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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A TERCEIRIZAÇÃO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIOS DE CARGA E A REDUÇÃO
DO CUSTO AGREGADO À LOGÍSTICA
Por: Cristiane de Paula Silva
Orientador
Prof. Nelsom Magalhães
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A TERCEIRIZAÇÃO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIOS DE CARGA E A REDUÇÃO
DO CUSTO AGREGADO À LOGÍSTICA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Logística Empresarial
Por: Cristiane de Paula Silva
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AGRADECIMENTOS
A Deus em primeiro lugar, pela força e graça concedida em todos os momentos da minha vida.
A minha querida mãe Dulce Neia de Paula Silva por seu referencial de luta e perseverança.
A todos os meus amigos, em especial ao André Machado pelo companheirismo e apoio.
4
DEDICATÓRIA
.....dedica-se meu amigo André Machado
de Barros.
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RESUMO
A pesquisa irá abordar e elucidar “A importância da terceirização do
transporte rodoviário de carga”. Ao longo dos três capítulos explanaremos as
principais características da logística empresarial, custos e redução de custos
logísticos, introdução e analise da terceirização e finalizamos com
especificando a abordagem da terceirização para o setor de transporte
rodoviário.
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METODOLOGIA
A pesquisa a ser apresentada será do tipo descritivo e bibliográfico.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - As Principais Características Da Logística Empresarial 11
CAPÍTULO II - A Terceirização 24
CAPÍTULO III – As Principais Características Da Terceirização Do Transporte De Carga 31 CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
ÍNDICE 39
8
INTRODUÇÃO
O presente trabalho refere-se “A importância da terceirização do
transporte rodoviário de carga”, objetivando demonstrar as possíveis formas de
redução de custos, que pode ser alcançada através da implementação da
terceirização de transporte rodoviário de carga nas empresas e também
ressalta as diferenças entre se optar por frota própria ou frota terceirizada de
transporte rodoviário de carga, colocando suas vantagens e desvantagens,
para que assim, possa se optar pelo que é mais válido, ou seja, mostrar a
vantagem de escolher por uma ou outra opção, neste caso, terceirizar ou não o
carregamento de materiais.
Reconhece a importância dos custos logísticos e a necessidade de
administrá-los de forma criteriosa, para assim, obter um bom resultado, ou
seja, não ter prejuízos e acima de tudo, não ter a qualidade de seus serviços
comprometida.
1.1- PROBLEMA
A terceirização de transporte rodoviário de carga vem sendo muito
utilizada pelas empresas, as quais têm reconhecido o seu valor.
Dessa forma, o presente trabalho irá demonstrar: Como a
terceirização do transporte rodoviário de carga pode contribuir para a redução
do custo agregado à logística?
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1.2- OBJETIVO GERAL
Analisar os principais custos logísticos, os quais têm valor
fundamental no processo de terceirização de transporte rodoviário de carga e
verificar as vantagens e desvantagens de se optar pela utilização da
terceirização.
1.3- OBJETIVO ESPECÍFICO
Demonstrar:
• As principais características da Logística Empresarial
• Os principais custos Logísticos
• Os principais aspectos da terceirização
• As principais características da terceirização do transporte de cargas
1.4- JUSTIFICATIVA
A terceirização é considerada uma técnica administrativa, uma
estratégia empresarial que vem sendo muito utilizada pelas grandes empresas,
as quais, dessa forma podem concentrar-se apenas nas atividades-fim de sua
missão, ou seja, razão de estar no mercado.
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Com a terceirização de transporte rodoviário de carga, a empresa
pode agregar valor aos seus serviços de entrega, além de ter redução de
custos.
11
CAPÍTULO I
AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA LOGÍSTICA
EMPRESARIAL
Segundo Figueiredo, Fleury e Wanke (2008), a Logística é
responsável pelo sucesso das ações de uma empresa, é a Logística que trata
do gerenciamento das cadeias de suprimentos, o qual tem a função de
planejar, programar e controlar as ações de armazenagem de produtos (bens
ou serviços) e contém informações que dizem respeito ao bom atendimento
das necessidades dos clientes, indo desde o ponto de origem até ao ponto de
consumo. Na Logística está incorporado clientes e fornecedores, é a Logística
que cuida da relação destes dois citados, com a empresa.
Segundo Ballou (2009), a Logística também é reconhecida pelo
título de Distribuição Física, o qual é o nome mais popular, e Logística
Empresarial, que é o título do futuro. A Logística Empresarial é um assunto
vital, pois, é responsável em prover rentabilidade significante para a empresa
no que diz respeito nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores
buscando um alto nível de satisfação da parte destes, para que isso venha a
acontecer é necessário fazer um bom planejamento, organização e controle
efetivos para que as atividades que dependem de movimentação e
armazenagem obtenham melhor facilidade no fluxo de produtos.
Pelo fato dos clientes na maioria das vezes não residirem próximos
aos bens e serviços que necessitam adquirir, aliás, esse é um problema
enfrentado pela Logística, a qual procura buscar solucionar, ou seja, fazer com
que os consumidores tenham facilidade, rapidez e acima de tudo, qualidade
para obterem bens e serviços sem que haja empecilhos no que diz respeito à
local e data.
12
A Logística representa uma nova visão empresarial, pois, os
empresários são responsáveis em sustentar serviços logísticos necessários e
quando as empresas o fazem com responsabilidade, obtêm eficácia e
eficiência em suas ações, como as empresas interagem com mudanças
constantes do ambiente, mudanças essas como, na tecnologia, na economia,
na legislação e na disponibilidade de recursos, a filosofia da administração,
precisa se alterar com o passar do tempo para que venha conseguir se adaptar
às novas exigências de desempenho para as empresas.
A Logística tem como finalidade, agrupar as atividades que dizem
respeito ao fluxo de produtos e serviços, como as atividades de transportes,
estoques e comunicações, para administrá-las em conjunto, essas atividades
que hoje são essenciais para o sucesso das empresas, tiveram início antes da
existência de um comércio ativo entre regiões vizinhas, por outro lado, a
administração de empresas não se preocupava em dar prioridade ao controle e
a coordenação coletiva de todas as atividades logísticas.
Segundo Ballou (2009), muitas pessoas estudam Logísticas não
apenas por ser um assunto interessante, mas, sim essencial para torná-las
mais informadas; não só as empresas privadas como as instituições
governamentais, necessitam dos serviços de um especialista em Logística
sejam eles em diversos níveis, especialistas em áreas de tráfego,
armazenagem, em operações, estoques e vendas.
Futuramente, a Logística se tornará mais atrativa do que é hoje,
devido às mudanças nas condições econômicas, as quais, não deverão ser
muitas como foi no passado, devido à menor taxa de natalidade e limitações
na disponibilidade de fontes de matérias-primas e a maior competitividade
estrangeira, sendo assim, as empresas necessitará fazer mudanças ao que diz
respeito ao foco de gerenciar seu crescimento, competindo no mercado de
13
uma forma mais participativa, logo as atenções estarão voltadas para
distribuição, a mesma, quando feita de forma eficiente e eficaz, pode tornar-se
vantagem competitiva quando se luta por maior destaque no mercado.
Existe outro fator que irá tornar importantes e bem remunerados os
cargos responsáveis pelo fluxo de materiais e pela entrega de serviços: a
disponibilidade de alimentos para abastecer a população mundial, o que hoje
se estima que um terço do suprimento de alimentos perecíveis tem sido
perdido durante a distribuição.
Chegamos à conclusão, que toda e qualquer empresa de produção
ou serviços, para operar, precisa ter atividades logísticas e saber como
resolvê-los.
Segundo Ballou (2009, P.24)
A Logística Empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final,assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento,com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.
Segundo Novaes (2007, P.35)
Logística é o processo de planejar, programar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor.
Segundo Bowersox (2007, p.23)
A Logística de uma empresa é um esforço integrado com o objetivo de ajudar a criar valor para o cliente pelo menor custo total possível. A Logística existe para satisfazer as necessidades do cliente. Facilitando as operações relevantes de produção e marketing do ponto de vista estratégico, os executivos de Logística procuram atingir uma qualidade pré-definida de serviço ao cliente por meio de uma competência operacional que represente o estado da arte, o desafio é
14
equilibrar as expectativas de serviços e os gastos, de modo a alcançar os objetivos do negócio.
1.1 – OS PRINCIPAIS CUSTOS LOGÍSTICOS
Segundo Figueiredo, Fleury e Wanke, podemos chamar de custo
total todos os gastos que são necessários para realizar as atividades
Logísticas. Custos estes que dizem respeito à mão-de-obra, instalações fixas,
materiais diversos, equipamentos etc. logo o custo total é o principal paradigma
da Logística.
Segundo Ballou (2009), são considerados atividades – chaves para
atingir os objetivos logísticos em relação ao custo e nível de serviços, as
seguintes atividades:
• Transportes
• Manutenção de estoques
• Processamento de pedidos
Pelo fato dessas atividades serem responsáveis por contribuir para
maior parte do custo total Logístico, ou seja, terem papel essencial para
coordenação e prática da tarefa Logística, as mesmas são chamadas de
atividades primárias.
1.1.1 - Transportes
Para o funcionamento de uma firma, é de caráter essencial a
utilização de transportes,seja para efetuar o deslocamento de matérias-primas
ou de produtos acabados, portanto o transporte é a atividade Logística mais
15
importante para a maioria das firmas,pelo fato de um a dois terços dos custos
Logísticos estarem ligados a essa atividade.
É comum notarmos a importância dos transportes quando existe
greve ferroviária no território Nacional ou paralisação dos carreteiros
autônomos, eventos como ases costumam causar o que chamamos de
desastres Nacionais, pois, não há como os produtos serem entregues, logo,
sendo deteriorados ou obsoletos.
Segundo Ballou (2009, P.24):
Transporte refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. Algumas das alternativas populares são os modos rodoviário, ferroviário e aeroviário. A administração da atividade de transportes geralmente envolve decidir-se quanto ao Método do transporte, aos roteiros à utilização da capacidade dos veículos.
1.1.1.1- Custos variáveis
Recebem essa denominação aqueles que apresentam variação
devido a fatores básicos do processo.
Ex: pneu, combustível, lubrificação, manutenção e pedágio.
1.1.1.2- Custos fixos
Recebem essa denominação os custos que venham apresentar um
valor, o qual foi previamente determinado, de forma que não sofrem influências
da produção ou nenhuma variável operacional.
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Ex: aluguel mensal de instalações (depósito), depreciação, salários dos
motoristas e ajudantes, seguro do veículo, IPVA / seguro obrigatório.
Segundo LIMA (2008, P. 258) A classificação de custo fixo e variável deve ser feita sempre em relação a algum parâmetro de comparação, normalmente, em uma empresa industrial são considerados itens de custos fixos que independem do nível de atividade e itens de custos variáveis que aumentam de acordo com o crescimento do nível de atividade. Do ponto de vista de um transportador, usualmente essa classificação é feita em relação à distância percorrida, como se a unidade variável fosse a quilometragem. Dessa forma, todos os custos que ocorrem de maneira independente ao deslocamento do caminhão são considerados fixos e os custos que variam de acordo com a distância percorrida são consideráveis variáveis.
1.1.1.3- Cálculo do custo de cada item
Segundo Lima (2008), através do cálculo dos custos unitários
correspondente a cada tipo de veículo utilizado, pode-se chegar ao valor, ao
custo das rotas de entrega ou utilização.
É aconselhável montar uma planilha comum para que sejam
calculados os custos fixos e variáveis unitárias dos transportes (carretas,
truncks) em relação ao consumo de combustível, quantidade de pneus, salário
de motorista, etc.
Os mesmos itens possuem custos diretos ao veículo, logo, esse
cálculo não vem a ser complicado e não está muito sujeito a subjetividade dos
rateios.
Os custos fixos são calculados em relação ao mês (R$ / mês), pelo
fato de serem constantes mês a mês. Os custos variáveis dependem da
distância, logo, são calculados em função da quilometragem (R$ / KM).
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1.1.1.4- Custo das rotas de entrega / coleta
Para obter o valor do custo fixo por hora (R$ /hora), é necessário
calcular os valores unitários de todos os itens de custo, agrupá-los (R$ /mês) e
dividir o resultado pelo nº. de horas trabalhadas no mês. Os custos variáveis
deverão ser agrupados (R$ / km) e montar a equação de custo para uma rota.
O tempo total da rota é o que deve ser considerado para as
atividades de carga e descarga, inclusive filas e tempo de viagem.
Através da fórmula do custo da rota, o que custeia as rotas segundo
três atividades tidas como básicas, são elas: carregamento, viagem e
descarregamento.
1.1.1.5- Fatores que influenciam o custo e o preço do transporte
* Peso
* Cubagem
* Distância
* Facilidade para carregar e descarregar o veículo
* Facilidade de acomodação
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* Risco da carga
* Sazonalidade
* Trânsito
* Carga de retorno
* Especificidade do veículo
1.1.1.6- Oportunidades para redução de custos
É importante que haja uma boa administração quando o assunto é
redução de custos de frete, pois, o mesmo deve acontecer sem prejudicar o
nível de serviço.
Para isso, se faz necessário tomar uma série de medidas como:
• Fazer um planejamento do transporte, ter ciência sobre a quantidade de
carga será desembarcado e em que localidade.
• Programação de embarques e desembarques, buscando assim,
redução no tempo de fila.
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• Melhor aproveitamento da frota, aumentando a quantidade de turnos de
trabalho, adquirindo assim, redução de custos de transporte, que podem
chegar a 20%, quando houver três turnos.
1.1.2- Manutenção de estoques
A manutenção de estoques costuma agir como amortecedor entre a
oferta e a demanda, mantêm-se estoques para que se possa obter um grau
satisfatório de produtos para atender aos clientes. A manutenção de estoques
nas empresas é uma atividade – chave na Logística, pois, eles são
praticamente responsáveis por um a dois terços dos custos Logísticos.
O estoque agrega valor de “tempo” ao produto e para que isso
venha acontecer, é necessário que o estoque esteja bem localizado, ou seja,
próximo aos consumidores ou aos pontos de manufatura. Os estoques
necessitam de uma boa administração, para assim, conseguir manter seus
níveis o mais baixo possível e de maneira que não venha prejudicar a
disponibilidade aos clientes. Não é aconselhável manter um número grande
pontos de estoque, o que acarreta altos custos associados para a manutenção
dos produtos armazenados, por isso, a necessidade de se ter uma boa
administração.
1.1.3- Processamento de pedidos
Processamento de pedidos é considerado como uma atividade
Logística primária que dá início a movimentação de produtos e a entrega de
serviços. Em se tratando de custos de transportes, de manutenção de
estoques e processamento de pedidos, este último, tende a ser menor em
relação aos outros dois.
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Transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos,
formam “o ciclo crítico de atividades Logísticas”, o mesmo, é de muita
importância, pois, é responsável por cumprir com sucesso a missão de
entregar produto ou serviço ao cliente no tempo exato em qualquer localidade,
por isso, são chamados de atividades primárias.
Figura 1: Relação entre as três atividades logísticas primárias para atender clientes – o “ciclo crítico”.
Fonte: Logística empresarial de Ronald H. Ballou, (2009, p. 25)
Existe uma série de atividades, as quais são chamadas de
atividades de apoio e que dão suporte às atividades primárias (transportes,
manutenção de estoques e processamento de pedidos). As atividades de
apoio são:
• Armazenagem
• Manuseio de materiais
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• Embalagem de proteção
• Obtenção
• Programação do produto
• Manutenção de informação
Figura 2: Relações entre as atividades logísticas primárias e de apoio e o nível de serviço almejado
Fonte: Logística empresarial de Ronald H. Ballou, (2009, p. 26)
22
* Armazenagem – É o ato estocar, manter em estoque, administrar o estoque e
resolver problemas quanto a sua localização, dimensionamento de área,
arranjo físico, recuperação do estoque e configuração do armazém.
* Manuseio de materiais – Faz parte da armazenagem e da manutenção de
estoques. Trata de todas as movimentações do produto, tais como,
transferência e recebimento.
* Embalagem de proteção – É necessário para que se faça a movimentação de
produtos sem causar danos ao mesmo e logo, evitar prejuízo.
* Obtenção – É quando há disponibilidade de produtos para o sistema
Logístico. Faz seleção das fontes de suprimento, das quantidades a serem
adquiridas, da programação das compras e da forma pela qual o produto é
comprado.
* Programação do produto – É praticamente o oposto da obtenção, a qual é
responsável pelo suprimento (fluxo de entrada), já a programação, é
responsável pela distribuição (fluxo de saída). Esta atividade define a
quantidade agregada que deve ser produzida, determinando quando e onde
deve ser fabricada.
* Manutenção de informação – É responsável por desempenhar informações
em relação ao custo e desempenho, o que é essencial para a eficiência da
função Logística nas empresas, essas informações são utilizadas para fazer
um planejamento sem erros e controle Logístico, a manutenção de bancos de
dados deve conter informações importantes como a localização dos clientes,
volumes de vendas, padrões de entregas e níveis dos estoques.
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Segundo Bowersox, (2007, P.29):
O nível de custos Logísticos está relacionado com o desempenho desejado de serviço. A obtenção simultânea de grande disponibilidade, confiabilidade e desempenho operacional tem um alto custo. A dificuldade para aplicar o conceito origina-se no fato de que a relação entre o custo Logístico e um melhor desempenho não é diretamente proporcional. Uma empresa que assume compromissos com seus clientes em termos de disponibilidade de estoque, prometendo entregas consistentes em 24 horas, poderá duplicar seu custo Logístico em comparação com um compromisso menos ambicioso.
24
CAPÍTULO II
A TERCEIRIZAÇÃO
Segundo Leiria (1992), A terceirização, ou seja, a prática de
entregar para terceiros todas as atividades, as quais, não sejam essenciais,
deu-se início nos Estados Unidos, antes da II Guerra e conseguiu se consolidar
como técnica de administração a partir da década de 50, com o
desenvolvimento acelerado da indústria.
No Brasil, as multinacionais de automóveis, foram as responsáveis
por introduzir a terceirização no mercado para adquirir agilidade em sua ações,
logo, transformando-se em montadoras, tornando assim, dependentes da
produção de peças entregues a outras empresas.
Hoje é muito raro encontrar alguma empresa que não tenha parte de
seus serviços terceirizados, atendo-se apenas a atividade de fim, e passando
para as empresas terceirizadas tudo o que for secundário do ponto de vista
administrativo, é uma forma de atingir maior produtividade e agregar valor ao
produto final.
Segundo Queiroz (1992), Podemos dizer que terceirização é uma
técnica administrativa, a qual vem possibilitar que se estabeleça todo um
processo gerenciado de estabelecer transferência das atividades da empresa a
terceiros para que assim, essa venha a executá-las, e desta forma, poder se
concentrar, dar ênfase no objetivo final, já que as atividades acessórias serão
terceirizadas.
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A terceirização incentiva o surgimento de novas empresas, as quais
são especializadas em prestar serviços para outras empresas, logo, gerando
um maior número de empregos e também de impostos ao poder público.
As empresas que prestam serviços terceirizados, geralmente são de
micro e médio porte, existe também o trabalho autônomo, o qual acaba
adquirindo especialização para então, executar os serviços com qualidade e
eficiência.
A terceirização também pode ser definida pelo processo o qual,
busca parcerias devido às imposições do mercado e da demanda disponível.
O fato de não mais poder passar para os preços os elevados custos,
fez com que os empresários se preocupassem e tomassem decisões, as quais
resultariam na manutenção dos clientes e consumidores, implementando
assim: qualidade, competitividade, agilidade de decisão, eficiência e eficácia.
Segundo Queiroz apud Tsukanomoto (1992 p. 94)
A terceirização estabelece melhores relações entre fornecedores e usuários de bens e serviços, agilizando e otimizando o atendimento aos clientes. Torna-se viável somente com a aceitação do princípio da confiança mútua.
Segundo Alvarez (1996), podemos dizer que existem alguns fatores
condicionantes da realidade das empresas, os quais são responsáveis de levar
as empresas a optarem pela alternativa da terceirização, esses fatores são:
rapidez para atender os clientes e para adaptação as mudanças do ambiente
externo, espírito empreendedor por parte das pessoas, redução de custos
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fixos, satisfação do consumidor final, permitir que os gerentes se focalizem nas
atividades medulares da empresa.
É indispensável que os chamados parceiros das grandes empresas
têm capacidade para realizar os serviços com baixos custos e muita qualidade.
Segundo Kardec e Carvalho (2002), Terceirizar não deveria ser
considerado como apenas a contratação de empresas para executar tarefas
tidas como de menor importância, economia com custos, contratação de mão-
de-obra mais barata sem maiores vínculos empregatícios.
Terceirizar deve ser considerado como uma relação de parceria,
uma relação de resultados (lucros) para ambas as partes envolvidas, além de
gerar vantagem competitiva para a empresa contratante, maior especialização,
comprometimento com resultados por parte da empresa contratada.
Segundo Kardec e Carvalho (2002 p. 42) “Terceirização é a
transferência para terceiros de atividades que agregam competitividade
empresarial, baseada numa relação de parceria.”
2.1- VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO
2.1.1- Vantagens da terceirização
• Redução de custos
• Redução das perdas
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• Custos equilibrados do mercado de mão-de-obra
• Reduz a ociosidade da mão-de-obra
• Não existe necessidade de realizar despesas ou investimentos em frota,
equipamento e infra-estrutura
• Redução de despesa em administração
• Transforma os custos fixos em variáveis
• Aumento do lucro
• Aumento da produtividade
• Aumento de competitividade
• Aumento da qualidade
• Melhor atendimento
• Diversidade de opções e flexibilidade de Atendimento
• Gera efetividade e eficiência
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• Soma as qualidades do prestador e tomador dos serviços
• Aumento da especialização
• Redução de áreas ocupadas
• Diminuição de desperdício
• Redução dos níveis hierárquicos
• Agilidade nas decisões
• Reavaliação das necessidades
• Melhor comunicação interna
• Flexibilidade organizacional
• Melhor administração do tempo para gestão do negócio
• Concentra esforços na criação de novos produtos
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2.1.2- Desvantagens da terceirização
• Dificuldades no aproveitamento dos funcionários já treinados
• Demissões na fase inicial
• Custo das demissões
• Redução da especialização própria
• Aumento do risco empresarial pela possibilidade de queda na qualidade
• Dificuldade em controlar a qualidade dos serviços
• Má escolha de parceiros
• Reduzido número de empresas qualificadas e confiáveis
• Escolha de prestador sem a especialização necessária
• Má administração do processo
• Aumento da dependência de terceiros
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• Dependência do mercado quanto à oferta de serviços
• Demora no atendimento
• Sazonalidade no valor do frete
• Podem ocorrer conflitos de cultura as quais devem ser compatíveis
31
CAPÍTULO III
AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA TERCEIRIZAÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGA
Quando se trata de movimentação de bens, é necessário que haja
união entre produção e consumo, quando os mesmos estão localizados em
pontos diferentes, a união dos mesmos só ocorrerá com a utilização das
atividades de transporte.
O transporte costuma ser o principal componente da Logística, pois,
enquanto não se crie uma política de desenvolvimento tanto regional quanto
nacional com melhor infra-estrutura de transportes, os transportes são tidos
como a última opção para que a empresa tenha seus custos reduzidos.
Circulam no território Nacional em média de 600 milhões de
toneladas de carga por ano, possibilitando assim, uma movimentação anual de
R$ 30 bilhões em fretes e a maior parte destinada as empresas de transporte
rodoviário, segundo estimativas da Associação dos Transportadores de Carga
(NTC).
Segundo Alves (1997, p. 87)
A oferta de serviço é organizada por transportadores em veículos de circulação regular, ou contratados especialmente para determinada viagem, por frota própria, por prestadores de serviço e por agenciadores entre os vários modais possíveis.
Podemos dizer que as principais características do serviço de
transporte são:
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• Tecnologia – Possibilita verificar capacidade e agilidade da prestação do
serviço.
• Estratégia Operacional – Podemos dizer que é quando o operador
decide por adotar ou não tecnologia moderna, a qual possibilitará
melhor a movimentação de carga.
• Requisitos Institucionais e Restrições – Tabelas de fretes,
regulamentação sobre a capacidade dos veículos, extensão dos
mesmos, localidade de balanças, regulamentação de circulação de
veículos especiais, taxas, licenças e os documentos do transporte;
essas ações são todas reguladas por órgãos específicos.
• Comportamento da Demanda – Informações relevantes para que os
transportadores possam fazer uma avaliação quanto à disposição de
investimentos em ativos especializados. São consideradas como
informações relevantes as necessidades de embalagem e a freqüência
com que o embarcador utiliza o serviço.
Na oferta de serviços de transporte existem custos os quais, podem
ser vistos como investimento em relação aos demais custos de transferência.
São de responsabilidade pública ou privada, os custos de
implantação e que quase sempre necessitam de uma aprovação como do
Ministério dos Transportes, esses custos são investimento, ou seja, através
deles é que serão criados vias, terminais, portos e aeroportos.
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Os custos de transferência também estão ligados aos serviços de
transporte, também chamados de custos operacionais: (combustível desgaste
dos veículos, rota, riscos, carga de retorno, necessidade da carga, seu
tamanho, volume e valor, condições para embarque/desembarque, pessoal).
Custos administrativos, infra-estrutura, impostos e taxas (licenças e pedágios).
É chamado de frete o preço de equilíbrio de mercado para a
realização do serviço de transporte de cargas.
Segundo Bowersox (2007, p. 303)
A economia e a formação de preço de transporte dependem dos fatores e das características que influenciam custos e taxas. Para desenvolver uma estratégia logística eficaz, e negociar com sucesso contratos de transporte, é necessário compreender os aspectos econômicos da atividade. A abordagem da economia e da formação de preço de transporte cobre necessariamente três tópicos. Primeiramente, estão os fatores que afetam a economia de transporte. Em segundo lugar, as estruturas de custo que decorrem da apropriação de despesas. Finalmente, existem as estruturas de taxas de frete, que são fundamentais para os preços cobrados aos clientes.
3.1- FATORES QUE INLUENCIAM NO VALOR DO FRETE
• Distância Percorrida – É considerado um dos principais fatores para
determinar o valor do frete.
• Custos Operacionais – Pode pressionar de alguma forma o reajuste nos
preços do frete.
• Possibilidade de Carga Retorno – Faz o valor de o frete ser reduzido,
quando tiver carga de retorno.
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• Carga e Descarga – O tempo de espera influencia no valor do frete,
quanto menor o tempo, mais baixo será o frete.
• Sazonalidade da Demanda para Transporte – Quando a demanda por
transporte for reduzida, o preço do frete será afetado.
• Especificidade da Carga Transportada e do Veículo Utilizado – Tipo de
carga, embalagem e condições especiais para transportar a carga afeta
o valor do frete.
• Perdas e Avarias – O valor do seguro pode cobrir possíveis acidentes é
um fator que torna o valor do frete mais caro.
• Vias Utilizadas – A má conservação das vias pode elevar o custo do
frete pelo fato do veículo estar mais propenso a acidentes e ser
obrigado a fazer a viagem de forma mais lenta.
• Prazo de Entrega – Efetuar a entrega dentro do prazo pode acarretar a
redução do valor do frete.
• Aspectos Geográficos – Trechos, vias que são pouco utilizadas podem
fazer o preço de frete ser mais elevado.
• Pedágio e Fiscalização – O elevado número de praças de pedágios e
postos de fiscalização pode influenciar o valor do frete.
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3.2- ESCOLHA DO TRANSPORTADOR: PRÓPRIO OU TERCEIRIZADO
Segundo Ballou (2009), O momento que o gerente de transporte
precisa decidir por qual operadora de transporte escolher para efetuar o
deslocamento das mercadorias, é considerado o principal problema que o
gerente deve enfrentar.
O gerente precisa buscar soluções de modo que os custos e o
desempenho devem ser sempre levados em consideração na hora da escolha,
que pode ser pelo serviço próprio (frota própria) ou serviço de terceiros
(terceirizado).
É grande a gama de serviços oferecidos pelo mercado de
transportes rodoviários de carga, dentre os serviços oferecidos podemos
destacar as rotas que são compartilhadas por diversos usuários também
conhecidas por rotas regulares; outra opção é a chamada viagem exclusiva, a
qual é contratada por um único usuário ou grupo de usuários.
Além de custos e desempenho é necessário fazer um balanço entre
os custos de estoque e de transporte objetivando assim, alcançar o menor
custo total possível, também são levados em consideração flexibilidade do
operador, crédito, reciprocidade ou relacionamento de longo prazo com o
transportador.
3.3- CONTRATAÇÃO DE TRANSPORTE DE TERCEIROS
Segundo Bowersox (2007), Quando uma empresa necessita efetuar
entrega de produtos e não possui carga própria, logo, é efetuado contrato com
empresas especializadas em transportar cargas.
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É efetuado um contrato entre as partes, no caso, transportadora e
empresa, o contrato deve dizer respeito ao custo, ao serviço de transporte
específico; a transportadora também pode se comprometer a movimentar mais
de uma carga em determinado período.
Para que haja plena satisfação por parte do contratante é
necessário que uma relação de parceria e confiança entre contratante e
contratado, ou seja, o contratante terá certeza que será cumprido o prazo
estabelecido para entrega da carga, pois a empresa contratada possui técnicas
e pessoal especializado dedicando-se a cumprir essas metas.
3.4- UTILIZAÇÃO DE TRANSPORTE PRÓPRIO
Quando a empresa possui veículos próprios para efetuar os seus
serviços de entrega de produtos, ou seja, podemos dizer que possui frota
própria. A frota própria é para utilização somente da própria empresa e não
para aluguel.
Ter frota própria significa ser proprietária dos equipamentos sem
precisar contratar empresas terceirizadas para efetuar as entregas.
Uma das principais diferenças entre frota própria e terceirizada é
que na frota própria a atividade de transporte precisa ser conseqüência da
principal atividade da empresa, para assim, ter qualidade em suas ações.
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CONCLUSÃO
Quando o assunto é terceirização, ou seja, a prática de entregar
para terceiros todas as atividades que forem consideradas como atividade
meio, podemos dizer que é uma forma de atingir maior produtividade além de
agregar valor ao produto final; cada vez mais a terceirização vem sendo
utilizada pelas empresas.
É válido ressaltar que existem vários custos logísticos, os quais
necessitam ser bem administrados, calculados, pois, são considerados
atividades-chaves para obtenção de custo satisfatório e qualidade no nível de
serviço.
Um dos custos mais importantes quando o assunto é terceirização
de transporte rodoviário de carga, é o custo de transporte rodoviário o os
principais custos ligados aos mesmos como variáveis e fixos, como: pneu,
combustível, lubrificação, manutenção, pedágio, seguro do veículo, salários
dos motoristas, etc. É necessário fazer uma análise criteriosa dos fatores que
possam influenciar o custo do transporte de carga, como: peso, distância, risco
da carga, carga de retorno, etc.
Em vista dos argumentos citados, podemos concluir que, optar em
fazer uso da terceirização de transporte rodoviário de carga é mais vantajoso e
eficaz para as empresas, a partir do momento que haverá redução de custos
sem afetar a qualidade dos serviços.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALVAREZ, Manuel S. B. Terceirização: parceria e qualidade. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1996.
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, distribuição de materiais, distribuição física. São Paulo: Atlas, 2009.
BOWERSOX, Class. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2007.
CAIXETA, José Vicente Filho; MARTINS, Ricardo Silveira. Gestão logística do transporte de cargas. São Paulo: Atlas, 2009.
FIGUEIREDO, Kleber Fossati; FLEURY, Paulo Fernando; WANKE, Peter. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento do fluxo de produtos e dos recursos. São Paulo: Atlas, 2008.
KARDEC, Alan; CARVALHO, Claudia. Gestão estratégica e terceirização. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.
LEIRIA, Jerônimo Souto. Terceirização. 5ª ed. Porto Alegre: Ortiz, 1992.
MINTZBERG, Henry; QUINN, James Brian. O processo da estratégia. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
NOVAES, Antônio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
QUEIROZ, Carlos Alberto Ramos Soares de. Manual de terceirização. 9ª ed. São Paulo: Pioneira, 1997.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL 11
1.1 – Os principais custos logísticos 12
1.1.1 - Transporte 14
1.1.1.1 – Custos variáveis 15
1.1.1.2 – Custos Fixos 15
1.1.1.3 – Cálculos de custos de cada item 16
1.1.1.4 – Custos de rotas de entrega / coleta 17
1.1.1.5 – Fatores que influenciam o custo e o preço do transporte 17
1.1.1.6 – Oportunidade de redução de custo 18
1.1.2 – Manutenção de estoque 19
1.1.3 – Processamento de pedidos 19
CAPÍTULO II
A TERCEIRIZAÇÃO
2.1 – Vantagens e desvantagens da terceirização 26
2.1.1 – Vantagens da terceirização 26
2.1.2 – Desvantagens da terceirização 29
CAPÍTULO III
AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA TERCEIRIZAÇÃO DO
TRANSPORTE DE CARGA 31
3.1 – Fatores que influenciam no valor do frete 33
3.2 – Escolha do transporte: próprios ou terceirizados 35
40
3.3 – Contratação de transporte de terceiros 36
3.4 – Utilização de transporte próprio 36
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
ÍNDICE 39
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