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Universidade de Brasília
Disciplina: Auditoria I Turma: A
Professor: Wolney Resende de Oliveira
Alunos: Hellen Kellen Vasconcelos Rocha 05/96795
Ellen de Almeida Araújo 05/81151
Rodrigo Noleto Paz 05/92471
Papéis de Trabalho
Brasília, 8 de novembro de 2007.
Índice
1. INTRODUÇÃO 1
2. DESENVOLVIMENTO 2
2.1 Finalidade dos papéis de trabalho 2
2.2 Preparação de um papel de trabalho 3
2.3 Tipos de papéis de trabalho 5
2.4 Pontos essenciais 8
2.5 Divisão dos papéis de trabalho 9
2.6 Organização dos papéis de trabalho 10
2.7 Forma e conteúdo dos papéis de trabalho 10
2.8 Codificação e arquivamento 13
2.9 Referências cruzadas 15
2.10 Confidencialidade, custódia e propriedade dos 17
papéis de trabalho
2.11 Norma relacionada 18
3. CONCLUSÃO 19
4. BIBLIOGRAFIA 20
1
1. INTRODUÇÃO
Os trabalhos de auditoria incluem a análise de documentos, coleta de
informações, aplicação de testes e levantamento de conclusões. É necessário
pois que todo o processo seja documentado para comprovações posteriores,
provocando assim os registros das evidências da auditoria em Papéis de
Trabalho. O presente estudo tem por objetivo desenvolver o conceito de Papéis
de trabalho e expor as particularidades desses registros, suas bases legais,
suas finalidades e aplicações práticas ao conjunto dos trabalhos de auditoria.
Tratados na declaração de normas de auditoria nº 41 (AU 339.03) e pela
Resolução CFC nº 1.024/05 , podem ser definidos como o registro de todo o
processo executado pela auditoria desde o levantamento de dados até suas
considerações finais_ informações relativas ao planejamento de auditoria, a
natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos aplicados, os
resultados obtidos e as suas conclusões, incluindo o juízo do auditor acerca de
todas as questões significativas principalmente nas áreas que envolvem
questões de difícil julgamento.
Abrangem extratos de documentos legais, atas de reuniões, análises de
tendências e índices significativos e evidências de avaliação de riscos e são de
propriedade exclusiva do auditor, que também é responsável por sua guarda e
sigilo. Garante, por fim, bases sólidas para emissão do parecer do auditor,
além de ser documento comprobatório de que o trabalho foi executado de
acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações
Contábeis.
2
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Finalidades dos papéis de trabalho
Os papéis de trabalho formam o conjunto de formulários e documentos
que contêm as informações e os apontamentos obtidos pelo auditor durante
seu exame, bem como as provas e as descrições dessas realizações
constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento de sua opinião.
Há de se levar em consideração que os papéis de trabalho são de
natureza confidencial, pois revelam informações obtidas que não podem, em
hipótese alguma, ser utilizadas em benefício próprio ou de outrem.
Algumas finalidades dos papéis de trabalho:
1. Fornecer um registro escrito permanente do trabalho efetuado,
incluindo:
• Descrição dos fatores referentes à extensão do trabalho,
considerados no planejamento;
• Evidência da revisão e avaliação do sistema de controle interno;
• Extensão do exame realizado sobre os registros analíticos e
testes de auditoria;
• Natureza e grau de credibilidade das informações obtidas.
2. Fornecer informações importantes com relação ao planejamento
contábil, financeiro e fiscal.
3. Ser apresentados, mediante solicitação, como evidência que
fundamente o relatório emitido.
4. Fornecer aos encarregados a oportunidade de avaliar os atributos
membros da equipe quanto a:
• Competência em assuntos de auditoria;
• Senso de organização;
• Habilidade em planejar e executar o trabalho.
3
2.2 Preparação de um papel de trabalho
A habilidade técnica e a competência profissional dos auditores estão
refletidas no papel de trabalho que eles preparam. Um auditor eficiente é capaz
de realizar seu trabalho de acordo com as normas usuais de auditoria,
empregando o melhor de seus esforços na criação de papéis, elaborados
estritamente de acordo com sua utilidade
Para seguir esses objetivos, ele deve:
• Fazer trabalho completo sobre os dados necessários;
• Organizar e arquivar os papéis de maneira que seja facilitada
a referenciação dos mesmos para uma rápida identificação
por aqueles que deles necessitem (diretores e gerentes de
auditoria).
Os papéis de trabalho são completos quando refletem claramente todas
as informações referentes à composição dos dados significativos dos registros,
juntamente com os métodos e técnicas de verificação empregados e outras
evidências necessárias à preparação do relatório. Assim, cada sumário e cada
figura do relatório devem estar devidamente explicados no papel de trabalho.
O auditor deve pensar adiante sobre o problema do relatório e incluir
nos papéis de trabalho comentários e explicações que mais tarde venham a
fazer parte do relatório.
Os papéis de trabalho não estão limitados a dados quantitativos; eles
devem incluir notas e explicações que indiquem claramente o que foi feito pelo
auditor, suas razões para seguir certos procedimentos, suas reações e
opiniões sobre a qualidade dos dados examinados, a adequação dos controles
internos em uso e a competência das pessoas responsáveis pelas operações
ou registro sob revisão. Além da possibilidade de os papéis de trabalho serem
examinados por terceiros, eles são revisados por seniores, supervisores ou
gerentes de auditoria, para determinar a adequação e eficiência do trabalho,
devendo ser auto-explicativos, estar completos, legíveis e sistematicamente
arquivados, para evitar que o auditor que os preparou seja solicitado a fornecer
explicações adicionais durante a revisão e finalização da auditoria, uma vez
4
que, em muitos casos, os relatórios são escritos por um supervisor ou gerente
de auditoria e não pelo auditor que executou o trabalho de verificação.
Várias técnicas básicas são amplamente utilizadas na preparação de
papéis de trabalho. A seguir, técnicas de boa preparação de papéis de trabalho
que são observadas pelos auditores:
• Os papéis de trabalho devem, sempre que possível, ser
escriturado a lápis (preto), a fim de facilitar possíveis alterações
durante a execução do serviço, principalmente em função de
revisões feitas por auditores mais experientes. Atualmente, a
maioria dos auditores já elabora seus papéis de trabalho no
computador;
• No cabeçalho dos papéis de trabalho devem ser colocados o
nome da empresa auditada, a data-base do exame e o título
(caixa, bancos, teste de amortização, testes de depreciação etc.);
• Não deve ser utilizado o verso da folha do papel de trabalho;
• Os números de referência e as informações deves ser colocados
na parte superior do papel e as explicações sobre o trabalho
executado na parte inferior;
• Os tiques (símbolos ou letras dentro de círculos), utilizados para
identificar o exame praticado pelo auditor, devem ser apostos, à
lápis vermelho, ao lado do número auditado e explicados na parte
inferior do papel de trabalho, evitando-se seu uso excessivo pois
dificulta as consultas e revisões;
• O auditor também pode utilizar o sistema de notas ou letras
explicativas para dar explicações necessárias nos papéis de
trabalho;
• As informações nos papéis de trabalho devem limitar-se aos
dados necessários com comentários sucintos e redação clara e
compreensível de modo a permitir que uma pessoa que não
participou do serviço de auditoria possa compreendê-lo de
imediato;
• Os papéis de trabalho devem indicar as conclusões alcançadas.
5
2.3 Tipos de papéis de trabalho
Os papéis de trabalho devem ser os meios pelos quais a prova é obtida,
devendo assumir ampla variedade de formas e modelos uma vez que expõe o
registro que o auditor faz de seu trabalho, ou de material que ele encontra, a
fim de consubstanciar seu parecer.
Embora haja grandes diferenças entre os papéis de trabalho, existem
certos tipos comuns que, em geral, são usados em todos os trabalhos. São,
entre outros:
• Programas de auditoria;
• Lançamentos de ajuste e reclassificação;
• Conciliações;
• Balancete de Trabalho
• Análise de contas;
• Pontos para recomendações;
• Memorando.
A maioria dos papéis de trabalho enquadra-se em um desses tipos,
embora deva ser reconhecido que as necessidades específicas de cada caso
determinam os tipos e quantidades de papéis de trabalho exigidos em
determinada situação.
Programas de auditoria
Normalmente, as firmas de auditoria preparam programas-padrões, a
serem preenchidos pelos auditores, para todas as áreas das demonstrações
financeiras e também para outros assuntos relacionados com o exame
auditorial (planejamento, supervisão, riscos em auditoria, avaliação do controle
interno etc.).
O programa de auditoria é dividido em três partes, que são as seguintes:
• Listagem dos procedimentos de auditoria;
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• Espaço para o auditor assinar ou rubricar, a fim de evidenciar que
o serviço foi feito e quem o fez;
• Espaço para comentários, observações, referências etc.
Os principais objetivos dos programas de auditoria podem ser
estabelecidos na busca por um registro escrito da política da firma de auditoria
e por uma padronização dos procedimentos de auditoria dos profissionais de
uma mesma organização Ainda, busca-se evitar que sejam omitidos
procedimentos importantes de auditoria e melhorar a qualidade dos serviços de
auditoria.
Tendo em vista que o grau de complexidade da auditoria varia de
empresa para empresa, pode ocorrer que determinados procedimentos
relatados no programa de auditoria não sejam aplicáveis, como também pode
ocorrer que o auditor tenha de adicionar outros procedimentos de auditoria, em
função de circunstâncias peculiares de determinada companhia.
Lançamentos de ajuste e reclassificação
No decorrer do trabalho, o auditor pode encontrar erros ou
irregularidades nos dados contábeis que requerão correções por parte da
companhia auditada, assim o próprio auditor prepara os lançamentos contábeis
em um papel de trabalho, de forma resumida, evidenciando em um histórico
quais as contas e o valor envolvido, o que ao final do trabalho será apreciado
pela companhia e, se aceitos, são ajustados os seus novos valores. Cabe
lembrar ainda que lançamentos de ajuste são correções de erros que o cliente
cometeu por omissão ou aplicação inadequada das normas e lançamentos de
reclassificação com a mudança para representação mais adequada, em
demonstrações contábeis, de saldos corretos de contas.
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Conciliações
Trata-se de análises feitas para explicar as diferenças existentes entre
duas ou mais fontes de informações. A empresa auditada, por exemplo,
certamente deve ter em seu balanço os saldos dos ativos relacionados às
aplicações em conta corrente, o que deverá ser confrontada com os extratos
fornecidos pelo banco.
Balancete de Trabalho
Também denominado como balancete do razão, é base fundamental
para o trabalho de auditoria, pois todos os demais papéis de trabalho de
alguma forma com ele se relaciona. São representados de forma sintética e
fornecem base para o controle dos papéis de trabalho individuais além de
identificar, em uma demonstração contábil, os papéis de trabalho específicos
que contem as evidências de cada item da demonstração.
Análise de contas
A análise é preparada para a explicação da composição do saldo da
conta examinada com o objetivo de um exame de profundidade dos
lançamentos ou valores que a compõem, apresentam, pois as evidências que
fundamentam os itens que aparecem no balancetes de trabalho. Demonstram
ainda, as contas individuais que compõem as várias contas de um razão geral.
Pontos para recomendações
São os apontamentos dados pelo auditor durante a execução do seu
trabalho ou revisão do controle interno sobre fraquezas encontradas, ou ainda
recomendações sobre aprimoramento de controle, que por sua experiência
sejam de grande valia para a companhia. O auditor deverá elaborar um papel
de trabalho demonstrando as deficiências existentes e quais seriam em sua
opinião as possíveis sugestões de melhoria sobre os pontos encontrados, o
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que servirá para a formação de um relatório formal à atenção da companhia
auditada.
Memorando
Referem-se a dados escritos que o auditor prepara em forma narrativa
com comentários sobre a realização de procedimentos de auditoria (extensão,
descobertas e conclusões). Além disso, o auditor pode documentar no
memorando informações corroboradoras como: extratos de atas de reuniões do
conselho de administração, representações escritas da administração e
especialistas externos e copias de contratos importantes.
2.4 Pontos essenciais dos papéis de trabalho
Quando da elaboração dos papéis de trabalho, o auditor deve levar em
consideração:
• Concisão: os papéis de trabalho devem ser concisos, de forma
que todos entendam sem a necessidade de explicações de
pessoa que os elaborou;
• Objetividade: os papéis de trabalho devem ser objetivos, de forma
que se entenda onde o auditor pretende chegar;
• Limpeza: os papéis de trabalho devem estar limpos, de forma a
não prejudicar o entendimento destes;
• Lógica: os papéis de trabalho devem ser elaborados de forma
lógica de raciocínio, na seqüência natural do objetivo a ser
atingido;
• Completos: os papéis devem ser completos por si só.
Para que os papéis de trabalho estejam completos, há a necessidade de
observar os pontos essenciais que neles deverão estar demonstrados.
9
2.5 Divisão dos papéis de trabalho
Os papéis de trabalho devem forma um conjunto coeso e harmônico
acerca da matéria examinada, de forma que podem conter informações que
serão utilizadas em mais de um trabalho. Determinados papéis podem somente
indicar a evidência obtida, outros o levantamento do Controle interno. Por esse
exercício podemos seguir dividi-los de forma a facilitar seu arquivamento e
análise.
� Arquivamento dos papéis de trabalho:
O arquivamento deve ser organizado conforme a finalidade. Sendo
necessário mantê-los em pastas apropriadas de acordo com o assunto a que
se referem, ou seja, classifica-se se são arquivos correntes ou permanentes e
depois determina-se seu assunto (auditoria, análise de contas,
correspondências, cartas de responsabilidades e atas assim por diante)
A discriminação dos assuntos e a quantidade de pastas são definidos
em função do volume de papéis de trabalho. É prática comum separá-los em
pelo menos dois grupos:
Permanentes são os papéis que serão utilizados em mais de um período
e, basicamente, os que contêm informações relacionadas com a organização e
atividades da empresa. Montados e reunidos na primeira etapa da auditoria e
mantidos em constante atualização nos anos seguintes. Entre eles:
• Constituição Legal
• Cópias dos principais contratos
• Lista dos titulares
• Plano de Contas
• Reclamações fiscais pendentes
Correntes são os que contêm as informações relacionadas com o tipo de
auditoria em execução, os objetivos do exame aplicado os comentários sobre
as falhas do controle interno e também sobre as áreas objeto de exame.
Abrangem ainda, os detalhes dos testes efetuados, os problemas detectados
10
nas diversas áreas e as conclusões pretendidas. Esta pasta pode conter a
Pasta de Correspondências, que contém toda a correspondência enviada à
administração ou dela recebida; seu uso é restrito ao gerente de auditoria ou a
certos elementos do departamento não devendo daí sair. Relaciona-se, por fim,
ao memorando de auditoria e informação corroboradora que é elaborado de
forma narrativa. Entre eles:
���� Planejamento do trabalho,
���� Balancetes e outras demonstrações contábeis,
���� Análise das diversas contas
2.6 Organização dos papéis de trabalho:
Os papéis de trabalho devem ser organizados de forma que sigam uma
seqüência lógica através de um método prático e eficiente atendendo a uma
auto-suficiência, ou seja, qualquer pessoa que não tenha participado dos
trabalhos deve ser capaz de entendê-lo sem necessidade de explicações
adicionais.
Corresponde a um conjunto composto por mapas preparados pelos
departamentos de contabilidade, financeiro e fiscal, ou pelo auditor,
memorandos, confirmações e outros tipos de documentação preparada ou
reunida durante o exame.
Os papéis de trabalho são geralmente padronizados para facilitar seu uso.
2.7 Forma e conteúdo dos papéis de trabalho
1. Informação básica em todos os papéis de trabalho:
• Referência do papel de trabalho – um número de índice alfanumérico
feito em vermelho no ângulo superior direito;
• Título da célula – natureza e objetivo da célula;
• Data – indicar a data a que se refere o trabalho. Se os trabalhos de
auditoria interna foram conjugados com os de auditoria
independente, deverá constar, também, a data das demonstrações
financeiras a que se referem;
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• O nome de quem prepara a célula e a data no canto inferior direito:
- as iniciais de quem a prepara indicam a responsabilidade por seu
preenchimento;
- a frase “preparado pela auditoria interna” deve ser inserida nas
células quando o trabalho for conjugado com a auditoria
independente.
• As células mestras detalham as contas do razão por área do balanço
ou da conta sintética examinada;
• As células mestras são comprovadas pelas células
detalhadas (programas, células-suporte, testes e mapas),
que demonstram todo o trabalho efetuado e a compilação
de sua evidência.
2. Células-mestras, mais sintético, é o papel de trabalho que trás o resumo
da tarefa ou sintetização do trabalho realizado sobre as demonstrações
contábeis, contêm:
• O nome do grupo e subgrupo de contas do balanço patrimonial ou do
resultado do exercício;
• Colunas com:
- saldos do exercício anterior;
- saldos do exercício corrente;
- ajustes e reclassificações;
- saldo final ou após os ajustes e reclassificações.
3. Células-suportes, mais analíticos, são os papéis de trabalho que
propiciarão maiores subsídios ou abertura de explicação de dados
individuais das células mestras. Compõe-se de:
a) Programas de auditoria:
• A elaboração dos programas de auditoria é a principal
responsabilidade do sênior e do gerente;
• O programa da auditoria: resume as perguntas, os
procedimentos e as etapas, contém perguntas adequadas
sobre o controle interno contábil, seguidas dos passos do
programa elaborado para comprovar os controles existentes;
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- o trabalho a realizar é descrito seqüencialmente;
- a seqüência das etapas fundamenta de forma lógica os
objetivos de auditoria;
- deve-se ler todo o programa, de maneira tal que se possa
combinar e coordenar o trabalho.
• A coluna “feito por” contém:
- espaço para as iniciais de quem efetua o trabalho: colocar as
iniciais numa etapa significa assumir a responsabilidade pela
realização de tudo que ali se encontra;
- todas as etapas devem ser assinadas;
- espaço para referenciar as células comprobatórias e as
células com comentários explicativos;
b) Papéis de Trabalho comprobatórios:
• Elaboram-se com informações específicas:
- análises preparadas para fins de auditoria interna ou
auditoria independente;
- folhas contendo exceções e/ou recomendações sobre o
controle interno;
- confirmação de terceiros;
- qualquer outra evidência escrita relacionada com o exame;
• Características gerais:
- contêm os mesmos elementos básicos de informação
encontrados em outros papéis de trabalho;
- o objetivo da célula deve ser expresso claramente, isto é,
referenciado à etapa específica do programa ou explicado por
escrito;
- a fonte de informação deve ser claramente indicada;
- deve-se indicar de modo claro o método seguido quando a
informação foi obtida por meio de testes; os papéis devem
denotar esmero, eliminando cálculos e rabiscos;
• A informação deve ser clara para o leitor (pouca informação
em cada célula) e deve aparecer de modo conciso, lógico,
preciso e completo;
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• Devem ser preparados a lápis (a tinta fica difícil alterar ou
corrigir);
• As cifras devem ser colocadas de forma adequada e
esmerada, nos espaços previstos;
• Os papéis de trabalho-suporte são arquivados após os
programas de auditoria;
• A ordem dos papéis de trabalho é a seguinte:
- primeiro os papéis sintetizados ou resumos;
- depois os papéis detalhados.
2.8 Codificação e arquivamento dos papéis de trabalho
Os papéis de trabalhos são codificados com finalidade de arquivamento
ou resumo para resumo dos trabalhos realizados em determinada tarefa. São
codificados geralmente com letras maiúsculas, obedecendo a uma seqüência
lógica e racional do conjunto que representará o trabalho executado. Por vezes
pode-se destinar às seções componentes do ativo uma única letra e às do
passivo duas letras.
Devemos levar em consideração ainda que todos os exames praticados
pelo auditor precisam ser indicados nos papéis de trabalho, os quais têm que
ser auto-explicativos, evidenciando onde foi obtido os dados utilizados quando
necessitem. Geralmente é praticado com a utilização dos seguintes artifícios:
���� Ticks explicativos
���� Letras Explicativas
���� Notas Explicativas
Quanto aos tiques, sebe-se que boa parte do trabalho do auditor é
baseado na inspeção de documentos, revisão ou conferência de folhas de
cálculos entre outros, assim o auditor deve evidenciar que verificou, analisou e
inspecionou os documentos que fundamentam seu trabalho. Para auxiliar tal
trabalho, convencionou-se usar os ticks, que são sinais ou símbolos que
declaram, após uma descrição adequada, qual o trabalho efetuado.
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Apesar de bastante simples, entende-se que, a princípio, é difícil
compreender o modo de utilização desses ticks, razão pela qual o assunto está
sendo abordado a título de exemplificação prática. Como este procedimento
deve ser utilizado para consultas, julga-se oportuno registrar as vantagens da
utilização dos ticks e as regras básicas para seu uso.
1. Vantagens:
• Podem ser escritos rapidamente nos papéis de trabalho;
• Eliminam a necessidade de repetir explicações;
• Facilitam a revisão rápida e eficiente dos papéis de trabalho.
2. Regras Básicas:
• Devem ser feitos em vermelho para evitar confusões com letras,
símbolos e números;
• Devem ser simples, claros e diferentes ente si quando servirem
para registro de fatos diferentes;
• Quando possível, devem ser padronizados nos papéis de
trabalho. Exemplo: tick de soma e de conferido com o razão;
• Não se deve encher de ticks os papéis de trabalho, de modo
que se torne impossível acompanhar o desenvolvimento do
trabalho feito.
As explicações devem estar, na medida do possível, na folha em que o
tick foi feito. Quando o mesmo tick é utilizado em folhas diferentes, deve-se
usar uma folha de 14 colunas para resumir os ticks usados. Essa folha deve
ser arquivada depois de todas as folhas nas quais esses ticks foram
empregados. Entretanto, não é conveniente a utilização de uma única folha de
14 colunas para mostrar todos os ticks utilizados numa seção de trabalho de
auditoria, pois esse sistema dificulta o entendimento e a revisão dos trabalhos
efetuados.
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• As explicações devem ser precisas;
• Quando se usa um tick, este deve ser explicado
imediatamente;
• Toda explicação de ticks deve conter o nome da pessoa que
efetuou o trabalho;
• Ticks diferentes devem ser utilizados quando o trabalho é feito
por mais de uma pessoa;
• Devem-se usar ticks diferentes para testes diferentes.
Quanto as letras explicativas, podemos associá-las às explicações
adicionais dos exames praticados pelo auditor. São utilizadas com o emprego
de letras maiúsculas e identificam mais que uma simples conferencia de
documentos.
Já as notas explicativas correspondem aos exames praticados pelo
auditor; geralmente têm conotação de ordem geral e não podem ser indicados
através de ticks ou notas explicativas. Exemplo: Identificação da extensão do
trabalho realizado e os critérios utilizados.
2.9 Referências cruzadas
Para que os papéis de trabalho possam ser facilmente encontrados, eles
devem ser elaborados, organizados e arquivados segundo padrões adotados
por normas técnicas. Adota-se um sistema de codificação onde cada folha no
arquivo e referenciada por uma identificação alfa-numérica, uma letra ou um
número de identificação, então, o índice adotado identifica a folha específica
onde ela pode ser encontrada no arquivo.
Tais referências devem ser cruzadas demonstrando a vinculação
existente entre as informações coletadas, ou seja, os dados incluídos em um
papel de trabalho que tenham sido transferidos de outro papel de trabalho, ou
que irão ser transferidos para outro papel de trabalho devem conter referência
cruzada com o número do de sua origem. O referenciamento por cruzamento é
feito pela maioria dos programas de microcomputadores para preparação dos
papéis de trabalho.
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Métodos para referenciar e cruzar referências das células individuais
� Números de referência:
• São necessários para referenciar a informação entre as células;
• Compõem-se de uma letra e um número: a letra representa o título
de um grupo ou subgrupo de contas do balanço patrimonial ou seção
dos papéis de trabalho; A parte numérica representa a ordem
seguida pelas células analíticas dentro da seção.
• Designação de referências para as células mestras: os ativos são
designados com uma letra em seqüência alfabética de acordo com a
ordem seguida pelos grupos ou subgrupos de contas do balanço
patrimonial; o passivo e o PL são designados com duas letras iguais
em ordem alfabética; a célula mestra que representa a DRE tem a
denominação DR.
• Referências para as células comprobatórias: deve-se usar a mesma
letra da célula mestra que está comprovando; deve-se designar um
número de acordo com a ordem em que aparece a célula-suporte
dentro da seção;
• Ordem das células comprobatórias: os programas de auditoria
precedem as células que contêm detalhes.
� Uso de referências durante o trabalho de auditoria (cruzamento de
referências)
• Somente cruzar cifras idênticas quando se tratar de grupos de
números, antes de serem cruzados devem ser somados; e se existir
uma diferença pequena, deve ser acrescentada, e o novo total, ser
referenciado.
• Todo o cruzamento da referência deve ser feito em lápis vermelho;
• Todo o cruzamento deve ser feito em ambas as direções;
• A posição da referência com relação ao número referenciado indica
sua direção, a saber: a referência de um número que “vai de...para...”
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é colocada do lado direito ou abaixo do número; e a referência de um
número que “vem de..” é colocada do lado esquerdo.
2.10 Confidencialidade, custódia e propriedade dos papéis de trabalho.
A custódia dos papéis de trabalho são de competência exclusiva do
auditor, que o manterá em plena conservação pelo prazo mínimo de 5 anos a
contar da data da emissão de seu parecer. Durante o prazo de custódia o
processo poderá ser objeto de fiscalização, assim sua confidencialidade torna-
se dever permanente do auditor.
Assim como os papéis de trabalho, toda a documentação, os relatórios e
pareceres relacionados com os serviços realizados pelo auditor devem estar
em sua custódia pelo prazo determinado, sendo que ficam a disposição da
entidade, a critério do auditor, partes destes que se relacionem as
necessidades imediatas da mesma. Se solicitados por terceiros, porém
somente podem ser disponibilizados após autorização formal da entidade
auditada, de acordo com a NBC P 1.6.
O auditor que não respeitar os normativos sobre suas obrigações quanto
a guarda de tais procedimentos podem estar sujeitos a multa, suspensão do
exercício da profissão permanentemente ou pelo prazo de 6 meses a um ano.
segundo a nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de
maio de 1946, e, quando aplicável, ao Código de Ética do Profissional.
18
2.11 Norma Relacionada
Resolução CFC nº 1.024/05 aprova a NBC T 11.3 – Papéis de trabalho e
documentação da auditoria
Aprova a NBC T 11.3 - Normas de Auditoria Independente das
Demonstrações Contábeis - sobre Papéis de Trabalho e Documentação de
auditoria e define os papéis de trabalho como a documentação preparada pelo
auditor ou fornecida a este na execução da auditoria que integram um processo
organizado de registro de evidências da auditoria, por intermédio de
informações em papel, meios eletrônicos ou outros que assegurem o objetivo a
que se destinam. Ainda, determinam como deve o auditor proceder na sua
elaboração, determinando a extensão dos procedimentos aplicados segundo a
oportunidade e a relevância de dados que poderiam modificar os resultados do
parecer. Emite ainda regras para custódia dos papéis de trabalho além das
possíveis sanções quanto a sua não adequação, segundo o Decreto-Lei nº
9.295/46.
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3. CONCLUSÃO
O desenvolvimento do conceito de papéis de trabalho é ponto
fundamental o entendimento da importância do acompanhamento dos
procedimentos realizados pela auditoria, pois reúnem em um processo
informações devidamente comprovadas quanto a particularidades financeiras e
econômicas de uma entidade (a estrutura organizacional e legal, contratos,
atas, o setor de atividade, seu processo de planejamento, a qualidade do
controle interno, avaliações de riscos, detalhes dos procedimentos adotados
pela auditoria, entre outros)
Vale citar ainda as técnicas utilizadas e o uso de símbolos na sua
elaboração, o que facilita a análise, garante maior rapidez, evita repetições de
explicações e permite que o auditor utilize referências de múltiplos documentos
em seu processo.
Percebe-se que o processo segue Normas Legais de elaboração além
de possuir forte vinculação à fundamentação do parecer final elaborado pelo
auditor. E no prazo de custódia, juntamente com o relatório e o parecer, são
recursos qualitativos para auditorias posteriores e para que a fiscalização se
certifique de que os trabalhos foram realizados de maneira integra, com zelo,
profundidade adequada e com conclusões corretas.
20
4. BIBLIOGRAFIA
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 3. ed.
São Paulo: Altas, 2004.
ALMEIDA. Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo.
6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
JUND. Sérgio. Auditoria: Concursos, Normas técnicas e Procedimentos.
2º ed. 2001
ATTIE. Willian, Auditoria: Concurso e Aplicações. 3 Ed. Editora Atlas.
1999
BOYNTON, William C. e outros. Auditoria. São Paulo: Atlas, 2002
Material de apoio fornecido pelo professor.
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