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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA/FITOTECNIA
ROSENYA MICHELY CINTRA FILGUEIRAS
TECIDO-NÃO-TECIDO (TNT) PARA ENSACAMENTO DE CACHOS VISANDO
CONTROLE DE BROQUEADORES DE FRUTOS DO TOMATEIRO (Solanum
lycopersicum L.)
FORTALEZA
2016
ROSENYA MICHELY CINTRA FILGUEIRAS
TECIDO-NÃO-TECIDO (TNT) PARA ENSACAMENTO DE CACHOS VISANDO
CONTROLE DE BROQUEADORES DE FRUTOS DO TOMATEIRO (Solanum
lycopersicum L.)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Agronomia/Fitotecnia da
Universidade Federal do Ceará, como requisito à
obtenção do título de Mestre em
Agronomia/Fitotecnia.
Área de concentração: Entomologia Agrícola.
Orientador: Prof. D. Sc. Patrik Luiz Pastori
Co-orientadora: Pesqª. D. Sc. Andreia Hansen Oster
FORTALEZA
2016
DEDICO
À Deus, pela vida, pоr guiar e iluminar todos
os meus passos, e por ter me dado forças para
prosseguir e concluir mais uma etapa desta
vida.
Aos meus pais Doraíde de Freitas Cintra
Filgueiras e Marcos Vinícios da Silva
Filgueiras, e aos meus irmãos, Marcos
Honiery, Marcos Hondinely e Romenia
Missaeli pelo amor incondicional, por toda
dedicação, compreensão, apoio, incentivo,
conselhos e ensinamentos.
AGRADECIMENTOS
Ao grande e poderoso Deus do Universo, pelo dom da vida, por ter me dado saúde
e força para superar as dificuldades, e por tudo mais que precisei para chegar até aqui, sei que
“Tudo posso naquele que me fortalece”.
À Universidade Federal do Ceará (UFC) e ao Programa de Pós-Graduação em
Agronomia/Fitotecnia pela oportunidade concedida para realização do Curso de Mestrado em
Agronomia/Fitotecnia com ênfase em Entomologia Agrícola.
À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(FUNCAP), pelo apoio financeiro por meio da concessão da bolsa de estudos.
À empresa TNTEX INDÚSTRIA E COMÉRCIO, na pessoa do Sr. Mário R.
Mezzedimi, pela oportunidade, apoio e confiança para a realização do trabalho.
Ao agricultor Antônio Severino Chaves por ter cedido seu plantio comercial de
tomateiros para a realização da pesquisa.
À Embrapa Agroindústria Tropical, por ter cedido o laboratório de pós-colheita
para realização das análises.
À Márcia Régia Souza da Silveira pelo auxílio com as análises pós-colheita.
Ao meu orientador D. Sc. Patrik Luiz Pastori, pela oportunidade, orientação, apoio
e participação ativa na elaboração e execução da dissertação, pelo profissionalismo,
competência, pelos 'puxões de orelha', pela amizade e pelos valiosos ensinamentos e
conselhos que foram essenciais para meu amadurecimento profissional e pessoal.
À minha co-orientadora D. Sc. Andréia Hansen Oster, pela indispensável ajuda
com as análises pós-colheita, pelas contribuições e dicas na elaboração da dissertação.
Aos professores participantes da banca examinadora D. Sc. Francisco Roberto de
Azevedo e D. Sc. Jose Wagner da Silva Melo, pelo tempo dedicado para a leitura e correções,
pelas valiosas colaborações e sugestões.
Aos professores do Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fitotecnia da
UFC pelos ensinamentos transmitidos.
Aos meus amigos da turma de Pós-Graduação pelos grupos de estudo, passeios,
sorrisos, diversão e por todos os momentos juntos que proporcionaram laços de amizades
maravilhosos.
Aos meus amigos do Laboratório de Entomologia Aplicada (LEA), pelo
companheirismo, pelo apoio, pelos momentos de descontração, pela ajuda com o trabalho e
desenvolvimento da pesquisa, vocês foram indispensáveis para a concretização deste trabalho,
e principalmente pela amizade.
À minha família, que mesmo distante, sempre me apoiou e me fortaleceu nos
momentos mais difíceis. Agradeço em especial à minha “Super mãe” por toda dedicação, todo
amor e todo zelo, por sofrer junto comigo durante cada angústia, pelas orações, pela força
doada nos momentos de desânimo, por cada conselho e por ser o meu exemplo de vida.
Aos meus queridos Diego Fonteles, Cristiane Ramos, Marianne Gonçalves,
Edcarla Nicolau, Jéssica Soares e Tamiris Pereira por dividirem alegrias, comemorações,
passeios, assim como tristezas, angustias, frustrações, e por terem participado da
concretização dessa etapa da minha vida, quer seja contribuindo diretamente com a realização
do trabalho, quer seja doando atenção e força. Vocês foram as melhores joias que encontrei.
À todos da Diretoria, Coordenação, Secretaria, Serviços Gerais, Segurança,
Xerox, enfim a todos que fazem a UFC ser esse mundo de conhecimento e diversidade.
A todos que me apoiaram, torceram e colaboraram direta ou indiretamente para a
o êxito deste trabalho, minha mais sincera gratidão.
“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro
bem presente na angústia. Pelo que não
temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda
que os montes se projetem para o meio dos
mares...” (Salmos 46:1-2)
RESUMO GERAL
O tomateiro é atacado por insetos-praga durante todo seu ciclo e, dentre os quais, destacam-se
os artrópodes-broqueadores de frutos. O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência do uso de
TNT para o ensacamento de flores e/ou frutos de tomate „Valerin‟ como controle mecânico
dos broqueadores de frutos avaliando os indicadores agronômicos da cultura, a qualidade pós-
colheita dos frutos, a relação custo/benefício, bem como, o melhor período para realização do
ensacamento. O ensaio foi conduzido em plantio comercial de tomateiro estaqueado,
localizado no município de Ubajara, Ceará, Brasil em delineamento experimental de blocos
casualizados em esquema fatorial 2 x 4 com cinco repetições. Os fatores considerados foram
duas formas de utilização de inseticidas para controle de broqueadores [1- Plantas tratadas
com inseticidas; e 2- Plantas não tratadas com inseticidas] e quatro períodos de ensacamento
dos cachos com TNT [T1- Ensacamento da flor; T2- Ensacamento do cacho com frutos de 1,5
cm; T3- Ensacamento do cacho com frutos de 3,0 cm; e Cachos não ensacados (testemunha)].
Os parâmetros avaliados foram: Número de frutos/cacho, número de cachos/planta, peso dos
frutos (Kg), diâmetro longitudinal (cm), diâmetro transversal (cm), incidência de insetos
broqueadores (%), produtividade (ton/ha), perda provocada pelo ataque das pragas (ton/ha),
ganho real obtido (ton/ha), custo/benefício de implantação, acidez titulável, sólidos solúveis
totais, coloração dos frutos (Luminosidade, cromaticidade, ângulo hue), firmeza dos frutos,
carotenoides totais, licopeno e ß-caroteno. As análises pós-colheita foram realizadas no
Laboratório de Pós-Colheita da Embrapa Agroindústria Tropical. O uso de TNT no
ensacamento dos cachos/frutos de tomate „Valerin‟ não interferiu no desempenho produtivo e
na qualidade pós-colheita dos frutos. O custo médio para o ensacamento dos frutos com sacos
TNT foi cerca de 40,7% inferior ao necessário para o controle químico. Não foi observada a
presença de Tuta absoluta (Lepidoptera: Gelechiidae), Helicoverpa zea e Helicoverpa
armigera (Lepidoptera: Noctuidae) durante as avaliações, no entanto, o ensacamento dos
cachos de tomate „Valerin‟ com TNT quando os frutos apresentavam 1,5 cm de diâmetro foi
mais eficaz para o controle de Neoleucinodes elegantalis (Lepidoptera: Crambidae),
promoveu incremento de 21,5% na produtividade final em relação àqueles não ensacados e
não comprometeu a qualidade pós-colheita dos frutos, sendo, portanto, considerado o melhor
período para a realização do ensacamento.
Palavras-chave: Controle mecânico; Neoleucinodes elegantalis; Indicadores agronômicos;
Qualidade pós-colheita.
ABSTRACT GENERAL
The tomato plants are attacked by pest insects throughout its cycle, among which the
arthropods fruit borers stand out. The objective of this experiment was to evaluate the
efficiency of nonwoven („TNT‟) using in bagging flowers and/or fruits of 'Valerin' tomato as
a mechanical control to fruit borers and evaluating thus the agronomic indicators of crop,
post-harvest fruit quality, cost/benefit as well as the best period to perform bagging. The
experiment was conducted in a commercial planting of staked tomato plants, located in the
municipality of Ubajara, Ceará, Brazil, in randomized blocks in factorial 2 x 4 with five
repetitions. The following factors were considered: two ways of using insecticides to control
borers [1-plants treated with insecticides; 2-Plants not treated with insecticides] and the four
periods of bagging the bunches with nonwoven [T1-Flower bagging; T2-Bagging the bunches
with fruits of 1.5 cm in diameter; T3 Bagging the bunches with fruits of 3.0 cm in diameter);
and Bunches not bagged (control)]. The parameters evaluated were: number of fruits/bunch,
number of bunches/plant, fruit weight (Kg), longitudinal diameter (cm), transverse diameter
(cm), incidence of borers insects (%), productivity (Kg/ha), loss caused by the attack of pests
(Kg/ha), real gain obtained (Kg/ha), cost benefit of implementation, titratable acidity, total
soluble solids, fuit color (brightness, chromaticity, hue angle), fruit firmness, total
carotenoids, lycopene and ß-carotene. Postharvest analysis were performed in the Laboratory
of Postharvest of Embrapa Agroindústria Tropical. The use of nonwoven in the bagging of
'Valerin' clusters/tomato fruits did not affected the productive performance neither the quality
postharvest of the fruits. The average cost for bagging the fruits with nonwoven bags was
about 40.7% lower than that required for chemical control. It was not observed the presence
of Tuta absoluta (Lepidoptera: Gelechiidae), Helicoverpa zea and Helicoverpa armigera
(Lepidoptera: Noctuidae) during evaluations, however the bagging of 'Valerin' tomato clusters
with nonwoven when the fruits was 1.5 cm in diameter was effective to control Neoleucinodes
elegantalis (Lepidoptera: Crambidae), promoted increase of 21.5% in the final productivity if
compared to those not bagged and did not compromise the post-harvest quality of the fruits
and thus it is considered the best period to perform bagging.
Keywords: Mechanical control; Neoleucinodes elegantalis; Agronomic indicators;
Postharvest quality.
SUMÁRIO
I INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................................................... 13
II REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 16
CAPÍTULO I ............................................................................................................................ 18
ÍNDICES PRODUTIVOS E INCIDÊNCIA DE INSETOS BROQUEADORES DE FRUTOS
DE TOMATE SUBMETIDOS A ENSACAMENTO COM TNT ........................................... 18
RESUMO ................................................................................................................................. 19
ABSTRACT ............................................................................................................................. 20
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 21
2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 23
2.1 Descrição da área experimental ..................................................................................... 23
2.2 Desenvolvimento experimental ..................................................................................... 23
2.3 Índices produtivos e incidência de insetos broqueadores de frutos ............................... 24
2.4 Análise estatística .......................................................................................................... 25
3 RESULTADOS ..................................................................................................................... 26
4 DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 27
5 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 31
CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 43
QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE FRUTOS DE TOMATEIRO ENSACADOS COM TNT
(TECIDO-NÃO-TECIDO) ....................................................................................................... 43
RESUMO ................................................................................................................................. 44
ABSTRACT ............................................................................................................................. 45
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 46
2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 48
2.1 Descrição da área experimental ..................................................................................... 48
2.2 Desenvolvimento experimental ..................................................................................... 48
2.3 Análises físico-químicas ................................................................................................ 49
2.4 Análise estatística .......................................................................................................... 51
3 RESULTADOS ..................................................................................................................... 51
4 DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 51
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 54
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 55
III CONCLUSÕES FINAIS ..................................................................................................... 64
IV CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 65
13
I INTRODUÇÃO GERAL
O tomate (Solanum lycopersicum L.) é considerado uma hortaliça de grande
relevância para a agricultura mundial ocupando a segunda posição no ranking de hortaliças
produzidas (MATOS et al., 2012). No Brasil, observa-se o seu cultivo em praticamente todas
as regiões sendo produzido, na safra de 2015, o equivalente a 3.404,650 de toneladas, em uma
área de cultivo de 53.990 hectares (IBGE, 2015).
É uma hortaliça que apresenta ampla aceitação por parte do mercado consumidor,
o que torna possível o seu consumo tanto in natura, quanto de forma industrializada. A
cultura apresenta ainda grande papel econômico para o país, pois representa 16% do PIB
produzido pelas hortaliças (ABCSEM, 2010). No âmbito social, o cultivo do tomateiro gera
cerca de 300 mil empregos no setor agrícola, além de contribuir para a fixação do homem no
campo (GERALDINI et al., 2011).
A cultura apresenta, entretanto, alguns entraves que dificultam o seu cultivo, entre
eles, a suscetibilidade a vários artrópodes-praga. Em meio aos problemas fitossanitários mais
importantes dessa cultura, destacam-se os insetos broqueadores de frutos: Tuta absoluta
(Meiryck) (Lepidoptera: Gelechiidae), Neoleucinodes elegantalis (Guinée) (Lepidoptera:
Crambidae), Helicoverpa zea (Boddie) (Lepidoptera: Noctuidae) e Helicoverpa armigera
Hübner (Lepidoptera: Noctuidae) (PICANÇO et al., 2007; PRATISSOLI et al., 2015). Esses
broqueadores são assim considerados, pois, durante seu desenvolvimento, ou na maior parte
dele, estão presentes nos frutos, onde se alimentam danificando a polpa, causando danos
diretos ao produto comercializável. Esses insetos causam ainda danos indiretos por
promoverem aberturas que favorecem a entrada de patógenos. Tais danos tornam os frutos
completamente impróprios para consumo ou industrialização (PICANÇO et al., 2007).
No intuito de contornar os entraves fitossanitários encontrados na cultura do
tomateiro, a maioria dos agricultores faz do controle químico sua principal estratégia de
defesa, fato este que torna o produtor muito dependente do uso de agroquímicos. Em 2010,
por exemplo, a tomaticultura foi responsável por 16% da participação nacional no consumo
de agroquímicos (RODRIGUES & MANARIM, 2011).
Neste contexto, o fruto do tomate torna-se vulnerável à presença de resíduos de
produtos químicos decorrentes de pulverizações excessivas e sem indicações técnicas
adequadas o que também pode aumentar os custos de cultivo e riscos ao ambiente e à saúde
dos aplicadores (PIRES et al., 2013). Além disso, o tomate produzido convencionalmente
14
retém alto teor dos pesticidas aplicados durante o cultivo, muitos desses inclusive proibidos
para a cultura (ANVISA, 2013).
Devido à crescente exigência por parte dos consumidores em adquirir produtos de
elevada qualidade nutricional e livre dos riscos de contaminantes, além da necessidade de
encontrar melhores preços de comercialização, alguns produtores buscam alternativas para
reduzir o uso de produtos químicos modificando tratos culturais convencionais (TOKAIRIN
et al., 2014). Uma das possibilidades consiste no ensacamento dos frutos, a qual tem a
finalidade de proteger os frutos contra o ataque de pragas permitindo assim, a redução na
aplicação de agroquímicos (TOKAIRIN et al., 2014). Na fruticultura, esses benefícios foram
observados em diversas culturas, dentre elas a goiabeira (SANTOS et. al., 2013) macieira
(SANTOS & WAMSER, 2006), atemoieira (PEREIRA et al., 2009) e abieiro
(NASCIMENTO et al., 2011) onde o ensacamento foi recomendado como alternativa para o
controle de insetos-praga.
Em maçãs „Fuji Suprema‟ o ensacamento dos frutos quando realizado com
embalagens de plástico transparente microperfurado e com tecido não texturizado
proporcionou proteção contra o ataque de mosca-das-frutas Anastrepha fraterculus
(Wiedemann) (Diptera: Tephretidae), mariposa-oriental Grapholita molesta (Busck)
(Lepidoptera: Tortricidae) e lagarta-enroladeira Bonagota salubricola (Meyrick)
(Lepidoptera: Tortricidae) (TEIXEIRA et al., 2011). Os danos causados pelo ataque de brocas
em frutos de atemoieiras também foi reduzido significativamente quando o ensacamento dos
frutos foi realizado com saco plástico (PEREIRA et al., 2009).
No entanto, quando se refere às olerícolas, poucos são os relatos do uso desta
prática. O ensacamento de frutos de tomate com sacos de papel pardo, tecido de organza e
tecido-não-tecido (TNT) pode ser uma alternativa para redução de danos por insetos-pragas
(JORDÃO & NAKANO, 2002), mantendo a qualidade e aparência dos frutos (LEBEDENCO
et al., 2007; LEITE et al., 2014). No entanto, a técnica necessita de aprimoramento uma vez
que os materiais utilizados ou mostraram-se frágeis no campo ou de difícil manipulação por
parte dos agricultores.
Além disso, um fator de relevância para o sucesso desta técnica é a época ideal
para a proteção dos frutos, ou seja, o tamanho adequado para a realização do ensacamento,
que possa garantir maior proteção contra artrópodes-pragas, e que não cause alterações nos
índices produtivos da cultura ou na qualidade pós-colheita dos frutos. Em goiabeira, por
exemplo, o ensacamento de frutos demonstrou ser uma eficiente estratégia de exclusão de
moscas-das-frutas quando realizado antes dos frutos atingirem 2,8 cm de diâmetro transversal
15
(SANTOS et al., 2013). Dessa forma, objetivou-se avaliar a eficiência do uso de TNT no
ensacamento de flores e/ou frutos de tomate „Valerin‟ para o controle dos broqueadores de
frutos, verificar sua influência sobre os índices agronômicos da cultura e qualidade pós-
colheita dos frutos, avaliar a relação custo/benefício de utilização desta técnica, e estabelecer
o estágio fenológico mais adequado para o ensacamento.
NOTA1.
1Esta dissertação segue normas das Revistas: Ciência Rural (2015) e Pesquisa Agropecuária Brasileira (2015),
com adaptações para as normas do guia de normalização de trabalhos acadêmicos da Universidade Federal do
Ceará (UFC).
16
II REFERÊNCIAS
ABCSEM - Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas. Tomate lidera
crescimento e lucratividade no setor de hortaliças. A Lavoura. p. 29-31, 2010.
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sistemático da produção agrícola. Rio de Janeiro, v.29 n.3 p.1-81, 2015.
Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/.
Capturado em 20 set. 2015.
JORDÃO, A. L.; NAKANO, O. Ensacamento de frutos do tomateiro visando ao controle de
pragas e a redução de defensivos. Scientia Agrícola, v.59, p.281-289, 2002.
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LEBEDENCO, A. et al. Métodos de controle de lepidópteros do tomateiro (Lycopersicon
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LEITE, G. L. D. et al. Bagging tomato fruits: A viable and economical method of preventing
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17
PEREIRA, T.C.M. et al. Efeito do ensacamento na qualidade dos frutos e na incidência da
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PRATISSOLI, D. et al. Occurrence of Helicoverpa armigera (Lepidoptera: Noctuidae) on
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TEIXEIRA, R. et al. Efeito do ensacamento dos frutos no controle de pragas e doenças e na
qualidade e maturação de maçãs „Fuji Suprema‟. Bragantia, v.70, n.3, p.688-695, 2011.
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TOKAIRIN, T.O. et al. Custo de produção de goiabas para mesa produzidas com e sem
ensacamento: estudo de caso. Revista Brasileira de Fruticultura, v.36, n.3, p.542-549,
2014.
Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/0100-2945-347/13>. Acesso em: 20 set. 2015.
18
CAPÍTULO I
ÍNDICES PRODUTIVOS E INCIDÊNCIA DE INSETOS BROQUEADORES DE
FRUTOS DE TOMATE SUBMETIDOS A ENSACAMENTO COM TNT
19
RESUMO
O ensacamento de frutos é uma eficiente técnica de controle mecânico utilizado na
fruticultura para evitar que o inseto-praga entre em contato com os frutos. No entanto, existem
poucos estudos sobre sua eficiência em hortaliças como, por exemplo, o tomate. O objetivo
deste trabalho foi avaliar a eficiência do ensacamento das flores e/ou frutos de tomate com
sacos TNT como principal método de controle dos principais artrópodes-praga broqueadores
(Helicoverpa spp., Neoleucinodes elegantalis e Tuta absoluta), determinar a melhor época
para realização do ensacamento, bem como avaliar a produção, a produtividade e o
custo/benefício em comparação àquelas áreas conduzidas pelo método convencional. O ensaio
foi realizado em plantio comercial de tomateiro „Valerin‟ estaqueado, localizado no município
de Ubajara, CE. Os fatores considerados foram: plantas pulverizadas versus não pulverizadas
sendo que ambas receberam ensacamento com TNT em diferentes estágios fenológicos [T1-
Ensacamento na fase de flor aberta; T2- Ensacamento de frutos com 1,5 cm; T3- Ensacamento
de frutos com 3,0 cm; e Cachos sem ensacamento (Testemunha)]. Os parâmetros avaliados
foram: número de frutos/cacho, número de cachos/planta, peso/fruto (kg), diâmetro
longitudinal e transversal (cm), incidência de insetos-broqueadores (%), produtividade
(ton/ha), perda provocada pelo ataque de pragas (ton/ha), ganho real obtido (ton/ha) e
custo/benefício da implantação da técnica. O delineamento experimental foi blocos
casualizados em esquema fatorial 2 x 4, com cinco repetições. Não se detectou Helicoverpa
spp. e/ou T. absoluta durante as avaliações. O ensacamento dos cachos de tomate „Valerin‟
com TNT foi eficaz para o controle de N. elegantalis sendo que a proteção dos cachos/frutos
pode ser realizada em qualquer estágio fenológico, sem que a produtividade final seja
comprometida, mas, quando o ensacamento foi realizado em cachos com frutos de 1,5 cm de
diâmetro proporcionou incremento de 21,5% de produtividade em relação àqueles não
ensacados e redução de R$11.236,00 por ha nos custos necessários para a condução do cultivo
sendo, portanto, o período mais indicado para o ensacamento.
Palavras-chave: Solanum lycopersicum; Controle mecânico; Neoleucinodes elegantalis;
Produtividade.
20
ABSTRACT
The fruit bagging is an efficient mechanical control technique widely used in horticulture to
prevent insect-pest contact with the fruits. However, there are few studies about its efficiency
in vegetables, such as, the tomatoes. The objective of this study was to evaluate the bagging
efficiency of flowers and/or fruit tomato with bags nonwoven („TNT‟) as the main method of
control of the main borers arthropod pests (Helicoverpa spp., Neoleucinodes elegantalis and
Tuta absoluta), determine the best time to perform bagging, and to evaluate the production,
productivity and the cost/benefit compared to those areas conducted by the conventional
method. The experiment was carried out on commercial planting of tomato 'Valerin' staked,
located in the county of Ubajara, Ceará State. The factors considered were: plants sprayed
versus won-sprayed both received bagging with nonwoven in different phenological stages
[T1- Bagging open flowers; T2- Bagging fruit with 1.5 cm; T3- Bagging fruit with 3.0 cm
and; Bunches without bagging (control)]. The parameters evaluated were: number of
fruits/bunch, number of bunches/plant, weight/fruit (Kg), longitudinal and transverse diameter
(cm), incidence of borers insects (%), productivity (ton/ha), loss caused by pest attack
(ton/ha), gain real obtained (ton/ha) and cost/benefit of technical deployment. The
experimental design was randomized blocks in factorial 2 x 4, with five repetitions. Not were
detected Helicoverpa spp. and/or T. absoluta during evaluations. The bagging of tomato
bunches 'Valerin' with nonwoven was effective for controlling N. elegantalis being that the
protection of bunches/fruit can be performed at any phenological stage, without that the final
productivity has been compromised, but when bagging was conducted in bunches with fruits
1.5 cm diameter provided increase of 21.5% in productivity compared to those not bagged
and reduction of R$ 11,236.00 per hectare in costs necessary to conduct the crop, being
therefore, the period indicated for the bagging.
Keywords: Solanum lycopersicum; Mechanical control; Neoleucinodes elegantalis;
Productivity.
21
1 INTRODUÇÃO
De considerável importância na mesa do consumidor, o tomate (Solanum
lycopersicon L.) é uma hortaliça-fruto amplamente consumida e cultivada, que se encontra
difundida por quase todas as regiões do Brasil (MATOS et al., 2012) e do mundo.
Desempenha papel importante na economia nacional pelos empregos que gera e a
movimentação de valores em produtos e serviços a essa cultura associados (SHIRAHIGE et
al., 2010).
Por outro lado, sabe-se também que esta cultura apresenta vulnerabilidade a
inúmeros artrópodes-praga, que por sua vez, reduzem a produtividade e/ou depreciam o
produto e comprometem a qualidade final do mesmo. Podem-se citar como principais
causadores de danos e perdas em frutos de tomate artrópodes como: Tuta absoluta (Meiryck)
(Lepidoptera: Gelechiidae), Neoleucinodes elegantalis (Guinée) (Lepidoptera: Crambidae),
Helicoverpa zea (Boddie) (Lepidoptera: Noctuidae) e Helicoverpa armigera Hübner
(Lepidoptera: Noctuidae) (PICANÇO et al., 2007; PRATISSOLI et al., 2015).
O comportamento alimentar desses insetos é que lhes confere a denominação de
broqueadores, uma vez causam lesões externas ao penetrarem nos frutos e lesões internas ao
alimentar-se da polpa formando galerias, que torna esses frutos inviáveis para consumo
(GALLO et al., 2002).
O principal método de controle de pragas como os broqueadores, utilizado na
tomaticultura, é a aplicação de inseticidas. No entanto, muitas vezes ocorre utilização
constante, indiscriminada e abusiva destes produtos o que pode gerar sérios problemas como a
possibilidade de intoxicação de pessoas e de animais, contaminações ambientais, além de em
alguns casos, propiciar o aparecimento de resíduos tóxicos nos frutos (WAMSER et al., 2008;
TOKAIRIN et al., 2014).
Com as mudanças no perfil dos consumidores e a preocupação da sociedade em
relação aos impactos do uso inadequado desses produtos químicos, é crescente o interesse da
população por adquirir alimentos livres de resíduos (WAMSER et al., 2008). Este fato tem
apontado a necessidade de se testar novas ferramentas de controle de pragas.
Dentre essas ferramentas, o ensacamento de frutos já demonstrou ser uma
alternativa eficaz para o controle de artrópodes-praga em algumas culturas, especialmente na
fruticultura. A eficácia dessa técnica tem sido observada na prevenção de ataques por insetos-
broqueadores de frutos em araticum Annona crassiflora Mart. (Annonaceae) (LEITE et al.,
22
2012), macieira Malus domestica Borkh. (TEIXEIRA et al., 2011), goiabeira Psidium guajava
L. (Myrtaceae) (MALGARIUM & MENDES, 2007; MARTINS et al., 2007; BILCK et al.,
2011), abieiro Pouteria caimito (Ruiz e Pavon) Radlk (Sapotaceae) (NASCIMENTO et al.,
2011) e mangueira Mangifera indica L. (Anacardiaceae) (GRAAF, 2010).
O foco da maioria dos estudos que envolvem o ensacamento de frutos está
relacionado com a escolha do tipo de material mais apropriado para realizar o ensacamento.
Neste sentido, COELHO et al. (2008) buscaram descobrir o material mais eficiente para atuar
como barreira mecânica ao ataque da mosca-das-frutas em frutos de pêssego e constataram
que os materiais como sacolas de TNT, polipropileno, polietileno e papel impermeável foram
eficientes e promoveram proteção satisfatória.
Além do tipo de material, a fase de desenvolvimento do fruto para realização do
ensacamento também tem sido objeto de estudo de muitos pesquisadores, como os trabalhos
conduzidos por NASCIMENTO et al. (2011) com frutos de abiu, por GRASSI (2011) com
frutos de nêspera, e por SANTOS et al. (2013) com frutos de goiaba. Assim, pode-se
considerar que vários são os trabalhos que demonstram eficiência do ensacamento no setor
frutícola. No entanto, existem na literatura poucas informações promissoras sobre o uso do
ensacamento para as olerícolas.
O ensacamento de frutos de tomate com papel pardo pode ser uma alternativa no
manejo integrado de pragas visando à redução de danos por insetos-pragas, sem afetar a
qualidade dos frutos (LEBEDENCO et al., 2007). A utilização do tecido organza e do TNT no
ensacamento de frutos ocasionaram redução de 99,7% de danos provocados por broqueadores,
além de não afetar negativamente as principais características qualitativas e quantitativas dos
frutos de tomate (LEITE et al., 2014). Apesar desses trabalhos demonstrarem a viabilidade da
técnica, os materiais utilizados, ou a forma pela qual foram utilizados, mostraram-se frágeis
ou de difícil manipulação pelos trabalhadores.
Para viabilizar a utilização da técnica de ensacamento em espécies olerícolas se
fazem necessários estudos que visem à identificação de materiais mais adequados (duráveis e
de fácil aplicação) e viáveis economicamente. Além da viabilidade do material outro fator
importante é a época mais favorável para a proteção com o material em função do tamanho do
fruto, de modo que se obtenham resultados efetivos. No caso da goiabeira, por exemplo,
quando o ensacamento dos frutos é realizado na época correta obtém-se redução de danos
causados por moscas-das-frutas (SILVA et al., 2006; NERE et al., 2012; SANTOS et al.,
2013).
23
Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo, avaliar a eficiência do
ensacamento das flores e/ou frutos de tomate com sacos TNT para o controle de H. zea, H.
armigera, N. elegantalis e T. absoluta verificando as implicações deste procedimento sobre os
indicadores agronômicos da cultura, calculando a relação custo/benefício da utilização deste
método, bem como, determinando a melhor época de implantação desta técnica.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Descrição da área experimental
O experimento foi conduzido em um plantio comercial de tomateiro „Valerin‟,
pertencente ao grupo salada, de crescimento indeterminado em sistema estaqueado localizado
no distrito de Jaburuna, Ubajara, CE (03°51‟16‟‟S, 40°55‟16‟‟W, altitude: 819m). Esse
município situa-se na região da Serra da Ibiapaba, Noroeste do Estado do Ceará, distante 320
Km da capital Fortaleza. Os dados de precipitação foram obtidos pelo site da Fundação
Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) (Figura 1).
2.2 Desenvolvimento experimental
O estudo foi realizado no período de fevereiro a junho de 2015. As plantas foram
distribuídas no espaçamento de 1,2 x 0,6m. O método de tutoramento utilizado foi vertical
com fitilho. Todos os tratos culturais (Transplantio, capação, desbrota, amontoa, adubação,
etc.) foram realizados conforme recomendação para a cultura e a irrigação foi realizada por
meio de gotejamento (FILGUEIRA, 2008).
A pesquisa foi realizada em duas áreas experimentais, uma área tratada com
inseticidas e outra área não tratada, sendo que ambas receberam ensacamento com TNT em
diferentes estágios fenológicos. Estas áreas foram selecionadas no interior de um pomar
comercial de tomateiro estaqueado. O delineamento experimental foi de blocos casualizados
em esquema fatorial 2 x 4, com cinco repetições. Os fatores correspondem ao emprego de
inseticidas [1- Plantas tratadas com inseticidas (a utilização dos produtos químicos e o
calendário de pulverizações foram determinados pelo produtor, conforme o que se utiliza
comumente na referida região); e 2- Plantas não tratadas com inseticidas] e a forma de
utilização do saco TNT para ensacamento de cachos de tomate [T1- Ensacamento da flor; T2-
Ensacamento de frutos com 1,5 cm; T3- Ensacamento de frutos com 3,0 cm; Cachos não
ensacados (Testemunha)] (Figuras 2 e 3). O saco de TNT utilizado possuía cor branca com
24
dimensões de 22 x 18 cm, malha de 17 g e fechamento por meio de elástico (Figura 3). Cada
bloco foi representado por uma fileira contendo 20 plantas, sendo cinco de cada tratamento,
visando o ensacamento de frutos. Para a forma de utilização de inseticidas foram avaliadas
100 plantas por área (Figura 2).
Todas as flores e/ou cachos foram marcados semanalmente para a identificação do
estágio fenológico dos frutos ensacados, de modo que a colheita foi homogênea, ou seja, com
frutos apresentando mesmo tempo de maturação. Foram realizadas três colheitas cerca de 110
dias após a semeadura em 14/05/2015, 21/05/2015 e 28/05/2015 à medida que os frutos foram
atingindo o mesmo ponto de maturação. Foram colhidos 30 frutos por bloco no que se refere à
época de ensacamento, 10 a cada colheita, sendo esse conjunto de frutos considerado como
unidade amostral.
2.3 Índices produtivos e incidência de insetos broqueadores de frutos
Para a avaliação do número de cachos por planta e do número de frutos por cacho,
foi realizada em campo, cerca de 110 dias após a semeadura, a contagem direta em cada
planta das duas áreas estudadas (Figura 4-A).
As medidas de diâmetro longitudinal e transversal foram obtidas utilizando-se um
paquímetro universal analógico (VONDER, PA 155) com capacidade de 0 - 150 mm / 0 - 6" e
graduação de 0,05 mm - 1/128" e o peso dos frutos foi medido com o uso de uma balança
digital (TOLEDO, modelo Prix 3 Light/Prix 3 Light Bateria) com capacidade de pesagem de
15,000 kg x 5 g (Figura 4-B,C,D).
A avaliação da incidência (Presença/ausência) de insetos-broqueadores (T.
absoluta, N. elegantalis, H. zea e H. armigera) foi realizada imediatamente após cada uma
das três colheitas realizadas, observando a presença de orifícios de entrada ou de saída ou
ainda os danos causados por cada artrópode-praga avaliado (Figura 5).
Calculou-se a porcentagem de frutos brocados por meio da fórmula: (Número de
frutos brocados x 100)/30. Com base nessa porcentagem foi estimada a média de perdas ao
final do ciclo produtivo, uma vez que os frutos que apresentavam presença de praga se
tornariam impróprios para comercialização. A fórmula utilizada para estimar as perdas
(ton/ha) proporcionadas pelos insetos-broqueadores foi: [Produtividade (ton/ha) x Frutos
brocados (%)]/100.
A estimativa da produção foi feita com base no número de cachos, número de
frutos e peso dos frutos colhidos em cada área experimental. Para quantificar a produtividade
25
(ton/ha), os dados foram extrapolados para 1 ha. Para tanto, foi utilizada a fórmula: (N°
cachos por planta x n° frutos por cacho x peso por fruto)/ número de plantas da área.
Considerou-se 13.778 plantas/ha em função do espaçamento utilizado na área experimental.
Foi necessário estimar a produtividade ao final do ciclo. Para tanto, tomou-se por
base os valores referentes à testemunha (frutos não ensacados) da área com pulverização
(testemunha absoluta) fornecidos pelo agricultor. Calculou-se então, em porcentagem, o
quanto cada tratamento teria se desviado do desempenho real do cultivo. Para isso, utilizou-se
a fórmula: [Produtividade (ton/ha) do tratamento x 100]/ produtividade ton/ha da testemunha
absoluta.
Estimou-se a partir de então, a produtividade ao final do ciclo (ton/ha). Os valores
foram obtidos pela fórmula: [Desempenho do tratamento (%) x produtividade da testemunha
absoluta ton/ha]/100. O valor encontrado foi utilizado para efeito de análise.
O ganho real foi estimado pela diferença entre a produtividade ao final do ciclo e
a perda ocasionada por artrópodes-praga. Este valor corresponde à produção total em ton/ha
que estaria apta à comercialização.
Foi realizado o comparativo de custos entre a utilização do TNT para contole de
broqueadores e a utilização de inseticidas. Para isso, observou-se a relação (mão-de-obra para
pulverização e valor dos produtos) x (mão-de-obra para ensacamento e valor dos sacos TNT).
O resultado foi expresso em R$/ha.
2.4 Análise estatística
Os dados referentes ao peso do fruto, diâmetro longitudinal e transversal, número
de cachos por planta, número de frutos por cacho, produtividade, perda e ganho real foram
submetidos à análise de variância (ANOVA) ao nível de 5% de probabilidade e, quando
significativas, as médias foram comparadas entre si pelo teste Duncan ao nível de 5% de
probabilidade. Essas análises foram realizadas no Programa estatístico SASM-Agri versão 8.2
(CANTERI et al., 2001). A variável perdas foi transformada em [(Raiz de (x + 0,5)] para o
processamento das análises. A porcentagem de frutos brocados foi submetida ao teste de
Friedman para comparação de médias, uma vez que os dados, por não atenderem os testes de
normalidade e homogeneidade, são considerados não-paramétricos. A análise do teste
Friedman foi realizada no Programa estatístico Paleontological Statistics Version 2.16
(HAMMER et al., 2001).
26
3 RESULTADOS
Os sacos de TNT resistiram às variações das condições climáticas e promoveram
proteção até o momento da colheita. Não houve interação entre os fatores (com/sem
pulverização e ensacamento dos frutos) para nenhuma das variáveis analisadas, deste modo,
os fatores foram analisados isoladamente (Tabelas 1 e 2). As médias das variáveis não
diferiram quanto ao uso de inseticidas (Tabela 1). Quanto ao número de cachos por planta,
diâmetro longitudinal e diâmetro transversal não foram observadas diferenças entre os
tratamentos (Tabelas 1 e 2).
O ensacamento dos frutos de tomate „Valerin‟ com TNT causou redução no
número de frutos por cacho independentemente do momento em que foi realizado (Tabela 2).
Quando o ensacamento ocorreu na fase de flor, além da redução do número de frutos por
cacho, também houve redução no peso dos frutos (Tabela 2).
Não foi observada presença de T. absoluta, H. zea e H. armigera durante as
avaliações, portanto, não foram apresentados danos ou perdas referentes à incidência dessas
pragas. O uso de TNT para ensacamento de frutos de tomate „Valerin‟ reduziu o ataque de N.
elegantalis, sendo esta redução mais expressiva quando a proteção foi realizada na fase de flor
aberta (Tabela 2). Apenas 2,7% dos frutos ensacados na fase de flor foram danificados pela
broca-pequena-do-tomateiro, enquanto 21,7% dos frutos não ensacados foram danificados
(Tabela 2).
Verificou-se menor produtividade quando o ensacamento dos cachos foi realizado
na fase de flor aberta, no entanto, frutos não ensacados (Testemunha), frutos ensacados com
1,5 cm e com 3,0 cm de diâmetro não diferiram entre si (Tabela 2).
As maiores porcentagens de perdas de frutos ocasionadas por N. elegantalis foram
verificadas nos cachos não ensacados (Testemunha), os quais chegaram a apresentar redução
de 21,64 ton/ha, em contrate com os frutos ensacados, que por sua vez, apresentaram perdas
médias de 6,5 ton/ha (Tabela 2). O ganho real obtido pelo produtor foi superior à testemunha
quando os cachos foram ensacados com frutos de 1,5 ou 3,0 cm de diâmetro (Tabela 2). No
entanto, os cachos ensacados na fase de flor apresentaram média semelhante aos demais
tratamentos (Tabela 2).
A estimativa do custo médio para utilização do ensacamento dos frutos com sacos
TNT mostrou-se 40,7% inferior ao que seria necessário para a utilização do controle químico.
No presente estudo, essa estimativa proporcionaria em média, redução nos custos no valor de
R$ 11.236,00 por ha (Tabela 3).
27
4 DISCUSSÃO
A redução observada no peso e no número de frutos/cachos quando o
ensacamento foi realizado na fase de flor aberta, pode ter sido ocasionada por fatores
relacionados à falta ou insuficiência de polinização. O tomate possui polinização do tipo
autógama, porém, para que as anteras liberem o pólen existe a necessidade de vibração das
mesmas, sendo esta, promovida em grande parte, por abelhas (BUCHMANN & HURLEY,
1978). Esse aumento da deposição de pólen no estigma, influenciado pela ação dos insetos
polinizadores, promove aumento no peso, bem como no número de frutos (MEYRELLES,
2013).
O cultivo de tomate em estufas com abelhas resultou em frutos mais pesados
quando comparado ao cultivo realizado sem presença de abelhas (SANTOS et al., 2009), com
as flores protegidas, estes polinizadores não tiveram acesso às mesmas. Inflorescências do
cafeeiro quando não ensacadas/protegidas, deixadas para polinização livre, apresentaram
maior peso e maior número de frutos em comparação àquelas onde as plantas foram
ensacadas (SILVA, 2013). Inflorescências de tomate quando ensacadas, reduziram a
produtividade da cultura em relação às não ensacadas, possivelmente devido à ausência de
polinizadores na área (SILVA-NETO et al., 2013).
Adicionalmente, a redução de frutos por cacho quando ensacados na fase de flor
pode ser atribuída à alteração do microclima no interior do saco TNT ocasionada pelo
aumento da temperatura (WANG et al., 2007). Apesar de não ter sido verificada, no presente
trabalho, pode ter existido uma diferença de temperatura dentro e fora dos sacos TNT. O
ensacamento dos frutos de maçã com TNT e saco plástico de polipropileno gerou aumento de
temperatura próxima aos frutos, no interior dos sacos, de cerca de 3,0°C acima do observado
em frutos não ensacados (TEIXEIRA et al., 2011). O aumento da temperatura pode provocar
abortamento de flores mediante a morte dos tubos polínicos por desidratação mediante o
aumento da evapotranspiração (TAVARES et al., 2014). O aumento potencial da temperatura
causa abortamento de flores, redução no número de polens viáveis acarretando em redução no
número de frutos de tomate (SILVA et al., 2000; ALVARENGA, 2004).
A não interferência do uso de TNT no ensacamento dos frutos sobre os diâmetros
longitudinal e transversal, observados neste trabalho, também foi observada em frutos de
atemoia ensacados com TNT e com plástico leitoso (PEREIRA et al., 2009). A importância
desse fato está na padronização dos frutos obtidos, ou seja, o ensacamento com TNT, no
presente estudo, manteve os frutos no padrão comercial comparado àqueles não ensacados.
28
Condições climáticas, como chuvas, contribuíram para a não ocorrência de T.
absoluta, H. zea e H. armigera no experimento. A ocorrência dessas pragas é favorecida pelo
clima seco e, essas, praticamente desaparecem em períodos chuvosos (MOURA, 2014). Já N.
elegantalis ocorre com mais frequência em períodos chuvosos (MOURA 2014) e durante a
condução do experimento (Fevereiro a Junho), houve ocorrência de chuvas, o que favoreceu a
presença da praga na área. A maior ocorrência de N. elegantalis em tomateiro tutorado foi
verificada no período chuvoso entre os meses de maio e junho no município de Itabaiana-SE
(NUNES & LEAL, 2001) o que ratifica a sua preferência por períodos chuvosos.
O tomateiro apresenta fenologia que garante uma relação hospedeiro:praga ideal
para o início da reprodução da broca-pequena-do-tomateiro uma vez que suas floradas
sucessivas e frutos em fase inicial de desenvolvimento, aliam-se perfeitamente ao
comportamento de oviposição e desenvolvimento larval desse artrópode-praga (BENVENGA
et al, 2010).
O ensacamento possibilitou redução na incidência da broca-pequena-do-
tomateiro, constatando que o saco TNT propiciou proteção aos frutos, servindo como controle
mecânico ao ataque da praga. Perdas de até 33,0% pelo ataque de N. elegantalis e de 29% por
H. zea foram verificadas quando frutos de tomate não foram ensacados (FIALHO, 2009). A
redução de frutos danificados por broqueadores mediante utilização do ensacamento também
foi observado por LEITE et al. (2014) que, ao testarem diferentes materiais no ensacamento
de tomate, observaram que apenas 0,3% dos frutos ensacados com organza ou TNT foram
perdidos pelo ataque de T. absoluta, N. elegantalis e H. zea. O ensacamento de frutos de
tomate com invólucros de organza e TNT apresentou também eficiência próxima a 100% para
o controle dos supracitados broqueadores de frutos (FIALHO, 2009).
Embora tenha sido observada uma redução no número e peso dos frutos ensacados
na fase de flor, essa redução foi compensada pela maior proteção contra os insetos-
broqueadores. Além disso, redução no peso dos frutos observada quando houve ensacamento
das flores, não foi suficiente para promover diferenças significativas entre os frutos não
ensacados ou ensacados na fase de flor. Dessa forma, não existiu diferença para o ganho final
quando o ensacamento foi realizado em frutos com até 3,0 cm de diâmetro. Porém é válido
destacar que N. elegantalis tem hábito de ovipositar nos frutos ainda jovens (JAFFE et al.,
2007). Assim, recomenda-se que a proteção seja antecipada, logo após o surgimento dos
primeiros frutos no cacho, possibilitando a redução de perdas.
O ensacamento de flor e frutos entre 1,5 cm e 3,0 cm possibilitou menor presença
de N. elegantalis, bem como maior retorno econômico para o produtor em relação aos não
29
ensacados. O ensacamento do fruto até essa fase é crucial para a obtenção da maior
produtividade, uma vez que, a broca-pequena-do-tomateiro ataca preferencialmente frutos que
apresentam cerca de 2 cm de diâmetro (PRATISSOLI, 2015). Nesse sentido ratifica-se a
eficácia do ensacamento dos frutos com sacos TNT no controle de N. elegantalis.
O aumento de produtividade observado na cultura do tomateiro também foi
observado na cultura da maçã quando o ensacamento de frutos foi realizada com 2 cm de
diâmetro. A utilização de sacos de papel manteiga e polipropileno demonstraram eficiência
para o controle da mariposa-oriental Grapholita molesta Busck (Lepidoptera: Tortricidae) na
cv. „Suprema‟, e reduziram o ataque de mosca-das-frutas Anastrepha spp. (Diptera:
Tephritidae) na cv. „Royal Gala‟. Estes fatores contribuíram então para o aumento na
produtividade (SANTOS & WAMSER, 2006).
Na fruticultura o ensacamento de frutos vem sendo considerado eficiente
(NASCIMENTO et al., 2011; GRASSI, 2011; SANTOS et al., 2013), porém o maior desafio
é utilizar um material que seja resistente a ponto de proteger contra as pragas e que não exija
alto custo com mão-de-obra para aplicação, além de não interferir no desenvolvimento dos
frutos. Nesse sentido, a busca pelo equilíbrio entre proteção, resistência e facilidade de
aplicação têm sido uma constante. No caso do tomate, vem sendo utilizados sacos geralmente
confeccionados de papel e/ou de TNT adaptado para outras culturas, ou ainda, outros
materiais (LEBEDENCO et al., 2007; LEITE et al., 2014), que muitas vezes, apresentam
pouca durabilidade e dificuldade no processo de ensacamento, exigindo cuidados que, muitas
vezes não são possíveis de serem executados no campo.
Os sacos TNT utilizados no trabalho apresentam facilidade de aplicação nos
cachos, uma vez que, foram confeccionados com um elástico para facilitar o fechamento e
isso, além de melhorar o desempenho para proteção no campo ainda contribuiu para reduzir o
custo, uma vez que os recursos necessários para o ensacamento foram inferiores ao utilizado
para o controle químico. Dessa forma, o ensacamento com TNT é uma alternativa viável para
o controle de broqueadores de frutos de tomate por proteger os frutos contra o ataque dos
insetos-praga.
5 CONCLUSÕES
O ensacamento dos cachos de tomate „Valerin‟ com sacos TNT é eficaz para o
controle de N. elegantalis quando a proteção é realizada até os frutos atingirem 3,0 cm de
diâmetro, entretanto, a proteção antecipada confere melhores resultados.
30
Quando realizado em flores e cachos com 1,5 e/ou 3,0 cm de diâmetro, o
ensacamento proporciona incremento de cerca de 21,5% na produtividade final obtida pelo
produtor.
O uso do TNT como barreira mecânica contra o ataque de N. elegantalis reduz os
custos necessários para a condução do cultivo além de não influenciar negativamente os
índices produtivos da cultura.
31
REFERÊNCIAS
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10.1590/S0102-05362008000200010.
35
Figura 1 – Precipitação mensal do município de Ubajara-CE no ano de 2015
Fonte: FUNCEME, 2016.
36
Figura 2 - Croqui de distribuição dos tratamentos em campo, Ubajara, Ceará. T1-
Ensacamento da flor (Azul); T2- Ensacamento de frutos com 1,5 cm (Amarelo); T3-
Ensacamento de frutos com 3,0 cm (Vermelho); Testemunha- Cachos não ensacados (Roxo);
distribuição dos blocos: B1, B2, B3, B4, B5, Ubajara-CE, 2015
Fonte: Filgueiras, R.M.C. (2015).
37
Figura 3 - Identificação dos tratamentos (período fenológico de realização do
ensacamento) em campo, Ubajara, Ceará. A: T1- Ensacamento da flor; B: T2-
Ensacamento de frutos com 1,5 cm; C: T3- Ensacamento de frutos com 3,0 cm;
D: Testemunha- Cachos não ensacados; E-F: Saco de TNT
Fonte: Filgueiras, R. M.C. (2015).
A B
C D
F E
38
Figura 4 - Avaliação dos índices produtivos de frutos de tomate „Valerin‟, Ubajara,
Ceará. A- Avaliação do número de cachos/planta e número de frutos/cacho B- Diâmetro
longitudinal (cm); C- Diâmetro transversal (cm); D- Peso do fruto (kg)
Fonte: Filgueiras, R. M.C. (2015).
A B
C D
39
Figura 5 - Presença/ausência de N. elegantalis em frutos de tomates do cultivar „Valerin‟,
Ubajara, Ceará. A= Orifício de entrada da larva de N. elegantalis; B= Larva de N.
elegantalis saindo do fruto e; C= Orifício de saída da larva de N. elegantalis
Fonte: Filgueiras, R. M.C. (2015).
A
B
C
40
Tabela 1 – Análise de variância (ANOVA) para tratamentos (Período de ensacamento dos
frutos de tomate „Valerin‟ com TNT) e pulverização com inseticidas para controle de
artrópodes-broqueadores, Ubajara-CE, 2015
Variável analisada Fonte de variação gl QM F P
Nº de cachos por
planta
Tratamentos 1 0,016000 0,046 <0,8311
Pulverização 3 0,417333 1,208 <0,3249
Tratamento x Pulverização 3 0,477333 1,382 <0,2687
Resíduo 28 0,345357
Nº de fruto por
cacho
Tratamentos 1 1,400000 11,042 <0,0000
Pulverização 3 0,000000 0,000 <0,9975
Tratamento x Pulverização 3 0,333333 2,629 <0,0697
Resíduo 28 0,126786
Peso do fruto (kg)
Tratamentos 1 0,001268 2,873 <0,0401
Pulverização 3 0,001380 3,128 <0,0801
Tratamento x Pulverização 3 0,000180 0,408 <0,7476
Resíduo 28 0,000441
Diâmetro
Longitudinal
(cm)
Tratamentos 1 0,231605 2,223 <0,0903
Pulverização 3 0,124808 1,198 <0,2764
Tratamento x Pulverização 3 0,082987 0,796 <0,4987
Resíduo 28 0,104192
Diâmetro
Transversal
(cm)
Tratamentos 1 0,202550 1,465 <0,2287
Pulverização 3 0,140767 1,018 <0,3154
Tratamento x Pulverização 3 0,065501 0,474 <0,7011
Resíduo 28 0,138221
Frutos brocados
(%)
Tratamentos 1 1,20000 3,2621 <0,0002
Pulverização 3 0,26667 0,7249 <0,7107
Tratamento x Pulverização 3 0,37778 1,027 <0,355
Resíduo 28 0,36789
Produtividade
(ton/ha)
Tratamentos 1 525,87781 4,946 <0,0070
Pulverização 3 333,30416 3,135 <0,0875
Tratamento x Pulverização 3 211,49336 1,989 <0,1385
Resíduo 28 106,32894
Perda
(ton/ha)
Tratamentos 1 16,628288 15,430 <0,0000
Pulverização 3 0,000053 0,000 <0,9945
Tratamento x Pulverização 3 2,543875 2,361 <0,0928
Resíduo 28 1,077632
Ganho real
(ton/ha)
Tratamentos 1 600,56928 7,954 0,0005
Pulverização 3 220,92820 2,926 0,0982
Tratamento x Pulverização 3 159,09272 2,107 0,1219
Resíduo 28 75,507522 Tratamento refere-se ao estágio fenológico em que o ensacamento dos frutos foi realizado (T1 = Ensacamento da
flor; T2 = Ensacamento de frutos com 1,5 cm de diâmetro; T3 = Ensacamento dos frutos com 3,0 cm de
diâmetro; e cachos não ensacados (testemunha). Pulverização refere-se ao uso de inseticidas (1 = Associado à
pulverização com inseticidas; e 2 = Sem pulverização com inseticidas). gl = Graus de liberdade; QM = Quadrado
médio; F = Teste exato de Fisher; P = Significância.
41
Tabela 2 - Número de cachos por planta, número de frutos por cacho, peso do fruto, diâmetro
longitudinal, diâmetro transversal, porcentagem de frutos brocados por Neoleucinodes
elegantalis (Lepidoptera: Crambidae), produtividade, perda e ganho real de frutos de tomate
„Valerin‟ submetidos à ensacamento com TNT em diferentes estágios fenológicos, Ubajara-
CE, 2015
Variáveis Tratamentos: Épocas de ensacamento (médias ± erro padrão)
Flor 1,5cm 3,0 cm Não ensacado
Nº de cachos
por plantans
CP1 7,40±0,07 7,80±0,21 7,20±0,10 7,20±0,08
SP2 7,60±0,07 7,40±0,15 7,60±0,12 7,20±0,2
Média 7,50±0,07 7,60±0,18 7,40±0,11 7,20±0,14
Nº de fruto
por cacho
CP 3,40±0,35 3,60±0,15 3,80±0,37 4,00±0,34
SP 3,00±0,25 4,00±0,16 3,60±0,3 4,20±0,36
Média 3,20±0,3c 3,80±0,15b 3,70±0,33b 4,10±0,35a
Peso do fruto
(kg) ns
CP 0,15±0,00 0,16±0,00 0,16±0,01 0,15±0,01
SP 0,15±0,01 0,16±0,00 0,17±0,01 0,16±0,01
Média 0,15±0,00b 0,16±0,00ab 0,17±0,01a 0,16±0,01ab
Diâmetro
Longitudinal
(cm) ns
CP 5,53±0,05 5,55±0,08 5,56±0,13 5,43±0,11
SP 5,47±0,07 5,59±0,08 5,76±0,16 5,50±0,06
Média 5,50±0,06 5,57±0,08 5,66±0,14 5,46±0,08
Diâmetro
Transversal
(cm) ns
CP 6,93±0,06 6,99±0,04 7,03±0,16 6,76±0,17
SP 6,93±0,10 7,04±0,08 7,05±0,13 6,96±0,03
Média 6,93±0,08 7,02±0,06 7,04±0,14 6,86±0,10
Frutos
brocados3
(%)
CP1 3,33±1,47 7,33±2,24 13,33±2,78 16,66±3,05
SP2 1,99±1,15 5,33±1,84 7,33±2,14 26,66±3,62
Média 2,66±1,31a 6,33±2,04b 10,33±2,46b 21,66±3,34c
Produtividade
(ton/ha)
CP1 87,99±6,83 101,53±5,28 97,95±9,27 90,93±0,00
SP2 85,89±6,24 99,72±4,21 108,73±6,98 107,16±4,96
Média 86,94±6,53b 100,63±4,74a 103,34±8,12a 99,05±2,48a
Perda4
(ton/ha)
CP 2,88±1,24 7,58±2,53 13,41±3,52 15,16±3,83
SP 1,79±0,75 5,56±2,64 7,83±1,47 28,13±4,09
Média 2,33±0,99c 6,57±2,58bc 10,62±2,49b 21,64±3,96a
Ganho real
(ton/ha)
CP 85,12±6,8 93,94±4,66 84,54±7,47 75,78±3,83
SP 84,10±5,87 94,16±3,23 100,90±7,13 79,02±7,06
Média 84,61±6,33ab 94,05±3,94a 92,72±7,30 a 77,40±5,44b 1CP= Associado à pulverização com inseticidas,
2SP= sem pulverização com inseticidas.
nsNão significativo pelo
teste F ao nível de 5% de probabilidade. Médias seguidas de mesma letra na linha, não diferem entre si pelo teste
Duncan, à 5% de significância. 3Médias seguidas de mesma letra na linha, não diferem entre si pelo Teste de
Friedman à 5% de significância. 4Dados transformados em [Raiz de( x + 0,5)].
42
Tabela 3 - Estimativa de despesas (R$/ha) necessárias para o cultivo convencional e para a
utilização de TNT no ensacamento de frutos de tomate ‟Valerin‟, Ubajara-CE, 2015
Cultivo Mão-de-obra +
Inseticidas Mão-de-obra +
Sacos TNT Custo/Safra
Convencional 27.556,00 0,00 27.556,00 Ensacamento 0,00 16.320,00 16.320,00
Fonte: Mão-de-obra + Inseticidas= R$ 2,00/planta (Informação fornecida pelo agricultor Antônio Severino
Chaves). Milheiro de sacos TNT= R$ 80,00. Mão-de-obra para ensacamento= 22 pessoas/semana/ha. Diária= R$
30,00.
43
CAPÍTULO II
QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE FRUTOS DE TOMATEIRO ENSACADOS COM
TNT (TECIDO-NÃO-TECIDO)
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RESUMO
A possibilidade de cultivo sem o uso de inseticidas químicos ou com redução dos mesmos,
associado às exigências por parte dos consumidores tem motivado os produtores a retomar a
prática do ensacamento de frutos, mas é possível que essa técnica cause alterações nas
características visuais e organolépticas dos frutos. O objetivo deste trabalho foi avaliar
possíveis alterações nas características pós-colheita em frutos de tomate „Valerin‟ produzidos
no interior de sacos TNT e, a partir dessas informações, validar o melhor período para a
realização do ensacamento. Os frutos utilizados foram provenientes de plantio comercial de
tomateiro estaqueado, localizado no município de Ubajara, CE. O delineamento experimental
utilizado foi em blocos casualizados em esquema fatorial 2 x 4, com cinco repetições. Os
fatores considerados referem-se às duas formas de utilização de inseticidas [1- Plantas
tratadas com inseticidas; e 2- Plantas não tratadas com inseticidas] e quatro formas de
ensacamento dos cachos com TNT [T1- Ensacamento da flor; T2- Ensacamento do cacho com
frutos de 1,5 cm; T3- Ensacamento do cacho com frutos de 3,0 cm); Cachos não ensacados
(Testemunha)]. As análises foram realizadas no Laboratório de Pós-Colheita da Embrapa
Agroindústria Tropical. Os parâmetros avaliados foram: Acidez titulável, sólidos solúveis
totais, coloração dos frutos (Luminosidade, cromaticidade, ângulo hue), firmeza dos frutos,
carotenoides totais, licopeno e ß-caroteno. As variações nos parâmetros de cor (Luminosidade
e ângulo hue) e de firmeza não comprometeram a qualidade dos frutos quando o ensacamento
foi realizado na fase de flor (T1) ou quando os frutos apresentavam 1,5 cm de diâmetro (T2).
Os demais parâmetros estudados não exibiram variação em relação à testemunha. De modo
geral, o ensacamento de cachos de tomate quando realizado na fase de flor ou quando os
frutos apresentam cerca de 1,5 cm de diâmetro não altera a qualidade pós-colheita dos
mesmos sendo portanto os melhores momentos para realização do ensacamento.
Palavras-chave: Solanum lycopersicum; Manejo fitossanitário; Qualidade de frutos.
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ABSTRACT
The possibility of growing without the use of chemical insecticides or reduction thereof,
associated the requirements by consumers has motivated growers to return the practice of
bagging fruit, but it is possible that this technique causes changes in the visual and
organoleptic characteristics of fruit. The objective of this study was to evaluate possible
changes in post-harvest characteristics in tomato fruits 'Valerin' produced inside bags
nonwoven („TNT‟) and, from this information, validate the better period for the completion of
bagging. The fruits used were from commercial planting of staked tomato plants, located in
the county of Ubajara, CE. The experimental design was randomized blocks in factorial 2 x 4,
with five repetitions. Factors considered refer to two ways of use of insecticides [1-Plants
treated with insecticides; and 2-Plants not treated with insecticides] and four ways to bagging
the bunches with nonwoven [T1-Bagging flower; T2-Bagging the bunches with fruit 1.5 cm;
T3-Bagging the bunches with fuit 3.0 cm; T4-Bunches not bagged (control)]. The analyzes
were performed at the Laboratory of Postharvest of Embrapa Agroindústria Tropical. The
parameters evaluated were: titratable acidity, total soluble solids, fuit color (brightness,
chromaticity, hue angle), fruit firmness, total carotenoids, lycopene and ß-carotene. Variations
in color parameters (brightness and hue angle) and not firmly committed to fruit quality when
bagging was conducted in flower stage (T1) or when the fruits had 1.5 cm diameter (T2). The
other parameters studied showed no change compared to the control. In general, the bagging
tomato bunches when performed in the flower stage or when the fruits have about 1.5 cm in
diameter do not change the postharvest quality thereof is therefore the best times to perform
bagging.
Keywords: Solanum lycopersicum; Control disease; Fruit quality.
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1 INTRODUÇÃO
O tomate (Solanum lycopersicum L.) representa uma das olerícolas mais
cultivadas mundialmente, sendo, portanto considerada a de maior importância econômica.
Além de apresentar importância como commodity mundial, tem seu espaço destacado na mesa
do consumidor (BORGUINI, 2006). Entretanto, é uma cultura de difícil condução, tanto pelos
inúmeros tratos culturais que exige, quanto pela susceptibilidade ao ataque de pragas e
patógenos (LUZ et al., 2007).
Na tomaticultura, o controle de artrópodes-praga é realizado na maioria das vezes,
por meio de aplicações de inseticidas químicos e estes, quando indevidamente utilizados,
podem ser prejudiciais ao estabelecimento e desenvolvimento de inimigos naturais, causando
uma redução da diversidade biológica, o que pode ainda desencadear o surgimento de novas
pragas e o surto de pragas secundárias (SANTOS, 2007a). Esse modelo de controle de pragas
pode ainda elevar consideravelmente os custos de produção, comprometer a qualidade dos
frutos pela contaminação dos mesmos quando realizado de forma incorreta, ou até mesmo
causar intoxicação de aplicadores na lavoura (SANTOS, 2007b).
Devido à crescente demanda por produtos livres da contaminação de resíduos
vem-se observando uma tendência de redução no uso de inseticidas. Por isso, outros métodos
de controle eficientes e menos agressivos estão sendo cada vez mais estudados (SANTOS,
2007b).
O ensacamento dos frutos pode ser uma alternativa para o controle dos insetos
broqueadores reduzindo a necessidade de aplicações de inseticidas (LEBEDENCO et al.,
2007). Assim, o ensacamento dos frutos pode, além de impedir a ação dos insetos causadores
de danos, diminuir os possíveis resíduos químicos provenientes da aplicação dos defensivos
agrícolas nos frutos (LEITE et al., 2014). Porém, cabe destacar que essa técnica serve de
controle mecânico e preferencialmente não deve interferir na formação e qualidade dos frutos
(SILVA et al., 2014), mantendo as características físico-químicas dos mesmos (COELHO et
al., 2008).
Nesse sentido torna-se prioritário o conhecimento do processo de maturação dos
frutos, sendo este bastante complexo, dirigido geneticamente e, disposto de uma gama de
alterações fisiológicas e bioquímicas que afetam dentre outras características, principalmente
a cor, a textura, o sabor e o flavor (FERREIRA et al., 2010). Este processo caracteriza-se por
evidentes alterações na taxa de respiração, na produção de etileno, na ativação dos genes que
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regulam a produção de carotenoides, no desenvolvimento de flavor, e, na textura dos frutos
(PINHEIRO et al., 2007).
São relatados como principais indicadores de qualidade pós-colheita de frutos de
tomate, a aparência, a cor, a firmeza dos frutos, o peso, o pH, a acidez titulável, o teor de
sólidos solúveis, nitratos e nitritos, a presença de resíduos, o teor de carotenoides, vitaminas
(CHITARRA & CHITARRA, 2005).
No cultivo orgânico de maçãs (Malus domestica Borkh), por exemplo, observou-
se boa eficiência do ensacamento dos frutos evitando o ataque de alguns artrópodes-pragas,
especialmente a mosca-das-frutas Anastrepha fraterculus (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae)
e a manutenção da qualidade dos frutos e da aparência de modo a não alterar o preço de
mercado (SANTOS & WANSER, 2006).
O ensacamento das inflorescências de tomate com TNT atuou como controle
mecânico ao ataque de insetos e não alterou a coloração dos mesmos (SANTOS et al., 2007).
Contudo, os estudos que envolvem a técnica de ensacamento dos frutos têm apresentado
resultados divergentes. HUANG et al. (2009) trabalhando com frutos de peras e YANG et al.
(2009) com maçãs, ambos ensacados com sacos de papel, relataram redução da acidez
titulável dos frutos. Por outro lado, frutos de maçãs ensacados com material TNT não foram
afetados no conteúdo da acidez titulável quando comparados com frutos não ensacados
(TEIXEIRA et al., 2011). Em goiabeira, o ensacamento com TNT favoreceu o aumento no
peso dos frutos independentemente do diâmetro que estes foram ensacados (NERE et al.,
2012). Observa-se com isso que a técnica de ensacamento pode afetar negativamente ou
positivamente a qualidade organoléptica dos frutos.
Apesar de o tomate estar sempre presente na alimentação humana, poucos são os
estudos sobre a caracterização físico-química dos diversos cultivares existentes,
principalmente no que se refere à diferença existente entre os frutos produzidos sob cultivo
orgânico e o convencional (ROCHA & SILVA, 2011). Da mesma forma, são escassas as
informações a respeito das características de frutos que se desenvolvem mediante realização
do ensacamento e, principalmente sobre o tamanho adequado dos frutos para o ensacamento
visando o aproveitamento máximo da técnica sem afetar a qualidade pós-colheita dos mesmos
(SANTOS et al., 2013).O presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade pós-
colheita dos frutos de tomate „Valerin‟ submetidos ao ensacamento com TNT em diferentes
épocas de desenvolvimento dos frutos, produzidos com/sem inseticidas para controle de
pragas, e determinar o estágio fenológico mais adequado para o ensacamento com menor
interferência pós-colheita.
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2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Descrição da área experimental
O experimento foi conduzido em um plantio comercial de tomateiro „Valerin‟,
pertencente ao grupo salada, de crescimento indeterminado em sistema estaqueado localizado
no distrito de Jaburuna, Ubajara, CE (03°51‟16‟‟S, 40°55‟16‟‟W, altitude: 819m). Esse
município situa-se na região da Serra da Ibiapaba, Noroeste do Estado do Ceará, distante 320
Km da capital Fortaleza. As avaliações relacionadas a qualidade pós-colheita dos frutos foram
realizadas no Laboratório de Pós-Colheita da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza-CE.
2.2 Desenvolvimento experimental
O estudo foi realizado no período de fevereiro a junho de 2015. As plantas foram
distribuídas no espaçamento de 1,2 x 0,6m. O método de tutoramento utilizado foi vertical
com fitilho. Todos os tratos culturais (Transplantio, capação, desbrota, amontoa, adubação,
etc.) foram realizados conforme recomendação para a cultura e a irrigação foi realizada por
meio de gotejamento (FILGUEIRA, 2008).
A pesquisa foi realizada em duas áreas experimentais, uma área tratada com
inseticidas e outra área não tratada, sendo que ambas receberam ensacamento com TNT em
diferentes estágios fenológicos. Estas áreas foram selecionadas no interior de um pomar
comercial de tomateiro estaqueado. O delineamento experimental foi de blocos casualizados
em esquema fatorial 2 x 4, com cinco repetições. Os fatores correspondem ao emprego de
inseticidas [1- Plantas tratadas com inseticidas (a utilização dos produtos químicos e o
calendário de pulverizações foram determinados pelo produtor, conforme o que se utiliza
comumente na referida região); e 2- Plantas não tratadas com inseticidas] e a forma de
utilização do saco TNT para ensacamento de cachos de tomate [T1- Ensacamento da flor; T2-
Ensacamento de frutos com 1,5 cm; T3- Ensacamento de frutos com 3,0 cm; Cachos não
ensacados (Testemunha)] (Figuras 1 e 2). O saco de TNT utilizado possuía cor branca com
dimensões de 22 x 18 cm, malha de 17 g e fechamento por meio de elástico (Figura 2). Cada
bloco foi representado por uma fileira contendo 20 plantas, sendo cinco de cada tratamento,
visando o ensacamento de frutos. Para a forma de utilização de inseticidas foram avaliadas
100 plantas por área (Figura 1).
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Todas as flores e/ou cachos foram marcados semanalmente para a identificação do
estágio fenológico dos frutos ensacados, de modo que a colheita foi homogênea, ou seja, com
frutos apresentando mesmo tempo de maturação. Foram realizadas três colheitas cerca de 110
dias após a semeadura em 14/05/2015, 21/05/2015 e 28/05/2015 à medida que os frutos foram
atingindo o mesmo ponto de maturação. Foram colhidos 30 frutos por bloco no que se refere à
época de ensacamento, 10 a cada colheita, sendo esse conjunto de frutos considerado como
unidade amostral. Os frutos colhidos foram devidamente identificados e transportados no dia
seguinte para o Laboratório de Pós-Colheita da Embrapa Agroindústria Tropical, onde foram
devidamente higienizados e acondicionados em caixas plásticas para realização das análises
de qualidade pós-colheita.
2.3 Análises físico-químicas
A coloração dos frutos foi determinada em frutos íntegros com o uso de um
Colorímetro, Minolta Chroma Meter CR 400b (Figura 3-A), calibrado em superfície de
porcelana branca, que por sua vez, expressa a cor em três parâmetros: L (Luminosidade), a* e
b*, os quais permitiram calcular o ângulo Hue (Ângulo da cor; 0º-vermelha; 90º-amarelo;
180º-verde; 270º-azul e 360º-negro) e o Croma (Saturação ou intensidade da cor; 0- cor
impura e 60- cor pura). O ângulo Hue equivale ao [arco tangente (b*/a*)] e o Croma ao [(a*2
+ b*2)1/2], conforme Minolta (2007).
A firmeza foi determinada em frutos íntegros com o uso de um penetrômetro
manual, Magness-Taylor modelo FT 011, com ponta de 8 mm de diâmetro (Figura 3-B).
Foram realizadas duas leituras em lados opostos da porção equatorial de cada fruto. Os
valores foram expressos em Newtons (N).
A polpa dos frutos foi retirada no dia seguinte à colheita com o uso de uma
centrífuga doméstica e acondicionada em potes devidamente identificados e armazenados à -
20°C, para posterior realização das análises.
Após a filtragem da polpa em papel filtro, o teor de sólidos solúveis totais foi
determinado por meio de um refratômetro digital, Atago® modelo PR-101 Pallete, com escala
variando de 0 a 32 e compensação automática de temperatura (Figura 3-C). Os resultados
foram expressos em °Brix (AOAC, 1995).
A acidez titulável foi determinada em duplicata, utilizando-se 1 g de polpa em 50
mL de água destilada e 3 gotas de fenolftaleína alcoólica a 1% (AOAC, 1995). Em seguida,
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foi feita a titulação com solução de NaOH 0,1 M até obter a coloração róseo claro
permanente, sendo os resultados expressos em % de ácido cítrico (Figura 3-D).
O pH foi determinado diretamente na polpa, por meio de um potenciômetro
digital (Mettler modelo DL 12) com ajuste automático de temperatura e membrana de vidro,
devidamente padronizado com soluções tampões pH 7,0 e pH 4,0 (Figura 3-E), conforme
metodologia recomendada pela AOAC (1995).
O licopeno, o ß-caroteno e os carotenoides totais foram determinados pelo método
de LIME et al. (1957) com modificações propostas por MORETTI et al. (1998). Em
Erlenmeyer de 125 mL, foram colocados 4 g de polpa e 20 mL de acetona, seguido de
agitação por 1 minuto em ULTA-TURRAX. Procedeu-se a filtragem a vácuo, em filtro de
papel Whatmann nº 4, com o auxílio de um kitassato protegido com papel alumínio, para se
evitar a foto-oxidação dos pigmentos.
Após a filtragem, foi realizada a lavagem do frasco em que o tecido foi
homogeneizado por duas vezes, com 12,5 mL de acetona. Adicionou-se ao filtrado 22,5 mL
de hexano. O conteúdo foi transferido para um funil de separação de 125 mL envolvido em
alumínio (Figura 3-F). Deixou-se em repouso por 30 minutos após nítida separação de fases,
seguindo-se a lavagem do material com 50 mL de água destilada. Repetiu-se esta operação
três vezes.
Após a última lavagem, o extrato hexano-pigmentos foi transferido para um balão
volumétrico de 50 mL onde se completou o volume com hexano. Foi realizada a leitura do
extrato em um espectrofotômetro em dois comprimentos de onda: 503 nm (máximo de
absorção para licopeno) e 451 nm (máximo de absorção para ß-caroteno e próximo ao mínimo
para licopeno).
A concentração de carotenoides totais (mg.kg-1) foi calculada por meio da
seguinte equação: Ct = 1/ b.c (395.A503 - 80,5.A451), onde; Ct = concentração de carotenoides
totais (mg/100g); A503/451= absorbância dos pigmentos a 503 e 451 nm; b = caminho
percorrido pela luz na cubeta (b = 1 cm); e c = concentração do extrato hexano-pigmentos
(g.L-1) e os resultados foram expressos em mg/50 g da massa fresca da polpa. Para o cálculo
da concentração de ß-caroteno e licopeno as constantes na fórmula acima foram calculadas
utilizando-se a absorbância específica do ß-caroteno, a 451nm (250,3) e a 503nm (51,0), e do
licopeno a 451nm (195,5) e 503nm (292,7).
51
2.4 Análise estatística
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) ao nível
de 5% de probabilidade, e quando significativas, as médias foram comparadas entre si pelo
teste Duncan ao nível de 5% de probabilidade. As análises foram realizadas no Programa
estatístico SASM-Agri versão 8.2 (CANTERI et al., 2001). As variáveis licopeno e sólidos
solúveis totais foram transformadas em [(Raiz de (x + 0,5)] para o processamento das
análises.
3 RESULTADOS
Não houve interação entre os fatores pulverização e ensacamento dos frutos para
nenhuma das variáveis, deste modo, os fatores foram analisados isoladamente (Tabelas 1, 2 e
3). A luminosidade, o ângulo hue e a firmeza foram influenciados apenas pela utilização de
sacos TNT (Tabela 1 e 2). Os frutos ensacados com diâmetros de 1,5 cm e 3,0 cm
apresentaram os menores valores de luminosidade e ângulo hue (Tabela 2). Por outro lado,
quando o ensacamento foi realizado na fase de flor, aquelas variáveis não diferiram das
plantas ensacadas (Tabela 2). Quanto à firmeza, frutos ensacados com 3,0 cm, apresentaram
menor firmeza que os não ensacados e os ensacados na fase de flor (Tabela 1).
As variáveis cromaticidade, pH e acidez titulável foram influenciadas pela
pulverização (Tabela 1). Frutos pulverizados com calda inseticida apresentaram maior
cromaticidade, maior pH e menor acidez titulável, quando comparados com os frutos não
pulverizados (Tabelas 2 e 3). Os valores de pH obtidos mantiveram-se na faixa de 4,7 e 4,6,
enquanto a acidez titulável foi de 0,40 a 0,42% de ácido cítrico para frutos pulverizados e não
pulverizados, respectivamente (Tabela 3). As variáveis sólidos solúveis totais, carotenoides
totais, ß-caroteno e licopeno não apresentaram diferença significativa para nenhum dos
fatores (Tabelas 1 e 3).
4 DISCUSSÃO
A cor característica da epiderme de um fruto é um dos principais critérios para
aceitação ou rejeição do produto pelo consumidor, indicando o grau de maturidade. A
colorimetria tem sido utilizada para caracterizar a cor dos diferentes pigmentos, por exemplo,
52
antocianinas (VERONEZI & JORGE, 2011). Os frutos ensacados (1,5 cm e 3,0 cm)
apresentaram coloração entre vermelho e amarelo, enquanto que os não ensacados e os
ensacados na fase de flor apresentaram coloração entre amarelo e verde.
As alterações observadas nos parâmetros de coloração de frutos de tomate
„Valerin‟ submetidos a ensacamento com TNT, podem ter ocorrido devido ao microclima
formado no interior do invólucro. O ensacamento dos frutos promove aumento da temperatura
no interior do invólucro, alterando desta forma o microambiente de desenvolvimento do fruto,
fato este que pode promover alterações na qualidade, e antecipar a maturação dos mesmos
(WANG et al., 2007). TEIXEIRA et al. (2011) avaliando o uso de saco plástico de
polipropileno transparente microperfurado e saco TNT no ensacamento de frutos de maçã
como método de controle das principais pragas da cultura, verificaram que nas duas
embalagens utilizadas, a temperatura no interior dos sacos foi de 25,0°C, enquanto nos frutos
não ensacados foi de 22,0°C.
Apesar da variação de temperatura no interior do saco TNT não ter sido avaliada
no presente trabalho, essa possível mudança de microclima no interior do invólucro, pode ter
estimulado a produção antecipada de etileno, provocando alterações bioquímicas no fruto e,
promovido alteração na coloração e firmeza dos mesmos. O principal efeito do etileno nos
produtos hortícolas é a indução do aumento da atividade respiratória, aumentando a atividade
metabólica, antecipando seu desenvolvimento (CHITARRA & CHITARRA, 2005). Além
disso, o ensacamento com TNT pode ter dificultado a dissipação do etileno concentrando-o ao
redor do fruto e favorecendo sua ação no processo de maturação (CHITARRA &
CHITARRA, 2005). Apesar das diferenças entre os materiais utilizados no ensacamento, esse
relato também foi observado em frutos de pêssego Prunus persica (L.) Batsch ensacados com
sacolas plásticas de polietileno (SILVA et al., 2014).
Tomates com coloração menos avermelhada são identificados, pelos
consumidores, como os mais firmes, enquanto os de coloração mais vermelha apresentam-se
menos firmes (BATU, 2004). Uma característica importante para comercialização de tomate é
a manutenção da firmeza dos frutos. Assim, frutos de tomate „Valerin‟ podem ser ensacados
na fase de flor e/ou com 1,5 cm de diâmetro, pois o ensacamento nesses estágios não altera a
firmeza dos mesmos, mantendo-a semelhante aos frutos não ensacados. O consumidor espera
que frutos de tomate, independente do cultivar, sejam firmes ao tato e não se deformem
facilmente (SUSLOW & CANTWELL, 2003).
O ensacamento, quando realizado no início da fase de crescimento (flor e 1,5 cm
de diâmetro) provavelmente contribuiu com sua adaptação às novas condições de temperatura
53
relacionadas ao ensacamento, diferentemente do que pode ter acontecido com os frutos
ensacados com 3,0 cm de diâmetro. O possível aumento da temperatura no interior dos sacos
pode ter promovido elevação da taxa respiratória e consequente aumento na atividade de
enzimas hidrolíticas pectinametilesterase (PME) e poligalacturonase (PG) cuja ação reduz a
firmeza dos frutos (FACHIN, 2003). Nesse sentido, os resultados de firmeza bem, como os de
coloração, mostram a importância da fase de desenvolvimento do fruto para decidir o
momento adequado para o ensacamento, sem interferir na qualidade final do produto.
A utilização do saco TNT como barreira mecânica manteve características
químicas dos frutos de tomate „Valerin‟ como: sólidos solúveis totais, pH, acidez titulável,
carotenoides totais, ß-caroteno e licopeno semelhantes aos frutos não ensacados. O teor de
sólidos solúveis é uma das principais características dos frutos no que diz respeito ao sabor,
visto que é nesta porção que se encontram os açúcares e os ácidos. Este teor é também
indicador da qualidade dos frutos e dos seus subprodutos (SHIRAHIGE et al, 2010). Em
cultivares de tomate de mesa, como „Raisa‟ e „Santa Clara‟, o teor de sólidos solúveis totais
variou de 4,4% a 6,0% (FERREIRA et al., 2010) sendo compatíveis com os obtidos no
presente estudo.
O maior pH e menor acidez titulável observados em frutos tratados
(pulverizados), em relação aos não pulverizados, apesar da diferença significativa, não foi
suficiente para afetar a qualidade final dos frutos, uma vez que esta diferença se deu na escala
de 0,01 para o pH e 2,0% para a acidez titulável. As faixas de pH e acidez titulável obtidos
neste estudo estão semelhantes aos descritos por RODRIGUES et al. (2008) – 4,20 a 4,68 e
STEVENS & RICK (1986) – 0,40 a 0,91% de ácido cítrico. Esses valores estão dentro da
faixa de variação considerados ideais para tomates de qualidade (GUILHERME et al., 2014).
As variações existentes entre valores de pH e acidez de frutos pode ser explicada pelo fator
genético, uma vez que cada cultivar apresenta constituição química diferenciada
(SELEGUINI et al., (2007).
Para que seja uma ferramenta no manejo de pragas, o ensacamento não pode
interferir na qualidade do produto final (LEBEDENCO, 2007). Assim, atributos relacionados
ao sabor do fruto como pH, acidez titulável, teor de sólidos solúveis totais, dentre outros,
devem ser mantidas visando atender as expectativas do consumidor.
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5 CONCLUSÃO
O ensacamento de cachos de tomate „Valerin‟ com sacos TNT, quando realizado
na fase de flor ou quando os frutos apresentam cerca de 1,5 cm de diâmetro não altera os
parâmetros de qualidade pós-colheita dos frutos, independente da utilização ou não de
inseticidas químicos.
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58
Figura 1 - Croqui de distribuição dos tratamentos em campo, Ubajara, Ceará. T1-
Ensacamento da flor (Azul); T2- Ensacamento de frutos com 1,5 cm (Amarelo); T3-
Ensacamento de frutos com 3,0 cm (Vermelho); Testemunha- Cachos não ensacados (Roxo);
distribuição dos blocos: B1, B2, B3, B4, B5, Ubajara-CE, 2015
Fonte: Filgueiras, R.M.C. (2015).
59
Figura 2 - Identificação dos tratamentos (período fenológico de realização do
ensacamento) em campo, Ubajara, Ceará. A: T1- Ensacamento da flor; B: T2-
Ensacamento de frutos com 1,5 cm; C: T3- Ensacamento de frutos com 3,0 cm;
D: Testemunha- Cachos não ensacados; E-F: Saco de TNT
Fonte: Filgueiras, R. M.C. (2015).
A B
C D
F E
60
Figura 3 - Avaliação pós-colheita de frutos de tomate „Valerin‟, Fortaleza-CE, 2015. A-
Coloração; B- Firmeza; C- Sólidos solúveis totais; D- Acidez titulável; E- pH; F- Extração
de pigmentos (Carotenoides totais, licopeno e ß-caroteno)
Fonte: Filgueiras, R. M.C. (2015).
A
B C D
E
F
61
Tabela 1 – Análise de variância para os efeitos dos tratamentos (período de ensacamento dos
frutos de tomate „Valerin‟ com TNT) e pulverização com inseticidas para controle de
artrópodes broqueadores, Ubajara-CE, 2015
Variável analisada Fonte de variação gl QM F P
Luminosidade
Tratamentos 1 36,705261 2,647 <0,0532
Pulverização 3 13,465660 0,971 <0,3268
Tratamento x Pulverização 3 8,899833 0,642 <0,5898
Resíduo 28 13,864961
Cromaticidade
Tratamentos 1 1,193933 0,262 <0,8528
Pulverização 3 33,083401 7,264 <0,0083
Tratamento x Pulverização 3 1,705771 0,375 <0,7714
Resíduo 28 4,554493
Ângulo hue
Tratamentos 1 912,21212 3,070 <0,0314
Pulverização 3 157,24057 0,529 <0,4687
Tratamento x Pulverização 3 141,00837 0,475 <0,7006
Resíduo 28 297,15877
Firmeza
Tratamentos 1 176,18694 3,504 <0,0183
Pulverização 3 13,743778 0,273 <0,6023
Tratamento x Pulverização 3 184,67884 3,672 <0,0001
Resíduo 28 50,288091
Sólidos solúveis
totais
Tratamentos 1 0,134398 1,054 <0,3725
Pulverização 3 0,028932 0,227 <0,6350
Tratamento x Pulverização 3 0,125112 0,981 <0,4051
Resíduo 28 0,127557
pH
Tratamentos 1 0,014561 1,602 <0,1939
Pulverização 3 0,269801 29,679 <0,0000
Tratamento x Pulverização 3 0,002636 0,290 <0,8327
Resíduo 28 0,009091
Acidez titulável
Tratamentos 1 0,001415 0,581 <0,6290
Pulverização 3 0,013846 5,681 <0,0191
Tratamento x Pulverização 3 0,004840 1,986 <0,1211
Resíduo 28 0,002437
Carotenoides totais
Tratamentos 1 0,014114 0,830 <0,4885
Pulverização 3 0,037088 2,181 <0,1508
Tratamento x Pulverização 3 0,004234 0,249 <0,8614
Resíduo 28 0,017001
ß-Caroteno
Tratamentos 1 0,004212 0,603 <0,6186
Pulverização 3 0,000648 0,093 <0,7630
Tratamento x Pulverização 3 0,002490 0,356 <0,7848
Resíduo 28 0,006987
Licopeno
Tratamentos 1 0,000042 0,035 <0,9911
Pulverização 3 0,001012 0,857 <0,3624
Tratamento x Pulverização 3 0,000809 0,685 <0,5688
Resíduo 28 0,001181 Tratamento refere-se ao estágio fenológico em que o ensacamento dos frutos foi realizado (T1 = Ensacamento da
flor; T2 = Ensacamento de frutos com 1,5 cm de diâmetro; T3 = Ensacamento dos frutos com 3,0 cm de
diâmetro; e cachos não ensacados (testemunha). Pulverização refere-se ao uso de inseticidas (1 = Associado à
pulverização com inseticidas; e 2 = Sem pulverização com inseticidas). gl = Graus de liberdade; QM = Quadrado
médio; F = Teste exato de Fisher; P = Significância.
62
Tabela 2 - Luminosidade (LM), cromaticidade (CR), ângulo hue (AH), firmeza (FZ) de frutos
de tomate „Valerin‟ submetidos à ensacamentos com TNT em diferentes estágios fenológicos,
Ubajara-CE, 2015
Variáveis
Tratamentos: Épocas de ensacamento
(médias ± erro padrão) Média
Flor 1,5cm 3,0 cm Não
ensacado
LM(°h)
1CP 59,70±1,00 57,59±0,00 56,65±1,00 59,78±1,00
58,43±
0,75
2SP 58,07±1,00 56,81±1,00 57,53±1,00 58,64±0,00
57,76±
0,75
Média 58,89±1,00ab 57,20±0,50b 57,09±1,00b 59,21±0,50a
CR(°h)
*
CP 39,26±1,13 38,42±0,45 39,16±0,53 39,05±0,49 38,97±
0,65A
SP 37,81±0,49 37,65±0,58 37,71±0,43 38,23±0,46 37,85±
0,49B
Média 38,54±0,81 38,03±0,51 38,44±0,48 38,64±0,47
AH(°h)
CP 98,14±6,63 90,20±2,31 85,19±4,7 100,6±2,52 93,55±
4,04
SP 91,60±2,28 87,48±4,14 88,99±3,67 97,27±3,87 91,34±
3,49
Média 94,87±4,45ab 88,84±3,22b 87,09±4,18b 98,97±3,19a
FZ(N)
CP 72,54±3,04 68,28±2,06 65,71±1,39 70,61±2,82 69,28±
2,33
SP 67,85±1,53 71,09±1,98 67,06±1,38 73,85±1,73 69,96±
1,65
Média 70,19±2,28a 69,68±2,02ab 66,38±1,38b 72,23±2,27a
1CP= Associado à pulverização com inseticidas,
2SP= sem pulverização com inseticidas. Médias seguidas de
mesma letra, minúscula nas linhas e maiúscula nas colunas, não diferem entre si pelo teste Duncan a 5% de
significância. *Significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade.
63
Tabela 3 - Sólidos solúveis totais (°Brix), pH, acidez titulável (AT), carotenoides totais (Ct),
ß-caroteno (ß-C) e licopeno (LP) de frutos de tomate „Valerin‟ submetidos à ensacamentos
com TNT em diferentes estágios fenológicos, Ubajara-CE, 2015
Variáveis
Tratamentos: Épocas de ensacamento
(médias ± erro padrão) Média
Flor 1,5cm 3,0 cm Não
ensacado
°Brix3.ns
1CP 4,45±0,31 4,60±0,24 4,67±0,19 4,55±0,22 4,57±0,24
2SP 4,17±0,27 6,05±1,85 4,02±0,23 4,27±0,2 4,63±0,64
Média 4,31±0,29 5,32±1,04 4,35±0,21 4,41±0,21
pH*
CP 4,69±0,02 4,64±0,03 4,68±0,02 4,63±0,02 4,66±0,02A
SP 4,57±0,04 4,55±0,02 4,59±0,02 4,55±0,02 4,57±0,02B
Média 4,63±0,03 4,60±0,02 4,63±0,02 4,59±0,02
AT*
(% ácido
cítrico)
CP 0,38±0,01 0,42±0,01 0,41±0,01 0,40±0,01 0,40±0,01B
SP 0,43±0,01 0,42±0,02 0,41±0,02 0,43±0,01 0,42±0,01A
Média 0,40±0,01 0,42±0,01 0,41±0,01 0,41±0,01
Ctns
CP 0,34±0,08 0,40±0,07 0,38±0,04 0,38±0,07 0,37±0,06
SP 0,37±0,04 0,44±0,07 0,50±0,08 0,42±0,04 0,43±0,06
Média 0,35±0,06 0,42±0,07 0,44±0,06 0,40±0,05
ß-carotenons
CP 0,41±0,05 0,40±0,04 0,41±0,02 0,41±0,02 0,41±0,03
SP 0,44±0,03 0,35±0,04 0,41±0,04 0,40±0,04 0,40±0,04
Média 0,42±0,04 0,37±0,04 0,41±0,03 0,40±0,03
Licopeno3.ns
CP 0,09±0,02 0,09±0,02 0,08±0,01 0,12±0,03 0,10±0,02
SP 0,11±0,04 0,12±0,02 0,13±0,02 0,10±0,03 0,11±0,03
Média 0,10±0,03 0,11±0,02 0,10±0,01 0,11±0,03
1CP= Associado à pulverização com inseticidas,
2SP= sem pulverização com inseticidas. *Significativo pelo
teste F ao nível de 5% de probabilidade. ns
Não significativo. 3Dados transformados em [Raiz de (x + 0,5)].
64
III CONCLUSÕES FINAIS
O ensacamento dos cachos de tomate „Valerin‟ com sacos TNT é eficaz para o
controle de N. elegantalis quando a proteção é realizada até os frutos atingirem 3,0 cm de
diâmetro, entretanto, a proteção antecipada confere melhores resultados.
Quando realizado em flores e cachos com 1,5 e/ou 3,0 cm de diâmetro, o
ensacamento proporciona incremento de cerca de 21,5% na produtividade final obtida pelo
produtor.
O uso do TNT como barreira mecânica contra o ataque de N. elegantalis reduz os
custos necessários para a condução do cultivo além de não influenciar negativamente os
índices produtivos da cultura.
O ensacamento de cachos de tomate „Valerin‟ com sacos TNT, quando realizado
na fase de flor ou quando os frutos apresentam cerca de 1,5 cm de diâmetro não altera os
parâmetros de qualidade pós-colheita dos frutos, independente da utilização ou não de
inseticidas químicos.
65
IV CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos nesta pesquisa contribuem para o avanço do conhecimento
sobre a técnica de ensacamento dos frutos para a cultura do tomateiro, visto que essa técnica,
apesar de ser conhecida, ainda não está bem elucidada para esta cultura. Poucos são os
estudos que demonstram qual material é mais eficiente para o ensacamento dos frutos, ou que
indiquem o momento ideal para realização da prática visando proporcionar máxima proteção
contra os artrópodes-praga e que não altere a qualidade do produto a ser comercializado.
Com a crescente demanda por frutos isentos de resíduos químicos, o ensacamento
dos frutos se faz pertinente, uma vez que a utilização de sacos TNT possibilita a redução do
uso de inseticidas para o controle dos insetos-broqueadores, já que proporcionou proteção
contra o ataque de Neoleucinodes elegantalis, independentemente da utilização ou não de
produtos químicos associados. Além disso, saber que a maior proteção dos frutos ocorre
quando o ensacamento com TNT é realizado logo após o surgimento dos primeiros frutos no
cacho, sem que a qualidade pós-colheita seja alterada, é essencial para a otimização e
viabilidade da técnica.
Por outro lado, foi um desafio realizar o trabalho em um pomar comercial, uma
vez que houve a necessidade de adequar as datas que as análises precisavam ser realizadas ao
calendário de colheita do produtor. Apesar da acessibilidade do produtor, o trabalho não
poderia entrar em conflito com os interesses do mesmo. Desta forma, não foi possível avaliar
todo o desempenho do cultivo de maneira que englobasse a totalidade do ciclo da cultura,
existindo assim a necessidade de realizar algumas estimativas. Além disso, o fato de o plantio
utilizado para o trabalho ser distante da Universidade dificultou um pouco a implantação do
experimento sendo praticamente impossível promover o ensacamento diário.
As informações geradas neste trabalho são pertinentes e de valia para os grandes e
pequenos produtores de tomate, desta forma, é importante que exista divulgação das mesmas.
Nesse contexto, a parceria entre empresas agrícolas e o meio científico/acadêmico se fazem
essenciais, uma vez que estes podem levar mais facilmente as informações obtidas aos
agricultores, que muitas vezes não tem acesso aos textos científicos, dessa forma, não
utilizando técnicas que podem auxiliar seu cultivo por não terem conhecimento a respeito.
Trabalhos futuros podem ser desenvolvidos em áreas que possam ser assistidas
diariamente durante todo o ciclo produtivo, onde sejam verificadas as variações de
temperatura dentro e fora dos sacos TNT ao longo do dia para desvendar alguns pontos não
esclarecidos no presente trabalho. Trabalhos que preferencialmente sejam realizados nos
66
períodos secos e chuvosos onde seja avaliada a flutuação populacional dos insetos para ter
maior conhecimento sobre o efeito do ensacamento no controle de todos os artrópodes-
broqueadores. Outra proposta é a utilização em uma área de cultivo orgânico para que se
possa aferir, com mais precisão ainda, a eficiência do ensacamento como único método de
controle de insetos.
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