviços de desktop a partir de uma determinada nuvem.
Dentre eles foram utilizados os seguintes:
VMware View Agent-x86_64 v.5.1.1- Software responsável por configurar
a VM padrão que será disponibilizada como desktop virtual;
VMware View Composer v.3.0 – Software responsável por gerir as cópias
de VMs que atuarão como imagens “mestres” dos desktops virtuais que serão
disponibilizados;
VMware View Connection Server-x86_64 v.5.1.1 – Software que atua de
modo a verificar e validar o acesso do usuário, quando este solicitar uma
conexão ao pool de desktops virtuais;
VMware View Client-x86_64 v.5.1.1 - Software que estabelece a conexão
entre o usuário final e a nuvem, ou seja, responsável pela entrega do desktop
virtual ao usuário.
Definidas as ferramentas e o cenário a ser implementado, conforme mostra a
Figura 2, o passo seguinte tratou da instalação e da configuração do “ServerVMware”,
nome dado ao servidor físico, onde foi instalado o VMware vSphere Hypervisor ESxi
5.1. Em seguida, sua configuração e demais abordagens para a criação de máquinas
virtuais fez-se possível mediante a instalação do VMware vSphere Client v.5.1 em uma
outra máquina presente na rede.
Figura 2: Esquema que ilustra a estrutura utilizada no laboratório VMware
A partir daí foram instaladas três VMs: A primeira equipada com o sistema
operacional Microsoft Windows Server 2008 R2, denominada “Vconnection”, onde
foram instalados e configurados o VMware View Connection Server-x86_64 v.5.1.1 e o
VMware View Composer v.3.0. A segunda também equipada com o sistema operacional
Microsoft Windows Server 2008 R2, denominada “Vcenter”, onde foi instalado e
configurado o VMware Vcenter VIMSetup-all-5.0, além de receber a configuração do
serviço Active Directory. Já a terceira e última VM merece uma atenção especial. Esta
foi equipada com o sistema operacional Microsoft Windows 7 Professional e recebeu o
nome de “Win7pro”. Nela foi instalado e configurado também, o VMware View Agent-
x86_64 v.5.1.1. Finalizadas suas configurações, foi desligada. Sua função é apenas
servir como base para as “réplicas” que serão criadas a partir de um snapshot.
Ao contrário do laboratório OVD, que disponibilizou desktops virtuais a partir
de um navegador web, o laboratório VMware fez uso de um cliente para executar tal
tarefa. Assim, o experimento passou a depender de uma quantidade maior de estações
de trabalho.
Conforme mencionado anteriormente, o ambiente disponível para testes
dispunha de quarenta estações. O que seria insuficiente para esta proposta. Adotou-se
então, a utilização de VMs. Logo, foi realizada a instalação do VMware Workstation,
atuando como player de máquinas virtuais, em cada uma dessas estações.
Para cada estação foram executadas cinco VMs, sendo que cada VM foi
equipada com o Microsoft Windows 7 Professional e com o VMware View Client-
x86_64 v.5.1.1.
Logo, obteve-se o VMware View Client disponível em duzentas VMs. A partir
destas, os virtuais desktops puderam ser inicializados.
Com a conclusão do cenário proposto, o mesmo experimento mencionado no
laboratório OVD foi repetido no laboratório VMware.
Resumindo o método adotado para a execução dos laboratórios, tem-se em cada
ambiente, um servidor físico e duas máquinas virtuais monitoradas. A relação adotada
na análise dos dados visou comparar o comportamento dos servidores físicos entre si,
bem como as máquinas virtuais correspondentes a cada laboratório. A tabela 1, a seguir,
apresenta a maneira como esses parâmetros foram organizados.
Método de análise e comparação dos dados
obtidos nos processos experimentais
Parâmetros coletados
Uso da
CPU
Uso da
Memória
Tráfego de
rede
Máquinas
monitoradas
Hipervisores ServerOVD x ServerVMware
Máquinas Virtuais GerenciadorOVD x Vcenter
AplicacaoOVD x Vconnection
Tabela 1: Parâmetros adotados para a comparação entre os servidores
Os resultados obtidos durante a execução dos experimentos serão abordados na
sessão a seguir.
Parâmetro analisado apenas na comparação entre os hipervisores
4. Resultados
Esta sessão trata especificamente, dos resultados obtidos durante observações e análise
dos experimentos. Logo, serão apresentados os dados estatísticos levantados a partir do
uso da CPU, do uso da memória RAM e do tráfego de rede, bem como o comparativo
percentual entre todos os servidores inseridos no processo.
4.1. Uso da CPU
De modo geral, a análise do uso da CPU (%) apontou um nível de processamento
relativamente maior por parte dos servidores utilizados no laboratório VMware.
Em números, conforme pode ser visto, através da Figura 3, observou-se que o
ServerOVD obteve média de 54.8% de uso, enquanto que no ServerVMware essa média
foi de 69,7%. Tal variação determinou, por parte do ServerVMware, um aumento no uso
da CPU de 27.2% em relação ao ServerOVD.
Já o GerenciadorOVD apresentou média de 25.4%, enquanto que seu
correspondente no segundo laboratório, o Vcenter, obteve média de 35%. Variação que
determinou, por parte do Vcenter, um aumento no uso da CPU em 37.8% em relação ao
GerenciadorOVD.
0
10
20
30
40
50
60
70
80(%)
Servidores
ServerOVD ServerVMware
GerenciadorOVD Vcenter
AplicacaoOVD Vconnection
21,9%
variação
27,2%
variação
37,8%
variação
Figura 3: Gráfico descritivo da comparação do uso de CPU entre os servidores
Comparativo entre os servidores sob a análise do uso de CPU
O último comparativo, sob a análise deste parâmetro, apresentou a única
situação em um servidor do laboratório OVD superou seu correspondente no laboratório
VMware, ou seja, o servidor AplicacaoOVD alcançou a média de 72.5% de uso da
CPU, enquanto que o Vconnection obteve média de 59.5%. Variação de 21.9% a mais
por parte do servidor AplicacaoOVD.
4.2. Uso da memória RAM
Quanto ao uso da memória, pode-se destacar que a principal informação obtida, durante
todo o processo, foi a saturação da mesma no ambiente OVD.
Assunto este, que será tratado adiante, pois antes disso, faz-se necessário
destacar o comparativo entre os números obtidos, conforme aponta a Figura 4, a seguir.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100(%)
Servidores
ServerOVD ServerVMware
GerenciadorOVD Vcenter
AplicacaoOVD Vconnection
32,5%
variação
39,6%
variação
48,4%
variação
Figura 4: Gráfico descritivo da comparação do uso de memória física entre os servidores
Verifica-se que no ServerOVD, a média de uso atingiu 51,3% do total
disponível. Enquanto que o ServerVMware utilizou a média de 71,6%, ou seja, o uso de
memória no ServerVMware foi superior em 39,6% em relação ao uso no ServerOVD.
Por sua vez, o GerenciadorOVD fez uso médio de 32,7% do total disponível, e
seu correspondente no laboratório VMware, o Vcenter, atingiu a média de 48,5%.
Comparativo entre os servidores sob a análise do uso de memória
Logo, o uso de memória no Vcenter foi superior em 48,4% em relação ao uso no
GerenciadorOVD.
Já o servidor AplicacaoOVD obteve a alta média de 98% de uso do total
disponível. Seu correpondente, o Vconnection, atingiu 74%. Resultando, por parte do
servidor AplicacaoOVD, o uso de memória superior em 32,5% em relação ao
Vconnection.
A saturação da memória física disponível, mencionada anteriormente, ocorreu
especificamente, na VM2 do laboratório OVD, ou seja, no servidor AplicacaoOVD.
Notou-se, após um comportamento instável dos desktops virtuais conectados,
que o servidor AplicacaoOVD havia atingido o patamar máximo referente ao uso da
memória física disponibilizada.
Na Figura 5, o gráfico obtido junto ao Cacti, mostra que do total de 4 GB de
memória física, atingiu-se o ponto máximo de utilização de 3.99 GB. Indica também,
que a média de uso atingiu 3.92 GB. O que reflete o percentual de 98% de uso,
conforme apontou o gráfico da Figura 4.
Tal fato ocasionou a limitação do número de desktops virtuais. No total, obteve-
se o limite máximo de 188 conexões ativas e simultâneas.
A partir desse número não foi possível executar novas conexões. E outras já
estabelecidas anteriormente, desconectavam-se sem uma prévia solicitação, caso
houvesse a insistência por estabelecer alguma sessão além das 188.
O confronto entre os ambientes OVD e VMware apresentou aí sua principal
distinção, pois no laboratório VMware esse número de sessões inicializadas foi
inclusive superado, porém determinou-se a utilização da mesma quantidade (188) de
desktops virtuais no momento da coleta dos resultados, a fim de obter-se uma análise
justa dos dados coletados.
Figura 5: Gráfico que ilustra a saturação da memória física no servidor AplicacaoOVD
4.3. Tráfego de rede
O tráfego de rede foi utilizado como parâmetro de comparação apenas entre os
servidores físicos (hipervisores). Neles, pôde-se verificar o trafego relevante no
contexto do experimento.
Em números, constatou-se que a média do tráfego de entrada no ServerOVD foi
de 69,9 Mb/s e o de saída 68,1 Mb/s, enquanto que no VMware o tráfego de entrada
atingiu a média de 61,9 Mb/s e o de saída 60,7 Mb/s, conforme apresenta o gráfico da
Figura 6.
A análise percentual mostra que o tráfego de rede no ServerOVD foi 12,6%
maior que o tráfego no ServerVMware.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Tráfego de rede - entrada
Tráfego de rede - saída68,1
Mb/s
69,9
61,9 60,7
48,9 48,7
0,060,08 0,060,08 0,07 0,07
Figura 6: Gráfico descritivo da comparação do tráfego de rede entre os servidores
4.4. Relação percentual entre os servidores
Os números apresentados a seguir, estabelecem uma síntese dos resultados sob a visão
de um experimento único, ou seja, tanto o laboratório OVD, quanto o laboratório
VMware serão analisados sob a ótica de um laboratório apenas.
Aplicou-se os mesmos métodos para realizar os cálculos percentuais de cada
parâmetro. A seguir, vejamos o exemplo do cálculo realizado para verificar o percentual
do uso da CPU do servidor Vconnecion, relacionando-o com o uso da CPU durante todo
Comparativo entre os servidores sob a análise do tráfego de rede
o experimento:
Logo, 316.9% equivalem a 100% da CPU utilizada no experimento em sua
totalidade. Assim o processamento de cada servidor é parte desse total. E o percentual
referente a essa parte pode ser obtido sob o cálculo de uma regra de três simples:
Partindo dessa análise, a relação percentual de utilização da CPU, entre os
servidores que compuseram o experimento, pode ser vista na Figura 7, a seguir:
Relação percentual de utilização da CPU
17%
22%
8%11%
23%
19%ServerOVD
ServerVMware
GerenciadorOVD
Vcenter
AplicacaoOVD
Vconnection
Figura 7: Gráfico da relação percentual de utilização da CPU
Observa-se no gráfico, que o uso da CPU foi relativamente maior no servidor
AplicacaoOVD, atingindo a marca de 23% da utilização total do experimento.
Já a relação dos servidores, sob o percentual de utilização da memória física,
pode ser analisada na Figura 8, a seguir:
316.9% 100%
59.5% CPUVconnetion (%)
CPUVconnetion = (59.5 x 100)/316.9
CPUVconnetion = 19%
Uso da CPUtotal do experimento = Soma do uso da CPUdos servidores
Uso da CPUtotal do experimento = 316.9%
Relação percentual de utilização da memória física
13%
19%
9%13%
26%
20% ServerOVD
ServerVMware
GerenciadorOVD
Vcenter
AplicacaoOVD
Vconnection
Figura 8: Gráfico da relação percentual de utilização da memória física
O gráfico mostra que o uso da memória física foi relativamente maior no
servidor AplicacaoOVD, atingindo 26% da utilização total do experimento.
Com relação ao tráfego de rede, no ServerOVD houve um percentual de
atividade de 39% do total ocorrido no experimento, enquanto que no ServerVMware
esse percentual foi de 34%. A soma da atividade de rede nos demais servidores atingiu
27%, conforme aponta o gráfico a seguir:
Relação percentual da tráfego de rede
34%
39%
27%
ServerVMware
ServerOVD
Demais servidores
Figura 9: Gráfico da relação percentual da atividade de rede entre os servidores durante todo o experimento
5. Considerações finais
Na prática, dentro das suas particularidades, tanto o Open Virtual Desktop quanto o
VMware View atingiu de modo satisfatório a proposta de disponibilizar desktops
virtuais.
Quanto ao processo de comparação, entre as tecnologias, buscou-se manter a
imparcialidade durante toda a execução do experimento.
Logo, medidas como a utilização de servidores equipados com configurações
idênticas; a equivalência na configuração das máquinas virtuais; a inicialização do
mesmo número de sessões (188 desktops virtuais) em ambos os laboratórios durante a
coleta dos dados; a instalação do Cacti em um computador extra àqueles envolvidos nas
práticas experimentais; o uso do protocolo SNMP na análise dos resultados; a busca
pela semelhança na configuração da infraestrutura dos ambientes; e a instalação
exclusiva de aplicativos que estivessem envolvidos no experimento proposto, foram
fundamentais para o sucesso do trabalho.
Sobre os produtos envolvidos no experimento, verificou-se que o VMware View
mostrou-se extremamente eficiente e funcional. Fato que comprova a excelência em
resultados, propostos pela VMware. Determinante para consolidá-la como líder global
no diz respeito à virtualização e infraestrutura em nuvem.
Quanto ao Open Virtual Desktop, apesar de ser uma aplicação relativamente
nova, mostrou-se capaz de suprir necessidades organizações de importante relevância. A
seu favor, ainda pesam o fato de ser Open Source e de oferecer a integração de
aplicações Windows e Linux em um mesmo ambiente.
Por fim, o experimento permitiu verificar que apesar do Open Virtual Desktop
merecer um considerável destaque, a solução VMware apresenta-se mais robusta e
consegue otimizar a utilização do hardware disponível em benefício da quantidade de
desktops virtuais possíveis.
6. Trabalhos futuros
Tendo por base o estudo apresentado, premissas para futuros projetos podem ser
elaboradas a partir dos seguintes temas: Desktops virtuais para Mobile computing,
Soluções livres para virtualização de desktops, Comparação de desempenho entre
desktops virtuais e convencionais.
Referências bibliográficas
VERAS, Manoel. Virtualização: Componente Central do Datacenter. São Paulo:
Brasport, 2011.
RULE, David; DITTNER, Rogier. Best Damn Server Virtualization. Period Book.
Burlington: Syngress, 2007.
TANEMBAUM, Andrew; STEEN, Maarten. Sistemas Distribuídos: Princípios e
paradigmas. 2 ed. São Paulo: Pearson, 2007.
LAUREANO, Marcos Aurélio Pchek. Máquinas Virtuais e Emuladores: Conceitos,
Técnicas e Aplicações. 1 ed. São Paulo: Novatec, 2006.
KAPPEL, Jason; VELTE, Anthony; VELTE, Toby. Microsoft Virtualization with
Hyper-V. New York: McGrawHill, 2009.
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